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Prof. Marivane Biazus 
Especialista em Laboratório Didático no Ensino de Física 
Professora da rede pública do RS
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Este material foi produzido como trabalho de conclusão da minha especialização, com o objetivo de difundir o ensino de Física Moderna e fornecer a professores e alunos subsídios para a sua inserção na sala de aula. Não deve ser utilizado para fins comerciais. Ao utilizar o material mantenha a autoria!
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SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 – EFEITO FOTOELÉTRICO 
O modelo atômico de Dalton (1803) ...................................................................................................... 3 
O modelo atômico de Thomson (1897) ................................................................................................. 4 
O modelo atômico de Rutherford (1911) .............................................................................................. 4 
A constante de Planck ............................................................................................................................ 6 
Afinal, a luz é uma onda ou uma partícula? ........................................................................................... 7 
Efeito Fotoelétrico .................................................................................................................................. 7 
O modelo atômico de Bohr (1913) ......................................................................................................... 12 
O modelo atômico de Bohr para o átomo de hidrogênio ...................................................................... 12 
Espectro de Emissão ............................................................................................................................... 13 
Espectro de Absorção ............................................................................................................................. 14 
Modelo Atômico Atual ........................................................................................................................... 14 
As forças e as partículas de interação .................................................................................................... 16
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MODELOS ATÔMICOS 
Vivemos em um mundo onde as “coisas” são macroscópicas, porém o homem sempre se preocupou em desvendar outro mundo, o chamado mundo microscópico. Para isso, teve que fazer investigações e experimentações, além de criar novas ideias e modelos. 
Entre as muitas ideias que surgiram, havia a de que se dividirmos uma porção qualquer de matéria, poderíamos chegar à sua unidade fundamental, ou seja, até uma partícula que não poderia ser mais dividida. Essa ideia, muito antiga, é a da matéria descontínua. Há também a ideia da matéria contínua, no qual podemos dividir a matéria o quanto quisermos e pudermos, sem jamais encontrar sua unidade fundamental. 
Essas ideias foram especuladas há 2.500 anos, na Grécia antiga, gerando muita polêmica, como ainda hoje acontece com as novas teorias. Foram os gregos que inventaram o termo átomo (a = negação; tomo = partes, assim não há partes, e, portanto, não é divisível). Essas duas escolas filosóficas gregas incitaram o homem a pesquisar a matéria, mas havia um pequeno problema de época: tudo era feito filosoficamente, sem provas experimentais, apenas na retórica. 
Como você já dever estar imaginando, as ideias destes filósofos não foram universalmente aceitas. Aliás, até mais ou menos 1.600, as ideias sobre a continuidade da matéria eram as mais aceitas. Após essa data, com o advento do estudo dos gases e, principalmente, com as ideias do inglês Robert Boyle (1627-1691), o estudo da natureza corpuscular da matéria evoluiu, sendo abandonada a ideia de continuidade. A nova concepção estabeleceu-se definitivamente por volta de 1803, depois da divulgação da teoria atômica de Dalton. 
Da ideia inicial dos gregos até os nossos dias atuais, o átomo passou por muitas reconstruções e modelos, e a evolução desses modelos bem como as suas características veremos neste capítulo. Procure aproveitar e desfrutar das ideias que esses grandes cientistas tiveram em momentos ímpares de suas vidas e que ajudaram a revolucionar e mudar os pensamentos das suas respectivas épocas. 
O modelo atômico de Dalton (1803) 
Com base em estudos de outros cientistas anteriores a ele (isso é muito comum em qualquer área do conhecimento humano), o cientista inglês John Dalton (1766-1844) desenvolveu uma teoria denominada Teoria Atômica de Dalton que propunha um modelo de átomo que pregava as seguintes ideias: 
- Toda matéria é constituída por átomos; 
- Os átomos são esferas maciças, indivisíveis e neutras; 
- Os átomos não podem ser criados nem destruídos; 
- Os elementos químicos são formados por átomos simples; 
- Os átomos de determinado elemento são idênticos entre si em tamanho, forma, massa e demais propriedades; 
- Um composto é formado pela combinação de átomos de dois ou mais elementos que se unem entre si em várias proporções simples. Cada átomo guarda sua identidade química. 
A partir da divulgação das ideias de Dalton, seguiu-se um período de intensa aplicação e comprovação da sua teoria. Apesar de começarem a ser evidenciadas várias falhas, Dalton recusava sistematicamente tudo o que contrariasse suas afirmações. Graças ao seu prestígio, suas ideias mantiveram-se inalteradas por algumas décadas. 
Figura 1 - Modelo de átomo de Dalton 
Extraído de: 
http://quimicacoma2108.blogspot.com/2010/03/modelos- atomicos_29.html
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O modelo atômico de Thomson (1897) 
Joseph John Thomson (1856-1940) derrubou a ideia de que o átomo era indivisível. Com os dados disponíveis na época, propôs um modelo mais coerente que o de Dalton. 
Primeiramente ele considerou que toda matéria era constituída de átomos. Estes átomos continham partículas de carga negativa, denominadas elétrons. Eletricamente neutros, os átomos apresentavam uma distribuição uniforme, contínua e esférica de carga positiva, no qual os elétrons distribuíam-se uniformemente. Essa distribuição garante o equilíbrio elétrico, evitando o colapso da estrutura. O diâmetro do átomo seria da ordem de 10-10 m. 
O átomo de Thomson também ficou conhecido como o Modelo do Pudim de Passas, no qual as passas representam os elétrons e a massa do pudim, a carga elétrica positiva. 
O modelo atômico de Rutherford (1911) 
Em 1911 o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), ganhador do prêmio Nobel em 1908, fez sua “experiência de espalhamento de partículas alfa” para suas novas descobertas sobre a estrutura do átomo, surgindo daí a base para o modelo de átomo que estudamos até os dias de hoje. 
Em sua experiência, Rutherford bombardeou uma fina folha de ouro com partículas alfa (pequenas partículas radioativas portadoras de carga elétrica positiva emitidas por alguns átomos radioativos, como o polônio). Observou que a maioria atravessou a lâmina, outras mudaram ligeiramente de direção e algumas ricochetearam. 
Este acontecimento foi evidenciado por uma tela com material fluorescente apropriado, usado na identificação de partículas alfa. Mas o que Rutherford esperava com isso? Ele esperava que, segundo o modelo de Thomson, as partículas alfa atravessassem a folha de ouro quase sem sofrer desvios. 
Entretanto, os desvios foram muito mais intensos do que se poderia supor (algumas partículas até ricochetearam). Foi a partir dessa experiência que Rutherford levou suas ideias para o meio científico. A ideia de Thomson para o átomo foi mantida em parte, mas com modificações estruturais importantes. 
Rutherford propôs que os átomos seriam constituídos por um núcleo muito denso, carregado positivamente, onde se concentraria praticamente toda a massa. Ao redor desse núcleo positivo ficariam os elétrons, distribuídos espaçadamente numa região denominada de eletrosfera. Comparou seu modelo ao do sistema solar, onde o Sol seria o núcleo, e os planetas, os elétrons. Surge então o célebre modelo planetário do átomo. 
De sua experiência Rutherford também pode concluir, fazendo medidas quantitativas, que o átomo teria um núcleo com diâmetro da ordem de 10-13 cm e que o diâmetro do átomo seria da ordem de 10-8cm. Isso significa que o núcleo é aproximadamente cem mil vezes menor que o átomo. A medida 10-8 cm passou a ser chamada por uma unidade de medida conhecida por angstrom (1Å = 10-8 cm). 
Portanto, as principais características do átomo de Rutherford são as seguintes: 
- O átomo não é maciço, mas formado por uma região central, denominada núcleo, muito pequeno em relação ao diâmetro atômico; 
- Esse núcleo concentra toda a massa do átomo e é dotado de carga elétrica positiva, onde estão os prótons; 
Figura 2: Modelo de átomo de Thomson 
Extraído em: 
http://fisicacampusararangua.blogspot.com/2010/04/modelo-atomico-de-thomson.html 
Figura 3: Experimento de Rutherford 
Extraído em: 
www.if.ufrgs.br/.../fismod/mod06/m_s06.html 
Figura 3: Modelo de Rutherford 
Extraído em: 
saber.sapo.ao/wiki/Experiência_de_Rutherford
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- Na região ao redor do núcleo, denominada de eletrosfera, estão girando em órbitas circulares os elétrons (partículas muito mais leves que os prótons, cerca de 1836 vezes), neutralizando a carga nuclear. 
Pare para pensar nos avanços nos modelos atômicos desde os gregos até este de Rutherford. Quantos estudos independentes tiveram de ser feitos para que chegássemos a essas conclusões: estudo das massas, leis de conservação da energia, radioatividade, muita matemática e cálculos avançados. Os cálculos foram muitas vezes o alicerce que os cientistas tinham para que essas informações fossem divulgadas para o meio científico. Aliás, foi esta matemática associada aos estudos sobre a natureza da luz e da radiação dos corpos incandescentes que deu suporte para o desenvolvimento da teoria quântica da matéria. 
Você já deve ter entendido que o átomo não foi descoberto por uma pessoa em especial. Você viu que Dalton propôs um modelo que tinha falhas, as quais foram cobertas por outras teorias, e outras, e outras, etc... Todas tentando explicar a velha indagação dos antigos gregos: a matéria é contínua ou descontínua? 
O átomo foi sendo descoberto aos poucos através de inúmeras teorias provadas cientificamente desde 1803, com Dalton. Mas mesmo no modelo atômico proposto por Rutherford, em 1911, havia ainda certas perguntas que esse modelo não explicava, por exemplo: como explicar que partículas com cargas de mesmo sinal se concentravam no núcleo do átomo? Não deveriam os prótons repelirem-se, obedecendo à lei de Du Fay? Outro detalhe é que, segundo os trabalhos de James Clerck Maxwell (1831- 1879) sobre eletromagnetismo, partículas carregadas e em movimento acelerado irradiam energia (ondas eletromagnéticas) e, portanto, “gastam” energia. Sendo assim, os elétrons não poderiam ter órbita circular estável e estariam sofrendo perda constante de energia durante seu giro em torno do núcleo, caindo rapidamente no núcleo! Contudo, isso não ocorre. Como explicar esse fenômeno? Apesar dessas indagações não respondidas pela estrutura de Rutherford, isso não significa que tenhamos que abandoná- la por completo. O átomo de Rutherford provou a existência do núcleo, mas falhou na explicação da estabilidade do átomo. 
Descreva as principais características do modelo atômico de Dalton, Thomson e de Rutherford. 
Rutherford, em seus estudos sobre estrutura atômica, descobriu que os átomos são formados por uma parte central positiva e uma região periférica negativa. A relação de tamanho entre estas duas regiões é muito discrepante. Se o núcleo tivesse o tamanho de uma bolinha de gude (raio = 1 cm), aproximadamente, qual seria o tamanho da eletrosfera? 
Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, relacionando os nomes dos cientistas com os modelos atômicos. 
1. Dalton 2. Rutherford 3. J. J. Thomson 
( ) Descoberta do átomo com núcleo. 
( ) Átomos esféricos, maciços, indivisíveis. 
Pense e responda... 
2. 
3.
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( ) Modelo semelhante a um "pudim de passas" com cargas positivas e negativas em igual número. 
( ) Os elétrons giram em torno do núcleo. 
Assinale a sequência CORRETA encontrada: 
a) 1 - 2 – 3-2 b) 1 - 3 – 2-2 
c) 2 - 1 – 3-2 d) 3 - 2 – 1-2 
"O átomo contém um núcleo positivo, muito pequeno e denso, com todos os prótons, que concentra praticamente toda a massa. Os elétrons devem estar distribuídos em algum lugar do volume restante do átomo". 
Esta afirmação é devido a: 
a) Rutherford. b) Millikan. 
c) Thomson. d) Bohr. 
e) Faraday. 
Ao resumir as características de cada um dos sucessivos modelos do átomo de hidrogênio, um estudante elaborou o seguinte resumo: 
MODELO ATÔMICO: Dalton 
CARACTERÍSTICAS: átomos maciços e indivisíveis. 
MODELO ATÔMICO: Thomson 
CARACTERÍSTICAS: elétron, de carga negativa, incrustado em uma esfera de carga positiva. A carga positiva está distribuída, homogeneamente, por toda a esfera. 
MODELO ATÔMICO: Rutherford 
CARACTERÍSTICAS: elétron, de carga negativa, em órbita em torno de um núcleo central, de carga positiva. Não há restrição quanto aos valores dos raios das órbitas e das energias do elétron. 
O número de ERROS cometidos pelo estudante é: 
a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 
A constante de Planck 
Em 1900 o físico Max Planck lançou a hipótese de que os corpos aquecidos emitiam energia radiante em pacotes discretos, o qual ele denominou de quanta. De acordo com ele, a energia de cada pacote era proporcional à frequência da radiação. 푬~풇 
Para tornar esta equação exata foi introduzida uma constante de proporcionalidade h. Essa constante foi chamada de constante de Planck (h), em homenagem ao físico. A constante de Planck é dada pelo número resultante do quociente entre a energia pela sua frequência. 풉= 풇 푬 
4. 
5.
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Essa constante é uma grandeza fundamental da natureza que serve para estabelecer um limite inferior para a pequenez das coisas. Esta grandeza é comparada a em grau de importância a velocidade da luz e a constante universal da gravidade. 
A equação abaixo expressa a menor quantidade de energia que pode ser convertida em luz de frequência f. A radiação luminosa não é emitida de maneira contínua, mas como uma corrente de fótons, cada um deles vibrando com uma frequência f e transportando uma energia igual hf. 
Afinal, a luz é uma onda ou uma partícula? 
Para explicar o efeito fotoelétrico, Einstein estabeleceu que a luz ou qualquer outra forma de radiação eletromagnética é composta por partículas de energia, os fótons. E outras palavras, para ele a energia estava concentrada em pacotes de energia e, portanto a luz tinha comportamento corpuscular. Essa concepção é contraditória a teoria ondulatória da luz e uma série de fenômenos físicos como a reflexão, a refração, a interferência e a difração. 
Na teria ondulatória da luz, a luz seria uma energia distribuída continuamente, como uma onda se propagando ao longo de uma corda, sobre uma superfície ou até mesmo em determinada região no espaço. 
Para resolver este impasse os físicos propuseram que a luz possuía uma natureza “dual”, ou seja, em determinados fenômenos ela se comporta como uma onda (natureza ondulatória) e em outros momentos como se fosse uma partícula (natureza corpuscular). Essa teoria atualmente que descreve a natureza da luz: dualidade onda-partícula. A luz pode ter comportamento ondulatório ou corpuscular, mas nunca esses dois comportamentos serão simultâneos. 
O físico francês Louis de Broglie (1892 – 1987) reforçando a teoria corpuscular da luz mostrou que uma partícula, por exemplo, o elétron, tem um comportamento análogo à luz, ou seja, tem um caráter partícula-onda (dual). Considerando que as ondas eletromagnéticas podem ser interpretadas de forma matemática através das equações, as quais já haviam sido desenvolvidas pelos físicos ao tratar do movimento ondulatório em geral, podemos calcular a quantidade de movimento de um elétron (ou qualquer outra entidade) quando ele tem um comportamento ondulatório, pela expressão: 푸= 풉 흀 
Para um fóton que se move na velocidade da luz (c = 300.000 Km/s) a direção dessa quantidade de movimento coincide com a do raio luminoso. Quanto maior for à frequência, maior será a sua energia e a quantidade de movimento do fóton e mais evidentes se tornam as propriedades corpusculares da luz. Dado o fato de a constante de Planck ser muito pequena, é muito pequena também a energia dos fótons de luz visível. Os fótons correspondentes à luz verde, por exemplo, possuem a energia de 4.10-19 J. Contudo, existem experiências que o olho humano é capaz de reagir e distinguir diferenças de intensidades luminosas da ordem de alguns quantas. 
Efeito Fotoelétrico 
Em 1887 Heinrich Hertz (Físico Alemão, 1857-1894) no desenvolvimento de suas pesquisas para geração e detecção de ondas eletromagnéticas percebeu um fato interessante: o brilho das faíscas do transmissor que emitia essas ondas melhorava o desempenho do detector. Hertz concluiu que tal fenômeno se devia às radiações ultravioleta emitidas por essas faíscas e se acentuava quando a radiação incidia no terminal negativo de bronze polido do detector (Pense
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sobre o fato de justamente o terminal negativo do detector estar relacionado com a incidência de radiação). Este fenômeno recebeu o nome de efeito fotoelétrico. 
Após a morte de Hertz o seu auxiliar, o físico alemão Phillip Lenard (1862-1947) deu continuidade às suas pesquisas, utilizando um dispositivo experimental de diferentes placas de metais polidos, colocados no interior de ampolas de vácuo. 
Lenard estabeleceu duas leis experimentais que descrevem o efeito fotoelétrico: 
1. Para determinada frequência, o número de elétrons emitidos pela placa metálica iluminada é proporcional à intensidade da luz incidente na placa. 
2. A energia cinética dos elétrons emitidos pela placa é proporcional à frequência da radiação incidente, não depende da intensidade dessa radiação. 
Temos então uma novidade que a Teoria Ondulatória da Luz não explicava: a relação entre frequência e energia da onda eletromagnética. A maior parte das radiações visíveis não ocasiona a emissão de elétrons de metais. Entretanto até as radiações ultravioleta de intensidade muito pequena produzem emissão de elétrons na maioria dos metais. 
Em 1905 o físico alemão Albert Einstein (1879, 1955) propõe uma solução para o entendimento do efeito fotoelétrico. De acordo com Einstein, a radiação eletromagnética (incluindo a luz) não se distribui uniformemente pelo espaço como sugere a teoria ondulatória da luz. Ela se concentra em pequenos quanta de energia. 
Segundo ele a energia chega aos elétrons em pacotes. Cada pacote é um “quantum” de energia, ou seja, carrega uma quantidade bem definida de energia. Os “quanta” de energia radiante foram batizados de fótons. No efeito fotoelétrico, os fótons interagem com a matéria como se fossem partículas, mas a sua propagação no espaço tem um comportamento ondulatório. 
A onda eletromagnética ao incidir sobre o material transfere aos seus elétrons certa energia. Uma parte dessa energia é usada para realizar o trabalho de “arrancar” o elétron do material, o restante é transformado em energia de movimento para o elétron (energia cinética). Esse fenômeno pode acontecer com vários materiais, mas pode ser mais facilmente observado nos metais. 
Então considere que a energia de cada fóton é dada por: 푬=풉.풇 
Onde: 
E = energia de cada fóton 
h = constante de Planck (6,63.10-34J.s) 
f = frequência do fóton 
Essa energia de cada fóton se transforma em energia cinética e em trabalho realizado para arrancar o elétron do material, então temos: 푬= 흉+푬풄풊풏 (풎á풙) → 풉.풇= 흉+ 풎.풗풎á풙 ퟐ ퟐ 
Essa equação demonstra que: 
- A intensidade da luz é proporcional ao número de porções de energia contido no feixe luminoso; 
Figura 5: Efeito Fotoelétrico 
Extraído em: 
http://efeitofotoeletrico2m4.blogspot.com/2009/09/efeito-foto- eletrico.html
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- O número de elétrons é dado pela frequência da luz (f) e pelo trabalho (흉); 
- O trabalho necessário para arrancar o elétron depende da natureza do metal e da qualidade da superfície; 
Cada elétron ligado a um material interage com o núcleo por uma força atrativa. Assim o elétron precisa receber uma quantidade mínima de energia para ser extraído. Se a energia de cada fóton não superar essa quantidade mínima de energia o elétron não é extraído e o efeito fotoelétrico não acontece. Mas se a energia de cada fóton superar o valor mínimo exigido o elétron é extraído. Essa energia mínima é chamada de frequência de corte (풇풄 ) ou limite vermelho do efeito fotoelétrico e é dado por: 풇풄= 흉 풉 
O trabalho (흉) depende de cada substância, a freqüência de corte (풇풄) do efeito fotoelétrico e também varia de substância para substância. 
A função de trabalho do cobre é 4,3 eV. Um fotoelétron do cobre é expulso com energia cinética máxima de 4,2 eV. Qual é a frequência f do fóton incidente que expulsou aquele fóton-elétron? Dado: constante de Planck h = 6,62 x 10-34 J.s. 
Resolução: 
De acordo com a equação fotoelétrica de Einstein temos: 퐸= 휏+퐸퐶 
O trabalho é: 흉 = 4,3 eV. 
A energia cinética é: 푬푪 = 4,2 eV 
Logo: 퐸= 휏+퐸퐶 퐸= 4,3 푒푉+4,2 푒푉=8,5 푒푉 
Lembrando que 퐸=ℎ.푓 teremos: ℎ.푓=8,5 푒푉 
Como o h (constante de Planck) vale: 6,62 x 10-34 J.s é necessário converter 8,5 eV em J.s 
1 푒푉 →1,60 푥 10−19 6,62 푥 10−34.푓=13,6 푥 10−19 
8,5 푒푉 →푥 푓= 13,6 푥 10−19퐽 6,62 푥 10−34 퐽.푠 = ퟐ,ퟎퟓ 풙 ퟏퟎퟏퟓ 푯풛 푥=8,5 푥 1,60 푥10−19 
푥=13,6 푥 10−19 퐽 Logo a frequência do fóton é ퟐ,ퟎퟓ 풙 ퟏퟎퟏퟓ 푯풛 
Sobre um metal faz-se incidir sucessivamente luz verde e luz azul. Sabe-se que com luz verde o metal não emitiu elétrons e com a luz azul o metal emitiu elétrons. Assinale a proposição correta: 
a) A emissão de elétrons por um metal, ao receber luz, é denominada efeito fotoelétrico e foi explicado por Max Planck. 
b) Se aumentarmos adequadamente a intensidade da luz verde, o metal passará a emitir elétrons. 
c) Se aumentarmos a intensidade da luz azul, a energia cinética dos elétrons emitidos aumentará. 
d) Se iluminarmos i metal com luz violeta haverá emissão de elétrons com energia cinética maior do que os elétrons emitidos quando se usou a luz azul. 
Exercicio Resolvido... 
Pense e responda... 
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e) Quando aumentarmos a intensidade da luz, o elétron pode absorver dois fótons de uma vez e ser emitido com maior energia cinética. 
(ITA) Incide-se luz numa material fotoelétrico e não se observa a emissão de elétrons. Para que ocorra a emissão de elétrons do mesmo material, basta que se aumente: 
a) a intensidade de luz. 
b) a frequência da luz. 
c) o comprimento da onda da luz. 
d) a intensidade e a frequência da luz. 
e) a intensidade e o comprimento da onda da luz. 
(UFRS-2000) Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do parágrafo abaixo. O ano de 1900 pode ser considerado o marco inicial de uma revolução ocorrida na Física do século XX. Naquele ano, Max Planck apresentou um artigo à Sociedade Alemã de Física, introduzindo a ideia de ..................... da energia, da qual Einstein se valeu para, em 1905, desenvolver sua teoria sobre o efeito fotoelétrico. 
a) conservação. 
b) quantização. 
c) transformação. 
d) conversão. 
e) propagação. 
(PUC-MG) O efeito fotoelétrico consiste: 
a) Na existência de elétrons em uma onda eletromagnética que se propaga em um meio uniforme e contínuo. 
b) Na possibilidade de se obter uma foto do campo elétrico quando esse campo interage com a matéria. 
c) Na emissão de elétrons quando uma onda eletromagnética incide em certas superfícies. 
d) No fato de que a corrente elétrica em metais é formada por fótons de determinada energia. 
e) Na ideia de que a matéria é uma forma de energia, podendo transformar-se em fótons ou em calor. 
Para que a prata exiba o efeito fotoelétrico é necessário que ela tenha uma frequência de corte de 1,14. 1015 Hz. Determine: 
a) função trabalho (W), em J e em eV, para “arrancar” um elétron de uma placa de prata. 
b) quando uma radiação de frequência de f = 4.1015 Hz atinge a placa de prata, qual a energia cinética máxima dos elétrons emitidos? (massa do elétron = 9,1. 10-31 Kg) 
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Aplicações do efeito fotoelétrico 
Graças ao efeito fotoelétrico tornou-se possível o cinema falado, assim como a transmissão de imagens animadas (televisão). O emprego de aparelhos fotoelétricos permitiu construir maquinaria capaz de produzir peças sem intervenção alguma do homem. Através do efeito fotoelétrico é possível controlar o tamanho das peças na indústria, acender e desligar automaticamente a iluminação de ruas, faróis, etc. 
Tudo isto tornou-se possível devido à invenção de aparelhos especiais, chamados células fotoelétricas, em que a energia da luz controla a energia da corrente elétrica ou se transforma em corrente elétrica. 
Uma célula fotoelétrica moderna consta de um balão de vidro cuja superfície interna está revestida, em parte, de uma camada fina de metal com pequeno trabalho de arranque. 
Quando a luz incide no cátodo da célula fotoelétrica, no circuito produz-se uma corrente elétrica que aciona um relé apropriado. A combinação da célula fotoelétrica com um relé permite construir um sem-número de dispositivos capazes de ver, distinguir objetos. Os aparelhos de controle automático de entrada no metro constituem um exemplo de tais sistemas. Esses aparelhos acionam uma barreira que impede o avanço do passageiro, caso este atravesse o feixe luminoso sem ter previamente introduzido a moeda necessária. 
A figura 5 esquematiza uma célula fotoelétrica. Quando a luz incide na célula, no circuito da pilha Pi1 produz-se uma corrente elétrica de pequena intensidade que atravessa a resistência R cujas extremidades estão ligadas à grelha e ao cátodo do tríodo T. O potencial do ponto G (grelha) é inferior ao do ponto C (cátodo). A válvula, nestas condições, não deixa passar a corrente elétrica e, portanto, no circuito anódico do tríodo não há corrente. Se a mão ou o braço do operário se encontrar, por casualidade ou negligência, na zona de perigo, faz com que seja cortado o fluxo luminoso que normalmente incide na célula fotoelétrica. A válvula fica aberta e através do enrolamento do relé eletromagnético ligado ao circuito anódico passa a corrente elétrica, acionando o relé cujos contatos fecham o circuito de alimentação do mecanismo responsável por parar a prensa. 
Extraído de: http://www.algosobre.com.br/fisica/aplicacao-do-efeito-fotoeletrico.html
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O modelo atômico de Bohr (1913) 
Em 1913, o físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962), ganhador do prêmio Nobel em 1922, propôs um modelo atômico explicando a estabilidade do átomo. Este modelo combinava com os trabalhos de Planck, Einstein e Rutherford. 
Bohr formulou a hipótese de que o elétron do átomo de hidrogênio girava em torno do núcleo atraído pela carga positiva. De acordo com os estudos até então sobre o átomo, a órbita do elétron teria que ser circular ou elíptica como as órbitas dos planetas ao redor do Sol. Para simplificar os cálculos Bohr decidiu trabalhar com órbitas circulares. 
No modelo clássico do átomo à medida que o elétron perde energia por radiação, o raio da órbita se torna cada vez menor e a frequência da radiação emitida cada vez maior, um processo que acaba apenas quando o elétron se choca com o núcleo. Desse modo, o modelo de Bohr deveria prever que o átomo irradia energia de forma contínua e possui uma vida muito curta. Mas na prática, a menos que sejam excitados por um agente externo, os átomos não irradiam energia continua. 
Então, em seus postulados, Bohr propõe um modelo atômico em que: 
- Os elétrons se movem em certas orbitas sem irradiar energia. Essas órbitas foram chamadas por Bohr de estados estacionários. Portanto, diz-se que o elétron está em um estado estacionário ou em um nível de energia, no qual cada órbita é caracterizada por um número quântico (n), que pode assumir valores inteiros entre 1, 2, 3... 
- Um elétron que permanece em um dado estado estacionário não emite energia, apresentando assim energia constante; 
- A passagem de um elétron de uma órbita para outra supõe absorção ou emissão de determinada quantidade de energia, conforme o elétron se move de uma posição menos energética para outra mais energética e vice-versa; 
- A energia é absorvida ou liberada na forma de radiação eletromagnética e é calculada pela expressão: 
ΔE = h.f ou Ei – Ef = h.f 
onde Ei é a energia do estado inicial do orbital atômico e Ef é a sua energia final, f corresponde à frequência da onda eletromagnética (luz) emitida ou absorvida e h é a constante de Planck. 
- Pelo principio da correspondência sejam quais forem às modificações introduzidas na física clássica para descrever o comportamento da matéria em nível submicroscópico, quando esses resultados são estendidos ao mundo macroscópico devem estar de acordo com as leis da física clássica. 
O modelo atômico de Bohr para o átomo de hidrogênio 
Analisando o modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio, concluímos que o estado de menor nível de energia corresponde a n = 1, chamado de estado fundamental. 
Pela expressão do raio rn, descobre-se que o raio para a órbita no nível n = 1, chamado de raio de Bohr, é de r1 =̃ 0,52.10-10 m ou 0,52 Å, e que os raios para as demais órbitas podem ser generalizadas pela expressão: rn = n2 . r1. 
A energia no estado fundamental chamada de E1 tem o valor –13,60 eV, calculada pela expressão: 
Figura 6: Modelo de átomo de Bohr 
Extraído em: 
http://www.coladaweb.com/ quimica/fisico- quimica/modelos-atomicos 
Figura 7: Órbitas de Bohr para o átomo de hidrogênio. 
Extraído em: 
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/modelo-atomico-de- bohr/modelo-atomico-de-bohr-1.php
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Nas expressões do raio rn e da energia En considera-se n = 1, 2, 3... para cada órbita permitida. 
Além disso, ε0 é a permissividade elétrica do vácuo (8,85.10-12), h é a constante de Planck (6,63.10-34 J.s), 
π é o conhecido número pi (3,14), m é a massa do elétron (9,1.10-31 kg) bem como e é o valor de sua carga 
elétrica em módulo (carga elementar = 1,6.10-19 C). Z é o número atômico (número de prótons no núcleo 
do átomo) do elemento considerado, no caso para o hidrogênio Z = 1. 
No modelo de Bohr, se um elétron receber a energia adequada, ele passará para um estado de 
maior energia, chamado de estado excitado, mas ficará nesse estado por um curtíssimo intervalo de 
tempo; rapidamente ele emitirá um fóton (onda eletromagnética) e voltará para o estado fundamental. 
Espectro de Emissão 
Cada elemento químico tem seu próprio padrão característico de níveis de energia e, 
portanto, emite luz de acordo com seu padrão característico de frequência, ou espectro de 
emissão. Por exemplo, quando a luz de uma lâmpada comum atravessa uma fenda estreita e é 
focada através de um prisma, em uma tela podemos observar que a luz é decomposta em várias 
cores como podemos observar na imagem. As cores assim demonstradas na imagem são as linhas 
espectrais. 
As linhas espectrais correspondem às transições eletrônicas entre os níveis atômicos de 
energia e são uma característica própria de cada elemento, como as impressões digitais de uma 
pessoa. 
Se em vez de utilizarmos uma lâmpada comum, utilizarmos uma lâmpada de gás vamos 
observar que apenas algumas linhas aparecem no espectro e assim não obteremos um espectro 
completo. Por que isso ocorre? 
Figura 8: Linhas espectrais da produzidas por uma lâmpada comum. 
Figura 9: Linhas espectrais da produzidas por uma lâmpada de gás.
15 
Cada cor possui uma determinada frequência que corresponde a um determinado comprimento de onda. As linhas que aparecem no espectro correspondem às frequências predominantes da luz emitida pelos átomos do gás. O restante do espectro permanece escuro, mas há inúmeras outras linhas que não são perceptíveis a olho nu. 
Espectro de Absorção 
Ao observar a luz branca proveniente de uma lâmpada vimos que o espectro é contínuo e forma um arco-íris completo. Mas, se utilizarmos uma lâmpada de gás podemos notar que o espectro não é contínuo. Neste caso dizemos que trata-se do espectro de absorção. 
As linhas escuras vistas contra o fundo colorido em arco-íris são como as linhas de emissão em negativo. Elas são as linhas de absorção. 
Os átomos absorvem luz, assim como a emitem. Um determinado átomo absorverá mais fortemente a luz com as frequências nas quais ele esta sintonizado, ou seja, aquelas que têm as mesmas frequências que ele próprio emite. 
Quando um feixe de luz branca atravessa o gás, os átomos deste absorvem seletivamente as frequências da luz do feixe. A luz absorvida é novamente irradiada, mas em todas as direções ao invés de apenas na direção do feixe incidente. 
Quando a luz que permaneceu no feixe é espalhada formando um espectro, as frequências que foram absorvidas revelam-se como linhas escuras no espectro obtido, que de outro modo seria continuo. As posições dessas linhas correspondem exatamente às posições das linhas do espectro de emissão. 
Modelo atômico atual 
Como vimos, o modelo atômico de Bohr baseado nos estudos de nos estudos de Planck e Einstein, resolveu o problema em discussão na época: como os elétrons nos átomos possuem valores definidos de energia permitidos, não conseguem irradiar continuamente até cair no núcleo. Ele mostrou que quando o elétron muda de órbita ele ou absorve ou emite um fóton, e, portanto a energia se conserva. 
O ápice dessas ideias acaba por fornecer ao mundo a partir da década de 20 do século passado a Teoria Quântica, fundamental no desenvolvimento tecnológico em que estamos inseridos. Porém, outra dúvida ainda restava: por que o núcleo atômico não se separava ou desintegrava se cargas iguais (prótons) se repelem? Em 1932 Chadwick (1891-1974) começa a responder a essa questão com a descoberta do nêutron. Esta é uma partícula sem carga e que está também no núcleo dos átomos junto aos prótons. 
Surge em seguida uma explicação mais definitiva para essa pergunta através da teoria de uma nova interação entre as partículas do núcleo e que passou a ser chamada de força nuclear ou força forte, força esta atrativa entre os prótons positivos e os nêutrons, mas que impera e vence a repulsão entre as cargas iguais. 
Em 1930 Pauli (1900-1958) postula a existência de uma partícula de dificílima detecção ao estudar o decaimento radioativo: o neutrino. Hoje ele é bem conhecido e sabe-se que é capaz de atravessar a Terra vindo através dos confins do Universo sem “esbarrar” em nenhum átomo sequer. Origina-se em grandes quantidades em explosões de supernovas e nos chegam também nos raios cósmicos, partículas de altíssima energia de origem desconhecida. Logo, na década de 30 já se conhecia o elétron (e- modelo de partículas na Física.
16 
À medida que a tecnologia de aceleração de partículas foi se desenvolvendo novas descobertas foram feitas a partir das colisões de altíssima energia com o núcleo e medindo-se a carga elétrica, a massa e o spin (o momento angular intrínseco das partículas ou seu giro). Foram usadas letras gregas para representá-las e surgiram então os hádrons tabelados: Pi (¶), ômega (Ω), sigma (σ), etc.. 
Suspeitou-se então que tais partículas oriundas de colisões de altíssima energia e atuantes na força forte nuclear possuiriam outros componentes ainda menores para constitui-lo. E na década de 60, Murray Gell-Mann (1929-) propõe o quark, em três formatos ou padrões indivisíveis (como na ideia de Demócrito) e que, combinados, formariam os hádrons conhecidos até então citados acima. Foram nomeados os quarks up (u), down (d) e strange (s). Por exemplo, o próton descobriu-se ser constituído pela combinação de quarks u u d. Já o neutron pelos quarks u d d. Importante ressaltar que os quarks nunca aparecem na natureza isoladamente; estão sempre combinados com outros quarks ou antiquarks. 
Com a idéia dos quarks define-se um padrão de constituição para a matéria definida em duas grandes classes para a maioria das partículas, e que depois se especializou ou subdividiu-se ainda mais: 
• HÁDRONS: partículas não elementares, mas que são constituídas por outras ainda menores – os quarks. Os hádrons se subdividem em: 
1. Mésons: partículas formadas por dois quarks, um quark e um antiquark. Exemplo: méson K+, composto por um quark up e um antiquark strange. 
2. Bárions: partículas formadas por três quarks (ou antiquarks). Exemplo: prótons e neutrons. 
• LÉPTONS: partículas elementares (indivisíveis), não formadas por quarks, e que não se combinam para formar hádrons, pois não sofrem a força forte nuclear. Exemplo típico é o elétron, o neutrino e o múon (μ). 
São denominados sugestivamente de sabores os nomes dos léptons e dos quarks. Até hoje se suspeita que a maior parte da matéria constituinte fundamental do universo seja composta de léptons e quarks up e down, partículas fundamentais. O mais famoso físico brasileiro, César Lattes (1924-2005), junto com outros cientistas detectou experimentalmente o chamado méson pi (ou píon). Durante a década de 60 e até a década de 90 novas partículas foram sendo acrescidas à classificação acima e comprovadas experimentalmente, inclusive com a participação de cientistas brasileiros, como no caso do quark top em 1994/95 no acelerador de partículas do Fermilab (EUA). 
E como ficou o Modelo Padrão? Temos hoje em dia seis tipos de léptons e de quarks arrumados de acordo com a massa que possuem em ordem crescente. Observe a tabela ao lado. 
Figura 10 - Próton formado por u u d 
- Neutron formado u d d 
Extraído de: 
http://www.debatesculturais.com.br/a-fisica-e-o- modelo-padrao-de-particulas/
17 
As forças e as partículas de interação 
Na Física Moderna, as forças ou interações são transmitidas pela troca de partículas mediadoras. As quatro forças descritas na primeira parte deste trabalho (forte, gravitacional, eletromagnética e fraca) utilizam-se delas. São elas: 
1 – Força Gravitacional: Sabemos que quaisquer corpos com massa se atraem, como o Sol e a Terra. Mas até o momento o GRÁVITON não foi detectado experimentalmente e por isso a interação gravitacional não está incluída no modelo padrão descrito. 
2 – Força Eletromagnética: Aqui está envolvida a carga elétrica que os corpos possuem. A partícula mediadora é o FÓTON (). 
3 – Força Forte: Força atrativa que age nos nucleons (partículas do núcleo atômico). É atrativa para todas as combinações de prótons e neutrons. Age sobre os quarks, e a partícula mediadora chama-se GLÚON (nome cuja origem vem do inglês glue – cola). Os glúons (g) são dotados de uma propriedade chamada carga forte (ou cor na terminologia física) e que desempenha o papel similar ao da carga elétrica, podendo então interagir entre si. 
4 – Força Fraca: é responsável pelo decaimento radioativo 휷. Interage com os neutrinos (que não tem carga elétrica e talvez não possuam massa). As partículas mediadoras desta interação são os ainda procurados experimentalmente BÓSONS DE HIGGS e partículas W+, W-, Z0. 
As partículas responsáveis pela interação das forças são conhecidas por bósons:
18 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
CARRON e GUIMARÃES, Wilson e Osvaldo. As faces da Física volume único. Editora Moderna, 2ª edição 2002. 
CHESMAN, Carlos. Física Moderna Experimental e Aplicada. Editora Livraria da Física, 2ª edição, São Paulo 2004. 
HEWIT, Paul G. (Tra. Trieste Freire Ricci e Maria Helena Gravina). Física Conceitual. Editora Bookman, 9ª edição, Porto Alegre 2002. 
http://phet.colorado.edu/en/simulation/photoelectric 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_integrado 
MÁXIMO e ALVARENGA, Antônio e Beatriz. Curso de Física volume 3. Editora Scipione, 5a edição, 2000. 
PENTEADO e TORRES, Paulo Cézar M. e Carlos Magno A. Física Ciência e Tecnologia volume 3 Editora Moderna, edição 2005. 
SEARS e ZEMANSKY, Young e Freedman. Física IV Ótica e Física Moderna. Editora Addison Wesley, 2009.

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Modelos atômicos evoluídos

  • 1. Prof. Marivane Biazus Especialista em Laboratório Didático no Ensino de Física Professora da rede pública do RS
  • 2. 2 Este material foi produzido como trabalho de conclusão da minha especialização, com o objetivo de difundir o ensino de Física Moderna e fornecer a professores e alunos subsídios para a sua inserção na sala de aula. Não deve ser utilizado para fins comerciais. Ao utilizar o material mantenha a autoria!
  • 3. 3 SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – EFEITO FOTOELÉTRICO O modelo atômico de Dalton (1803) ...................................................................................................... 3 O modelo atômico de Thomson (1897) ................................................................................................. 4 O modelo atômico de Rutherford (1911) .............................................................................................. 4 A constante de Planck ............................................................................................................................ 6 Afinal, a luz é uma onda ou uma partícula? ........................................................................................... 7 Efeito Fotoelétrico .................................................................................................................................. 7 O modelo atômico de Bohr (1913) ......................................................................................................... 12 O modelo atômico de Bohr para o átomo de hidrogênio ...................................................................... 12 Espectro de Emissão ............................................................................................................................... 13 Espectro de Absorção ............................................................................................................................. 14 Modelo Atômico Atual ........................................................................................................................... 14 As forças e as partículas de interação .................................................................................................... 16
  • 4. 4 MODELOS ATÔMICOS Vivemos em um mundo onde as “coisas” são macroscópicas, porém o homem sempre se preocupou em desvendar outro mundo, o chamado mundo microscópico. Para isso, teve que fazer investigações e experimentações, além de criar novas ideias e modelos. Entre as muitas ideias que surgiram, havia a de que se dividirmos uma porção qualquer de matéria, poderíamos chegar à sua unidade fundamental, ou seja, até uma partícula que não poderia ser mais dividida. Essa ideia, muito antiga, é a da matéria descontínua. Há também a ideia da matéria contínua, no qual podemos dividir a matéria o quanto quisermos e pudermos, sem jamais encontrar sua unidade fundamental. Essas ideias foram especuladas há 2.500 anos, na Grécia antiga, gerando muita polêmica, como ainda hoje acontece com as novas teorias. Foram os gregos que inventaram o termo átomo (a = negação; tomo = partes, assim não há partes, e, portanto, não é divisível). Essas duas escolas filosóficas gregas incitaram o homem a pesquisar a matéria, mas havia um pequeno problema de época: tudo era feito filosoficamente, sem provas experimentais, apenas na retórica. Como você já dever estar imaginando, as ideias destes filósofos não foram universalmente aceitas. Aliás, até mais ou menos 1.600, as ideias sobre a continuidade da matéria eram as mais aceitas. Após essa data, com o advento do estudo dos gases e, principalmente, com as ideias do inglês Robert Boyle (1627-1691), o estudo da natureza corpuscular da matéria evoluiu, sendo abandonada a ideia de continuidade. A nova concepção estabeleceu-se definitivamente por volta de 1803, depois da divulgação da teoria atômica de Dalton. Da ideia inicial dos gregos até os nossos dias atuais, o átomo passou por muitas reconstruções e modelos, e a evolução desses modelos bem como as suas características veremos neste capítulo. Procure aproveitar e desfrutar das ideias que esses grandes cientistas tiveram em momentos ímpares de suas vidas e que ajudaram a revolucionar e mudar os pensamentos das suas respectivas épocas. O modelo atômico de Dalton (1803) Com base em estudos de outros cientistas anteriores a ele (isso é muito comum em qualquer área do conhecimento humano), o cientista inglês John Dalton (1766-1844) desenvolveu uma teoria denominada Teoria Atômica de Dalton que propunha um modelo de átomo que pregava as seguintes ideias: - Toda matéria é constituída por átomos; - Os átomos são esferas maciças, indivisíveis e neutras; - Os átomos não podem ser criados nem destruídos; - Os elementos químicos são formados por átomos simples; - Os átomos de determinado elemento são idênticos entre si em tamanho, forma, massa e demais propriedades; - Um composto é formado pela combinação de átomos de dois ou mais elementos que se unem entre si em várias proporções simples. Cada átomo guarda sua identidade química. A partir da divulgação das ideias de Dalton, seguiu-se um período de intensa aplicação e comprovação da sua teoria. Apesar de começarem a ser evidenciadas várias falhas, Dalton recusava sistematicamente tudo o que contrariasse suas afirmações. Graças ao seu prestígio, suas ideias mantiveram-se inalteradas por algumas décadas. Figura 1 - Modelo de átomo de Dalton Extraído de: http://quimicacoma2108.blogspot.com/2010/03/modelos- atomicos_29.html
  • 5. 5 O modelo atômico de Thomson (1897) Joseph John Thomson (1856-1940) derrubou a ideia de que o átomo era indivisível. Com os dados disponíveis na época, propôs um modelo mais coerente que o de Dalton. Primeiramente ele considerou que toda matéria era constituída de átomos. Estes átomos continham partículas de carga negativa, denominadas elétrons. Eletricamente neutros, os átomos apresentavam uma distribuição uniforme, contínua e esférica de carga positiva, no qual os elétrons distribuíam-se uniformemente. Essa distribuição garante o equilíbrio elétrico, evitando o colapso da estrutura. O diâmetro do átomo seria da ordem de 10-10 m. O átomo de Thomson também ficou conhecido como o Modelo do Pudim de Passas, no qual as passas representam os elétrons e a massa do pudim, a carga elétrica positiva. O modelo atômico de Rutherford (1911) Em 1911 o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), ganhador do prêmio Nobel em 1908, fez sua “experiência de espalhamento de partículas alfa” para suas novas descobertas sobre a estrutura do átomo, surgindo daí a base para o modelo de átomo que estudamos até os dias de hoje. Em sua experiência, Rutherford bombardeou uma fina folha de ouro com partículas alfa (pequenas partículas radioativas portadoras de carga elétrica positiva emitidas por alguns átomos radioativos, como o polônio). Observou que a maioria atravessou a lâmina, outras mudaram ligeiramente de direção e algumas ricochetearam. Este acontecimento foi evidenciado por uma tela com material fluorescente apropriado, usado na identificação de partículas alfa. Mas o que Rutherford esperava com isso? Ele esperava que, segundo o modelo de Thomson, as partículas alfa atravessassem a folha de ouro quase sem sofrer desvios. Entretanto, os desvios foram muito mais intensos do que se poderia supor (algumas partículas até ricochetearam). Foi a partir dessa experiência que Rutherford levou suas ideias para o meio científico. A ideia de Thomson para o átomo foi mantida em parte, mas com modificações estruturais importantes. Rutherford propôs que os átomos seriam constituídos por um núcleo muito denso, carregado positivamente, onde se concentraria praticamente toda a massa. Ao redor desse núcleo positivo ficariam os elétrons, distribuídos espaçadamente numa região denominada de eletrosfera. Comparou seu modelo ao do sistema solar, onde o Sol seria o núcleo, e os planetas, os elétrons. Surge então o célebre modelo planetário do átomo. De sua experiência Rutherford também pode concluir, fazendo medidas quantitativas, que o átomo teria um núcleo com diâmetro da ordem de 10-13 cm e que o diâmetro do átomo seria da ordem de 10-8cm. Isso significa que o núcleo é aproximadamente cem mil vezes menor que o átomo. A medida 10-8 cm passou a ser chamada por uma unidade de medida conhecida por angstrom (1Å = 10-8 cm). Portanto, as principais características do átomo de Rutherford são as seguintes: - O átomo não é maciço, mas formado por uma região central, denominada núcleo, muito pequeno em relação ao diâmetro atômico; - Esse núcleo concentra toda a massa do átomo e é dotado de carga elétrica positiva, onde estão os prótons; Figura 2: Modelo de átomo de Thomson Extraído em: http://fisicacampusararangua.blogspot.com/2010/04/modelo-atomico-de-thomson.html Figura 3: Experimento de Rutherford Extraído em: www.if.ufrgs.br/.../fismod/mod06/m_s06.html Figura 3: Modelo de Rutherford Extraído em: saber.sapo.ao/wiki/Experiência_de_Rutherford
  • 6. 6 - Na região ao redor do núcleo, denominada de eletrosfera, estão girando em órbitas circulares os elétrons (partículas muito mais leves que os prótons, cerca de 1836 vezes), neutralizando a carga nuclear. Pare para pensar nos avanços nos modelos atômicos desde os gregos até este de Rutherford. Quantos estudos independentes tiveram de ser feitos para que chegássemos a essas conclusões: estudo das massas, leis de conservação da energia, radioatividade, muita matemática e cálculos avançados. Os cálculos foram muitas vezes o alicerce que os cientistas tinham para que essas informações fossem divulgadas para o meio científico. Aliás, foi esta matemática associada aos estudos sobre a natureza da luz e da radiação dos corpos incandescentes que deu suporte para o desenvolvimento da teoria quântica da matéria. Você já deve ter entendido que o átomo não foi descoberto por uma pessoa em especial. Você viu que Dalton propôs um modelo que tinha falhas, as quais foram cobertas por outras teorias, e outras, e outras, etc... Todas tentando explicar a velha indagação dos antigos gregos: a matéria é contínua ou descontínua? O átomo foi sendo descoberto aos poucos através de inúmeras teorias provadas cientificamente desde 1803, com Dalton. Mas mesmo no modelo atômico proposto por Rutherford, em 1911, havia ainda certas perguntas que esse modelo não explicava, por exemplo: como explicar que partículas com cargas de mesmo sinal se concentravam no núcleo do átomo? Não deveriam os prótons repelirem-se, obedecendo à lei de Du Fay? Outro detalhe é que, segundo os trabalhos de James Clerck Maxwell (1831- 1879) sobre eletromagnetismo, partículas carregadas e em movimento acelerado irradiam energia (ondas eletromagnéticas) e, portanto, “gastam” energia. Sendo assim, os elétrons não poderiam ter órbita circular estável e estariam sofrendo perda constante de energia durante seu giro em torno do núcleo, caindo rapidamente no núcleo! Contudo, isso não ocorre. Como explicar esse fenômeno? Apesar dessas indagações não respondidas pela estrutura de Rutherford, isso não significa que tenhamos que abandoná- la por completo. O átomo de Rutherford provou a existência do núcleo, mas falhou na explicação da estabilidade do átomo. Descreva as principais características do modelo atômico de Dalton, Thomson e de Rutherford. Rutherford, em seus estudos sobre estrutura atômica, descobriu que os átomos são formados por uma parte central positiva e uma região periférica negativa. A relação de tamanho entre estas duas regiões é muito discrepante. Se o núcleo tivesse o tamanho de uma bolinha de gude (raio = 1 cm), aproximadamente, qual seria o tamanho da eletrosfera? Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, relacionando os nomes dos cientistas com os modelos atômicos. 1. Dalton 2. Rutherford 3. J. J. Thomson ( ) Descoberta do átomo com núcleo. ( ) Átomos esféricos, maciços, indivisíveis. Pense e responda... 2. 3.
  • 7. 7 ( ) Modelo semelhante a um "pudim de passas" com cargas positivas e negativas em igual número. ( ) Os elétrons giram em torno do núcleo. Assinale a sequência CORRETA encontrada: a) 1 - 2 – 3-2 b) 1 - 3 – 2-2 c) 2 - 1 – 3-2 d) 3 - 2 – 1-2 "O átomo contém um núcleo positivo, muito pequeno e denso, com todos os prótons, que concentra praticamente toda a massa. Os elétrons devem estar distribuídos em algum lugar do volume restante do átomo". Esta afirmação é devido a: a) Rutherford. b) Millikan. c) Thomson. d) Bohr. e) Faraday. Ao resumir as características de cada um dos sucessivos modelos do átomo de hidrogênio, um estudante elaborou o seguinte resumo: MODELO ATÔMICO: Dalton CARACTERÍSTICAS: átomos maciços e indivisíveis. MODELO ATÔMICO: Thomson CARACTERÍSTICAS: elétron, de carga negativa, incrustado em uma esfera de carga positiva. A carga positiva está distribuída, homogeneamente, por toda a esfera. MODELO ATÔMICO: Rutherford CARACTERÍSTICAS: elétron, de carga negativa, em órbita em torno de um núcleo central, de carga positiva. Não há restrição quanto aos valores dos raios das órbitas e das energias do elétron. O número de ERROS cometidos pelo estudante é: a) 0 b) 1 c) 2 d) 3 A constante de Planck Em 1900 o físico Max Planck lançou a hipótese de que os corpos aquecidos emitiam energia radiante em pacotes discretos, o qual ele denominou de quanta. De acordo com ele, a energia de cada pacote era proporcional à frequência da radiação. 푬~풇 Para tornar esta equação exata foi introduzida uma constante de proporcionalidade h. Essa constante foi chamada de constante de Planck (h), em homenagem ao físico. A constante de Planck é dada pelo número resultante do quociente entre a energia pela sua frequência. 풉= 풇 푬 4. 5.
  • 8. 8 Essa constante é uma grandeza fundamental da natureza que serve para estabelecer um limite inferior para a pequenez das coisas. Esta grandeza é comparada a em grau de importância a velocidade da luz e a constante universal da gravidade. A equação abaixo expressa a menor quantidade de energia que pode ser convertida em luz de frequência f. A radiação luminosa não é emitida de maneira contínua, mas como uma corrente de fótons, cada um deles vibrando com uma frequência f e transportando uma energia igual hf. Afinal, a luz é uma onda ou uma partícula? Para explicar o efeito fotoelétrico, Einstein estabeleceu que a luz ou qualquer outra forma de radiação eletromagnética é composta por partículas de energia, os fótons. E outras palavras, para ele a energia estava concentrada em pacotes de energia e, portanto a luz tinha comportamento corpuscular. Essa concepção é contraditória a teoria ondulatória da luz e uma série de fenômenos físicos como a reflexão, a refração, a interferência e a difração. Na teria ondulatória da luz, a luz seria uma energia distribuída continuamente, como uma onda se propagando ao longo de uma corda, sobre uma superfície ou até mesmo em determinada região no espaço. Para resolver este impasse os físicos propuseram que a luz possuía uma natureza “dual”, ou seja, em determinados fenômenos ela se comporta como uma onda (natureza ondulatória) e em outros momentos como se fosse uma partícula (natureza corpuscular). Essa teoria atualmente que descreve a natureza da luz: dualidade onda-partícula. A luz pode ter comportamento ondulatório ou corpuscular, mas nunca esses dois comportamentos serão simultâneos. O físico francês Louis de Broglie (1892 – 1987) reforçando a teoria corpuscular da luz mostrou que uma partícula, por exemplo, o elétron, tem um comportamento análogo à luz, ou seja, tem um caráter partícula-onda (dual). Considerando que as ondas eletromagnéticas podem ser interpretadas de forma matemática através das equações, as quais já haviam sido desenvolvidas pelos físicos ao tratar do movimento ondulatório em geral, podemos calcular a quantidade de movimento de um elétron (ou qualquer outra entidade) quando ele tem um comportamento ondulatório, pela expressão: 푸= 풉 흀 Para um fóton que se move na velocidade da luz (c = 300.000 Km/s) a direção dessa quantidade de movimento coincide com a do raio luminoso. Quanto maior for à frequência, maior será a sua energia e a quantidade de movimento do fóton e mais evidentes se tornam as propriedades corpusculares da luz. Dado o fato de a constante de Planck ser muito pequena, é muito pequena também a energia dos fótons de luz visível. Os fótons correspondentes à luz verde, por exemplo, possuem a energia de 4.10-19 J. Contudo, existem experiências que o olho humano é capaz de reagir e distinguir diferenças de intensidades luminosas da ordem de alguns quantas. Efeito Fotoelétrico Em 1887 Heinrich Hertz (Físico Alemão, 1857-1894) no desenvolvimento de suas pesquisas para geração e detecção de ondas eletromagnéticas percebeu um fato interessante: o brilho das faíscas do transmissor que emitia essas ondas melhorava o desempenho do detector. Hertz concluiu que tal fenômeno se devia às radiações ultravioleta emitidas por essas faíscas e se acentuava quando a radiação incidia no terminal negativo de bronze polido do detector (Pense
  • 9. 9 sobre o fato de justamente o terminal negativo do detector estar relacionado com a incidência de radiação). Este fenômeno recebeu o nome de efeito fotoelétrico. Após a morte de Hertz o seu auxiliar, o físico alemão Phillip Lenard (1862-1947) deu continuidade às suas pesquisas, utilizando um dispositivo experimental de diferentes placas de metais polidos, colocados no interior de ampolas de vácuo. Lenard estabeleceu duas leis experimentais que descrevem o efeito fotoelétrico: 1. Para determinada frequência, o número de elétrons emitidos pela placa metálica iluminada é proporcional à intensidade da luz incidente na placa. 2. A energia cinética dos elétrons emitidos pela placa é proporcional à frequência da radiação incidente, não depende da intensidade dessa radiação. Temos então uma novidade que a Teoria Ondulatória da Luz não explicava: a relação entre frequência e energia da onda eletromagnética. A maior parte das radiações visíveis não ocasiona a emissão de elétrons de metais. Entretanto até as radiações ultravioleta de intensidade muito pequena produzem emissão de elétrons na maioria dos metais. Em 1905 o físico alemão Albert Einstein (1879, 1955) propõe uma solução para o entendimento do efeito fotoelétrico. De acordo com Einstein, a radiação eletromagnética (incluindo a luz) não se distribui uniformemente pelo espaço como sugere a teoria ondulatória da luz. Ela se concentra em pequenos quanta de energia. Segundo ele a energia chega aos elétrons em pacotes. Cada pacote é um “quantum” de energia, ou seja, carrega uma quantidade bem definida de energia. Os “quanta” de energia radiante foram batizados de fótons. No efeito fotoelétrico, os fótons interagem com a matéria como se fossem partículas, mas a sua propagação no espaço tem um comportamento ondulatório. A onda eletromagnética ao incidir sobre o material transfere aos seus elétrons certa energia. Uma parte dessa energia é usada para realizar o trabalho de “arrancar” o elétron do material, o restante é transformado em energia de movimento para o elétron (energia cinética). Esse fenômeno pode acontecer com vários materiais, mas pode ser mais facilmente observado nos metais. Então considere que a energia de cada fóton é dada por: 푬=풉.풇 Onde: E = energia de cada fóton h = constante de Planck (6,63.10-34J.s) f = frequência do fóton Essa energia de cada fóton se transforma em energia cinética e em trabalho realizado para arrancar o elétron do material, então temos: 푬= 흉+푬풄풊풏 (풎á풙) → 풉.풇= 흉+ 풎.풗풎á풙 ퟐ ퟐ Essa equação demonstra que: - A intensidade da luz é proporcional ao número de porções de energia contido no feixe luminoso; Figura 5: Efeito Fotoelétrico Extraído em: http://efeitofotoeletrico2m4.blogspot.com/2009/09/efeito-foto- eletrico.html
  • 10. 10 - O número de elétrons é dado pela frequência da luz (f) e pelo trabalho (흉); - O trabalho necessário para arrancar o elétron depende da natureza do metal e da qualidade da superfície; Cada elétron ligado a um material interage com o núcleo por uma força atrativa. Assim o elétron precisa receber uma quantidade mínima de energia para ser extraído. Se a energia de cada fóton não superar essa quantidade mínima de energia o elétron não é extraído e o efeito fotoelétrico não acontece. Mas se a energia de cada fóton superar o valor mínimo exigido o elétron é extraído. Essa energia mínima é chamada de frequência de corte (풇풄 ) ou limite vermelho do efeito fotoelétrico e é dado por: 풇풄= 흉 풉 O trabalho (흉) depende de cada substância, a freqüência de corte (풇풄) do efeito fotoelétrico e também varia de substância para substância. A função de trabalho do cobre é 4,3 eV. Um fotoelétron do cobre é expulso com energia cinética máxima de 4,2 eV. Qual é a frequência f do fóton incidente que expulsou aquele fóton-elétron? Dado: constante de Planck h = 6,62 x 10-34 J.s. Resolução: De acordo com a equação fotoelétrica de Einstein temos: 퐸= 휏+퐸퐶 O trabalho é: 흉 = 4,3 eV. A energia cinética é: 푬푪 = 4,2 eV Logo: 퐸= 휏+퐸퐶 퐸= 4,3 푒푉+4,2 푒푉=8,5 푒푉 Lembrando que 퐸=ℎ.푓 teremos: ℎ.푓=8,5 푒푉 Como o h (constante de Planck) vale: 6,62 x 10-34 J.s é necessário converter 8,5 eV em J.s 1 푒푉 →1,60 푥 10−19 6,62 푥 10−34.푓=13,6 푥 10−19 8,5 푒푉 →푥 푓= 13,6 푥 10−19퐽 6,62 푥 10−34 퐽.푠 = ퟐ,ퟎퟓ 풙 ퟏퟎퟏퟓ 푯풛 푥=8,5 푥 1,60 푥10−19 푥=13,6 푥 10−19 퐽 Logo a frequência do fóton é ퟐ,ퟎퟓ 풙 ퟏퟎퟏퟓ 푯풛 Sobre um metal faz-se incidir sucessivamente luz verde e luz azul. Sabe-se que com luz verde o metal não emitiu elétrons e com a luz azul o metal emitiu elétrons. Assinale a proposição correta: a) A emissão de elétrons por um metal, ao receber luz, é denominada efeito fotoelétrico e foi explicado por Max Planck. b) Se aumentarmos adequadamente a intensidade da luz verde, o metal passará a emitir elétrons. c) Se aumentarmos a intensidade da luz azul, a energia cinética dos elétrons emitidos aumentará. d) Se iluminarmos i metal com luz violeta haverá emissão de elétrons com energia cinética maior do que os elétrons emitidos quando se usou a luz azul. Exercicio Resolvido... Pense e responda... 1.
  • 11. 11 e) Quando aumentarmos a intensidade da luz, o elétron pode absorver dois fótons de uma vez e ser emitido com maior energia cinética. (ITA) Incide-se luz numa material fotoelétrico e não se observa a emissão de elétrons. Para que ocorra a emissão de elétrons do mesmo material, basta que se aumente: a) a intensidade de luz. b) a frequência da luz. c) o comprimento da onda da luz. d) a intensidade e a frequência da luz. e) a intensidade e o comprimento da onda da luz. (UFRS-2000) Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do parágrafo abaixo. O ano de 1900 pode ser considerado o marco inicial de uma revolução ocorrida na Física do século XX. Naquele ano, Max Planck apresentou um artigo à Sociedade Alemã de Física, introduzindo a ideia de ..................... da energia, da qual Einstein se valeu para, em 1905, desenvolver sua teoria sobre o efeito fotoelétrico. a) conservação. b) quantização. c) transformação. d) conversão. e) propagação. (PUC-MG) O efeito fotoelétrico consiste: a) Na existência de elétrons em uma onda eletromagnética que se propaga em um meio uniforme e contínuo. b) Na possibilidade de se obter uma foto do campo elétrico quando esse campo interage com a matéria. c) Na emissão de elétrons quando uma onda eletromagnética incide em certas superfícies. d) No fato de que a corrente elétrica em metais é formada por fótons de determinada energia. e) Na ideia de que a matéria é uma forma de energia, podendo transformar-se em fótons ou em calor. Para que a prata exiba o efeito fotoelétrico é necessário que ela tenha uma frequência de corte de 1,14. 1015 Hz. Determine: a) função trabalho (W), em J e em eV, para “arrancar” um elétron de uma placa de prata. b) quando uma radiação de frequência de f = 4.1015 Hz atinge a placa de prata, qual a energia cinética máxima dos elétrons emitidos? (massa do elétron = 9,1. 10-31 Kg) 2. 3. 4. 5.
  • 12. 12 Aplicações do efeito fotoelétrico Graças ao efeito fotoelétrico tornou-se possível o cinema falado, assim como a transmissão de imagens animadas (televisão). O emprego de aparelhos fotoelétricos permitiu construir maquinaria capaz de produzir peças sem intervenção alguma do homem. Através do efeito fotoelétrico é possível controlar o tamanho das peças na indústria, acender e desligar automaticamente a iluminação de ruas, faróis, etc. Tudo isto tornou-se possível devido à invenção de aparelhos especiais, chamados células fotoelétricas, em que a energia da luz controla a energia da corrente elétrica ou se transforma em corrente elétrica. Uma célula fotoelétrica moderna consta de um balão de vidro cuja superfície interna está revestida, em parte, de uma camada fina de metal com pequeno trabalho de arranque. Quando a luz incide no cátodo da célula fotoelétrica, no circuito produz-se uma corrente elétrica que aciona um relé apropriado. A combinação da célula fotoelétrica com um relé permite construir um sem-número de dispositivos capazes de ver, distinguir objetos. Os aparelhos de controle automático de entrada no metro constituem um exemplo de tais sistemas. Esses aparelhos acionam uma barreira que impede o avanço do passageiro, caso este atravesse o feixe luminoso sem ter previamente introduzido a moeda necessária. A figura 5 esquematiza uma célula fotoelétrica. Quando a luz incide na célula, no circuito da pilha Pi1 produz-se uma corrente elétrica de pequena intensidade que atravessa a resistência R cujas extremidades estão ligadas à grelha e ao cátodo do tríodo T. O potencial do ponto G (grelha) é inferior ao do ponto C (cátodo). A válvula, nestas condições, não deixa passar a corrente elétrica e, portanto, no circuito anódico do tríodo não há corrente. Se a mão ou o braço do operário se encontrar, por casualidade ou negligência, na zona de perigo, faz com que seja cortado o fluxo luminoso que normalmente incide na célula fotoelétrica. A válvula fica aberta e através do enrolamento do relé eletromagnético ligado ao circuito anódico passa a corrente elétrica, acionando o relé cujos contatos fecham o circuito de alimentação do mecanismo responsável por parar a prensa. Extraído de: http://www.algosobre.com.br/fisica/aplicacao-do-efeito-fotoeletrico.html
  • 13. 13 O modelo atômico de Bohr (1913) Em 1913, o físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962), ganhador do prêmio Nobel em 1922, propôs um modelo atômico explicando a estabilidade do átomo. Este modelo combinava com os trabalhos de Planck, Einstein e Rutherford. Bohr formulou a hipótese de que o elétron do átomo de hidrogênio girava em torno do núcleo atraído pela carga positiva. De acordo com os estudos até então sobre o átomo, a órbita do elétron teria que ser circular ou elíptica como as órbitas dos planetas ao redor do Sol. Para simplificar os cálculos Bohr decidiu trabalhar com órbitas circulares. No modelo clássico do átomo à medida que o elétron perde energia por radiação, o raio da órbita se torna cada vez menor e a frequência da radiação emitida cada vez maior, um processo que acaba apenas quando o elétron se choca com o núcleo. Desse modo, o modelo de Bohr deveria prever que o átomo irradia energia de forma contínua e possui uma vida muito curta. Mas na prática, a menos que sejam excitados por um agente externo, os átomos não irradiam energia continua. Então, em seus postulados, Bohr propõe um modelo atômico em que: - Os elétrons se movem em certas orbitas sem irradiar energia. Essas órbitas foram chamadas por Bohr de estados estacionários. Portanto, diz-se que o elétron está em um estado estacionário ou em um nível de energia, no qual cada órbita é caracterizada por um número quântico (n), que pode assumir valores inteiros entre 1, 2, 3... - Um elétron que permanece em um dado estado estacionário não emite energia, apresentando assim energia constante; - A passagem de um elétron de uma órbita para outra supõe absorção ou emissão de determinada quantidade de energia, conforme o elétron se move de uma posição menos energética para outra mais energética e vice-versa; - A energia é absorvida ou liberada na forma de radiação eletromagnética e é calculada pela expressão: ΔE = h.f ou Ei – Ef = h.f onde Ei é a energia do estado inicial do orbital atômico e Ef é a sua energia final, f corresponde à frequência da onda eletromagnética (luz) emitida ou absorvida e h é a constante de Planck. - Pelo principio da correspondência sejam quais forem às modificações introduzidas na física clássica para descrever o comportamento da matéria em nível submicroscópico, quando esses resultados são estendidos ao mundo macroscópico devem estar de acordo com as leis da física clássica. O modelo atômico de Bohr para o átomo de hidrogênio Analisando o modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio, concluímos que o estado de menor nível de energia corresponde a n = 1, chamado de estado fundamental. Pela expressão do raio rn, descobre-se que o raio para a órbita no nível n = 1, chamado de raio de Bohr, é de r1 =̃ 0,52.10-10 m ou 0,52 Å, e que os raios para as demais órbitas podem ser generalizadas pela expressão: rn = n2 . r1. A energia no estado fundamental chamada de E1 tem o valor –13,60 eV, calculada pela expressão: Figura 6: Modelo de átomo de Bohr Extraído em: http://www.coladaweb.com/ quimica/fisico- quimica/modelos-atomicos Figura 7: Órbitas de Bohr para o átomo de hidrogênio. Extraído em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/modelo-atomico-de- bohr/modelo-atomico-de-bohr-1.php
  • 14. 14 Nas expressões do raio rn e da energia En considera-se n = 1, 2, 3... para cada órbita permitida. Além disso, ε0 é a permissividade elétrica do vácuo (8,85.10-12), h é a constante de Planck (6,63.10-34 J.s), π é o conhecido número pi (3,14), m é a massa do elétron (9,1.10-31 kg) bem como e é o valor de sua carga elétrica em módulo (carga elementar = 1,6.10-19 C). Z é o número atômico (número de prótons no núcleo do átomo) do elemento considerado, no caso para o hidrogênio Z = 1. No modelo de Bohr, se um elétron receber a energia adequada, ele passará para um estado de maior energia, chamado de estado excitado, mas ficará nesse estado por um curtíssimo intervalo de tempo; rapidamente ele emitirá um fóton (onda eletromagnética) e voltará para o estado fundamental. Espectro de Emissão Cada elemento químico tem seu próprio padrão característico de níveis de energia e, portanto, emite luz de acordo com seu padrão característico de frequência, ou espectro de emissão. Por exemplo, quando a luz de uma lâmpada comum atravessa uma fenda estreita e é focada através de um prisma, em uma tela podemos observar que a luz é decomposta em várias cores como podemos observar na imagem. As cores assim demonstradas na imagem são as linhas espectrais. As linhas espectrais correspondem às transições eletrônicas entre os níveis atômicos de energia e são uma característica própria de cada elemento, como as impressões digitais de uma pessoa. Se em vez de utilizarmos uma lâmpada comum, utilizarmos uma lâmpada de gás vamos observar que apenas algumas linhas aparecem no espectro e assim não obteremos um espectro completo. Por que isso ocorre? Figura 8: Linhas espectrais da produzidas por uma lâmpada comum. Figura 9: Linhas espectrais da produzidas por uma lâmpada de gás.
  • 15. 15 Cada cor possui uma determinada frequência que corresponde a um determinado comprimento de onda. As linhas que aparecem no espectro correspondem às frequências predominantes da luz emitida pelos átomos do gás. O restante do espectro permanece escuro, mas há inúmeras outras linhas que não são perceptíveis a olho nu. Espectro de Absorção Ao observar a luz branca proveniente de uma lâmpada vimos que o espectro é contínuo e forma um arco-íris completo. Mas, se utilizarmos uma lâmpada de gás podemos notar que o espectro não é contínuo. Neste caso dizemos que trata-se do espectro de absorção. As linhas escuras vistas contra o fundo colorido em arco-íris são como as linhas de emissão em negativo. Elas são as linhas de absorção. Os átomos absorvem luz, assim como a emitem. Um determinado átomo absorverá mais fortemente a luz com as frequências nas quais ele esta sintonizado, ou seja, aquelas que têm as mesmas frequências que ele próprio emite. Quando um feixe de luz branca atravessa o gás, os átomos deste absorvem seletivamente as frequências da luz do feixe. A luz absorvida é novamente irradiada, mas em todas as direções ao invés de apenas na direção do feixe incidente. Quando a luz que permaneceu no feixe é espalhada formando um espectro, as frequências que foram absorvidas revelam-se como linhas escuras no espectro obtido, que de outro modo seria continuo. As posições dessas linhas correspondem exatamente às posições das linhas do espectro de emissão. Modelo atômico atual Como vimos, o modelo atômico de Bohr baseado nos estudos de nos estudos de Planck e Einstein, resolveu o problema em discussão na época: como os elétrons nos átomos possuem valores definidos de energia permitidos, não conseguem irradiar continuamente até cair no núcleo. Ele mostrou que quando o elétron muda de órbita ele ou absorve ou emite um fóton, e, portanto a energia se conserva. O ápice dessas ideias acaba por fornecer ao mundo a partir da década de 20 do século passado a Teoria Quântica, fundamental no desenvolvimento tecnológico em que estamos inseridos. Porém, outra dúvida ainda restava: por que o núcleo atômico não se separava ou desintegrava se cargas iguais (prótons) se repelem? Em 1932 Chadwick (1891-1974) começa a responder a essa questão com a descoberta do nêutron. Esta é uma partícula sem carga e que está também no núcleo dos átomos junto aos prótons. Surge em seguida uma explicação mais definitiva para essa pergunta através da teoria de uma nova interação entre as partículas do núcleo e que passou a ser chamada de força nuclear ou força forte, força esta atrativa entre os prótons positivos e os nêutrons, mas que impera e vence a repulsão entre as cargas iguais. Em 1930 Pauli (1900-1958) postula a existência de uma partícula de dificílima detecção ao estudar o decaimento radioativo: o neutrino. Hoje ele é bem conhecido e sabe-se que é capaz de atravessar a Terra vindo através dos confins do Universo sem “esbarrar” em nenhum átomo sequer. Origina-se em grandes quantidades em explosões de supernovas e nos chegam também nos raios cósmicos, partículas de altíssima energia de origem desconhecida. Logo, na década de 30 já se conhecia o elétron (e- modelo de partículas na Física.
  • 16. 16 À medida que a tecnologia de aceleração de partículas foi se desenvolvendo novas descobertas foram feitas a partir das colisões de altíssima energia com o núcleo e medindo-se a carga elétrica, a massa e o spin (o momento angular intrínseco das partículas ou seu giro). Foram usadas letras gregas para representá-las e surgiram então os hádrons tabelados: Pi (¶), ômega (Ω), sigma (σ), etc.. Suspeitou-se então que tais partículas oriundas de colisões de altíssima energia e atuantes na força forte nuclear possuiriam outros componentes ainda menores para constitui-lo. E na década de 60, Murray Gell-Mann (1929-) propõe o quark, em três formatos ou padrões indivisíveis (como na ideia de Demócrito) e que, combinados, formariam os hádrons conhecidos até então citados acima. Foram nomeados os quarks up (u), down (d) e strange (s). Por exemplo, o próton descobriu-se ser constituído pela combinação de quarks u u d. Já o neutron pelos quarks u d d. Importante ressaltar que os quarks nunca aparecem na natureza isoladamente; estão sempre combinados com outros quarks ou antiquarks. Com a idéia dos quarks define-se um padrão de constituição para a matéria definida em duas grandes classes para a maioria das partículas, e que depois se especializou ou subdividiu-se ainda mais: • HÁDRONS: partículas não elementares, mas que são constituídas por outras ainda menores – os quarks. Os hádrons se subdividem em: 1. Mésons: partículas formadas por dois quarks, um quark e um antiquark. Exemplo: méson K+, composto por um quark up e um antiquark strange. 2. Bárions: partículas formadas por três quarks (ou antiquarks). Exemplo: prótons e neutrons. • LÉPTONS: partículas elementares (indivisíveis), não formadas por quarks, e que não se combinam para formar hádrons, pois não sofrem a força forte nuclear. Exemplo típico é o elétron, o neutrino e o múon (μ). São denominados sugestivamente de sabores os nomes dos léptons e dos quarks. Até hoje se suspeita que a maior parte da matéria constituinte fundamental do universo seja composta de léptons e quarks up e down, partículas fundamentais. O mais famoso físico brasileiro, César Lattes (1924-2005), junto com outros cientistas detectou experimentalmente o chamado méson pi (ou píon). Durante a década de 60 e até a década de 90 novas partículas foram sendo acrescidas à classificação acima e comprovadas experimentalmente, inclusive com a participação de cientistas brasileiros, como no caso do quark top em 1994/95 no acelerador de partículas do Fermilab (EUA). E como ficou o Modelo Padrão? Temos hoje em dia seis tipos de léptons e de quarks arrumados de acordo com a massa que possuem em ordem crescente. Observe a tabela ao lado. Figura 10 - Próton formado por u u d - Neutron formado u d d Extraído de: http://www.debatesculturais.com.br/a-fisica-e-o- modelo-padrao-de-particulas/
  • 17. 17 As forças e as partículas de interação Na Física Moderna, as forças ou interações são transmitidas pela troca de partículas mediadoras. As quatro forças descritas na primeira parte deste trabalho (forte, gravitacional, eletromagnética e fraca) utilizam-se delas. São elas: 1 – Força Gravitacional: Sabemos que quaisquer corpos com massa se atraem, como o Sol e a Terra. Mas até o momento o GRÁVITON não foi detectado experimentalmente e por isso a interação gravitacional não está incluída no modelo padrão descrito. 2 – Força Eletromagnética: Aqui está envolvida a carga elétrica que os corpos possuem. A partícula mediadora é o FÓTON (). 3 – Força Forte: Força atrativa que age nos nucleons (partículas do núcleo atômico). É atrativa para todas as combinações de prótons e neutrons. Age sobre os quarks, e a partícula mediadora chama-se GLÚON (nome cuja origem vem do inglês glue – cola). Os glúons (g) são dotados de uma propriedade chamada carga forte (ou cor na terminologia física) e que desempenha o papel similar ao da carga elétrica, podendo então interagir entre si. 4 – Força Fraca: é responsável pelo decaimento radioativo 휷. Interage com os neutrinos (que não tem carga elétrica e talvez não possuam massa). As partículas mediadoras desta interação são os ainda procurados experimentalmente BÓSONS DE HIGGS e partículas W+, W-, Z0. As partículas responsáveis pela interação das forças são conhecidas por bósons:
  • 18. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS CARRON e GUIMARÃES, Wilson e Osvaldo. As faces da Física volume único. Editora Moderna, 2ª edição 2002. CHESMAN, Carlos. Física Moderna Experimental e Aplicada. Editora Livraria da Física, 2ª edição, São Paulo 2004. HEWIT, Paul G. (Tra. Trieste Freire Ricci e Maria Helena Gravina). Física Conceitual. Editora Bookman, 9ª edição, Porto Alegre 2002. http://phet.colorado.edu/en/simulation/photoelectric http://pt.wikipedia.org/wiki/Circuito_integrado MÁXIMO e ALVARENGA, Antônio e Beatriz. Curso de Física volume 3. Editora Scipione, 5a edição, 2000. PENTEADO e TORRES, Paulo Cézar M. e Carlos Magno A. Física Ciência e Tecnologia volume 3 Editora Moderna, edição 2005. SEARS e ZEMANSKY, Young e Freedman. Física IV Ótica e Física Moderna. Editora Addison Wesley, 2009.