O documento discute a diversidade humana no Brasil, observada nos aspectos físicos e culturais da população. Apesar das diferentes características, os brasileiros compartilham da mesma cultura e estão sob as mesmas leis. O módulo irá explorar as diferentes etnias e culturas que formam o povo brasileiro.
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Modulo 16 - Brasil - um país multicultural
1.
2. O Brasil é um país com grande diversidade humana. Essa diversidade pode ser
observada pelos aspectos físicos e pelas manifestações culturais.
Com relação aos aspectos físicos, a população brasileira apresenta grande variação na
cor da pele, no tipo de cabelo, na estatura, na cor e no formato dos olhos, na forma
lábios, entre outras características. Essa diversidade revela traços físicos herdados,
principalmente, dos indígenas, dos europeus, dos negros e dos imigrantes. Com
relação às manifestações culturais, os brasileiros, espalhados por um imenso território,
têm muitas formas de se vestir, de produzir seus pratos típicos, de construir casas, de
fazer música e assim por diante.
Porém, apesar da diversidade nos aspectos físicos e culturais, somos um único povo
que segue as mesmas leis e está sob o mesmo governo. Nossa história e nossa cultura
são resultado da soma e da convivência entre muitos povos, o que faz do Brasil um
país multicultural.
Neste Módulo, vamos conhecer um pouco mais sobre a diversidade de povos e
culturas que formam a população brasileira.
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5. O termo raça surgiu por volta do século XVI para designar
grupos de animais com características especiais, como cavalos
mais rápidos, vacas que produzem mais leite, cães com habilidade
para caça, etc.
Posteriormente, no século XIX, o conceito assumiu nova forma e
foi aplicado à espécie humana. Os defensores da classificação
dos humanos em raças usaram as características físicas das
pessoas para definir grupos que pretensamente formavam
diferentes raças. Essas pessoas eram estudadas de maneira
sistemática, o que foi chamado de biometria. Surgiram, assim,
várias classificações que dividiam a humanidade em raças:
amarelos, vermelhos, brancos, negros, etc.
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6. Porém, nas últimas décadas, com o avanço dos estudos na área
de genética, foi comprovado que todos os indivíduos que
formam a espécie humana pertencem a uma mesma raça: a
Homo sapiens sapiens, mesmo que sua aparência física seja
muito diferente.
Por isso, não devemos usar o termo “raça” quando queremos
indicar diferenças entre os grupos humanos. As diferenças
referente a cor de pele, formato de olho, tipo de cabelo, etc. são
particularidades que distinguem as pessoas, mas elas não têm
importância na delimitação dos grupos humanos. Para identificar
os agrupamentos humanos, utilizamos o termo etnia, que
um grupo de pessoas que têm uma cultura em comum.
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7. Apesar disso, há mais de 130 anos, em suas pesquisas, o IBGE faz
uso de uma classificação racial, por meio de uma pergunta que
solicita a identificação da cor da pele da pessoa, a auto
declaração.
Além do problema da falta de uma base científica para o conceito
de raça, a auto declaração tem recebido mais de uma centena de
respostas diferentes sobre a cor da própria pele, dadas
principalmente pelos mestiços. Diante disso, o IBGE classifica
todas as pessoas mestiças em um único grupo, o dos pardos, e
definiu mais quatro grupos raciais: pretos, brancos, amarelos e
indígenas.
Observe no gráfico a seguir a evolução da composição racial da
população brasileira, segundo o IBGE.
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8.
9. Note que o grupo que se autodeclarou branco manteve-se até
recentemente como o maior grupo racial do Brasil, mas a tendência é de
que ele seja superado pelo grupo pardo.
Vale reforçar que a cor da pele não permite uma classificação científica
da população e também que ela não consegue explicar a diversidade de
usos e costumes de um povo.
Os cinco grupos raciais do IBGE servem apenas para lembrar que a
população brasileira é resultado da convivência de grupos humanos
vindos de quase todas as partes do mundo.
Nossa população foi formada pelos diversos povos indígenas que aqui
estavam quando os primeiros europeus chegaram, pelos colonizadores
brancos europeus, pelos negros
trazidos da África como escravos e pelos imigrantes que vieram de
várias regiões do mundo. Além disso, ocorreu ao longo da história do
Brasil uma intensa miscigenação, ampliando a diversidade dos aspectos
físicos e culturais do povo brasileiro.
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10. Miscigenação: mistura de homens e mulheres de etnias
diferentes, pelo casamento ou coabitação, que pode
resultar em filhos mestiços de diversos tipos. No Brasil,
com base na auto declaração, o IBGE agrupa a maior
parte dos mestiços como pardos. Há pequenos grupos
de mestiços, como os ainocos (descendentes de
japoneses que cruzam com outros grupos), que
deveriam aparecer em outras categorias.
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12. Chamamos de cultura ao conjunto de manifestações e criações de
determinado grupo humano. A língua, a alimentação, o vestuário, a
arquitetura, o comportamento social, as crenças, os valores espirituais
materiais, a arte, a produção intelectual, as tradições, a música, o
folclore, entre outros, são elementos que formam a cultura de um
Os aspectos culturais de um povo baseiam-se em regras e modelos de
comportamento transmitidos de geração em geração. Todo ser
humano passa grande parte de sua vida aprendendo a comportar-se
em seu grupo. Vivenciamos nossa cultura no contato com a família, na
escola, na rua, nos diversos ambientes por onde circulamos e também
por meio de livros, filmes, músicas, pela TV e por outros meios de
comunicação, como a internet.
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13.
14. O LUGAR E A
MULTICULTURALIDADE
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15. O lugar onde vivemos está repleto de manifestações da
nossa cultura: a forma das casas, a maneira como as pessoas
se vestem, as frases dos letreiros e cartazes de rua, o som das
palavras e das músicas que ouvimos.
Todas essas manifestações culturais ajudam a compor e a
caracterizar o lugar onde vivemos.
Mas, principalmente nas grandes cidades, é comum
encontrarmos a convivência e a mistura de diversas culturas,
pois nelas vivem pessoas vindas de diferentes lugares, de
outras regiões do próprio país ou até de outros países – os
imigrantes.
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16. Quem vem de fora traz consigo sua cultura. Se o grupo que chega
a um lugar for numeroso, suas características culturais poderão
influenciar a sociedade do lugar que escolheu para morar. Mas as
pessoas também têm de se adaptar à cultura do local a que
chegaram. Muitas vezes essa adaptação é difícil: é preciso
aprender outra língua, mudar os hábitos alimentares e o modo de
se vestir e acostumar-se a novos comportamentos.
Podemos dizer que um país que apresenta diferentes
manifestações culturais tem uma sociedade multicultural. A
sociedade brasileira é assim, como mostram o folclore, os
diversos pratos típicos regionais e a música, entre outras
expressões culturais que identificam o Brasil.
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19. Como somos criados em um ambiente onde se vive de acordo com
determinadas regras, é comum pensarmos que só existe um modo certo
de agir e de se comportar.
Às vezes, quando viajamos ou assistimos a um programa de televisão,
ficamos incomodados com as diferenças culturais que observamos ao
tomar contato com outro grupo humano. Isso pode levar algumas
pessoas a acreditar que seu grupo é o que se comporta de maneira
correta ou que ele é superior, julgando os demais como errados ou
inferiores.
Muitas pessoas só conseguem entender seu próprio grupo étnico. Só
compreendem e aceitam quem é semelhante, tem a mesma cor de pele
e o mesmo tipo de cabelo, veste-se do mesmo jeito e se comporta, fala,
anda e come igual a elas. Esse tipo de julgamento não é correto. Trata-
se de preconceito cultural. Tão grave quanto ele é o preconceito racial,
que se baseia no julgamento e na rejeição de pessoas que tenham
aspecto físico diferente do seu.
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21. Um exemplo simples: muitas pessoas ainda ficam chocadas com a nudez
dos indígenas, porque a julgam imoral. Mas, para os indígenas, estar nu
é perfeitamente normal, faz parte de sua cultura e de seu cotidiano. Na
verdade, muitos se sentem “bem-vestidos” com a pintura que cobre
várias partes de seu corpo e usando também outros adereços, como
colares e pulseiras.
No Brasil, os preconceitos culturais e raciais são mais comuns do que se
imagina.
Eles são muitos e existem há muito tempo, o que culminou com a
determinação de diferenças sociais e econômicas na população: o
número de analfabetos é maior entre a população negra; o número de
indígenas que vive na miséria é enorme; o salário pago a mulheres é
quase sempre menor que o de homens nas mesmas funções, por
exemplo.
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