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1. A INTERAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A SOCIEDADE –
SUCESSO NO PROCESSO EDUCACIONAL
Elisa dos Santos Cardoso
Professora de Biologia da Escola Estadual 19 de Julho
Acadêmica do Curso de Licenciatura em Química pelo IFMT/UAB
RESUMO
Atualmente, a educação, a escola, não pode ser vista como algo à parte da
sociedade em que está inserida, ao contrário deve se integrar à mesma, de modo
que o conhecimento produzido não fique restrito a alguns indivíduos e sim que seja
estendido a toda comunidade, promovendo o crescimento de toda a sociedade.
Atingir este patamar de educação não é um processo fácil e para tanto muitas
escolas tem promovido práticas educacionais que, aos poucos, vem propiciando
essa interação, que não são uma novidade apenas para docentes e discentes, mas
também para a sociedade. Através de pequenas práticas, em disciplinas ou áreas de
conhecimento específicas, as escolas têm conseguido não apenas melhoria no
processo de ensino aprendizagem como também tem obtido o reconhecimento da
sociedade e a compreensão de que essa interação é fundamental para o sucesso de
ambas.
Palavras-Chave: educação; sociedade; interação; sucesso;
ABSTRACT
Currently, education, the school can not be seen as something apart from society in
which it operates, instead she should join the same, so that the knowledge produced
is not restricted to a few individuals but it may be extended to the whole community
by promoting the growth of the whole society. Achieving this level of education is not
an easy process to do so many schools and has promoted educational practices that
gradually has been providing this interaction, not just a novelty for teachers and
students, but also to society. Through small practice in disciplines or areas of
expertise, schools have achieved not only in improving teaching and learning
process but also has obtained the recognition of society and understanding of this
interaction is fundamental to the success of both.
Keywords: education, society, interaction; success;

2. INTRODUÇÃO
A escola já foi considerada como local de reprodução de desigualdades
sociais, de preparação para o mercado de trabalho, de transmissão de
conhecimento, sendo que estas características estão associadas a características
históricas, sociais. Nos dias de hoje, a escola é vista como membro da sociedade
onde indivíduos produzem conhecimentos que não são exclusivos e individuais, mas
sociais e que promovem o crescimento da sociedade.
Buscando adquirir estas características, as escolas têm promovido não
apenas estudos teóricos a respeito, mas tomado iniciativa, com práticas inicialmente
tímidas que, no entanto, já demonstram o potencial de transformação que exercem.
Essas práticas advêm do trabalho coletivo, envolvendo professores e alunos, para
demonstrar e promover a interação entre o conhecimento empírico e o científico, a
relação escola e sociedade, a atuação do educando como cidadão crítico e
participativo. Esses trabalhos buscam contextualizar o conhecimento científico,
conhecer a sociedade na qual a escola está inserida e demonstrar o quão escola e
sociedade são intrínsecas e dependentes no que diz respeito ao crescimento e ao
sucesso.

3. DESENVOLVIMENTO E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
Promover a interação entre o que se aprende na escola e o cotidiano, entre a
escola e a sociedade, não é uma tarefa fácil, mas necessária, sendo que através de
pequenas atitudes é possível demonstrar a eficiência desse processo e, aos poucos,
tornar essa interação constante e natural
Uma das formas encontradas pela Profª Elisa dos Santos Cardoso, docente
da EE 19 de Julho, localizada em Peixoto de Azevedo, foi promover um trabalho
intitulado “Biologia e Saúde Pública”. Este trabalho foi desenvolvido com alunos do
2º ano do Ensino Médio Não Profissionalizante, sendo que através dele os mesmos
puderam fazer um ‘resgate histórico’ dos problemas de saúde ocorridos em sua
família assim como no município, através de pesquisa junto aos órgãos
responsáveis. Para dar significado científico ao trabalho, foram feitas pesquisas
bibliográficas e também pesquisa com profissionais da área de saúde do município.
Após este trabalho, foram promovidos debates onde os alunos puderam confrontar
conhecimento empírico e científico, identificando se aqueles apresentam significado
ou se, apesar de serem passados ao longo das gerações e muitas vezes apresentar
resultados, não tem nenhum embasamento cientifico.
De acordo com a proposta do trabalho, o mesmo não deveria ficar restrito aos
alunos que o desenvolveram ou a escola em que o mesmo foi realizado, é preciso
externar, buscar novamente a interação com a sociedade. Novamente, por que esta
já aconteceu no primeiro momento, onde os alunos buscaram informações junto à
família, amigos e moradores da rua/bairro.
Segundo Toro (1999), a escola é o primeiro lugar de atuação pública da
criança. É o lugar onde a criança deixa de manejar coisas particulares para manejar
elementos coletivos; deixa de manejar linguagens privadas para manejar linguagens
coletivas; de manejar símbolos familiares para manejar símbolos coletivos, símbolos
que pertenceram e pertencerão a outras gerações.
Com o intuito de externar o conhecimento produzido e de demonstrar a
importância da atuação social do individuo ‘que sabe’, do papel de cidadão, os
alunos produziram panfletos em forma de histórias em quadrinhos, com o intuito de
alertar a população sobre as doenças mais comuns no município. O modelo de
história em quadrinhos foi escolhido por ser atrativo e divertido, podendo se utilizar

4. de uma linguagem menos formal e mesmo assim, transmitir informações como
agente causador, transmissão, prevenção e tratamento acerca das doenças
trabalhadas.
Os panfletos foram idealizados e produzidos pelos alunos, sob orientação da
profª de Biologia e também da professora de Língua Portuguesa. Após a confecção,
foram aprovados pelas professoras e também pela Secretaria Municipal de Saúde,
sendo reproduzidos em grande quantidade para que fossem distribuídos à
sociedade. A metodologia escolhida para distribuição dos panfletos foi um pit stop
realizado na principal avenida do município.

5. CONCLUSÃO
A partir do trabalho desenvolvido ficou claro o quanto a sociedade pode
contribuir com o processo de ensino aprendizagem e vice-versa. No que diz respeito
à elevação do conhecimento empírico a cientifico, observa-se que o mesmo
acontece de forma mais natural, simples, a partir do momento que o aluno
compreende o contato que já tem com o mesmo, o quanto ele já faz parte de seu
cotidiano. O ponto principal, no entanto, é no crescimento social: o aluno começa
compreender o seu papel enquanto cidadão, que o conhecimento não é exclusivo,
particular, e sim que deve ser utilizado para crescimento de uma sociedade. A
sociedade por sua vez, volta a reconhecer a importância da escola, valorizar os
trabalhos por ela realizados e a participar mais efetivamente deste processo. Ambas
passam a perceber, mesmo que paulatinamente, o quanto uma interfere na outra, o
quanto são dependentes.

6. REFERÊNCIAS
TORO, Bernardo. Valores democráticos, espaços de socialização e o novo contrato
social:Teoria e prática em gestão educacional: Dois Pontos, 1999