3. Os Lusíadas
• Epopeia portuguesa escrita por Luís Vaz de
Camões
• Publicada em 1572
• Composta por dez cantos
• Descoberta do caminho marítimo para a
Índia por Vasco da Gama
4. Os Lusíadas
• A obra divide-se em quatro partes:
o Proposição
o Invocação
o Dedicatória
o Narração
5. Os Lusíadas
• A obra segue também quatro planos temáticos:
o
o
o
o
Plano da Viagem
Plano da História de Portugal
Plano do Poeta
Plano da Mitologia
10. Semelhanças
• Poemas sobre Portugal
• D Sebastião, ser eleito, enviado de Deus ao mundo
• Os heróis concretizam uma vontade divina
• Apresentação dos heróis da História em forma
fragmentária
11. Semelhanças
• Exaltação épica da acção humana no domínio
dos mares
• Superação dos limites humanos pelos heróis
portugueses
• Sacrifício voluntário em nome de uma causa
patriótica
• Evocação do passado para projectar, idealizar o
futuro
12. O Herói
• Nos Lusíadas apresenta-se um Herói Épico.
• Na Mensagem, apresenta-se um Herói Mítico.
13. Nuno Álvares Pereira
Lusíadas
«Logo o grande Pereira, em quem se encerra
Todo o valor, primeiro se assinala:
Derriba e encontra e a terra enfim semeia
Dos que a tanto desejam, sendo alheia.»
15. Vasco da Gama
Lusíadas
«Que as imortalidades que fingia
A antiguidade, que os ilustres ama,
Lá no estrelante Olimpo, a quem subia
Sobre as asas inclítas da Fama.»
16. Vasco da Gama
Mensagem
«Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra
Suspendem de repente o ódio da sua guerra
E pasmam. Pelo vale onde se ascende aos céus…»
17. D. Sebastião
• Na Mensagem, D.Sebastião é o mito, o Desejado, o
Encoberto.
• Nos Lusíadas, D. Sebastião é a quem o poeta se
dedica a sua obra, na Dedicatória e no Canto
X, apelando a que este prossiga os feitos dos
portugueses.
18. Voz do Poeta
• Os dois poetas apresentam o seu desencanto face
ao presente e apelam ao futuro.
21. O dos Castelos
«A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar ’sfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.»
22. Canto III
17
«Eis aqui se descobre a nobre Espanha,
Como cabeça ali de Europa toda…»
20 «Eis
aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o Reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa,
E onde Febo repousa no Oceano.
Este quis o Céu justo que floresça
Nas armas contra o torpe Mauritano,
Deitando-o de si fora, e lá na ardente
África estar quieto o não consente.»
21 «"Esta
é a ditosa pátria minha amada,
A qual se o Céu me dá que eu sem perigo
Torne, com esta empresa já acabada,
Acabe-se esta luz ali comigo.»
23. A Personificação da Europa
A Caracterização da
Europa
O uso do verbo
“jazer”
•A posição dos cotovelos
•Referência à necessidade
de despertar
24. Patriotismo dos Poetas
A posição de Portugal
•Representado como a
“cabeça da Europa”
•“O rosto com que fita é
Portugal”
26. Mostrengo
«O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»
27. Adamastor
37«…Uma
nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.»
38«…Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo;»
39«Não
acabava, quando uma figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.»
28. Semelhanças
• Representação da forma invencível do mar;
• Representação de um marinheiro, que ambiciona
o mar;
• Demonstrar o valor do portugueses através da sua
coragem e determinação;
• Personificação dos receios e perigos do mar
desconhecido;
Os planos temáticos da obra são:Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros;Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses;Plano do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador do povo e dos heróis portugueses;Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na acção dos heróis.
Pessoa gosta da palavra "mensagem" a partir da expressão latina: Mens agitat molem, isto é, "A mente comanda o corpo", frase da história de Eneida, de Virgíliorata-se de um livro que revisita e, em boa parte, cria, uma mitologia do passado heróico de Portugal, repleta de símbolos, sebastianista, e que foi depois em parte incorporada na ideologia oficial da ditadura Salazarista.Estes 44 poemas agrupados em 3 partes, representam as três etapas do Império Português: Nascimento, Realização e Morte, seguida de um renascimento.Brasão - informações sobre a formação da nacionalidade, heróis lendários e históricos.Mar Português - descobertas, aventura marítima, conquista do império, (Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce: Tudo vale a pena se a alma não é pequena) ânsia do desconhecido e esforço heróico da luta com o mar.O Encoberto - morte das energias de Portugal simbolizada pelo nevoeiro. Afirmação do Sebastianismo. País na estagnação à espera do ressurgir, do aparecer da Nova Luz (Quinto Império).
Lusíadas - É um herói épico, coletivo, representando os Portugueses.Mensagem - Os heróis, embora representados maioritariamente por figuras históricas, funcionam como símbolos, como mitos que configuram a essência de Portugal.
O Sebastianismo é uma das linhas de sentido mais importantes da Mensagem, que apresenta um caráter proférico, visionário, messiânico.
Lusíadas – No final dos cantos, o poeta faz ouvir a sua voz de crítica aos seus contemporâneos que estão mergulhados na ambição e na cobiça e são responsáveis pelo estado em que se encontra Portugal.Mensagem – O poeta, exprime ao longo dos seus poemas, a sua reflexão pessoal sobre o estado da pátria, que considera estar mergulhada na noite, no Nevoeiro, cuja identidade perdida só pode ser recuperada através da edificação do Quinto Império e através da loucura do Encoberto.
O marinheiro, representa todo o povo português que sofre na conquista do mar.Tornar os portugueses heróisOs dois poemas situam-se também no centro das respetivas obras, funcionando como elos de ligação.