1) O documento descreve o Plano Real, um programa de estabilização econômica implementado no Brasil em 1994 para reduzir a hiperinflação. 2) O Plano Real consistiu em três etapas: criação da URV, implementação do Real como nova moeda, e políticas monetária e cambial. 3) Após 20 anos, a inflação acumulada foi de 347,51%, reduzindo o poder de compra da população.
1. ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
ECONOMIA BRASILEIRA
PROFESSOR: ROBERTO QUARANTA
NATHAN AGOSTINHO FELIPE
PLANO REAL
MARANGUAPE-CE
2014
2.
3. Sumário
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................4
Plano Real .................................................................................................................5
PAI – Programa de Ação Imediata.............................................................................6
A criação da URV (Unidade Real de Valor) ............................................................. 7
A nova moeda, o
Real............................................................................................................................7
SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 1º ANO..............................................8
SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 5º ANO..............................................8
SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 10º ANO............................................9
Superávit Primário....................................................................................................10
SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 20º ANO..........................................10
Como sair dessa situação? .....................................................................................11
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INTRODUÇÃO
O plano real foi anunciado no dia 7 de novembro de 1993. O presidente da
República era Itamar Franco, que havia assumido o comando do país no ano
anterior, após o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello de quem fora
vice-presidente. O ministro da fazenda era Fernando Henrique Cardoso. O Brasil
estava à beira da hiperinflação. O sucesso do Plano real ao reduzir uma inflação
anual de 2500% para menos de 10% em menos de um ano, garantiu à Fernando
Henrique dois mandatos consecutivos (1995-1998 e 1999-2002) na Presidência da
República.
A moeda que serviu como âncora, no caso brasileiro, foi o dólar. Ela constituiu
uma substituição imediata de moedas domésticas.
O plano possuiu três etapas para se desenvolver, como vamos ver no
desenvolvimento da leitura, assim como o desenvolvimento econômico do país no
decorrer dos anos.
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PLANO REAL
O que foi o Plano Real?
Plano Real foi o programa brasileiro de estabilização econômica desenvolvido
em 30 de junho de 1994 durante o governo de Itamar Franco, elaborado pelo
ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso que promoveu o fim
da inflação elevada no Brasil, situação que já durava aproximadamente trinta anos.
A inflação se alimenta do desequilíbrio do governo. Quando alguém gasta
mais do que ganha e toma dinheiro emprestado, entra numa roda viva que leva ao
desespero. Isso era o que estava acontecendo com o país. Todos os anos eram
relacionadas obras e despesas maiores do que o governo arrecadava. Era mais ou
menos assim: em um ano o governo ganhava 70, mas gastava 100; cobria a
diferença tomando dinheiro emprestado, pagando juros ou fabricando dinheiro.
Quanto mais deve, mais o governo tem de pedir emprestado e mais juros paga, e
mais dinheiro acaba fabricando, sob a forma de papel-moeda ou de títulos. Com
isso, todo o país perde a confiança na moeda e exige mais dinheiro pelos produtos
ou serviços vendidos
O Plano passou por três fases:
PAI – Programa de Ação Imediata.
URV (Unidade Real de Valor).
Implementação da nova moeda, o Real.
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PAI – Programa de Ação Imediata
Foi um conjunto de medidas econômicas elaborado em julho de 1993, que
“preparou a casa” para o lançamento do Plano Real um ano depois. Nessa época, o
presidente era Itamar Franco, sendo que Fernando Henrique Cardoso já era o
Ministro da Fazenda.
O Programa de Ação Imediata apontou as seguintes necessidades:
- Corte de gastos públicos – de aproximadamente 6 bilhões de dólares no
orçamento de 1993, em todos os ministérios.
- Recuperação da Receita – através do combate à evasão fiscal, inclusive das
grandes empresas.
- Austeridade (controle de gastos) no relacionamento com Estados e
Municípios – através do corte de repasses inconstitucionais, forçando Estados
e Municípios a equilibrarem seus gastos através de cortes.
- Ajustes nos Bancos Estaduais – em alguns casos, através da intervenção do
Banco Central, buscando cortes de gastos e punindo irregularidades com a
Lei do Colarinho Branco.
- Redefinição das funções dos Bancos Federais – buscando o enxugamento
da estrutura, evitar a concorrência recíproca e predatória, e punir
irregularidades através da Lei do Colarinho Branco.
- Privatizações - De empresas dos setores siderúrgicos, petroquímico e de
fertilizantes, por entender que as empresas públicas estarem reféns de
interesses corporativos, políticos e econômicos.
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A criação da URV (Unidade Real de Valor)
A segunda etapa do Plano, a criação da URV ocorreu em 27 de maio de
1994, inicialmente convertendo os salários e os benefícios previdenciários,
promovendo a neutralidade distributiva.
Foi um índice que procurou refletir a variação do poder aquisitivo da moeda,
servindo apenas como unidade de conta e referência de valores. Teve curso
juntamente com o Cruzeiro Real (CR$) até o dia 1º de julho de 1994, quando foi
lançada a nova base monetária nacional, o Real (R$).
Instituída pela Medida Provisória nº 482, foi parte fundamental do Plano Real,
contribuindo positivamente para a mudança de moeda, para a estabilização
monetária e econômica, sem medidas de choque como confiscos e congelamentos.
A nova moeda, o Real
No dia 30 de junho de 1994, foi editada a Medida Provisória que implementou
a nova moeda, o Real. Essa era a terceira fase do plano.
Todo o programa tinha como base as políticas cambial e monetária. A política
monetária foi utilizada como instrumento de controle dos meios de pagamentos
(saldo da balança comercial, de capital e de serviços), enquanto a política cambial
regulou as relações comerciais do país com os demais países do mundo.
Foi estabelecida a paridade nos valores de reais e dólares, defendida através
da política de intervenção, na qual o governo promoveu a venda de dólares e o
aumento das taxas de juros nos momentos de pressão econômica.
Fernando Henrique Cardoso (FHC) era o ministro da Fazenda durante o
período de lançamento do Plano. O presidente era Itamar Franco. Um mês após o
lançamento do plano, FHC se desincompatibilizou do cargo para se candidatar à
Presidência da República pelo PSDB. Rubens Ricupero assumiu o ministério da
Fazenda. O Plano Real possibilitou a vitória de Fernando Henrique Cardoso nas
eleições para a Presidência em 1994, sendo reeleito nas eleições seguintes.
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SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 1º ANO
Assumindo o governo em 1º de janeiro de 1995, Fernando Henrique
Cardoso, agora como presidente do mais importante país da América.
Seu primeiro governo foi marcado pela quebra dos monopólios estatais nas
áreas de comunicação e petróleo, bem como pela eliminação de restrições ao
capital estrangeiro. Essa ampla política de privatização de empresas estatais
renovou o país nas áreas de telefonia e comercialização de minérios. Surgia a
missão de dar suporte ao Plano Real e controlar o déficit público, fazendo uma
reforma monetária sustentável.
Uma das principais preocupações de Fernando Henrique Cardoso era
controlar a inflação. Para isto, o governo elevou as taxas de juros da economia.
Outra iniciativa de destaque de FHC foi privatizar empresas estatais, como a Vale do
Rio Doce e Sistema Telebrás. Enfrentou muitas críticas de vários setores da
sociedade, principalmente de partidos de oposição, como o PT (Partido dos
Trabalhadores).
SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 5º ANO
Entre 1999 e 2003/2004 os resultados dos anos de Plano Real foram
dramáticos em termos de criação de empregos formais, de crescimento e
concentração de renda.
A crise da desvalorização do real, ou efeito samba, foi um forte movimento de
queda do real que ocorreu no Brasil em janeiro de 1999, quando o Banco Central
abandonou o regime de câmbio fixo, passando a operar em regime de câmbio
flutuante.
Na prática, o Brasil acabou sendo vitimado pelas menores taxas de
crescimento do PIB das últimas décadas, associado a um processo de
"desindustrialização"
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SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 10º ANO
De agosto de 1994 a maio de 2004, os preços administrados subiram 258,8%,
os serviços de telefonia subiram 715,1%, o gás de botijão teve aumento de 525,9%.
Transportes: trem, 259,1%; ônibus, 239,9%; táxis, 211,8%. Correios, 376%;
eletricidade, 212,6%; água e esgoto, 261,7%.
As causas principais da alta de preços são:
1) o controle dos mercados pelo poder econômico concentrado em poucas
empresas, em geral estrangeiras;
2) a indexação das tarifas de serviços públicos privatizados e a permissividade das
agências pseudo-reguladoras;
3) a inibição da produção resultante de: a) abolição dos investimentos na
infraestrutura; b) compressão da renda disponível dos brasileiros (se a procura
estagna ou declina, para quê investir na produção?).
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SUPERÁVIT PRIMÁRIO:
O setor público é chamado a fazer um grande esforço fiscal de corte de
despesas orçamentárias (saúde, educação, saneamento, pessoal, previdência social
e outras), com o objetivo de gerar o tal superávit primário. E todo o saldo desse
resultado é dirigido automaticamente para o pagamento das despesas financeiras.
Comparação, em termos absolutos (bilhões
de reais), entre o PIB, a dívida pública, o gasto com pagamento de juros da dívida, o ‘esforço fiscal’
do superávit primário (resultados consolidados, isto é, de todo o setor público) e a arrecadação
tributária da União, Estados e Municípios, excluídas as estatais, no período compreendido entre 1995
(implantação do Plano Real por FHC) e 2004 (após dois anos de governo Lula).
SITUAÇÃO ECONÔMICA NO PLANO REAL: 20º ANO
Ao longo de quase 20 anos do Plano Real, a inflação acumulada desde
1/07/1994 até 1/2/2014, medida pelo IPCA, foi de 347,51%. Assim, um produto que
custava R$ 1,00 em 1994 custa hoje R$ 4,47. A cédula de R$ 100,00 perdeu
77,65% do seu poder de compra desde o dia em que passou a circular. Com isso, o
poder aquisitivo da nota de R$ 100,00 é hoje de apenas R$ 22,35.
Com essa desvalorização, se o indivíduo ganhava R$ 100 em 1994 agora
precisa de R$ 400 para poder atender aos seus desejos
Isso se deve por conta do efeito da inflação sobre o poder de compra. "A inflação é
o termômetro que mede a diferença entre o desejo de consumir e a capacidade de
produzir“.
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Outro fator que estimulou a inflação foi a queda abrupta da taxa de juros até
2012. A oferta de crédito fez com que as pessoas se sentissem mais "ricas". "O
brasileiro partiu para o consumo desenfreado, se endividou, se tornou
inadimplente. E a conta para pagar veio.
Como sair dessa situação?
A primeira providência é investir no setor produtivo para adequar as
necessidades de produção ao consumo.
O segundo item importante é o investimento em educação. Incluir na grade
curricular conceitos fundamentais de finanças pessoais. Ensinar a importância de
poupar.
Sonhos de consumo podem e devem ser realizados, mas mediante um
planejamento. Primeiro economizar para realizar o sonho e não antecipar o sonho
usando empréstimos e financiamentos que no médio prazo reduzem sua capacidade
de consumir.
E, quando o produto estiver caro demais, deixe-o na prateleira. Afinal, quando
o produto sobra, as liquidações aparecem.