O texto propõe um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema "O MITO DA UNIFORMIDADE LINGUÍSTICA E A IDENTIDADE NACIONAL", apresentando uma proposta de conscientização social que respeite os direitos humanos. Dois textos motivadores destacam a distinção entre o exemplar e o correto na língua e criticam a aprovação de um livro didático que prega o uso de expressões gramaticalmente incorretas nas escolas públicas.
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O MITO DA UNIFORMIDADE LINGUÍSTICA
1. ASSOCIAÇÃO PRÉ FEDERAL – REDAÇÃO: PROPOSTA EXTRA 1
Com base na leitura dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija
texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua portuguesa, sobre o tema O MITO DA UNIFORMIDADE
LINGUÍSTICA E A IDENTIDADE NACIONAL, apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
O Exemplar e o Correto
Há de distinguir-se o exemplar do correto, porque pertencem a planos conceituais diferentes. Quando se fala do exemplar,
fala-se de uma forma eleita entre as várias formas de falar que constituem a língua histórica, razão por que o eleito não é
nem correto nem incorreto.
Já quando se fala do correto, que é um juízo de valor, fala-se de uma conformidade com tal ou qual estrutura de uma língua
funcional de qualquer variedade diatópica1, diastrática2 ou diafásica3. Por ele se deseja saber se tal fato está em
conformidade com um modo de falar, isto é, com a língua funcional, com a tradição idiomática de uma comunidade, fato
que pode ou não ser o modo exemplar de uma comunidade. (...)
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
"A CONSAGRAÇÃO DA IGNORÂNCIA"
Carlos José Marques, diretor editorial
A inconcebível decisão do Ministério da Educação e Cultura de avalizar o livro “Por uma Vida Melhor” para as escolas
públicas desmoraliza o idioma nacional e põe por terra um dos maiores valores da cidadania, que é a língua de seu povo. O
livro – que deveria ser intitulado “Por um Ensino Pior” – prega que é aceitável o uso de expressões como “nós pega o
peixe” ou “os livro”. O argumento por trás desse despautério é o de que tais expressões são corriqueiras na comunicação
falada dos brasileiros. Em outras palavras, o falar errado legitima o escrever e o ler errado e, por tabela, numa conclusão
inapelável, o ensinar errado. É a apologia da mediocridade! Com o selo oficial do MEC, a obra agride normas gramaticais e
estabelece um novo padrão de pedagogia em que a leniência e o descaso com o ensino viram praxe. Com essa rendição na
formação do brasileiro o País pode entrar numa rota perigosa rumo ao atraso e à delinquência educacional. “Por uma Vida
Melhor” indica ainda que, no mundo do “politicamente correto”, orientar o aluno para que ele empregue o idioma na sua
forma certa equivale a um “preconceito linguístico”. Não cabem parâmetros ou regras convencionais. O uso impróprio é
aceitável. A banalização do português é permitida. Ao pé da letra desse entendimento, os colégios vão ter de acatar o ataque
à concordância verbal, a afronta aos mecanismos gramaticais e o desprezo à boa literatura. Trata-se de uma pregação
demagógica e obtusa. Um desserviço à Nação. Será que é isso que desejam os milhões de pais quando levam seus filhos às
escolas todos os dias? É admissível que estudantes tenham na mochila e nas carteiras da sala de aula um material que
emburrece em vez de instruir? A artimanha marota de aplicar nessas instituições a lei do menor esforço – e do menor custo
– no ensino só pode atender à alegação de que faltam recursos para a cultura e educação. Professores ganham mal, logo não
se pode exigir deles que tirem alunos do estado de ignorância! Deforma-se assim o caráter do brasileiro. A revisão da obra
“Por uma Vida Melhor” ou a sua retirada pura e simples das prateleiras e do ambiente escolar é urgente. O que está em jogo,
antes de tudo, é a discussão sobre como queremos preparar as futuras gerações. Se abdicarmos do papel vital de formar e
educar corretamente os cidadãos, o que restará? Dentro em pouco, alguém lançará a ideia de abandono da bandeira nacional.
Teremos, a partir daí, alguma identidade.
Disponível em <http://www.istoe.com.br/assuntos/editorial/detalhe. Acesso em 31/08/2011
Disponível em <http://lusoinculto.blogspot.com/2011/02/futuro-cinzento.html>. Acesso em 12/02/12.