Minicurso educação cristã - Apresentado pela Profª Esp. Monika Picanço, na III Semana Científica da Faculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul - 2014
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Educación
Educação Cristã: convergência entre Ciência e Religião, Minicurso, apesentado pela Profª Monika Picanço, durante a III Semana Científica da Faculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul - Itanhaém - SP - 2014
Similar a Minicurso educação cristã - Apresentado pela Profª Esp. Monika Picanço, na III Semana Científica da Faculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul - 2014(20)
Minicurso educação cristã - Apresentado pela Profª Esp. Monika Picanço, na III Semana Científica da Faculdade de Ciências Aplicadas e Tecnológicas do Litoral Sul - 2014
Educação Cristã:
Convergência entre Ciência
e Religião
“Ciência sem religião é
manca. Religião sem ciência é
cega”.
Assim disse Albert Einstein.
Minicurso elaborado pela
Profª Esp. Monika Picanço
III Semana Científica da
Faculdade de Ciências
Aplicadas e Tecnológicas do
Litoral Sul
Itanhaém -SP
2014
“Somos limitados,
mas é dentro dos limites e
condicionamentos que se opera a nossa
liberdade”.
(Márcio Fabri dos Anjos,
ex-presidente da Sociedade Brasileira de
Teologia e Ciências da Religião)
“Os seres humanos não são econômicos.
Todos os que conheço são muito parecidos
com Hamlet, todos os dias com dúvidas e
indagando-se em busca da coerência.”
(Amartya Kumar Sen – Prêmio Nobel de
Economia de 1998)”
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a
desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver
agigantar-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto.”
(Ruy Barbosa)
“Quanto mais a ciência avança ao propor novas formas de
explicação para o Universo,
mais o mistério se aprofunda e abre caminho
para interpretações.”
(Mário Sérgio Cortella,
professor titular de Teologia e Ciências da Religião na PUC-SP)
INTRODUÇÃO
A Humanidade conseguiu inúmeros
avanços. Chegamos ao século X X I,
podendo, através dos progressos da
cibernética, conversar em tempo real
com alguém do outro lado do
planeta. Chegamos ao controle do
átomo, realização de transplantes,
clonagem, conquistas espaciais com
satélites e naves, fibra ótica, robótica,
etc.
Em contrapartida, não temos
respostas para questões relacionadas
à fome, à violência, à corrupção,
à degradação e exploração do meio-
ambiente, à falta de respeito com
outras formas de vida e para com
outros semelhantes.
A libertação do homem em
decorrência do progresso
técnico-científico não
ocorreu, como se esperava.
Acirram-se, continuamente,
conflitos entre os povos; o alto
poder destrutivo das armas
transformou guerras em
genocídios; cresceu
assustadoramente a poluição
dos mares e da atmosfera
do planeta, enquanto os
recursos energéticos vão se
exaurindo e o homem
conseguiu até alterar a
ordem climática da Terra.
“Estamos mais próximos de um
suicídio coletivo do que de uma
libertação”, afirma sabiamente
Fernando Guedes de Mello, em
seu ensaio
Ética, Cultura &
Organização
(in:
www.espirito.org.br/portal/artigos).
E cita Peter Drucker: “o caráter
e a integridade, por si só, nada
realizam. Mas sua ausência
aniquila tudo o mais” (grifos
nossos).
Ética vem do grego “ethico”, que se
origina em “ethos”, que significa
caráter, forma de ser. Ética
significa, pois, as coisas referentes
ao caráter. Ensina-nos Maria
Aparecida Ferreira de Aguiar (A ética
nas organizações é possível?, in Revista
UN ICSUL , nº7, p.46):
“A palavra moral, originalmente em latim
moralist, como adjetivo, e mos, morés,
substantivo, nos leva à moralidade, que
tem a ver com a ação de seu ego, self ou
sujeito que relaciona a sua ação com a
ação dos outros. A moral é individual,
enquanto a ética é a moral pensada,
mas na prática” (grifo nosso).
Já diziam os sábios pensadores da
Antiguidade que o homem é um ser
social e político. Aristóteles afirmava
que o homem é um ser feito para a
convivência social. O filósofo viveu
entre 384 a.C. e 322 a.C. e já se
preocupava com a Ética, a ciência dos
costumes. Para ele, o homem é ser
racional e seu sumo bem não se realiza
na vida individual; todos concordam
que o fim último é a felicidade, mas
discordam quanto à sua essência. Muitos
colocam a felicidade ou no prazer ou
na honra ou na virtude. E m um
ponto, porém, temos que concordar,
ainda em nossos dias, com a premissa
aristotélica de que conquistamos a
virtude com o exercitar-nos em atos
virtuosos.
Certa vez, uma mãe levou seu filho
pequeno até Ghandi, dizendo:
“Ghandi, meu filho come açúcar demais
e isso é ruim para os dentes dele. Por
favor, diga-lhe que pare”. Ghandi
pediu gentilmente que a mulher
voltasse dali a duas semanas com o
menino e quando ela o fez, Ghandi
olhou o menino nos olhos e disse:
“você não deve comer tanto açúcar,
faz mal para os seus dentes”. A mãe,
muito feliz, agradeceu o mestre e já
saindo com seu filho, voltou- se e
perguntou: “mas, por que o senhor
simplesmente não lhe disse isso há
duas semanas?”. E Ghandi
respondeu: “porque há duas semanas
eu ainda comia açúcar” (grifo nosso).
Segundo Gilclér Regina, no artigo
Minha vida é minha imagem
(Revista Vencer, n.54, p.12),
“Na vida, há uma distinção entre uma
resposta e uma reação. A reação é
instantânea, repleta de emoção, desprovida
de um pensamento direcionado e
consciente e a resposta é uma conduta
mais ponderada porque é dirigida mais
pela razão e pela reflexão e menos pela
emoção. A reação não leva em conta
as consequências, ao passo que a
resposta é determinada pela reflexão
sobre as consequências”.
Precisamos mais de respostas e
menos de reações.
“Os indivíduos no Brasil tornaram-se social e
moralmente supérfluos. Eles nada valem como
cidadãos, pessoas que têm responsabilidades.
Ao contrário, são postos em situação de
desqualificação e tutela. O que vigora hoje, no
Brasil, é uma razão cínica. N o lugar da
indignação, produziu-se um discurso
desmoralizante que diz que toda lei é
convencionalismo, formalismo, idealismo,
conservadorismo”.
Necessitamos, urgentemente, de um
renascimento dos valores éticos e morais
para que a sociedade retome seu eixo e a
Educação Cristã tem papel-chave e
fundamental nessa retomada.
Necessitamos, com brevidade, de uma ética
do caráter, intimamente ligada à fé na
natureza humana, no potencial criativo do ser
humano. Um trabalho “de dentro para fora”.
Lembra-nos Fernando Guedes de Mello
(op.cit.) : “uma flor nunca desabrocha de fora
para dentro”.
Para o psicanalista Jurandir Freire Costa (A
Ética e o espelho da cultura, p.10),
Como bem expõe Daniel Piza (Cultura da
leviandade, in O Estado de São Paulo, 04.04.2004,
p.3D):
“Não se trata apenas do desespero do
desempregado, ou do sujeito que cada vez
mais vê o salário ficar abaixo das contas,
ou dos pais que temem pelos filhos nas
cidades violentas. O pior é ver
aumentar a sensação de que fazer o
bem, ser correto, querer crescer como
pessoa, não vale a pena. E esta
sensação é o maior problema que o
Brasil vive hoje, pelo que significa
de ofensa à dignidade e pelo que
implica perda de critério e ânimo”
(grifo nosso).
EDUCAÇÃO CRISTÃ: SOLUÇÃO NA PALAVRA
DE DEUS - LOGOS CRIADOR E
TRANSFORMADOR - E O
MODELO DO MESTRE DOS MESTRES, JESUS.
IS 48.17-18: “Assim diz o Senhor, o teu
Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o
Senhor, o teu Deus,
que te ensina o que é útil, e
te guia pelo caminho em que deves andar.
Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus
mandamentos! Então seria a tua paz como
um rio, e a tua justiça como as ondas do
mar”.
Sempre que penso em religião e
nas diversas igrejas, pergunto-me por
que, muitas vezes, o crente – seja qual
for a fé que professe – fala muito na
palavra e nos ensinamentos de Deus,
mas acaba por não colocar em prática
Seus ensinamentos.
Outra questão que sempre me chamou
atenção é o significado do mandamento
“crescei e multiplicai-vos”. Lembro- me que,
uma vez, em minha juventude, numa destas
conversas, chamadas de “filosofias de mesas
de bar”, expus minha teoria com medo de que
me tomassem como louca. Disse o que creio até
hoje: que o sentido desse mandamento não é
apenas carnal. Podemos crescer e
multiplicar-nos espiritual, moral e
culturalmente. E mais: que é também isso que
Deus espera de nós, é nosso dever.
Gn.1.28: “Então Deus os abençoou e lhes disse:
Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-
a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do
céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a
terra”. Deus deu ao homem, assim, supremacia
sobre as outras espécies; deu-lhe a razão, o
livre-arbítrio, e, acima de tudo, a
responsabilidade.
Em matéria publicada na Revista
Isto É , edição nº 1889, de
28/12/2005, li: “a neurociência
demonstra que a religiosidade
está sediada no cérebro. Estudos
feitos com monges e freiras em clausura
mostram que houve mudanças na
química do sangue e nas ondas
cerebrais quando eles oravam ou
meditavam”. Se assim é, a
religiosidade, a fé, a oração, em
muito vêm ajudar a ciência e,
consequentemente, é papel dos que
militam nas esferas religiosa e
educacional, transformar esse
potencial em ações que visem
ao aprimoramento da
humanidade, especialmente no
momento em que vivemos, em que
assistimos à inversão (ou falta?) de
valores, como exposto no início
deste trabalho.
Rick Warren, em sua obra Você não está
aqui por acaso, diz:
“Deus não nos deixou às cegas, para
ficarmos nos questionando e conjecturando.
Claramente revelou, ao longo da Bíblia,
seus propósitos para nossa vida. É o nosso
‘manual do fabricante’: ‘ a sabedoria de Deus
trata profundamente de seus propósitos, não
sendo sua mensagem recente, e sim a mais
antiga – que Deus determinou como a
forma de aflorar o melhor de si em nós’ I
Coríntios 2.7. Deus não é apenas o ponto de
partida de nossa vida: é a fonte dela. Para
descobrir o propósito de sua vida, volte-se para
a Palavra de Deus, não para a sabedoria do
mundo (grifos nossos)”.
Acontece que “o resultado da obra criativa de
Deus não subsiste em um vácuo moral”. Assim,
cabe a teólogos e educadores refletirem
sobre a questão do ensino pela fé
reformadora – teologia reformada na (e
para a) educação - (grifo nosso). A Educação
cristã coloca Deus no centro de uma
cosmovisão, visão unificada do conhecimento
para a vida. Pergunto: viveríamos hoje uma
‘nova queda’? É possível cair mais fundo?
Salmo 19.12-13: “Quem pode discernir os
próprios erros? Purifica-me tu dos que me são
ocultos. Também de pecados de presunção
guarda o teu servo, para que não se
assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e
ficarei limpo de grande transgressão”.
E is a solução. O caminho é de pedras e
longo, mas não impossível. As leis naturais
de Deus, em sua perfeita ordem, levam à
sabedoria, que é ‘um passo à frente da
aquisição de conhecimento, é a aplicação correta
do conhecimento adquirido’.
CRISTO É SABEDORIA PERSONIFICADA
“É em Cristo que descobrimos quem somos e
o propósito de nossa vida. Muito antes de
termos ouvido falar de Cristo e de termos
erguido nossas esperanças [...] Ele já tinha
Seus olhos sobre nós; já havia planejado para
nós uma vida gloriosa, parte do projeto
global que Ele está elaborando para tudo e
para todos”Efésios 1.11.
Os educadores, especialmente os
teólogos, devem sempre ter em mente
que Jesus, através do discipulado,
deixou Seu legado, e que são os
principais responsáveis por sua
continuidade.
Is 48.3-11:
“Desde a Antigüidade anunciei as coisas
que haviam de ser; da minha boca é que
saíram, e eu as fiz ouvir; de repente as pus por
obra, e elas aconteceram. [...] Porque eu
sabia que és obstinado, que a tua cerviz é um
nervo de ferro, e a tua testa de bronze. [...]
olha bem para tudo isto; porventura não o
anunciarás? Desde agora te mostro coisas
novas e ocultas, que não sabias. [...] São
criadas agora, e não de há muito, e antes deste
dia não as ouviste, para que não digas: Eis
que já eu as sabia. [...] Tu nem as ouviste,
nem as conheceste, nem tampouco há muito
foi aberto o teu ouvido; porque eu sabia que
procedeste muito perfidamente, e que eras
chamado transgressor desde o ventre. [...]
Eis que te purifiquei, mas não como a
prata; provei-te na fornalha da aflição, [...]
Por amor de mim, por amor de mim o
faço; porque como seria profanado o meu
nome? A minha glória não a darei a
outrem”.
Jesus é, portanto, nosso mestre
supremo. Deus é o principal educador,
modelo a ser seguido pelos
pedagogos contemporâneos.
Através do AMOR, Jesus tornou-se um líder
natural, cuja autoridade provinha de seu
modo de pregar e ensinar: em
qualquer lugar, a quem quer que
precisasse (há alguém que não precise?)
de seus ensinamentos - tocou o
leproso, que era discriminado em seu
tempo; não fazia distinção de pessoas,
tratava homens e mulheres, ricos e
pobres, em pé de igualdade (aparece,
após sua ressurreição, primeiramente à
Maria Madalena, uma mulher).
Rm 2.11: “Pois para com Deus não há
acepção de pessoas”.
Devemos lembrar que grupos dominantes
sempre usaram a educação como um meio
para moldar as camadas da população,
visando seus próprios interesses, muitas
vezes, escusos. Jesus visava moldar as
camadas da população para um
interesse bem diverso: o interesse da
própria população, a salvação do
próprio homem. Que ideal mais nobre
pode nortear a vida de um verdadeiro
educador e seguidor da palavra de Deus?
Rm 1.16: “Porque não me envergonho do
evangelho, pois é o poder de Deus para
salvação de todo aquele que crê”.
Jesus possuía perspicácia e empatia com
seus “pupilos”, compreendendo sua
essência e natureza. Usando de
parábolas, falou a linguagem de seus
“alunos”. Saiu do mundo do mito –
alegorias, representações, simbologias -
para fazer comparações com as
experiências, empiricamente.
35
CONCLUSÃO
I Coríntios 13. 1-2: “Ainda que eu falasse as
línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse
amor, seria como o metal que soa ou como o
címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de
profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a
ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal
que transportasse os montes, e não tivesse amor,
nada seria”.
Todo conhecimento adquirido pelo homem só tem
valor se o levar a realizar seu maior intento: ser
feliz, pleno e realizado. Felicidade, paz e
harmonia são os maiores objetivos da
humanidade. Amor está intimamente ligado a
valores morais, espirituais e religiosos.
“Religião” vem de “religare”, ligar-se novamente a
Deus – o homem (re) encontrando sua essência
perdida, decaída, só achada novamente pelo
conhecimento e pelo amor.
O verdadeiro conhecimento leva ao amor e o
amor verdadeiro leva ao conhecimento.
I Corintios 13. 9-10: “porque, em parte
conhecemos, e em parte profetizamos; mas,
quando vier o que é perfeito, então o que é em
parte será aniquilado”.
Is 48.22: “N ão há paz para os ímpios,
diz o Senhor”.
Como nos ensina Rick Warren (op.cit.):
“Damos glória a Deus ao nos tornar como
Cristo. Damos glória a Deus servindo a
outras pessoas com nossos dons. Damos
glória a Deus falando dele a outras pessoas”.
I Pedro 4.10,11:
“Servindo uns aos outros conforme o dom
que c ada um recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de
Deus. Se alguém fala, fale como
entregando oráculos de Deus; se alguém
ministra, ministre segundo a força que
Deus concede; para que em tudo Deus seja
glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem
pertencem a glória e o domínio para todo
o sempre. Amém”.
REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA DE
APOIO
ALMEIDA, Bíblia atualizada e corrigida In
http://www.bibliaonline.com.br/#
MENCONI, Darlene. As razões da fé In
Revista ISTO É, ed. 1889, 28 de dezembro
de 2005, SP, pg. 100-106.
PICANÇO, Monika. Redescobrindo o ser
ético: sociedade sem valor é ser humano sem
amor. São Paulo: Clube de Autores, 2009.
WARREN, Rick. Você não está aqui por
acaso. São Paulo: Editora Vida, 2005.
Este Minicurso foi elaborado, a partir de
excerto do livro Reflexões Teológicas Vol.
1, de Monika Picanço, Editora Clube de
Autores/AGBOOK, disponível para
aquisição, impresso ou em formato e-book,
IN http://migre.me/exw2i