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Arcadismo
A arte neoclássica europeia e nacional
Contexto histórico
• O século XVIII é conhecido como o século das luzes
• Aprofundam-se, no período as críticas ao Antigo Regime
• Predominam o capitalismo comercial, o sistema colonial e a
sociedade estamental
• Um emergente mercado consumidor consolida o poder econômico
burguês, levando a crises e intensas disputas pelo poder.
• Iluminismo:
• A fonte de todo o conhecimento é a razão
• Busca por explicações racionais para o mundo
• Ideias para a melhoria das condições existenciais do homem
• Significativas mudanças no sistema de produção dão início à
Revolução Industrial.
Estética árcade – o estilo neoclássico
• A razão suplanta o irracionalismo
barroco
• Razão: sinônimo da verdade
• Tendência à simplificação da arte
• Imitação dos clássicos
• Equilíbrio, harmonia e simetria
• Aproximação com a natureza
• Caráter ilustrativo
• Formalismo e linearidade
• A representação escultural das
figuras
APPIANI, Andrea. Retrato de Josephine Bonaparte
de Beauharnais.
PICOT, François-Eduarde. L’Amour et Psyché
DAVID, Jacques-Louis. A morte de Sócrates
A poesia árcade
Caracterísiticas
AUREA MEDIOCRITAS
(o equilíbrio de ouro)
O "homem natural"
imita a ordem e o
equilíbrio da
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É a condenação de
toda ousadia,
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O bucolismo sugere
uma literatura de
caráter pastoril.
Contudo, a poesia
campestre é mera
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LOCUS AMENUS
(Bucolismo)
• Essa fuga representa um
desejo, não uma condição
real da vida dos autores.
• Esse fingimento poético dá
vida a pastores e pastoras.
• O amor, repleto de
convenções, reforça a
condição pastoril.
FUGERE URBEM
(A fuga da cidade)
• O fingimento passava também por pseudônimos
adotados pelos poetas.
A oposição aos
exageros barrocos
origina a ideia de
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inutilidade na arte.
INUTILIA TRUNCAT
(o inútil atrapalha)
O convite ao gozo da vida é cercado de imediatismo, mas
agora sob um viés positivo: aproveitar a vida por ser breve e
o futuro incerto, sem o medo e o tormento barrocos.
CARPE DIEM
(Aproveite o dia)
O inconfidente arcadismo
brasileiro
Contexto histórico brasileiro
• Século XVII: descoberta de ouro na região das Minas Gerais.
• Os acampamentos de mineiros transformam-se rapidamente em
cidades.
• A Coroa enfim achava a riqueza que tanto buscou na Colônia.
• A corte portuguesa ostenta riqueza. Contudo, boa parte do ouro vai
para a Inglaterra e financia a Revolução Industrial, já que o domínio
comercial inglês sobre Portugal era absoluto.
• No final do século, as minas dão sinais de esgotamento
• O Marquês de Pombal inicia suas reformas:
• Aumento brutal de impostos
• Expulsão dos jesuítas
• Proibição de atividade industrial no Brasil
O endividamento dos proprietários de minas aumenta a revolta
contra Portugal. A independência dos Estados Unidos e o
pensamento iluminista estimulam as elites ao levante de 1789.
XIII
Nise ? Nise ? onde estás ? Aonde espera
Achar te uma alma, que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata, e gira,
Tanto mais de encontrar te desespera!
Ah se ao menos teu nome ouvir pudera
Entre esta aura suave, que respira!
Nise, cuido, que diz; mas é mentira.
Nise, cuidei que ouvia; e tal não era.
Grutas, troncos, penhascos da espessura,
Se o meu bem, se a minha alma em vós se
[esconde,
Mostrai, mostrai me a sua formosura.
Nem ao menos o eco me responde!
Ah como é certa a minha desventura!
Nise ? Nise ? onde estás ? aonde ? aonde ?
Minha Marília,
Se tens beleza,
Da Natureza
É um favor.
Mas se aos vindouros
Teu nome passa,
É só por graça
Do Deus de amor,
Que tanto inflama
A mente, o peito
Do teu Pastor.
Em vão se viram
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Jasmins, e rosas
No rosto teu.
Em vão terias
Essas estrelas,
E as tranças belas,
Que o Céu te deu;
Se em doce versos
Não as cantasse
O bom Dirceu.
Lira XXXI
ARCADISMO
CARACTERÍSTICAS
SIMPLICIDADE E EQUILÍBRIO
FORMALISMO E FINGIMENTO
PASTORALISMO
BUCOLISMO
CARPE DIEM
FUGERE URBEM
AUTORES BRASILEIROS
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
BASÍLIO DA GAMA
JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO
ARTISTAS ESTRANGEIROS
JACQUES-LOUIS DAVID - pintura
ANTONIO CANOVA - escultura
MOZART - música
DURAÇÃO 68 ANOS
ESTÉTICA
INFLUÊNCIA
FORMALIDADE
RELEVÂNCIA
SÉCULO XVIII (1768-1836)




(Enem)
Torno a ver-vos, ó montes; o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,
Aqui descanse a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos
inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos
constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da
relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.
A. Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens
relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com
traje “rico e fino”.
B. A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema,
revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade
do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
C. O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do
Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar
uma representação literária realista da vida nacional.
D. A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira
estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica
paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
E. A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está
representada esteticamente no poema pela referência, na última
estrofe, à transformação do pranto em alegria.
Casa dos Contos
& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &
ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta.
São Paulo: Summus, 1978.
O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta
o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos
daquele contexto por uma poética contemporânea revela que
A. a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que
prevalece sobre a observação da realidade social.
B. a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em
fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.
C. a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta
com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.
D. o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma
continuidade de procedimentos estéticos e literários.
E. o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de
ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.

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  • 1. Arcadismo A arte neoclássica europeia e nacional
  • 2. Contexto histórico • O século XVIII é conhecido como o século das luzes • Aprofundam-se, no período as críticas ao Antigo Regime • Predominam o capitalismo comercial, o sistema colonial e a sociedade estamental • Um emergente mercado consumidor consolida o poder econômico burguês, levando a crises e intensas disputas pelo poder. • Iluminismo: • A fonte de todo o conhecimento é a razão • Busca por explicações racionais para o mundo • Ideias para a melhoria das condições existenciais do homem • Significativas mudanças no sistema de produção dão início à Revolução Industrial.
  • 3. Estética árcade – o estilo neoclássico • A razão suplanta o irracionalismo barroco • Razão: sinônimo da verdade • Tendência à simplificação da arte • Imitação dos clássicos • Equilíbrio, harmonia e simetria • Aproximação com a natureza • Caráter ilustrativo • Formalismo e linearidade • A representação escultural das figuras APPIANI, Andrea. Retrato de Josephine Bonaparte de Beauharnais.
  • 5. DAVID, Jacques-Louis. A morte de Sócrates
  • 7. AUREA MEDIOCRITAS (o equilíbrio de ouro) O "homem natural" imita a ordem e o equilíbrio da natureza. É a condenação de toda ousadia, extravagância, exarcebação das emoções.
  • 8. É a representação do lugar ameno para o encontro amoroso. O bucolismo sugere uma literatura de caráter pastoril. Contudo, a poesia campestre é mera convenção LOCUS AMENUS (Bucolismo)
  • 9. • Essa fuga representa um desejo, não uma condição real da vida dos autores. • Esse fingimento poético dá vida a pastores e pastoras. • O amor, repleto de convenções, reforça a condição pastoril. FUGERE URBEM (A fuga da cidade) • O fingimento passava também por pseudônimos adotados pelos poetas.
  • 10. A oposição aos exageros barrocos origina a ideia de cortar qualquer inutilidade na arte. INUTILIA TRUNCAT (o inútil atrapalha)
  • 11. O convite ao gozo da vida é cercado de imediatismo, mas agora sob um viés positivo: aproveitar a vida por ser breve e o futuro incerto, sem o medo e o tormento barrocos. CARPE DIEM (Aproveite o dia)
  • 13. Contexto histórico brasileiro • Século XVII: descoberta de ouro na região das Minas Gerais. • Os acampamentos de mineiros transformam-se rapidamente em cidades. • A Coroa enfim achava a riqueza que tanto buscou na Colônia. • A corte portuguesa ostenta riqueza. Contudo, boa parte do ouro vai para a Inglaterra e financia a Revolução Industrial, já que o domínio comercial inglês sobre Portugal era absoluto. • No final do século, as minas dão sinais de esgotamento • O Marquês de Pombal inicia suas reformas: • Aumento brutal de impostos • Expulsão dos jesuítas • Proibição de atividade industrial no Brasil
  • 14. O endividamento dos proprietários de minas aumenta a revolta contra Portugal. A independência dos Estados Unidos e o pensamento iluminista estimulam as elites ao levante de 1789.
  • 15. XIII Nise ? Nise ? onde estás ? Aonde espera Achar te uma alma, que por ti suspira, Se quanto a vista se dilata, e gira, Tanto mais de encontrar te desespera! Ah se ao menos teu nome ouvir pudera Entre esta aura suave, que respira! Nise, cuido, que diz; mas é mentira. Nise, cuidei que ouvia; e tal não era. Grutas, troncos, penhascos da espessura, Se o meu bem, se a minha alma em vós se [esconde, Mostrai, mostrai me a sua formosura. Nem ao menos o eco me responde! Ah como é certa a minha desventura! Nise ? Nise ? onde estás ? aonde ? aonde ?
  • 16. Minha Marília, Se tens beleza, Da Natureza É um favor. Mas se aos vindouros Teu nome passa, É só por graça Do Deus de amor, Que tanto inflama A mente, o peito Do teu Pastor. Em vão se viram Perlas mimosas, Jasmins, e rosas No rosto teu. Em vão terias Essas estrelas, E as tranças belas, Que o Céu te deu; Se em doce versos Não as cantasse O bom Dirceu. Lira XXXI
  • 17. ARCADISMO CARACTERÍSTICAS SIMPLICIDADE E EQUILÍBRIO FORMALISMO E FINGIMENTO PASTORALISMO BUCOLISMO CARPE DIEM FUGERE URBEM AUTORES BRASILEIROS CLÁUDIO MANUEL DA COSTA TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA BASÍLIO DA GAMA JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO ARTISTAS ESTRANGEIROS JACQUES-LOUIS DAVID - pintura ANTONIO CANOVA - escultura MOZART - música DURAÇÃO 68 ANOS ESTÉTICA INFLUÊNCIA FORMALIDADE RELEVÂNCIA SÉCULO XVIII (1768-1836)    
  • 18. (Enem) Torno a ver-vos, ó montes; o destino Aqui me torna a pôr nestes outeiros, Onde um tempo os gabões deixei grosseiros Pelo traje da Corte, rico e fino. Aqui estou entre Almendro, entre Corino, Os meus fiéis, meus doces companheiros, Vendo correr os míseros vaqueiros Atrás de seu cansado desatino. Se o bem desta choupana pode tanto, Que chega a ter mais preço, e mais valia Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto, Aqui descanse a louca fantasia, E o que até agora se tornava em pranto Se converta em afetos de alegria. Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.
  • 19. Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. A. Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. B. A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. C. O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. D. A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. E. A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.
  • 20. Casa dos Contos & em cada conto te cont o & em cada enquanto me enca nto & em cada arco te a barco & em cada porta m e perco & em cada lanço t e alcanço & em cada escad a me escapo & em cada pe dra te prendo & em cada g rade me escravo & em ca da sótão te sonho & em cada esconso me affonso & em cada claúdio te canto & e m cada fosso me enforco & ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.
  • 21. O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que A. a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social. B. a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira. C. a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita. D. o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários. E. o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.