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Erikson e o desenvolvimento psicossocial

5 de Dec de 2013
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Erikson e o desenvolvimento psicossocial

  1. Erikson e o desenvolvimento psicossocial Psicologia – Módulo 2 Profª Isaura Silva
  2.  Erikson nasceu em 1902, na Alemanha, e fixou-se nos EUA desde 1933, tendo lecionado em várias universidades.  Formou-se em Psicanálise no Instituto de Viena mas assumiu uma atitude crítica relativamente a esta corrente: a psicanálise não dava importância às interações entre o indivíduo e o meio.  Interessou-se pela antropologia na década de 30, tendo habitado na reserva dos índios Sioux, o que acentuou o seu interesse pela influência dos fatores sociais no desenvolvimento do ser humano.
  3. Diferenças entre Erikson e Freud/Piaget  Freud e Piaget abordavam o processo de desenvolvimento do nascimento até à adolescência  Erikson considera que o desenvolvimento decorre desde o nascimento até à morte através de oito idades, oito estádios psicossociais.  É a progressão nos estádios psicossociais que explica o desenvolvimento da personali-dade, que acompanha, portanto, todo o ciclo de vida.
  4. De acordo com a perspetiva de desenvolvimento de Erikson:  Cada idade ou período de desenvolvimento é caracterizado por tarefas específicas (que é necessário cumprir para se progredir para o estádio seguinte) e pela experiência de determinado conflito ou crise.  É através da resolução do conflito, da crise de cada estádio que o indivíduo adquire novas capacidades, que se desenvolve.  A resolução positiva e favorável da crise constitui uma aquisição positiva que se manifesta a diferentes níveis: psicológico, emocional e social.  A teoria de Erikson é uma conceção psicodinâmica, dado que considera que o ajustamento (experiências positivas) ou desajustamento (experiências negativas) não são situações definitivas.  As experiências em fases subsequentes podem contrariar as vivências tidas em idades anteriores.
  5. Estádios de Desenvolvimento Psicossocial 1ª Idade – Confiança versus Desconfiança (0-18 meses) 2ª Idade – Autonomia versus Dúvida e Vergonha (18 meses-3 anos) 3ª Idade – Iniciativa versus Culpa (3-6 anos) 4ª Idade – Indústria versus Inferioridade (6-12 anos) 5ª Idade – Identidade versus Difusão ou Confusão (12-18 anos) 6ª Idade – Intimidade versus Isolamento (18-30 anos) 7ª Idade – Generatividade versus Estagnação (30-60 anos) 8ª Idade – Integridade versus Desespero (após os 65 anos)
  6. 1 .a idade Confiança versas Desconfiança (0-18 meses)  Este estádio é marcado pela relação que o bebé estabelece com a mãe.  Se a relação é compensadora, a criança sente-se segura, manifestando uma atitude de confiança face ao mundo.  Se a relação com a mãe não é satisfatória, desenvolve sentimentos que conduzem à formação de uma atitude de desconfiança.  A crise deste estádio ocorre entre o bebé e a mãe.  Questão-base: O meu mundo é previsível e protetor?  Vertente positiva - sentimento de confiança relativamente aos outros e ao meio.  Vertente negativa - suspeita, medo e insegurança relativamente aos outros e ao meio em geral.
  7. 2ª idade Autonomia versus Dúvida e Vergonha (18 meses-3 anos)  Neste estádio, a criança está apta a explorar ativamente o meio que a rodeia.  Se for encorajada, desenvolve autonomia e autossuficiência.  Se for muito protegida e controlada, desenvolve um sentimento de dependência, de vergonha em se expor, de dúvida em relação às suas capacidades de desenvolver atividades sozinha.  Depende muito da aprovação das outras pessoas e apresenta o desejo manifesto de independência.  Questão base: Sou capaz de fazer as coisas sozinho ou preciso de ajuda?  Vertente positiva - sentimento de autossuficiência.  Vertente negativa - falta de independência.
  8. 3ª idade Iniciativa versus Culpa (3-6 anos)  As crianças tomam iniciativas e desenvolvem as suas atividades, sentindo grande prazer quando obtêm sucesso.  Questão base: Sou bom ou mau?  Se não conseguem ou não é favorecido o desenvolvimento das suas iniciativas pela repressão ou punição dos pais, a criança sente-se culpada por desejar comportar-se segundo os seus desejos.  Vertente negativa sentimentos de culpabilização pelo que faz e pelo que pensa.  Vertente positiva - capacidade para iniciar ações.
  9. 4.a idade Indústria versus Inferioridade (6-12 anos)  Na nossa cultura predominam as atividades escolares neste estádio.  Se a criança corresponde ao que lhe é exigido no processo de aprendizagem, a sua curiosidade é estimulada bem como o desejo de aprender.  Questão-base: Sou bem-sucedido ou incompetente?  O sucesso desenvolve nela sentimentos de autoestima, de competência (indústria).  Vertente negativa - falta do sentido de competência; sentimento de inferioridade.  Se a criança se sente incapaz de atingir com sucesso as atividades escolares, quando os seus companheiros o atingem, pode desenvolver um sentimento de inferioridade, desinvestindo nas tarefas.  Vertente positiva - desenvolvimento do sentido da competência.
  10. 5.a idade Identidade versus Difusão ou Confusão (12-18 anos)  A construção da identidade é a tarefa fundamental deste estádio.  A identidade constrói-se através da experimentação de vários papéis possíveis, o que vai permitir ao adolescente reconhecer-se como pessoa única e distinta de todos os outros.  Se não consegue definir os papéis que pode ou quer desempenhar, experimenta uma confusão de identidade e de papéis.  Integra coerentemente diferentes papéis e identidades.  É neste estádio que se vive a experiência da moratória psicossocial, que consiste no período de espera e de experimentação de vários papéis.  É um período de pausa e procura de papéis de adulto que melhor se adequam a si próprio.
  11.  Questão-base: Quem sou e o que serei?  Vertente positiva - formação de uma identidade pessoal; reconhecimento de papéis a seguir.  Vertente negativa - incapacidade de definir papéis a seguir; indecisão, confusão de papéis.
  12. 6.a idade Intimidade versus Isolamento (18-30 anos)  Com uma identidade já construída, o adulto desenvolve relações de amizade e afeto com outros.  Geralmente procura uma relação de intimidade com outra pessoa que pode envolver um relacionamento sexual.  Se não consegue estabelecer esses laços sociais, pode isolar-se, distanciando-se dos outros.  Questão-base: Partilharei a minha vida com outra pessoa ou viverei sozinho?  Vertente positiva –desenvolvimento de relações de intimidade (relações amorosas e de amizade).  Vertente negativa - receio de estabelecimento de relações com os outros, evitando compromissos.
  13. 7.a idade Generatividade versus Estagnação (30-60 anos)  Há uma grande vontade de tornar o mundo melhor, de transmitir aos mais jovens valores e propostas num processo de um compromisso social (generatividade).  O adulto pode não desenvolver atividades úteis para os outros, preocu-pando-se apenas consigo próprio (estagnação).  Questão-base: Será que faço alguma coisa que tem realmente valor? Será que sou um bom profissional? Serei um bom pai/boa mãe?  Vertente positiva - contributo como membro ativo da sociedade; desenvolvimento de interesses e atividades produtivas.  Vertente negativa - centração em si próprio, desinteresse pelos outros.
  14. 8.a idade Integridade versus Desespero (após os 65 anos)  O indivíduo avalia a sua vida, podendo experimentar sentimentos de satisfação ou de fracasso.  O sentimento de integridade ocorre de uma avaliação positiva da sua vida, aceitando a sua existência como valiosa.  O desespero resulta de uma avaliação negativa da sua vida e da impossibilidade de começar tudo de novo.  Questão-base: Vivi uma vida satisfatória ou foi um fracasso?  Vertente positiva - sentimento de realização face ao passado.  Vertente negativa - sentimento de que se perderam oportunidades importantes.
  15. A importância da teoria de Erikson  Um dos mais importantes contributos deste autor é, ter perspetivado o desenvolvimento ao longo de toda a vida.  Esta conceção contribuiu sem para o aprofundamento da investigação sobre a psicologia do adulto e do idoso.  A importância dada à infância e à adolescência na construção da identidade é também um aspeto relevante da sua teoria.  Pode-se afirmar que as conceções de Erikson revolucionaram a psicologia do desenvolvimento.
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