SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 5
Descargar para leer sin conexión
DETERMINAÇÃO CROMOSSÔMICA DO SEXO
1. Os cromossomos sexuais
Ao se comparar uma célula masculina com uma célula
feminina, notam-se diferenças entre os seus cromossomos,
que habitualmente se restringem a um par, chamados
cromossomos sexuais ou alossomos. Todos os demais,
idênticos nas células masculina e feminina, são autossomos.
Compare, por exemplo, os cromossomos da mosca-da-fruta
macho e da fêmea.
O macho possui um par de cromossomos sexuais no qual um
deles é muito maior que o outro. O maior é o cromossomo
X, enquanto o outro é o cromossomo Y. No núcleo das
células femininas, há um par de cromossomos X, e não há
cromossomo Y.
Esse tipo de diferenciação cromossômica só é encontrada nas
espécies não-hermafroditas. Animais hermafroditas são aqueles que possuem os
sistemas reprodutores masculino e feminino funcionantes em um mesmo indivíduo. A
conhecida minhoca é um exemplo: no acasalamento, dois indivíduos se fecundam
reciprocamente: os gametas masculinos de um fecundam os gametas femininos de outro,
e vice-versa.
Dentre os animais e os vegetais, não é uniforme a presença de dois cromossomos
sexuais iguais, nas fêmeas, e dois diferentes, nos machos. Esse achado é observado no
homem e nas drosófilas, por exemplo. Cada uma das formas de diferenciação
cromossômica entre as células masculinas e femininas é conhecida como um sistema
cromossômico de determinação sexual. Os mais conhecidos são os sistemas XY, X0 e
ZW.
2. Sistema XY
Nos organismos cuja diferenciação obedece ao sistema XY, o macho possui, em suas
células, dois lotes de cromossomos autossomos (representados por 2A) e mais um par de
cromossomos sexuais XY. As fêmeas possuem os mesmos dois lotes de autossomos e um
par de cromossomos sexuais XX.
O sistema XY de determinação cromossômica do sexo é verificado em mamíferos, em
muitos artrópodos e nos vegetais superiores.
Machos: 2A + XY gametas produzidos { A+X e A+Y
Fêmeas: 2A + XX gametas produzidos {A + X
Como os machos geram dois tipos de gametas (A + X e A + Y), o sexo masculino é
heterogamético. O sexo feminino é homogamético, pois origina apenas um tipo de
gameta (A + X). A determinação do sexo dos descendentes sempre é dependente do
ancestral heterogamético. Portanto, é o gameta paterno que determina o sexo do filho.
3. Sistema X0
O sistema de determinação cromossômica do sexo em muitos artrópodos, como besouros
e gafanhotos, é conhecido como X0, e o número 0 indica a ausência de um cromossomo.
Os machos possuem dois lotes de cromossomos autossomos e mais um cromossomo X,
apenas. As fêmeas têm os mesmos dois lotes de autossomos e um par de cromossomos
sexuais X.
Machos: 2A + X0 gametas produzidos {A+X e A
Fêmeas: 2A + XX gametas produzidos {A + X
Os machos geram dois tipos de gametas (A + X e A). Logo, o sexo masculino é
heterogamético. O sexo feminino é homogamético, porque as fêmeas produzem
apenas um tipo de gameta (A + X). O sexo dos descendentes é determinado pelo
ancestral heterogamético. Assim como no sistema XY, é o gameta masculino que
determina o sexo do descendente.
4. Sistema ZX
Nesse sistema, encontrado em insetos, peixes, anfíbios e aves, há uma inversão em
relação aos sistemas anteriormente estudados, pois o sexo masculino é homogamético
e o feminino é heterogamético.
Machos: 2A + ZZ gametas produzidos {A + Z
Fêmeas: 2A + ZW gametas produzidos { A+Z e A+W
É o gameta feminino o responsável pela determinação do sexo do filhote.
5. A determinação cromossômica do sexo em abelhas
Nas abelhas, a determinação não segue os padrões habitualmente conhecidos. Os
machos resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados, o que se chama
partenogênese. Portanto, todas as suas células são haplóides (n), e eles geram
espermatozóides por mitose, e não por meiose. As fêmeas são resultantes de
fecundação, e são diplóides (2n).
A diferenciação dos zigotos diplóides em operárias (estéreis) e rainhas (férteis) é
ambiental, e determinada pelo tipo de alimento fornecido para as larvas em
desenvolvimento. As larvas que recebem a dieta básica originam as operárias,
responsáveis pela proteção e pela limpeza da colméia, pela procura de alimentos e pela
preparação dos favos que irão receber as novas abelhas. As larvas que recebem uma
dieta especial, mais rica (a "geléia real"), se transformam em fêmeas férteis, as rainhas.
Podemos observar, no esquema acima, que os gametas gerados pelos machos são
cópias perfeitas dos óvulos maternos que os originaram. Um zangão transmite para os
seus descendentes todos os genes que recebeu de sua mãe!
6. A cromatina sexual e as anomalias na determinação cromossômica do sexo
Segundo uma hipótese levantada por Mary F. Lyon, pesquisadora britânica, apenas um
cromossomo X é ativo, nas células interfásicas. Todos os demais, independentemente de
quantos sejam, são inativos e se condensam, podendo ser visualizados como um
corpúsculo denso e aproximadamente esférico, localizado junto da face interna da
carioteca.
Esse cromossomo X inativo e condensado é chamado de cromatina sexual. O
corpúsculo visto ao microscópio é o corpúsculo de Barr. A quantidade de corpúsculos
de Barr encontrados em uma célula depende da quantidade total de cromossomos X que
ela possui.
no.de corpúsculos de Barr = no. de cromossomos X - 1
Em uma célula masculina normal, com 44 autossomos mais um par de cromossomos
sexuais XY:
B = 1 - 1 = zero ou (-)
Em uma célula feminina, na qual há 44 autossomos e um par XX:
B = 2 - 1 = 1 ou (+)
Na pesquisa da cromatina sexual, habitualmente são empregadas células de fácil
obtenção, como as da mucosa da boca ou glóbulos brancos. Essa pesquisa é feita quando
há dúvida quanto às características sexuais de um indivíduo, como nas malformações dos
órgãos sexuais, que não permitem a definição do sexo de um recém-nascido. Outra
utilização da pesquisa da cromatina sexual é o estudo das anormalidades na
determinação cromossômica do sexo: a trissomia X, a síndrome de Turner e a
síndrome de Klinefelter. São decorrentes de um defeito da meiose chamado não-
disjunção, a falta de separação de um par de cromossomos durante a anáfase I da
meiose que origina um determinado gameta. Ocorre mais freqüentemente com as
mulheres, durante a formação de óvulos, do que na espermatogênese, nos homens.
O cariótipo 46, XXX, corresponde à trissomia X. Essas pessoas são do sexo feminino,
geralmente férteis. Eventualmente, podem ser portadoras de um certo grau de retardo
mental. A pesquisa da cromatina sexual tem resultado positivo (++).
O cariótipo 47, XXY, constitui a síndrome de Klinefelter. São pessoas do sexo
masculino, de grande estatura, membros desproporcionalmente longos, testículos
atrofiados e estéreis. Trata-se, fenotipicamente, de um homem, mas a pesquisa da
cromatina sexual se revela positiva (+).
Pessoas com o cariótipo 45, X0, são portadoras da síndrome de Turner. São mulheres
de baixa estatura, com uma prega de pele no pescoço ("pescoço alado"), ovários
atrofiados e estéreis. Essas mulheres têm pesquisa de cromat ina sexual negativa.
Uma outra aberração da determinação cromossômica do sexo ocorre como conseqüência
de um defeito na espermatogênese, que pode gerar um espermatozóide com dois
cromossomos Y. Se esse espermatozóide fecundar um óvulo normal (com um
cromossomo X), o zigoto resultante terá o cariótipo 47, XYY (síndrome do "duplo Y"). São
fenotipicamente homens normais e férteis.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente (20)

Sistema esqueletico.ppt
Sistema esqueletico.pptSistema esqueletico.ppt
Sistema esqueletico.ppt
 
Introdução de citologia
Introdução de citologiaIntrodução de citologia
Introdução de citologia
 
Introdução à genética
Introdução à genética Introdução à genética
Introdução à genética
 
Sistema locomotor slides
Sistema locomotor slidesSistema locomotor slides
Sistema locomotor slides
 
Citologia
CitologiaCitologia
Citologia
 
Tecido conjuntivo
Tecido conjuntivoTecido conjuntivo
Tecido conjuntivo
 
Embriologia básica
Embriologia básicaEmbriologia básica
Embriologia básica
 
Tipos de ovos e clivagem. pptx
Tipos de ovos e clivagem. pptxTipos de ovos e clivagem. pptx
Tipos de ovos e clivagem. pptx
 
Tecido nervoso
Tecido nervosoTecido nervoso
Tecido nervoso
 
II_A genética antes e depois de Mendel
II_A genética antes e depois de MendelII_A genética antes e depois de Mendel
II_A genética antes e depois de Mendel
 
SISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSOSISTEMA NERVOSO
SISTEMA NERVOSO
 
Mitose e Meiose
Mitose e MeioseMitose e Meiose
Mitose e Meiose
 
Embriologia slides
Embriologia  slidesEmbriologia  slides
Embriologia slides
 
Aula sobre células
Aula sobre célulasAula sobre células
Aula sobre células
 
Aula 07 núcleo e cromossomos
Aula 07   núcleo e cromossomosAula 07   núcleo e cromossomos
Aula 07 núcleo e cromossomos
 
Sistema Nervoso
Sistema NervosoSistema Nervoso
Sistema Nervoso
 
Tecido muscular
Tecido muscularTecido muscular
Tecido muscular
 
Sistemática e classificação biológica
Sistemática e classificação biológicaSistemática e classificação biológica
Sistemática e classificação biológica
 
Sistema endócrino
Sistema endócrino Sistema endócrino
Sistema endócrino
 
Aula sistema reprodutor
Aula sistema reprodutorAula sistema reprodutor
Aula sistema reprodutor
 

Destacado

Destacado (10)

Aborto e lesão corporal
Aborto e lesão corporalAborto e lesão corporal
Aborto e lesão corporal
 
DeterminaçãO Do Sexo
DeterminaçãO Do SexoDeterminaçãO Do Sexo
DeterminaçãO Do Sexo
 
A genética do sexo e determinação
A genética do sexo e determinaçãoA genética do sexo e determinação
A genética do sexo e determinação
 
Reino Protista
Reino ProtistaReino Protista
Reino Protista
 
Herança ligada ao sexo
Herança ligada ao sexoHerança ligada ao sexo
Herança ligada ao sexo
 
REINO FUNGI
REINO FUNGIREINO FUNGI
REINO FUNGI
 
Relações ecológicas entre seres vivos
Relações ecológicas entre seres vivosRelações ecológicas entre seres vivos
Relações ecológicas entre seres vivos
 
Reino Protista
Reino ProtistaReino Protista
Reino Protista
 
Reino Fungi
Reino FungiReino Fungi
Reino Fungi
 
Reino Plantas
Reino PlantasReino Plantas
Reino Plantas
 

Similar a Determinação Cromossômica do Sexo: Sistemas XY, X0, ZW e Anomalias

A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...
A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...
A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...ArlaDaConceio
 
Herança do sexo e determinação do sexo
Herança do sexo e determinação do sexoHerança do sexo e determinação do sexo
Herança do sexo e determinação do sexoPhoenixSportFitness
 
Sexo e Herança Genética
Sexo e Herança GenéticaSexo e Herança Genética
Sexo e Herança GenéticaFelipe Jeronimo
 
GENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexo
GENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexoGENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexo
GENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexoLedaMariadaSilva1
 
Sistema reprodutor masculino e feminino
Sistema reprodutor masculino e femininoSistema reprodutor masculino e feminino
Sistema reprodutor masculino e femininoCaroliny Miranda
 
Determinação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºano
Determinação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºanoDeterminação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºano
Determinação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºanopaulapeniche16
 
Tipos de Herança ligadas ao cromossomo.ppt
Tipos de Herança ligadas ao cromossomo.pptTipos de Herança ligadas ao cromossomo.ppt
Tipos de Herança ligadas ao cromossomo.pptPattyCosta10
 

Similar a Determinação Cromossômica do Sexo: Sistemas XY, X0, ZW e Anomalias (20)

Determinacao sexo
Determinacao sexoDeterminacao sexo
Determinacao sexo
 
A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...
A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...
A determinação genética do sexo e a herança relacionada ao sexo na espécie hu...
 
Herança do sexo e determinação do sexo
Herança do sexo e determinação do sexoHerança do sexo e determinação do sexo
Herança do sexo e determinação do sexo
 
Sexo e Herança Genética
Sexo e Herança GenéticaSexo e Herança Genética
Sexo e Herança Genética
 
AULA CITO.pptx
AULA CITO.pptxAULA CITO.pptx
AULA CITO.pptx
 
Genetica vi 2012
Genetica vi 2012Genetica vi 2012
Genetica vi 2012
 
GENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexo
GENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexoGENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexo
GENETICA VI 2012 (1).ppt Herança ligada ao sexo
 
Sistema reprodutor masculino e feminino
Sistema reprodutor masculino e femininoSistema reprodutor masculino e feminino
Sistema reprodutor masculino e feminino
 
Hereditaridade Humana
Hereditaridade HumanaHereditaridade Humana
Hereditaridade Humana
 
Det sexo1 2006
Det sexo1 2006Det sexo1 2006
Det sexo1 2006
 
Determinação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºano
Determinação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºanoDeterminação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºano
Determinação do sexo no ser humano- C.Naturais 9ºano
 
Aula 26 03 (1)
Aula 26 03 (1)Aula 26 03 (1)
Aula 26 03 (1)
 
Herança sexual(1)
Herança sexual(1)Herança sexual(1)
Herança sexual(1)
 
Heranca ligada sexo
Heranca ligada sexoHeranca ligada sexo
Heranca ligada sexo
 
SEXO E HERANÇA GENÉTICA .pptx
SEXO E HERANÇA GENÉTICA .pptxSEXO E HERANÇA GENÉTICA .pptx
SEXO E HERANÇA GENÉTICA .pptx
 
Herança sexual
Herança sexualHerança sexual
Herança sexual
 
Tipos de Herança ligadas ao cromossomo.ppt
Tipos de Herança ligadas ao cromossomo.pptTipos de Herança ligadas ao cromossomo.ppt
Tipos de Herança ligadas ao cromossomo.ppt
 
Mutações
MutaçõesMutações
Mutações
 
Herança sexual
Herança sexualHerança sexual
Herança sexual
 
Herança sexual
Herança sexualHerança sexual
Herança sexual
 

Más de Patrícia Oliver

Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar
Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar
Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar Patrícia Oliver
 
Estudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastadosEstudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastadosPatrícia Oliver
 
Estudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastadosEstudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastadosPatrícia Oliver
 
Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)
Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)
Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)Patrícia Oliver
 
Seminario de farmacodermia veterinária
Seminario de farmacodermia veterináriaSeminario de farmacodermia veterinária
Seminario de farmacodermia veterináriaPatrícia Oliver
 
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.Patrícia Oliver
 
Alterações cromossômicas
Alterações cromossômicasAlterações cromossômicas
Alterações cromossômicasPatrícia Oliver
 
Fisiologia da glândula mamaria
Fisiologia da glândula mamariaFisiologia da glândula mamaria
Fisiologia da glândula mamariaPatrícia Oliver
 
Fisiologia renal Veterinária
Fisiologia renal VeterináriaFisiologia renal Veterinária
Fisiologia renal VeterináriaPatrícia Oliver
 
Tratado de anatomia veterinária -aves
Tratado de anatomia veterinária -avesTratado de anatomia veterinária -aves
Tratado de anatomia veterinária -avesPatrícia Oliver
 

Más de Patrícia Oliver (20)

Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar
Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar
Fratura do boxeador.bursite e condromalácia patelar
 
Estudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastadosEstudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastados
 
Estudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastadosEstudo das articulações - Exames contrastados
Estudo das articulações - Exames contrastados
 
Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)
Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)
Tuberculose, Bronquiectasia e Doença de Crohn (Trabalho de Radiologia)
 
Artigos opioides
Artigos opioidesArtigos opioides
Artigos opioides
 
Seminario de farmacodermia veterinária
Seminario de farmacodermia veterináriaSeminario de farmacodermia veterinária
Seminario de farmacodermia veterinária
 
Febre amarela no Brasil
Febre amarela no BrasilFebre amarela no Brasil
Febre amarela no Brasil
 
Malacocultura
MalacoculturaMalacocultura
Malacocultura
 
Cartilha aquicultura
Cartilha aquiculturaCartilha aquicultura
Cartilha aquicultura
 
Digestorio peixes embrapa
Digestorio peixes embrapaDigestorio peixes embrapa
Digestorio peixes embrapa
 
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
 
Herança ligada ao X.
Herança ligada ao X.Herança ligada ao X.
Herança ligada ao X.
 
Mitose
MitoseMitose
Mitose
 
Alterações cromossômicas
Alterações cromossômicasAlterações cromossômicas
Alterações cromossômicas
 
Fisiologia da glândula mamaria
Fisiologia da glândula mamariaFisiologia da glândula mamaria
Fisiologia da glândula mamaria
 
Fisiologia renal Veterinária
Fisiologia renal VeterináriaFisiologia renal Veterinária
Fisiologia renal Veterinária
 
Fisiologia cardiovascular
Fisiologia cardiovascularFisiologia cardiovascular
Fisiologia cardiovascular
 
Tratado de anatomia veterinária -aves
Tratado de anatomia veterinária -avesTratado de anatomia veterinária -aves
Tratado de anatomia veterinária -aves
 
Anatomia das aves
Anatomia das avesAnatomia das aves
Anatomia das aves
 
Osteologia Veterinária
Osteologia VeterináriaOsteologia Veterinária
Osteologia Veterinária
 

Determinação Cromossômica do Sexo: Sistemas XY, X0, ZW e Anomalias

  • 1. DETERMINAÇÃO CROMOSSÔMICA DO SEXO 1. Os cromossomos sexuais Ao se comparar uma célula masculina com uma célula feminina, notam-se diferenças entre os seus cromossomos, que habitualmente se restringem a um par, chamados cromossomos sexuais ou alossomos. Todos os demais, idênticos nas células masculina e feminina, são autossomos. Compare, por exemplo, os cromossomos da mosca-da-fruta macho e da fêmea. O macho possui um par de cromossomos sexuais no qual um deles é muito maior que o outro. O maior é o cromossomo X, enquanto o outro é o cromossomo Y. No núcleo das células femininas, há um par de cromossomos X, e não há cromossomo Y. Esse tipo de diferenciação cromossômica só é encontrada nas espécies não-hermafroditas. Animais hermafroditas são aqueles que possuem os sistemas reprodutores masculino e feminino funcionantes em um mesmo indivíduo. A conhecida minhoca é um exemplo: no acasalamento, dois indivíduos se fecundam reciprocamente: os gametas masculinos de um fecundam os gametas femininos de outro, e vice-versa. Dentre os animais e os vegetais, não é uniforme a presença de dois cromossomos sexuais iguais, nas fêmeas, e dois diferentes, nos machos. Esse achado é observado no homem e nas drosófilas, por exemplo. Cada uma das formas de diferenciação cromossômica entre as células masculinas e femininas é conhecida como um sistema cromossômico de determinação sexual. Os mais conhecidos são os sistemas XY, X0 e ZW. 2. Sistema XY Nos organismos cuja diferenciação obedece ao sistema XY, o macho possui, em suas células, dois lotes de cromossomos autossomos (representados por 2A) e mais um par de cromossomos sexuais XY. As fêmeas possuem os mesmos dois lotes de autossomos e um par de cromossomos sexuais XX. O sistema XY de determinação cromossômica do sexo é verificado em mamíferos, em muitos artrópodos e nos vegetais superiores. Machos: 2A + XY gametas produzidos { A+X e A+Y
  • 2. Fêmeas: 2A + XX gametas produzidos {A + X Como os machos geram dois tipos de gametas (A + X e A + Y), o sexo masculino é heterogamético. O sexo feminino é homogamético, pois origina apenas um tipo de gameta (A + X). A determinação do sexo dos descendentes sempre é dependente do ancestral heterogamético. Portanto, é o gameta paterno que determina o sexo do filho. 3. Sistema X0 O sistema de determinação cromossômica do sexo em muitos artrópodos, como besouros e gafanhotos, é conhecido como X0, e o número 0 indica a ausência de um cromossomo. Os machos possuem dois lotes de cromossomos autossomos e mais um cromossomo X, apenas. As fêmeas têm os mesmos dois lotes de autossomos e um par de cromossomos sexuais X. Machos: 2A + X0 gametas produzidos {A+X e A Fêmeas: 2A + XX gametas produzidos {A + X Os machos geram dois tipos de gametas (A + X e A). Logo, o sexo masculino é heterogamético. O sexo feminino é homogamético, porque as fêmeas produzem apenas um tipo de gameta (A + X). O sexo dos descendentes é determinado pelo ancestral heterogamético. Assim como no sistema XY, é o gameta masculino que determina o sexo do descendente. 4. Sistema ZX Nesse sistema, encontrado em insetos, peixes, anfíbios e aves, há uma inversão em relação aos sistemas anteriormente estudados, pois o sexo masculino é homogamético e o feminino é heterogamético.
  • 3. Machos: 2A + ZZ gametas produzidos {A + Z Fêmeas: 2A + ZW gametas produzidos { A+Z e A+W É o gameta feminino o responsável pela determinação do sexo do filhote. 5. A determinação cromossômica do sexo em abelhas Nas abelhas, a determinação não segue os padrões habitualmente conhecidos. Os machos resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados, o que se chama partenogênese. Portanto, todas as suas células são haplóides (n), e eles geram espermatozóides por mitose, e não por meiose. As fêmeas são resultantes de fecundação, e são diplóides (2n). A diferenciação dos zigotos diplóides em operárias (estéreis) e rainhas (férteis) é ambiental, e determinada pelo tipo de alimento fornecido para as larvas em desenvolvimento. As larvas que recebem a dieta básica originam as operárias, responsáveis pela proteção e pela limpeza da colméia, pela procura de alimentos e pela preparação dos favos que irão receber as novas abelhas. As larvas que recebem uma dieta especial, mais rica (a "geléia real"), se transformam em fêmeas férteis, as rainhas. Podemos observar, no esquema acima, que os gametas gerados pelos machos são cópias perfeitas dos óvulos maternos que os originaram. Um zangão transmite para os seus descendentes todos os genes que recebeu de sua mãe! 6. A cromatina sexual e as anomalias na determinação cromossômica do sexo Segundo uma hipótese levantada por Mary F. Lyon, pesquisadora britânica, apenas um
  • 4. cromossomo X é ativo, nas células interfásicas. Todos os demais, independentemente de quantos sejam, são inativos e se condensam, podendo ser visualizados como um corpúsculo denso e aproximadamente esférico, localizado junto da face interna da carioteca. Esse cromossomo X inativo e condensado é chamado de cromatina sexual. O corpúsculo visto ao microscópio é o corpúsculo de Barr. A quantidade de corpúsculos de Barr encontrados em uma célula depende da quantidade total de cromossomos X que ela possui. no.de corpúsculos de Barr = no. de cromossomos X - 1 Em uma célula masculina normal, com 44 autossomos mais um par de cromossomos sexuais XY: B = 1 - 1 = zero ou (-) Em uma célula feminina, na qual há 44 autossomos e um par XX: B = 2 - 1 = 1 ou (+) Na pesquisa da cromatina sexual, habitualmente são empregadas células de fácil obtenção, como as da mucosa da boca ou glóbulos brancos. Essa pesquisa é feita quando há dúvida quanto às características sexuais de um indivíduo, como nas malformações dos órgãos sexuais, que não permitem a definição do sexo de um recém-nascido. Outra utilização da pesquisa da cromatina sexual é o estudo das anormalidades na determinação cromossômica do sexo: a trissomia X, a síndrome de Turner e a
  • 5. síndrome de Klinefelter. São decorrentes de um defeito da meiose chamado não- disjunção, a falta de separação de um par de cromossomos durante a anáfase I da meiose que origina um determinado gameta. Ocorre mais freqüentemente com as mulheres, durante a formação de óvulos, do que na espermatogênese, nos homens. O cariótipo 46, XXX, corresponde à trissomia X. Essas pessoas são do sexo feminino, geralmente férteis. Eventualmente, podem ser portadoras de um certo grau de retardo mental. A pesquisa da cromatina sexual tem resultado positivo (++). O cariótipo 47, XXY, constitui a síndrome de Klinefelter. São pessoas do sexo masculino, de grande estatura, membros desproporcionalmente longos, testículos atrofiados e estéreis. Trata-se, fenotipicamente, de um homem, mas a pesquisa da cromatina sexual se revela positiva (+). Pessoas com o cariótipo 45, X0, são portadoras da síndrome de Turner. São mulheres de baixa estatura, com uma prega de pele no pescoço ("pescoço alado"), ovários atrofiados e estéreis. Essas mulheres têm pesquisa de cromat ina sexual negativa. Uma outra aberração da determinação cromossômica do sexo ocorre como conseqüência de um defeito na espermatogênese, que pode gerar um espermatozóide com dois cromossomos Y. Se esse espermatozóide fecundar um óvulo normal (com um cromossomo X), o zigoto resultante terá o cariótipo 47, XYY (síndrome do "duplo Y"). São fenotipicamente homens normais e férteis.