Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
O governo fhc
1. Universidade Federal de Mato Grosso
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Departamento de Geografia
Geografia Agrária do Brasil
Alunos: Bruno Camargo e Nayara Spohr
2. » Fernando Henrique Cardoso nasceu no estado do
Rio de Janeiro no dia 18 de junho de 1931;
» Com menos de dez (10) anos mudou-se para São
Paulo, lá concluiu o curso de Ciências Sociais pela
Universidade de São Paulo (USP);
» Realizou os estudos de pós-graduação na
Universidade de Paris. Na década de 1960, após o
Golpe Militar no Brasil, foi exilado no Chile e
posteriormente na França, onde realizou seus
estudos de pós-graduação, retornou para o Brasil
como professor da USP;
» Após a aposentadoria foi convidado a lecionar em
algumas universidades estrangeiras e
fundou, juntamente com outros intelectuais
brasileiros, o Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento (CEBRAP). Esse Centro tinha como
principal objetivo a análise da realidade
socioeconômica da sociedade brasileira.
3. » Sua vida política teve início no ano de 1978, quando foi
eleito suplente do Senador paulista Franco Montoro, no
ano de 1983 assumiu o senado quando Franco Montoro
foi eleito governador do estado de São Paulo. Perdeu as
eleições para a prefeitura de São Paulo para Jânio
Quadros no ano de 1985, mas em 1986 foi eleito senador
por São Paulo.
» Em 1993 deixou o Ministério da Fazenda e lançou sua
candidatura à presidência da República pelo PSDB, seu
principal adversário foi Luiz Inácio Lula da Silva, que
concorria à presidência pelo Partido dos Trabalhadores
(PT), Lula era o favorito à presidência. Fernando Henrique
Cardoso ganhou as eleições e assumiu a pasta
presidencial no ano de 1994. Seu principal objetivo
durante o primeiro mandato foi o combate à inflação.
» Governo presidencial de dois mandatos. (1º mandato
(1994-1997) e 2º mandato (1998-2002));
4. » Já no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique
Cardoso, a política agrária sofreu reorientações significativas,
que marcariam seu segundo mandato, a partir da nomeação de
Raul Jungmann como ministro do Desenvolvimento Agrário. A
reforma agrária finalmente encontrou o seu sujeito, a
agricultura familiar, e o Estado encontrou a sua missão agrária
como gestor do território.
» FHC prometeu e assentou 600 mil famílias e distribuiu 22
milhões de hectares de terra; criou o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), o Banco da Terra e o
Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar
(Pronaf), o maior programa de alívio da pobreza rural; realizou
a mais extensa mudança na legislação fundiária desde o
Estatuto da Terra, de 1964. Além disso, instituiu o rito sumário
nas desapropriações, reformou o Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR) e editou uma Lei de Terras, ferindo de
morte o latifúndio, e cassou o registro administrativo de todos
os grandes latifúndios do País (cerca de 93 milhões de
hectares).
» Nenhum massacre de sem-terra tornou a ocorrer após
Eldorado dos Carajás, de tristíssima memória. Nenhum
escândalo de desapropriação fraudulenta de terras ou
corrupção pipocou. As invasões de propriedades foram caindo
até alcançarem o seu mais baixo nível em décadas — resultado,
em parte, da edição da medida provisória (MP) das invasões de
terra, que determinava a retirada do Programa de Reforma
Agrária, por dois anos, de qualquer área invadida.
5. » No primeiro mandato, mas precisamente no de 1997, FHC (como ficou
conhecido) deu continuidade ao processo de reformas estruturais com a
finalidade de evitar a volta da inflação, procurando deixar a economia estável.
Durante este mandado o presidente pautou pela privatização de várias
estatais brasileiras, como a Companhia Vale do Rio Doce (empresa do setor
de mineração e siderurgia), a Telebrás (empresa de telecomunicações) e o
Banespa (banco pertencente ao governo do estado de São Paulo). A compra
das empresas estatais ocorreu, sobretudo, por grupos estrangeiros, que
faziam aquisição das ações ou compravam grande parte
dessas, assim, tornavam-se sócios majoritários.
» Ainda no ano de 1997, FHC conseguiu enviar e aprovar no Congresso
Nacional a emenda da reeleição, tornando-se candidato outra vez à
presidência da república e ainda tendo Lula como seu principal adversário. O
Plano Real e o controle da inflação continuou sendo sua principal propaganda
política, o que favoreceu a FHC mais uma vitória nas urnas, conseguindo a
reeleição.
» No ano de 1999, FHC assumiu o segundo mandato como presidente do
Brasil, neste mandato não houve grandes investimentos nas reformas
estruturais (privatizações). Ocorreram, sim, algumas reformas no setor da
Educação, sendo aprovadas no ano de 1996 as Leis de Diretrizes e Bases para
a Educação (LDB), e posteriormente foram criados os Parâmetros Curriculares
para o Ensino Básico.
» FHC deixou a presidência no dia 1 de janeiro de 2003, e quem a assumiu foi
Luiz Inácio Lula da Silva.
6. Fernando Henrique Cardoso foi o presidente que
mais assentou famílias de sem-terra entre os quatro
últimos chefes de estado brasileiros. Em seu governo, a
média de famílias assentadas foi de 70.000 por ano. Itamar
Franco foi o pior, com 11.000 famílias por ano. João
Baptista Figueiredo assentou 18.500 famílias por ano; José
Sarney, 18.000; e Fernando Collor, 19.000.
7. Seu governo retalhou 18
milhões de hectares, uma área
maior que o Uruguai e
equivalente a metade do
território da Alemanha, e neles
assentou 635 000 famílias.
Quase 2 milhões de brasileiros
receberam terras entre 1995 e
2002. Para isso, o antigo
governo FHC gastou 25 bilhões
de reais na aquisição de terra e
na instalação de assentamentos.
8. » A política de assentamento não é uma alternativa barata. O governo gasta
até 30.000 reais com cada família que ganha um pedaço de terra.
» A criação de um emprego no comércio custa 40.000 reais. Na
indústria, 80.000. Só que esses gastos são da iniciativa
privada, enquanto, no campo, teriam de vir do governo. É investimento
estatal puro, mesmo que o retorno, no caso, seja alto.
» De cada 30.000 reais investidos, estima-se que 23.000 voltem a seus
cofres após alguns anos, na forma de impostos e mesmo de pagamentos
de empréstimos adiantados.
» Para promover a reforma agrária em larga escala, é preciso dinheiro que
não acaba mais. Seria errado, contudo, em nome da impossibilidade de
fazer o máximo, recusar-se a fazer até o mínimo. O preço dessa recusa
está aí, à vista de todos: a urbanização selvagem, a criminalidade em
alta, a degradação das grandes cidades.
9.
10. » Conforme dados oficiais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra), o governo de Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 2002)
assentou 1.219.690 famílias de trabalhadores rurais sem-terra, o maior
número já registrado na história do Brasil. Porém, os números são
contestados pelo governo Lula e pelo projeto Dataluta, da Universidade
Estadual Paulista (Unesp). Conforme o Incra, nos últimos quatro anos do
governo FHC, foram assentadas 931.696 famílias, sendo 635.035 só em 2002
(até setembro, período divulgado pelo órgão).
» No primeiro período do governo FHC, foram criados 2.356 projetos de
assentamentos, e, nos anos seguintes, 782 (em 1999), 720 (2000), 539 (2001)
e 4.637 (2002). As desapropriações de terras considerados improdutivas
somaram 7.321.270 hectares de 1995 a 1998.
» Os números de violência no campo apresentados pelo Incra mostram que
houve redução os assassinatos de trabalhadores rurais dos anos 80 para os
90. No período FHC, 1996 foi o ano mais violento, com 54 mortes. Em
1997, houve 30 mortes, e, em 1998, ocorreram 47 casos. Nos anos
seguintes, o número de homicídios oscilou. Em 1999, foram 27, em
2000, 10, em 2001, 14, e em 2002, foram registrados 20 casos.
» O número de invasões de terras também seguiu uma tendência de queda a
partir de 1999, passando de 502 neste ano para 236 no ano seguinte, 158 em
2001 e 103 em 2002. Em 2003, o número de ocupações de propriedades
privadas volta a crescer, com 171 (oito primeiros meses do governo Lula).
11. » Há outros sinais concretos de que a reforma agrária brasileira funciona
equivocadamente. "Apenas um quinto dos que recebem terra consegue gerar
renda suficiente para se manter no campo", informa o pesquisador Eliseu
Roberto Alves, ex-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
"Os outros abandonam a terra num período máximo de dez anos." O
fenômeno do esvaziamento populacional no campo, aliás, é absolutamente
natural e faz parte da História da maioria dos países desenvolvidos neste
século. Nos Estados Unidos, resta apenas 1,5% da população trabalhando no
campo. Na França, há 6%, mas isso custa bastante em termos de subsídios. No
caso do Brasil, a massa que vai sendo derrotada pela tecnologia ganha o rótulo
de excluída e acaba abastecendo iniciativas que parecem exigir que o planeta
gire ao contrário.
» Se há uma vantagem no modelo atual, ela é do MST, que continua vendo
crescer o número de cabeças disponíveis para seguir discursos inflamados
como os do líder José Rainha, comandante popular com carisma e poder de
persuasão. Em contrapartida às dificuldades nos projetos de reforma
agrária, existe no Brasil o sucesso do modelo de cooperativas de pequenos
proprietários. Em alguns casos, as cooperativas respondem por mais de 30%
da produção nacional de determinada cultura. O problema é que, para ligar
uma coisa com a outra, se depende da familiaridade e da aptidão do
assentado para o trabalho na terra, habilidades pouco comuns entre os
integrantes das fileiras do MST.
12. » O primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso havia começado
com base na suposição de que o Brasil já não era um país
agrícola, que o número de trabalhadores rurais era
proporcionalmente pequeno e caminhava para maior redução
ainda, seguindo a tendência moderna dos países desenvolvidos.
Dentro e fora do governo, as demandas feitas em nome dos
trabalhadores do campo, não raro com sua escassa
participação, apareciam para amplo espectro
da intelligentsia brasileira como demandas do Brasil arcaico, em
descompasso com o Brasil moderno dos projetos nacionais
de desenvolvimento.
» Para muitos, a pequena agricultura, ou a chamada agricultura
familiar, estava necessariamente presa a técnicas agrícolas
atrasadas, de baixa produtividade, e representava uma modalidade de
economia destituída de empreendedorismo e de futuro. Algo a não
ser estimulado nem apoiado. Estudiosos de esquerda até
confundiam, e continuam confundindo, agricultura familiar com
agricultura de subsistência. Um setor do governo, representado
sobretudo por economistas, pensava desse modo e até havia quem
entendesse que mais barata e eficaz do que a reforma agrária seria a
distribuição direta dos recursos da reforma aos prováveis
beneficiários, como um subsídio que pudesse servir para o início de
alguma atividade econômica, de preferência urbana.
13. » Portanto, a política agrária de Fernando Henrique Cardoso teve por objetivo fazer a
reforma e ao mesmo tempo instituir a normalidade do conflito, isto é, definir as bases
institucionais do conflito agrário, fazendo do Estado o mediador e gestor das soluções. A
Medida Provisória que proíbe vistorias para reforma agrária em terras invadidas, mantida
pelo governo do PT, propôs-se como o inevitável instrumento do Estado administrador
da ordem . A política agrária de Fernando Henrique Cardoso foi no sentido de distribuir a
terra e distribuir a paz social, ao mesmo tempo, atenuando e reduzindo a conflitividade
dos confrontos sociais que tem a disputa pela terra como causa. A criação da Ouvidoria
Agrária, entregue a um reputado e competente desembargador, mantido pelo novo
governo, foi certamente medida das mais acertadas numa linha política de conciliação e
prudência, com reconhecidos resultados na pacificação do campo.
» Um aspecto essencial de como o governo de Fernando Henrique Cardoso propôs e
executou sua política agrária diz respeito à clara consciência do presidente de que a
questão agrária não se apresentava nem se apresenta solitariamente no elenco dos
problemas a resolver. A questão agrária é, no Brasil, como em tantas outras partes do
mundo, também uma questão política, pelo conjunto de interesses sociais e políticos que
acumulou na definição e na sustentação das classes dominantes, particularmente os
setores que expressam os interesses relativos à propriedade da terra. O Brasil tradicional
e arcaico da dominação patrimonial, do clientelismo político, do coronelismo, é também
um produto do regime fundiário e parte da questão agrária. Não fosse assim, a reforma
teria sido feita e concluída há muito tempo. Por isso mesmo, seu governo adotou um
conjunto de procedimentos orientados claramente a minar a dominação patrimonial e o
clientelismo político, interrompendo a circularidade de suas influências na sustentação da
estrutura do Estado (Cardoso, 1994, pp. 39-41). CPT e MST e as esquerdas em geral não
se interessaram por esse aspecto essencial do processo político e do momento
histórico, sem o qual a reforma agrária tem pouco ou nenhum sentido. É essa
despreocupação que dá às ações desses setores a conotação de ações pré-
políticas, inseridas na lógica da sociedade tradicional e arcaica.
14. » Brasil - Famílias assentadas até 10/09/2002
PERÍODO 1995 A 10 DE SETEMBRO DE 2002
Período
Região Incra Total de Beneficiários
1964-1994 Banco da Terra(*) PCPR(*)
(INCRA+BT+PCPR)
Norte 135.138 219.087 492 219.579
Nordeste 41.444 191.319 15.191 3.694 210.204
Centro-Oeste 26.196 105.549 7.653 113.202
Sudeste 7.914 29.083 9.038 38.121
Sul 7.842 34.695 19.234 53.929
Brasil 218.534 579.733 51.608 3.694 635.035
15.
16.
17.
18.
19.
20. Uma das maiores batalhas enfrentadas pelo
primeiro governo do FHC foi travada no campo.
Vários confrontos envolveram integrantes do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) e forças policiais. Os mais violentos
ocorreram em Corumbiara (RO), em 1995, e em
Eldorado dos Carajás (PA), em abril de 1996,
quando 19 sem-terra foram massacrados por
policiais do estado. Esses episódios,
principalmente o do Pará, chocaram a
comunidade nacional e internacional.
21. Jornal do Brasil divulga a morte dos 19 sem –terra em Eldorado dos Carajás, 1996.
22.
23. 18.abr.1996 - Sem-terra morto pela Polícia Militar com um tiro na cabeça durante o
massacre de Eldorado dos Carajás, no Instituto Médico Legal (IML) de Marabá (PA).
24. 18.abr.1996 - Corpos dos sem-terra
mortos no massacre de Eldorado dos
Carajás jogados em uma sala do
Instituto Médico Legal de Marabá.
25. 18.abr.1996 - Feridos no hospital de Curionópolis (PA), um dia depois do massacre de
Eldorado dos Carajás.
26. 18.abr.1996 - Maria Raimunda exibe raio-x do filho José Carlos Hagarito (ao lado dela), que
foi baleado no massacre de Eldorado dos Carajás e ficou cego de um olho.
27. 18.abr.1996 - Sem-terra procuram corpos em Curionópolis (PA) um dia após o massacre de
Eldorado dos Carajás.
28. 19.abr.1996 - Então presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicentinho (de
camisa azul claro, à esquerda), e José Dirceu (de azul escuro), então presidente do PT, vão a
Curionópolis (PA) para acompanhar o enterro dos 19 sem-terra mortos no massacre de
Eldorado dos Carajás.
31. 20.abr.1996 - Multidão, em Curionópolis (PA), se dirige ao enterro dos 19 sem-terra mortos
no massacre de Eldorado dos Carajás.
32. 20.abr.1996 - Sem-terra Andrelina de Souza Araújo, na época com 42 anos, com o filho
Róbson no colo, chora a morte do marido, durante enterro das vítimas do massacre de
Eldorado dos Carajás em Curionópolis (PA).
34. 14.jun.1996 - Gerente de fazenda que
denunciou fazendeiros da região como
mandantes do massacre de Eldorado
dos Carajás, refugiado na OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), em Brasília.
35. 27.ago.1996 - Maria Angélica Araújo de Souza (à direita), mulher de Manoel de
Souza, desaparecido após o massacre de Eldorado dos Carajás.
37. 16.ago.1999 - Sem-terra enfrentam policiais
17.abr.1998 - Memorial em homenagem aos em frente ao local em que os oficiais
mortos no massacre de Eldorado dos envolvidos no massacre de Eldorado dos
Carajás. Carajás foram julgados, em Belém.
38. 16.ago.1999 - Coronel Mário Collares
Pantoja, um dos oficiais condenados pelo
massacre de Eldorado dos Carajás, chega
na Unama (Universidade da
Amazônia), em Belém, onde foi julgado.
16.ago.1999 - Major José Maria
Oliveira, um dos oficiais condenados
pelo massacre de Eldorado dos
Carajás, chega na Unama (Universidade
da Amazônia), em Belém, onde foi
julgado.
39. 16.ago.1999 - Francinete dos Santos, mulher de Robson Vito Sobrinho, morto no massacre de
Eldorado dos Carajás, e a filha Hailene se abraçam do lado de fora da Unama (Universidade da
Amazônia), em Belém, onde os dois oficiais acusados pelas mortes foram julgados.
40. 17.ago.1999 - Sem-terra fazem vigília em Belém enquanto aguardam fim do julgamento
dos oficiais acusados pelo massacre de Eldorado dos Carajás.
41. 19.ago.1999 - Mulher chora ao lado da imagem dos mortos no massacre de Eldorado dos
Carajás, após a absolvição dos policiais envolvidos nas mortes, em Belém.
42. 19.ago.1999 - Heloísa Helena e outros senadores fazem protesto contra a absolvição dos
policiais envolvidos no massacre de Eldorado dos Carajás, em Brasília.
43. 23.ago.1999 - Monumento feito com troncos de árvore colocado no local em que 19 sem-
terra foram mortos no massacre de Eldorado dos Carajás.
44. 23.ago.1999 - Cemitério onde estão enterradas as vítimas do massacre de Eldorado dos
Carajás.
45. 16.nov.1996 - Casa de um sem-terra que sobreviveu ao massacre de Eldorado dos
Carajás.
46. 12.abr.2001 - As viúvas Maria Alice da Silva, com o retrato do marido Joaquim Pereira, e
Julia Pereira, segurando uma cruz que simboliza Francisco Divino, em Eldorado dos
Carajás. Ambos foram mortos no massacre ocorrido há 16 anos.
47. 12.abr.2001 - Garoto Josivaldo observa painel em homenagem aos mortos no massacre
de Eldorado dos Carajás, em que seu pai morreu.
48. 12.abr.2001 - A viúva Raimunda da
Conceição e o seu filho Leandro
seguram quadro com a imagem de
Leonardo Batista, morto no massacre
de Eldorado dos Carajás.
49. 17.abr.2001 - Integrantes do MST fazem marcha em frente ao Palácio da Justiça, em
Brasília, para relembrar os 19 mortos no massacre de Eldorado dos Carajás.
50. 17.abr.2002 - Policiais entram em confronto com integrantes do MST em Recife, durante
protesto para lembrar os seis anos do massacre de Eldorado dos Carajás.
51. Jun.2002 - Coronel Mário Collares Pantoja deixa o Tribunal de Justiça do Pará, em
Belém, após ser condenado à pena máxima pelo massacre de Eldorado dos Carajás.
52. 08.abr.2003 - Josimar Pereira de Freitas, atingido com um tiro na perna durante o massacre de Eldorado dos
Carajás, acompanhado de Rubenita Justiniano da Silva (à direita), baleada na boca, em Belém.
53. 17.abr.2003 - Integrantes do MST protestam em frente ao Cristo Redentor, no Rio de
Janeiro, para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás.
54. 17.abr.2004 - Integrantes do MST fazem marcha no local em que houve o massacre de
Eldorado dos Carajás.
55. 19.nov.2004 - Sem-terra fazem encenação do massacre de Eldorado dos Carajás em
frente ao Tribunal de Justiça do Pará, onde foram julgados os envolvidos na morte de 19
sem-terra.
56. 13.abr.2006 - Josimar Pereira de Freitas, atingido por um tiro na perna durante o
massacre de Eldorado dos Carajás, exibe foto de quanto estava no hospital.
57. 13.abr.2006 - Francisco Souza dos Santos segura foto em que ele aparece, ainda criança,
durante protesto contra o massacre de Eldorado dos Carajás, que ele presenciou.
58. 13.abr.2006 - Maria Raimunda exibe foto do filho José Carlos Hagarito (ao lado dela), que
foi baleado no massacre de Eldorado dos Carajás e ficou cego de um olho.
59. 13.abr.2006 - Andrelina de Souza Araújo e o filho Róbson carregam imagem símbolo do
massacre de Eldorado dos Carajás, em que eles aparecem no enterro de João Rodrigues de
Araújo, marido de Andrelina e pai de Róbson.
60. 16.abr.2006 - Pamala, então aos 4
anos, observa uma das fotos de
Sebastião Salgado expostas no local onde
ocorreu o massacre de Eldorado dos
Carajás.
61. 17.abr.2006 - MST protesta em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília, para
relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás.
62. 17.abr.2007 - Militantes de um acampamento do MST em Piraí (RJ) fecham os dois
sentidos da rodovia Presidente Dutra em protesto para lembrar o Massacre de Eldorado
dos Carajás.
63. 17.abr.2008 - Garimpeiros e militantes do MST paralisam por 7h trem carregado de minério
da Vale, em Parauapebas (PA), para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás.
64. “No dia 17 de abril de 1996, no Eldorado dos Carajás, ficaram 19
estado brasileiro do Pará, perto de uma mortos, além de umas quantas dezenas
povoação chamada Eldorado dos de pessoas feridas. [...] Demasiado
sabemos que, muito antes da invenção
Carajás (Eldorado: como pode ser
das primeiras armas de fogo, já as
sarcástico o destino de certas pedras, as foices e os chuços haviam
palavras...), 155 soldados da polícia sido considerados ilegais nas mãos
militarizada, armados com espingardas daqueles que, obrigados pela
e metralhadoras, abriram fogo contra necessidade a reclamar pão para
uma manifestação de camponeses que comer e terra para
bloquearam a estrada em ação de trabalhar, encontraram pela frente a
protesto pelo atraso dos procedimentos polícia militarizada do tempo, armada
legais de expropriação de terras, como de espadas, lanças e alabardas. Ao
contrário do que geralmente se
parte do esboço ou simulacro de uma
pretende fazer acreditar, não há nada
suposta reforma agrária no qual, entre mais fácil de compreender que a
avanços mínimos e dramáticos história do mundo, que muita gente
recuos, se gastaram já cinquenta ilustrada ainda teima em afirmar ser
anos, sem que alguma vez tivesse sido complicada demais para o
dada suficiente satisfação aos entendimento rude do povo.”
gravíssimos problemas de subsistência
(seria mais rigoroso dizer sobrevivência) SARAMAGO, José. In: SALGADO, Sebastião. Terra.
dos trabalhadores do campo. Naquele São Paulo: Companhia das letras, 1997.
dia, no chão de
65. » MARTINS. José de S. A reforma agrária no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso:
Tempo soc. Ed 15 nº 2. São Paulo: Novembro 2003.
» SALGADO, Sebastião. Terra. São Paulo: Companhia das letras, 1997.
» <http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI137176-EI1774,00
Governo+FHC+seria+o+que+mais+assentou+ate+hoje.html > Acesso em: 10.05.12
» <http://www.brasilescola.com/historiab/governo-fernando-henrique-cardoso.htm> Acesso em:
10.05.12
» <http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/geografia/geografia_do_brasil/agri
cultura/brasil_reforma_agraria > Acesso em: 10.05.12
» <http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/reforma_agrara/historia.html > Acesso em: 10.05.12
» <http://www.comciencia.br/reportagens/agraria/agr02.shtml > Acesso em: 10.05.12
» <http://antipetistaconvicto.blogspot.com/2010/07/reforma-agraria-de-fhc-e-de-lula-por.html >
Acesso em: 10.05.12