O documento descreve a história do Projeto Jari, um projeto agroindustrial iniciado na Amazônia brasileira em 1967 com o objetivo de produzir arroz, celulose e criar búfalos. O projeto trouxe desenvolvimento para a região mas também causou grande desmatamento e problemas sociais e ambientais devido a falta de planejamento adequado. Atualmente, o Projeto Jari é controlado pelo Grupo Orsa e busca a sustentabilidade por meio da certificação florestal.
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CAPANEMA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA DA AMAZÔNIA
DOCENTE: MOIRAH MENEZES
DISCENTES:
ADRIANA PORTELA
CAMILA SOARES
MARIELLY CORRÊA
PATRÍCIA MELO
Projeto Jari
2. BREVE HISTÓRIA DO PROJETO JARI
O Projeto Jari foi um projeto iniciado no final dos anos
1960 na região do Jari, situada ao norte da Amazônia
brasileira com o objetivo de criar um pólo agroindustrial
para a produção de arroz e celulose e a criação de
búfalos, além de agrovilas e do distrito de Monte
Dourado;
1882 - Fugindo da seca no ceará, chega ao Vale do Jari
José Júlio de Andrade, seringueiro e castanheiro que se
tornou um dos maiores latifundiários do mundo, além de
senador pelo Pará;
1948 - Enfraquecido pela Revolução de 1930, liderada
por Getúlio Vargas, o agora “coronel” José Júlio vendeu
sua propriedade no Vale do Jari a um grupo de
comerciantes portugueses comandados por Joaquim
Nunes de Almeida.
3. 1967 - O bilionário americano Daniel Ludwig
compra o Projeto Jari dos portugueses com uma
área de 1,7 milhão de hectares no Pará e no
Amapá;
Instala um pólo agroindustrial para a produção
de arroz e celulose e a criação de búfalos, além
de agrovilas e do distrito de Monte Dourado;
4. 1978 - Para a instalação do empreendimento, ele
mandou construir no Japão uma fábrica de celulose.
Foram feitas duas plataformas flutuantes, uma para a
produção de celulose e a outra para a produção de
energia. Após o término da construção da fábrica, as
duas plataformas foram rebocadas do Japão para a
região Amazônica;
5. 1980 - Ludwig envia carta ao general Golbery do Couto
e Silva, então ministro chefe da casa civil, pedindo que
o governo assuma a infraestrutura do Projeto Jari, que
acumulava prejuízos ano após ano.
1982 - Decepcionado com a falta de ajuda do governo
militar e as críticas de nacionalistas, o magnata
americano vende o Jari a um consórcio de 24 grandes
empresas brasileiras, liderado pela CAEMI (Companhia
Auxiliar de Empresas de Mineração).
6. 1996 - Morre o dono da CAEMI, Augusto Trajano de
Azevedo Antunes. Seus netos Mario e Guilherme Frering
assumem o controle do Jari e decidem vender a
deficitária companhia;
2000 - O BNDES e o BB negociam a venda do Jari à
Saga investimento e Participações, do empresário
Sérgio Amoroso, dono do Grupo Orsa. Da dívida total de
US$ 415 milhões, Amoroso compromete-se com uma
garantia de US$ 112 milhões, que é liquidada em 2010;
2004 - O FSC concede certificação a uma área de
manejo florestal de 545.000 hectares no lado Paraense
do Projeto Jari.
7. VANTAGENS E DESVANTAGENS
DO PROJETO JARI
A região escolhida pra implantar o projeto não era dotada
de nenhuma forma de infraestrutura;
Construção de portos, ferrovia e 9 mil quilômetros de
estradas;
Planejamento incluía a implantação de um projeto de
reflorestamento;
Perspectivas de atividades com mineração, pecuária e
agricultura, porém a fábrica atuou apenas na produção da
celulose.
8. VANTAGENS DO PROJETO JARI
Abertura econômica e o desenvolvimento demográfico da
região;
A área foi beneficiada pela instalação da fábrica, através
de:
Geração de empregos;
Construções de casas para os trabalhadores;
Escola;
Posto médico;
Ginásio de esportes e áreas de lazer.
9. O PROJETO TINHA TUDO PARA DAR CERTO, SE
NÃO FOSSEM...
Falta de estudos sobre as peculiaridades da Amazônia
Improdutividade das plantações;
O fluxo migratório que a implantação da fábrica traria para
a região;
Super confiança no poder da máquina e desprezo pelas
forças naturais.
10. IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DO PROJETO
Desmatamento de grandes superfícies de floresta nativa
em ambos os lados do rio Jari (140.000 hectares no total);
Formação de uma favela nas margens do projeto
11. BREVE PANORAMA DO CONFLITO PELA TERRA ENTRE EMPRESA
E ESTADO NA HISTÓRIA DO PROJETO JARI
Toda dificuldade do conflito reside em sua
historicidade;
Com o fim da ditadura, o novo governo do
Amapá viu-se legalmente intitulado a reclamar a
reintegração no estado nacional;
O Estado do Amapá decidiu criar nos anos 1990
duas áreas protegidas: a Reserva Extrativista
(RESEX) Cajari, em 1990 e a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável (RDS) Iratapuru,
em 1997.
12. Áreas habitadas por comunidades extrativistas
e da RESEX Cajari;
Enquanto isso, a questão da legalização das
terras da empresa do lado paraense permanece
irresolvida;
Acordo assinado entre o Grupo ORSA e o
governo do Pará em 2008 ainda permanece em
espera;
Como se apresenta a reação das próprias
populações nesse contexto?
A população local está dividida em dois partidos:
aceitação (a comunidade do Braço) e
resistência;
13. O PROJETO JARI HOJE
o Em 2000- O grupo Orsa compra o projeto Jari com uma dívida de 415 mi.
o Acordo com o BNDES e BB – Pagar 112 mi e o restante seria perdoado se
cumprissem 2 clausulas do contrato ( custo de produção e preço da
celulose).
o Após 11 anos a divida é quitada.
14. O PROJETO JARI HOJE
o Capacidade de produção atual –
350.000 t/ano
de celulose branqueada de eucalipto;
o Área ocupada – 1,365 mi/hectares;
o Em 2011 foi anunciado os planos de
expansão do projeto para 1,5 milhão
de t/ano – sócio estratégico ou oferta
publica de ações, o que deve ocorrer
a partir de 2015;
o União dos negócios de celulose com
os de embalagens e papelão – Jari
celulose – Papel e embalagens
o Jari celulose- papel e embalagem, a
ouro verde (beneficia produtos não
madereiros - castanha do Pará) e a
Orsa florestal;
15.
16. O PROJETO JARI HOJE
o O grupo Orsa tem como tática atrativa o bom relacionamento com ao
comunidades que vivem na floresta amazônica – Organizações ambientais e
trabalhadores (unidades de geração de energia, 70 k de ferrovias, portos,
aeroportos e uma cidade planejada - Ludwing);
“ Se não levarmos desenvolvimento à região e não oferecermos condições de
permanência das comunidades não poderemos continuar ali.”
Sergio Amoroso
o Certificado FSC (forest stewardship council – Conselho de Manejo Florestal)
em 2004 – Manejo florestal de 800 mil hectares de floresta = Manejo
Florestal certificado = 545.000 mil hec. Pará – sendo que o projeto total é de
1,3 mi/ hec. – 60% da area de Sergipe.
o Manutenção do selo
• Redução de impactos na floresta;
• Segurança dos trabalhadores – equipamentos
• 2 rotas de fuga com sentidos inversos a da queda da arvore;
• Código de rastreamento na madeiras
17.
18. O PROJETO JARI HOJE
Mas como tornar rentável um negócio que custa 30% mais que a exploração
convencional?
o Crise econômica 2009 – Celulose (recursos que mantém o manejo
sustentável – 19 mi/ano);
o Manejo sustentável no Jari é visto como um dos mais bem conduzidos no
mundo – 25 modelos de excelência em manejo florestal da América latina e
caribe em 2010 - FAO;
o Retorno financeiro ???????
o Solução: seleção de espécies de maior retorno econômico no mercado
europeu ( angelin-vermelho, cumaru, jatobá, e maçaranduba.)
o Caiu para 2º plano a inserção de espécies novas – Aumento da area de
manejo para porções mais internas da floresta;
o Aumento do faturamento e diminuição do custo da tora para a serraria –
25%.
19. Outras soluções
Redução do turno noturno;
destinação de 30% ao mercado interno;
Outro lado do rio jari
o 2014 – FSC 246.000 hec. – Laranjal do jari- Ap;
o Compensação socioambientais – maior parte da
mão de obra qualificada do grupo Orsa (Laranjal do
jari e vitória do jari);
O PROJETO JARI HOJE
21. Ouro verde
o Aumento em 1 mi na renda de 100 famílias de
castanheiros – quebra do vinculo com os atravessadores;
o Efeitos nos preços;
o Inclusão social – Formação profissional de jovens (vila de
Munguba) – Fruteiras de sobras de madeiras certificadas
para a Tramontina;
o Grande procura – pisos, portas e etc... Por jovens da
cooperativa de artefatos naturais do Rio das Castanhas
(Coopnharin) 2005;
O PROJETO JARI HOJE
22. A extração de eucalipto seria paralisada – Busca por uma
alternativa mais rentável;
Acordo com a IP (international paper) – Orsa internacional –
Papelão ondulado (embalagens);
Negócios separados- negocio já nasce com capacidade de
produção de 365.000 t/ano – 952 mi investimentos 1º
trimestre de 2013;
Acordo
Anuncio da paralisação das atividades da empresa - revolta
dos funcionários - Modernização do parque da jari;
Janeiro/ 2013 – IP 75% da operação e a Orsa 25%;
O PROJETO JARI HOJE