Cmv na gesta+º+úo

CITOMEGALOVÍRUS
Universidade Estadual do Maranhão – UEMA
Centro de Estudos Superiores de Caxias – CESC
Caxias, 10 de junho de 2013
Obstetrícia
Prof. Francisco Gomes
Epidemiologia
• Distribuição mundial
– Não apresenta sazonalidade
– Infecção uterina mais comum
– Causa importante de surdez e déficit neurológico
na infância
• Incidência e prevalência:
– Fatores determinantes para o aparecimento de
anticorpos
• Nível socioeconômico, escolaridade, exposição
frequente
– Brasil: 91% das gestantes tiveram infecção prévia
Transmissão
• Homem único reservatório: saliva, sangue, urina,
secreções respiratórias, esperma
• Agente mais comum de infecções congênitas.
• 0,2 a2,6% de todos os nascimentos
• Transmissão vertical:
– Infecção primária materna:(40%a50%)
– Recorrência: reativação do vírus latente do
hospedeiro imunodeprimido (mononucleares do
sangue periférico), reinfecção e infecções persistentes.
(0,5%a2%)
Diagnóstico clínico
• A infecção materna é geralmente
assintomática, porém pode ocorrer febre,
linfadenomegalia, fadiga e anorexia
• Sintomatologia muito parecida com a
mononucleose.
Diagnóstico Laboratorial
• Baseia-se na pesquisa de anticorpos específicos
• IgM em exame de rotina do pré-natal sugere infecção
aguda pelo citomegalovírus
• Teste de avidez para IgG para datar infecção
• Baixa avidez (<30%) nas primeiras 8 a 12 semanas da
infecção primária
Rastreamento Sorológico
• Não é recomendado o rastreamento sorológico de
rotina durante a gestação:
- Acurácia para predição de sequelas fetais após
infecção primária materna é baixa
- Alguns casos de infecção fetal são resultantes de
reinfecção materna por cepas diferentes do vírus
- Não há vacinas ou tratamento eficazes
- Alto custo para identificação e isolamento do vírus
Transmissão vertical
• Infecção materna primária  transmissão fetal em
30 a 50%
• Infecção da placenta  vírus se instala no epitélio
tubular renal
• Infecção a partir dos órgãos genitais maternos 
líquido amniótico  orofaringe  epitélio tubular
renal
• Transmissão durante o parto: contato do produto
conceptual com as secreções do canal do parto
• Puerpério: transmissão por meio do leite materno
INFECÇÃO FETAL
• Alta: 0,2 – 2,5% dos nascidos vivos;
• A imunidade materna pré-concepcional
proporciona relativa proteção ao feto;
• Achados clínicos típicos:
– Mães com infecção primária  10 – 15%
– Mães com infecção secundária  2%
INFECÇÃO FETAL
• Lesões mais agressivas no 1º trimestre
• Quadro clínico
– CIUR
– Microcefalia
– Hepatoesplenomegalia
– Petéquias
– Icterícia
– Coriorretinite
– Trombocitopenia/ anemia
– alterações do sistema nervoso central e cardíacas.
Conduta
• O tratamento das crianças que apresentam a doença
congênita ainda é limitado;
• Droga preferida é o ganciclovir (*foscarnet);
No entanto, como estas drogas possuem efeitos colaterais
consideráveis, não são utilizadas em recém-nascidos
infectados;
• Quanto antes for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento,
melhor poderá ser a evolução dessa criança. Daí a
importância do diagnóstico durante a gestação;
• Não existe ainda cura para crianças com infecção congênita.
Prognóstico
• Altas taxas de morbidade e mortalidade;
• Crianças que ao nascimento são sintomáticas,
apresentam sequelas:
-deficiência visual e/ou auditiva;
-convulsões;
-deficiência intelectual;
-paresias e/ou paralisias.
• Casos de reinfecção materna ou criança
assintomática: mortalidade rara.
Prevenção
• Não existe um meio totalmente eficaz de evitar a infecção;
• A prevenção passa pela prática de uma higiene cuidada durante o
período de gravidez.
• Cuidados:
-Lavar as mãos com frequência, e sempre que trocar fraldas ou tiver
contato com a saliva de crianças,assoar narizes. Esfregue as mãos
com água e sabão por pelo menos 15 segundos.
- Não usar os mesmos talheres ou copos de crianças pequenas.
- Se você não estiver num relacionamento fixo, usar camisinha
quando tiver relações sexuais e evitar o sexo oral.
• Não existe vacina.
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  • 1. CITOMEGALOVÍRUS Universidade Estadual do Maranhão – UEMA Centro de Estudos Superiores de Caxias – CESC Caxias, 10 de junho de 2013 Obstetrícia Prof. Francisco Gomes
  • 2. Epidemiologia • Distribuição mundial – Não apresenta sazonalidade – Infecção uterina mais comum – Causa importante de surdez e déficit neurológico na infância • Incidência e prevalência: – Fatores determinantes para o aparecimento de anticorpos • Nível socioeconômico, escolaridade, exposição frequente – Brasil: 91% das gestantes tiveram infecção prévia
  • 3. Transmissão • Homem único reservatório: saliva, sangue, urina, secreções respiratórias, esperma • Agente mais comum de infecções congênitas. • 0,2 a2,6% de todos os nascimentos • Transmissão vertical: – Infecção primária materna:(40%a50%) – Recorrência: reativação do vírus latente do hospedeiro imunodeprimido (mononucleares do sangue periférico), reinfecção e infecções persistentes. (0,5%a2%)
  • 4. Diagnóstico clínico • A infecção materna é geralmente assintomática, porém pode ocorrer febre, linfadenomegalia, fadiga e anorexia • Sintomatologia muito parecida com a mononucleose.
  • 5. Diagnóstico Laboratorial • Baseia-se na pesquisa de anticorpos específicos • IgM em exame de rotina do pré-natal sugere infecção aguda pelo citomegalovírus • Teste de avidez para IgG para datar infecção • Baixa avidez (<30%) nas primeiras 8 a 12 semanas da infecção primária
  • 6. Rastreamento Sorológico • Não é recomendado o rastreamento sorológico de rotina durante a gestação: - Acurácia para predição de sequelas fetais após infecção primária materna é baixa - Alguns casos de infecção fetal são resultantes de reinfecção materna por cepas diferentes do vírus - Não há vacinas ou tratamento eficazes - Alto custo para identificação e isolamento do vírus
  • 7. Transmissão vertical • Infecção materna primária  transmissão fetal em 30 a 50% • Infecção da placenta  vírus se instala no epitélio tubular renal • Infecção a partir dos órgãos genitais maternos  líquido amniótico  orofaringe  epitélio tubular renal • Transmissão durante o parto: contato do produto conceptual com as secreções do canal do parto • Puerpério: transmissão por meio do leite materno
  • 8. INFECÇÃO FETAL • Alta: 0,2 – 2,5% dos nascidos vivos; • A imunidade materna pré-concepcional proporciona relativa proteção ao feto; • Achados clínicos típicos: – Mães com infecção primária  10 – 15% – Mães com infecção secundária  2%
  • 9. INFECÇÃO FETAL • Lesões mais agressivas no 1º trimestre • Quadro clínico – CIUR – Microcefalia – Hepatoesplenomegalia – Petéquias – Icterícia – Coriorretinite – Trombocitopenia/ anemia – alterações do sistema nervoso central e cardíacas.
  • 10. Conduta • O tratamento das crianças que apresentam a doença congênita ainda é limitado; • Droga preferida é o ganciclovir (*foscarnet); No entanto, como estas drogas possuem efeitos colaterais consideráveis, não são utilizadas em recém-nascidos infectados; • Quanto antes for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhor poderá ser a evolução dessa criança. Daí a importância do diagnóstico durante a gestação; • Não existe ainda cura para crianças com infecção congênita.
  • 11. Prognóstico • Altas taxas de morbidade e mortalidade; • Crianças que ao nascimento são sintomáticas, apresentam sequelas: -deficiência visual e/ou auditiva; -convulsões; -deficiência intelectual; -paresias e/ou paralisias. • Casos de reinfecção materna ou criança assintomática: mortalidade rara.
  • 12. Prevenção • Não existe um meio totalmente eficaz de evitar a infecção; • A prevenção passa pela prática de uma higiene cuidada durante o período de gravidez. • Cuidados: -Lavar as mãos com frequência, e sempre que trocar fraldas ou tiver contato com a saliva de crianças,assoar narizes. Esfregue as mãos com água e sabão por pelo menos 15 segundos. - Não usar os mesmos talheres ou copos de crianças pequenas. - Se você não estiver num relacionamento fixo, usar camisinha quando tiver relações sexuais e evitar o sexo oral. • Não existe vacina.