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ENSINO MÉDIO – NAP III
                                                            TEXTO

 ESTUDANTE: ______________________________________________________________________
 ANO: 2º TURMA: TURNO: __________ DATA: _____/_____/ 2012 TRIMESTRE: SEGUNDO
 COMPONENTE CURRICULAR: ARTES CÊNICAS                    EDUCADOR(A): AMANDA.

                                       Commédia Dell Arte


        A commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular improvisado, que começou no séc. XV
na Itália e se desenvolveu posteriormente na França e que se manteve popular até o séc. XVIII. A
“Commedia dell’arte” vem se opor à “Comédia Erudita”, também sendo chamada de “Commedia
All’improviso” e “Commedia a Soggetto”. Esta forma ainda sobrevive através de alguns grupos de
teatro.

       Suas apresentações eram feitas pelas ruas e praças públicas. Ao chegarem à cidade pediam
permissão para se apresentar, em suas carroças ou em pequenos palcos improvisados. As
companhias de commedia dell’arte eram itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar.
Seguiam apenas um roteiro, que se denominava “canovaccio”, mas possuindo total liberdade de
criação; os personagens eram fixos, sendo que muitos atores viviam exclusivamente esses papéis
até a sua morte. Abaixo alguns exemplos.




                                 Colombina,            Dottore,
Arlequín, 1671 Brighella, 1570
                                 1683           1653




Pagliaccio,    Pantalone,
1600           1550
Karel Dujardins mostrou uma cena vista por ele de perto do palco provisório de uma trupe
viajante, em contraste com as ruínas idealizadas Romanas: obra datada de 1657 (Museu do
Louvre)

       As origens exatas desta forma de comédia são desconhecidas. Alguns reconhecem nela a
herdeira das Festas Atelanas, assim chamadas porque se realizavam na cidade de Atella, na
península itálica meridional, em homenagem a Baco. As Fabulae Atellane, farsas populares,
burlescas e grosseiras, eram uma das modalidades de comédia da antiguidade romana. Tal facto
nunca foi historicamente comprovado.

        Gelosi (Os Ciumentos), dos irmãos Andreni, é a primeira companhia de que se tem
conhecimento. Foi fundada em 1545 por oito actores de Pádua que se comprometeram a actuar
juntos até à quaresma de 1546. Foram os primeiros a conseguir viver exclusivamente da sua arte.
Neste âmbito, destaca-se também o nome de Angelo Beolco (1502-1542), considerado um
percursor da Commedia dell’arte. Ele foi autor dos primeiros documentos literários onde as
personagens eram tipificados. Outra das suas facetas mais conhecidas foi a de actor. Ele
representava a personagem de Ruzzante, um camponês guloso, grosseiro, preguiçoso, ingénuo e
zombador.




Companhia I Gelosi (1580 d.C.).

       Em meados do século XVIII, Carlo Goldoni, um escritor veneziano, revitalizou as fórmulas
usadas até à exaustão através da introdução do texto escrito e elementos mais realistas, que
tornaram as suas peças conhecidas por todo o mundo.
Desde o seu início, este tipo de comédia fascinou e atraiu o público entre as classes sociais
mais elevadas. As melhores companhias - Gelosi, Confidenti, Fedeli – conseguiram levar as suas
peças da rua para o palácio, fascinando audiências mais nobres. Devido a este apoio, foi-lhes
permitido extrapolar as fronteiras do seu país de origem e viajar por toda a Europa, especialmente
a partir de 1570. As companhias itinerantes levaram as suas peças à cena em todas as grandes
cidades da Europa renascentista, deixando a sua marca em França, Espanha, Inglaterra, entre
outros. Mais tarde, dramaturgos como Ben Jonson, Molière, Maviraux e Gozzi vão inspirar-se nas
personagens estereotipadas.

Descrição:

        Grupos viajantes de atores montavam um palco ao ar livre e proviam o divertimento através
de malabarismo, acrobacias, e mais tipicamente, peças de humor improvisadas, baseadas num
repertório de personagens pré-estabelecidos, e um roteiro descritivo das cenas. Essas trupes
ocasionalmente atuavam na parte de trás de suas carroças de viagem, embora fosse mais comum
a utilização do Carro di Tespi, um teatro móvel de antigamente.

       As apresentações eram improvisadas em cima de um estoque de situações convencionais:
adultério, ciúme, velhice, amor. Esses personagens englobavam o ancestral do palhaço moderno.
O diálogo e a ação poderiam facilmente ser atualizados e ajustados para satirizar escândalos
locais, eventos atuais, ou manias regionais, misturados com piadas e bordões. Os personagens
eram identificados pelo figurino, máscaras, e até objetos cênicos, como o porrete. Os Lazzi e
Conchetti também são usados.

       Na trama tradicional, os innamorati estão apaixonados e querem se casar, mas um ou mais
vecchi (plural de vecchio) estão os impedindo de se casar, então, eles precisam de um ou mais
zanni para ajudá-los. Tipicamente termina tudo bem com o casamento dos enamorados e o perdão
por todas as confusões causadas. Há inúmeras variações dessa história, assim como há muitas
que se divergem completamente dessa estrutura, como uma famosa história em que o Arlecchino
fica misteriosamente “grávido”.

[editar] Personagens




Antoine Watteau - Comediantes italianos

       Os personagens eram interpretados por atores usando máscaras, embora os innamorati (ou
enamorados) não as usassem. Assim como os da mesma época (Shakespeare), os italianos
vestiam atores homens en travesti – com roupas de mulheres e perucas. Ao contrário dos atores do
Teatro Renascentista Inglês, no caso deles era por propósitos humorísticos, mais do que por
proibição social.
Em alguns casos, os personagens representavam algumas regiões ou capitais italianas.
Frequentemente eles ainda são símbolos de suas cidades.

      Características

       As representações teatrais, levadas a cabo por actores profissionais, eram feitas nas ruas e
nas praças, e fundaram um novo estilo e uma nova linguagem, caracterizadas pela utilização do
cómico. Ridicularizando militares, prelados, banqueiros, negociantes, nobres e plebeus, o seu
objectivo último era o de entreter um vasto público que lhe era fiel, provocando o riso através do
recurso à música, à dança, a acrobacias e diálogos pejados de ironia e humor.

      As encenações da Commedia dell’arte baseavam-se na criação colectiva. Os actores
apoiavam-se num esquema orientador e improvisavam os diálogos e a acção, deixando-se levar ao
sabor da inspiração do momento, criando o tão desejado efeito humorístico. Eventualmente, as
soluções para determinadas situações foram sendo interiorizadas e memorizadas, pelo que os
actores se limitavam a acrescentar pormenores que o acaso suscitava, ornamentados com jogos
acrobáticos.

       O elevado número de dialectos que se falavam na Itália pós-renascentista, determinaram a
importância que a mímica assumia neste tipo de comédia. O seu uso exagerado servia, não só o
efeito do riso, mas a comunicação em si. Comumente uma companhia nada fazia para traduzir o
dialecto em que a peça era representada à medida que fosse actuando nas inúmeras regiões por
que passava. Mesmo no caso das companhias locais, raras eram as vezes em que os diálogos
eram entendidos na sua totalidade. Daí que atenção se centrasse na mímica e nas acrobacias, a
única forma de se ultrapassar a barreira da ausência de unidade linguística.

        As companhias, formadas por até dez ou doze actores, apresentavam personagens
tipificados. Cada actor desenvolvia e especializava-se numa personagem fixa, cujas características
físicas e habilidades cómicas eram exploradas até ao limite. Variavam apenas as situações em que
as personagens se encontravam.

       O comportamento destas personagens enquadrava-se num padrão: o amoroso, o velho
ingénuo, o soldado, o fanfarrão, o pedante, o criado astuto. Scaramouche, Briguela, Isabela,
Columbina, Polichinelo, Arlequim, o Capitão Matamoros e Pantaleone são personagens que esta
arte celebrizou e eternizou. Importante na caracterização de cada personagem era o vestuário, e
em especial as máscaras. As máscaras utilizadas deixavam a parte inferior do rosto descoberto,
permitindo uma dicção perfeita e uma respiração fácil, ao mesmo tempo que proporcionavam o
reconhecimento imediato da personagem pelo público.

        As peças giravam em torno de encontros e desencontros amorosos, com um inesperado
final feliz. As personagens representadas inseriam-se em três categorias: a dos enamorados, a dos
velhos e a dos criados (zannis). Estes últimos constituiam os tipos mais variados e populares.
Havia o zanni esperto, que movimentava as acções e a intriga, e o zanni rude e simplório, que
animava a acção com as suas brincadeiras atrapalhadas. O mais popular é, sem dúvida, Arlequim,
o empregado trapalhão, ágil e malandro, capaz de colocar o patrão ou a si em situações confusas,
que desencadeavam a comicidade. No quadro de personagens, merecem ainda destaque Briguela,
um empregado correcto e fiel, mas cínico e astuto, e rival de Arlequim, Pantaleone ou Pantaleão,
um velho fidalgo, avarento e eternamente enganado. Papel relevante era ainda o do Capitano
(capitão), um covarde que contava as suas proezas de amor e em batalhas, mas que acabava
sempre por ser desmentido. Com ele procurava-se satirizar os soldados espanhóis.

      As representações tinham lugar em palcos temporários, na maior parte das vezes nas ruas e
praças das cidades e, ocasionalmente, na corte. A precaridade dos meios de transporte e vias e as
consequentes dificuldades de locomoção, determinavam a simplicidade e minimalismo dos
adereços e cenários. Muitas vezes, estes últimos resumiam-se a uma enorme tela pintada com a
perspectiva de uma rua, de uma casa ou de um palácio. O actor surge assim como o elemento
mais importante neste tipo de peças. Sem grandes recursos materiais, eles tornaram-se grandes
intérpretes, levando a teatralidade ao seu expoente mais elevado.

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  • 1. ENSINO MÉDIO – NAP III TEXTO ESTUDANTE: ______________________________________________________________________ ANO: 2º TURMA: TURNO: __________ DATA: _____/_____/ 2012 TRIMESTRE: SEGUNDO COMPONENTE CURRICULAR: ARTES CÊNICAS EDUCADOR(A): AMANDA. Commédia Dell Arte A commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular improvisado, que começou no séc. XV na Itália e se desenvolveu posteriormente na França e que se manteve popular até o séc. XVIII. A “Commedia dell’arte” vem se opor à “Comédia Erudita”, também sendo chamada de “Commedia All’improviso” e “Commedia a Soggetto”. Esta forma ainda sobrevive através de alguns grupos de teatro. Suas apresentações eram feitas pelas ruas e praças públicas. Ao chegarem à cidade pediam permissão para se apresentar, em suas carroças ou em pequenos palcos improvisados. As companhias de commedia dell’arte eram itinerantes e possuíam uma estrutura de esquema familiar. Seguiam apenas um roteiro, que se denominava “canovaccio”, mas possuindo total liberdade de criação; os personagens eram fixos, sendo que muitos atores viviam exclusivamente esses papéis até a sua morte. Abaixo alguns exemplos. Colombina, Dottore, Arlequín, 1671 Brighella, 1570 1683 1653 Pagliaccio, Pantalone, 1600 1550
  • 2. Karel Dujardins mostrou uma cena vista por ele de perto do palco provisório de uma trupe viajante, em contraste com as ruínas idealizadas Romanas: obra datada de 1657 (Museu do Louvre) As origens exatas desta forma de comédia são desconhecidas. Alguns reconhecem nela a herdeira das Festas Atelanas, assim chamadas porque se realizavam na cidade de Atella, na península itálica meridional, em homenagem a Baco. As Fabulae Atellane, farsas populares, burlescas e grosseiras, eram uma das modalidades de comédia da antiguidade romana. Tal facto nunca foi historicamente comprovado. Gelosi (Os Ciumentos), dos irmãos Andreni, é a primeira companhia de que se tem conhecimento. Foi fundada em 1545 por oito actores de Pádua que se comprometeram a actuar juntos até à quaresma de 1546. Foram os primeiros a conseguir viver exclusivamente da sua arte. Neste âmbito, destaca-se também o nome de Angelo Beolco (1502-1542), considerado um percursor da Commedia dell’arte. Ele foi autor dos primeiros documentos literários onde as personagens eram tipificados. Outra das suas facetas mais conhecidas foi a de actor. Ele representava a personagem de Ruzzante, um camponês guloso, grosseiro, preguiçoso, ingénuo e zombador. Companhia I Gelosi (1580 d.C.). Em meados do século XVIII, Carlo Goldoni, um escritor veneziano, revitalizou as fórmulas usadas até à exaustão através da introdução do texto escrito e elementos mais realistas, que tornaram as suas peças conhecidas por todo o mundo.
  • 3. Desde o seu início, este tipo de comédia fascinou e atraiu o público entre as classes sociais mais elevadas. As melhores companhias - Gelosi, Confidenti, Fedeli – conseguiram levar as suas peças da rua para o palácio, fascinando audiências mais nobres. Devido a este apoio, foi-lhes permitido extrapolar as fronteiras do seu país de origem e viajar por toda a Europa, especialmente a partir de 1570. As companhias itinerantes levaram as suas peças à cena em todas as grandes cidades da Europa renascentista, deixando a sua marca em França, Espanha, Inglaterra, entre outros. Mais tarde, dramaturgos como Ben Jonson, Molière, Maviraux e Gozzi vão inspirar-se nas personagens estereotipadas. Descrição: Grupos viajantes de atores montavam um palco ao ar livre e proviam o divertimento através de malabarismo, acrobacias, e mais tipicamente, peças de humor improvisadas, baseadas num repertório de personagens pré-estabelecidos, e um roteiro descritivo das cenas. Essas trupes ocasionalmente atuavam na parte de trás de suas carroças de viagem, embora fosse mais comum a utilização do Carro di Tespi, um teatro móvel de antigamente. As apresentações eram improvisadas em cima de um estoque de situações convencionais: adultério, ciúme, velhice, amor. Esses personagens englobavam o ancestral do palhaço moderno. O diálogo e a ação poderiam facilmente ser atualizados e ajustados para satirizar escândalos locais, eventos atuais, ou manias regionais, misturados com piadas e bordões. Os personagens eram identificados pelo figurino, máscaras, e até objetos cênicos, como o porrete. Os Lazzi e Conchetti também são usados. Na trama tradicional, os innamorati estão apaixonados e querem se casar, mas um ou mais vecchi (plural de vecchio) estão os impedindo de se casar, então, eles precisam de um ou mais zanni para ajudá-los. Tipicamente termina tudo bem com o casamento dos enamorados e o perdão por todas as confusões causadas. Há inúmeras variações dessa história, assim como há muitas que se divergem completamente dessa estrutura, como uma famosa história em que o Arlecchino fica misteriosamente “grávido”. [editar] Personagens Antoine Watteau - Comediantes italianos Os personagens eram interpretados por atores usando máscaras, embora os innamorati (ou enamorados) não as usassem. Assim como os da mesma época (Shakespeare), os italianos vestiam atores homens en travesti – com roupas de mulheres e perucas. Ao contrário dos atores do Teatro Renascentista Inglês, no caso deles era por propósitos humorísticos, mais do que por proibição social.
  • 4. Em alguns casos, os personagens representavam algumas regiões ou capitais italianas. Frequentemente eles ainda são símbolos de suas cidades. Características As representações teatrais, levadas a cabo por actores profissionais, eram feitas nas ruas e nas praças, e fundaram um novo estilo e uma nova linguagem, caracterizadas pela utilização do cómico. Ridicularizando militares, prelados, banqueiros, negociantes, nobres e plebeus, o seu objectivo último era o de entreter um vasto público que lhe era fiel, provocando o riso através do recurso à música, à dança, a acrobacias e diálogos pejados de ironia e humor. As encenações da Commedia dell’arte baseavam-se na criação colectiva. Os actores apoiavam-se num esquema orientador e improvisavam os diálogos e a acção, deixando-se levar ao sabor da inspiração do momento, criando o tão desejado efeito humorístico. Eventualmente, as soluções para determinadas situações foram sendo interiorizadas e memorizadas, pelo que os actores se limitavam a acrescentar pormenores que o acaso suscitava, ornamentados com jogos acrobáticos. O elevado número de dialectos que se falavam na Itália pós-renascentista, determinaram a importância que a mímica assumia neste tipo de comédia. O seu uso exagerado servia, não só o efeito do riso, mas a comunicação em si. Comumente uma companhia nada fazia para traduzir o dialecto em que a peça era representada à medida que fosse actuando nas inúmeras regiões por que passava. Mesmo no caso das companhias locais, raras eram as vezes em que os diálogos eram entendidos na sua totalidade. Daí que atenção se centrasse na mímica e nas acrobacias, a única forma de se ultrapassar a barreira da ausência de unidade linguística. As companhias, formadas por até dez ou doze actores, apresentavam personagens tipificados. Cada actor desenvolvia e especializava-se numa personagem fixa, cujas características físicas e habilidades cómicas eram exploradas até ao limite. Variavam apenas as situações em que as personagens se encontravam. O comportamento destas personagens enquadrava-se num padrão: o amoroso, o velho ingénuo, o soldado, o fanfarrão, o pedante, o criado astuto. Scaramouche, Briguela, Isabela, Columbina, Polichinelo, Arlequim, o Capitão Matamoros e Pantaleone são personagens que esta arte celebrizou e eternizou. Importante na caracterização de cada personagem era o vestuário, e em especial as máscaras. As máscaras utilizadas deixavam a parte inferior do rosto descoberto, permitindo uma dicção perfeita e uma respiração fácil, ao mesmo tempo que proporcionavam o reconhecimento imediato da personagem pelo público. As peças giravam em torno de encontros e desencontros amorosos, com um inesperado final feliz. As personagens representadas inseriam-se em três categorias: a dos enamorados, a dos velhos e a dos criados (zannis). Estes últimos constituiam os tipos mais variados e populares. Havia o zanni esperto, que movimentava as acções e a intriga, e o zanni rude e simplório, que animava a acção com as suas brincadeiras atrapalhadas. O mais popular é, sem dúvida, Arlequim, o empregado trapalhão, ágil e malandro, capaz de colocar o patrão ou a si em situações confusas, que desencadeavam a comicidade. No quadro de personagens, merecem ainda destaque Briguela, um empregado correcto e fiel, mas cínico e astuto, e rival de Arlequim, Pantaleone ou Pantaleão, um velho fidalgo, avarento e eternamente enganado. Papel relevante era ainda o do Capitano (capitão), um covarde que contava as suas proezas de amor e em batalhas, mas que acabava sempre por ser desmentido. Com ele procurava-se satirizar os soldados espanhóis. As representações tinham lugar em palcos temporários, na maior parte das vezes nas ruas e praças das cidades e, ocasionalmente, na corte. A precaridade dos meios de transporte e vias e as consequentes dificuldades de locomoção, determinavam a simplicidade e minimalismo dos adereços e cenários. Muitas vezes, estes últimos resumiam-se a uma enorme tela pintada com a perspectiva de uma rua, de uma casa ou de um palácio. O actor surge assim como o elemento
  • 5. mais importante neste tipo de peças. Sem grandes recursos materiais, eles tornaram-se grandes intérpretes, levando a teatralidade ao seu expoente mais elevado.