SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 66
Pneumonias
Mônica de Cássia Firmida
“A mais difundida e fatal de todas as doenças agudas, a
pneumonia, é agora o Capitão da Morte dos homens.”
Sir Willian Osler, 1849-1919
Introdução
 Pneumonia é a inflamação do parênquima pulmonar que,
geralmente, tem causa infecciosa
 Corresponde à principal causa de morte por infecção em todo o
mundo
 Idosos e em crianças menores de 5 anos são os mais acometidos
 Sazonalidade
 Fatores de risco
Rosen’s Emergency Medicine, 2018
Nelson Textbook of Pediatrics, 19th ed, 2011
Causas de pneumonia
NÃO INFECCIOSAS INFECCIOSAS
 Aspiração
 Corpo estranho
 Substâncias lipóides
 Reações de hipersensibilidade
 Pneumonite induzida por droga ou
radiação
 Vírus
 Bactérias
 Mycoplasma
 Fungos
 Protozoários
etc.
Espectro de patógenos
Suscetibilidade aos antimicrobianos
Novos antibióticos
Desafios
Rosen´s Emergency Medicine, 2018
Determinantes da ocorrência de pneumonia
 Mecanismos de defesa do hospedeiro
 Virulência do patógeno
 Quantidade de patógenos inoculados
Virulência e quantidade do patógenoDefesa do hospedeiro
Vias mais comuns de
infecção pulmonar
FONTE: Taussig. Pediatric Respiratory Medicine, 2nd ed., 2008
Mecanismos de defesa do trato respiratório
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
 Aspiração de microbiota das vias aéreas superiores
 Aerossolização/inalação de agentes
 Via hematogênica
QUANTO À ORIGEM DA INFECÇÃO
Comunitárias
Hospitalares
(ou Nosocomiais)
Classificação das pneumonias
Pneumonia associada a ventilação mecânica
QUANTO À DURAÇÃO
Agudas
Crônicas
Classificação das pneumonias
QUANTO À APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Típicas
Atípicas
Classificação das pneumonias
QUANTO À APRESENTAÇÃO RADIOLÓGICA
Classificação das pneumonias
QUANTO À ETIOLOGIA
Classificação das pneumonias
Bacterianas
Virais
Fúngicas
Agentes etiológicos de pneumonia aguda
Bactérias
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Agentes etiológicos de pneumonia aguda
Vírus
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Agentes etiológicos de pneumonia aguda
Fungos
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Agentes etiológicos
de pneumonia aguda
Outros
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Agentes etiológicos segundo a origem da infecção
Pneumonia Comunitária Pneumonia Hospitalar
Streptococcus pneumoniae Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa
Haemophilus influenzae Gram negativos
Mycoplasma, Chlamydia Fungos
Virus
Agentes etiológicos em doenças de base
Situação Agentes etiológicos
Imunodeficiência * Pneumocystis jiroveci
* CMV
* Fungos
* Mycobacterium tuberculosis
Anemia falciforme * S. pneumoniae
* H. influenzae
* M. pneumoniae
Fibrose cística * S. aureus
* H. influenzae
* P. aeruginosa
* Bactérias do complexo Burkholderia cepacia
Encefalopatias crônicas, AVC, Demência * Anaeróbios
* K. pneumoniae
Cetoacidose diabética * Streptococcus pneumoniae
* Staphylococcus aureus
Alcoolismo * Streptococcus pneumoniae
* Klebsiella pneumoniae
* S. aureus
* Anaeóbios
FONTE: https://www.thinglink.com/scene/880217313813463042
Patogenia
Manifestações clínicas
Tosse
Expectoração
Falta de ar
Dor torácica
Manifestações sistêmicas
Diagnóstico
Radiografia de tórax
Hemograma
Bioquímica
Marcadores inflamatórios
Gasometria arterial
Investigação etiológica
Situação clínica 1
Adolescente de 18 anos, sem doença de base, vem apresentando febre, calafrio e tosse há 3
dias, com piora evolutiva. A tosse inicialmente seca, agora está produtiva, com escarro
amarelado. A febre varia entre 38.5-39oC, ocorrendo várias vezes ao dia, com melhora parcial
quando toma anti-térmico.
De ontem para hoje refere dor torácica à inspiração e falta de ar, além de piora do estado geral.
Exame Físico: Mau estado geral, FR 32 irpm, FC 106 bpm, Tax, 38.7oC, PA=100/60mmHg,
tiragem intercostal. AR: Tórax atípico, expansibilidade torácica preservada, aumento do frêmito
toraco-vocal na base direita, posteriormente, onde há também estertores finos. Restante do
exame físico sem alterações.
Saturação periférica de oxigênio 92% pela oximetria de pulso.
 Como tratar?
 Como saber a etiologia?
O tratamento inicial da pneumonia é empírico,
objetivando cobrir os agentes infecciosos
mais prováveis em cada caso.
Investigação etiológica
Fundamentos da investigação microbiológica
 Material certo e adequadamente coletado
 Transporte correto
 Métodos microbiológicos apropriados
Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016
Médico
Microbiologista
SUCESSO
Observações importantes no formulário de solicitação do exame
1. Identificação clara do paciente (modelo 1)
2. Informações sobre o paciente que são relevantes para o diagnóstico do
processo infecioso (modelo 2)
3. Descrição da amostra (modelo 3)
4. Natureza do Teste Solicitado (modelo 4)
ANVISA, 2004
Hemocultura
 Deve ser colhida dos pacientes que precisam ser
internados, especialmente os graves
 Lavar as mãos antes; usar luvas estéreis
 Frascos para hemocultura, contendo nutriente
 Assepsia prévia do sítio da coleta
 Volume da amostra: 10-20 ml de sangue nos
adultos, 5-10 ml nas crianças, 1 ml em recém-
nascidos
 Colher 2-3 culturas, em momento sem febre
 A primeira (e a segunda) preferencialmente antes
do início do antibiótico; a terceira em até 24 horas
Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016
ANVISA, 2004
FONTE: http://humor-na-saude.blogspot.com.br/
Exame de escarro
 Coletar escarro e não da saliva.
 Uma amostra por dia, se possível o primeiro escarro da
manhã, antes da ingestão de alimentos.
 Escovar os dentes, somente com água
 Respirar fundo várias vezes e tossir profundamente,
recolhendo a amostra em um frasco de boca larga.
 Se o material obtido for escasso, coletar a amostra depois de
nebulização.
 Levar imediatamente ao laboratório.
 Para micobactérias ou fungos, coletar pelo menos três
amostras, em dias consecutivos
Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016
ANVISA, 2004
Outros espécimes
 Lavado brônquico ou bronco-alveolar
 Aspirado traqueal
 Punção pulmonar transtorácica
 Líquido pleural
Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016
Diretrizes Brasileiras de PAC, 2009.
Outros exames
 Pesquisa de antígenos urinários (para S.pneumoniae e
para Legionella pneumophila)
 Sorologias
 Reação em cadeia de polimerase (PCR)
Alguns agentes específicos
 Colonizador habitual da orofaringe, causa uma
série de infecções eventualmente
 Causa mais frequente de pneumonia bacteriana
 Diplococo Gram positivo
 Cepas virulentas têm capsula polissacarídicas,
com antígenos que definem seu sosotipo
 94 sorotipos
 Antes da vacina 7 valente: 4, 6B, 9V, 14, 18C,
19F e 23 F
 Depois: substituição de sorotipos; destaque 19A
Streptococcus pneumoniae
Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016.
Nelson Textbook of Pediatrics, 20th ed., 2016
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Pneumonia lobar, por
Streptococcus pneumoniae
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Haemophilus influenzae
 Cocobacilos Gram negativos
 Estima-se que 5-7% das pneumonias comunitárias
agudas sejam causadas por H. influenzae
 Sua identificação não é fácil, o que dificulta dados
epidemiológicos mais precisos
 A vacinação das crianças reduziu a incidência de
infecções por H. influenzae tipo B (encapsulados)
 Permanecem infecções por H. influenzae não tipáveis
 Broncopneumonia é a apresentação mais frequente
 Clinicamente parece pneumonia por S. pneumoniae
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
 Causa 1-2% das PACs
 Importante causa de pneumonia durante ou após
quadro de Influenza (Gripe)
 Também se destaca entre as pneumonias adquiridas
por via hematogênica
 Muitas vezes os pacientes não têm doença de base
 Potencialmente grave
 Oxacilina sensíveis ou resistentes (MRSA)
Staphylococcus aureus
Escarro positivo para Staphylococcus aureus
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Pneumonia por Staphylococcus aureus
Gram negativos e anaeróbios
Escarro positivo para Klebsiella pneumoniae
• Também causam pneumonias
• Sozinhos ou associados em infecções
polimicrobianas
• Gram negativos 2-10%
• Klebsiella pneumoniae, P. aeruginosa,
and Enterobacter spp
• Mais frequentes em pacientes com
doenças crônicas, principalmente
quando hospitalizados
Legionella pneumophila
 Bacilos Gram negativos
 Mais rara; ocorre em algumas regiões
 Mais frequente no verão
 Associada a sistemas de refrigeração,
banheiras de hidromassagem, etc
 Transmitida por aerosóis
 Febre de Pontiac
 Pneumonia dos legionários
 Achados radiográficos inespecíficos
 Detecção de antígenos em escarro e
urina http://www.cristofoli.com/biosseguranca/oms-declara-surto-de-legionella-em-portugal-como-
emergencia-em-saude-publica/
Agentes causadores de “pneumonias atípicas”
 Mycoplasma pneumoniae
 Chlamydia spp.
 Virus
etc
Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
Pneumonia por Mycoplasma, sorologia positiva
Situação clínica 2
Paciente de 23 anos é portador de fibrose cística e mostra
relatório médico afirmando ser colonizado cronicamente por
Pseudomonas aeruginosa e ter bronquiectasias em ambos os
pulmões, predominantemente em ápices.
Vem apresentando nos últimos dias tosse diária, mais intensa
e mais produtiva do que o habitual, com escarro mais
espesso, verde escuro, além de perda de peso. Ao exame
físico é desnutrido, tem tórax com aumento do diâmetro
ântero-posterior e baqueteamento digital. FR: 22 irpm, FC 89
bpm, Sat 02 95%. Apresenta roncos pulmonares difusos e
estertores grossos nos ápices, bilateralmente.
LINK: http://revista.hupe.uerj.br/default.asp?ed=20#
Fibrose Cística
Imagem: Museu do Amanhã, RJ
O que é Fibrose Cística (FC)?
 Doença decorrente de um defeito
genético que compromete uma proteína
de superfície celular (CFTR) e resulta em
muco espesso e perda de eletrólitos pelo
suor.
 A síndrome clínica é sistêmica, afetando
predominantemente o trato respiratório,
o digestivo e o estado nutricional.
Biossíntese normal da proteína CFTR
Clinical Biochemistry. 2012;45(15):1132-1144
De Boeck, K & Amaral, M. The Lancet, 2016
Classesdasmutaõesgenéticase
consequênciasnaCFTR
Consequências da disfunção CFTR nos órgãos
Disfunção da proteína CFTR
Transporte iônico defeituoso
Depleção do líquido de
superfície das vias aéreas
Dificuldade do
clearance mucociliar
Welsh MJ et al. Scientific American, 1995. 273:52-59
Infecção
Inflamação
Obstrução
Fisiopatologia da doença pulmonar
Registro Brasileiro de Fibrose Cística, 2014
Folkesson, A. et al. Nature Reviews Microbiology, 2012. 10: 841-851
PseudomonasaeruginosanaFC
Pseudomonas aeruginosa Pseudomonas aeruginosa mucoide
Morfotipos de Pa na placa de cultura
FONTE: www.pgmicrobiologia.uerj.br
Profa Elizabeth de Andrade MarquesFIBROSE CÍSTICA - UERJ
Métodos de detecção bacteriana
Cultura
in vitro
Testes
fenotípicos
Testes
moleculares
MARQUES, 2011
Germes emergentes na Fibrose Cística
BGNNF Microbioma
 Complexo Burkholderia cepacia
 Burkholderia gladioli
 Achromobacter spp
 Stenotrophomonas maltophilia
 Ralstonia mannitolytica
 Pandoraea spp.
Microrganismos diversos, não
evidenciados por outras técnicas.
Destaques:
 Streptococcus milleri
 Prevotella spp
BGNNF: bacilos gram negativos não fermentadores
MAHENTHIRALINGAM, 2014
Critérios diagnósticos de FC
SUSPEITA
1. Qualquer manifestação fenotípica
2. História familiar positiva
3. Rastreamento neonatal positivo (tripsina)
Pelo menos um dado suspeito associado com pelo menos uma evidência de disfunção da
CFTR.
CONFIRMAÇÃO
1. Dois testes do suor positivos
2. Duas mutações genéticas identificadas
3. Alteração da diferença de potencial iônico nasal ou retal
J Pediatr. 1998;132:589-595. J Pediatr. 2008;153:S4-S14.
Diretrizes Brasileiras de FC, 2017
 Tripsinogênio imunorreativo sérico
 Screening
Diretrizes Brasileiras de FC, 2017
Rastreamento neonatal
Teste do Suor
 Método quantitativo descrito por Gibson e Cooke (1958).
 Estimulação da sudorese com pilocarpina.
 Amostras adequadas: peso no mínimo acima de 50 mg
(ideal ≥100mg);
 Mínimo de 2 amostras colhidas em datas separadas.
I nterpretação:
Normal: valores de cloro < 30 mEq/L
Limítrofe: entre 30 - 59 mEq/L *
FC: igual ou > 60 mEq/L
Diretrizes Brasileiras de FC, 2017
Pesquisa de mutações genéticas para FC
Pesquisa de F508del (mutação mais comum).
 Pesquisa de mutações específicas (quanto tem um irmão FC com mutações já identificadas)
 Pesquisa de um pool de mutações.
 Sequenciamento completo do gene CFTR
Diretrizes Brasileiras de FC, 2017
Muito obrigada.
mfirmida@gmail.com
Quer saber mais sobre
Fibrose Cística?
Visite
http://unidospelavida.org.br/

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Imunologia - Casos Clínicos
Imunologia - Casos ClínicosImunologia - Casos Clínicos
Imunologia - Casos Clínicos
 
Hipertensão Portal
Hipertensão PortalHipertensão Portal
Hipertensão Portal
 
Anemia 20
Anemia 20Anemia 20
Anemia 20
 
Asma Brônquica
Asma BrônquicaAsma Brônquica
Asma Brônquica
 
Estudo da velocidade de hemossedimentação (vhs)
Estudo da velocidade de hemossedimentação (vhs)Estudo da velocidade de hemossedimentação (vhs)
Estudo da velocidade de hemossedimentação (vhs)
 
Hemograma
HemogramaHemograma
Hemograma
 
Semiologia do edema 2019
Semiologia do edema 2019Semiologia do edema 2019
Semiologia do edema 2019
 
Atlas de urinalise
Atlas de urinaliseAtlas de urinalise
Atlas de urinalise
 
Polissacarídeos da parede celular fúngica
Polissacarídeos da parede celular fúngicaPolissacarídeos da parede celular fúngica
Polissacarídeos da parede celular fúngica
 
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso SistêmicoLúpus Eritematoso Sistêmico
Lúpus Eritematoso Sistêmico
 
Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC)
Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC)Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC)
Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC)
 
Pneumonia
PneumoniaPneumonia
Pneumonia
 
Aula 7 - M
Aula 7 - MAula 7 - M
Aula 7 - M
 
Semiologia das Linfadenopatias
Semiologia das LinfadenopatiasSemiologia das Linfadenopatias
Semiologia das Linfadenopatias
 
Microbiologia: meios de cultura e provas de identificação
Microbiologia: meios de cultura e provas de identificaçãoMicrobiologia: meios de cultura e provas de identificação
Microbiologia: meios de cultura e provas de identificação
 
Pneumonia
PneumoniaPneumonia
Pneumonia
 
Esquistossomose
EsquistossomoseEsquistossomose
Esquistossomose
 
Princípios do diagnóstico microbiológico
Princípios do diagnóstico microbiológicoPrincípios do diagnóstico microbiológico
Princípios do diagnóstico microbiológico
 
Sistema respiratorio slides da aula
Sistema respiratorio slides da aulaSistema respiratorio slides da aula
Sistema respiratorio slides da aula
 
Aula de Parasitologia do dia: 22.09.16
Aula de Parasitologia do dia: 22.09.16Aula de Parasitologia do dia: 22.09.16
Aula de Parasitologia do dia: 22.09.16
 

Semelhante a Pneumonias: causas, diagnóstico e tratamento

pneumonia-7c2b0.ppt
pneumonia-7c2b0.pptpneumonia-7c2b0.ppt
pneumonia-7c2b0.pptcarlasuzane2
 
Lesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDA
Lesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDALesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDA
Lesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDAFlávia Salame
 
Pneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICID
Pneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICIDPneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICID
Pneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICIDLiga De Pediatria Med Unicid
 
1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)Mônica Firmida
 
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumoniaAssistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumoniaTeresa Oliveira
 
Ciências morfofuncionais ii
Ciências morfofuncionais iiCiências morfofuncionais ii
Ciências morfofuncionais iiAna Araujo
 
Pneumonia-afebril-do-lactente.ppt
Pneumonia-afebril-do-lactente.pptPneumonia-afebril-do-lactente.ppt
Pneumonia-afebril-do-lactente.pptLavniaSantana4
 
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato VargesMycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato VargesRenato Varges - UFF
 
Apresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdf
Apresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdfApresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdf
Apresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdfikaropatricio
 
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdf
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdffisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdf
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdfRaqueli Viecili
 
Otimização no tratamento das infecções respiratórias
Otimização no tratamento das infecções respiratóriasOtimização no tratamento das infecções respiratórias
Otimização no tratamento das infecções respiratóriasblogped1
 
pneumonia-161113222159 (1) (2).pptx
pneumonia-161113222159 (1) (2).pptxpneumonia-161113222159 (1) (2).pptx
pneumonia-161113222159 (1) (2).pptxEvertonMonteiro19
 
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptxfisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptxRaqueli Viecili
 
Seminario micro geral_doencas_interpessoal
Seminario micro geral_doencas_interpessoalSeminario micro geral_doencas_interpessoal
Seminario micro geral_doencas_interpessoalMICROBIOLOGIA-CSL-UFSJ
 

Semelhante a Pneumonias: causas, diagnóstico e tratamento (20)

pneumonia-7c2b0.ppt
pneumonia-7c2b0.pptpneumonia-7c2b0.ppt
pneumonia-7c2b0.ppt
 
Lesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDA
Lesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDALesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDA
Lesão Cavitária Pulmonar em paciente SIDA
 
Pneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICID
Pneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICIDPneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICID
Pneumonias na Infância - Liga de Pediatria UNICID
 
Pneumonias - Aula de Microbiologia
Pneumonias - Aula de MicrobiologiaPneumonias - Aula de Microbiologia
Pneumonias - Aula de Microbiologia
 
1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)1. pneumonias (06 jan2015)
1. pneumonias (06 jan2015)
 
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumoniaAssistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
Assistência de enfermagem ao paciente pediátrico com pneumonia
 
Ciências morfofuncionais ii
Ciências morfofuncionais iiCiências morfofuncionais ii
Ciências morfofuncionais ii
 
Pneumonias
PneumoniasPneumonias
Pneumonias
 
Pneumonia-afebril-do-lactente.ppt
Pneumonia-afebril-do-lactente.pptPneumonia-afebril-do-lactente.ppt
Pneumonia-afebril-do-lactente.ppt
 
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato VargesMycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
Mycobacteruim tuberculosis - Renato Varges
 
Pneumonias
PneumoniasPneumonias
Pneumonias
 
Apresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdf
Apresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdfApresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdf
Apresentação-Medicina-4periodo-Influenza.pdf
 
Infeccao em uti
Infeccao em utiInfeccao em uti
Infeccao em uti
 
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdf
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdffisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdf
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress.pdf
 
Otimização no tratamento das infecções respiratórias
Otimização no tratamento das infecções respiratóriasOtimização no tratamento das infecções respiratórias
Otimização no tratamento das infecções respiratórias
 
Pneumonia
PneumoniaPneumonia
Pneumonia
 
pneumonia-161113222159 (1) (2).pptx
pneumonia-161113222159 (1) (2).pptxpneumonia-161113222159 (1) (2).pptx
pneumonia-161113222159 (1) (2).pptx
 
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptxfisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptx
fisioterapia-em-neonatologia-e-pediatria_compress (1).pptx
 
Seminario micro geral_doencas_interpessoal
Seminario micro geral_doencas_interpessoalSeminario micro geral_doencas_interpessoal
Seminario micro geral_doencas_interpessoal
 
Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]
 

Mais de Mônica Firmida

Uso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásia
Uso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásiaUso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásia
Uso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásiaMônica Firmida
 
Papilomatose respiratória recorrente
Papilomatose respiratória recorrentePapilomatose respiratória recorrente
Papilomatose respiratória recorrenteMônica Firmida
 
Anamnese em pneumologia pediátrica
Anamnese em pneumologia pediátricaAnamnese em pneumologia pediátrica
Anamnese em pneumologia pediátricaMônica Firmida
 
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasosMônica Firmida
 
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)Mônica Firmida
 
Bronquiolite obliterante pós infecciosa
Bronquiolite obliterante pós infecciosaBronquiolite obliterante pós infecciosa
Bronquiolite obliterante pós infecciosaMônica Firmida
 
Influenza (manual ms,2013)
Influenza (manual ms,2013)Influenza (manual ms,2013)
Influenza (manual ms,2013)Mônica Firmida
 
Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico Mônica Firmida
 
Pneumonias de repetição
Pneumonias de repetiçãoPneumonias de repetição
Pneumonias de repetiçãoMônica Firmida
 
Faringite estreptocócica
Faringite estreptocócicaFaringite estreptocócica
Faringite estreptocócicaMônica Firmida
 
Cuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em PediatriaCuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em PediatriaMônica Firmida
 

Mais de Mônica Firmida (15)

Uso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásia
Uso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásiaUso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásia
Uso de tecnologias, cuidados paliativos e distanásia
 
Papilomatose respiratória recorrente
Papilomatose respiratória recorrentePapilomatose respiratória recorrente
Papilomatose respiratória recorrente
 
Anamnese em pneumologia pediátrica
Anamnese em pneumologia pediátricaAnamnese em pneumologia pediátrica
Anamnese em pneumologia pediátrica
 
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
4.tuberculose(03 fev2015) SemOsCasos
 
3.asma (27jan2015)
3.asma (27jan2015)3.asma (27jan2015)
3.asma (27jan2015)
 
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
2. bronquiolite viral aguda (13 jan2015)
 
Bronquiolite obliterante pós infecciosa
Bronquiolite obliterante pós infecciosaBronquiolite obliterante pós infecciosa
Bronquiolite obliterante pós infecciosa
 
Influenza (manual ms,2013)
Influenza (manual ms,2013)Influenza (manual ms,2013)
Influenza (manual ms,2013)
 
Fibrose cistica
Fibrose cistica  Fibrose cistica
Fibrose cistica
 
Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico
 
Pneumonias de repetição
Pneumonias de repetiçãoPneumonias de repetição
Pneumonias de repetição
 
Faringite estreptocócica
Faringite estreptocócicaFaringite estreptocócica
Faringite estreptocócica
 
Tabagismo
TabagismoTabagismo
Tabagismo
 
Lactente Sibilante
Lactente SibilanteLactente Sibilante
Lactente Sibilante
 
Cuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em PediatriaCuidados Paliativos em Pediatria
Cuidados Paliativos em Pediatria
 

Pneumonias: causas, diagnóstico e tratamento

  • 2. “A mais difundida e fatal de todas as doenças agudas, a pneumonia, é agora o Capitão da Morte dos homens.” Sir Willian Osler, 1849-1919
  • 3. Introdução  Pneumonia é a inflamação do parênquima pulmonar que, geralmente, tem causa infecciosa  Corresponde à principal causa de morte por infecção em todo o mundo  Idosos e em crianças menores de 5 anos são os mais acometidos  Sazonalidade  Fatores de risco Rosen’s Emergency Medicine, 2018
  • 4.
  • 5. Nelson Textbook of Pediatrics, 19th ed, 2011 Causas de pneumonia NÃO INFECCIOSAS INFECCIOSAS  Aspiração  Corpo estranho  Substâncias lipóides  Reações de hipersensibilidade  Pneumonite induzida por droga ou radiação  Vírus  Bactérias  Mycoplasma  Fungos  Protozoários etc.
  • 6. Espectro de patógenos Suscetibilidade aos antimicrobianos Novos antibióticos Desafios Rosen´s Emergency Medicine, 2018
  • 7. Determinantes da ocorrência de pneumonia  Mecanismos de defesa do hospedeiro  Virulência do patógeno  Quantidade de patógenos inoculados Virulência e quantidade do patógenoDefesa do hospedeiro
  • 8. Vias mais comuns de infecção pulmonar FONTE: Taussig. Pediatric Respiratory Medicine, 2nd ed., 2008 Mecanismos de defesa do trato respiratório Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015  Aspiração de microbiota das vias aéreas superiores  Aerossolização/inalação de agentes  Via hematogênica
  • 9. QUANTO À ORIGEM DA INFECÇÃO Comunitárias Hospitalares (ou Nosocomiais) Classificação das pneumonias Pneumonia associada a ventilação mecânica
  • 11. QUANTO À APRESENTAÇÃO CLÍNICA Típicas Atípicas Classificação das pneumonias
  • 12. QUANTO À APRESENTAÇÃO RADIOLÓGICA Classificação das pneumonias
  • 13. QUANTO À ETIOLOGIA Classificação das pneumonias Bacterianas Virais Fúngicas
  • 14. Agentes etiológicos de pneumonia aguda Bactérias Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 15. Agentes etiológicos de pneumonia aguda Vírus Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 16. Agentes etiológicos de pneumonia aguda Fungos Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 17. Agentes etiológicos de pneumonia aguda Outros Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 18. Agentes etiológicos segundo a origem da infecção Pneumonia Comunitária Pneumonia Hospitalar Streptococcus pneumoniae Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Haemophilus influenzae Gram negativos Mycoplasma, Chlamydia Fungos Virus
  • 19. Agentes etiológicos em doenças de base Situação Agentes etiológicos Imunodeficiência * Pneumocystis jiroveci * CMV * Fungos * Mycobacterium tuberculosis Anemia falciforme * S. pneumoniae * H. influenzae * M. pneumoniae Fibrose cística * S. aureus * H. influenzae * P. aeruginosa * Bactérias do complexo Burkholderia cepacia Encefalopatias crônicas, AVC, Demência * Anaeróbios * K. pneumoniae Cetoacidose diabética * Streptococcus pneumoniae * Staphylococcus aureus Alcoolismo * Streptococcus pneumoniae * Klebsiella pneumoniae * S. aureus * Anaeóbios
  • 21. Manifestações clínicas Tosse Expectoração Falta de ar Dor torácica Manifestações sistêmicas
  • 22. Diagnóstico Radiografia de tórax Hemograma Bioquímica Marcadores inflamatórios Gasometria arterial Investigação etiológica
  • 23. Situação clínica 1 Adolescente de 18 anos, sem doença de base, vem apresentando febre, calafrio e tosse há 3 dias, com piora evolutiva. A tosse inicialmente seca, agora está produtiva, com escarro amarelado. A febre varia entre 38.5-39oC, ocorrendo várias vezes ao dia, com melhora parcial quando toma anti-térmico. De ontem para hoje refere dor torácica à inspiração e falta de ar, além de piora do estado geral. Exame Físico: Mau estado geral, FR 32 irpm, FC 106 bpm, Tax, 38.7oC, PA=100/60mmHg, tiragem intercostal. AR: Tórax atípico, expansibilidade torácica preservada, aumento do frêmito toraco-vocal na base direita, posteriormente, onde há também estertores finos. Restante do exame físico sem alterações. Saturação periférica de oxigênio 92% pela oximetria de pulso.
  • 24.  Como tratar?  Como saber a etiologia?
  • 25. O tratamento inicial da pneumonia é empírico, objetivando cobrir os agentes infecciosos mais prováveis em cada caso.
  • 26.
  • 27.
  • 29. Fundamentos da investigação microbiológica  Material certo e adequadamente coletado  Transporte correto  Métodos microbiológicos apropriados Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016 Médico Microbiologista SUCESSO
  • 30. Observações importantes no formulário de solicitação do exame 1. Identificação clara do paciente (modelo 1) 2. Informações sobre o paciente que são relevantes para o diagnóstico do processo infecioso (modelo 2) 3. Descrição da amostra (modelo 3) 4. Natureza do Teste Solicitado (modelo 4) ANVISA, 2004
  • 31.
  • 32.
  • 33.
  • 34.
  • 35. Hemocultura  Deve ser colhida dos pacientes que precisam ser internados, especialmente os graves  Lavar as mãos antes; usar luvas estéreis  Frascos para hemocultura, contendo nutriente  Assepsia prévia do sítio da coleta  Volume da amostra: 10-20 ml de sangue nos adultos, 5-10 ml nas crianças, 1 ml em recém- nascidos  Colher 2-3 culturas, em momento sem febre  A primeira (e a segunda) preferencialmente antes do início do antibiótico; a terceira em até 24 horas Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016 ANVISA, 2004
  • 36. FONTE: http://humor-na-saude.blogspot.com.br/ Exame de escarro  Coletar escarro e não da saliva.  Uma amostra por dia, se possível o primeiro escarro da manhã, antes da ingestão de alimentos.  Escovar os dentes, somente com água  Respirar fundo várias vezes e tossir profundamente, recolhendo a amostra em um frasco de boca larga.  Se o material obtido for escasso, coletar a amostra depois de nebulização.  Levar imediatamente ao laboratório.  Para micobactérias ou fungos, coletar pelo menos três amostras, em dias consecutivos Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016 ANVISA, 2004
  • 37. Outros espécimes  Lavado brônquico ou bronco-alveolar  Aspirado traqueal  Punção pulmonar transtorácica  Líquido pleural Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016 Diretrizes Brasileiras de PAC, 2009.
  • 38. Outros exames  Pesquisa de antígenos urinários (para S.pneumoniae e para Legionella pneumophila)  Sorologias  Reação em cadeia de polimerase (PCR)
  • 40.  Colonizador habitual da orofaringe, causa uma série de infecções eventualmente  Causa mais frequente de pneumonia bacteriana  Diplococo Gram positivo  Cepas virulentas têm capsula polissacarídicas, com antígenos que definem seu sosotipo  94 sorotipos  Antes da vacina 7 valente: 4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F e 23 F  Depois: substituição de sorotipos; destaque 19A Streptococcus pneumoniae Murray et al. Medical Microbiology, 8th ed, 2016. Nelson Textbook of Pediatrics, 20th ed., 2016 Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 41. Pneumonia lobar, por Streptococcus pneumoniae Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 42. Haemophilus influenzae  Cocobacilos Gram negativos  Estima-se que 5-7% das pneumonias comunitárias agudas sejam causadas por H. influenzae  Sua identificação não é fácil, o que dificulta dados epidemiológicos mais precisos  A vacinação das crianças reduziu a incidência de infecções por H. influenzae tipo B (encapsulados)  Permanecem infecções por H. influenzae não tipáveis  Broncopneumonia é a apresentação mais frequente  Clinicamente parece pneumonia por S. pneumoniae Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 43.  Causa 1-2% das PACs  Importante causa de pneumonia durante ou após quadro de Influenza (Gripe)  Também se destaca entre as pneumonias adquiridas por via hematogênica  Muitas vezes os pacientes não têm doença de base  Potencialmente grave  Oxacilina sensíveis ou resistentes (MRSA) Staphylococcus aureus Escarro positivo para Staphylococcus aureus Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015
  • 45. Gram negativos e anaeróbios Escarro positivo para Klebsiella pneumoniae • Também causam pneumonias • Sozinhos ou associados em infecções polimicrobianas • Gram negativos 2-10% • Klebsiella pneumoniae, P. aeruginosa, and Enterobacter spp • Mais frequentes em pacientes com doenças crônicas, principalmente quando hospitalizados
  • 46. Legionella pneumophila  Bacilos Gram negativos  Mais rara; ocorre em algumas regiões  Mais frequente no verão  Associada a sistemas de refrigeração, banheiras de hidromassagem, etc  Transmitida por aerosóis  Febre de Pontiac  Pneumonia dos legionários  Achados radiográficos inespecíficos  Detecção de antígenos em escarro e urina http://www.cristofoli.com/biosseguranca/oms-declara-surto-de-legionella-em-portugal-como- emergencia-em-saude-publica/
  • 47. Agentes causadores de “pneumonias atípicas”  Mycoplasma pneumoniae  Chlamydia spp.  Virus etc Mandell, Principles and Practice of Infectious Diseases, 8th ed., 2015 Pneumonia por Mycoplasma, sorologia positiva
  • 48. Situação clínica 2 Paciente de 23 anos é portador de fibrose cística e mostra relatório médico afirmando ser colonizado cronicamente por Pseudomonas aeruginosa e ter bronquiectasias em ambos os pulmões, predominantemente em ápices. Vem apresentando nos últimos dias tosse diária, mais intensa e mais produtiva do que o habitual, com escarro mais espesso, verde escuro, além de perda de peso. Ao exame físico é desnutrido, tem tórax com aumento do diâmetro ântero-posterior e baqueteamento digital. FR: 22 irpm, FC 89 bpm, Sat 02 95%. Apresenta roncos pulmonares difusos e estertores grossos nos ápices, bilateralmente.
  • 51. O que é Fibrose Cística (FC)?  Doença decorrente de um defeito genético que compromete uma proteína de superfície celular (CFTR) e resulta em muco espesso e perda de eletrólitos pelo suor.  A síndrome clínica é sistêmica, afetando predominantemente o trato respiratório, o digestivo e o estado nutricional.
  • 52. Biossíntese normal da proteína CFTR Clinical Biochemistry. 2012;45(15):1132-1144
  • 53. De Boeck, K & Amaral, M. The Lancet, 2016 Classesdasmutaõesgenéticase consequênciasnaCFTR
  • 54. Consequências da disfunção CFTR nos órgãos
  • 55.
  • 56. Disfunção da proteína CFTR Transporte iônico defeituoso Depleção do líquido de superfície das vias aéreas Dificuldade do clearance mucociliar Welsh MJ et al. Scientific American, 1995. 273:52-59 Infecção Inflamação Obstrução Fisiopatologia da doença pulmonar
  • 57. Registro Brasileiro de Fibrose Cística, 2014
  • 58. Folkesson, A. et al. Nature Reviews Microbiology, 2012. 10: 841-851 PseudomonasaeruginosanaFC
  • 59. Pseudomonas aeruginosa Pseudomonas aeruginosa mucoide Morfotipos de Pa na placa de cultura FONTE: www.pgmicrobiologia.uerj.br Profa Elizabeth de Andrade MarquesFIBROSE CÍSTICA - UERJ
  • 60. Métodos de detecção bacteriana Cultura in vitro Testes fenotípicos Testes moleculares MARQUES, 2011
  • 61. Germes emergentes na Fibrose Cística BGNNF Microbioma  Complexo Burkholderia cepacia  Burkholderia gladioli  Achromobacter spp  Stenotrophomonas maltophilia  Ralstonia mannitolytica  Pandoraea spp. Microrganismos diversos, não evidenciados por outras técnicas. Destaques:  Streptococcus milleri  Prevotella spp BGNNF: bacilos gram negativos não fermentadores MAHENTHIRALINGAM, 2014
  • 62. Critérios diagnósticos de FC SUSPEITA 1. Qualquer manifestação fenotípica 2. História familiar positiva 3. Rastreamento neonatal positivo (tripsina) Pelo menos um dado suspeito associado com pelo menos uma evidência de disfunção da CFTR. CONFIRMAÇÃO 1. Dois testes do suor positivos 2. Duas mutações genéticas identificadas 3. Alteração da diferença de potencial iônico nasal ou retal J Pediatr. 1998;132:589-595. J Pediatr. 2008;153:S4-S14. Diretrizes Brasileiras de FC, 2017
  • 63.  Tripsinogênio imunorreativo sérico  Screening Diretrizes Brasileiras de FC, 2017 Rastreamento neonatal
  • 64. Teste do Suor  Método quantitativo descrito por Gibson e Cooke (1958).  Estimulação da sudorese com pilocarpina.  Amostras adequadas: peso no mínimo acima de 50 mg (ideal ≥100mg);  Mínimo de 2 amostras colhidas em datas separadas. I nterpretação: Normal: valores de cloro < 30 mEq/L Limítrofe: entre 30 - 59 mEq/L * FC: igual ou > 60 mEq/L Diretrizes Brasileiras de FC, 2017
  • 65. Pesquisa de mutações genéticas para FC Pesquisa de F508del (mutação mais comum).  Pesquisa de mutações específicas (quanto tem um irmão FC com mutações já identificadas)  Pesquisa de um pool de mutações.  Sequenciamento completo do gene CFTR Diretrizes Brasileiras de FC, 2017
  • 66. Muito obrigada. mfirmida@gmail.com Quer saber mais sobre Fibrose Cística? Visite http://unidospelavida.org.br/