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CONSUMO CRÍTICO: PARA ALÉM DO CONSUMO CONSCIENTE
                     MARTA CAPUTO
A questão ambiental é decisiva para o futuro da humanidade.

Mas... Será que podemos falar de preservação ambiental sem questionar nossos
                            padrões de consumo?




                                                         VOCÊ JÁ
                                                      RESPIROU HOJE?
• O mito do
ECONOMIA     crescimento
             infinito

                • O dilema
    SOCIEDADE
                  entre ser e ter:
                  Consumidores
                  ou Cidadãos?


CONSUMO
           • As demandas
             reprimidas
O consumo é o lugar onde os conflitos entre classes, originados pela desigual participação na estrutura
produtiva, ganham continuidade através da distribuição e apropriação de bens.
Consumir é participar de um cenário de disputas por aquilo que a sociedade produz e pelos modos de usá-
lo .
(Apud CANCLINI, 1995, p.78).




        VOCÊ JÁ COMPROU
              HOJE?
Ainda segundo Canclini...
...“a participação social é organizada mais através do consumo
do que mediante o exercício da cidadania” (1995, p.14).



                                           VOCÊ JÁ EXERCEU
                                            SUA CIDADANIA
                                                HOJE?
A ideia fundamental que norteia o conceito é a de que o consumo
consciente pode transformar o ato de consumo em uma prática
permanente de cidadania.
O objetivo de consumo, quando consciente, extrapola o atendimento
de necessidades individuais. Leva em conta também seus reflexos na
sociedade, na economia e no meio ambiente.
(IDEC, 2008)

                  VOCÊ JÁ
                ECONOMIZOU
                   HOJE?
CONCEITO
Consumo crítico é a prática de organizar os hábitos de compras e consumo, de modo a dar
preferência a produtos que satisfaçam certos requisitos de qualidade, diferentes daqueles
comumente reconhecidos pelo consumidor médio.




                        VOCÊ JÁ
                     CRITICOU HOJE?
Em especial, o consumidor vai reconhecer como componentes críticos da qualidade essencial de
um produto, determinadas características evidenciados por seus métodos de produção, tais
como:
- a sustentabilidade ambiental em todo a cadeia produtiva,
- a ética do tratamento concedido aos trabalhadores (Responsabilidade Social) ,
- a isenção de” lobby” de qualquer natureza.




                              VOCÊ JÁ
                          QUALIFICOU HOJE?
A prática do consumo crítico frequentemente lança mão de campanhas pró boicotes, com o intuito de
modificar uma determinada relação de interesses.
A ação em boicote ganhou aclamação como uma ferramenta de protesto não-violento com o boicote aos
ônibus em Montgomery Alabama, organizado pelo Dr.Martin Luther King Jr. em meados dos anos 50, e que
se tornou um momento decisivo do movimento pelos direitos civis da comunidade negra dos EUA. O
boicote tornou-se um dos meios de protesto utilizados por organizações pacifistas e que pregam o
ativismo não-violento, desde então.




                   VOCÊ JÁ BOICOTOU
                         HOJE?
A ação em boicote ganhou aclamação como uma ferramenta de protesto não-violento com o
boicote aos ônibus em Montgomery Alabama, organizado pelo Dr.Martin Luther King Jr. em
meados dos anos 50, e que se tornou um momento decisivo do movimento pelos direitos
civis da comunidade negra dos EUA. O boicote tornou-se um dos meios de protesto utilizados
por organizações pacifistas e que pregam o ativismo não-violento, desde então.
AÇÕES PRÓ-BOICOTES:
Uma das vitórias mais significativas dos boicotes, foi a abolição do apartheid na África do Sul. As
campanhas de boicote aos produtos da Shell, Kellog`s e Coca-Cola, entre outras, haviam sido lançadas
mundialmente para protestar contra as políticas racistas do governo sul-africano. As companhias afetadas
pelo boicote receberam manifestações de acionários solicitando o desinvestimento no país, catalisando as
circunstâncias para a abolição do apartheid em 1994.




                                           VOCÊ JÁ BOICOTOU
                                                 HOJE?
AS VERTENTES DO CONCEITO: ALGUNS EXEMPLOS

Na alimentação: A “dieta dos rebeldes”
Na agricultura: a agricultura orgânica.
Na arquitetura: a permacultura.
No transporte urbano: as “bikes”, ao invés dos carros.
No turismo: o ecoturismo, o “birdwatching”




                                       O QUE VOCÊ JÁ
                                      CONSUMIU HOJE?
“Este ano, prevê-se que os gastos com publicidade cheguem a
  US$ 494 bilhões em todo o mundo em razão do crescimento de
.
  3.9% esperado para o período”.
  Fonte: Grupo de Mídia Brasília
  http://www.midiabsb.org.br/?tag=mundial
Estados Unidos: Limite de publicidade infantil é de 10 min e 30 seg por
hora nos finais de semana , 12 min por hora nos dias de semana.
Proibido o merchandising testimonial.


Inglaterra: é proibida a publicidade de alimentos com alto teor de
gordura, açúcar e sal dentro e durante a programação de TV para
público menor de 16 anos.


Suécia: É proibida a publicidade na TV dirigida à criança menor de 12
anos de idade antes das 21 hs.


Alemanha: Os programas infantis não podem ser interrompidos por
publicidade.
Canadá: É proibida a publicidade de produtos destinados às crianças em
programas infantis. Na província de Quebec, é proibida qualquer publicidade de
produtos destinados a crianças de até 13 anos, em qualquer mídia.


Dinamarca: É proibida qualquer publicidade durante os programas infantis, e
ainda, 5 minutos antes e 5 minutos depois.


Holanda: Não é permitida qualquer publicidade dirigida às crianças com menos
de 12 anos de idade na TV pública.


Itália: É proibida publicidade de qualquer produto ou serviço durante os
desenhos animados.


Noruega: É proibida toda e qualquer publicidade direcionada à crianças com
menos de 12 anos de idade. É proibida também toda e qualquer publicidade
durante os programas infantis.
CONSELHO NACIONAL DE AUTO-REGULAÇÃO PUBLICITÁRIA (CONAR)

“É fato que o Brasil vive plenamente a democracia. Existe liberdade de imprensa. Os
cidadãos são livres para fazer escolhas e as empresas para empreender, competir e se
comunicar com os consumidores. No entanto, a liberdade de expressão está sofrendo
bullying” (Gilberto Leifert, presidente do CONAR)




                                                    http://revistanegociosecia.blogspot.com.br/2011/07/co
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                                                    FOTO:
ESTRESSE FAMILIAR: Ao apresentar modelos de vida inalcançáveis, a publicidade
passa a falsa ideia de famílias sempre prefeitas., gerando conflitos entre pais e
filhos, já que os pais desaprenderam a dizer “não” aos filhos.




EROTIZAÇÃO PRECOCE: As crianças incentivadas pela publicidade acabam pulando
etapas importantes de seu desenvolvimento. Ao invés de brincar, passam a se
preocupar em parecer mais velhas e atraentes, portando-se como adultas.




VIOLÊNCIA E DELINQUÊNCIA: A publicidade contribui para a exclusão social, já que
nem todos podem comprar aquilo que é anunciado. Assim, crianças que não podem
ter o que querem, muitas vezes reagem violentamente contra a família e a
sociedade.
OBESIDADE INFANTIL: A publicidade de alimentos não saudáveis contribui muito
para a formaçõa de maus hábitos alimentares. De cada 10 alimentos anunciados no
Brasil, 7 são guloseimas industrializadas, sem valores nutricionais equilibrados.
Segundo dados do Ministério da Saúde, 15% das crianças brasileiras já estão
obesas.




ALCOOLISMO: A publicidade de cerveja está presente em vários lugares
frequentados por crianças, estimulando-as ao consumo de álcool desde muito
cedo.
“Até há pouco tempo supunha-se que as formas de exercer a cidadania, atreladas à capacidade de
apropriação dos bens de consumo e às maneiras de utilização dos mesmos fossem compensadas pela
igualdade em direitos abstratos, traduzidos pelo ato de votar. Entretanto, constata-se hoje, que o
eleitor, elemento-chave da representação político-administrativa, raramente consegue enxergar saída para
as questões prioritárias, diante de um quadro de degradação política e descrença nas instituições.
      A identidade do cidadão comum é ditada mais através do consumo privado de bens, insuflado pelos
meios de comunicação, do que por dados relacionados às origens territoriais dos indivíduos, o corpo de leis
de sua comunidade, os direitos promovidos por estas, seus representantes etc.
      As sociedades, sujeitas à burocratização técnica das decisões impostas pelo modelo econômico
neoliberal, articulado em instâncias globais inalcançáveis, fazem com que apenas os bens de consumo e as
mensagens se tornem acessíveis, para que cada um os use "como achar melhor".
[...] Os rápidos avanços das tecnologias da produção, a profusão e rapidez com que artigos com
novos designs são colocados no mercado, a comunicação cada vez mais extensiva ou intensiva entre as
sociedades, e a ampliação dos desejos e expectativas que criam, acabam por gerar um quadro de
instabilidade das identidades, antes restritas ao repertório de bens característicos e exclusivos de sua
comunidade étnica ou nacional.
        Entretanto, a cultura de consumo não é uma realidade cristalizada, definitiva e imutável. Das
contradições da cultura de consumo, das dificuldades crescentes para a sua concretização, surgem
movimentos e grupos sociais dispostos a questionar de forma contumaz essa sociedade, na tentativa de
promover uma ruptura com o imaginário pós-moderno, e com os dogmas neoliberais ainda dominantes, que
insistem em reiterar a impossibilidade da mudança do mundo.”
(CAPUTO, M.V. 2008)
"Desconfiai do mais trivial,
 na aparência singelo.
 E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
 Suplicamos expressamente:
 não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
 pois em tempo de desordem sangrenta,
 de confusão organizada,
 de arbitrariedade consciente,
 de humanidade desumanizada,
 nada deve parecer natural
 nada deve parecer impossível de mudar."

Bertold Brecht
MARTA CAPUTO
ma Coordenação Acadêmica
   marta.caputo@ferss.com.br
BORDENAVE, J. D. Além dos meios e mensagens: introdução à comunicação como processo,
tecnologia, sistema e ciência. São Paulo: Vozes, 1987.

COHN, G. Comunicação e indústria cultural. São Paulo: T.A. Queiróz, 1987.
DIMBLEY R. & BURTON, G. Mais que palavras: uma introdução à teoria da comunicação. São Paulo:
Summus, 1986.
DAHRENDORF, R. Class and Class Conflict in Industrial Society. Londres: Routledge & Kegan Paul,
1957.
________. O conflito social moderno. São Paulo: EDUSP, 1992.
CANCLÍNI, N. G. Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro:
UFRJ, 1995.
________. Culturas híbridas. Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 1996.
________. La globalización imaginada. México - Buenos Aires - Barcelona: Paidós, 1999. CASTELLS, M.
A Era da informação. Economia, sociedade e cultura. Vol.1: A sociedade em rede. São Paulo: Paz e
Terra, 1999.
_________. GIDDENS, A.; TOURAINE, A. Teorías para una nueva sociedad. Madrid

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  • 3. A questão ambiental é decisiva para o futuro da humanidade. Mas... Será que podemos falar de preservação ambiental sem questionar nossos padrões de consumo? VOCÊ JÁ RESPIROU HOJE?
  • 4. • O mito do ECONOMIA crescimento infinito • O dilema SOCIEDADE entre ser e ter: Consumidores ou Cidadãos? CONSUMO • As demandas reprimidas
  • 5. O consumo é o lugar onde os conflitos entre classes, originados pela desigual participação na estrutura produtiva, ganham continuidade através da distribuição e apropriação de bens. Consumir é participar de um cenário de disputas por aquilo que a sociedade produz e pelos modos de usá- lo . (Apud CANCLINI, 1995, p.78). VOCÊ JÁ COMPROU HOJE?
  • 6. Ainda segundo Canclini... ...“a participação social é organizada mais através do consumo do que mediante o exercício da cidadania” (1995, p.14). VOCÊ JÁ EXERCEU SUA CIDADANIA HOJE?
  • 7. A ideia fundamental que norteia o conceito é a de que o consumo consciente pode transformar o ato de consumo em uma prática permanente de cidadania. O objetivo de consumo, quando consciente, extrapola o atendimento de necessidades individuais. Leva em conta também seus reflexos na sociedade, na economia e no meio ambiente. (IDEC, 2008) VOCÊ JÁ ECONOMIZOU HOJE?
  • 8. CONCEITO Consumo crítico é a prática de organizar os hábitos de compras e consumo, de modo a dar preferência a produtos que satisfaçam certos requisitos de qualidade, diferentes daqueles comumente reconhecidos pelo consumidor médio. VOCÊ JÁ CRITICOU HOJE?
  • 9. Em especial, o consumidor vai reconhecer como componentes críticos da qualidade essencial de um produto, determinadas características evidenciados por seus métodos de produção, tais como: - a sustentabilidade ambiental em todo a cadeia produtiva, - a ética do tratamento concedido aos trabalhadores (Responsabilidade Social) , - a isenção de” lobby” de qualquer natureza. VOCÊ JÁ QUALIFICOU HOJE?
  • 10. A prática do consumo crítico frequentemente lança mão de campanhas pró boicotes, com o intuito de modificar uma determinada relação de interesses. A ação em boicote ganhou aclamação como uma ferramenta de protesto não-violento com o boicote aos ônibus em Montgomery Alabama, organizado pelo Dr.Martin Luther King Jr. em meados dos anos 50, e que se tornou um momento decisivo do movimento pelos direitos civis da comunidade negra dos EUA. O boicote tornou-se um dos meios de protesto utilizados por organizações pacifistas e que pregam o ativismo não-violento, desde então. VOCÊ JÁ BOICOTOU HOJE?
  • 11. A ação em boicote ganhou aclamação como uma ferramenta de protesto não-violento com o boicote aos ônibus em Montgomery Alabama, organizado pelo Dr.Martin Luther King Jr. em meados dos anos 50, e que se tornou um momento decisivo do movimento pelos direitos civis da comunidade negra dos EUA. O boicote tornou-se um dos meios de protesto utilizados por organizações pacifistas e que pregam o ativismo não-violento, desde então.
  • 12.
  • 13. AÇÕES PRÓ-BOICOTES: Uma das vitórias mais significativas dos boicotes, foi a abolição do apartheid na África do Sul. As campanhas de boicote aos produtos da Shell, Kellog`s e Coca-Cola, entre outras, haviam sido lançadas mundialmente para protestar contra as políticas racistas do governo sul-africano. As companhias afetadas pelo boicote receberam manifestações de acionários solicitando o desinvestimento no país, catalisando as circunstâncias para a abolição do apartheid em 1994. VOCÊ JÁ BOICOTOU HOJE?
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  • 15. AS VERTENTES DO CONCEITO: ALGUNS EXEMPLOS Na alimentação: A “dieta dos rebeldes” Na agricultura: a agricultura orgânica. Na arquitetura: a permacultura. No transporte urbano: as “bikes”, ao invés dos carros. No turismo: o ecoturismo, o “birdwatching” O QUE VOCÊ JÁ CONSUMIU HOJE?
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  • 17. “Este ano, prevê-se que os gastos com publicidade cheguem a US$ 494 bilhões em todo o mundo em razão do crescimento de . 3.9% esperado para o período”. Fonte: Grupo de Mídia Brasília http://www.midiabsb.org.br/?tag=mundial
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  • 20. Estados Unidos: Limite de publicidade infantil é de 10 min e 30 seg por hora nos finais de semana , 12 min por hora nos dias de semana. Proibido o merchandising testimonial. Inglaterra: é proibida a publicidade de alimentos com alto teor de gordura, açúcar e sal dentro e durante a programação de TV para público menor de 16 anos. Suécia: É proibida a publicidade na TV dirigida à criança menor de 12 anos de idade antes das 21 hs. Alemanha: Os programas infantis não podem ser interrompidos por publicidade.
  • 21. Canadá: É proibida a publicidade de produtos destinados às crianças em programas infantis. Na província de Quebec, é proibida qualquer publicidade de produtos destinados a crianças de até 13 anos, em qualquer mídia. Dinamarca: É proibida qualquer publicidade durante os programas infantis, e ainda, 5 minutos antes e 5 minutos depois. Holanda: Não é permitida qualquer publicidade dirigida às crianças com menos de 12 anos de idade na TV pública. Itália: É proibida publicidade de qualquer produto ou serviço durante os desenhos animados. Noruega: É proibida toda e qualquer publicidade direcionada à crianças com menos de 12 anos de idade. É proibida também toda e qualquer publicidade durante os programas infantis.
  • 22. CONSELHO NACIONAL DE AUTO-REGULAÇÃO PUBLICITÁRIA (CONAR) “É fato que o Brasil vive plenamente a democracia. Existe liberdade de imprensa. Os cidadãos são livres para fazer escolhas e as empresas para empreender, competir e se comunicar com os consumidores. No entanto, a liberdade de expressão está sofrendo bullying” (Gilberto Leifert, presidente do CONAR) http://revistanegociosecia.blogspot.com.br/2011/07/co nar-define-normas-para-combater.html FOTO:
  • 23.
  • 24. ESTRESSE FAMILIAR: Ao apresentar modelos de vida inalcançáveis, a publicidade passa a falsa ideia de famílias sempre prefeitas., gerando conflitos entre pais e filhos, já que os pais desaprenderam a dizer “não” aos filhos. EROTIZAÇÃO PRECOCE: As crianças incentivadas pela publicidade acabam pulando etapas importantes de seu desenvolvimento. Ao invés de brincar, passam a se preocupar em parecer mais velhas e atraentes, portando-se como adultas. VIOLÊNCIA E DELINQUÊNCIA: A publicidade contribui para a exclusão social, já que nem todos podem comprar aquilo que é anunciado. Assim, crianças que não podem ter o que querem, muitas vezes reagem violentamente contra a família e a sociedade.
  • 25. OBESIDADE INFANTIL: A publicidade de alimentos não saudáveis contribui muito para a formaçõa de maus hábitos alimentares. De cada 10 alimentos anunciados no Brasil, 7 são guloseimas industrializadas, sem valores nutricionais equilibrados. Segundo dados do Ministério da Saúde, 15% das crianças brasileiras já estão obesas. ALCOOLISMO: A publicidade de cerveja está presente em vários lugares frequentados por crianças, estimulando-as ao consumo de álcool desde muito cedo.
  • 26. “Até há pouco tempo supunha-se que as formas de exercer a cidadania, atreladas à capacidade de apropriação dos bens de consumo e às maneiras de utilização dos mesmos fossem compensadas pela igualdade em direitos abstratos, traduzidos pelo ato de votar. Entretanto, constata-se hoje, que o eleitor, elemento-chave da representação político-administrativa, raramente consegue enxergar saída para as questões prioritárias, diante de um quadro de degradação política e descrença nas instituições. A identidade do cidadão comum é ditada mais através do consumo privado de bens, insuflado pelos meios de comunicação, do que por dados relacionados às origens territoriais dos indivíduos, o corpo de leis de sua comunidade, os direitos promovidos por estas, seus representantes etc. As sociedades, sujeitas à burocratização técnica das decisões impostas pelo modelo econômico neoliberal, articulado em instâncias globais inalcançáveis, fazem com que apenas os bens de consumo e as mensagens se tornem acessíveis, para que cada um os use "como achar melhor".
  • 27. [...] Os rápidos avanços das tecnologias da produção, a profusão e rapidez com que artigos com novos designs são colocados no mercado, a comunicação cada vez mais extensiva ou intensiva entre as sociedades, e a ampliação dos desejos e expectativas que criam, acabam por gerar um quadro de instabilidade das identidades, antes restritas ao repertório de bens característicos e exclusivos de sua comunidade étnica ou nacional. Entretanto, a cultura de consumo não é uma realidade cristalizada, definitiva e imutável. Das contradições da cultura de consumo, das dificuldades crescentes para a sua concretização, surgem movimentos e grupos sociais dispostos a questionar de forma contumaz essa sociedade, na tentativa de promover uma ruptura com o imaginário pós-moderno, e com os dogmas neoliberais ainda dominantes, que insistem em reiterar a impossibilidade da mudança do mundo.” (CAPUTO, M.V. 2008)
  • 28.
  • 29. "Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar." Bertold Brecht
  • 30. MARTA CAPUTO ma Coordenação Acadêmica marta.caputo@ferss.com.br
  • 31. BORDENAVE, J. D. Além dos meios e mensagens: introdução à comunicação como processo, tecnologia, sistema e ciência. São Paulo: Vozes, 1987. COHN, G. Comunicação e indústria cultural. São Paulo: T.A. Queiróz, 1987. DIMBLEY R. & BURTON, G. Mais que palavras: uma introdução à teoria da comunicação. São Paulo: Summus, 1986. DAHRENDORF, R. Class and Class Conflict in Industrial Society. Londres: Routledge & Kegan Paul, 1957. ________. O conflito social moderno. São Paulo: EDUSP, 1992. CANCLÍNI, N. G. Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 1995. ________. Culturas híbridas. Estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 1996. ________. La globalización imaginada. México - Buenos Aires - Barcelona: Paidós, 1999. CASTELLS, M. A Era da informação. Economia, sociedade e cultura. Vol.1: A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. _________. GIDDENS, A.; TOURAINE, A. Teorías para una nueva sociedad. Madrid … continua