O documento discute os métodos de investigação científica e como distinguir ciência de pseudociência. Apresenta várias perspectivas filosóficas sobre o assunto, como a falsificabilidade de Karl Popper e os programas de investigação de Imre Lakatos. O objetivo é ensinar os estudantes a avaliar criticamente afirmações e identificar quando seguem o método científico.
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Qualquer forma de conhecimento
que não segue (...) regras, não é
ciência; é outra coisa.
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Pseudociência é tudo o que usa
jargões científicos ou usa da
credibilidade da ciência para validar
posições, mas que não seguem as
regras da ciência
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... existem aspectos do fazer
científico que nos ajudam a fazer
uma avaliação mais eficiente:
Publicações científicas
Revisão dos pares
Flexibilidade
Humildade
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É simplesmente jargão científico
usado para fazer parecer ciência
uma coisa que nada tem de
científico. Mas, para nos convencer
mesmo que a coisa é mesmo séria,
até nem falta um gráfico com os
resultados de um “teste”.
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E quando há provas, demonstrações
de que um determinado método de
diagnóstico é valido, elas são
publicadas em revistas científicas.
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O habitual da pseudociência:
argumentos de autoridade.
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A ciência não assenta em figuras de
autoridade. Assenta em provas.
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Do ponto de vista científico, para
demonstrar a validade de um
tratamento ou de um método de
diagnóstico, é necessário realizar
experiências em condições
controladas e que elas sejam
confirmadas por grupos
independentes.
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CRENÇA NA CIÊNCIA
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A demarcação entre ciência e
pseudociência não é um mero
problema de filosofia de salão: é de
vital relevância social e política.
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Muitos filósofos tentaram
solucionar o problema da
demarcação nos seguintes termos:
uma afirmação constitui
conhecimento se um número
suficiente de pessoas acreditar nele
com suficiente firmeza.
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.... não é o grau de adesão às
crenças que as transforma em
conhecimento. De facto, o traço
distintivo do comportamento
científico é um certo cepticismo
mesmo em relação às teorias mais
acalentadas.
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... uma afirmação pode ser
pseudocientífica mesmo que seja
eminentemente "plausível" e todos
acreditem nele, e pode ser de
grande valor científico mesmo que
seja inverossímil e ninguém acredite
nele.
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A crença, a adesão e a compreensão
são estados da mente humana. Mas
o valor científico e objectivo de uma
teoria é independente da mente
humana que a concebe ou
compreende.
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RACIOCÍNIO "EXPERIMENTAL”
31. relatos de observações cuidadosas e
testemunhos prestados sob juramento,
até mesmo de experiências.
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No raciocínio científico, as teorias
são confrontadas com os factos e
uma das condições centrais do
raciocínio científico é que as teorias
devem ser sustentadas pelos factos.
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... o conhecimento mais relevante
no século XVII, quando nasceu a
ciência, dizia respeito a Deus, ao
Diabo, ao céu e ao inferno.
Se alguém interpretasse mal as
conjecturas sobre assuntos de
teologia, a consequência do erro era
a condenação eterna.
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O conhecimento teológico não pode
ser falível: tem de estar para lá da
dúvida.
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O conhecimento teológico não pode
ser falível: tem de estar para lá da
dúvida.
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Só pode haver conhecimento sobre a
Natureza, mas esta nova forma de
conhecimento tinha de ser ajuizada
pelos padrões adoptados
directamente da teologia: tinha de
ser comprovada sem margem para
a dúvida.
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A ciência tinha de alcançar a certeza
plena que havia escapado à
teologia. A um cientista digno desse
nome não era permitido adivinhar:
tinha de comprovar cada afirmação
recorrendo aos factos. Era este o
critério de honestidade científica.
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As teorias que não fossem
comprovadas pelos factos eram
consideradas pseudociência
pecaminosa, heresia na comunidade
científica.
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LÓGICA INDUTIVA
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o traço distintivo da honestidade
científica seria jamais enunciar algo
que não fosse pelo menos altamente
provável.
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Os cientistas não são muito
influenciáveis. Não abandonam uma
teoria apenas porque os factos a
contradizem. Normalmente, inventam
qualquer hipótese auxiliar para explicar
o que chamam de mera anomalia ou, se
não conseguem explicar a anomalia,
ignoram-na e dirigem a sua atenção
para outros problemas.
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Anomalias, casos rebeldes,
não refutação
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Mas se Kuhn tem razão, então não há
demarcação explícita entre ciência e
pseudociência, não há distinção entre
progresso científico e decadência
intelectual, não há um padrão objectivo
de honestidade.
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Mas todos os programas de investigação
que admiro têm uma característica em
comum. Todos prevêem factos novos,
factos que os programas anteriores ou
rivais não tinham sequer idealizado ou
tinham até contradito.
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Assim, num programa de investigação
progressivo, a teoria conduz à
descoberta de factos novos (até então
desconhecidos). Nos programas
degenerativos, contudo, as teorias são
arquitectadas meramente para
enquadrar factos conhecidos.
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A metodologia dos programas de
investigação científica, em contraste com
Popper, não oferece uma racionalidade
imediata. É preciso tratar com brandura
os programas em embrião: os
programas podem levar décadas até
darem os primeiros passos e se tornarem
empiricamente progressivos.
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... os programas de investigação
progressivos substituem os
degenerativos.
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