1. Um Grande Exemplo de Fé
Gn 22
A comprovação da verdadeira fé – V. 1
A fé que Abraão tinha em Deus e sua dedicação a Ele, foram testadas ao máximo.
Deus o mandou fazer uma coisa totalmente contrária ao seu bom-senso, ao seu amor
paternal e à sua esperança, que era seu filho (v. 2).
Na história de Abraão, vemos três grandes testes da sua fé:
(1) a chamada divina para separar-se dos seus parentes e da sua pátria (12.1) e para
sair, sem saber para onde ia (11.8);
(2) a exigência de confiar em Deus para o cumprimento da promessa do concerto,
sem ocorrer tal cumprimento por vinte e cinco anos (12.1-3; 15.6,8; 18.9-14; Hb
11.8-13);
(3) a ordem de sacrificar a Isaque, o filho prometido por Deus (cap. 22). Como
aconteceu a Abraão, será testada a fé verdadeira de todo crente.
Somos testados no que mais apegamos – V. 2
Deus ordenara a Abraão sacrificar a seu próprio filho Isaque. Se fosse Ismael não
seria um teste.
(1) O ponto principal aqui, concerne a dois lados do caso que ilustram critérios
adotados por Deus ao lidar com todo crente.
(a) O amor de Abraão por Deus era maior do que seu amor por outras pessoas,
inclusive seu filho amado?
(b) A esperança e a expectativa que Abraão tinha no cumprimento da promessa ainda
se firmavam em Deus, ou ele passara agora a confiar noutra coisa, i.e., em Isaque?
(2) Por meio dessa prova, Deus forçou Abraão a encarar essas perguntas e demonstrar
se realmente temia e amava a Deus de todo o seu coração (v. 12).
(3) Deus não queria realmente a morte física de Isaque (vv. 12,13), pois
posteriormente Ele condenou o sacrifício humano como pecado hediondo (Lv
20.1-5). Deus queria mesmo era testar a dedicação de Abraão.
O verdadeiro crente espera somente em Deus, V. 5
A declaração de Abraão, de que ele e Isaque voltariam do sacrifício, foi um
testemunho da sua fé e convicção que as promessas de Deus a respeito de Isaque
seriam cumpridas (i.e., em Isaque será chamada a tua semente, 21.12).
Nessa história, Isaque tipifica a Cristo:
(1) ao dar-se a seu pai como sacrifício até à morte (v. 16; Jo 10.17,18).
(2) ao ser salvo da morte, ato este que corresponde à ressurreição de Cristo (v. 12; Hb
11.17-19).
A verdadeira fé crê na provisão divina, V. 8
Deus proverá (hb. Jeová-jiré , v.14), é uma expressão profética da providência divina
de um sacrifício substituto, um carneiro (v. 13). O cumprimento pleno da declaração
de Abraão realiza-se quando Deus provê seu Filho Unigênito para ser o sacrifício
2. expiador no Calvário, para a redenção da humanidade. Daí, o próprio Pai celestial fez
aquilo que Ele determinou que Abraão fizesse (Jo 3.16; Rm 5.8-10; 8.32).
A fé paterna em harmonia com a fé do filho, V. 9
Isaque era certamente um jovem nessa ocasião, perfeitamente capaz de resistir a seu
pai, se assim quisesse. Mas, em total submissão a Deus e obediência ao seu pai,
permitiu ser amarrado e deitado sobre o altar, assim como Jesus voluntariamente foi
até à cruz.
As Escrituras dizem que Abraão foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o
altar o seu filho Isaque (Tg 2.21). Isto é, a fé de Abraão manifestou-se em sincera
obediência a Deus (ver 15.6). O lado oculto da verdadeira fé salvadora,
inevitavelmente se manifestará numa vida de obediência (ver Rm 1.5; 2.7; Tg 2.21).
Quando Abraão iniciou a execução do sacrifício (v. 10), Deus viu que ele, no seu
coração, consumara a renúncia suprema. O Senhor agora sabia que Abraão era um
homem temente a Ele, cujo empenho principal era fazer a sua vontade.
Deus é o verdadeiro provedor da fé, V. 14
Este nome é a tradução do hebraico Jeová-jiré o Senhor proverá . Aprendemos da
prova de Abraão que:
(1) Deus às vezes prova a fé de seus filhos (1 Pe 1.6,7; Hb 11.35 nota). Tal prova
deve ser considerada uma honra no reino de Deus (1 Pe 4.12-14).
(2) O crente deve confiar em Deus, que Ele estará presente, concederá sua graça e
tudo quanto for necessário, em qualquer circunstância dentro da vontade divina (Sl
46.1-23; 2 Co 9.8; Ef 3.20).
(3) Deus constantemente realiza seu propósito redentor, restaurador, através da morte
de uma visão; i.e., Ele pode deixar acontecer em nossa vida, coisas que parecem
destruir nossas esperanças e sonhos (17.15-17; 22.1-12; 37.5-7,28; Mc 14.43-50;
15.25,37).
(4) Depois de uma provação da fé, Deus confirmará, fortalecerá, estabelecerá e
recompensará o crente (vv. 16-18; 1 Pe 5.10).
(5) Para se achar a verdadeira vida em Deus é preciso sacrificar tudo quanto Ele
requer (Mt 10.37-39; 16.24,25; Jo 12.25).
(6) Depois de um teste de sofrimento e de fé, o resultado final da parte do Senhor
para com o crente é que Ele é muito misericordioso e piedoso (Tg 5.11).
Deus quer a certeza da nossa fé, V. 18
Por causa da sincera obediência de Abraão, do seu inteiro coração, demonstrada na
disposição de sacrificar seu filho, Deus confirmou sua promessa com ele segundo o
concerto feito. A semente que abençoaria as nações refere-se, no sentido pleno, a
Cristo Jesus (Gl.3.8,16,18).