O documento discute a introdução das lutas e artes marciais no contexto escolar. Apresenta uma proposta de programação dividida em três dias que inclui introdução às lutas, regras de ação e princípios operacionais, progressão de conteúdo no âmbito escolar, e modalidades esportivas e lutas folclóricas. Também discute benefícios físicos, cognitivos, sociais e éticos da prática de lutas para crianças e jovens.
1. Prof. Dr. Fabrício Boscolo Del Vecchio
Professor Adjunto – ESEF/UFPel
Membro do:
European College of Sport Science
National Strength and Conditioning Research
Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte
Comitê Científico do GTT12 – Treinamento Esportivo
Grupo de Saúde Coletiva, Epidemiologia e Atividade Física – FEF/Unicamp
Grupo de Estudos e Pesquisas em Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate – EEFE/USP
2. Quinta Feira
Introdução às Lutas
Regras de Ação e Princípios Operacionais
Sexta Feira
Progressão do conteúdo no âmbito escolar
Sábado
Modalidades Esportivas de Combate
Lutas Folclóricas
3. O que se trabalha/desenvolve/ensina
“Voleibol, Futsal, Basquetebol e Handebol”
“Os quatro esportes básicos”
“Jogos”
Jogos Desportivos Coletivos
+ de 50% das aulas (Betti; Liz, 2003)
4. Para quê a prática atual é adequada?
Desejamos mudar?
Buscamos ajuda para mudar?
Nós nos capacitamos para mudar a realidade?
“(...) quando uma vara está torta, não basta colocá-la na
posição correta para endireitá-la.
É preciso curvá-la para o lado oposto”.
7. “E não há dúvida que toda luta
(...) apresenta as características
formais do jogo.” (p.46)
8. Disciplinado
Domínio das regras
Improvisação livre
Domínio do divertimento
9.
10. Decisões independentes dos jogadores
Não há controle do resultado sobre o adversário
“O destino é o artífice da vitória”
Eliminação da profissionalização, aplicação e treinamento
11. Fuga do mundo real e criação de outra realidade
Aceitação temporária do universo imaginário
Elevada interpretação
15. Em função de semelhanças estruturais
(Graça, Mesquita)
Proposta de Ellis (1983)
16. Jogos de
Golfe, Bilhar, Boliche, Gude...
Alvo
Jogos de
Tenis, Badminton, Squash, Voleibol...
Rede/Parede
Jogos de
Basebol, Softbol, Criquet, Bets/Taco...
Batimento
Jogos de
Futebol, Basquetebol, Rugby, Handebol...
Invasão
Jogos de Judô, Karatê, Uka-Uka, Savate...
Luta
17.
18. Práticas culturais fortemente ligadas ao regionalismo.
Influenciadas por aspectos culturais, podem atuar nas esferas:
Está implícito na prática das artes marciais o objetivo de defesa de uma
comunidade
As artes marciais têm somente um objetivo:
Neutralizar o mais rápido possível os ataques, empregando para isso todos os
meios necessários (REID; CROUCHER, 2003).
19. (Nakamoto et al., 2004; Pucineli et al., 2005)
Jogos de Oposição (AGON): ; ;
Entre 2 ou mais pessoas
O alvo é um ser humano (adversário, colega...)
Ataque é feito a qualquer momento
(Há fusão ataque/defesa)
Existe possibilidade de ataques mútuos
21. LUTAS que são, obrigatoriamente, regidas por entidades
reguladoras:
Associações, Federações, Confederações
Têm campeonatos com
disputas diretas
regras
classificações
pódios
36. Atividades de Disputa
(Agon em potencial)
Atividades de Perseguição Atividades de Comparação
Atividades de Oposição
Outras Atividades Regidas Luta
pela lógica da Oposição
1) Espacialidade
2) Indumentária
3) Ação Motora
4) Temporalidade
5) Princípios Operacionais
42. Busca relações invariantes nas lutas
PRINCÍPIOS
OPERACIONAIS
Formas de interação com o alvo
REGRAS DE
AÇÃO
Relações com a meta
GESTOS
ESPECÍFICOS
(NAKAMOTO et al., 2004; PUCINELI et al., 2005)
45. Considerando que:
Mais de 75% dos ingressantes abandonam as práticas
antes da idade adulta (Donohue, 2008)
Entre 10% e 20% dos praticantes atingem a faixa preta
(Donohue, 2008)
Apenas 16% de medalhistas com 15-16 anos serão
medalhistas na idade adulta (Julio et al., 2007)
46. A luta é jogo regrado e competitivo entre
dois seres pensantes, cuja finalidade, o
domínio do adversário, vem tendo oferta
limitada de possibilidades em sua prática.
47.
48. Prof. Dr. Fabrício Boscolo Del Vecchio
Professor Adjunto – ESEF/UFPel
Membro do:
European College of Sport Science
National Strength and Conditioning Research
Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte
Comitê Científico do GTT12 – Treinamento Esportivo
Grupo de Saúde Coletiva, Epidemiologia e Atividade Física – FEF/Unicamp
Grupo de Estudos e Pesquisas em Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate – EEFE/USP
49. Quinta Feira
Introdução às Lutas
Regras de Ação e Princípios Operacionais
Sexta Feira
Progressão do conteúdo no âmbito escolar
Sábado
Modalidades Esportivas de Combate
Lutas Folclóricas
50.
51. INTERESSE:
Conteúdos Culturais
Desenvolvimento de Habilidades
Aprimoramento de Capacidades
Foco no Processo Formativo
52.
53. 1) Incluir de combate
inespecífica esporadicamente.
2) Programar
continuando seu desenvolvimento com
outras unidades de combate em anos seguintes.
3) de luta regrada, com
iniciação técnico-tática específica.
55. Físico e Psicomotor:
Capacidades físicas e coordenativas
Habilidades motoras
▪ Agarrar, levantar, empurrar, puxar
Sensações tácteis e proprioceptivas
▪ Contato com o companheiro;
56. Cognitivo:
Aquisição de elementos culturais
Conceitos físicos
▪ Equilíbrio, desequilíbrio, centro de gravidade
Capacidade de análise e de resposta
nas diversas situações de luta
57. Social e Afetivo:
Socialização - facilitação das relações
entre indivíduos
Liberação controlada da agressividade
Assimilação do contato corporal como
ato natural
Aceitação da oposição
58. Ético
Oportunidade prática de experimentar
formas controladas de agressividade
Conhecer o dano físico e emocional
que pode ser causado e sofrido
Respeito pelo companheiro pois, sem
ele, a prática não pode ser consolidada
59.
60. Avaliação Diagnóstica
Luta versus Briga - Conceito de "AMBIENTE"
Problematizar - O Jogo e (a falta) suas regras
61. TEMA 01 - Equilíbrio/Desequilíbrio
TEMA 02 - Rapidez/Agilidade/Atenção
TEMA 03 - Jogos de Combate
TEMA 04 - Jogos de Força
70. APROXIMAÇÃO MICROGRUPAL (8 a 10 anos)
Oposição Real e Direta
Corpo-a-Corpo
Maior Especificidade
Diminuição das Atividades Grupais
Aumento das Atividades em Duplas
71. JOGOS DE COOPERAÇÃO
JOGOS DE OPOSIÇÃO
LONGA DISTÂNCIA
MÉDIA DISTÂNCIA
CORPO-A-CORPO Objetivo (alvo)
Objeto
Território
Corpo
Villamon; Molina, 1999
72. JOGOS DE OPOSIÇÃO
CORPO-A-CORPO 1. Jogos de rapidez e atenção
2. Jogos de conquistas de objetos e territórios
Objetivo (alvo)
Objeto 3. Jogos para desequilibrar
Território 4. Jogos para reter, imobilizar e se livrar
Corpo 5. Jogos para combater
Olivier, 2002
73.
74. Olivier, 2002
1. Jogos de rapidez e atenção
De vivacidade, com alternância dos papeis de atacante e
atacado e que evitam o contato próximo com o colega
2. Jogos de conquistas de objetos
Aproximam os adversários, mas as principais ações de
oposição são feitas em direção a objetos a serem
conquistados. Os papéis de atacante e de defensor são
separados
3. Jogos de conquistas de territórios
Implicam em aproveitamento e diversificação das ações
desequilibrantes para chegar a seus fins. É preciso
puxar, carregar, empurrar, fazer virar e esquivar-se,
desviar-se e resistir. O contato se torna inevitável.
75. Olivier, 2002
4. Jogos para desequilibrar
Agir em direção ao colega, sem mediação de objeto ou território.
Os papéis de ataque e de defesa são alternados e/ou simultâneos.
5. Jogos para reter, imobilizar e se livrar
Enfrentamentos variados e que levam ao corpo-a-corpo.
São jogos para resistir e livrar-se. Os papéis são separados e/ou
combinados
6. Jogos para combater
Combate completo. As condutas de ataque e de resistência são
concomitantes.
Torna-se indispensável encadear e coordenar todas as ações
necessárias ao combate
76. ETAPAS FASES IDADE ESTRUTURA DA METODOLOGIA
ATIVIDADE
Aproximação Jogos de Oposição
Pré-Luta 6-8 anos Global Instrutiva
Macrogrupal Jogos de Luta
Atividades de Luta
Aproximação Global Instrutiva
Pré-Luta 8-10 anos Jogos de oposição
Microgrupal Participativa
Jogos de Luta
Globa-analítica
Jogos de Luta
Luta Aproximação Dual 10-12/13 anos Instrutiva-
M. E. de Combate
Participativa
Mista
Domínio
Luta 12/13-15 anos M. E. de Combate Participativa-
Técnico-tático
Emancipativa
Mista
Luta Aperfeiçoamento + 16 anos M. E. de Combate
Emancipativa
Henares, 2000