O encontro de dois mundos: product placement e cultura na construção da cidadania corporativa de uma empresa
1. O encontro de dois mundos:
product placement e cultura na
construção da cidadania
corporativa de uma empresa
Neste post, vou apresentar como é possível uma empresa construir uma cidadania corporativa
aliando duas práticas aparentemente contraditórias em seus conceitos.
Empresas modernas cada vez mais preocupam-se com seu impacto na sociedade.
E uma empresa deve refletir a postura ética e cidadã de seus profissionais.
Então pense na empresa agora como um grande organismo formado por pessoas que, juntas,
criam uma identidade e como cidadãos agora são um corpo só, a empresa também como cidadã,
atuando na sociedade.
Ainda é algo novo no Brasil. Melhor dizendo, as empresas brasileiras buscam essa cidadania
corporativa, mas ainda não sabem exatamente como atuar.
No exterior, em países mais desenvolvidos, a prática é antiga e tornou-se regra comum junto aos
clientes e consumidores.
2. Estranho seria não atuar assim. Porém no Brasil, ainda são poucas e isso é percebido com
grande expectativa pelos consumidores. É o que mostra este quadro do estudo realizado pela
Interbrand:
Perceba que no quadro as expectativas são altas para países como China e Brasil (e os EUA,
mais pelas inovações que os americanos se destacam).
Porém, países como Japão e Alemanha, que mantêm há tempos tal prática, a expectativa é baixa,
ou seja, os consumidores acostumaram-se.
Na revista de administração de empresas (RAE) da FGV, uma análise apresenta o seguinte
resultado:
"Os resultados indicam que a adoção de práticas de cidadania corporativa impacta, fracamente, a
lealdade dos clientes e mais fortemente o comprometimento dos funcionários. Assim, pode-se
afirmar que a cidadania corporativa pode ser utilizada como um instrumento de marketing interno
e externo para as organizações.”
Acredito que ficou claro, mesmo que em poucas linhas, o que é cidadania corporativa e a sua
importância para uma organização.
Agora pretendo destacar o product placement. É uma prática do marketing em alocar seu produto
ou serviço dentro de uma cena (de um filme, jogo, ou outro meio de comunicação) de forma
contextualizada, sem que ele seja o elemento principal, necessariamente, na cena.
Assista este vídeo explicativo (em inglês) AQUI.
Voltarei mais tarde para esse assunto. Quero destacar o termo cultura.
3. O conceito é amplo e por isso vou restringir a projetos culturais, ou melhor, a um projeto cultural
aprovado por leis de incentivo à cultura.
O valor do mercado cultural brasileiro de incentivos fiscais não é pequeno.
Veja o valor autorizado para captação e o que foi de fato captado em 2014.
De três anos para cá, os valores vêm caindo, em parte pela crise na Petrobrás e o setor de
mineração (Vale etc.), em parte por que muitas empresa ainda não perceberam a possibilidade de
um grande negócio em que todos ganham.
E este é o momento do encontro de dois mundos.
Que ainda têm dificuldades para encontrarem-se.
Um projeto cultural deve ser visto como um ativo e não despesa.
Um ativo que seja capaz de fortalecer a identidade da marca da empresa.
Patrocinar um projeto deve ser parte da estratégia de marketing da empresa, pois é mais uma
ferramenta capaz de interagir com o público alvo.
Como exemplo, temos um projeto aprovado por lei de incentivo à cultura bem interessante.
Neste projeto, montamos uma minissérie em quadrinhos que apresenta a cidade de Belo
Horizonte, por meio de uma narrativa, destacado seus aspectos culturais e turísticos.
Há uma versão para o inglês, visando mostrar para o público fora do Brasil, a capital da Minas
Gerais.
E há também a acessibilidade; uma versão para cegos. O nome do projeto é Marvelous Cities:
Belo Horizonte.
Mas por que quadrinhos?
Este ano entrou em operado um aplicativo para quadrinhos digitais chamado Social Comics
(Social Comics é uma espécie de netflix dos quadrinhos).
A empresa recebeu um aporte de mais de 2 milhões para atuar no mercado digital brasileiro e vai
operar em breve no mercado internacional.
Somente no Brasil existe um mercado potencial de 10 milhões de leitores.
O mercado de quadrinhos digitais nos Estados Unidos, em 2012, chegou a mais de 70 milhões de
dólares.
4. Um aplicativo chamado Comixology que realiza o mesmo serviço da Social Comics (mas atua
desde 2009) foi comprado recentemente pela Amazon. O valor não foi revelado.
O mercado de quadrinhos, hoje, está mais do que aquecido. E o Brasil segue esta tendência.
Uma empresa pode utilizar esse projeto (Marvelous Cities: Belo Horizonte) apresentando seus
produtos e serviços, o product placement que dissemos há pouco. E o custo é baixo.
Claro, existe o público alvo e outras questões etc. (que não cabem aqui e quem quiser saber mais
é só entrar em contato).
Os mais atualizados em marketing percebem isso como storytelling e reconhecem como uma
poderosa ferramenta.
E o storytelling ainda está sendo tão pouco utilizado enquanto lá fora…
Estamos abertos para conversar sobre este encontro de dois mundos na construção de uma
cidadania corporativa de empresas brasileiras.
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