Formação das imagens convencionais e digitais: raios X
1. Formação das imagens
convencionais e
digitais: raios X
Paulo Roberto da Fonseca Filho
Concurso Docente 2014/2
Edital nº 19/PROAD/SGP/2014
CUIABÁ/CUR/CUS/CUA
Prova didática – Biofísica Radiológica
1
2. Onde se usa raios X?
http://www.imagingdomain.com/media/54463.jpg
2
11. “anatomia”
aparelho de raios X
Cabeçote
Tubo de raios X +
blindagem
Colimador
Mesa
Estativa
Posicionamento
11
12. “anatomia”
aparelho de raios X
Cabeçote
Tubo de raios X +
blindagem
Colimador
Mesa
Estativa
Detectores
Bucky + filme ou IP
CCD, DRd ou DRi
12
13. “anatomia”
aparelho de raios X
Cabeçote
Tubo de raios X +
blindagem
Colimador
Mesa
Estativa
Detectores
Transformadores /
retificadores
13
20. Produção de raios-X
Resultado da conversão de energia cinética de elétrons
desacelerados em radiação eletromagnética.
Isso ocorre no tubo de raios X.
20
25. Características importantes
do tubo
Anodo (alvo)
Elevado número atômico
Elevado ponto de fusão
Na maioria dos casos, é rotativo
(fan-beam)
Permite distribuir melhor a carga do tubo
Melhora resfriamento
Portanto, aumenta a vida útil do tubo
Filamentos
Tungstênio (W)
Fonte de elétrons – efeito termoiônico
Foco fino/foco grosso
Definição de imagem
Anodo rotativo danificado por superaquecimento
25
26. Além disso...
Colimador
Diafragmas, que limitam as dimensões do feixe em X e Y.
Blindagem
uma camada significativa de chumbo reveste todo o tubo,
exceto a saída do feixe “principal”
Filtração inerente
A ampola de raios X, já filtra fótons de baixa energia,
fenômeno conhecido como filtração inerente
26
28. Sistema de raios X
parâmetros selecionáveis pelo usuário
mAs intensidade do feixe
Corrente no tubo (mA - 6,24 . 1015 e/s)
Tempo de exposição (s)
kV energia do feixe
28
30. Produção de raios X
1) Aplicação de corrente no filamento
Emissão termoiônica
2) Aplicação de voltagem entre catodo e anodo
50.000 – 150.000 V (50 – 150 kV)
3) Elétrons interagem com alvo
4) Energia cinética dos elétrons fótons de raios X
30
32. Radiação característica
Exemplo, para tungstênio (W)
Neste exemplo, um elétron salta
da camada L para camada K
Energia emitida:
-11,5 – (-69,5) = 57,0 keV
Camada Energia de ligação (keV)
K -69,5
L -11,5
M -2,5
32
33. Espectro resultante
O espectro resultante de todas as interações contém:
Espectro contínuo: radiação de fretamento (bremsstrahlung)
Espectro discreto: radiação característica
33
39. Resumindo...
Efeito Fotoelétrico
Raios X é totalmente
absorvido na interação.
Efeito Compton
Raios X é espalhado.
Parte da energia é
“perdida” a cada
interação.
Para altas energias,
𝑃 𝛼
𝑍
𝐸
3
𝑃 𝛼 𝜌 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑛𝑖𝑐𝑎
𝑃 𝛼
1
𝐸 39
41. Atenuação
A relação entre a fluência de fótons incidentes sobre um
material de espessura x e a transmitida é dada por
µ: coeficiente de atenuação linear (cm-1)
x: espessura (cm)
𝜇 = 𝜇 𝑓𝑜𝑡𝑜𝑒𝑙 + 𝜇 𝑅𝑎𝑦𝑙𝑎𝑖𝑔ℎ𝑡 + 𝜇 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑡𝑜𝑛 + 𝜇 𝑃.𝑃.
41
47. Contraste
Contraste físico do objeto
Para ser visível, o objeto deve possuir contraste físico em relação
ao meio, isso é, diferença de densidade ou composição química (Z)
Material Zef
Densidade
(g/cm3)
Água 7.42 1.0
Músculo 7.46 1.0
Gordura 5.92 0.91
Ar 7.64 0.00129
Cálcio 20.0 1.55
Iodo 53.0 4.94
Bário 56.0 3.5
Compton
Fotoelétrico
Não interage
80 kV
B
(arcos costais e área cardíaca)
47
48. Contraste
Contraste físico do objeto
Para ser visível, o objeto deve possuir contraste físico em relação
ao meio, isso é, diferença de densidade ou composição química (Z)
Material Zef
Densidade
(g/cm3)
Água 7.42 1.0
Músculo 7.46 1.0
Gordura 5.92 0.91
Ar 7.64 0.00129
Cálcio 20.0 1.55
Iodo 53.0 4.94
Bário 56.0 3.5
Compton
Compton
Não interage
120 kV
A
(parênquima e vasos)
48
51. Técnicas de redução de
espalhamento
O espalhamento pode ser reduzido com
Menor campo de irradiação
Grades anti-difusoras
Criando “air gaps“ entre o detector e o objeto
51
58. Tela intensificadora
Haletos de prata são mais
sensíveis à luz que aos raios X
Solução: tela intensificadora
Fluorescência
95% da sensibilização do
filme
58
64. Processadora Automática
A processadora automática é constituída por compartimentos
(tanques) repletos de químicos específicos para cada etapa do
processamento do filme radiográfico.
Bandeja
Revelador
Fixador
Lavagem
Secagem
64
70. Visão geral
Serviços de diagnóstico por imagens estão se tornando
ambientes digitais
70
71. Visão geral
Serviços de diagnóstico por imagens estão se tornando
ambientes digitais
Instrumentações digitais
CT e MRI
Desenvolvidas a partir de sistemas digitais
Ultrassom e Medicina Nuclear
a partir de 1970
71
72. Visão geral
Serviços de diagnóstico por imagens estão se tornando
ambientes digitais
Instrumentações digitais
Exceção: Radiologia “convencional”
Hoje, sistemas tela-filme estão sendo substituídos
gradualmente por receptores digitais mas...
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73. a mudança é “lenta”
Sistema tela-filme
Bem conhecido e amplamente estudado
Excelente qualidade de imagem na maioria dos casos
Não houve muito estímulo à mudança
Novos detectores não trouxeram melhora de qualidade
Profissionais da área já estão habituados ao sistema tela-filme
73
74. Um sistema de imagem
“tem”:
Detecção
Registro
Visualização
Análise
Comunicação
Armazenamento
Sistema
tela-filme
74
75. Sistema tela-filme x digital
Registro: Curva não linear | Curva linear
Processamento: Químico | Digital
Visualização: Negatoscópio | Monitor
Condições ambientais
Análise
Subjetividade (médico) | menor subjetividade
processamento
Sistemas CAD
Transmissão: difícil (cópia física) | fácil (PACS)
Armazenamento:
Espaço físico + funcionário (s) | Banco de dados + servidores (HIS/RIS)
“Casos” não compartilhados (arquivo) | compartilhado (rede)
75
76. Sistemas digitais
Indiretos
Digitalização de filme analógico
Digitalização de placa de imagem (CR)
Diretos (DR)
Conversão indireta
Conversão direta
http://www.ge-mcs.com/pt/radiography-x-ray/digital-x-ray.html
76
77. Fluxo de trabalho?
1ª exposição Ultima exposição
1º filme
revelado
Ultimo filme
revelado
C
Q
Recebe
paciente
Paciente
liberado
1º chassi
lido
Ultimo
chassi lido
Paciente
liberado
Ultima exposição
+ CQ
5% repetições
Recebe
paciente
Recebe
paciente
1ª
exposição
1ª exposição +
CQ
Ultima
exposição
Mínimas
repetições
Mínimas
repetições
Paciente liberado + exame na
workstation
Workstation
+ CQ
0:100:05
0:45
0:30
Adaptado de Pina, D.R.
1:30 2:151:00
1:30
1:30
1:00 2:15 0:05 0:30
0:45
Filme:
15
min
CR:
15
min
DR: 5
min
77
80. Radiologia computadorizada
Radiologia computadorizada* é um termo comercial para
detector de fósforo foto-estimulável **
Neste caso, o termo “fósforo” refere-se ao material que
emite luz quando atingido por um feixe de raios-X
Exemplo: Gd2O2S
*CR: Computed Radiography
** PSP: photoestimulable phosphor detector
80
81. PSP
Quando o feixe de raios X é absorvido
Parte é convertida em luz imediatamente
Parte é armazenada e pode ser “lida” posteriormente
Por este fato, PSP as vezes são referidos como
Fósforos de armazenamento
Placa de imagem – IP
81
82. Constituição
As placas de CR geralmente são BaFBr ou BaFI
+ Eu para aumentar eficiência de detecção
Comumente referidos como fluoreto de bário
82
91. Apagamento
5: Sinal elétrico é digitalizado e armazenado
Computador imagem final
6: Placa é exposta a luz branca de alta intensidade
Apagamento
7: Placa é devolvida para o cassete e está pronta para uso
91
97. CCD
Charge coupled devices
Mesmo sistema empregado em câmeras digitais
PSPs recebem uma imagem analógica que é digitalizada
na leitora
CCDs já discretizam a imagem em coordenadas espaciais
O outro processo de discretização (digitalização) é
realizado na intensidade
97
104. http://www.anrad.com/products-direct-xray-detectors.htm
The larger size LMAM detector is designed to address the USA
and European mammography markets. Its key features are:
• Field of view: 24 cm x 30 cm (10”x12”)
• Pixel pitch: 85 µm
• Superior image quality: high DQE, high MTF, high contrast,
high dynamic range
• High dynamic range
• High patient throughput
• Tomosynthesis capability
104
112. DR - direto
conjnto de semicondutores que recebem
radiação e transforma em sinal elétrico.
Raios-X
TFT
Capacitor
a-Se camada de
250 mm de
espessura
Eletrodo
superior
Eletrodo coletor
Saída de sinal
112
113. Desvantagem de imagens
digitais
Ocupam muito espaço para armazenamento
Requerem grande largura de banda para transmissão em
um sistema PACS*
Requerem monitores de alta luminosidade e resolução
2000 x 2500
Elevado custo: em torno de 25000 dólares
*PACS: picture archiving and communication
system
113
114. Então qual é a melhor
instrumentação digital?
114
115. Sistema tela-filme
Prós
Fácil uso
Barato
Baixo investimento
inicial
Contras
Processamento químico
Baixo nível de
integração (analógico)
Mais subjetivo
Alto índice de
repetições
115
116. CR
Prós
Semelhante a tela-filme
Detector
mais robusto
“barato”
vários tamanhos
Aproveita equipamentos
de imagem disponíveis
Baixo investimento inicial
Contras
DQE baixo
Dose de radiação maior
Fluxo de trabalho longo
Imagem não disponível
imediatamente
Leitora
Maior tempo de exame
Detector sujeito a danos
Vida útil
116
117. DR
Prós
DQE elevado
Menor dose de radiação
Boa resposta dinâmica
Resolução espacial
Fluxo de trabalho curto
Menor tempo de exame
Contras
Custo inicial alto
Detector frágil
Detector caro
117
119. Considerações finais
Sistemas convencionais estão se tornando obsoletos
Realidade no Brasil?
A migração para sistemas digitais oferece muitas
vantagens
Diversas tecnologias digitais estão disponíveis
CR
DRd
DRi
É necessário escolher com cautela a tecnologia a ser
adotada num serviço próxima aula: desempenho e
qualidade de sistemas de imagem.
119
120. Bibliografia
Bushberg, “The essential physics of
medical imaging”, 2nd edition , Lippincott
Williams & Wilkins
COSTA, E.T. , “EQUIPAMENTOS DE RAIOS –
X”
LANÇA, L.; SILVA, A. "Digital radiography
detectors–A technical overview: Part
2." Radiography v.15(2), p.134-38. 2009.
LANÇA, L.; SILVA, A. "Digital radiography
detectors–A technical overview: Part
2." Radiography v. 15, p. 58, 2008.
J. Anthony Seibert, “Physics of Computed
Radiography”
SEIBERT, J. A. “X-Ray Imaging Physics for
Nuclear Medicine Technologists. Part 1:
Basic Principles of X-Ray Production”,J Nucl
Med Technol, v. 32(3), p. 139-47, 2004
SEIBERT, J. A. “X-Ray Imaging Physics for
Nuclear Medicine Technologists. Part 2: X-
Ray interactions and Image Formation”, J
Nucl Med Technol, v. 33(1), p. 3-18, 2005
SPRAWLS, P. Physical Principles of Medical
Imaging, disponível em
www.sprawls.org/ppmi2
120