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PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
PROPOSTA CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Itapoá
2007
2
FICHA CATALOGRÁFICA
Itapoá (SC), Prefeitura Municipal
Proposta Curricular para as Instituições
de Educação Infantil da rede Municipal de Ensino
- Secretaria Municipal de Educação – 2007.
1. Educação Infantil – Itapoá (SC)
2. Proposta Curricular.
3
PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ – SC
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE ENSINO
GESTÃO 2005-2008
PREFEITO MUNICIPAL
SÉRGIO FERREIRA DE AGUIAR
VICE-PREFEITO
EVANDRO ROBERTO BERBIGIER COSTA
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
MÁRCIA REGINA EGGERT SOARES
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
TEREZINHA FÁVARO DA SILVEIRA
SANDRA REGINA FERNANDES DA SILVA
VANILDA DE SOUZA
CONSULTORIA E ASSESSORIA PEDAGÓGICA
PLANEJAR - PROJETOS EDUCACIONAIS CONSULTORIA E ASSESSORIA
S/C LTDA
4
EIDOS PROJETOS E CONSULTORIA EDUCACIONAL
DP CONSULTORIA E PROJETOS EDUCACIONAIS
Coordenação Geral: Doutora Zita Ana Lago Rodrigues – Ph.D.
Assessoria Psicopedagógica: Norma Nycz – Ms.
Assessoria Pedagógica: Maria Dolores M. Dibb – Ms.
Assessoria de Planejamento: Josiane Pariz Bertoja - Ms.
Neide Ferreira – Ms.
Participação Especial: Professor Mario Bandiera
Assessoria por segmentos de estudos:
Adriana Costa – Ms. Interdisciplinaridade e Metodologia de Projetos
Marly R. Muller - Ms Educação Inclusiva
Carla Ropelato - Ms.- Carlos Wolff -Ms. - Avaliação
Assessoria por disciplinas:
Paulina Jaegher Muniz – Ms. - Matemática
Vânio César Seemann – Ms. - Alfabetização
Maria Dolores M. Dibb – Ms. - Língua Portuguesa
Angélica Góis Muller Morales – Ms. - Ciências e Educação Ambiental
Maria Cristina M. C. Rau – Ms. - Educação Física
Claudia Zanela – Ms. - Geografia e História
Emídia da Silva - Ms. - Ensino Religioso
Rosanny M. de Morais Teixeira - Esp. - Artes
Andréa M. Fontolan – Ms. - Língua Inglesa
Assessoria para a Educação Infantil:
Adriane Beatriz Moecke Galando - Esp.
Margot Helena de Sá Ribas - Esp.
Colaboração e participação nas atividades de elaboração dos conteúdos:
Educadores, Professores, Equipes Pedagógicas e Diretores de Escolas da Rede
Municipal de Ensino de Itapoá-SC (citados nominalmente a seguir, por área de
atuação e disciplinas).
5
Ao contrário, as cem existem.
A criança
é feita de cem.
A criança tem
cem mãos
cem pensamentos
cem modos de falar.
Cem sempre cem
modos de escutar
as maravilhas de amar.
Cem alegrias
pra cantar e compreender.
Cem mundos
para descobrir.
Cem mundos
para inventar.
Cem mundos
para sonhar.
A criança tem cem linguagens
(e depois cem cem cem)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
A escola e a cultura
lhe separam a cabeça do corpo.
Dizem-lhe:
de pensar sem as mãos
de fazer sem a cabeça
de escutar e de não falar
de compreender sem alegrias
de amar e maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
Dizem-lhe:
de descobrir o mundo que já existe
e de cem
roubaram-lhe noventa e nove.
Dizem-lhe:
que o jogo e o trabalho
a realidade e a fantasia
a ciência e a imaginação
o céu e a terra
a razão e o sonho
são coisas
que não estão juntas.
Dizem-lhe:
que as cem não existem
A criança diz:
ao contrário, as cem existem.
LORIS MALAGUZZI
6
SUMÁRIO
Apresentação.....................................................................................................................................................................10
A Educação Infantil No Município De Itapoá...................................................................................................................13
Fundamentação Teórica Metodológica ...........................................................................................................................15
A Educação Infantil Na Legislação Educacional Vigente ..............................................................................................16
A Educação Infantil Na Creche.........................................................................................................................................21
Perfil Do Professor............................................................................................................................................................22
Perfil Da Criança................................................................................................................................................................24
A Criança E Seu Desenvolvimento ..................................................................................................................................26
Retirada Das Fraldas.........................................................................................................................................................29
Limites - Quando É Preciso Colocar Limites Nas Crianças? ........................................................................................30
Fase Da Mordida: Agressividade Ou Aprendizagem? ...................................................................................................30
Sexualidade........................................................................................................................................................................32
Como Lidar Com A Masturbação?...................................................................................................................................33
Como Agir Quando As Crianças Manipulam Os Genitais Ou Se Masturbam? ............................................................33
Funções Elementares - Até Os Três Anos ......................................................................................................................34
Como Responder A Curiosidade Das Crianças Em Relação À Sexualidade?.............................................................34
Alimentação .......................................................................................................................................................................35
Comendo Feliz...................................................................................................................................................................36
Educação Alimentar - Um Trabalho Conjunto Da Creche E Da Família .......................................................................36
Sono E Repouso - 10 Meses A 03 Anos ..........................................................................................................................36
O Educador Num Processo De Adaptação A Nova Turma – Seus Pais E Antigos Educadores ................................37
Período De Adaptação ......................................................................................................................................................38
Parceria Com A Família.....................................................................................................................................................39
Rotina E Sua Importância .................................................................................................................................................41
Sugestão De Horário De Rotinas: ....................................................................................................................................42
Componentes Curriculares...............................................................................................................................................44
Modalidades Organizativas ..............................................................................................................................................46
Projetos – Através Do Quê? .............................................................................................................................................48
Avaliação............................................................................................................................................................................51
Formação Pessoal E Social – Identidade E Autonomia .................................................................................................53
Introdução..........................................................................................................................................................................53
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................54
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................54
7
Contéudos De Identidade E Autonomia ..........................................................................................................................55
Estratégias .........................................................................................................................................................................56
Avaliação............................................................................................................................................................................57
Cuidados: Quem Educa Ama ...........................................................................................................................................57
Introdução..........................................................................................................................................................................57
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................59
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................59
Conteúdos..........................................................................................................................................................................60
Estratégias .........................................................................................................................................................................60
Avaliação............................................................................................................................................................................61
Movimento..........................................................................................................................................................................62
Introdução..........................................................................................................................................................................62
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................64
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................64
Conteúdos..........................................................................................................................................................................65
Estratégias .........................................................................................................................................................................66
Avaliação............................................................................................................................................................................66
Música ................................................................................................................................................................................68
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................69
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................69
Conteúdos..........................................................................................................................................................................70
Estratégias .........................................................................................................................................................................71
Avaliação............................................................................................................................................................................72
Artes Visuais - “Botando A Mão Na Massa” ..................................................................................................................73
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................73
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................73
Conteúdos..........................................................................................................................................................................74
Estratégias .........................................................................................................................................................................75
Avaliação............................................................................................................................................................................76
Natureza E Sociedade .......................................................................................................................................................77
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................77
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................77
Conteúdos..........................................................................................................................................................................78
Estratégias .........................................................................................................................................................................80
Avaliação............................................................................................................................................................................81
8
Matemática.........................................................................................................................................................................82
Introdução..........................................................................................................................................................................82
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................83
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................83
Conteúdos..........................................................................................................................................................................84
Estratégia ...........................................................................................................................................................................85
Avaliação............................................................................................................................................................................85
Linguagem Oral E Escrita.................................................................................................................................................86
Ensinando As Crianças Através De Centenas De Linguagens .....................................................................................86
As Múltiplas Linguagens Na Educação Infantil ..............................................................................................................87
As Linguagens Simbólicas Das Crianças .......................................................................................................................88
Objetivo Geral....................................................................................................................................................................89
Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................89
Conteúdos..........................................................................................................................................................................90
Estratégias .........................................................................................................................................................................92
Avaliação............................................................................................................................................................................92
A Legislação ......................................................................................................................................................................93
Considerações Finais .......................................................................................................................................................97
A Educação Infantil Na Pré-Escola ..................................................................................................................................98
Fundamentação Teórico Metodológica ...........................................................................................................................98
O Cuidar E O Educar .........................................................................................................................................................98
A Relação Com As Famílias .............................................................................................................................................99
O Acolhimento Das Diferentes Culturas, Valores E Crenças ......................................................................................100
A Construção Social Da Criança....................................................................................................................................101
Organizando O Trabalho Pedagógico No Dia A Dia .....................................................................................................104
A Organização De Atividades Culturalmente Significativas........................................................................................108
O Professor Da Educação Infantil..................................................................................................................................115
A Avaliação Na Educação Infantil ..................................................................................................................................119
Quadro De Idades............................................................................................................................................................121
Quadro De Siglas.............................................................................................................................................................121
Quadro De Gradação De Cores......................................................................................................................................122
Formação Pessoal E Social – Identidade E Autonomia ...............................................................................................123
Objetivos ..........................................................................................................................................................................123
Conhecimento De Mundo – Linguagem Oral E Escrita................................................................................................125
Objetivos ..........................................................................................................................................................................125
9
Conhecimento De Mundo – Matemática........................................................................................................................129
0objetivos.........................................................................................................................................................................129
Conhecimento De Mundo – Natureza E Sociedade ......................................................................................................134
Objetivos ..........................................................................................................................................................................134
Conhecimento De Mundo – Movimento.........................................................................................................................139
Objetivos ..........................................................................................................................................................................139
Conhecimento De Mundo – Artes ..................................................................................................................................142
Objetivos ..........................................................................................................................................................................142
Conhecimento De Mundo – Música ...............................................................................................................................145
Objetivos ..........................................................................................................................................................................145
Considerações Finais .....................................................................................................................................................147
Referências ......................................................................................................................................................................148
10
APRESENTAÇÃO
O homem nasce como semente. Nasce como potencialidade e não como realidade. Pode ou não desabrochar, vir a
ser.
Educação é a ponte entre a potência e a realidade. É ajudar o ser humano a se tornar aquilo que é só que ainda em
forma de semente.
Não podemos pensar a Educação apenas como preparação para um bom emprego, um bom salário e fonte de
informação, mas, também, como preparação para a vida. Educação é vida!
A educação deve preparar o homem para estar em sintonia com a existência. Deve prepará-lo para ser ele mesmo e
não um imitador.
A palavra “Educação” tem dois significados: um deles é “extrair algo de você”; é tornar real a sua potencialidade,
assim como se extrai água de uma fonte.
A verdadeira educação é trazer à tona o que está oculto dentro do ser humano. O que foi dado por Deus como um
tesouro tem que ser descoberto, iluminado.
O outro significado da palavra, mais profundo, é... “Educação vem da palavra educare, que significa conduzir da
escuridão para a luz”. A chama existe, só tem que ser provocada.
A educação torna as pessoas mais inteligentes, cheias de consciência, capazes de criticar e interagir na
transformação da sociedade.
11
A Proposta Pedagógica elaborada e apresentada neste documento justifica-se pela necessidade de uma educação
de qualidade a partir dos estudos realizados pelo corpo docente da Rede Municipal de Ensino da Educação Infantil em
torno das “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil”, respeitando os princípios norteadores: (art.3º)...
a) Princípios éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum;
b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da Criticidade e do Respeito à
Ordem Democrática;
c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da Diversidade de
Manifestações Artísticas e Culturais.
Neste sentido, o que foi realizado pelos educadores da Rede de Ensino da Educação Infantil de Itapoá foi a
construção de um trabalho com as crianças de 0 a 5 anos de idade, que apesar de ser formalmente estruturado pretende
garantir a elas viver plenamente a sua infância sem imposição de práticas ritualísticas inflexíveis.
O que os Profissionais da Educação Infantil reivindicam é o espaço para a vida, para a vivência das emoções e dos
afetos, alegrias e tristezas, para os conflitos, confrontos e encontros, para a ampliação do repertório vivencial e cultural
das crianças a partir de um compromisso dos adultos que se responsabilizam por organizar o estar das crianças nas
escolas de Educação Infantil de nosso município, que lhes permitam construir sentimentos de respeito, troca,
compreensão, alegria, apoio, dignidade, amor, confiança, solidariedade, entre tantos outros.
Que a criança cresça acreditando em si mesmo e no seu direito de viver de forma digna e prazerosa.
É importante destacar que temos ainda dificuldades em fazer valer esses princípios na organização de todo um
sistema educacional já existente no próprio Brasil. A esperança é que o educador de nosso município se mantém
comprometido com a defesa da educação e dos direitos das crianças à educação infantil e continuem a realizar estudos,
pesquisas e a desenvolverem projetos pedagógicos que nos possibilitem avançar a passos largos na construção de uma
“pedagogia da educação infantil” e de “políticas públicas plurais” iguais as que apresentam nesta Proposta Pedagógica,
contemplando as diversidades culturais das crianças e orientando para as práticas que visam à formação de cidadãos.
12
É evidente que os objetivos serão diferentes para os níveis de desenvolvimento e de situações específicas nas
creches e Pré Escolas. No entanto, é através da avaliação, entendida como instrumento de diagnóstico e tomada de
decisões, que os nossos professores poderão, em grande medida, verificar a qualidade de seu trabalho. O mais
importante não é o resultado, mas o percurso que atravessamos para alcançá-los.
Para que esta Proposta Pedagógica apresentada seja executada com sucesso é indispensável o espírito de equipe,
o comprometimento profissional e precisamos estar articulados com a família que influencia diretamente na qualidade de
vida da criança, pois sabemos que cada criança pertence a um ambiente social e não podemos deixar de respeitar as
suas especificidades.
Parabéns aos Profissionais da Educação Infantil de Itapoá, a toda equipe que esteve envolvida direta ou
indiretamente com a elaboração deste trabalho, as Coordenadoras Pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação,
aos Mestres que orientaram os professores no período de estudo e pesquisa para a elaboração deste trabalho.
A Proposta Pedagógica apresentada é um processo e precisa sempre estar sendo revista e reescrita coletivamente
com seus interessados.
Respeitosamente,
Itapoá, em 22 de agosto de 2007.
MÁRCIA REGINA EGGERT SOARES
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
13
A EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE ITAPOÁ
A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, recebe atenção especial neste Município, através de dois
documentos que nortearão toda a prática educativa, desenvolvida junto à criança.
O primeiro documento normatiza a nível de Sistema Municipal de Ensino, a Educação Infantil através da
Resolução 005/2006 baixada pelo Conselho Municipal de Educação.
O segundo diz respeito ao documento que irá fundamentar a ação educativa a ser desenvolvida nas Instituições
Educacionais através dos educadores, representada na Proposta Curricular da Educação Infantil de Itapoá.
Uma proposta de Educação Infantil assume significado a partir da concepção de infância que lhe dá sustentação e
direciona a ação educativa.
Hoje, o conceito de infância distancia-se qualitativamente daquele que orientou o trabalho nas primeiras creches e
pré-escolas.
Historicamente, diferentes concepções de infância orientaram o atendimento à criança, seja no âmbito da família,
seja nas instituições formalmente criadas para tal.
Nos séculos XVI e XVII compreendia-se a infância como um período de transição para a fase adulta. A criança era
vista como um adulto em miniatura e a antecipação de vivências típicas da fase adulta somente contribuía para
ultrapassar com maior rapidez esse período.
Mais tarde essa visão cedeu lugar àquela em que a infância significava um momento que exigia cuidados e
atenção para que a criança viesse a se tornar adulto honrado e útil socialmente. Tratava-se de protegê-la das más
influências do meio e preservar-lhe a inocência. Nessa visão a criança é um ser em preparação, num estado de “vir a
ser”, ou uma criança destituída de direitos enquanto um sujeito social.
Outra idéia difundida foi a de uma criança universal, que traduzia uma criança abstrata, um padrão ideal de
criança. Nessa perspectiva, o trato com a infância constituía-se em buscar esse padrão, tido como o desejável. Quando a
14
criança não se encaixava dentro do padrão estabelecido, impunham-se práticas compensatórias, que objetivavam suprir
supostas carências, o que acabava por reforçar a discriminação.
Hoje, a compreensão que se tem de criança é a de um ser histórico e culturalmente contextualizado, cuja
diversidade, biológica, cultural ou cognitiva, precisa ser considerada e respeitada. Um sujeito com identidade própria, em
processo de desenvolvimento em todas as dimensões humanas: afetiva, social, cognitiva, psicológica, motora, lúdica ou
expressiva. Cada idade tem em si mesma, uma identidade própria, que exige uma educação própria enquanto idade e
não enquanto preparo para outra idade. Uma concepção de infância assim assumida, requer uma proposta pedagógica
que considere o desenvolvimento da criança nos aspectos: físico, emocional, social e cognitivo.
É pensando nesta criança, enquanto sujeito de direitos e deveres, que o Município de Itapoá, construiu uma
Proposta Pedagógica que dê condições e possibilite o seu desenvolvimento em todos os seus aspectos.
15
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA METODOLÓGICA
A Concepção de Infância na Legislação Brasileira
Segundo ABREU (2004, p. 4), até o final da década de 80, o atendimento às crianças de até 6 anos não era
concebido como uma atividade de natureza educacional, tinha um caráter predominantemente assistencial.:
Até a publicação da nova LDB em 1996, relata a autora, não existiam diretrizes nacionais para a educação pré-
escolar, referida apenas em dispositivo da Lei nº 5.69271- Reforma do Ensino de 1º e 2º graus, integrado ao capítulo do
ensino de 1º grau (art.19,§2º), estabelecendo que os sistemas de ensino velarão para que as crianças de idade inferior a
sete anos recebem conveniente educação em escolas maternais, jardins de infância e instituições equivalentes.
As pré-escolas, que funcionavam em escolas públicas e privadas de 1º e/ ou 2º graus, integravam os sistemas de
ensino. Ao contrário, a pré-escola oferecida em instituições específicas e as creches públicas e privadas, integravam os
sistemas de saúde e/ou a assistência social. (ABREU, 2004, p. 4)
Com o fim da ditadura militar e a promulgação da nova Constituição Federal de 1988, a criança passa a ser vista
como um sujeito de direitos, conforme descreve o texto da referida lei em seu art. 208, IV, que inscreve o atendimento em
creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade entre os deveres do Estado / Poder Público para com a
educação, reconhecendo, pois, a creche como instituição educativa. Na década de 90 a nova LDB reforça esse papel
definindo a educação infantil como primeira etapa da educação básica (art.29), ampliando sua importância social ao
integrá-la à formação comum indispensável para o exercício da cidadania. (A educação escolar divide-se em educação
básica e educação superior e, por sua vez, a educação básica é formada pela educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio.) Assim, a nova legislação educacional marca uma mudança em relação ao papel do Estado  Poder
16
Público para com essa faixa etária, que deixa de ser apenas o de velar pelas crianças pequenas, conforme a Lei da
Reforma de Ensino de 1971, e passa a ser o de educar e cuidar1
.
A Educação Infantil na Legislação Educacional Vigente
ABREU (2004, p. 5), cita a Constituição Federal, a LDB 9394/96 e as Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil
como documentos jurídicos que irão fundamentar toda a ação a ser desenvolvida junto a criança através de políticas
públicas de atendimento, distribuindo as responsabilidades a cada uma das três esferas de governo, além do ECA –
Estatuto da Criança e do Adolescente, que também destaca este atendimento.
A autora faz referência às legislações vigentes, as quais colocam a Educação infantil como direito:
De acordo com a Constituição Federal e a LDB, a educação infantil é:
 direito da criança (e da família)
 dever do Estado  Poder Público (e da família)
 não obrigatória (obrigatório é apenas o ensino fundamental, a partir dos 7 anos)
 gratuita nos estabelecimentos oficiais
A Educação Infantil na LDB:
 recebe tratamento igual ao do ensino fundamental e do ensino médio, com capítulo próprio.
 é definida como primeira etapa da educação básica
 sua finalidade é o desenvolvimento integral da criança, nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social.
1
ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Finaciamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 4.
17
 é complementar à ação da família e da comunidade no desenvolvimento da criança, sendo, pois, necessária a
integração escola-família- comunidade.
 É oferecida em:
creches ou entidades equivalentes para crianças de zero a 3 anos.
(Essa abertura para o atendimento em entidades equivalentes à creche, justifica-se pela necessidade de
reconhecer a realidade preexistente à nova legislação, em que esse atendimento tem sido oferecido de
maneira diversificada, em entidades comunitárias, empresas públicas e privadas, entidades filantrópicas ou
confessionais, ou, ainda, em casas de família, como no caso das mães crecheiras).
Pré-escolas para crianças de (4 à 6 anos) 4 e 5 anos.
(a Lei Nº 11.114, que altera os art. 6º, da LDB, que torna obrigatória a matrícula das crianças de 6 anos no
ensino fundamental, criando-se a partir de então o ensino fundamental com 9 anos de duração)
 A avaliação da criança deve ser realizada sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino
fundamental.
(Esse dispositivo justifica-se pela existência, após a Reforma de 1971, de classes de alfabetização em várias
redes de ensino, como fase intermediária entre a pré-escola e a 1ª série, nas quais procedia-se à avaliação do
aprendizado dos alunos inclusive para acesso à 1ª série do ensino de 1º grau).
As Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil
ABREU (2004, p. 6) cita que: Inversamente à legislação anterior, a LDB (art. 9º, IV) prevê o estabelecimento de
competências e diretrizes nacionais para a educação infantil.
18
Em decorrência a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação aprovou o Parecer nº 2298 e
a Resolução nº 199 que institui as diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil, para nortear a organização
das propostas pedagógicas das instituições de educação infantil2
.
A CEB  CNE aprovou também o Parecer nº 4 2000 que dispõe sobre Diretrizes Operacionais para a Educação
Infantil.
Responsabilidade pela oferta da educação infantil3
De acordo com a CF, art.211,§ 2º, e a LDB, art.11, V, a educação infantil constitui área de atuação prioritária dos
Municípios. Dito de outra forma, constitui responsabilidade dos Municípios a oferta da educação infantil à população
brasileira.
(O ensino fundamental é competência compartilhada entre Estados e Municípios e o oferecimento do ensino médio
é incumbência dos Estados).
Segundo a CF, art.211, § 1º, e a LDB art.9º, III, a União tem a incumbência de prestar assistência técnica e
financeira aos Estados, DF e Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino, exercendo função supletiva
e distributiva (com prioridade para o ensino fundamental).
A União vem cumprindo essa determinação legal por meio de várias iniciativas do MEC:
 Coordenação da elaboração de vários documentos, entre eles o RECNEI - Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil (1998) e os subsídios para credenciamento e funcionamento de instituições de educação infantil
(1998);
 Em 2000, realização pelo INEP do primeiro Censo da Educação Infantil, cujos resultados preliminares, divulgados
em setembro de 2001, permitem um diagnóstico mais preciso de educação infantil no País;
2
ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Financiamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 6.
3
ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Financiamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 6.
19
 Promoção, com financiamento do FNDE, de programas para formação continuada com base no Referencial
Curricular Nacional para Educação Infantil, e liberação de recursos para ampliação e construção de novas escolas.
A educação infantil e os sistemas de ensino4
A Constituição Federal, art.21, caput , e a LDB, art.8, caput, prevêem a instituição de sistemas municipais de
ensino ao lado dos pré-existentes sistemas da União, dos Estados e do Distrito Federal.
Ao mesmo tempo, a LDB, art.11, parágrafo único, possibilita aos Municípios optarem por manter suas escolas
integradas ao sistema estadual de ensino ou por compor com o Estado um sistema único de educação básica (essa
segunda alternativa não está em uso).
Assim se, no Município, o sistema de ensino está instituído:
 As instituições de educação infantil municipais e privadas integram o sistema municipal;
 As instituições de educação infantil estaduais integram o sistema estadual de ensino.
Se, no Município ainda mantém-se a rede municipal de ensino integrada ao sistema estadual de ensino:
 Todas as instituições de educação infantil – estaduais, municipais e privadas – integram o sistema estadual de
ensino.
 Em suas disposições transitórias, a LDB, art.89, determinou que, no prazo de três anos (até dezembro de 1999),
as creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas deverão integrar-se ao respectivo sistema de
ensino.
4
ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Financiamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 7.
20
 (Essa integração pressupõe que as creches devem vincular-se às normas educacionais do respectivo sistema de
ensino, contar com a presença de profissionais da educação em seus quadros de pessoal e estar sujeitas à
supervisão pedagógica do órgão responsável pela administração da educação).
21
A EDUCAÇÃO INFANTIL NA CRECHE
As creches são espaços de inserção das crianças nas relações éticas e morais que permeiam a sociedade, pois a
passagem da heteronomia para a autonomia, supõe recursos internos que são: o afetivo e o cognitivo e externo, o social
e o cultural.
Sendo assim, o trabalho educativo a ser desenvolvido nessa instituição, deve criar condições para as crianças
conhecerem, descobrirem experiências, sentimentos, valores e papéis sociais por meio do aprender, do fazer de conta,
das múltiplas formas de expressão, desenvolvendo seu senso crítico nos aspectos intelectuais e motor.
Portanto é preciso destacar que para ser almejado tal objetivo, se faz necessário termos profissionais capacitados
com formação específica a nível superior em educação infantil de 1 a 3 anos para o exercício pedagógico.
22
Perfil do Professor
“ Portas que se abrem, portas que permanecem fechadas.
Mas a chave existe. É dentro de nós que as coisas são.” – desejo e força.
(Autor desconhecido).
Profissional
Responsável
Observador
Feliz
Espelho
Sábio
Sensível
Otimista
Referencial
 Sensibilidade.
 Reconhecer a importância do vínculo afetivo.
 Aperfeiçoamento (busca do saber).
23
 O professor deve sempre estar revendo sua prática pedagógica, estar ciente que também é um aprendiz,
porque é uma troca entre família, comunidade e equipe de trabalho e com os próprios alunos.
 Diálogo entre a família e a escola.
 Instrumentos essenciais do professor na sala de aula:
 Observação
 Registros
 Reflexão
 Planejamento
 Avaliação.
 Uma proposta curricular de qualidade depende do grupo (professores).
 O professor tem que ter noções de saúde, como doenças infantis.
 O professor tem que ter um conhecimento voltado para a área do desenvolvimento infantil para poder atuar de
acordo com a faixa etária respeitando a individualidade de cada criança.
 Valorizar o conhecimento que a criança trás de casa, compartilhando com os demais.
 Cuidadosos, atentos, compromisso, comprometimento com as crianças, amoroso, passar segurança, cativar as
crianças, e nos momentos de troca de fraldas, aproveitar para fazer estimulação como também o
reconhecimento do próprio corpo da criança com suas partes (pé, mão, dedos, etc).
 Fazer com que a criança se sinta protegida, segura, amada e respeitada, principalmente na adaptação e troca.
 Construir um ambiente agradável, de maneira atraente, aproveitando a curiosidade natural da criança,
aproveitando o espaço envolvendo nas atividades propostas
 Promover atividades criativas onde a criança se sinta motivada no ambiente escolar.
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 Respeitar a escolha da criança quando ela se mostra interessada em uma atividade ou em algum brinquedo
em particular, valorize essa escolha, para que ela se sinta à vontade nesse novo ambiente.
 A função social do educador é um ser agente de transformação e mediação. Cabe a ele auxiliar na organização
dos desejos e necessidades da comunidade em que trabalha. Ele se constitui numa referência para a
comunidade.
Perfil da criança
Criativa
Risonha
Iluminada
Amorosa
Notável
EmoÇão
Alegre
“Cooperação, respeito mútuo, uso construtivo da liberdade para o bem comum só podem ser aprendidos em
vivência social e livre. A escola não pode se limitar a instruir, ela tem que abranger a educação para a vida, pela própria
vida”.
Heloisa Marinho
25
(...) A criança como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que
está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É
profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também a marca. A criança tem na família
biológica ou não, um ponto de referencia fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabeleceu
com outras instituições sociais. (RCNEI – MEC, Volume 1).
Cada criança tem sua individualidade, seu jeito de ser, são curiosas, atentas, espertas, espontâneas, sinceras,
sensíveis, aprende sobre o mundo fazendo perguntas e procurando respostas.
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de
um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio
que as circundam, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem, as relações contraditórias
que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida e que são submetidas e seus anseios e
desejos. No processo de construção de conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem
a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar.
Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras
pessoas e com o meio em que vivem. (RCNEI – MEC, Vol.1).
(...) “A criança, para desenvolver sua personalidade de modo pleno e harmonioso, necessita de amor e
compreensão. Deve crescer numa atmosfera de afeto e segurança moral e material.
 Aspecto Motor: inclui tudo aquilo que se relaciona com a capacidade de movimento do corpo humano;
 Aspecto Cognitivo: aborda capacidades que permitem compreender o mundo nas diferentes idades e de atuar nele
através do uso da linguagem (verbal, artística, etc).
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 Aspecto Afetivo: como a criança sente-se consigo mesma e em relação ao mundo em que vive e como se
confronta em situações difíceis.
 Durante a proposta haverá relatos mais aprofundados sobre estes aspectos evolutivos no desenvolvimento da
criança.
A criança e seu desenvolvimento
(1 ano)
 Grita quando os pais se afastam.
 Engatinha.
 Choraminga.
 Anda livremente sem apoio.
 Balbucia algumas palavras.
 Rasteja.
 Se irrita.
 Se conflita entre sim ou não, mas consegue
 obedecer ordens.
 Autonomia para pegar e escolher brinquedos.
 Auto-afirmação, teimosia, negativa, birra.
 É agressiva.
 Controla os músculos do tronco.
 Fica em pé e anda segurando-se nos móveis.
 Senta e levanta.
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 Fica em pé na cadeira.
 Fica em pé agarrando-se ao berço.
 Dá pontapés, se debate.
 Brinca sozinha, gosta de contar.
 Interessa por pequenas histórias (mamãe, casa, bicho, barco, flor).
 Come sozinho? (gradual, progressivo e contínuo).
(2 anos)
 Imitação (amigos, pais, professores).
 Dificuldade de receber não.
 Descoberta da imagem de seu próprio corpo.
 Exploração corporal frente ao espelho.
 Intrigado, umbigo e genitália. (meninos manipulando o pênis e meninas manipulam e introduzem dedo ou algo na
vagina).
 Treinamento para o banheiro (forma descontraída).
 Anda com segurança.
 Faz troca de roupa e calçados (amigos)
 Organiza e guarda seus objetos e brinquedos.
 Respeita as regras e consegue obedecer duas ou mais ordens.
 Sobe e desce escada com apoio.
 Junta duas palavras e com o passar do ano faz sentenças simples.
 Rabisca (garatujas).
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 Constroem espontaneamente.
 Empilha mais de dois blocos de madeira e conta.
 Corre, rodopia, tenta equilibrar-se em volta de círculos, quadrados, objetos.
 Dança, canta, gesticula, brinca de faz - de-conta.
 Desinteresse por certas brincadeiras.
 Monta quebra-cabeça (tamanho grande).
(3 anos)
 Curiosidade sensorial, imitação, a forma básica de aprendizagem é através da música, histórias, modelagem, etc.
 Já está pronta para comer somente às refeições.
 Pega as pessoas que a cercam como modelo.
 Já se sente apta a ir ao banheiro.
 Aceitação do convívio social (gosta de companhia e outras crianças).
 Não usa fraldas.
 Início do ciúme e medo.
 Brinca de faz-de-conta.
 Tem autonomia para alimentar-se.
 Questionadora (por quês).
 Não faz xixi na cama dormindo.
 Capaz de criar seres imaginários
 Relaciona palavras à ação.
 Aprende compartilhar.
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 Aprende a lidar com a raiva e agressividades.
 Usa orações, responde perguntas simples e fala relativamente bem.
 Hábitos de movimentos exploratórios (gaguejar, mentir, fantasiar, masturbar-se e roubar).
 Transmite recados.
 Sobe escada alternando os pés.
 Faz células (no desenho).
 Empilha blocos de madeira elaborada.
 Aceita mais o “não”.
 Realiza pequenas tarefas.
Retirada das Fraldas
Dependendo do desenvolvimento de cada criança, ao final do segundo ano de vida, ou seja, entre 18 e 24 meses,
aproximadamente, ela passa a se interessar pelas suas eliminações e experimentar com mais consciência as sensações
provocadas pela contração e relaxamento dos esfíncteres.
As fezes e urina são produções da criança e têm significado especial para ela, por isso é aconselhável que tanto a
família quanto o professor leve-a periodicamente ao banheiro.
Esse processo pode ser facilitado pela organização da rotina e do ambiente, pelos professores e pela observação
e imitação da criança em relação às outras crianças que vão ao sanitário e também é aconselhável que instituição e
família compartilhem das mesmas intenções e cuidados durante esta fase.
Como é uma instituição com várias crianças em sala de aula precisam ser criados critérios para a retirada das
fraldas:
1º - A criança deve expressar-se oralmente, precisa ter amadurecimento da linguagem para poder se comunicar.
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2º - O ideal nos meses quentes, pois são os meses que não dão friagem às crianças, é tirar o tapetão da sala para
que não ocorra xixi no mesmo e elas possam ficar livres de calcinha ou cueca; no inverno não é aconselhável devido ao
frio, pois pegam gripe facilmente e como estão bem agasalhadas fica difícil para controlar os esfíncteres, por que é uma
fase que elas precisa sentir e tocar o seu corpo.
3º - Toda a equipe da creche em conjunto com os pais, devem se envolver neste processo.
4º - Palestra para a equipe e pais com psicóloga, para juntos falarem a mesma linguagem.
Limites - Quando é preciso colocar limites nas crianças?
Sem medo de dizer “não”. Ao invés de prejudicar, limites claros e que tenham sentido, ajudam a criança, a saber,
como agir. São de fundamental importância para sua educação, pois, baseada neles, ela aprende o que se espera dela e
o que ela pode esperar dos outros. Isso traz uma sensação de segurança à criança, mesmo quando ela aparenta
discordar ao limite dado.
Como não perder a autoridade ao disciplinar:
 Cumpra o que disse.
 Seja coerente.
 Faça com que seus alunos gradualmente assumam responsabilidades.
 Cuidado com o que você diz e o modo como diz.
Fase da mordida: agressividade ou aprendizagem?
Em nossa cultura, freqüentemente expressamos carinho brincando com os dentes e, sobretudo com bebês,
fingindo morder. Essas ações geram “modelos de imitação” para brincadeiras com outras crianças. Porém, ainda não
sabem quanta força podem colocar na boca e também não sabem avaliar as conseqüências desse comportamento. Isso
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não quer dizer que seja desaconselhável brincar com a criança usando a boca. Pelo contrario. Desde que respeitadas as
particularidades e as sensações da criança, esses momentos podem ser muito afetuosos e de grande intimidade. É
preciso apenas ir mostrando que ela pode acabar provocando dor e machucando outras crianças, sobretudo aquelas que
não estão com vontade de entrar na sua brincadeira.
Em relação à mordida a professora deve observar e tentar descobrir por que a criança está apresentando este
comportamento. A maioria das crianças passa por esta fase, só que não poderá virar um hábito, a criança sabe que
através de morder o colega, ela consegue o que quer como: um brinquedo, ciúme da professora, é uma auto defesa.
É neste momento que o professor deve atuar colocando limites, abaixar-se até a altura da criança, olhando nos
olhos e explicar que morder dói, machuca o colega e que a professora não gostou da atitude. Mesmo que criança não
fale direito, alguma coisa da conversa dos adultos ela entende.
Deixar os pais informados é o ideal, tanto do filho que foi mordido, explicar as providencias tomadas e orientar
também os pais do filho que morde.
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Sexualidade
A marca da cultura faz-se presente desde cedo no desenvolvimento da sexualidade infantil. A relação das crianças
com o prazer se manifesta de forma diferente da do adulto, em momentos diferentes de sua vida, elas podem se
concentrar em determinadas partes do corpo mais do que em outras.
A boca é uma das regiões pelo qual as crianças vivenciam de modo privilegiado sensações de prazer. Na fase do
controle esfincteriano, tudo o que diz respeito às eliminações ganha uma importância enorme para as crianças e para os
adultos com quem convivem.
Outra conseqüência que decorre do controle esfincteriano é o favorecimento da exploração dos órgãos genitais,
antes escondidos pelas fraldas. Aumenta a curiosidade por seus próprios órgãos podendo entregar-se a manipulação
por meio das quais pesquisam as sensações e o prazer que produzem. Paralelamente, cresce também o interesse pelos
órgãos das outras crianças que também podem se tornar objeto de manipulação e exploração.
A compreensão da sexualidade como um processo amplo, cultural e inerente ao desenvolvimento das crianças,
pode auxiliar o professor diante das ações exploratórias das crianças ou das perguntas que fazem a respeito do tema.
Diante desse processo que a criança passa e vai amadurecendo o lado da sexualidade, o RCNEI - MEC Volume
1,2 e 3 colocam esta questão como sendo importante, está incluída nos conteúdos a serem trabalhados pelo professor de
forma invisível e que durante o ano passam a ser visível através dos projetos.
Se observarmos as brincadeiras das crianças, nas entrelinhas veremos que a sexualidade está presente e isso
acontece desde os bebês, quando começam a reconhecer o seu próprio corpo e se tocarem.
Nos dias de hoje o sexo está em casa, nas ruas, filmes, novelas, revistas, a criança tem acesso a este tipo de
informação e muitas vezes de forma distorcida. Elas vêem e ouvem coisas e querem reproduzir as cenas com o grupo
de colegas e cabe ao professor agir neste momento usando a coerência, dialogo e o conhecimento nesta área.
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Como lidar com a masturbação?
A maioria dos professores já se deparou com essa situação. O melhor a fazer é mostrar calma e segurança à
criança, sem fazer com que ela se sinta culpada fazendo algo feio, mas mostrar a ela que temos a privacidade e
intimidade de nosso quarto.
Realizar projeto que envolva o reconhecimento do corpo com brincadeiras lúdicas, usando técnica do espelho, etc.
Como agir quando as crianças manipulam os genitais ou se masturbam?
Essas ações representam o interesse da criança pelo seu próprio corpo, uma forma de conhecer suas diferentes
partes e as sensações que provocam.
É preciso diferenciar a masturbação quando é uma auto-exploração e quando a criança usa dela para nos alertar
de que algo não vai bem.
Esse alerta pode ser observado quando o ato de se masturbar passa a ser muito constante e repetitivo. A criança
pode estar usando essas ações para demonstrar que algumas de suas necessidades afetivas não estão sendo
satisfeitas. Falta de atenção, tédio, ansiedade ou tristeza podem ser alguns dos motivos que levam uma criança a se
masturbar com maior freqüência. Ela recorre a seu corpo para compensar o mal-estar, já que é uma fonte segura de
prazer, alivia a tensão ou ela agride o adulto ao fazê-lo. É importante lembrar que a auto-exploração vai mudando
conforme a criança cresce.
Quando a criança começa a manipular seus órgãos genitais poderá ser também um problema de higiene, fimose
nos meninos e infecção nas meninas (bexiga, vagina), a criança sente o prazer em se tocar e isso poderá virar hábito.
Quando ocorrer na creche problemas que envolvam sexualidade, deve ser chamada a mãe para entrevista,
realizar sondagem, averiguar o que está acontecendo com esta criança. Se for um problema de afetividade, separação
dos pais, dorme com os pais no mesmo quarto. A creche e a família devem falar a mesma linguagem, cabe à creche
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informar e orientar os pais. E dependendo do caso deverá ser chamada a Psicóloga para maiores esclarecimentos e
orientações.
Funções elementares - até os três anos
Dada a proximidade anatômica entre os órgãos genitais e os excretores, as crianças associam, naturalmente,
ambas as funções. Por isso, não devem os pais insistir nos conceitos de porcaria e sujidade relativamente às funções de
evacuação e micção: a criança poderá transferir facilmente tais conceitos para a esfera sexual.
A creche deve orientar os pais do momento certo da retirada de fraldas, devendo ser respeitado o ritmo de cada
criança, apropriação da linguagem oral para não ocorrer mais tarde problemas voltados à sexualidade ou adultos com
problemas de intestino preso.
Como responder a curiosidade das crianças em relação à sexualidade?
Ajudamos a criança a entender essas questões quando respondemos o que ela quer saber e nada mais que isso.
Da mesma forma que tentamos explicar outras coisas da vida, podemos responder a suas perguntas com explicações
curtas e simples.
(...) Outra forma de responder a essa curiosidade é permitir à criança atividades que ajudam a estabelecer uma
relação prazerosa com seu corpo. As crianças costumam falar da sexualidade quando brincam com bonecas, massinha
de modelar, tinta e areia. (Os Fazeres na Educação Infantil – 7ª edição. Ed.Cortez).
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Alimentação
Ao final do primeiro ano, já pode ingerir todos os alimentos que são servidos para as crianças e para os adultos.
Junto com mudanças de cardápio ocorrem as aquisições de aprender a usar talheres, tomar líquidos na caneca, diminuir
o uso de mamadeira, partilhar das refeições à mesa com os companheiros.
A partir dos dois anos a criança já poderá se alimentar sozinha determinando seu ritmo e a quantidade de
alimentos e com o incentivo do adulto experimentar novos alimentos ou servir-se. Dando mais autonomia para a criança
comer, o adulto enfrentará menos resistência.
Quando a criança apresenta problemas de saúde é natural não conseguir comer determinados alimentos na hora
da refeição, então, a professora poderá substituir por alimentos que a criança preferir. Assim, também acontece em
relação à adaptação do aluno na creche.
Algumas recusam a comida, neste caso, o horário deve ser diferenciado das demais, e as que não se alimentam
em nenhum momento, os pais devem ser chamados e juntos família e creche, precisam fazer um trabalho com o objetivo
de que esta criança venha a sentir segurança junto aos professores. Podem ser tomadas outras atitudes como: os pais
levarem seu filho para almoçar em casa ou se deslocar até a creche para alimentá-los. Isso vai depender da entrevista
com a família e da equipe de trabalho de ver o que é melhor para estas crianças.
(...) Para a criança pequena também é verdade. Logo ela descobre que comer é uma maneira de se relacionar
com outros. E não comer faz parte disso. A criança percebe a tensão que gera no adulto quando não come. Pode, então,
usar isso como forma de protestar, expressar sua insatisfação. Ou ainda, como forma de garantir a atenção do adulto.
(Os Fazeres na Educação Infantil / Organizadores Maria Clotilde Rosetti Ferreira, 7ª edição – SP: Cortez. 2005).
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Comendo Feliz
Ao ajudar a criança a comer, dando autonomia que é possível para sua idade, poderá ser dada uma colher para
aprender a comer e outra para a professora ajudar, garantindo assim que ela se alimente suficientemente, é uma
estratégia que muitas vezes da certo. A criança se sente feliz que está conseguindo levar os alimentos até a boca; o chão
e a roupa no início ficam sujos, por isso é importante usar avental nesta fase.
Educação Alimentar - um trabalho conjunto da creche e da família
A Alimentação faz parte do processo educativo e é uma parte importante do desenvolvimento infantil. O processo
educativo e o desenvolvimento infantil acontecem continuamente. A alimentação, então, não pode ser pensada somente
dentro de casa ou somente dentro da creche. A creche e a família devem pensar juntas sobre a alimentação da criança.
Caso contrário, o resultado não será dos melhores.
O importante é que a creche, a família e a criança podem fazer das refeições momentos prazerosos e de grande
integração entre cuidado e educação. (Os Fazeres na Educação Infantil. 6ª edição. P.128).
Sono e repouso - 10 meses a 03 anos
O sono é mais um desafio para educadores dessa faixa etária num ambiente coletivo como a creche. Entre as
dificuldades que passamos, buscamos novas maneiras de agir, a fim de transformar o sono num momento gostoso de
descanso. Este é um momento de muitas trocas afetivas e de maior intimidade, em que muitos diálogos podem acontecer
entre educadores e crianças.
As crianças que chegam à instituição no primeiro horário muitas vezes estão sonolentas e precisam ser logo
levadas para o berço ou colchonete, e podem sentir-se mais seguras se conservam consigo seu boneco, sua chupeta ou
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cobertor. Desaconselha-se manter os bebês e crianças que estão dormindo, ou desejando fazê-lo, em ambientes muito
claros ou ruidosos.
(...) Temperatura agradável, boa ventilação e penumbra, oferta de colchonetes plastificados forrados com lençóis
limpos e de uso exclusivo das crianças (ou esteiras conforme a idade das crianças, o clima e os hábitos regionais)
também são cuidados para um sono ou descanso seguro e reparador. (R.C.N. para Educação Infantil Vol.2)
Um ambiente tranqüilo e seguro, com pessoas e objetos conhecidos, particularmente aqueles que têm um
significado especial para a criança, como um “paninho”, a chupeta ajudam a dormir melhor, canções de ninar acalmam e
induzem ao sono.
(...) Alguns cuidados precisam ser providenciados antes dos bebês e crianças pequenas dormirem, como retirar
calçados, verificar se há necessidade de troca de fraldas sujas ou molhadas, retirar objetos ou roupas que apertam,
colocar os bebês de lado para evitar acidentes no caso de regurgitar ou vomitar durante e sono. (RCNEI – MEC, Vol.2)
O professor não deve deixar em hipótese alguma as crianças sozinhas durante o sono, se tiver que se ausentar
por qualquer motivo quem for atendê-las deve ter conhecimento desses problemas que podem ocorrer.
O educador num processo de adaptação a nova turma – seus pais e antigos educadores
Todo ano recebemos um grupo de crianças que freqüentou o berçário no ano anterior, isso gera uma série de
questionamentos.
O que sentimos quando as crianças preferem os educadores do ano anterior? Como fazer para que os pais
confiem em nós, já que estes têm um vínculo estabelecido com outros educadores? Como respeitar as diferenças que
existem entre um educador e outro? Como elaborar a aceitação ou a rejeição de alguns pais? Adaptação não é algo
estático. Adaptação é um processo de mudança e desenvolvimento. É estar atento às novas necessidades.
Cheios de dúvidas, nós, os novos educadores e os pais, vivenciamos algumas vezes aborrecimentos e
chateações. Mas conforme as crianças vão estabelecendo vínculo conosco, os conflitos vão sendo amenizados.
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Muitas mudanças ocorrem para as crianças: exploração de um novo espaço e objetos.
O processo de adaptação exige de nós reflexão e atenção aos nossos sentimentos. As crianças e seus pais, que
já estavam freqüentando a creche no ano anterior, pareciam adaptados. Mas observando os conflitos da nova situação,
confirmamos o fato de que a adaptação é um processo constante, que precisa ser avaliado a cada ano, com as novas
crianças e famílias, ou seja, em cada remanejamento da turma.
Período de Adaptação
O período de adaptação na creche sempre é de extrema importância, pois é quando se inicia a relação entre
creche x criança x família. A distância da mãe e dos familiares é, ainda, muito doloroso, devido a sua ligação afetiva forte,
na qual a criança lida com sentimentos de insegurança, abandono, medo, etc. esse processo ocorre ao longo do ano
todo, sempre que chega uma criança nova na turma.
O período de adaptação deve seguir os seguintes critérios:
1º dia: apresentação da mãe para a professora, juntamente com a criança e da professora para a mãe. Neste 1º
dia a criança ficará no período entre meia e uma hora. E a direção se incumbirá de apresentar as dependências da
creche e demais funcionários.
2º dia: a mãe deverá trazer a criança e levá-la à sala de aula, deixando-a com a professora, devendo buscar no
horário estipulado pela mesma.
3º dia: o horário será gradativamente aumentado de acordo com a adaptação da criança e da família em relação a
creche. Conforme a criança o período de adaptação poderá ocorrer em uma ou duas semanas, não podendo haver faltas
nesse período, caso as faltas venham ocorrer e a criança não estiver adaptada, poderá ser feito um horário adequado
para ela. (RCNEI – MEC).
Observação: A criança é um ser indefeso, pequeno, que tem direito a um processo de adaptação, pra não ocorrer
traumas ou doenças ligadas ao emocional (criança triste, insegura, emocionalmente frágil, abaixa a imunidade
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acarretando problemas). O adulto precisa colocar-se no lugar da criança e ter a sensibilidade de que a creche é um local
com pessoas desconhecidas, mas, que aos poucos vai se tornando para ela, um lugar seguro.
Parceria com a família
A qualidade da educação infantil depende, cada vez mais, da parceria entre escola e família. Abrir canais de
comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas
beneficiadas são as nossas crianças. (Revista Criança nº42, dezembro 2006)
Sentindo-se valorizados em seus saberes os pais acabam se envolvendo com a vida escolar do filho com muito
mais intensidade.
Favorecer uma relação de confiança dos filhos com a escola vai se refletir no desenvolvimento físico, intelectual e
emocional das crianças. (Revista Criança nº 42, Dezembro 2006).
Os pais ou responsáveis devem conhecer, monitorar a proposta pedagógica, saber como seus filhos são
atendidos, conhecer a rotina da instituição e acompanhar as atividades desenvolvidas...
A participação da família é a estratégia para se respeitar os modos de agir da criança, transmitindo seus valores,
costumes e tradições. (Revista Criança nº 42, Dezembro 2006 – Vitória Faria, Consultora do MEC).
A escola precisa se relacionar com a família por que os pais são os primeiros educadores das crianças: “Eles
podem dar informações sobre as suas condições de vida, cultura, atitudes, valores, hábitos, formas de lazer’’. (Revista
Criança nº42, Dezembro 2006).
Tendo a posse destas informações, o professor poderá agir pedagogicamente partindo daquele conhecimento
trazido pela criança e sua família, respeitando sua cultura e modo de viver, introduzindo novos e diferentes
conhecimentos.
Poder-se-á criar espaços para a participação dos pais que tenham conhecimento em contar histórias e
brincadeiras específicas da região,
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O papel da escola é ensinar a fazer e não fazer no lugar dos pais, sendo função da família a educação das
crianças e a função da escola é de complementar esta educação, com saberes diferentes e novos dentro do programa
educacional vigente.
A parceria entre escola e família deve passar do discurso para a prática escolar. Os pais precisam se esforçar
mais para participar dos conselhos e reuniões escolares ou mesmo para acompanhar mais de perto o processo de
aprendizagem dos filhos. (Revista Criança nº 42 Dezembro 2006).
A escola precisa mudar o jeito de olhar a comunidade sendo mais acolhedora, deverá oportunizar em seus
projetos momentos em que os pais poderão participar junto com as crianças de atividades extraclasse ou não. Como
existe uma diversidade cultural enorme em nosso país, muitos aspectos de outras culturas são vistos de maneira
preconceituosa, ou seja, a família muitas vezes encara de forma preconceituosa o que a escola faz.
A parceria entre escola e família deve estar pautada pelo direito à educação e não como um favor. E escola é um
bem da comunidade. (Revista Criança nº42 Dezembro 2006).
A escola deve ser parceira da família de fato e não simplesmente a envolver os pais em mutirões e outras
atividades onde ela é usada como mão de obra gratuita. (Revista Criança nº 42 Dezembro 2006)
Trabalhar diretamente com as famílias das crianças, faz com que elas fiquem fortalecidas, e tenham autonomia, a
família começa a se libertar para buscar sua independência financeira, social.
É importante que a Escola tenha diálogo com os familiares das crianças de forma aberta e clara, deixando-os a par
de todas as situações, nos aspectos:
 Desenvolvimento do filho.
 No que APP investiu e no que necessita,
 Quais os projetos elaborados, assim como o calendário escolar.
 No que os pais precisam colaborar.
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 A creche precisa criar programas de auto-ajuda aos pais, envolvendo psicólogos, PSF, fonoaudiólogo, dentista,
etc... para que a creche e pais falem a mesma linguagem na ação educativa das crianças.
Rotina e sua importância
As rotinas normalmente repetem uma forma de organização das atividades que revezam momentos tranqüilos e
momentos de intensa atividade.
Outra característica presente nas rotinas é a alternância. Alternam-se sempre os tipos de atividades: dos dirigidos
para os livros, dos momentos de cuidado corporal para o trabalho intelectual, das atividades coletivas para as individuais,
do pedagógico para a brincadeira.
As rotinas poderão variar sua duração no tempo, isto é, sua periodicidade. Poderão ser anuais como as datas
comemorativas, o período inicial da adaptação, os períodos de entrega de avaliações, as férias, podendo acontecer de
acordo com as estações do ano, como o uso da piscina, os horários de uso do pátio, a aprendizagem de canções e os
conteúdos sociais que variam durante o ano.
Podendo também ser mensais, como a comemoração coletiva dos aniversariantes do mês- semanais como o dia
da música e o dia de trazer brinquedo de casa.
Os seres humanos necessitam desde seus primeiros anos de vida aprender os costumes, as regras e as tradições
de seu grupo cultural de pertinência. As crianças, desde muito pequenas, precisam interagir com os objetos aos quais
estão expostas e aprender os hábitos sócio-culturais da sua coletividade.
As repetições de certas ações e de determinadas práticas da estabilidade e segurança aos sujeitos. Saber que
depois de determinada tarefa ocorrerá outra dá certo sossego às pessoas, sejam elas grandes ou pequenas.
A vida cotidiana é a vida dos sujeitos por inteiro, da qual eles participam com todos os aspectos de sua
individualidade: todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus
sentimentos, suas paixões, idéias ideológicas.
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São partes orgânicas da vida cotidiana: a organização do trabalho e da vida privada, os lazeres e o descanso, a
atividade social sistematizada, o intercâmbio e a purificação. É nela, na sua execução, que adquirimos todas as
habilidades, os conhecimentos e as práticas imprescindíveis para vivermos a vida em sociedade.
As rotinas necessitam considerar o ritmo, a participação, a relação com o mundo, a realização, a fruição, a
liberdade, a consciência, a imaginação e as diversas formas de sociabilidade dos sujeitos nela envolvidos.
A rotina é um instrumento para concretizar as intenções educativas. Ela se revela na forma pela qual são
organizados os espaços, os materiais, as propostas e as intervenções do professor.
Sugestão de horário de rotinas:
Maternal I
Das 07:30 as 08:00 horas: chegada, contato com responsáveis,
08:30 horas: café da manhã e mamadeira para os menores.
09:00 horas: atividade ao ar livre, banho de sol.
09:30 horas: suco (ou outro líquido) e entrada para a sala.
09:45 horas: estimulação. (movimento).
10:30 horas: banho em dias quentes ou quando necessário.
11:00 horas: Almoço e escovação dos dentes.
11:30 horas: repouso.
14:00 horas: troca de fraldas.
14:30 horas: lanche e escovação dos dentes.
15:00 horas: história.
15:30 horas: atividade musical.
16:00 horas: recreação dirigida (jogos, cantiga de roda).
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16:30 as 1700 horas: jantar.
17:00 horas: preparação para a saída: arrumar mochila, calçados e objetos pessoais da criança.
17:00 As 17:30 horas: brincadeiras livres como: Parque, motoca, bola, vídeo, música, brincadeira de roda.
Maternal II
Das 07:30 as 08:30 horas: chegada.
08:40 as 09:00 horas: café da manhã.
09:00 horas: atividades diversificadas.
10:00 horas: recreação livre.
11:00 horas: banho (em dias de calor), ou quando necessário.
11:30 horas: almoço e escovação dos dentes.
12:00 horas: repouso.
14:30 horas: higiene e lanche (escovação dos dentes).
15:00 horas: história.
15:30 horas: atividade musical.
16:00 horas: recreação dirigida (jogos, cantigas de roda).
16:40 horas: jantar.
17:00 horas: rodinha: atividades ou brincadeiras variadas.
17:20 horas: preparação para a saída.
Observação: (Em relação aos horários citados acima, são flexíveis, podendo ser adaptados à realidade de cada
creche, em relação às férias, datas comemorativas e estações do ano).
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Componentes curriculares
O currículo pode ser compreendido e praticado sob muitas perspectivas teóricas. No entanto todo o currículo
representa uma espécie de elo que liga teoria e prática pedagógica, dito em outras palavras: o currículo é o viés que
costura o planejamento e ação. (Caderno Pedagógico Currículo UDESC p.15).
Os objetivos explicitam intenções educativas e estabelecem capacidades que as crianças poderão desenvolver
como conseqüência de ações intencionais do professor. Os objetivos auxiliam na seleção de conteúdos e meios
didáticos.
Ao estabelecer objetivos nesses termos, o professor amplia suas possibilidades de atendimento, a diversidade apresentada pelas
crianças, podendo considerar diferentes habilidades, interesses e maneiras de aprender no desenvolvimento da cada capacidade
(Referencial Curricular Nacional Educação Infantil p.47 Vol.1)
Dessa forma, “o cuidado e o educar” na Educação Infantil, não tem o mesmo significado que “o ensinar”, nas
Séries Iniciais, ou seja, um currículo não escolarizante tem um tempo e um espaço diferentes, fundamentados nos
direitos da criança de 0 a 6 anos.
No documento do MEC (1997) - Critérios para o atendimento em Creche que respeite os Direitos Fundamentais da
Criança, identificamos alguns critérios essenciais que auxiliam na organização curricular dessa etapa da educação
básica, bem como na definição do perfil do professor de educação infantil.
Esses critérios definem que as crianças têm direito:
 À brincadeira.
 À atenção individual.
 A um ambiente aconchegante, seguro e estimulante.
 Ao contato com a natureza.
 À higiene e à saúde.
45
 A uma alimentação sadia.
 A desenvolver sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão.
 Ao movimento em espaços amplos.
 À proteção, ao afeto e à amizade.
 À expressar seus sentimentos.
 A uma especial atenção durante seu período de adaptação a creche.
 A desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa.
Respeitar o direito das crianças inclui a responsabilidade com o cuidar e o educar em um tempo e espaço que
contemplem os jogos e as brincadeiras, os projetos de trabalho e as múltiplas linguagens que sejam elas verbais,
musicais, dramáticas, plásticas entre outras (Caderno pedagógico didático UDESC p.47). Em relação ao currículo
devemos estar sempre visando que a criança é um sujeito social e histórico que se constitui na interação com outros
sujeitos da cultura.
Segundo Kramer, o currículo é palavra polissêmica, carregada de sentidos construídos em tempos e espaços
distintos, sua evolução não obedece a uma ordem cronológica, mas se deve às contradições de um momento histórico,
assumindo, portanto, vários significados ao mesmo tempo.
Assim, em muitas instituições é possível identificar praticas concretas que buscam oferecer um espaço estimulante
e seguro, permitindo que as crianças manifestem seu potencial físico, afetivo, intelectual e cultural, bem como a
aprendizagem de sua autonomia e de sua socialização. (Revista Criança prêmio professor nº 41 p.28)
46
Modalidades organizativas
A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de
trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de
aprendizagens orientadas.
A apresentação de novos conteúdos às crianças requer sempre as mais diferentes estruturas didáticas, desde
contar uma nova história, propor uma técnica diferente de desenho, as situações mais elaboradas, como, por exemplo, o
desenvolvimento de um projeto, que requer um planejamento cuidadoso com um encadeamento de ações que visam a
desenvolver aprendizagens específicas.
Essas estruturas didáticas contêm múltiplas estratégias que são organizadas em função das interações educativas
expressas no projeto educativo, constituindo-se em instrumento para o planejamento do professor.
Podem ser agrupadas em três grandes modalidades de organização do tempo. São elas: atividades permanentes,
seqüências de atividades e projetos de trabalho Organização do tempo.
(Atividades Permanentes)
Todas as atividades permanentes do grupo contribuem, de forma direta ou indireta, para a construção da
identidade e o desenvolvimento da autonomia.
A oferta permanente de atividades diversificadas em um mesmo tempo e espaço, é uma oportunidade de propiciar
a escolha pelas crianças.
Atividades:
Chamada
Contação de história
Roda de conversa
47
Música
Recreação dirigida
Higiene
Alimentação
Repouso
Brincadeiras Livres
Organização da sala
Preparação para saída
Organizando o Tempo
A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de
trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de
aprendizagens orientadas.
A apresentação de novos conteúdos às crianças requer sempre as mais diferentes estruturas didáticas, desde
contar uma nova história, propor uma técnica diferente de desenho, as situações mais elaboradas, como, por exemplo, o
desenvolvimento de um projeto, que requer um planejamento cuidadoso com um encadeamento de ações que visam a
desenvolver aprendizagens específicas.
Essas estruturas didáticas contém múltiplas estratégias que são organizadas em função das interações educativas
expressas no projeto educativo, constituindo-se em instrumento para o planejamento do professor.
Podem ser agrupadas em três grandes modalidades de organização do tempo. São elas: atividades permanentes,
seqüências de atividades e projetos de trabalho.
48
Projetos – através do quê?
 Datas comemorativas.
 De acordo com a necessidade do momento (levantados dentro da comunidade escolar).
 Conteúdos programáticos.
 Sobre acontecimento social.
Critérios:
 Tema
 Tempo: O projeto pode ser flexível em relação ao cronograma estabelecido.
 Justificativa: o porquê do tema
Como surgiu
Porque é importante
 Objetivo: o que queremos alcançar
 Fundamentação teórica: pesquisa no livro, revista.
Desenvolvimento: culminância
O que fazer
O que trabalhar
Possibilidade de trabalho
Atividades a serem desenvolvidas
 Físico: que ambiente
 Recursos humanos: professores, comunidade, pais, crianças.
 Recursos financeiros: qual o custo, qual a fonte: APP e Secretaria de Educação.
 Avaliação.
49
Quais os cuidados que devemos ter em relação ao projeto:
 Parceria com a comunidade em ajuda de custo, colaboração em acompanhamento em passeio e também
atividades realizadas na creche.
 Na elaboração de um projeto a equipe deverá analisar perigos que poderão ocorrer, gastos desnecessários.
 Alimentação adequada.
 Ambiente favorável, de acordo com a idade.
 Número de pessoal suficiente para atendimento.
 Ver com antecedência meio de transporte a ser utilizado
 Autorização dos pais.
“Os projetos apontam para uma concepção de educação que parte dos conhecimentos cotidianos em direção aos
conceitos científicos, na medida em que os alunos vão estabelecendo relações entre a experiência vivida e a cultura
sistematizada, bem como reelaborando e produzindo novos conhecimentos e novas formas de intervenção na realidade”.
“Podemos concluir que os projetos de trabalho não se reduzem à escolha de um tema, nem a uma lista de
objetivos e etapas, contudo requerem uma metodologia de organização para o professor e para o aluno”.
“O projeto de trabalhoaprendizageminvestigação é uma alternativa à prática pedagógica que favorece o trabalho
interdisciplinar, porém devemos ter claro que não é a única.. o professor pode e deve lançar mão de outras atividades,
paralelamente ao desenvolvimento do projeto, ou após tê-lo concluído, tendo em vista os objetivos do ensino e a
aprendizagem dos alunos. O professor ainda pode envolver a classe, escola, comunidade”. (UDESC caderno pedagógico
Didática. P. 117 118).
50
Registro
O registro far-se-á mediante livro ata diariamente e oferecido pela secretaria da escola, como fonte de informação
valiosa sobre as crianças em seu processo de aprender, e sobre o professor em seu processo de ensino/aprendizagem.
O registro é acervo de conhecimentos do professor que lhe possibilita recuperar a história do que foi vivido tanto quanto
lhe possibilita avaliá-la propondo novos encaminhamentos. Além de ser colocado em ata sobre o processo de
aprendizagem, ainda deve constar: todos os acontecimentos ocorridos na sala fora dela, como acidentes, reclamações
de pais, saúde da criança, alimentação, quando acontecer dos pais esquecerem os filhos na escola e outros.
No que se refere à aprendizagem neste eixo, são consideradas como experiências prioritárias para crianças de
zero a três anos participarem das atividades que envolvam a exploração do ambiente imediato e a manipulação de
objetos. Para tanto, é preciso que sejam oferecidas a elas muitas oportunidades de explorar e manipular objetos desde o
momento em que ingressam na instituição. Andar, engatinhar, rastejar, rolar, interagir com outras crianças e adultos,
brincar, etc.
Além da ata, os registros poderão ser feitos através de fotos, gravações de vídeo, etc.
Observação
A observação e o registro se constituem nos principais instrumentos de que o professor dispõe para apoiar sua
prática. Por meio deles o professor pode registrar, contextualmente, os processos de aprendizagem das crianças, a
qualidade das interações estabelecidas com outras crianças, funcionários, com o professor e acompanhar os processos
de desenvolvimento obtendo informações sobre as experiências das crianças nas instituições.
Esta observação e seu registro fornecem aos professores uma visão integral das crianças ao mesmo tempo em
que revelam suas particularidades. São várias as maneiras pelas quais a observação pode ser registrada pelos
professores.
51
A escrita é, sem duvida, a mais comum e acessível. O registro diário de suas observações, impressões, idéias.
Pode compor um rico material de reflexão e ajuda para o planejamento educativo.
Avaliação
O momento de avaliação implica numa reflexão do professor sobre o processo de aprendizagem e sobre as
condições oferecidas por ele para que ela pudesse ocorrer. Assim, caberá a ele investigar sobre a adequação dos
conteúdos escolhidos, sobre a adequação das propostas lançadas, sobre o tempo e ritmo impostos ao trabalho, tanto
quanto caberá investigar sobre as aquisições das crianças em vista de todo o processo vivido, na sua relação com os
objetivos propostos... (Alfabetização sem segredos, Coleção Cirandinha. Vol 3 p.85).
A avaliação não se dá somente no momento final do trabalho. É tarefa permanente do professor, instrumento
indispensável à constituição de uma prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o
desenvolvimento das crianças.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada em dezembro de 1996, estabelece, na seção II, referente a
educação infantil, art. 31 que “... avaliação far-se-á à mediante o acompanhamento e registro de seu desenvolvimento,
sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental e constitui um instrumento voltado para orientar
a prática educativa de forma sistemática e contínua, tendo como objetivo principal a melhoria da ação educativa”.
52
AVALIAR O QUE? OBSERVAÇÃO REGISTRO
* Em relação aos conteúdos
programáticos.
* Respeitar etapas do
desenvolvimento da criança.
* Individual e grupo.
* Professor: auto-avalição.
* Equipe.
* Todo ...... Eu
Família
Escola
Comunidade
* Brincadeiras livres.
* Brincadeiras direcionadas.
* Socialização.
* Higiene.
* Alimentação.
* Saúde.
* Idéias, opinião, experiências.
* Individualidade.
* Coletivo.
* Criatividade.
* Autonomia.
* Ata (Relatório diário com todos
os acontecimentos ocorridos:
pedagógicos, acidentes,
reclamações, doenças, etc).
* Relatório para os pais
acompanharem o desenvolvimento
do filho.
* Acompanhamento do
desenvolvimento da criança no
decorrer do semestre.
* Diário de classe.
* Fotos, gravações, etc.
53
FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL – IDENTIDADE E AUTONOMIA
INTRODUÇÃO
O que é igual em todas as crianças
é o fato de serem diferentes entre si.
Saber o que é estável e o que é circunstancial em sua pessoa, conhecer suas características e potencialidades e
reconhecer seus limites é central para o desenvolvimento da identidade e para a conquista da autonomia. A capacidade
das crianças de terem confiança em si própria, para a formação pessoal e social.
A possibilidade de desde muito cedo efetuarem escolhas e assumirem pequenas responsabilidades, favorece o
desenvolvimento da auto-estima, essencial para que as crianças se sintam confiantes e felizes.
O desenvolvimento da identidade e da autonomia está intimamente relacionado com os processos de socialização.
Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e
com os adultos, contribuindo para o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam
valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
– Volume 2. p.11).
54
OBJETIVO GERAL
 Propiciar situações para que a criança possa interagir com o grupo, através de suas experiências,
ampliando assim seus conhecimentos, melhorando sua identidade e autonomia.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Desenvolver a imaginação da criança através do faz-de-conta.
 Promover brincadeiras de auto-estima para a criança.
 Organizar atividades em grupo onde haja interação entre as crianças.
 Visualizar sua imagem diante do espelho, interagindo com os colegas.
 Possibilitar momentos de atividades rotineiras envolvendo a higiene pessoal.
 Trabalhar a conscientização da criança com os riscos relacionados com sua segurança.
 Propiciar condições para que a criança tenha autonomia nas suas ações.
 Ampliarem a capacidade de identificar as formas singulares de as crianças pensarem, sentirem e se
manifestarem.
 Que o professor possa organizar a prática educativa visando auxiliar a construção de uma auto-imagem
positiva das crianças, sua independência em pequenas ações concretas, de acordo com a faixa etária.
55
CONTÉUDOS DE IDENTIDADE E AUTONOMIA
CONTEÚDOS MATERNAL I MATERNAL II
Auto-estima: fotos, brincadeiras de cantigas diversas usando nome, brincadeiras com
o corpo, recorte de revistas.
I / T T
Faz de conta; utiliza a imaginação para acontecer. T T
Interação: organiza situações de trabalho I T
Imagem: O espelho é um importante instrumento para a construção da identidade. I / T T
Cuidados pessoais: Musiquinhas para cuidados com os dentes, banho, sono e
repouso. Atividades de atendimento das necessidades básicas.
I / T T
Segurança: Atividades pedagógicas que envolvem uso de procedimentos ou produtos
que possam colocar em risco a saúde das crianças.
I / T T
Nome: Através de a família contar a criança a história do seu nome, aonde nasceu,
cidade, etc.
I T
Organizar atividades que possibilitem mais independência nas crianças I T
56
ESTRATÉGIAS
Materiais utilizados para desenvolver a identidade e autonomia das crianças de Maternal I e II:
 Espelho
 Fotografia
 Maquina fotográfica, máquina digital
 Livros de historias
 CDs – músicas
 Túnel
 Obstáculos com subidas e descidas
 Parquinho, gangorra, balanço.
 Objetos de higiene pessoal
 Propor ao grupo de crianças a guardarem os brinquedos após usá-los.
 Organizar os calçados junto às mochilas, jogar papel no lixo, assim como as cascas das frutas na hora do lanche.
 Guardar o material escolar após usá-los.
57
AVALIAÇÃO
A construção da identidade e a conquista da autonomia pelas crianças são processos que demandam tempo e
respeito às suas características individuais.
Nessa medida, algumas atividades propostas de forma seqüenciada podem ajudá-las nesse processo. Ainda no
que se refere à observação da criança, algumas de suas manifestações podem sinalizar desconforto e devem ser
compreendidas e consideradas pelo professor no planejamento de suas ações. (Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil. P.63 e p. 68. Vol.II).
CUIDADOS: QUEM EDUCA AMA
INTRODUÇÃO
Entendendo a Educação Infantil de forma complementar à educação da família, torna-se evidente a necessidade
adequada na infância (alimentação, higiene, saúde, cuidados físicos, sono, etc), em paralelo, uma educação adequada,
com ambiente estimulado para o desenvolvimento e para a construção do conhecimento. Sendo assim, educá-las é
atividade integrada ao cuidá-las. (Kuhlamann, 1999)
(...) Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional apontam para a necessidade de que as
instituições de educação infantil incorporem de maneira integrada as funções de educar e cuidar, não mais diferenciando
58
nem hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com as crianças pequenas e/ou aqueles que trabalham com
as maiores. As novas funções para a educação infantil devem estar associadas a padrões de qualidade.
(...) Essa qualidade advém de concepções de desenvolvimento que consideram as crianças nos seus contextos
sociais, ambientais, culturais e, mais concretamente, nas interações e práticas sociais que lhes fornecem elementos
relacionados às mais diversos linguagens e ao contato com os mais variados conhecimentos para a construção de uma
identidade autônoma.
(...) Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma
integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e
estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos
conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o
desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais,
estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis.
(...) A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar
significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui
uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos.
(...) Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das
capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseados em conhecimentos específicos
sobre o desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em consideração as diferentes
realidades socioculturais.
(...) Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com
suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e
quem é cuidado. O vinculo afetivo através da troca de fraldas, alimentação, banho, repouso ou soninho, no toque, etc.
59
OBJETIVO GERAL
A instituição de Educação Infantil deve tornar acessível a todas as crianças indiscriminadamente. O
desenvolvimento integral das crianças depende tanto de cuidados relacionais que envolvem a dimensão afetiva e os
cuidados com os aspectos biológicos do corpo, com a qualidade de alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto da
forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso e conhecimentos variados.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Compreender a ajudar o outro a se desenvolver como ser humano.
 Valorizar e ajudar a desenvolver capacidades.
 Identificar necessidades sentidas e expressas pelas crianças.
 Valorização da limpeza e aparência pessoal.
 Considerar as necessidades das crianças, ouvindo-as e respeitando-as, compreendendo sua singularidade,
identificando e respondendo as suas necessidades.
 Visar a ampliação de conhecimentos de suas habilidades incluindo o que a criança sente, penca, o que ela sabe
sobre si e sobre o mundo, tornando-a mais independente e mais autônoma.
 Oferecer às crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras.
 Considerar as crianças nos seus contextos sociais, ambientais e, mais corretamente nas interações e práticas
sociais propiciando a construção de uma identidade autônoma.
 Através da rotina escolar podemos visar o desenvolvimento de uma ação de cuidados no coletivo infantil.
60
CONTEÚDOS
 Higiene (escovação de dente, lavar as mãos após ir ao banheiro)
 Rotinas de cuidados
 Cuidados com os colegas
 Cuidados com material escolar
 Limites
 Amor (afeto)
 Ouvir não
 Cuidados com brincadeiras, saúde, sabe perder, respeito e confiança.
Observação: O maternal I que ainda não escovam sozinhos os dentinhos poderá ser realizado a escovação com
ajuda de uma auxiliar e a professora.
ESTRATÉGIAS
 Brincadeiras, interações.
 Através de regras, músicas e o lúdico.
 Atividades práticas, higiene.
 Preparação para repouso.
 Roda de conversa.
61
A Equipe da creche deve:
 Manter a escola limpa e organizada.
 Controle de peso e medida.
 Encaminhamento ao pediatra ou dependendo do problema a outros especialistas como: fonoaudióloga, dentista,
psicólogo.
 Palestras para Equipe e Família.
AVALIAÇÃO
A avaliação far-se-á mediante observação constante do desenvolvimento infantil. Nessa etapa, precisamos ter
uma visão ter uma visão global da criança, não nos centramos no que não sabem fazer, considerando suas
potencialidades e nossa ajuda para atualizá-las; esperar bons resultados, ter uma imagem positiva, etc.significa favorecer
o aparecimento de bons resultados, que a criança se sinta capaz de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia .
62
MOVIMENTO
INTRODUÇÃO
O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam
desde que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das
possibilidades de interação com o mundo. Ao movimentar-se as crianças expressam sentimentos, emoções e
pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais.
O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se numa linguagem
que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por
meio de seu teor expressivo.
O trabalho do corpo contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo
desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas
corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal de
cada criança.
A realização de jogos e brincadeiras na primeira infância envolve naturalmente o movimento, que vai dominar
como componente, pois através dele a criança se coloca no meio, interagindo-se com os objetos, com as pessoas,
explorando seu próprio corpo, o espaço físico.
Uma das funções da brincadeira é permitir à criança o exercício do movimento. O movimento tem relevância
destacada na infância, pois ele serve para a criança se relacionar com os outros, explorar o espaço situando-se nele,
bem como os objetos e o próprio corpo.
Segundo Piaget, a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso,
indispensável à prática educativa. Na visão sócio-histórica de Vygotsky a brincadeira, e o jogo, são atividades específicas
da infância, em que a criança cria a realidade, usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto
cultural e social.
63
A cultura popular infantil é uma riquíssima fonte na qual se pode buscar cantigas e brincadeiras de cunho afetivo
nas quais o contato corporal é o seu principal conteúdo.
O professor precisa cuidar de sua expressão e postura corporal ao se relacionar com as crianças. O corpo do
professor é um veículo expressivo, valorizando e adequando os próprios gestos, mímicas e movimentos na comunicação
com as crianças, quando os acolhe em seu colo, oferece alimentos ou as toca na hora do banho. O professor é modelo
para as crianças, fornecendo-lhes repertorio de gestos e posturas ou pontuando idéias com gestos expressivos ou usa
recursos vocais para enfatizar sua dramaticidade.
Se a construção estrutural espacial é essencialmente motora, a descoberta com o corpo é extremamente
necessária às demais aquisições cognitivas do desenvolvimento humano, sendo que ela se dá no período sensório-motor
de 0 a 3 anos.
A educação psicomotora nos primeiros anos de vida pode evitar deficiências de aprendizagem posteriores (como o
da escrita) priorizando uma auto estima adequada, formando crianças completas e felizes.
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Proposta Curricular da Educação Infantil de Itapoá

  • 1. PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROPOSTA CURRICULAR DA EDUCAÇÃO INFANTIL Itapoá 2007
  • 2. 2 FICHA CATALOGRÁFICA Itapoá (SC), Prefeitura Municipal Proposta Curricular para as Instituições de Educação Infantil da rede Municipal de Ensino - Secretaria Municipal de Educação – 2007. 1. Educação Infantil – Itapoá (SC) 2. Proposta Curricular.
  • 3. 3 PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAPOÁ – SC SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DIRETORIA DE ENSINO GESTÃO 2005-2008 PREFEITO MUNICIPAL SÉRGIO FERREIRA DE AGUIAR VICE-PREFEITO EVANDRO ROBERTO BERBIGIER COSTA SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO MÁRCIA REGINA EGGERT SOARES COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA TEREZINHA FÁVARO DA SILVEIRA SANDRA REGINA FERNANDES DA SILVA VANILDA DE SOUZA CONSULTORIA E ASSESSORIA PEDAGÓGICA PLANEJAR - PROJETOS EDUCACIONAIS CONSULTORIA E ASSESSORIA S/C LTDA
  • 4. 4 EIDOS PROJETOS E CONSULTORIA EDUCACIONAL DP CONSULTORIA E PROJETOS EDUCACIONAIS Coordenação Geral: Doutora Zita Ana Lago Rodrigues – Ph.D. Assessoria Psicopedagógica: Norma Nycz – Ms. Assessoria Pedagógica: Maria Dolores M. Dibb – Ms. Assessoria de Planejamento: Josiane Pariz Bertoja - Ms. Neide Ferreira – Ms. Participação Especial: Professor Mario Bandiera Assessoria por segmentos de estudos: Adriana Costa – Ms. Interdisciplinaridade e Metodologia de Projetos Marly R. Muller - Ms Educação Inclusiva Carla Ropelato - Ms.- Carlos Wolff -Ms. - Avaliação Assessoria por disciplinas: Paulina Jaegher Muniz – Ms. - Matemática Vânio César Seemann – Ms. - Alfabetização Maria Dolores M. Dibb – Ms. - Língua Portuguesa Angélica Góis Muller Morales – Ms. - Ciências e Educação Ambiental Maria Cristina M. C. Rau – Ms. - Educação Física Claudia Zanela – Ms. - Geografia e História Emídia da Silva - Ms. - Ensino Religioso Rosanny M. de Morais Teixeira - Esp. - Artes Andréa M. Fontolan – Ms. - Língua Inglesa Assessoria para a Educação Infantil: Adriane Beatriz Moecke Galando - Esp. Margot Helena de Sá Ribas - Esp. Colaboração e participação nas atividades de elaboração dos conteúdos: Educadores, Professores, Equipes Pedagógicas e Diretores de Escolas da Rede Municipal de Ensino de Itapoá-SC (citados nominalmente a seguir, por área de atuação e disciplinas).
  • 5. 5 Ao contrário, as cem existem. A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos cem pensamentos cem modos de falar. Cem sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar. Cem alegrias pra cantar e compreender. Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens (e depois cem cem cem) mas roubaram-lhe noventa e nove. A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo. Dizem-lhe: de pensar sem as mãos de fazer sem a cabeça de escutar e de não falar de compreender sem alegrias de amar e maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. Dizem-lhe: de descobrir o mundo que já existe e de cem roubaram-lhe noventa e nove. Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho são coisas que não estão juntas. Dizem-lhe: que as cem não existem A criança diz: ao contrário, as cem existem. LORIS MALAGUZZI
  • 6. 6 SUMÁRIO Apresentação.....................................................................................................................................................................10 A Educação Infantil No Município De Itapoá...................................................................................................................13 Fundamentação Teórica Metodológica ...........................................................................................................................15 A Educação Infantil Na Legislação Educacional Vigente ..............................................................................................16 A Educação Infantil Na Creche.........................................................................................................................................21 Perfil Do Professor............................................................................................................................................................22 Perfil Da Criança................................................................................................................................................................24 A Criança E Seu Desenvolvimento ..................................................................................................................................26 Retirada Das Fraldas.........................................................................................................................................................29 Limites - Quando É Preciso Colocar Limites Nas Crianças? ........................................................................................30 Fase Da Mordida: Agressividade Ou Aprendizagem? ...................................................................................................30 Sexualidade........................................................................................................................................................................32 Como Lidar Com A Masturbação?...................................................................................................................................33 Como Agir Quando As Crianças Manipulam Os Genitais Ou Se Masturbam? ............................................................33 Funções Elementares - Até Os Três Anos ......................................................................................................................34 Como Responder A Curiosidade Das Crianças Em Relação À Sexualidade?.............................................................34 Alimentação .......................................................................................................................................................................35 Comendo Feliz...................................................................................................................................................................36 Educação Alimentar - Um Trabalho Conjunto Da Creche E Da Família .......................................................................36 Sono E Repouso - 10 Meses A 03 Anos ..........................................................................................................................36 O Educador Num Processo De Adaptação A Nova Turma – Seus Pais E Antigos Educadores ................................37 Período De Adaptação ......................................................................................................................................................38 Parceria Com A Família.....................................................................................................................................................39 Rotina E Sua Importância .................................................................................................................................................41 Sugestão De Horário De Rotinas: ....................................................................................................................................42 Componentes Curriculares...............................................................................................................................................44 Modalidades Organizativas ..............................................................................................................................................46 Projetos – Através Do Quê? .............................................................................................................................................48 Avaliação............................................................................................................................................................................51 Formação Pessoal E Social – Identidade E Autonomia .................................................................................................53 Introdução..........................................................................................................................................................................53 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................54 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................54
  • 7. 7 Contéudos De Identidade E Autonomia ..........................................................................................................................55 Estratégias .........................................................................................................................................................................56 Avaliação............................................................................................................................................................................57 Cuidados: Quem Educa Ama ...........................................................................................................................................57 Introdução..........................................................................................................................................................................57 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................59 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................59 Conteúdos..........................................................................................................................................................................60 Estratégias .........................................................................................................................................................................60 Avaliação............................................................................................................................................................................61 Movimento..........................................................................................................................................................................62 Introdução..........................................................................................................................................................................62 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................64 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................64 Conteúdos..........................................................................................................................................................................65 Estratégias .........................................................................................................................................................................66 Avaliação............................................................................................................................................................................66 Música ................................................................................................................................................................................68 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................69 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................69 Conteúdos..........................................................................................................................................................................70 Estratégias .........................................................................................................................................................................71 Avaliação............................................................................................................................................................................72 Artes Visuais - “Botando A Mão Na Massa” ..................................................................................................................73 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................73 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................73 Conteúdos..........................................................................................................................................................................74 Estratégias .........................................................................................................................................................................75 Avaliação............................................................................................................................................................................76 Natureza E Sociedade .......................................................................................................................................................77 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................77 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................77 Conteúdos..........................................................................................................................................................................78 Estratégias .........................................................................................................................................................................80 Avaliação............................................................................................................................................................................81
  • 8. 8 Matemática.........................................................................................................................................................................82 Introdução..........................................................................................................................................................................82 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................83 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................83 Conteúdos..........................................................................................................................................................................84 Estratégia ...........................................................................................................................................................................85 Avaliação............................................................................................................................................................................85 Linguagem Oral E Escrita.................................................................................................................................................86 Ensinando As Crianças Através De Centenas De Linguagens .....................................................................................86 As Múltiplas Linguagens Na Educação Infantil ..............................................................................................................87 As Linguagens Simbólicas Das Crianças .......................................................................................................................88 Objetivo Geral....................................................................................................................................................................89 Objetivos Específicos .......................................................................................................................................................89 Conteúdos..........................................................................................................................................................................90 Estratégias .........................................................................................................................................................................92 Avaliação............................................................................................................................................................................92 A Legislação ......................................................................................................................................................................93 Considerações Finais .......................................................................................................................................................97 A Educação Infantil Na Pré-Escola ..................................................................................................................................98 Fundamentação Teórico Metodológica ...........................................................................................................................98 O Cuidar E O Educar .........................................................................................................................................................98 A Relação Com As Famílias .............................................................................................................................................99 O Acolhimento Das Diferentes Culturas, Valores E Crenças ......................................................................................100 A Construção Social Da Criança....................................................................................................................................101 Organizando O Trabalho Pedagógico No Dia A Dia .....................................................................................................104 A Organização De Atividades Culturalmente Significativas........................................................................................108 O Professor Da Educação Infantil..................................................................................................................................115 A Avaliação Na Educação Infantil ..................................................................................................................................119 Quadro De Idades............................................................................................................................................................121 Quadro De Siglas.............................................................................................................................................................121 Quadro De Gradação De Cores......................................................................................................................................122 Formação Pessoal E Social – Identidade E Autonomia ...............................................................................................123 Objetivos ..........................................................................................................................................................................123 Conhecimento De Mundo – Linguagem Oral E Escrita................................................................................................125 Objetivos ..........................................................................................................................................................................125
  • 9. 9 Conhecimento De Mundo – Matemática........................................................................................................................129 0objetivos.........................................................................................................................................................................129 Conhecimento De Mundo – Natureza E Sociedade ......................................................................................................134 Objetivos ..........................................................................................................................................................................134 Conhecimento De Mundo – Movimento.........................................................................................................................139 Objetivos ..........................................................................................................................................................................139 Conhecimento De Mundo – Artes ..................................................................................................................................142 Objetivos ..........................................................................................................................................................................142 Conhecimento De Mundo – Música ...............................................................................................................................145 Objetivos ..........................................................................................................................................................................145 Considerações Finais .....................................................................................................................................................147 Referências ......................................................................................................................................................................148
  • 10. 10 APRESENTAÇÃO O homem nasce como semente. Nasce como potencialidade e não como realidade. Pode ou não desabrochar, vir a ser. Educação é a ponte entre a potência e a realidade. É ajudar o ser humano a se tornar aquilo que é só que ainda em forma de semente. Não podemos pensar a Educação apenas como preparação para um bom emprego, um bom salário e fonte de informação, mas, também, como preparação para a vida. Educação é vida! A educação deve preparar o homem para estar em sintonia com a existência. Deve prepará-lo para ser ele mesmo e não um imitador. A palavra “Educação” tem dois significados: um deles é “extrair algo de você”; é tornar real a sua potencialidade, assim como se extrai água de uma fonte. A verdadeira educação é trazer à tona o que está oculto dentro do ser humano. O que foi dado por Deus como um tesouro tem que ser descoberto, iluminado. O outro significado da palavra, mais profundo, é... “Educação vem da palavra educare, que significa conduzir da escuridão para a luz”. A chama existe, só tem que ser provocada. A educação torna as pessoas mais inteligentes, cheias de consciência, capazes de criticar e interagir na transformação da sociedade.
  • 11. 11 A Proposta Pedagógica elaborada e apresentada neste documento justifica-se pela necessidade de uma educação de qualidade a partir dos estudos realizados pelo corpo docente da Rede Municipal de Ensino da Educação Infantil em torno das “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil”, respeitando os princípios norteadores: (art.3º)... a) Princípios éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao Bem Comum; b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais. Neste sentido, o que foi realizado pelos educadores da Rede de Ensino da Educação Infantil de Itapoá foi a construção de um trabalho com as crianças de 0 a 5 anos de idade, que apesar de ser formalmente estruturado pretende garantir a elas viver plenamente a sua infância sem imposição de práticas ritualísticas inflexíveis. O que os Profissionais da Educação Infantil reivindicam é o espaço para a vida, para a vivência das emoções e dos afetos, alegrias e tristezas, para os conflitos, confrontos e encontros, para a ampliação do repertório vivencial e cultural das crianças a partir de um compromisso dos adultos que se responsabilizam por organizar o estar das crianças nas escolas de Educação Infantil de nosso município, que lhes permitam construir sentimentos de respeito, troca, compreensão, alegria, apoio, dignidade, amor, confiança, solidariedade, entre tantos outros. Que a criança cresça acreditando em si mesmo e no seu direito de viver de forma digna e prazerosa. É importante destacar que temos ainda dificuldades em fazer valer esses princípios na organização de todo um sistema educacional já existente no próprio Brasil. A esperança é que o educador de nosso município se mantém comprometido com a defesa da educação e dos direitos das crianças à educação infantil e continuem a realizar estudos, pesquisas e a desenvolverem projetos pedagógicos que nos possibilitem avançar a passos largos na construção de uma “pedagogia da educação infantil” e de “políticas públicas plurais” iguais as que apresentam nesta Proposta Pedagógica, contemplando as diversidades culturais das crianças e orientando para as práticas que visam à formação de cidadãos.
  • 12. 12 É evidente que os objetivos serão diferentes para os níveis de desenvolvimento e de situações específicas nas creches e Pré Escolas. No entanto, é através da avaliação, entendida como instrumento de diagnóstico e tomada de decisões, que os nossos professores poderão, em grande medida, verificar a qualidade de seu trabalho. O mais importante não é o resultado, mas o percurso que atravessamos para alcançá-los. Para que esta Proposta Pedagógica apresentada seja executada com sucesso é indispensável o espírito de equipe, o comprometimento profissional e precisamos estar articulados com a família que influencia diretamente na qualidade de vida da criança, pois sabemos que cada criança pertence a um ambiente social e não podemos deixar de respeitar as suas especificidades. Parabéns aos Profissionais da Educação Infantil de Itapoá, a toda equipe que esteve envolvida direta ou indiretamente com a elaboração deste trabalho, as Coordenadoras Pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação, aos Mestres que orientaram os professores no período de estudo e pesquisa para a elaboração deste trabalho. A Proposta Pedagógica apresentada é um processo e precisa sempre estar sendo revista e reescrita coletivamente com seus interessados. Respeitosamente, Itapoá, em 22 de agosto de 2007. MÁRCIA REGINA EGGERT SOARES SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
  • 13. 13 A EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE ITAPOÁ A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, recebe atenção especial neste Município, através de dois documentos que nortearão toda a prática educativa, desenvolvida junto à criança. O primeiro documento normatiza a nível de Sistema Municipal de Ensino, a Educação Infantil através da Resolução 005/2006 baixada pelo Conselho Municipal de Educação. O segundo diz respeito ao documento que irá fundamentar a ação educativa a ser desenvolvida nas Instituições Educacionais através dos educadores, representada na Proposta Curricular da Educação Infantil de Itapoá. Uma proposta de Educação Infantil assume significado a partir da concepção de infância que lhe dá sustentação e direciona a ação educativa. Hoje, o conceito de infância distancia-se qualitativamente daquele que orientou o trabalho nas primeiras creches e pré-escolas. Historicamente, diferentes concepções de infância orientaram o atendimento à criança, seja no âmbito da família, seja nas instituições formalmente criadas para tal. Nos séculos XVI e XVII compreendia-se a infância como um período de transição para a fase adulta. A criança era vista como um adulto em miniatura e a antecipação de vivências típicas da fase adulta somente contribuía para ultrapassar com maior rapidez esse período. Mais tarde essa visão cedeu lugar àquela em que a infância significava um momento que exigia cuidados e atenção para que a criança viesse a se tornar adulto honrado e útil socialmente. Tratava-se de protegê-la das más influências do meio e preservar-lhe a inocência. Nessa visão a criança é um ser em preparação, num estado de “vir a ser”, ou uma criança destituída de direitos enquanto um sujeito social. Outra idéia difundida foi a de uma criança universal, que traduzia uma criança abstrata, um padrão ideal de criança. Nessa perspectiva, o trato com a infância constituía-se em buscar esse padrão, tido como o desejável. Quando a
  • 14. 14 criança não se encaixava dentro do padrão estabelecido, impunham-se práticas compensatórias, que objetivavam suprir supostas carências, o que acabava por reforçar a discriminação. Hoje, a compreensão que se tem de criança é a de um ser histórico e culturalmente contextualizado, cuja diversidade, biológica, cultural ou cognitiva, precisa ser considerada e respeitada. Um sujeito com identidade própria, em processo de desenvolvimento em todas as dimensões humanas: afetiva, social, cognitiva, psicológica, motora, lúdica ou expressiva. Cada idade tem em si mesma, uma identidade própria, que exige uma educação própria enquanto idade e não enquanto preparo para outra idade. Uma concepção de infância assim assumida, requer uma proposta pedagógica que considere o desenvolvimento da criança nos aspectos: físico, emocional, social e cognitivo. É pensando nesta criança, enquanto sujeito de direitos e deveres, que o Município de Itapoá, construiu uma Proposta Pedagógica que dê condições e possibilite o seu desenvolvimento em todos os seus aspectos.
  • 15. 15 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA METODOLÓGICA A Concepção de Infância na Legislação Brasileira Segundo ABREU (2004, p. 4), até o final da década de 80, o atendimento às crianças de até 6 anos não era concebido como uma atividade de natureza educacional, tinha um caráter predominantemente assistencial.: Até a publicação da nova LDB em 1996, relata a autora, não existiam diretrizes nacionais para a educação pré- escolar, referida apenas em dispositivo da Lei nº 5.69271- Reforma do Ensino de 1º e 2º graus, integrado ao capítulo do ensino de 1º grau (art.19,§2º), estabelecendo que os sistemas de ensino velarão para que as crianças de idade inferior a sete anos recebem conveniente educação em escolas maternais, jardins de infância e instituições equivalentes. As pré-escolas, que funcionavam em escolas públicas e privadas de 1º e/ ou 2º graus, integravam os sistemas de ensino. Ao contrário, a pré-escola oferecida em instituições específicas e as creches públicas e privadas, integravam os sistemas de saúde e/ou a assistência social. (ABREU, 2004, p. 4) Com o fim da ditadura militar e a promulgação da nova Constituição Federal de 1988, a criança passa a ser vista como um sujeito de direitos, conforme descreve o texto da referida lei em seu art. 208, IV, que inscreve o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade entre os deveres do Estado / Poder Público para com a educação, reconhecendo, pois, a creche como instituição educativa. Na década de 90 a nova LDB reforça esse papel definindo a educação infantil como primeira etapa da educação básica (art.29), ampliando sua importância social ao integrá-la à formação comum indispensável para o exercício da cidadania. (A educação escolar divide-se em educação básica e educação superior e, por sua vez, a educação básica é formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.) Assim, a nova legislação educacional marca uma mudança em relação ao papel do Estado  Poder
  • 16. 16 Público para com essa faixa etária, que deixa de ser apenas o de velar pelas crianças pequenas, conforme a Lei da Reforma de Ensino de 1971, e passa a ser o de educar e cuidar1 . A Educação Infantil na Legislação Educacional Vigente ABREU (2004, p. 5), cita a Constituição Federal, a LDB 9394/96 e as Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil como documentos jurídicos que irão fundamentar toda a ação a ser desenvolvida junto a criança através de políticas públicas de atendimento, distribuindo as responsabilidades a cada uma das três esferas de governo, além do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, que também destaca este atendimento. A autora faz referência às legislações vigentes, as quais colocam a Educação infantil como direito: De acordo com a Constituição Federal e a LDB, a educação infantil é:  direito da criança (e da família)  dever do Estado  Poder Público (e da família)  não obrigatória (obrigatório é apenas o ensino fundamental, a partir dos 7 anos)  gratuita nos estabelecimentos oficiais A Educação Infantil na LDB:  recebe tratamento igual ao do ensino fundamental e do ensino médio, com capítulo próprio.  é definida como primeira etapa da educação básica  sua finalidade é o desenvolvimento integral da criança, nos aspectos físico, psicológico, intelectual e social. 1 ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Finaciamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 4.
  • 17. 17  é complementar à ação da família e da comunidade no desenvolvimento da criança, sendo, pois, necessária a integração escola-família- comunidade.  É oferecida em: creches ou entidades equivalentes para crianças de zero a 3 anos. (Essa abertura para o atendimento em entidades equivalentes à creche, justifica-se pela necessidade de reconhecer a realidade preexistente à nova legislação, em que esse atendimento tem sido oferecido de maneira diversificada, em entidades comunitárias, empresas públicas e privadas, entidades filantrópicas ou confessionais, ou, ainda, em casas de família, como no caso das mães crecheiras). Pré-escolas para crianças de (4 à 6 anos) 4 e 5 anos. (a Lei Nº 11.114, que altera os art. 6º, da LDB, que torna obrigatória a matrícula das crianças de 6 anos no ensino fundamental, criando-se a partir de então o ensino fundamental com 9 anos de duração)  A avaliação da criança deve ser realizada sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. (Esse dispositivo justifica-se pela existência, após a Reforma de 1971, de classes de alfabetização em várias redes de ensino, como fase intermediária entre a pré-escola e a 1ª série, nas quais procedia-se à avaliação do aprendizado dos alunos inclusive para acesso à 1ª série do ensino de 1º grau). As Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil ABREU (2004, p. 6) cita que: Inversamente à legislação anterior, a LDB (art. 9º, IV) prevê o estabelecimento de competências e diretrizes nacionais para a educação infantil.
  • 18. 18 Em decorrência a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação aprovou o Parecer nº 2298 e a Resolução nº 199 que institui as diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil, para nortear a organização das propostas pedagógicas das instituições de educação infantil2 . A CEB  CNE aprovou também o Parecer nº 4 2000 que dispõe sobre Diretrizes Operacionais para a Educação Infantil. Responsabilidade pela oferta da educação infantil3 De acordo com a CF, art.211,§ 2º, e a LDB, art.11, V, a educação infantil constitui área de atuação prioritária dos Municípios. Dito de outra forma, constitui responsabilidade dos Municípios a oferta da educação infantil à população brasileira. (O ensino fundamental é competência compartilhada entre Estados e Municípios e o oferecimento do ensino médio é incumbência dos Estados). Segundo a CF, art.211, § 1º, e a LDB art.9º, III, a União tem a incumbência de prestar assistência técnica e financeira aos Estados, DF e Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino, exercendo função supletiva e distributiva (com prioridade para o ensino fundamental). A União vem cumprindo essa determinação legal por meio de várias iniciativas do MEC:  Coordenação da elaboração de vários documentos, entre eles o RECNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) e os subsídios para credenciamento e funcionamento de instituições de educação infantil (1998);  Em 2000, realização pelo INEP do primeiro Censo da Educação Infantil, cujos resultados preliminares, divulgados em setembro de 2001, permitem um diagnóstico mais preciso de educação infantil no País; 2 ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Financiamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 6. 3 ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Financiamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 6.
  • 19. 19  Promoção, com financiamento do FNDE, de programas para formação continuada com base no Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, e liberação de recursos para ampliação e construção de novas escolas. A educação infantil e os sistemas de ensino4 A Constituição Federal, art.21, caput , e a LDB, art.8, caput, prevêem a instituição de sistemas municipais de ensino ao lado dos pré-existentes sistemas da União, dos Estados e do Distrito Federal. Ao mesmo tempo, a LDB, art.11, parágrafo único, possibilita aos Municípios optarem por manter suas escolas integradas ao sistema estadual de ensino ou por compor com o Estado um sistema único de educação básica (essa segunda alternativa não está em uso). Assim se, no Município, o sistema de ensino está instituído:  As instituições de educação infantil municipais e privadas integram o sistema municipal;  As instituições de educação infantil estaduais integram o sistema estadual de ensino. Se, no Município ainda mantém-se a rede municipal de ensino integrada ao sistema estadual de ensino:  Todas as instituições de educação infantil – estaduais, municipais e privadas – integram o sistema estadual de ensino.  Em suas disposições transitórias, a LDB, art.89, determinou que, no prazo de três anos (até dezembro de 1999), as creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas deverão integrar-se ao respectivo sistema de ensino. 4 ABREU, Mariza. Educação Infantil no Brasil: Legislação, Matrículas, Financiamento e Desafios. Consultoria Legislativa, 2004, p. 7.
  • 20. 20  (Essa integração pressupõe que as creches devem vincular-se às normas educacionais do respectivo sistema de ensino, contar com a presença de profissionais da educação em seus quadros de pessoal e estar sujeitas à supervisão pedagógica do órgão responsável pela administração da educação).
  • 21. 21 A EDUCAÇÃO INFANTIL NA CRECHE As creches são espaços de inserção das crianças nas relações éticas e morais que permeiam a sociedade, pois a passagem da heteronomia para a autonomia, supõe recursos internos que são: o afetivo e o cognitivo e externo, o social e o cultural. Sendo assim, o trabalho educativo a ser desenvolvido nessa instituição, deve criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem experiências, sentimentos, valores e papéis sociais por meio do aprender, do fazer de conta, das múltiplas formas de expressão, desenvolvendo seu senso crítico nos aspectos intelectuais e motor. Portanto é preciso destacar que para ser almejado tal objetivo, se faz necessário termos profissionais capacitados com formação específica a nível superior em educação infantil de 1 a 3 anos para o exercício pedagógico.
  • 22. 22 Perfil do Professor “ Portas que se abrem, portas que permanecem fechadas. Mas a chave existe. É dentro de nós que as coisas são.” – desejo e força. (Autor desconhecido). Profissional Responsável Observador Feliz Espelho Sábio Sensível Otimista Referencial  Sensibilidade.  Reconhecer a importância do vínculo afetivo.  Aperfeiçoamento (busca do saber).
  • 23. 23  O professor deve sempre estar revendo sua prática pedagógica, estar ciente que também é um aprendiz, porque é uma troca entre família, comunidade e equipe de trabalho e com os próprios alunos.  Diálogo entre a família e a escola.  Instrumentos essenciais do professor na sala de aula:  Observação  Registros  Reflexão  Planejamento  Avaliação.  Uma proposta curricular de qualidade depende do grupo (professores).  O professor tem que ter noções de saúde, como doenças infantis.  O professor tem que ter um conhecimento voltado para a área do desenvolvimento infantil para poder atuar de acordo com a faixa etária respeitando a individualidade de cada criança.  Valorizar o conhecimento que a criança trás de casa, compartilhando com os demais.  Cuidadosos, atentos, compromisso, comprometimento com as crianças, amoroso, passar segurança, cativar as crianças, e nos momentos de troca de fraldas, aproveitar para fazer estimulação como também o reconhecimento do próprio corpo da criança com suas partes (pé, mão, dedos, etc).  Fazer com que a criança se sinta protegida, segura, amada e respeitada, principalmente na adaptação e troca.  Construir um ambiente agradável, de maneira atraente, aproveitando a curiosidade natural da criança, aproveitando o espaço envolvendo nas atividades propostas  Promover atividades criativas onde a criança se sinta motivada no ambiente escolar.
  • 24. 24  Respeitar a escolha da criança quando ela se mostra interessada em uma atividade ou em algum brinquedo em particular, valorize essa escolha, para que ela se sinta à vontade nesse novo ambiente.  A função social do educador é um ser agente de transformação e mediação. Cabe a ele auxiliar na organização dos desejos e necessidades da comunidade em que trabalha. Ele se constitui numa referência para a comunidade. Perfil da criança Criativa Risonha Iluminada Amorosa Notável EmoÇão Alegre “Cooperação, respeito mútuo, uso construtivo da liberdade para o bem comum só podem ser aprendidos em vivência social e livre. A escola não pode se limitar a instruir, ela tem que abranger a educação para a vida, pela própria vida”. Heloisa Marinho
  • 25. 25 (...) A criança como todo ser humano é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também a marca. A criança tem na família biológica ou não, um ponto de referencia fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabeleceu com outras instituições sociais. (RCNEI – MEC, Volume 1). Cada criança tem sua individualidade, seu jeito de ser, são curiosas, atentas, espertas, espontâneas, sinceras, sensíveis, aprende sobre o mundo fazendo perguntas e procurando respostas. As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circundam, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as condições de vida e que são submetidas e seus anseios e desejos. No processo de construção de conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. (RCNEI – MEC, Vol.1). (...) “A criança, para desenvolver sua personalidade de modo pleno e harmonioso, necessita de amor e compreensão. Deve crescer numa atmosfera de afeto e segurança moral e material.  Aspecto Motor: inclui tudo aquilo que se relaciona com a capacidade de movimento do corpo humano;  Aspecto Cognitivo: aborda capacidades que permitem compreender o mundo nas diferentes idades e de atuar nele através do uso da linguagem (verbal, artística, etc).
  • 26. 26  Aspecto Afetivo: como a criança sente-se consigo mesma e em relação ao mundo em que vive e como se confronta em situações difíceis.  Durante a proposta haverá relatos mais aprofundados sobre estes aspectos evolutivos no desenvolvimento da criança. A criança e seu desenvolvimento (1 ano)  Grita quando os pais se afastam.  Engatinha.  Choraminga.  Anda livremente sem apoio.  Balbucia algumas palavras.  Rasteja.  Se irrita.  Se conflita entre sim ou não, mas consegue  obedecer ordens.  Autonomia para pegar e escolher brinquedos.  Auto-afirmação, teimosia, negativa, birra.  É agressiva.  Controla os músculos do tronco.  Fica em pé e anda segurando-se nos móveis.  Senta e levanta.
  • 27. 27  Fica em pé na cadeira.  Fica em pé agarrando-se ao berço.  Dá pontapés, se debate.  Brinca sozinha, gosta de contar.  Interessa por pequenas histórias (mamãe, casa, bicho, barco, flor).  Come sozinho? (gradual, progressivo e contínuo). (2 anos)  Imitação (amigos, pais, professores).  Dificuldade de receber não.  Descoberta da imagem de seu próprio corpo.  Exploração corporal frente ao espelho.  Intrigado, umbigo e genitália. (meninos manipulando o pênis e meninas manipulam e introduzem dedo ou algo na vagina).  Treinamento para o banheiro (forma descontraída).  Anda com segurança.  Faz troca de roupa e calçados (amigos)  Organiza e guarda seus objetos e brinquedos.  Respeita as regras e consegue obedecer duas ou mais ordens.  Sobe e desce escada com apoio.  Junta duas palavras e com o passar do ano faz sentenças simples.  Rabisca (garatujas).
  • 28. 28  Constroem espontaneamente.  Empilha mais de dois blocos de madeira e conta.  Corre, rodopia, tenta equilibrar-se em volta de círculos, quadrados, objetos.  Dança, canta, gesticula, brinca de faz - de-conta.  Desinteresse por certas brincadeiras.  Monta quebra-cabeça (tamanho grande). (3 anos)  Curiosidade sensorial, imitação, a forma básica de aprendizagem é através da música, histórias, modelagem, etc.  Já está pronta para comer somente às refeições.  Pega as pessoas que a cercam como modelo.  Já se sente apta a ir ao banheiro.  Aceitação do convívio social (gosta de companhia e outras crianças).  Não usa fraldas.  Início do ciúme e medo.  Brinca de faz-de-conta.  Tem autonomia para alimentar-se.  Questionadora (por quês).  Não faz xixi na cama dormindo.  Capaz de criar seres imaginários  Relaciona palavras à ação.  Aprende compartilhar.
  • 29. 29  Aprende a lidar com a raiva e agressividades.  Usa orações, responde perguntas simples e fala relativamente bem.  Hábitos de movimentos exploratórios (gaguejar, mentir, fantasiar, masturbar-se e roubar).  Transmite recados.  Sobe escada alternando os pés.  Faz células (no desenho).  Empilha blocos de madeira elaborada.  Aceita mais o “não”.  Realiza pequenas tarefas. Retirada das Fraldas Dependendo do desenvolvimento de cada criança, ao final do segundo ano de vida, ou seja, entre 18 e 24 meses, aproximadamente, ela passa a se interessar pelas suas eliminações e experimentar com mais consciência as sensações provocadas pela contração e relaxamento dos esfíncteres. As fezes e urina são produções da criança e têm significado especial para ela, por isso é aconselhável que tanto a família quanto o professor leve-a periodicamente ao banheiro. Esse processo pode ser facilitado pela organização da rotina e do ambiente, pelos professores e pela observação e imitação da criança em relação às outras crianças que vão ao sanitário e também é aconselhável que instituição e família compartilhem das mesmas intenções e cuidados durante esta fase. Como é uma instituição com várias crianças em sala de aula precisam ser criados critérios para a retirada das fraldas: 1º - A criança deve expressar-se oralmente, precisa ter amadurecimento da linguagem para poder se comunicar.
  • 30. 30 2º - O ideal nos meses quentes, pois são os meses que não dão friagem às crianças, é tirar o tapetão da sala para que não ocorra xixi no mesmo e elas possam ficar livres de calcinha ou cueca; no inverno não é aconselhável devido ao frio, pois pegam gripe facilmente e como estão bem agasalhadas fica difícil para controlar os esfíncteres, por que é uma fase que elas precisa sentir e tocar o seu corpo. 3º - Toda a equipe da creche em conjunto com os pais, devem se envolver neste processo. 4º - Palestra para a equipe e pais com psicóloga, para juntos falarem a mesma linguagem. Limites - Quando é preciso colocar limites nas crianças? Sem medo de dizer “não”. Ao invés de prejudicar, limites claros e que tenham sentido, ajudam a criança, a saber, como agir. São de fundamental importância para sua educação, pois, baseada neles, ela aprende o que se espera dela e o que ela pode esperar dos outros. Isso traz uma sensação de segurança à criança, mesmo quando ela aparenta discordar ao limite dado. Como não perder a autoridade ao disciplinar:  Cumpra o que disse.  Seja coerente.  Faça com que seus alunos gradualmente assumam responsabilidades.  Cuidado com o que você diz e o modo como diz. Fase da mordida: agressividade ou aprendizagem? Em nossa cultura, freqüentemente expressamos carinho brincando com os dentes e, sobretudo com bebês, fingindo morder. Essas ações geram “modelos de imitação” para brincadeiras com outras crianças. Porém, ainda não sabem quanta força podem colocar na boca e também não sabem avaliar as conseqüências desse comportamento. Isso
  • 31. 31 não quer dizer que seja desaconselhável brincar com a criança usando a boca. Pelo contrario. Desde que respeitadas as particularidades e as sensações da criança, esses momentos podem ser muito afetuosos e de grande intimidade. É preciso apenas ir mostrando que ela pode acabar provocando dor e machucando outras crianças, sobretudo aquelas que não estão com vontade de entrar na sua brincadeira. Em relação à mordida a professora deve observar e tentar descobrir por que a criança está apresentando este comportamento. A maioria das crianças passa por esta fase, só que não poderá virar um hábito, a criança sabe que através de morder o colega, ela consegue o que quer como: um brinquedo, ciúme da professora, é uma auto defesa. É neste momento que o professor deve atuar colocando limites, abaixar-se até a altura da criança, olhando nos olhos e explicar que morder dói, machuca o colega e que a professora não gostou da atitude. Mesmo que criança não fale direito, alguma coisa da conversa dos adultos ela entende. Deixar os pais informados é o ideal, tanto do filho que foi mordido, explicar as providencias tomadas e orientar também os pais do filho que morde.
  • 32. 32 Sexualidade A marca da cultura faz-se presente desde cedo no desenvolvimento da sexualidade infantil. A relação das crianças com o prazer se manifesta de forma diferente da do adulto, em momentos diferentes de sua vida, elas podem se concentrar em determinadas partes do corpo mais do que em outras. A boca é uma das regiões pelo qual as crianças vivenciam de modo privilegiado sensações de prazer. Na fase do controle esfincteriano, tudo o que diz respeito às eliminações ganha uma importância enorme para as crianças e para os adultos com quem convivem. Outra conseqüência que decorre do controle esfincteriano é o favorecimento da exploração dos órgãos genitais, antes escondidos pelas fraldas. Aumenta a curiosidade por seus próprios órgãos podendo entregar-se a manipulação por meio das quais pesquisam as sensações e o prazer que produzem. Paralelamente, cresce também o interesse pelos órgãos das outras crianças que também podem se tornar objeto de manipulação e exploração. A compreensão da sexualidade como um processo amplo, cultural e inerente ao desenvolvimento das crianças, pode auxiliar o professor diante das ações exploratórias das crianças ou das perguntas que fazem a respeito do tema. Diante desse processo que a criança passa e vai amadurecendo o lado da sexualidade, o RCNEI - MEC Volume 1,2 e 3 colocam esta questão como sendo importante, está incluída nos conteúdos a serem trabalhados pelo professor de forma invisível e que durante o ano passam a ser visível através dos projetos. Se observarmos as brincadeiras das crianças, nas entrelinhas veremos que a sexualidade está presente e isso acontece desde os bebês, quando começam a reconhecer o seu próprio corpo e se tocarem. Nos dias de hoje o sexo está em casa, nas ruas, filmes, novelas, revistas, a criança tem acesso a este tipo de informação e muitas vezes de forma distorcida. Elas vêem e ouvem coisas e querem reproduzir as cenas com o grupo de colegas e cabe ao professor agir neste momento usando a coerência, dialogo e o conhecimento nesta área.
  • 33. 33 Como lidar com a masturbação? A maioria dos professores já se deparou com essa situação. O melhor a fazer é mostrar calma e segurança à criança, sem fazer com que ela se sinta culpada fazendo algo feio, mas mostrar a ela que temos a privacidade e intimidade de nosso quarto. Realizar projeto que envolva o reconhecimento do corpo com brincadeiras lúdicas, usando técnica do espelho, etc. Como agir quando as crianças manipulam os genitais ou se masturbam? Essas ações representam o interesse da criança pelo seu próprio corpo, uma forma de conhecer suas diferentes partes e as sensações que provocam. É preciso diferenciar a masturbação quando é uma auto-exploração e quando a criança usa dela para nos alertar de que algo não vai bem. Esse alerta pode ser observado quando o ato de se masturbar passa a ser muito constante e repetitivo. A criança pode estar usando essas ações para demonstrar que algumas de suas necessidades afetivas não estão sendo satisfeitas. Falta de atenção, tédio, ansiedade ou tristeza podem ser alguns dos motivos que levam uma criança a se masturbar com maior freqüência. Ela recorre a seu corpo para compensar o mal-estar, já que é uma fonte segura de prazer, alivia a tensão ou ela agride o adulto ao fazê-lo. É importante lembrar que a auto-exploração vai mudando conforme a criança cresce. Quando a criança começa a manipular seus órgãos genitais poderá ser também um problema de higiene, fimose nos meninos e infecção nas meninas (bexiga, vagina), a criança sente o prazer em se tocar e isso poderá virar hábito. Quando ocorrer na creche problemas que envolvam sexualidade, deve ser chamada a mãe para entrevista, realizar sondagem, averiguar o que está acontecendo com esta criança. Se for um problema de afetividade, separação dos pais, dorme com os pais no mesmo quarto. A creche e a família devem falar a mesma linguagem, cabe à creche
  • 34. 34 informar e orientar os pais. E dependendo do caso deverá ser chamada a Psicóloga para maiores esclarecimentos e orientações. Funções elementares - até os três anos Dada a proximidade anatômica entre os órgãos genitais e os excretores, as crianças associam, naturalmente, ambas as funções. Por isso, não devem os pais insistir nos conceitos de porcaria e sujidade relativamente às funções de evacuação e micção: a criança poderá transferir facilmente tais conceitos para a esfera sexual. A creche deve orientar os pais do momento certo da retirada de fraldas, devendo ser respeitado o ritmo de cada criança, apropriação da linguagem oral para não ocorrer mais tarde problemas voltados à sexualidade ou adultos com problemas de intestino preso. Como responder a curiosidade das crianças em relação à sexualidade? Ajudamos a criança a entender essas questões quando respondemos o que ela quer saber e nada mais que isso. Da mesma forma que tentamos explicar outras coisas da vida, podemos responder a suas perguntas com explicações curtas e simples. (...) Outra forma de responder a essa curiosidade é permitir à criança atividades que ajudam a estabelecer uma relação prazerosa com seu corpo. As crianças costumam falar da sexualidade quando brincam com bonecas, massinha de modelar, tinta e areia. (Os Fazeres na Educação Infantil – 7ª edição. Ed.Cortez).
  • 35. 35 Alimentação Ao final do primeiro ano, já pode ingerir todos os alimentos que são servidos para as crianças e para os adultos. Junto com mudanças de cardápio ocorrem as aquisições de aprender a usar talheres, tomar líquidos na caneca, diminuir o uso de mamadeira, partilhar das refeições à mesa com os companheiros. A partir dos dois anos a criança já poderá se alimentar sozinha determinando seu ritmo e a quantidade de alimentos e com o incentivo do adulto experimentar novos alimentos ou servir-se. Dando mais autonomia para a criança comer, o adulto enfrentará menos resistência. Quando a criança apresenta problemas de saúde é natural não conseguir comer determinados alimentos na hora da refeição, então, a professora poderá substituir por alimentos que a criança preferir. Assim, também acontece em relação à adaptação do aluno na creche. Algumas recusam a comida, neste caso, o horário deve ser diferenciado das demais, e as que não se alimentam em nenhum momento, os pais devem ser chamados e juntos família e creche, precisam fazer um trabalho com o objetivo de que esta criança venha a sentir segurança junto aos professores. Podem ser tomadas outras atitudes como: os pais levarem seu filho para almoçar em casa ou se deslocar até a creche para alimentá-los. Isso vai depender da entrevista com a família e da equipe de trabalho de ver o que é melhor para estas crianças. (...) Para a criança pequena também é verdade. Logo ela descobre que comer é uma maneira de se relacionar com outros. E não comer faz parte disso. A criança percebe a tensão que gera no adulto quando não come. Pode, então, usar isso como forma de protestar, expressar sua insatisfação. Ou ainda, como forma de garantir a atenção do adulto. (Os Fazeres na Educação Infantil / Organizadores Maria Clotilde Rosetti Ferreira, 7ª edição – SP: Cortez. 2005).
  • 36. 36 Comendo Feliz Ao ajudar a criança a comer, dando autonomia que é possível para sua idade, poderá ser dada uma colher para aprender a comer e outra para a professora ajudar, garantindo assim que ela se alimente suficientemente, é uma estratégia que muitas vezes da certo. A criança se sente feliz que está conseguindo levar os alimentos até a boca; o chão e a roupa no início ficam sujos, por isso é importante usar avental nesta fase. Educação Alimentar - um trabalho conjunto da creche e da família A Alimentação faz parte do processo educativo e é uma parte importante do desenvolvimento infantil. O processo educativo e o desenvolvimento infantil acontecem continuamente. A alimentação, então, não pode ser pensada somente dentro de casa ou somente dentro da creche. A creche e a família devem pensar juntas sobre a alimentação da criança. Caso contrário, o resultado não será dos melhores. O importante é que a creche, a família e a criança podem fazer das refeições momentos prazerosos e de grande integração entre cuidado e educação. (Os Fazeres na Educação Infantil. 6ª edição. P.128). Sono e repouso - 10 meses a 03 anos O sono é mais um desafio para educadores dessa faixa etária num ambiente coletivo como a creche. Entre as dificuldades que passamos, buscamos novas maneiras de agir, a fim de transformar o sono num momento gostoso de descanso. Este é um momento de muitas trocas afetivas e de maior intimidade, em que muitos diálogos podem acontecer entre educadores e crianças. As crianças que chegam à instituição no primeiro horário muitas vezes estão sonolentas e precisam ser logo levadas para o berço ou colchonete, e podem sentir-se mais seguras se conservam consigo seu boneco, sua chupeta ou
  • 37. 37 cobertor. Desaconselha-se manter os bebês e crianças que estão dormindo, ou desejando fazê-lo, em ambientes muito claros ou ruidosos. (...) Temperatura agradável, boa ventilação e penumbra, oferta de colchonetes plastificados forrados com lençóis limpos e de uso exclusivo das crianças (ou esteiras conforme a idade das crianças, o clima e os hábitos regionais) também são cuidados para um sono ou descanso seguro e reparador. (R.C.N. para Educação Infantil Vol.2) Um ambiente tranqüilo e seguro, com pessoas e objetos conhecidos, particularmente aqueles que têm um significado especial para a criança, como um “paninho”, a chupeta ajudam a dormir melhor, canções de ninar acalmam e induzem ao sono. (...) Alguns cuidados precisam ser providenciados antes dos bebês e crianças pequenas dormirem, como retirar calçados, verificar se há necessidade de troca de fraldas sujas ou molhadas, retirar objetos ou roupas que apertam, colocar os bebês de lado para evitar acidentes no caso de regurgitar ou vomitar durante e sono. (RCNEI – MEC, Vol.2) O professor não deve deixar em hipótese alguma as crianças sozinhas durante o sono, se tiver que se ausentar por qualquer motivo quem for atendê-las deve ter conhecimento desses problemas que podem ocorrer. O educador num processo de adaptação a nova turma – seus pais e antigos educadores Todo ano recebemos um grupo de crianças que freqüentou o berçário no ano anterior, isso gera uma série de questionamentos. O que sentimos quando as crianças preferem os educadores do ano anterior? Como fazer para que os pais confiem em nós, já que estes têm um vínculo estabelecido com outros educadores? Como respeitar as diferenças que existem entre um educador e outro? Como elaborar a aceitação ou a rejeição de alguns pais? Adaptação não é algo estático. Adaptação é um processo de mudança e desenvolvimento. É estar atento às novas necessidades. Cheios de dúvidas, nós, os novos educadores e os pais, vivenciamos algumas vezes aborrecimentos e chateações. Mas conforme as crianças vão estabelecendo vínculo conosco, os conflitos vão sendo amenizados.
  • 38. 38 Muitas mudanças ocorrem para as crianças: exploração de um novo espaço e objetos. O processo de adaptação exige de nós reflexão e atenção aos nossos sentimentos. As crianças e seus pais, que já estavam freqüentando a creche no ano anterior, pareciam adaptados. Mas observando os conflitos da nova situação, confirmamos o fato de que a adaptação é um processo constante, que precisa ser avaliado a cada ano, com as novas crianças e famílias, ou seja, em cada remanejamento da turma. Período de Adaptação O período de adaptação na creche sempre é de extrema importância, pois é quando se inicia a relação entre creche x criança x família. A distância da mãe e dos familiares é, ainda, muito doloroso, devido a sua ligação afetiva forte, na qual a criança lida com sentimentos de insegurança, abandono, medo, etc. esse processo ocorre ao longo do ano todo, sempre que chega uma criança nova na turma. O período de adaptação deve seguir os seguintes critérios: 1º dia: apresentação da mãe para a professora, juntamente com a criança e da professora para a mãe. Neste 1º dia a criança ficará no período entre meia e uma hora. E a direção se incumbirá de apresentar as dependências da creche e demais funcionários. 2º dia: a mãe deverá trazer a criança e levá-la à sala de aula, deixando-a com a professora, devendo buscar no horário estipulado pela mesma. 3º dia: o horário será gradativamente aumentado de acordo com a adaptação da criança e da família em relação a creche. Conforme a criança o período de adaptação poderá ocorrer em uma ou duas semanas, não podendo haver faltas nesse período, caso as faltas venham ocorrer e a criança não estiver adaptada, poderá ser feito um horário adequado para ela. (RCNEI – MEC). Observação: A criança é um ser indefeso, pequeno, que tem direito a um processo de adaptação, pra não ocorrer traumas ou doenças ligadas ao emocional (criança triste, insegura, emocionalmente frágil, abaixa a imunidade
  • 39. 39 acarretando problemas). O adulto precisa colocar-se no lugar da criança e ter a sensibilidade de que a creche é um local com pessoas desconhecidas, mas, que aos poucos vai se tornando para ela, um lugar seguro. Parceria com a família A qualidade da educação infantil depende, cada vez mais, da parceria entre escola e família. Abrir canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as nossas crianças. (Revista Criança nº42, dezembro 2006) Sentindo-se valorizados em seus saberes os pais acabam se envolvendo com a vida escolar do filho com muito mais intensidade. Favorecer uma relação de confiança dos filhos com a escola vai se refletir no desenvolvimento físico, intelectual e emocional das crianças. (Revista Criança nº 42, Dezembro 2006). Os pais ou responsáveis devem conhecer, monitorar a proposta pedagógica, saber como seus filhos são atendidos, conhecer a rotina da instituição e acompanhar as atividades desenvolvidas... A participação da família é a estratégia para se respeitar os modos de agir da criança, transmitindo seus valores, costumes e tradições. (Revista Criança nº 42, Dezembro 2006 – Vitória Faria, Consultora do MEC). A escola precisa se relacionar com a família por que os pais são os primeiros educadores das crianças: “Eles podem dar informações sobre as suas condições de vida, cultura, atitudes, valores, hábitos, formas de lazer’’. (Revista Criança nº42, Dezembro 2006). Tendo a posse destas informações, o professor poderá agir pedagogicamente partindo daquele conhecimento trazido pela criança e sua família, respeitando sua cultura e modo de viver, introduzindo novos e diferentes conhecimentos. Poder-se-á criar espaços para a participação dos pais que tenham conhecimento em contar histórias e brincadeiras específicas da região,
  • 40. 40 O papel da escola é ensinar a fazer e não fazer no lugar dos pais, sendo função da família a educação das crianças e a função da escola é de complementar esta educação, com saberes diferentes e novos dentro do programa educacional vigente. A parceria entre escola e família deve passar do discurso para a prática escolar. Os pais precisam se esforçar mais para participar dos conselhos e reuniões escolares ou mesmo para acompanhar mais de perto o processo de aprendizagem dos filhos. (Revista Criança nº 42 Dezembro 2006). A escola precisa mudar o jeito de olhar a comunidade sendo mais acolhedora, deverá oportunizar em seus projetos momentos em que os pais poderão participar junto com as crianças de atividades extraclasse ou não. Como existe uma diversidade cultural enorme em nosso país, muitos aspectos de outras culturas são vistos de maneira preconceituosa, ou seja, a família muitas vezes encara de forma preconceituosa o que a escola faz. A parceria entre escola e família deve estar pautada pelo direito à educação e não como um favor. E escola é um bem da comunidade. (Revista Criança nº42 Dezembro 2006). A escola deve ser parceira da família de fato e não simplesmente a envolver os pais em mutirões e outras atividades onde ela é usada como mão de obra gratuita. (Revista Criança nº 42 Dezembro 2006) Trabalhar diretamente com as famílias das crianças, faz com que elas fiquem fortalecidas, e tenham autonomia, a família começa a se libertar para buscar sua independência financeira, social. É importante que a Escola tenha diálogo com os familiares das crianças de forma aberta e clara, deixando-os a par de todas as situações, nos aspectos:  Desenvolvimento do filho.  No que APP investiu e no que necessita,  Quais os projetos elaborados, assim como o calendário escolar.  No que os pais precisam colaborar.
  • 41. 41  A creche precisa criar programas de auto-ajuda aos pais, envolvendo psicólogos, PSF, fonoaudiólogo, dentista, etc... para que a creche e pais falem a mesma linguagem na ação educativa das crianças. Rotina e sua importância As rotinas normalmente repetem uma forma de organização das atividades que revezam momentos tranqüilos e momentos de intensa atividade. Outra característica presente nas rotinas é a alternância. Alternam-se sempre os tipos de atividades: dos dirigidos para os livros, dos momentos de cuidado corporal para o trabalho intelectual, das atividades coletivas para as individuais, do pedagógico para a brincadeira. As rotinas poderão variar sua duração no tempo, isto é, sua periodicidade. Poderão ser anuais como as datas comemorativas, o período inicial da adaptação, os períodos de entrega de avaliações, as férias, podendo acontecer de acordo com as estações do ano, como o uso da piscina, os horários de uso do pátio, a aprendizagem de canções e os conteúdos sociais que variam durante o ano. Podendo também ser mensais, como a comemoração coletiva dos aniversariantes do mês- semanais como o dia da música e o dia de trazer brinquedo de casa. Os seres humanos necessitam desde seus primeiros anos de vida aprender os costumes, as regras e as tradições de seu grupo cultural de pertinência. As crianças, desde muito pequenas, precisam interagir com os objetos aos quais estão expostas e aprender os hábitos sócio-culturais da sua coletividade. As repetições de certas ações e de determinadas práticas da estabilidade e segurança aos sujeitos. Saber que depois de determinada tarefa ocorrerá outra dá certo sossego às pessoas, sejam elas grandes ou pequenas. A vida cotidiana é a vida dos sujeitos por inteiro, da qual eles participam com todos os aspectos de sua individualidade: todos os seus sentidos, todas as suas capacidades intelectuais, suas habilidades manipulativas, seus sentimentos, suas paixões, idéias ideológicas.
  • 42. 42 São partes orgânicas da vida cotidiana: a organização do trabalho e da vida privada, os lazeres e o descanso, a atividade social sistematizada, o intercâmbio e a purificação. É nela, na sua execução, que adquirimos todas as habilidades, os conhecimentos e as práticas imprescindíveis para vivermos a vida em sociedade. As rotinas necessitam considerar o ritmo, a participação, a relação com o mundo, a realização, a fruição, a liberdade, a consciência, a imaginação e as diversas formas de sociabilidade dos sujeitos nela envolvidos. A rotina é um instrumento para concretizar as intenções educativas. Ela se revela na forma pela qual são organizados os espaços, os materiais, as propostas e as intervenções do professor. Sugestão de horário de rotinas: Maternal I Das 07:30 as 08:00 horas: chegada, contato com responsáveis, 08:30 horas: café da manhã e mamadeira para os menores. 09:00 horas: atividade ao ar livre, banho de sol. 09:30 horas: suco (ou outro líquido) e entrada para a sala. 09:45 horas: estimulação. (movimento). 10:30 horas: banho em dias quentes ou quando necessário. 11:00 horas: Almoço e escovação dos dentes. 11:30 horas: repouso. 14:00 horas: troca de fraldas. 14:30 horas: lanche e escovação dos dentes. 15:00 horas: história. 15:30 horas: atividade musical. 16:00 horas: recreação dirigida (jogos, cantiga de roda).
  • 43. 43 16:30 as 1700 horas: jantar. 17:00 horas: preparação para a saída: arrumar mochila, calçados e objetos pessoais da criança. 17:00 As 17:30 horas: brincadeiras livres como: Parque, motoca, bola, vídeo, música, brincadeira de roda. Maternal II Das 07:30 as 08:30 horas: chegada. 08:40 as 09:00 horas: café da manhã. 09:00 horas: atividades diversificadas. 10:00 horas: recreação livre. 11:00 horas: banho (em dias de calor), ou quando necessário. 11:30 horas: almoço e escovação dos dentes. 12:00 horas: repouso. 14:30 horas: higiene e lanche (escovação dos dentes). 15:00 horas: história. 15:30 horas: atividade musical. 16:00 horas: recreação dirigida (jogos, cantigas de roda). 16:40 horas: jantar. 17:00 horas: rodinha: atividades ou brincadeiras variadas. 17:20 horas: preparação para a saída. Observação: (Em relação aos horários citados acima, são flexíveis, podendo ser adaptados à realidade de cada creche, em relação às férias, datas comemorativas e estações do ano).
  • 44. 44 Componentes curriculares O currículo pode ser compreendido e praticado sob muitas perspectivas teóricas. No entanto todo o currículo representa uma espécie de elo que liga teoria e prática pedagógica, dito em outras palavras: o currículo é o viés que costura o planejamento e ação. (Caderno Pedagógico Currículo UDESC p.15). Os objetivos explicitam intenções educativas e estabelecem capacidades que as crianças poderão desenvolver como conseqüência de ações intencionais do professor. Os objetivos auxiliam na seleção de conteúdos e meios didáticos. Ao estabelecer objetivos nesses termos, o professor amplia suas possibilidades de atendimento, a diversidade apresentada pelas crianças, podendo considerar diferentes habilidades, interesses e maneiras de aprender no desenvolvimento da cada capacidade (Referencial Curricular Nacional Educação Infantil p.47 Vol.1) Dessa forma, “o cuidado e o educar” na Educação Infantil, não tem o mesmo significado que “o ensinar”, nas Séries Iniciais, ou seja, um currículo não escolarizante tem um tempo e um espaço diferentes, fundamentados nos direitos da criança de 0 a 6 anos. No documento do MEC (1997) - Critérios para o atendimento em Creche que respeite os Direitos Fundamentais da Criança, identificamos alguns critérios essenciais que auxiliam na organização curricular dessa etapa da educação básica, bem como na definição do perfil do professor de educação infantil. Esses critérios definem que as crianças têm direito:  À brincadeira.  À atenção individual.  A um ambiente aconchegante, seguro e estimulante.  Ao contato com a natureza.  À higiene e à saúde.
  • 45. 45  A uma alimentação sadia.  A desenvolver sua curiosidade, imaginação e capacidade de expressão.  Ao movimento em espaços amplos.  À proteção, ao afeto e à amizade.  À expressar seus sentimentos.  A uma especial atenção durante seu período de adaptação a creche.  A desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa. Respeitar o direito das crianças inclui a responsabilidade com o cuidar e o educar em um tempo e espaço que contemplem os jogos e as brincadeiras, os projetos de trabalho e as múltiplas linguagens que sejam elas verbais, musicais, dramáticas, plásticas entre outras (Caderno pedagógico didático UDESC p.47). Em relação ao currículo devemos estar sempre visando que a criança é um sujeito social e histórico que se constitui na interação com outros sujeitos da cultura. Segundo Kramer, o currículo é palavra polissêmica, carregada de sentidos construídos em tempos e espaços distintos, sua evolução não obedece a uma ordem cronológica, mas se deve às contradições de um momento histórico, assumindo, portanto, vários significados ao mesmo tempo. Assim, em muitas instituições é possível identificar praticas concretas que buscam oferecer um espaço estimulante e seguro, permitindo que as crianças manifestem seu potencial físico, afetivo, intelectual e cultural, bem como a aprendizagem de sua autonomia e de sua socialização. (Revista Criança prêmio professor nº 41 p.28)
  • 46. 46 Modalidades organizativas A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos conteúdos às crianças requer sempre as mais diferentes estruturas didáticas, desde contar uma nova história, propor uma técnica diferente de desenho, as situações mais elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvimento de um projeto, que requer um planejamento cuidadoso com um encadeamento de ações que visam a desenvolver aprendizagens específicas. Essas estruturas didáticas contêm múltiplas estratégias que são organizadas em função das interações educativas expressas no projeto educativo, constituindo-se em instrumento para o planejamento do professor. Podem ser agrupadas em três grandes modalidades de organização do tempo. São elas: atividades permanentes, seqüências de atividades e projetos de trabalho Organização do tempo. (Atividades Permanentes) Todas as atividades permanentes do grupo contribuem, de forma direta ou indireta, para a construção da identidade e o desenvolvimento da autonomia. A oferta permanente de atividades diversificadas em um mesmo tempo e espaço, é uma oportunidade de propiciar a escolha pelas crianças. Atividades: Chamada Contação de história Roda de conversa
  • 47. 47 Música Recreação dirigida Higiene Alimentação Repouso Brincadeiras Livres Organização da sala Preparação para saída Organizando o Tempo A rotina representa, também, a estrutura sobre a qual será organizado o tempo didático, ou seja, o tempo de trabalho educativo realizado com as crianças. A rotina deve envolver os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagens orientadas. A apresentação de novos conteúdos às crianças requer sempre as mais diferentes estruturas didáticas, desde contar uma nova história, propor uma técnica diferente de desenho, as situações mais elaboradas, como, por exemplo, o desenvolvimento de um projeto, que requer um planejamento cuidadoso com um encadeamento de ações que visam a desenvolver aprendizagens específicas. Essas estruturas didáticas contém múltiplas estratégias que são organizadas em função das interações educativas expressas no projeto educativo, constituindo-se em instrumento para o planejamento do professor. Podem ser agrupadas em três grandes modalidades de organização do tempo. São elas: atividades permanentes, seqüências de atividades e projetos de trabalho.
  • 48. 48 Projetos – através do quê?  Datas comemorativas.  De acordo com a necessidade do momento (levantados dentro da comunidade escolar).  Conteúdos programáticos.  Sobre acontecimento social. Critérios:  Tema  Tempo: O projeto pode ser flexível em relação ao cronograma estabelecido.  Justificativa: o porquê do tema Como surgiu Porque é importante  Objetivo: o que queremos alcançar  Fundamentação teórica: pesquisa no livro, revista. Desenvolvimento: culminância O que fazer O que trabalhar Possibilidade de trabalho Atividades a serem desenvolvidas  Físico: que ambiente  Recursos humanos: professores, comunidade, pais, crianças.  Recursos financeiros: qual o custo, qual a fonte: APP e Secretaria de Educação.  Avaliação.
  • 49. 49 Quais os cuidados que devemos ter em relação ao projeto:  Parceria com a comunidade em ajuda de custo, colaboração em acompanhamento em passeio e também atividades realizadas na creche.  Na elaboração de um projeto a equipe deverá analisar perigos que poderão ocorrer, gastos desnecessários.  Alimentação adequada.  Ambiente favorável, de acordo com a idade.  Número de pessoal suficiente para atendimento.  Ver com antecedência meio de transporte a ser utilizado  Autorização dos pais. “Os projetos apontam para uma concepção de educação que parte dos conhecimentos cotidianos em direção aos conceitos científicos, na medida em que os alunos vão estabelecendo relações entre a experiência vivida e a cultura sistematizada, bem como reelaborando e produzindo novos conhecimentos e novas formas de intervenção na realidade”. “Podemos concluir que os projetos de trabalho não se reduzem à escolha de um tema, nem a uma lista de objetivos e etapas, contudo requerem uma metodologia de organização para o professor e para o aluno”. “O projeto de trabalhoaprendizageminvestigação é uma alternativa à prática pedagógica que favorece o trabalho interdisciplinar, porém devemos ter claro que não é a única.. o professor pode e deve lançar mão de outras atividades, paralelamente ao desenvolvimento do projeto, ou após tê-lo concluído, tendo em vista os objetivos do ensino e a aprendizagem dos alunos. O professor ainda pode envolver a classe, escola, comunidade”. (UDESC caderno pedagógico Didática. P. 117 118).
  • 50. 50 Registro O registro far-se-á mediante livro ata diariamente e oferecido pela secretaria da escola, como fonte de informação valiosa sobre as crianças em seu processo de aprender, e sobre o professor em seu processo de ensino/aprendizagem. O registro é acervo de conhecimentos do professor que lhe possibilita recuperar a história do que foi vivido tanto quanto lhe possibilita avaliá-la propondo novos encaminhamentos. Além de ser colocado em ata sobre o processo de aprendizagem, ainda deve constar: todos os acontecimentos ocorridos na sala fora dela, como acidentes, reclamações de pais, saúde da criança, alimentação, quando acontecer dos pais esquecerem os filhos na escola e outros. No que se refere à aprendizagem neste eixo, são consideradas como experiências prioritárias para crianças de zero a três anos participarem das atividades que envolvam a exploração do ambiente imediato e a manipulação de objetos. Para tanto, é preciso que sejam oferecidas a elas muitas oportunidades de explorar e manipular objetos desde o momento em que ingressam na instituição. Andar, engatinhar, rastejar, rolar, interagir com outras crianças e adultos, brincar, etc. Além da ata, os registros poderão ser feitos através de fotos, gravações de vídeo, etc. Observação A observação e o registro se constituem nos principais instrumentos de que o professor dispõe para apoiar sua prática. Por meio deles o professor pode registrar, contextualmente, os processos de aprendizagem das crianças, a qualidade das interações estabelecidas com outras crianças, funcionários, com o professor e acompanhar os processos de desenvolvimento obtendo informações sobre as experiências das crianças nas instituições. Esta observação e seu registro fornecem aos professores uma visão integral das crianças ao mesmo tempo em que revelam suas particularidades. São várias as maneiras pelas quais a observação pode ser registrada pelos professores.
  • 51. 51 A escrita é, sem duvida, a mais comum e acessível. O registro diário de suas observações, impressões, idéias. Pode compor um rico material de reflexão e ajuda para o planejamento educativo. Avaliação O momento de avaliação implica numa reflexão do professor sobre o processo de aprendizagem e sobre as condições oferecidas por ele para que ela pudesse ocorrer. Assim, caberá a ele investigar sobre a adequação dos conteúdos escolhidos, sobre a adequação das propostas lançadas, sobre o tempo e ritmo impostos ao trabalho, tanto quanto caberá investigar sobre as aquisições das crianças em vista de todo o processo vivido, na sua relação com os objetivos propostos... (Alfabetização sem segredos, Coleção Cirandinha. Vol 3 p.85). A avaliação não se dá somente no momento final do trabalho. É tarefa permanente do professor, instrumento indispensável à constituição de uma prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento das crianças. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada em dezembro de 1996, estabelece, na seção II, referente a educação infantil, art. 31 que “... avaliação far-se-á à mediante o acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental e constitui um instrumento voltado para orientar a prática educativa de forma sistemática e contínua, tendo como objetivo principal a melhoria da ação educativa”.
  • 52. 52 AVALIAR O QUE? OBSERVAÇÃO REGISTRO * Em relação aos conteúdos programáticos. * Respeitar etapas do desenvolvimento da criança. * Individual e grupo. * Professor: auto-avalição. * Equipe. * Todo ...... Eu Família Escola Comunidade * Brincadeiras livres. * Brincadeiras direcionadas. * Socialização. * Higiene. * Alimentação. * Saúde. * Idéias, opinião, experiências. * Individualidade. * Coletivo. * Criatividade. * Autonomia. * Ata (Relatório diário com todos os acontecimentos ocorridos: pedagógicos, acidentes, reclamações, doenças, etc). * Relatório para os pais acompanharem o desenvolvimento do filho. * Acompanhamento do desenvolvimento da criança no decorrer do semestre. * Diário de classe. * Fotos, gravações, etc.
  • 53. 53 FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL – IDENTIDADE E AUTONOMIA INTRODUÇÃO O que é igual em todas as crianças é o fato de serem diferentes entre si. Saber o que é estável e o que é circunstancial em sua pessoa, conhecer suas características e potencialidades e reconhecer seus limites é central para o desenvolvimento da identidade e para a conquista da autonomia. A capacidade das crianças de terem confiança em si própria, para a formação pessoal e social. A possibilidade de desde muito cedo efetuarem escolhas e assumirem pequenas responsabilidades, favorece o desenvolvimento da auto-estima, essencial para que as crianças se sintam confiantes e felizes. O desenvolvimento da identidade e da autonomia está intimamente relacionado com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – Volume 2. p.11).
  • 54. 54 OBJETIVO GERAL  Propiciar situações para que a criança possa interagir com o grupo, através de suas experiências, ampliando assim seus conhecimentos, melhorando sua identidade e autonomia. OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Desenvolver a imaginação da criança através do faz-de-conta.  Promover brincadeiras de auto-estima para a criança.  Organizar atividades em grupo onde haja interação entre as crianças.  Visualizar sua imagem diante do espelho, interagindo com os colegas.  Possibilitar momentos de atividades rotineiras envolvendo a higiene pessoal.  Trabalhar a conscientização da criança com os riscos relacionados com sua segurança.  Propiciar condições para que a criança tenha autonomia nas suas ações.  Ampliarem a capacidade de identificar as formas singulares de as crianças pensarem, sentirem e se manifestarem.  Que o professor possa organizar a prática educativa visando auxiliar a construção de uma auto-imagem positiva das crianças, sua independência em pequenas ações concretas, de acordo com a faixa etária.
  • 55. 55 CONTÉUDOS DE IDENTIDADE E AUTONOMIA CONTEÚDOS MATERNAL I MATERNAL II Auto-estima: fotos, brincadeiras de cantigas diversas usando nome, brincadeiras com o corpo, recorte de revistas. I / T T Faz de conta; utiliza a imaginação para acontecer. T T Interação: organiza situações de trabalho I T Imagem: O espelho é um importante instrumento para a construção da identidade. I / T T Cuidados pessoais: Musiquinhas para cuidados com os dentes, banho, sono e repouso. Atividades de atendimento das necessidades básicas. I / T T Segurança: Atividades pedagógicas que envolvem uso de procedimentos ou produtos que possam colocar em risco a saúde das crianças. I / T T Nome: Através de a família contar a criança a história do seu nome, aonde nasceu, cidade, etc. I T Organizar atividades que possibilitem mais independência nas crianças I T
  • 56. 56 ESTRATÉGIAS Materiais utilizados para desenvolver a identidade e autonomia das crianças de Maternal I e II:  Espelho  Fotografia  Maquina fotográfica, máquina digital  Livros de historias  CDs – músicas  Túnel  Obstáculos com subidas e descidas  Parquinho, gangorra, balanço.  Objetos de higiene pessoal  Propor ao grupo de crianças a guardarem os brinquedos após usá-los.  Organizar os calçados junto às mochilas, jogar papel no lixo, assim como as cascas das frutas na hora do lanche.  Guardar o material escolar após usá-los.
  • 57. 57 AVALIAÇÃO A construção da identidade e a conquista da autonomia pelas crianças são processos que demandam tempo e respeito às suas características individuais. Nessa medida, algumas atividades propostas de forma seqüenciada podem ajudá-las nesse processo. Ainda no que se refere à observação da criança, algumas de suas manifestações podem sinalizar desconforto e devem ser compreendidas e consideradas pelo professor no planejamento de suas ações. (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. P.63 e p. 68. Vol.II). CUIDADOS: QUEM EDUCA AMA INTRODUÇÃO Entendendo a Educação Infantil de forma complementar à educação da família, torna-se evidente a necessidade adequada na infância (alimentação, higiene, saúde, cuidados físicos, sono, etc), em paralelo, uma educação adequada, com ambiente estimulado para o desenvolvimento e para a construção do conhecimento. Sendo assim, educá-las é atividade integrada ao cuidá-las. (Kuhlamann, 1999) (...) Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional apontam para a necessidade de que as instituições de educação infantil incorporem de maneira integrada as funções de educar e cuidar, não mais diferenciando
  • 58. 58 nem hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com as crianças pequenas e/ou aqueles que trabalham com as maiores. As novas funções para a educação infantil devem estar associadas a padrões de qualidade. (...) Essa qualidade advém de concepções de desenvolvimento que consideram as crianças nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e, mais concretamente, nas interações e práticas sociais que lhes fornecem elementos relacionados às mais diversos linguagens e ao contato com os mais variados conhecimentos para a construção de uma identidade autônoma. (...) Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis. (...) A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos. (...) Para se atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseados em conhecimentos específicos sobre o desenvolvimento biológico, emocional, e intelectual das crianças, levando em consideração as diferentes realidades socioculturais. (...) Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado. O vinculo afetivo através da troca de fraldas, alimentação, banho, repouso ou soninho, no toque, etc.
  • 59. 59 OBJETIVO GERAL A instituição de Educação Infantil deve tornar acessível a todas as crianças indiscriminadamente. O desenvolvimento integral das crianças depende tanto de cuidados relacionais que envolvem a dimensão afetiva e os cuidados com os aspectos biológicos do corpo, com a qualidade de alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso e conhecimentos variados. OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Compreender a ajudar o outro a se desenvolver como ser humano.  Valorizar e ajudar a desenvolver capacidades.  Identificar necessidades sentidas e expressas pelas crianças.  Valorização da limpeza e aparência pessoal.  Considerar as necessidades das crianças, ouvindo-as e respeitando-as, compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo as suas necessidades.  Visar a ampliação de conhecimentos de suas habilidades incluindo o que a criança sente, penca, o que ela sabe sobre si e sobre o mundo, tornando-a mais independente e mais autônoma.  Oferecer às crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras.  Considerar as crianças nos seus contextos sociais, ambientais e, mais corretamente nas interações e práticas sociais propiciando a construção de uma identidade autônoma.  Através da rotina escolar podemos visar o desenvolvimento de uma ação de cuidados no coletivo infantil.
  • 60. 60 CONTEÚDOS  Higiene (escovação de dente, lavar as mãos após ir ao banheiro)  Rotinas de cuidados  Cuidados com os colegas  Cuidados com material escolar  Limites  Amor (afeto)  Ouvir não  Cuidados com brincadeiras, saúde, sabe perder, respeito e confiança. Observação: O maternal I que ainda não escovam sozinhos os dentinhos poderá ser realizado a escovação com ajuda de uma auxiliar e a professora. ESTRATÉGIAS  Brincadeiras, interações.  Através de regras, músicas e o lúdico.  Atividades práticas, higiene.  Preparação para repouso.  Roda de conversa.
  • 61. 61 A Equipe da creche deve:  Manter a escola limpa e organizada.  Controle de peso e medida.  Encaminhamento ao pediatra ou dependendo do problema a outros especialistas como: fonoaudióloga, dentista, psicólogo.  Palestras para Equipe e Família. AVALIAÇÃO A avaliação far-se-á mediante observação constante do desenvolvimento infantil. Nessa etapa, precisamos ter uma visão ter uma visão global da criança, não nos centramos no que não sabem fazer, considerando suas potencialidades e nossa ajuda para atualizá-las; esperar bons resultados, ter uma imagem positiva, etc.significa favorecer o aparecimento de bons resultados, que a criança se sinta capaz de enfrentar as dificuldades do dia-a-dia .
  • 62. 62 MOVIMENTO INTRODUÇÃO O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo. Ao movimentar-se as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se numa linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. O trabalho do corpo contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal de cada criança. A realização de jogos e brincadeiras na primeira infância envolve naturalmente o movimento, que vai dominar como componente, pois através dele a criança se coloca no meio, interagindo-se com os objetos, com as pessoas, explorando seu próprio corpo, o espaço físico. Uma das funções da brincadeira é permitir à criança o exercício do movimento. O movimento tem relevância destacada na infância, pois ele serve para a criança se relacionar com os outros, explorar o espaço situando-se nele, bem como os objetos e o próprio corpo. Segundo Piaget, a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à prática educativa. Na visão sócio-histórica de Vygotsky a brincadeira, e o jogo, são atividades específicas da infância, em que a criança cria a realidade, usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social.
  • 63. 63 A cultura popular infantil é uma riquíssima fonte na qual se pode buscar cantigas e brincadeiras de cunho afetivo nas quais o contato corporal é o seu principal conteúdo. O professor precisa cuidar de sua expressão e postura corporal ao se relacionar com as crianças. O corpo do professor é um veículo expressivo, valorizando e adequando os próprios gestos, mímicas e movimentos na comunicação com as crianças, quando os acolhe em seu colo, oferece alimentos ou as toca na hora do banho. O professor é modelo para as crianças, fornecendo-lhes repertorio de gestos e posturas ou pontuando idéias com gestos expressivos ou usa recursos vocais para enfatizar sua dramaticidade. Se a construção estrutural espacial é essencialmente motora, a descoberta com o corpo é extremamente necessária às demais aquisições cognitivas do desenvolvimento humano, sendo que ela se dá no período sensório-motor de 0 a 3 anos. A educação psicomotora nos primeiros anos de vida pode evitar deficiências de aprendizagem posteriores (como o da escrita) priorizando uma auto estima adequada, formando crianças completas e felizes.