1) O documento discute fatores de risco para doenças cardiovasculares como hipertensão, diabetes, dislipidemia, sedentarismo e obesidade.
2) Esses fatores de risco aumentam o risco de condições como infarto, AVC e insuficiência cardíaca quando presentes individualmente ou em combinação.
3) Controle dos fatores de risco como pressão arterial, colesterol e parar de fumar pode reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares.
2. • O termo fator de risco (FR) descreve
aquelas características que, quando
encontradas em indivíduos saudáveis, estão
associadas de forma independente com a
manifestação subseqüente de uma
determinada doença.
• Um FR pode ser definido como qualquer
traço ou característica mensurável de um
indivíduo que possa predizer a probabilidade
desse indivíduo manifestar uma determinada
doença.
3.
4. ONU,1958 – Combinação variada de mudanças da
camada íntima das artérias, consistindo no acúmulo
de lípides, carboidratos complexos, sangue e seus
derivados, depósitos fibrosos e deposição de Ca+
associada a mudança do meio.
Artérias – locais de maior propensão
Ramificações
Bifurcações
Curvaturas
5. Progressão e Repercussões da Doença
Cardiovascular
Conseqüências Clínicas:
Angina Infarto do Hipertrofia Insuficiência AVC Insuficiência Doença
Miocárdio Ventricular Cardíaca Renal Vascular
Esquerda Periférica
11. O que é
• Caracterizada com uma condição sistêmica, envolve
alterações estruturais das artérias e do miocárdio,
associadas à disfunção endotelial, à constrição e ao
remodelamento da musculatura lisa.
Fator de risco
Contribui diretamente para IM, ACV, ICC, insuficiência arterial
periférica e mortalidade prematura.
De todos os FR, é o mais prevalente, 30% da população dos EUA.
1991 – 15% no Brasil e 25% no RJ e SP.
Prevalência global de hipertensão entre homens (26,6%) e
mulheres (26,1%) insinua que sexo não é um fator de risco para
hipertensão. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão mais
elevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a partir da sexta
década.
12. HAS
persistente da PA acima dos valores da normalidade
Classificação PAS PAD
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130 - 139 85-89
HAS
Leve (estágio 1) 140-159 90-99
Moderada (estágio 2) 160 - 179 100-109
Grave (estágio 3) ≥ 180 ≥ 110
Hipertensão Sistólica > 140 < 90
Isolada
NIH, 1997 / AHA, 2001
13. Derrame Diminuição
Cerebral da visão
por lesões
na retina
Desgaste
acelerado
Hipertrofia
no coração
do coração
por Doenças
no Coração
(infarto, ICC
e arritmias)
Lesão
Dano sério nas
nos rins artérias
16. O que é
Tipo 1 (DM1): doença auto-imune caracterizada pela destruição das células
beta produtoras de insulina.
Tipo 2 (DM2): incapacidade de absorção das células musculares e adiposas.
Por muitas razões as células não conseguem metabolizar a glicose
suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de
"resistência insulínica".
Fator de risco
• Com base no Censo Nacional de Diabete de 1980, a prevalência era de 7,6%
(30-69 anos).
• A DAC ocorre mais comumente em diabéticos do que na população em
geral, afetando mais de 55% dos pacientes. A DM é fator de risco maior
para a doença cardiovascular, é um fator de risco independete e potencial
de DAC, AVC e doença arterial periférica. A presença do diagnóstico de
diabetes eleva o risco de 2 a 4 vezes da coronariopatia, sendo necessário o
controle rigoroso dos níveis glicêmicos.
17. Complicações
Problemas
da diabetes renais
Doença vascular
Retinopatia
18.
19. O que é
É o aumento anormal da taxa de lipídios no sangue. Pode ocorrer por
causa do aumento do triglicérides (TGs) - (hipertrigliceridemia isolada),
aumento do colesterol (hipercolesterolemia isolada) ou por uma combinação
das duas (dislipidemia mista). Pode ainda ser causada pela redução do HDL ou
aumento dos TGs ou LDL-C.
Fator de risco
O risco de DAC aumenta significativa e progressivamente com
valores acima dos desejáveis para colesterol total, LDL colesterol e
triglicerídeos, e a relação de risco é inversa para HDL.
Para o colesterol, em uma metanálise de 38 grandes ensaios clínicos,
encontrou-se que, para cada 10% de redução no colesterol, a mortalidade
reduziu 13%, o risco de mortalidade total 11%.
Estudo conduzido em nove capitais, envolvendo 8.045 indivíduos com
idade mediana de 35 ± 10 anos, no ano de 1998, mostrou que 38% dos homens e
42% das mulheres possuem CT > 200 mg/dL. Neste estudo, os valores do CT
foram mais altos no sexo feminino e nas faixas etárias mais elevadas.
20. Por que é importante Reduzir
o Colesterol Elevado
10%
redução
15% 11%
redução de redução
DAC mortalidade
21. Fator de risco
Exercícios, mesmo que em graus moderados,
têm efeito protetor contra a DAC e sobre todas as
causas de mortalidade e uma série de outros
benefícios: elevação do HDL-colesterol, redução de
cifras na HAS e auxílio na baixa do peso corporal.
O sedentarismo aumenta a incidência de HAS
(30% maior que ativos), obesidade, e,
consequentemente, DM.
22. O que é
IMC elevado – acima de 30 Kg/m2
Há nítida correlação entre o ganho ponderal e o excesso
de peso com risco de doenças cardiovasculares. O excesso de
peso predisporia a essas doenças devido a anormalidades no
metabolismo dos lípides, glicose e PA.
Fator de risco
A obesidade com predomínio de deposição de gordura na região
abdominal, com maior freqüência associa-se à intolerância à glicose,
alterações do perfil lipídico do plasma e, principalmente, à HA.
Aproximadamente 32% da população brasileira apresenta sobrepeso
[Índice de Massa Corporal (IMC) > 25)], sendo esta taxa de 38% para o sexo
feminino e de 27% para o sexo masculino (Ministério da Saúde de 1993). A
obesidade (IMC > 30) foi encontrada em 8% da população brasileira.
23. Fator de risco
O cigarro duplica o risco na doença arterial coronariana e 30% delas
são atribuídas ao número de cigarros fumados.
A DAC se associa de forma definitiva com o tabagismo, sendo
responsável pelo maior número de óbitos entre as doenças tabaco-
relacionadas.
O fumo causa entre 17% e 30% de todas as mortes devido à doença
cardiovascular.
IBGE (1991): a prevalência de tabagismo em pessoas acima de 5 anos
de idade 24%, com maior concentração na faixa etária entre 30 e 49 anos.
Estudo da SOCESP (1999): 17% avaliação de aproximadamente
20.000 indivíduos em 19 cidades.
Abandono do fumo: risco de DAC cai 50% após 1 ano. Após 4 anos,
risco igual ao não fumante. Ressalta-se também que o risco de infarto é
maior nos fumantes passivos.
24. Consequências
• Ações deletérias sobre a parede dos vasos
sanguíneos, sobre o sistema de coagulação e os
lípides.
• Alterações eletrofisiológicas
• Efeito pró-coagulante
• Aumento das catecolaminas circulantes
• Alterações metabólicas, diminuição do HDL,
aumento do LDL, e resistência à insulina
• Disfunção endotelial e estress oxidativo
• Espessamento endotelial e fomação de placas
• Aumento da homocisteína plasmática
• Níveis séricos reduzidos de vit. C e E
25. A ingestão aguda de etanol é responsável
por um efeito inotrópico negativo
direto divido à diminuição da força
contrátil ventricular. Observa-se
aumento sutil da FC.
ICC – provocada por redução significativa da função do VE (histórico de 80g de
álcool/dia por 10 anos).
A influência do etanol no sistema cardiovascular tem sido geralmente
atribuída à sua ação tóxica mais do que à desnutrição.
Há incidência aumentada de morte súbita que atinge seu ápice em
torno dos 50 anos de idade em alcoólatras.
Um grau significativo de elevação da PA acontece em indivíduos que
abusam de álcool. Tende a ser normalizado na maioria dos indivíduos durante
abstinência de álcool.
26. Características das bebidas alcoólicas mais comuns
Consumo máximo
Bebida tolerado
~2 latas = 700 ml ou
Cerveja 1 garrafa= 650 ml
Vinho ~2 taças de 150 ml
ou 1 taça de 300 ml
Uísque, vodca, ~2 doses de 50 ml
aguardente ou 3 doses de 30 ml
27. Apesar de extensamente discutido o estresse emocional está
intimamente relacionado ao desencadeamento dos eventos isquêmicos
coronarianos.
RAÇA
Hipertensão é mais prevalente em mulheres afrodescendentes com
excesso de risco de hipertensão de até 130% em relação às mulheres brancas.
HEREDITARIEDADE
História familiar de DAC prematura
♂ até 55 anos (pai, irmão)
♀ até 65 anos (mãe, irmã)
IDADE
Idade (♂≥ 45 anos, ♀≥ 55 anos )
28. Muitos destes fatores de risco são inter-relacionados.
Obesidade, sedentarismo e o tabagismo podem aumentar a
pressão sangüínea e adversamente influenciar os níveis de
colesterol sangüíneo. Diversos estudos sugerem que a
exposição à fumaça do cigarro no ambiente ("fumo passivo")
também aumenta o risco do desenvolvimento de doenças
cardíacas.
29. Lipoproteína (a) - Lp(a)
A Lp(a) tem sido associada com a ocorrência de
eventos cardiovasculares em caucasianos e em
orientais. Todavia, os numerosos polimorfismos
dessa apoproteína e a metodologia ainda não-
suficientemente validada inviabilizam sua
determinação rotineira. Não há provas de que a
redução dos níveis de Lp(a) diminui o risco de
aterosclerose.
30. Elevações deste aminoácido têm sido associadas a disfunção
endotelial, trombose e maior severidade da aterosclerose. Uma relação
entre concentração de homocisteína e risco cardiovascular tem sido
demonstrada. Entretanto, ainda não há consenso de que níveis elevados de
HCY sejam fator de risco isolado para a aterosclerose.
31. A PCR-as é um marcador do processo inflamatório em indivíduos
sadios e tem uma estabilidade comparável ao CT.
A PCR-as tem sido consistentemente associada ao risco cardiovascular
e sua determinação parece ser de utilidade na estratificação do risco de
eventos coronários.
32. A soma dos fatores de risco multiplicam o risco
de Doença Coronária
EUA - 1984
Incidência de DAC por 1000 pessoas
200
Fatores de Risco:
160 - Fumo
- Colesterol Elevado
120 - Hipertensão Arterial
6X
80
Maior
60
0
Nenhum Um fator Dois fatores Todos os
três fatores
Fonte - Departamento de Saúde dos Estados Unidos da América.
33. Controlar o colesterol = - 33% de risco de infarto - 25%
de risco de morte - 20% de risco de derrame.
Controle da pressão arterial = -15% de risco de infarto
- 42% o risco de derrame.
Parar de fumar = - 50% de risco de infarto - 70% de risco
de morte.
Perder peso e exercício = - 25% de risco de diabetes.
Importante: quem tem diabetes apresenta um risco
cerca 4 vezes maior de morrer de doenças
cardiovasculares.
35. Dois terços de todas as doenças e mortes
prematuras são evitáveis, porém apenas se
nós, como indivíduos, reconhecermos nossa
responsabilidade em tomar conta de nós
mesmos. As prioridades são óbvias: parar de
fumar, persistir na dieta apropriada, controlar
a bebida, praticar exercícios, aprender a lidar
com o estresse e adotar medidas preventivas
como exames regulares. A vida mais sensata
não é dispendiosa e está prontamente
disponível; a alternativa é imperdoável.
Albert Oberman
Professor da Universidade do Alabama - USA