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Currículo de Cultura Judaica para a Idade Infantil
     Festividades e comemorações judaicas
            AGÊNCIA JUDAICA DE INTERCÂMBIO CULTURAL
                                 REPRESENTAÇÃO NO BRASIL

                       Representantes da Agência Judaica no Brasil
                                   Danny Wolach (2001 - 2004)
                                    Moshe Reskin (2004 - ...)
                                  Elaboração e orientação
                                         Ester B. Barocas
                                            Revisão
                                         Ester B. Barocas
                                       Rosely Mandelman
                                        Suely Pfeferman
                                           Produção
                                     Editora e Livraria Sêfer
                       Projeto, produção e desenvolvimento gráfico
                                          Dagui Design
                                          Ilustrações
                                         Ivo Minkovicius

                                Escrita e implementação a partir de Março de 2002.
       O material foi desenvolvido em duas etapas. Primeiro, somente com coordenadoras (sob orientação
        de Ester B. Barocas) e, em um segundo momento, juntaram-se as professoras (coordenadas por
                     Ester B. Barocas e Rosely Mandelman), com o apoio de Suely Pfeferman.


                                 São Paulo - 5765 / 2005
                        Copyright © 2005 by Agência Judaica de Intercâmbio Cultural




                                                                                                         1
Carta ao professor
  Caro(a) Leitor(a)

   A Educação deve ocupar um lugar preferencial na vida comunitária. Ela garantirá a
continuidade da vida judaica.
   A realidade em muitas comunidades demonstra que, mesmo com problemas de assi-
milação ou demografia negativa, os marcos educativos propiciam e possibilitam, de fato,
a formação e transmissão dos valores e cultura judaica através das gerações. É claro que
a Educação deve começar desde o berço.
   A Agência Judaica, consciente da necessidade de fortificar estes marcos e fiel ao
seu objetivo – constituir o elo de ligação entre o Estado de Israel, o judaísmo nas suas
vertentes e os judeus no mundo, trouxe para si a tarefa de desenvolver um currículo
unificado das Festas Judaicas para a Educação Infantil.
   Esta realização inédita, aglutinou os profissionais das Escolas Judaicas de São Paulo,
dentro de um clima pluralista, de respeito pelas diversas correntes ali representadas.
Assim, durante dois longos anos, educadoras reuniram-se, intercambiaram idéias, ma-
teriais e experiências sobre o tesouro mais prezado – as crianças, e a melhor forma de
transmitir e vivenciar o judaísmo e o seu elo com Israel.
   O resultado que você, caro(a) leitor(a) apreciará a seguir, demonstra a qualidade da
Educação Infantil de nossa comunidade.
   Cabe à Agência Judaica, quem tem o prazer de publicar este livro, cumprimentar
à equipe de Gananot pelo belo trabalho realizado, ao ex-sheliach Danny Wollach que
iniciou a tarefa, ao Jairo Fridlin pela sua colaboração e a todos aqueles que contribuíram
para que hoje os profissionais da Educação Infantil Judaica de São Paulo e de todo o
Brasil possam contar com este livro que, sem dúvida, se transformará num marco de
consulta.

  Kriá Neimá (leitura amena)


                                                                           Moshé Reskin
                                                  Representante da Agencia Judaica no Brasil




                                                                 São Paulo, julho de 2005




                                                                                               3
Educação Infantil nas Escolas (e seus sites)
                     Diretoras e coordenadoras, professores e colaboradores

    Sociedade Benéfica Cultural Religiosa Brasileira                                       Colégio I. L. Peretz - Acrelbi
                       Beit Yaacov                                                           (Associação Cultural
                www.beityaacov.com.br                                                    Religiosa Brasileira Israelita)
                          Joyce Szlak                                                          www.peretz.com.br
           Sarita Kreimer (Olami & E.M.I. Hebraica)                                              Fany Cogan Barocas
                   Schmul Osher Begun, Rav                                                        Linda Derviche Blaj
                       Alberto Wakrat                                                             Karina Joseph Levy
                                                                                                     Mônica Pipek
    Escola Israelita Brasileira Chaim Nachman Bialik                                             Célia Liuchy Polster
                    www.bialik.g12.br                                                          Isa Sandra Zajdenwerg
                      Rosely Mandelman                                                              Sonia Levinbuk
                       Ana Carolina Corsi                                                   Homenagem: Gita Lesser Z’L
                        Rosa Rivo Holzer
                       Rebeca Sendrovich                                       Sociedade Hebraico Brasileira Renascença
                  Maria de Fátima Simeliovich                                            www.renascenca.br
                     Liliana Daniela Albalá                                              Geni H. Oksman Chanoft
                          Rachel Wahba                                                     Sandra Maghidman
                          Shelly Blecher                                                     Ilana Waintraub
                                                                                              Priscila Dahan
               Escola Gani Talmud Thorá                                                    Tamar Carina Dayan
                          Hana Ende                                                            Renata Gross
                        Ester Zweibil                                                         Mina Kramarsk
                Roselea Becher Fleischmann
                 Sheila Berditchevsky Bleich                                                     De 2003 em diante
                  Thaís Wassefirer Hubner
                     Sarita Copeliovitch                                                        Beit Sêfer Shelanu
                        Renata Khafif                                                       Márcia Rochine Zitman (I.L.Peretz)
                         Essia Kuszer
                          Frida Tawil                                                           Ensino Judaico Sul
                                                                                                  Sarita Municic Saruê
          Escola Maternal e Infantil Hebraica                                                Márcia Regina Cohen (Gani TT)
                 www.hebraica.org.br
                     Ester Schwartzman                                                                Kitá Legal
                  Adriana Thaiz Abramczyk                                                    www.kitalegal.com.br
           Renata Hitelman (Kitá Legal/Beit Yaacov)                                           Shirley Jungman Sacerdote
                                                                                               Lais Katz (E.M.I. Hebraica)
                          Olami                                                       Patrícia Aparecida Lopes (E.M.I. Hebraica)
                 www.hebraica.org.br
                        Joyce Szlak                                                   Instituto de Ensino ABC Lubavitch
                  Karen Ishay (Kitá Legal)                                                  www.lubavitch.org.br
               Denise Krasilchik (Beit Yaakov)                                                    Chani Begun
            Simone Benzinsky Lermann (I.L.Peretz)                                                 Mara Baroukh
               Deborah Oksman (Renascença)                                                        Miriam Bucks
                                                                                                  Márcia Eliezer




                          Este material foi elaborado e escrito para uso das escolas ficando proibida a venda do mesmo.




4
Apresentação
   Foi um imenso e inenarrável prazer sentir-me parte de tão requisitado – pelas coorde-
nadoras de Cultura Judaica das Escolas Judaicas - e fundamental Projeto para a Educa-
ção Judaica, razão de nossa continuidade. No entanto, por que começar com Educação
Infantil? E… por que nós? Pensei que soubesse a resposta a princípio, mas só me ficou
claro quando, em uma de nossas várias sessões, de Março de 2002 a Dezembro de 2003,
ouvi Rav Henrique Begun citar… quando Moisés buscava alguém que guardasse as Leis.
As crianças! Foram justamente os pequeninos, os escolhidos para guardar nossas Leis.
De fato, apenas neles podemos depositar toda nossa confiança tendente à continuidade
de nossos valores, tradições e povo. Apenas viabilizando-lhes os caminhos e abrindo-
lhes espaços de busca que, sempre brincando como só eles aprendem, eles mesmos
explorarão para além de seus limites, é que construirão e fortalecerão sua identidade
judaica, o que lhes permitirá saber quem e o que são e aonde vão.
   … E, por que nós? Por nossa função e papel serem trazer Israel para a Diáspora,
fortalecendo a idéia de este nosso país ser o referente universal para a Cultura Judaica.
Devo, no entanto, ainda e principalmente, acrescentar e afirmar que, com toda a certeza,
o que mais me entusiasmou e encantou não foi este estupendo futuro (que até posso
prever, mas não garantir), mas sim o presente. Um trabalho que não nasceu como é
hoje. A princípio, bem pouco pretensioso e mais no formato de grupo de estudo, mas
que foi tomando corpo e forma e fortalecendo a nossa identidade, num permanente
exercício de tolerância entre nossas diferenças e estilos (o que certamente implicou um
considerável trabalho na compilação e revisão da obra toda), dado que as querências
eram as mesmas. Lamentei-me muito e sempre que perdi uma destas inúmeras sessões,
pois o envolvimento, a entrega, o esforço e o elan com que os profissionais (aliás mara-
vilhosas pessoas) desenvolveram e realizaram esta obra, de incalculável valor foi o que
me enfeitiçou e encantou de fato! Se desta 5a letra do alfabeto português – ‘e’, tanto nos
pudemos elevar, quem dirá então da 5a letra hebraica, hey… Se me permitem, foi este
um relacionamento deveras profundo e divino entre todos nós.
   Agradeço, muito e primeiramente, aos educadores, suas crianças e famílias, às sedes
educativas que nos receberam com tanto carinho – Eitan, nossa Central Pedagógica, a
saudosa Casa Hillel e, principalmente às escolas, sempre com um delicioso kibud or-
chim. Grata ainda estou à orientação profissional que tivemos dos curadores do MAM.
Por fim, mas não menos importante, registro aqui a eterna dívida aos nossos patrocina-
dores que, fazendo um shiduch entre o talento educativo e a oportunidade, viabilizaram
a realização da publicação deste livro. A parceria com todos estes profissionais e entida-
des foi o que, sem dúvida, construiu este trabalho.
   Não deixem este Projeto perecer – esta é apenas e tão somente a primeira parte de
nosso Referencial Curricular de Cultura Judaica (a saber, Chaguim laktanim), de um
total de quatro (as outras três sendo, (b) Ivrit laktanim, (c) Projetos educativos e (4)
Sipurei hatanach). O que não falta é energia e empenho! Kadima, vamos em frente!
Contamos com todos vocês!
   O que fica, e sei, não é um livro publicado, mas sim uma chama que não se apagará
nos corações dos educadores, crianças, pais e outros profissionais envolvidos neste Pro-
jeto, cujo compromisso com a Cultura Judaica é incondicional.
   Bechatzlacha – ‘sorte e sucesso’, para todos os que acreditam na educação, como o
caminho para manutenção de nossos valores e mesmo para nossa continuidade/eter-
nidade!




                                                                      Suely Pfeferman
                                 Diretora de Educação (2002 - 2004) – Agência Judaica




                                                                                             5
Lista de conteúdos

    Apresentação


    Prefácio


    Introdução – Chaguim laktanim – por quê?


    Parte I: Festividades e Comemorações

    Capítulo I - Shana Tova umetuka betachanot
    Capítulo II - Iom Kipur, pedindo perdão aos amigos
    Capítulo III - Venham todos para a suka, brincar, comer e aprender!
    Capítulo IV - O fim é o princípio, nas rodas de Simchat Tora
    Capítulo V - Chanuka! Vamos festejar, brincando com o sevivon e comendo a sufgania
    Capítulo VI - Crianças e árvores, crescendo em Tu Bishvat
    Capítulo VII - Brincando de melech e malka, ao som dos raashanim
    Capítulo VIII - Ma Nishtana – O que difere esta noite de todas as outras?
    Capítulo IX - Iom Haatzmaut - Levante e caminhe por Israel, kum vehithalech baaretz
    Capítulo X - Lag Baomer já chegou: unidos em volta da medura
    Capítulo XI - Colhendo e dançando, Shavuot comemoramos!

    Parte II: Anexos

    [1] Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
    Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental.
    Brasília, Brasil, MEC/SEF, 1998. 3vs.

    [2] Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6.
    (Parâmetros Curriculares para o Jardim-de-Infância, idades 3-6),
    Misrad hachinuch, hatarbut vehasport, haagaf lechinuch kdam iessodi, Jerusalém, Israel; 1998.

    [3] Panorama sobre a abordagem de adequação ao desenvolvimento infantil
    (Developmentally Appropriate Practice1).

    [4] Modelo para a escrita de planejamento dos chaguim (festas).

    [5] Sugestões de jogos didáticos, com conteúdos das festividades.

    [6] Tabela de transliteração.




    1
        Vide bibliografia




6
Prefácio
   A tarefa de apresentar um trabalho conjunto - um currículo sobre Cultura Judaica adequado à idade infantil - cons-
truído por educadoras do Ensino Infantil nas Escolas Judaicas, formais e complementares - requer uma mistura de
doses generosas de chazon (modo de ver; visão), sensibilidade, tolerância, conhecimento, e... chutzpa (intraduzível!):
   Chazon, pois precisamos ser otimistas e acreditar com kavana (intenção) em um futuro sempre melhor, característi-
ca peculiar da educadora para a idade infantil que semeia frutos, que nem sempre ela própria colherá.
   Sensibilidade, pois lidamos com crianças na idade mais vulnerável de suas vidas, e com respectivas famílias.
   Tolerância, pois temos que, antes de tudo, reconhecer e respeitar as diferenças entre nós, acreditando no potencial
positivo desta diversidade, que, aliada à diversidade que nos rodeia, oferecem, ambas, boas oportunidades, diárias
e cotidianas, que devem ser cultivadas desde a idade infantil, contribuindo, assim, para um mundo de coexistência
mais condescendente.
   Conhecimento, pois é preciso carregar, em nossa mala, além de uma bagagem considerável de saberes - gerais e
específicos um bom bocado de inteligência emocional para conhecermos melhor as crianças, suas famílias e a comu-
nidade, procurando adequar o ensino às crianças específicas que estudam em nossas escolas...
   E...finalmente, mas não menos importante, uma pitada caprichada de chutzpa para ousar, continuar a buscar, estu-
dar, e nos atualizar, experimentando novos sabores e temperos, usando os mesmos ingredientes tradicionais típicos
da Cultura Judaica...
   As Escolas Judaicas, formais e complementares, no Estado de São Paulo, por meio de suas representantes da Educa-
ção Infantil, cada qual com sua visão do que vem a ser “uma Educação Infantil Judaica de qualidade”, participaram,
de forma ativa e dedicada, num processo de construção de um currículo conjunto, buscando oferecer respostas às
seguintes questões:
   • Como tornar relevante a Cultura Judaica, considerando o contexto sócio-histórico local?
   • Como transmitir conteúdos, valores e atitudes que caracterizam a Cultura Judaica, de forma vivenciada e cons-
trutivista?
   • Quais seriam os conteúdos de Cultura Judaica mais adequados à idade infantil?
   • Quais seriam os conteúdos comuns às correntes do Judaísmo e como expressar justamente o que nos une?
   Para algumas destas questões, encontramos respostas (provisórias!); para outras, resolvemos continuar procurando
e, para outras ainda, encontramos várias respostas, todas relevantes e passíveis de coexistência, respeitando as diver-
sas opiniões e correntes que formam o mosaico da Cultura Judaica.
   Este processo teve como objetivos principais:
   • criar um espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação
Infantil;
   • criar materiais curriculares relevantes e adequados ao contexto sócio-cultural local, considerando o Referencial
Curricular Nacional de Israel, no que diz respeito à Cultura Judaica, o Referencial Curricular Nacional do Brasil, a Abor-
dagem de Adequação ao Desenvolvimento e as Propostas Pedagógicas das próprias Escolas Judaicas participantes no
projeto (de corrente tradicional e de tradicional-ortodoxa).
   • criar meios concretos para expressar o trabalho conjunto, realizado pelas diferentes instituições.
   Com o intuito de realizar tais propostas, foram criadas séries de encontros com educadoras, que serviram como
espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação Infantil
local. Um inventário dos materiais ligados à Cultura Judaica existentes nas escolas foi traçado e, gradativamente, as
participantes (com listas de conteúdos, propostas de atividades e documentação de projetos) construíram materiais
curriculares (planejados-desenvolvidos-refletidos-escritos-implementados), sendo esta publicação, um deles.
   Este trabalho expressa o momento atual da Educação Infantil nas Escolas Judaicas, e pretende deixar transparecer
a importância da flexibilidade e da dinâmica, para com a escrita e implementação de currículos. Apresenta sugestões
e propostas, que, em nenhum momento, pretendem ser únicas ou obrigatórias, mas que, por outro lado, demonstram
concepções teóricas e práticas do que as escolas acham que venha a ser uma Educação Infantil Judaica de qualidade.
   Outra difícil tarefa deste grupo, a de expressar o resultado de um processo sócio-construtivista de um currículo - em
sua essência dinâmico e flexível, de forma escrita, meio cultural estático, nos fez optar pela escrita de um livro, de
grande praticidade para professores. Ainda que considerando as limitações deste meio, almejamos dar continuidade
ao processo, realizando tanto a avaliação como a atualização periódicas de planejamentos e práticas. Para tanto, este
material estará disponível no site da Agência Judaica do Brasil (www.agenciajudaica.com.br), em versão ampliada.




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Chaguim laktanim – por quê?
       A construção da identidade judaica inclui a transmissão de valores, tradições, costumes e atitudes, aceitos pelo povo
    judeu e passados de geração para geração. A criança que estuda na Escola Judaica, desde a mais tenra idade, tem a
    possibilidade de estar em contato com um entorno favorável à construção e à transmissão destes valores, por meio da
    interação de qualidade com educadoras, com outras crianças, e com objetos significativos à sua volta.
       Embora, neste material, tenhamos dado ênfase aos conteúdos e às estratégias de ensino-aprendizagem dos mesmos,
    gostaríamos de destacar o papel primordial da educadora, como mediadora de cultura. Sua função está ligada a seu
    comprometimento emocional para com a transmissão da Cultura Judaica, à sua valorização de temas e conteúdos, a
    seu conhecimento destes e a seu potencial pedagógico. Como conseqüência, valorizamos, neste trabalho em especial,
    o planejamento de atividades com potencial de construir vivências positivas, tendo, como eixo central, os temas e os
    conteúdos da Cultura Judaica. Este processo envolve a construção de um ‘ambiente psicológico’ favorável, trazendo, para
    dentro da escola, os símbolos e instrumentos culturais judaicos, preparando assim, uma ‘atmosfera judaica’, para que a
    criança possa ‘respirar’ Cultura Judaica.
       A repetição dos mesmos costumes e tradições, ano a ano, começando pelos costumes que a criança pode realizar de
    forma autônoma, na escola e com a família, até aqueles realizados no âmbito da comunidade e do povo, poderá construir
    sua identidade, seu sentimento de pertinência à família, ao grupo na escola, à escola, à comunidade e ao povo. A trans-
    missão e a construção de valores, costumes e tradição, na escola, estão ligadas à conscientização da educadora de seu
    papel de mediadora educacional e cultural, de seu comprometimento em buscar e oferecer boas oportunidades para as
    crianças vivenciarem experiências de qualidade, que fortaleçam seus sentimentos, e de sua ligação com as pessoas e com
    a comunidade a qual pertence.
       O Estado de Israel representa uma referência fundamental para a identidade judaica e para o conhecimento da ligação
    espiritual entre os judeus de diversos lugares do mundo e aqueles que vivem em Israel. Um dos objetivos primordiais das
    instituições educativas da comunidade judaica tem sido a transmissão, aos mais jovens, do conhecimento de suas raízes e
    a pertinência ao povo judeu. Promover o conhecimento e a valorização da própria cultura possibilitará gerar, na criança,
    uma atitude de respeito pelas mais diversas manifestações expressivas de todos os povos.
       A Agência Judaica de Intercâmbio Cultural, com a iniciativa e a responsabilidade pela realização deste projeto, cumpre,
    assim, seu papel de mediadora entre o Estado de Israel e as educadoras que trabalham em Escolas Judaicas em países fora
    de Israel, buscando, incessantemente, promover a identidade judaica por meio de uma educação judaica de qualidade.
       Com o intuito de considerar os princípios que norteiam as propostas pedagógicas de cada escola participante no pro-
    cesso, escolhemos algumas propostas ligadas à Cultura Judaica, registradas em seus Projetos Pedagógicos, propostas estas
    que nos pareceram relevantes e significativas ao nosso eixo central, que é a Cultura Judaica:




8
Sociedade Benéfica Cultural Religiosa Brasileira Beit Yaacov2
  Há uma enorme responsabilidade em ensinar Judaísmo para crianças na Educação Infantil. Os ensinamentos devem ser
levados até o universo de compreensão da criança. Percebendo seus significados e sua beleza, a criança abraçará, com
alegria, os valores do Judaísmo.
  Transmitidos por profissionais competentes, para crianças nessa faixa etária, os valores do Judaísmo as acompanham
para sempre. Na Beit Yaacov, os alunos se relacionam com o Judaísmo a partir do estudo do Tanach, de histórias, do
Shabat e dos chaguim.
  A intensidade e a profundidade da relação devem ser decididas pela família. Visando a uma interação dos pais com
temas estudados, a escola promove atividades ligadas ao Judaísmo, que são estendidas às famílias. O Calendário Judaico
e seus chaguim trazem momentos de introspecção, alegria e de vivência do sentimento de família, muito importantes
para a educação das crianças.

  Escola Israelita Brasileira Chaim Nachman (C.N.) Bialik
  A Educação Infantil no Bialik tem como palavra chave a vivência, por acreditarmos que, nesta faixa etária, é este o ca-
minho para o desenvolvimento de uma identidade judaica. Vivenciar a cultura, a tradição, os costumes e a língua hebraica,
conhecer as histórias do Tanach, o porquê dos chaguim e celebrar o Shabat – tudo isso certamente trará um sentimento
de pertinência.
  As festividades e o Shabat são marcadores do tempo, que se diferenciam das atividades rotineiras, portanto, merecem
atenção especial. Os pais, sempre presentes, são parceiros nestes momentos.
  Em cada chag, a escola se transforma e o próprio entorno educativo traduz o que nela acontece, possibilitando, então,
que a criança perceba e sinta toda a sua mágica.
  Tornar Israel mais próximo também é uma das nossas metas, e isto é feito pela música, dança, literatura, filmes e troca
de correspondência com crianças israelenses.

  Escola Gani Talmud-Thorá (TT)
  Chanoch lanaar al pi darko, gam ki iazkin, lo iassor mimeno.
  Eduque uma criança conforme suas potencialidades levando-o a amar o conteúdo aprendido, especialmente em sua
infância, para dele não se afastar na juventude.3
   A filosofia da Escola Gani TT baseia-se na premissa de que não devemos ensinar e sim educar, pois as crianças cons-
tróem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O
educador é o modelo vivo dos ensinamentos judaicos e chassídicos transmitidos, tornando acessíveis os elementos da
cultura e religião, que enriquecem seu desenvolvimento e inserção na comunidade judaica e a participação na comuni-
dade nacional.
   As atividades promovidas na escola ajudam no desenvolvimento integral de sua identidade, pois a criança é profunda-
mente marcada pelo meio social em que se desenvolve, embora também o marque, contribuindo para o desenvolvimento
do grupo. A escola cumpre, entre outros, este papel socializador, propiciando o desenvolvimento das características da
criança, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situação de interação.
   “...Cada tipo de criança existe por alguma razão e devemos auxiliá-la em seu desenvolvimento. Cada criança carrega
consigo grandes riquezas, o potencial de todo um futuro. O modo como você (sic) educa uma criança não vai influenciar
apenas a vida dela própria, mas também os filhos dela e suas vidas...”.
   “... Precisamos ser especialmente atentos em relação a incutir o sagrado nas crianças, a reverência que vem através da
espiritualidade. As crianças têm um glorioso dom para perceberem (sic) que o aqui e agora, o mundo visível, nem sempre
é o mais importante. Permita que a imaginação de uma criança vagueie, pois ela reconhece que todos fazemos parte de
uma coisa superior a nós mesmos. As crianças têm, de forma inata, uma profunda ânsia pelo etéreo e um natural sentido
de encantamento e fé, tão receptivo a questões espirituais...”4

  Escola Maternal e Infantil (E.M.I.) Hebraica
  Princípios e valores da Educação Judaica
  A integração da criança, basicamente nos valores judaicos e na prática de suas tradições, faz parte incessante do nosso
cotidiano. A vivência é feita por meio do conhecimento da história do povo judeu, seus costumes e tradições.
  A interação com pais e familiares, e com os diversos departamentos do clube, fazem parte da nossa proposta pedagógica,
compartilhando e vivenciando datas importantes do calendário judaico. Propiciamos, assim, a troca de experiências e infor-
mações.
  Objetivos gerais da Cultura Judaica
  • Promover situações e vivência que possibilitem, ao aluno, o desenvolvimento das bases para a construção de sua
identidade judaica;
  • Conhecer fatos marcantes da história do nosso povo, seus costumes e tradições e valores éticos;
  • Introduzir o ensino da língua hebraica, por meio de festas judaicas, desenvolvendo o vocabulário.

  2
      As escolas foram organizadas, na ordem alfabética de seus nomes
  3
      Em Mishlei XXII-6 / Provérbios, capítulo 22, versículo 6
  4
      Citações extraídas do livro Rumo a uma vida significativa - A sabedoria do Rebe Menachem Mendel Schneerson

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Escola Complementar Olami Infantil
       A escola é um espaço de vivência judaica, não formal, cujo objetivo é proporcionar aos seus integrantes, ferramentas
     para a vivência do Judaísmo em toda sua plenitude. Assim, conhecem, sentem e se identificam com nossa cultura e apro-
     ximam-se da realidade judaica e israelense. A proposta do Olami consiste em uma variedade de projetos, abrangendo
     as áreas de: chaguim, ivrit (hebraico), identidade e valores judaicos e o Shabat. Os objetivos para o Gan (Jardim-de-
     infância):
       • Iniciação de vocabulário em ivrit por meio da estruturação de frases simples;
       • Reconhecimento e escrita do nome e
       • Reconhecimento dos nomes dos amigos.

       Colégio I. L. Peretz – Acrelbi (Associação Cultural Religiosa Brasileira Israelita)
       O Colégio I.L. Peretz visa a uma formação multi e intra-disciplinar, humanística e científi-
     ca sob a perspectiva privilegiada do Judaísmo, como forma de ver, sentir e viver a sua particularidade.
     Assim, é sua meta proporcionar a seus educandos os instrumentos da competência e da auto-realização pessoal, ao mes-
     mo tempo em que os prepara para o desempenho da cidadania consciente, criativa e atuante no Brasil, na comunidade
     judaica e aonde quer que os caminhos de suas existências os levem.
        Considerando que o I. L. Peretz deve estar atento às reformulações pedagógico-didáticas exigidas pela globalização,
     pelo avanço tecnológico e pelas necessidades que o país tem para converter-se em uma nação avançada, esta instituição,
     como Escola Judaica, não pode prescindir da família - dos pais de seus alunos, na tarefa de educar judaicamente. Só a
     parceria família/ escola poderá proporcionar sentido na construção de uma identidade judaica responsável, consciente e
     aberta para o mundo, para que nossos jovens, ciosos de sua especificidade, conservem suas relações com as tradições,
     com a comunidade e com Israel.

     Sociedade Hebraico Brasileira Renascença
       Sendo uma Escola Judaica, A Sociedade Hebraico Brasileira Renascença norteia seu projeto político-pedagógico em
     princípios e valores, baseados nos três aspectos da filosofia judaica
       “... sobre três pilares, sustenta-se o mundo: Tora (Leis), avoda (Trabalho) e gmilut chassadim (Justiça Social).”5
       • Tora - este conhecimento se dá por meio do entendimento, análise, conclusão, apropriação e conceituação própria.
     Princípio da REFLEXÃO.
       • Avoda - assimilados os princípios da Tora, este se transforma em vivência e passa a aplicá-lo no cotidiano. Princípio
     da AÇÃO.
       • Gmilut chassadim - neste fundamento, o coletivo transcende o individual, como elo de união e compromisso com a
     sociedade. Princípio da TRANSFORMAÇÃO.
       Pelo trabalho com a Cultura Judaica, criamos condições, para que nosso aluno possa ter uma postura pró-ativa na
     comunidade, construindo sua identidade, descobrindo-se como parte importante e atuante de nossa cultura, por meio da
     apropriação de um língua comum e da história de recordação do passado. Reconhecendo os valores aprendidos, possi-
     bilita-se a continuidade da preservação da cultura. A participação ativa dos alunos em atividades faz com que eles sejam
     parte integrante do universo judaico inserido na sociedade.

       Kitá Legal
       A Kitá Legal é um curso de Cultura Judaica, para crianças de 3 a 10 anos . Sendo um curso de educação complementar,
     a proposta da Kitá Legal é a de ensinar os principais aspectos da Cultura Judaica de maneira informal, lúdica e criativa.
       Os principais objetivos da Kitá Legal são: promover a construção da identidade judaica da criança e fortalecer o co-
     nhecimento sobre os fundamentos da Cultura Judaica - religião, tradição, costumes, história e personagens. Outras metas
     importantes da Kitá Legal são aproximar e envolver as famílias das crianças ao Judaísmo, criar momentos de grande
     vivência em torno dos conteúdos e ensinar um vocabulário básico do tema discutido, em hebraico.
       A prática obtida, nos 18 anos em que ministramos este curso, permite-nos avaliar que o método de ensino usado,
     que considera a chavaia (vivência positiva) - como fator primordial no ensino, pode levar a criança a adquirir uma rica
     experiência judaica.
       Neste sentido, procuramos trabalhar com os aspectos culturais e religiosos presentes nas histórias do Tanach (Bíblia), nos
     contos judaicos, nos principais chaguim (festas), nas tradições e costumes do povo judeu. Como parte da Cultura Judaica,
     a Língua Hebraica também está presente nas aulas, promovendo a aprendizagem de um vocabulário básico de acordo com
     cada tema proposto. As crianças maiores de 8 anos têm a oportunidade de aprender, de maneira lúdica, o alef-beit (alfabeto)
     e seu uso.




       5
           Em Pirkei Avot / Ética dos Pais, capítulo 1, versículo 2




10
Instituto de Ensino Lubavitch
   “Ki haadam etz hassade.”
   “O homem é comparado à árvore do campo.”
   Assim com uma árvore, que, para crescer forte e saudável, deve ter sua semente nutrida desde a plantação, devemos
também investir na educação de uma criança desde os seus primeiros anos de vida, para que cresça uma “árvore carre-
gada de valores, Tora e mitzvot”. Cada orientação que damos a uma criança influenciará seu comportamento e caráter
quando crescer. Como está escrito:
   “Ze hakatan gadol ihie”
   “Este pequeno, grande será.”
   No Instituto de Ensino Lubavitch, temos o prazer de oferecer, às nossas crianças, um ambiente judaico e chassídico,
onde cada criança é individualmente valorizada e nutrida. Encorajamos cada uma a explorar o mundo, aprender a fazer
parte de um grupo, e resolver problemas de maneira construtiva.
   O Lubavitch se empenha, constantemente, em criar um ambiente caloroso, alegre e amigável, com uma equipe de
professores responsáveis, cujas prioridades são sempre o bem estar das crianças. O Instituto divide, com o lar, este im-
portante papel de educar a criança, para que cresça feliz, interessada, responsável, com valores e temente a D’us. Vemos
cada criança como um indivíduo, merecedor de respeito e atenção. E, para que ela cresça sabendo respeitar os outros,
incentivamo-na a descobrir caminhos de comunicação e cooperação.
   Respeitando sempre as habilidades e personalidade de cada criança, nosso método de trabalho enfoca um crescimento
saudável social e, emocionalmente, fundamental, para a criança aprender a crescer. Nestes primeiros anos da educação
de uma criança, transmitimos noções básicas de iahadut (Judaísmo) e alfabetização, por meio de experiências e vivên-
cias.
   Garantindo a individualidade de cada uma, e respeitando os diferentes meios que cada criança procura para acessar
seus conhecimentos - e para ajudarmos cada uma a identificar situações emocionais, e crescer forte para tomar decisões,
construir uma personalidade e auto-estima positiva - trabalhamos e planejamos o nosso dia-a-dia, dentro das seguintes
propostas:
   • Inteligências Múltiplas (baseando-nos na teoria de Howard Gardner, sobre as oito inteligências)
   • Inteligência Emocional (baseando-nos na teoria de Solowey sobre o Q.E.6)
   • Centros de Aprendizagem Cooperativa (baseando-nos na teoria de Horaa Mutemet, Ensino para a Diversidade)
   E, como fazemos isto?
   Com muito amor! “Palavras que saem do coração entram no coração”
   Além disso, acreditamos na lógica de que o/a professor/a que ensina com amor fará com que a criança o/a ame. A
criança que ama seu/sua professor/a amará aquilo que ele lhe ensina. A criança que amar os valores da Tora amará,
também, a Tora e D’us. Ou seja, o/a professor/a é um elo entre a criança e D’us!!!
   Quando D’us criou o homem, Ele disse: Faremos (no plural) o homem. Para que se torne “um homem”, a educação de
uma criança depende de uma sociedade entre pais, educadores e D’us.
   Que possamos sempre ter muito sucesso nesta empreitada!!!

   As festividades judaicas representam um dos sinais que reunificam o povo judeu, transmitindo para todos, ao mesmo
tempo, os mesmos valores, conteúdos e tradições, fazendo com que todos sintam, juntos, momentos únicos de espiritua-
lidade e pertinência. A importância destes chaguim na Educação Infantil é inquestionável, e a conscientização da impor-
tância dos conteúdos adequados à faixa etária se vai expandindo. Os princípios que nos orientaram para o planejamento
e a escrita deste material foram os da adequação dos conteúdos e das estratégias ao desenvolvimento infantil.




  6
      Q.E. – Coeficiente de Inteligência Emocional




                                                                                                                           11
O que é um chag?
        “As festividades elevam o homem do plano superficial do dia-a-dia, da mesma forma que as montanhas se elevam do
     nível da superfície da Terra”. Esta é a visão do grande poeta Chaim Nachman Bialik, um dos primeiros autores que escre-
     veram em língua hebraica moderna para crianças na idade infantil, valendo-se de grande sensibilidade para tal. “Quem
     chega ao alto de uma montanha, seu horizonte fica maior e mais amplo, oferecendo novas proporções à sua vida”. Como
     acontece com quem se encontra no alto de uma montanha e respira um ar mais puro, segundo Bialik, o homem que
     celebra uma festa, um pico no tempo, eleva-se da rotina do dia-a-dia.
        Os chaguim, demarcados para o homem organizar seu calendário, valorizam o ciclo das estações e as mudanças que
     ocorrem na natureza. Festejando dias sagrados, em meio a dias normais, revela-se, no homem, a aspiração a se elevar a
     picos comemorativos, voltando no dia seguinte à rotina corriqueira. Para assinalar este pico no tempo usa-se, em hebrai-
     co, a palavra chag, cujo radical semita (de três consoantes) pode ser tanto chet guimel guimel (‫ )חגג‬como chet vav guimel
     (‫ .)חוג‬Se considerarmos esta última, poderemos notar que transmite, também, a noção de chug, ou seja, um círculo, em
     torno do qual cada participante se situa em um ponto eqüidistante, possuindo todos a mesma importância em todos os
     pontos, e, assim, aumentando, a sensação de pertinência, segurança emocional e consolidando sua identidade cultural.
     Outra forma de explicar é considerar o radical chet guimel guimel, que deriva o verbo lachgog, cujo significado é festejar.
     Ou seja, por meio do chag, podemos festejar os fechamentos de alguns ciclos/círculos na vida do homem, e a abertura
     de outros novos.

       Para que precisamos de chaguim?
        O chag é um dia especial e diferente de outros dias, que retorna a cada ano respeitando o calendário. Nestes dias, são
     realizadas cerimônias ou comemorações, atos simbólicos, designados a demarcar acontecimentos que tiveram sua origem
     na história, na religião ou na natureza. Sejam as origens do chag fontes históricas (guerras, conquistas, vitórias), fontes
     religiosas (a gênese do mundo, a Lei de Moisés), fontes ligadas ao homem e à sociedade ou fontes ligadas à natureza, o
     que transformará um dia normal em dia de chag será a importância que o homem e o povo lhe atribuírem. Cada povo
     cultiva suas festividades e comemorações, tecendo laços por entre suas fontes religiosas e históricas, e suprindo neces-
     sidades sociais, econômicas e culturais. Assim, cada festividade estará conectada diretamente à cultura de um povo, aos
     costumes, tradições, folclore e crenças.
        Cada chag é baseado numa idéia central, num eixo. É a própria realização deste chag, no entanto, que tem a função
     de trazê-lo à nossa consciência, por meio do uso de símbolos, motivos, sensações espirituais, além das cerimônias tradi-
     cionais e religiosas.
        Alguns elementos fundamentais que caracterizam um chag são: uma data demarcada ou convencionada no calendário
     (sugerindo a possibilidade da comemoração conjunta, cultivando a sensação de pertinência ao povo), os conteúdos e
     símbolos específicos (típicos para cada chag), a função deste chag na comunidade (uma oportunidade para nos reunir-
     mos e nos sentirmos parte de um todo, com um objetivo comum), as preparações espirituais e materiais e a criação de
     um ambiente especial (a partir, p. ex., do uso de luzes – cada chag com sua luz, comidas especiais, roupas, enfeites e
     decoração, seguindo seus costumes), além da parte litúrgica (rezas, canções e versos, entre outros).

       Qual o significado do chag para a criança na idade infantil?
        Desde a idade mais jovem, a criança desenvolve sua percepção, por meio do uso dos sentidos, para captar o que o
     ambiente e as pessoas significativas lhe oferecem. Os chaguim são excelentes oportunidades para alimentar os sentidos,
     fazendo com que a criança aprenda vivenciando, p.ex., a visão das cores das velas de Chanuka ou a sensação do calor
     da fogueira de Lag Baomer, o cozimento, aroma e sabor dos pratos típicos, o som do raashan, em Purim, das canções e
     rezas, a dança e a dramatização. Tudo isto faz com que a criança participe ativamente, tanto na preparação como na rea-
     lização da festividade. Para a criança na idade infantil, o chag terá significado, dependendo do que vivenciar e absorver,
     ao participar de atos, atividades, brincadeiras e jogos, assim como da própria comemoração da festa, na escola e em casa.
     Os símbolos e motivos, repetidos a cada ano, despertam a curiosidade da criança, fazendo com que, gradativamente, vá
     conhecendo e se interessando por seus significados.
        Crianças na idade infantil se encontram nos estágios sensório-motor e pré-operacional, quando o aprendizado acontece
     pela ação direta com materiais e pessoas em seu entorno. Consequentemente, a forma mais adequada de ensinar crianças
     nesta idade é oferecer-lhes oportunidades, para vivenciarem experiências concretas, quando terão um papel ativo.
        O Judaísmo, compreendendo e sendo sensível às necessidades das crianças desde a idade mais jovem, proporciona
     vários meios concretos para envolvê-las em todos os chaguim, incentivando sua participação ativa, seja segurando velas
     em Chanuka, ajudando na construção da suka, seja balançando o lulav, beijando a Tora ou batendo os pés ao ouvir o
     nome de Haman na leitura da Meguilat Esther.
        Ano após ano, desde a mais tenra idade, retornando às mesmas ações e costumes, entoando as mesmas canções,
     provando as mesmas comidas tradicionais de cada festividade, dançando as mesmas danças, a tradição se vai tecendo
     e se fortalecendo e, ao mesmo tempo, constrói-se a memória do chag. Por meio da mediação significativa do adulto,




12
acrescentam-se conteúdos e saberes, adequados ao nível de desenvolvimento da criança, oferecendo significado às suas
sensações e emoções e, consequentemente, aprofundando sua identidade judaica a cada ano.
   O chag pode ser visto em várias dimensões. Podemos oferecer à criança a oportunidade de sentir-se ligada a aconteci-
mentos importantes do passado de seu povo e, ao mesmo tempo, ser construtora participante deste povo, no presente,
por meio da realização e comemoração da festividade. Por outro lado, pelo uso adequado dos símbolos, a criança poderá
conhecer idéias e valores humanos sociais, que todo povo almeja para o futuro de seus filhos. Consequentemente, para
cultivar tais dimensões, é reservado um papel central à instituição educacional judaica, no oferecimento de boas oportu-
nidades para cultivar a cultura e a tradição do povo judeu.
   Do ponto-de-vista afetivo e emocional, o chag na idade infantil tem, como função, oferecer várias oportunidades
para a criança sentir prazer, alegria e pertinência, por meio de vivências positivas, do jogo e da brincadeira. A criança,
ao se encontrar com o mundo adulto, aprende gradativamente a interagir com ele, realizando rituais e costumes, vistos
por ela como brincadeiras. Esta tem, no adulto, um parceiro constante, o que aumenta sua auto-estima e fortalece sua
identidade. Ademais, a comemoração dos chaguim representa um marco no tempo, com pontos de referência especiais,
assim ajudando a criança a construir seu próprio conceito de tempo. “Antes”, “depois”, “ano passado” - conceitos que
possibilitam a organização pessoal da criança, tanto afetiva como cognitiva, auxiliam-na a se posicionar na seqüência
periódica do tempo.
   Nesta faixa etária (3-6 anos de idade), temos que considerar que a dimensão histórica, baseada na percepção do tempo,
ainda está em construção. Levando em conta as características do desenvolvimento da criança nestas idades, ao contar-
mos uma história, devemos colocar a ênfase na parte vivencial, sem nos atermos em demasia ao significado histórico ou
à seqüência do tempo. Por meio da experiência que a criança vivencia, juntamente com sua participação ativa e a rea-
lização dos costumes, os acontecimentos interligar-se-ão e servirão, no futuro, de base para a construção do significado
mais completo da história de cada chag.
   A chaguiga, ou festejo do chag, representa apenas uma parte do chag. Este, que começa ao anoitecer, continua até seu
final, enquanto que a chaguiga tem seu tempo mais curto e definido. Este evento, de grande importância na instituição
educacional, representa uma boa oportunidade para a criança participar ativamente, sentindo-se parte de um todo (hine
ma tov uma naim, shevet achim gam iachad, Eis o que é bom e agradável, os irmãos sentados juntos), quando podemos
transmitir mensagens, valores e costumes ligados ao chag e à tradição do povo.

  Quais seriam os principais objetivos, ao festejarmos os chaguim na
  escola judaica de Educação Infantil?
  • Criar boas oportunidades para a criança vivenciar os costumes e tradições de cada festividade;
  • Fortalecer, na criança, a identidade judaica e a sensação de pertinência social;
  • Enfatizar a importância e o papel da tradição, da história e dos costumes;
  • Promover valores sociais, tais como liberdade, amor e ajuda ao próximo, responsabilidade social, honestidade e pertinência;
  • Oferecer boas condições para a criança sentir-se contente e satisfeita nas festividades;
  • Promover oportunidades para envolver a família da criança nas comemorações da escola;
  • Criar oportunidades para a criança conhecer os diferentes costumes das várias comunidades, promovendo a tolerân-
cia com todos.

  A organização deste material
  A justificativa para o uso das obras, citadas como referencial teórico na Lista de Conteúdos, está ligada ao que enten-
demos que venham a ser os componentes de um currículo de Cultura Judaica para a Educação Infantil de qualidade,
relevante e adequado ao contexto sócio-cultural local. O uso do Referencial Curricular de Israel se justifica pela relevância
deste no que diz respeito aos conteúdos de Cultura Judaica adequados à idade infantil. O Referencial Curricular Nacional
do Brasil nos serviu de guia e ligação com a cultura local. Já o estudo da Abordagem de Adequação ao Desenvolvimento
nos tornou mais sensíveis às necessidades e características da idade infantil. Por fim, as Propostas Pedagógicas das Escolas
Judaicas participantes nos nortearam quanto à necessidade de respeitarmos a diversidade e praticarmos a tolerância.
   Os exemplos descritos neste projeto são frutos de um processo que incluiu a divisão das festividades e comemorações
entre as escolas, ficando cada uma responsável pela escrita de uma festividade, respeitando o modelo designado (vide
Anexo 4).
  No processo de elaboração deste material, foram organizados encontros em datas próximas às festividades/ come-
morações. A escola, responsável pela escrita da festividade/ comemoração do momento, recebeu a visita do grupo de
participantes em sua escola. Segue, abaixo, a lista dos chaguim e das escolas responsáveis pela organização e escrita do
material:
                  Rosh Hashaná: Olami;                                                Purim: I. L. Peretz;
             Iom Kipur: Ensino Judaico Sul;                                      Iom Haatzmaut: Beit Yaakov;
     Sukot: Todas em parceria, revisão Lubavitch;                                    Pessach: C. N. Bialik;
                 Simchat Tora: Hebraica;                                             Lag Baomer: Gani TT
   Chanuka: Todas em parceria, revisão Kitá Legal;                                   Shavuot: Renascença
                 Tu Bishvat: Esc. Gani TT;




                                                                                                                                  13
Os materiais, escritos pela equipe-autora, foram enviados às escolas a tempo, por correio eletrônico e, no encontro
     do grupo, cada escola acrescentou seus projetos/ atividades ao planejamento, já elaborado e registrado, da festividade/
     comemoração, além de agregar o inventário de materiais de sua escola - tornando-se um material de todas, de inédita
     autoria coletiva.
       Para facilitar a elaboração de um material que permita à educadora colocar em prática os objetivos, desenvolvemos um
     modelo de escrita para todas as festividades, que tem, como proposta, servir como guia para o planejamento e organiza-
     ção dos conteúdos, temas e estratégias. Este modelo de escrita, que representa apenas uma sugestão, foi praticado por
     cada escola, em separado e em parceria com todas as escolas, em duas das festividades (Sukot e Chanuka).
       Os inventários, organizados segundo o material que cada escola possui, têm, como objetivo principal, abrir o leque de
     possibilidades para pesquisar materiais de outras escolas, além de servir como guias de materiais potenciais para cada
     chag.
       Seguindo um processo natural, esperamos que o próximo passo seja o de um trabalho mais intenso de parcerias entre
     as escolas, cada qual respeitando as diferenças e as características das outras, que, como afirmado anteriormente, tanto
     enriquecem a Cultura Judaica.
       Esperamos, com isso, poder contribuir para o planejamento e a organização do material referente à Cultura Judaica nas
     escolas de Educação Infantil e, principalmente, para ampliar as possibilidades dos educadores, com respeito à pesquisa
     e ao uso das atividades propostas.
       Finalmente, e não menos importante, esperamos que este trabalho favoreça e promova a construção da identidade
     judaica das crianças que estudam nas escolas infantis de Cultura Judaica, assim como a aquisição de saberes sobre nós
     mesmos e sobre o mundo que nos rodeia.




       Eize Chag Li                             Que festa tenho eu

       Eize chag li, eize chag li,              Que festa tenho eu
       Chag iachid umeiuchad li                 Festa única e especial
       Gam hashemesh meira li haiom pi assara   Até o sol também se ilumina, hoje, dez vezes mais
       Eize chag li eize chag.                  Que festa tenho eu.

       Or nerot, birkat oreach                  A luz das velas, a bênção de um visitante
       Chag sameach, chag sameach               Boas festas, boas festas
       Hassimcha po ad hagag                    A alegria chega até o céu
       Eize eize eize chag                      Que festa
       Eize chag li, eize chag.                 Que festa tenho eu.

       Haprachim, haor haiain                   As flores, a luz, o vinho
       Hadima biktze haain                      A lágrima na pontinha do olho
       Hachultza halevana                       A blusa branca
       Chag haiom bechol pina                   Hoje tem festa em cada canto
       Eize chag li eize chag li.               Que festa
                                                Que festa tenho eu.
       Iom shel chag kmo iom huledet
       Shir balev veor bacheder                 Dia de festa como aniversário
       Mi sheba baruch haba                     Uma canção no coração, a luz iluminando a sala
       Chag nifla toda raba                      Quem vier, será bem vindo
       Eize chag li eize chag.                  Que festa fabulosa, agradecidos,
                                                Que festa tenho eu.




14
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Maagal Hashana.
Madrich tochnit haavoda laguil harach.
Almanaque do Tzivot HaShem.
Around the Jewish Calendar.
Holiday greatest songs.
Integrating the Multiple Intelligence Theory into a Judaic Curriculum.
Jewish Every Day.
Jewish Holiday Crafts, Arts & Crafts.
The Jewish holiday card game.




                                                                                         Sugestões de sites
http://www.education.gov.il/preschool
http://www.users.ms11.net/
http://www.bluemountain.com
http://www.members.iol.co.il/yakov
http://www.chabad-lubavitch.com
http://www.bible.co.il
http://www.holidaynotes.com
http://www.hareshima .com/
http://www.greetme.com
http://www.snunit .k.12.il/subjects/holidays 1.html
http://holidays.bfn.org
http://www.geocities.com
http://jajz-ed.org.il/ivrit
http://www.angelfire.com
http://www.jajz-ed.org.ul/festivals/index.html
http://www.perpetualpreschool.com
http://aish.com/holidays
http://www.e-chinuch.com
http://www.vjholidays.com
http://www.lilmodebsimcha.com
http://www.galim .org.il
http://www.yahoo.com
http://www.chagim .org.il
http://www.walla.co.il
http://www.holidayfestival .com
http://www.nana.co.il
http://www.holidays.net
http://www.hop.co.il
http://www.jewishmag.co.il
http://www.jafi.org.il/hebrew/resource.html




                                                                                                                                         15
O livro disponibilizado na internet




O livro “Chaguim Laktanim” está disponível na internet no site:
   www.agenciajudaica.com.br na área “Educação”.
Rosh Hashana 19    Índice

    Iom Kipur 37


        Sukot 43


  Simchat Tora 57


     Chanuka 65


    Tu Bishvat 85


        Purim 99


      Pessach 117


Iom Haatzmaut 137


  Lag Baomer 153


      Shavuot 163


       Anexos 181

                             17
Rosh Hashana




                               SHANA TOVA UMETUKA BETACHANOT1




                                                                                                          Fontes
  Bachodesh hashvii bechad lachodesh ihie lachem kol mlechet avoda lo taasu vehikravtem isha lAdo__nai.
  “E, no sétimo mês, no primeiro dia do mês, convocação de Santidade haverá para vocês: Nenhuma obra servil farão;
dia de toque do shofar será para vocês.”
   (Números 23;1)




  Becha Ado__nai tov veishar Ado__nai al ken iore chataim baderech: iadrech anavim.
  “...Por amor do Seu bem, Senhor Eterno / São do Eterno: ‘bondade’ e ‘retidão’, / Ilumine, por isso, os pecadores, / Nos
caminhos que rumam para o bem...“
  (Salmos 25)



  1
      ‘Tachanot’ significa ‘estações, postos ou paradas (no caso) temáticas’.




                                                                                                                            19
Descrição da festa
        Rosh Hashana (cabeça do ano) é o Ano Novo Judaico,        não se limita às más ações mas, também, aos maus pen-
     cuja comemoração oferece aos indivíduos a chance de          samentos.
     refletirem, viabilizando-lhes eventuais modificações pes-         As pessoas se reúnem para dar boas vindas a um novo
     soais. Parece tratar-se de um sonho que se quer atingir      ano, celebrar suas promessas, ponderar sobre suas res-
     - o sonho de um mundo melhor, destituído de maldade,         ponsabilidades e agradecer por novas oportunidades. No
     onde viver com as respectivas famílias e amigos torna-se     entanto, a decisão Divina, tomada em Rosh Hashana, não
     algo verdadeiramente bom e agradável.                        é, ainda, a decisão definitiva. Dispomos de dez dias para
        Denominado tishrei, o primeiro mês do ano judaico         a introspecção, para o arrependimento das más ações,
     coincide, na maioria das vezes, com os meses de setem-       para nos comprometermos com objetivos importantes e
     bro ou outubro, em Israel, período de colheita, no qual      rezarmos pela misericórdia de D’us. Se Rosh Hashana é
     o toque do shofar denota seu início.                         o ‘Dia do Julgamento’, o Iom Kipur (Dia do Perdão) é o
        * O aspecto religioso                                     ‘Dia da Sentença’. O período de dez dias entre os dois
        A partir do primeiro dia de tishrei, começam os Iamim     marcos, incluindo-os, são os Iamim Noraim, considera-
     Noraim (Dias Temíveis), denominação atribuída aos dias       dos os ‘Dez Dias do Arrependimento’.
     entre Rosh Hashana e Iom Kipur, que acontecem nos dois          O estatuto que rege estes dias: Fale aos filhos de Israel,
     primeiros e décimo dias deste mês, respectivamente.          dizendo: No sétimo mês, o primeiro dia do mês será para
        Devido à antiga dificuldade de identificar o início dos     vocês descanso solene, memorial de toque de shofar,
     meses, ou do ano, por meio de reconhecimento visual          convocação de Santidade. Nenhuma obra servil farão; e
     da lua nova, rabinos determinaram que Rosh Hashana           oferecerão sacrifício queimado ao Eterno. E falou o Eter-
     seria celebrado por dois dias, tanto em Israel como na       no a Moisés, dizendo: ‘O décimo dia deste sétimo mês
     diáspora.                                                    é o ‘Dia das Expiações’; convocação de Santidade será
        Ao contrário de outras festividades, Rosh Hashana não     para vocês, e afligirão suas almas e oferecerão sacrifício
     tem caráter agrícola. Sua comemoração destaca a relação      queimado ao Eterno”. E nenhuma obra farão neste mes-
     do homem com D’us ou, mais especificamente, a aceita-         mo dia, porque é ‘Dia das Expiações’, para expiar por
     ção do Reino do Divino, Que conhece e julga cada um          vocês diante do Eterno, seu D’us. Porque toda alma que
     de Seus servos.                                              não se afligir neste mesmo dia será banida de seu povo.
        Trata-se de uma celebração voltada ao regozijo, duran-    E toda alma que fizer alguma obra neste mesmo dia,
     te a qual os homens recordam, com receio, seus feitos        destruirei aquela alma do meio do seu povo. Nenhuma
     do ano, pois parte-se do princípio de que todos os atos      obra farão; estatuto perpétuo será para suas gerações,
     exigem prestação de contas. O motivo da comemoração          em todas as suas habitações. Dia de descanso solene é
     de Rosh Hashana compreende três momentos: passado,           para vocês, e afligirei suas almas; aos nove dias do mês,
     presente e futuro. O passado remete à Criação (Gênese)       à tarde, de uma tarde a outra, celebrarão seu dia de des-
     do primeiro homem (Adão) e, sendo assim, ao Criador          canso. (Levítico 23; 24- 31,).
     cabe reinar e julgar todos os homens (aniversário da            Os principais temas das preces de Rosh Hashana e
     Criação). O presente refere-se à nossa expectativa, frente   Iom Kipur são: a Majestade de D’us, Criador do universo;
     ao ‘Dia do Julgamento’, e o futuro visa à continuidade da    a fragilidade do homem e sua dependência da piedade
     crença e do Reinado de D’us. No ‘Dia do Julgamento’,         Divina; a tshuva e as boas ações: sua importância na ab-
     as pessoas fazem seus inventários e acredita-se que o        solvição no julgamento; o sofrimento do povo judeu; o
     Eterno julga e decide o que irá acontecer com cada um,       perdão e a confissão dos pecados (Machzor).
     no ano que começa.                                              Em Iom Kipur, o último desses ‘Dias Temíveis’, quando
        O livro de rezas utilizado pelos judeus, durante todo     o sol se põe, o toque do shofar ecoa pelos cantos de
     este período, é chamado Machzor, que é uma criação           todo o universo, anunciando o término do julgamento.
     coletiva de sábios judeus, que seguiram o mandamento         Portanto, a sorte dos homens para o ano que se inicia já
     talmúdico de Iiun Tfila, realizando, assim, uma imensa        está selada.
     coletânea de seleções e paráfrases da Bíblia, da Mish-          Na religião judaica, o arrependimento, nesse dia, dá-
     na, da Gmara, dos Midrashim e do Zohar. Seu acervo           se entre o homem e seu Criador e, de acordo com a Lei
     litúrgico conserva o espírito do monoteísmo, expresso        Judaica, visa ao futuro. Não existe nenhuma forma de
     em suas orações e é direcionado à penitência e ao arre-      confissão perante um ser humano. Confissão é o sussur-
     pendimento.                                                  ro de toda uma congregação, feita em uníssono; não é o
        Tshuva significa, tradicionalmente, ‘retorno’: retorno     desabafo dos males de cada um, é a expressão de uma
     aos valores e às práticas do Judaísmo. Ocorre quando os      responsabilidade coletiva. O judeu não reza unicamente
     indivíduos deixam de cometer pecados e determinam,           por seu bem-estar individual, mas por todo o povo, pois
     em seu íntimo, que mais não os farão, sendo que esta         sabe que os filhos de Israel são fiadores uns dos outros.




20
Em Israel                            Nomes da festa
   A festividade se dá no início do outono, no mês de           Rosh Hashana
tishrei. Coincide com o início do ano letivo e, portanto,       É o dia em que o Ano Novo Judaico se inicia, ou seja,
o início de um novo ciclo. Apesar disso, é uma festa com     a ‘cabeça do ano’. Assim como a cabeça do homem é a
uma certa dualidade: marca o fim de um ano e início de        parte do corpo que comanda todo o resto, Rosh Hasha-
outro. Esse tema é bastante explorado, pois Rosh Hasha-      na é o momento crucial, que comandará o resto do ano
na, além de ser a primeira festa do calendário judaico, é,   de cada um. À idéia do tempo, unem-se conceitos de
também, o momento em que podemos parar para fazer            responsabilidade e de julgamento.
nossas reflexões sobre esse novo período que se inicia e
sobre aquele que se encerrou.                                  Iom Trua (Dia do Soar)
                                                               O dia em que se deve fazer soar o shofar.


          Mensagens das escolas                                Iom Hadin (Dia do Juízo)
                                                               Nesse dia, cada um comparece ao Tribunal (celestial),
                                                             para um julgamento perante o Criador.
   Sugerimos este texto para ser enviado aos pais antes
de Rosh Hashana, a fim de refletirem sobre a importân-
                                                               Iom Hazikaron
cia da continuidade de nossa tradição, e da necessidade
                                                               (Dia da recordação) Os sábios acreditavam que o to-
de união para a educação dos nossos filhos.
                                                             que do shofar, em Rosh Hashana, despertaria a recorda-
   As vozes do shofar
                                                             ção de arrependimento em cada pessoa.
   Já sabiam nossos sábios antepassados que o homem
aumenta a força de sua memória ao ver e ouvir. Diversos
instrumentos musicais remetem o ouvinte a alegria, tris-
teza, luto, choro, receio ou animação.
   O principal objetivo do shofar é despertar e abalar os
corações dos que o escutam. As vozes do shofar, entre-
tanto, não são iguais. Soam de três maneiras diversas:
a primeira, tkia, consiste num som simples; a segunda,
trua, compõe-se de nove toques breves e a terceira, shva-
rim, compõe-se de três toques sucessivos, cada um dos
quais é tão longo quanto os três sons breves no gênero
trua, de maneira que shvarim equivale a nove toques.
   Alguns interpretam essas vozes, de acordo com o que
os inspira. Assim, tkia, ou toque simples, seria motivo
para alegria e admiração; trua, um toque atemorizador,
e shvarim inspiraria alegria e tristeza ao mesmo tempo.
Para abranger todas as sensações, é preciso tocar nas
três vozes.
   Segundo um rabino contemporâneo, esses diversos
toques do shofar recordam as três idéias fundamentais
do povo judeu: a trua recorda a fé religiosa – seu tom é
simples e reto como a religião judaica; shvarim recorda
o destino do povo judeu, que nem sempre foi reto, mas
quebrado e sacudido muitas vezes; trua lamenta, com
seu tom elegíaco, a situação da Tora, que nem sempre
foi próspera.
   O principal, no toque do shofar, é um convite para
cancelarmos o ódio sem razão e despertar amor, união
e paz.

Se existir guerra, que seja de travesseiros
Se existir fome, que seja de amor
Se for para esquentar, que seja do sol
Se for para enganar, que seja o estômago
Se for para chorar, que seja de alegria
Se for para perder, que seja o medo
Se for para cair, que seja na gandaia
Se for para ser feliz, que seja para sempre.
SHANA TOVA!
(Olami)




                                   ROSH HASHANA                                                                         21
Símbolos e motivos, usos e costumes
        Shofar                                                                          Em Rosh Hashana, o shofar é tocado em mussaf (ser-
        O shofar é um chifre de carneiro, utilizado como ins-                         viço religioso, depois do almoço). A Tora ordena que to-
     trumento de sopro por homens e considerado um dos                                quemos o shofar no primeiro dia da festa, mas os sábios
     mais antigos, dado que já era conhecido e tocado na                              estenderam o costume, para que escutemos o toque do
     época de Moisés. Não se pode atribuir grande importân-                           shofar também no segundo dia.
     cia no campo musical ao shofar, pois não produz notas                              Este instrumento representa a misericórdia de D’us
     suaves ou delicadas. Entretanto, apresenta especial signi-                       para com os homens. Não é tocado no Shabat, apesar
     ficado espiritual, uma vez que seu som induz à reflexão                            do toque ser considerado arte, e não trabalho. Seu toque
     e ao arrependimento. Uma de suas principais funções                              representa a aliança entre D’us e o povo de Israel.
     é alertar para tanto o início como o término dos ‘Dias
     Temíveis’. Sua característica mais marcante é inspirar re-                         Tapuach bidvash (maçã com mel)
     verência por meio de seu ecoar, irradiando sentimentos                             Na noite de Rosh Hashana , durante a refeição, costuma-
     de arrependimento e humildade.                                                   mos comer alimentos que simbolizem a esperança de um
        O motivo de ser confeccionado com um chifre de car-                           ano bom e doce; por isso, comemos tapuach bidvash.
     neiro remete à época do patriarca Abrahão, mais especi-
     ficamente, à passagem que trata do sacrifício de seu filho                           Chala agula (pão trançado redondo)
     Isaac. A recordação de Akedat Itzchak (O Sacrifício de                             Simboliza a continuidade e o cíclico. E, especificamente
     Isaac), em Rosh Hashana, serve como fonte de inspira-                            em Rosh Hashana, simboliza o ano que está começando.
     ção em relação ao auto-sacrifício e à entrega dos homens
     a serviço de D’us. No decorrer destes dias, são três os                            Kartissei bracha
     tipos de toque que escutamos:                                                      (cartões de votos, bênçãos e congratulações)
        - tkia: som longo e uniforme;                                                   Cartões enviados entre familiares e amigos, nos meses
        - shvarim: som entrecortado em três notas médias                              de elul e tishrei (último e primeiro meses do ano judaico,
        - trua: som entrecortado em nove sons mais curtos.                            respectivamente) até depois de Sukot, com desejos para
        Um dos maiores sábios judeus, Saadia Gaon (824-943),                          um ano novo e doce. A origem deste costume é da me-
     descreve mais alguns motivos, bastante significativos,                            tade do século XIX. Aparentemente, foi na Inglaterra que
     para o toque do shofar, durante a celebração. Em Rosh                            os cristãos começaram a imprimir e enviar mensagens de
     Hashana, aniversário da Criação, suas funções são:                               Natal e de Ano Novo.
     • proclamar a soberania do Criador;                                                Este costume chegou aos Estados Unidos e, de lá, es-
     • advertir o povo sobre o destino de sua vida;                                   palhou-se por todo o Ocidente, atingindo também os
     • lembrar a Revelação no Monte Sinai;                                            judeus. Os primeiros cartões que se destacaram por sua
     • trazer a advertência e a exortação dos profetas;
                                                                                      beleza foram os da Alemanha, E.U.A. e Polônia. Os te-
     • lembrar o alarme da batalha, na Judéia, no decorrer da destruição do Templo;
     • inspirar reverência e temor;                                                   mas variam de motivos religiosos, passando por ideais,
     • lembrar o Dia do Juízo;                                                        até desejos pessoais.
     • proclamar a redenção vindoura e breve restauração de Israel e                     * O costume de elaborar votos de Shana tova (Bom
     • simbolizar a esperança pela redenção final e pela ressurreição.                 Ano!) aparece, anteriormente, no livro Shulchan Aruch
        *Rambam sustenta que a única razão para o toque do                            (‘Mesa Posta’, onde se expõem leis sobre os mais varia-
     shofar, na sinagoga, é estimular o arrependimento, con-                          dos assuntos).
     forme aparece no Machzor: Acordem, vocês que dor-
     mem, e reflitam sobre suas ações; retornem e recordem                               Rosh shel dag (cabeça de peixe)
     a seu Criador. Aqueles que esquecem a verdade, com as                              Na véspera de Rosh Hashana, famílias judaicas tradi-
     necessidades da época, e perdem os anos, em busca por                            cionais colocam sobre a mesa, a cabeça de um peixe,
     coisas banais e vazias que não beneficiam nem salvam;                             concretizando a idéia de início de ano. Há pessoas que
     fixem-nos em suas almas e melhorem seu caminho e                                  costumam cozer guefilte fish (bolinhos de peixe), justa-
     ações? Que cada um abandone seu mau caminho e seu                                mente por ter um formato redondo.
     mau pensamento e regresse a D’us, para que Ele possa                               Rimon (romã)
     ter misericórdia de vocês.                                                         Costuma-se comer rimon, em Rosh Hashana, pois há
        O shofar, literalmente ‘chifre’. Foi tocado em várias                         o desejo de que, no ano que está para começar, os di-
     ocasiões: pela primeira vez, no Har Sinai (Monte Sinai),                         reitos do ser humano se multipliquem, assim como a
     quando da entrega das Tábuas da Lei, contendo os Dez                             quantidade enorme de caroços/ sementes que existem
     Mandamentos; ou, p. ex., na chegada da Lua Nova, no                              dentro do rimon.
     Beit Hamikdash, junto com as cornetas. Também em
     1967, quando Israel reconquistou o Muro Ocidental (Ko-                              *Machzor (livro de rezas, usado em Rosh Hashana e
     tel Hamaaravi ou Muro das Lamentações, como nos é                                em Iom Kipur).
     conhecido), em Ierushalaim, ele foi tocado. Reza a tra-                             Em hebraico, tal título significa ‘ciclo’. Nele, estão con-
     dição, ainda, que o Profeta Elias tocará o shofar, para                          tidas orações, passagens bíblicas, talmúdicas e poemas
     anunciar a chegada do Messias.                                                   religiosos. As orações apresentam três temas fundamen-
                                                                                      tais da fé judaica: D’us é Rei, Juiz e Legislador.




22
*Tashlich (lançamento)                                       nós. Ele suprimirá nossas iniqüidades; sim, vocês jogarão
   É um costume realizado pouco antes do pôr-do-sol,            seus pecados às profundezas do mar.
na tarde do primeiro dia de Rosh Hashana, às margens              O Maharil (Rabi Moshe Halevi) nos fornece uma ex-
de um rio, lago, mar, ou água corrente qualquer, onde           plicação mais completa sobre o tashlich. O midrash diz
quer que haja peixes. Preces são recitadas, seguidas pelo       que, quando Avraham e Itzchak foram ao Har Moria
ato simbólico de agitar os cantos de nossas roupas e            (Monte Moriá), para a akeda (sacrifício), precisaram cru-
invertermos os bolsos em direção às águas, ‘lançando’ e,        zar um rio, uma das formas que satan (o ‘espírito’ do
assim, ‘livrando-nos’ de nossos pecados. As preces des-         mal) usou para impedi-los de cumprirem as ordens de
pertam-nos pensamentos de arrependimento, dado que              D’us. A correnteza ameaçava levá-los, mas Avraham re-
a situação nos remete à insegurança da vida do peixe e          zou: Salve-nos, D’us, pois a água atingiu nossas próprias
ao perigo de ele ser atraído pela isca, ou apanhado na          vidas, e foram salvos da correnteza. Assim, diz Maharil,
rede do pescador. Nossa vida, também, está repleta de           nenhum obstáculo deveria impedir-nos de obedecer às
ciladas e tentações.                                            ordens de D’us. Aquele que puder mostrar o amor abne-
   Os três últimos versos do profeta Micha, recitados du-       gado de Avraham, sua prontidão para morrer pela pala-
rante o tashlich, contêm a explicação para este costume:        vra Divina, pode estar certo de que seus pecados ‘serão
   Quem é D’us como o Senhor, perdoando a iniqüidade            jogados ao mar’.
e perdoando a transgressão aos herdeiros de Seu legado.
Ele não reteve Sua ira para sempre, porque Ele Se rego-           * A única mitzva concreta de Rosh Hashana é a de
zija na bondade. Mais uma vez, Ele terá misericórdia de         ouvir o shofar, no período diurno.



                                                            O significado de Rosh Hashana
                                                           para crianças na idade infantil
   Esta festa, como a maior parte das festividades judai-       profundamente o significado de costumes e símbolos re-
cas, é rica em conteúdos, símbolos, jogos e brincadeiras        levantes, que são de valor para o povo judeu. Revela
para a criança. Para facilitar o trabalho da professora de      curiosidade em conhecer a história da festa, inclusive
Educação Infantil, são propostos três níveis gerais no en-      as origens das idéias ligadas à festividade. Outros as-
sino-aprendizagem dos conteúdos ligados à Rosh Hasha-           pectos que se podem abordar com crianças nesta faixa
na, de acordo com as características pertinentes a cada         etária são: os valores morais e nacionais ligados à festa,
faixa etária.                                                   os nomes especiais da festa, além dos nomes originais e
   De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festi-      seus significados e os costumes aceitos pela comunida-
vidade, e dar-lhe o nome usual e freqüente.                     de e pelo povo e seus significados, além das atividades
   Além disto, por meio de vivências baseadas no jogo e         agrícolas.
na brincadeira e no uso de materiais criativos, as crian-         * Nesta faixa etária, a criança já compreende o signifi-
ças poderão conhecer os símbolos da festividade: shofar,        cado das mitzvot.
machzor, tapuach bidvash, kartissei bracha, chala agula
e Beit Haknesset (casa de reunião ou sinagoga). Alguns
costumes característicos de Rosh Hashana que enfatizem                      Conceitos importantes
o “aqui e agora”, poderão ser vivenciados.
                                                                           Beit Haknesset: sinagoga (casa de reunião)
   *Nesta faixa etária, a criança conhece a única mitzva
básica: o toque do shofar. A realização da comemoração                             Rosh Hashana: ano novo
com a simbologia da festa e suas brachot na própria es-
cola é importante, para a criança poder vivenciar o chag                      chala agula: pão trançado redondo
em sua plenitude.
   De 4 a 5 anos, quando a criança já possui uma com-                                shana tova: Bom ano!
preensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus
                                                                                           dvash: mel
conhecimentos de costumes e símbolos se vão amplian-
do, assim como se vão ampliando os ambientes de vi-                          shana tova umetuka: ano bom e doce!
vência: em casa, na escola, na comunidade.
   A criança pode aprender os nomes adicionais de Rosh                       kartissei bracha: cartões com bênçãos
Hashana e seu contexto, além dos símbolos e costumes
e seus significados, vivenciados pela família e pelo am-                             shofar: chifre de carneiro
biente próximo.
   *Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as mitzvot                   rosh shel dag: cabeça de peixe
básicas e seus conceitos.
                                                                                         tapuach: maçã
   De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a
criança vai acumulando, ela passa a compreender mais




                           ROSH HASHANA                                                                                      23
Planejamento de atividades
        Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Rosh Hashana
        O trabalho realizado, por meio de tachanot é uma forma diferenciada de abranger determinados conteúdos, em di-
     ferentes graus de complexidade. A cada chag, os espaços se transformam em tachanot, de acordo com um tema espe-
     cífico. Para cada tachana, há uma professora responsável pela pesquisa e elaboração de atividades, de acordo com a
     faixa etária, criando novos desafios. As crianças podem fazer um rodízio entre as tachanot, vivenciando as atividades e
     enriquecendo-se com novas informações.
        A cada ano, a comemoração de Rosh Hashana por tachanot faz com que se pesquisem novas atividades, buscando,
     freqüentemente, renovar, fazer adequações necessárias e, ao mesmo tempo, preservar a tradição judaica. Com a prática,
     fica cada vez mais agradável comemorar desta maneira, mas a organização, para este tipo de atividade, é fundamental. As
     professoras trabalham em equipe e, em reuniões de planejamento, socializam suas diferentes idéias e práticas. Cada uma
     fica responsável por uma das tachanot. A própria pesquisa para organizar o material relevante é uma chavaia (vivência
     positiva). Na busca pelo material, a professora procura planejar a adequação para as diferentes faixas etárias.
        Todo ano, escolhe-se um tema central, que servirá de eixo e permeará todas as festas (Ex.: temas anteriores: liderança,
     família, busca da paz). Respeitando um costume tradicional, confeccionam-se kartissei bracha para as famílias, possi-
     bilitando, a todos os interessados, confeccionarem kartissim, oferecendo-lhes materiais, envelopes e selos. É possível
     organizar uma grande comemoração convidando uma companhia de teatro, alugando uma piscina de bolinhas, na qual
     são escondidas maçãs de plástico, e realizando uma competição, na qual quem trouxer o maior número de maçãs, ganha
     saches com mel.
        Outras atividades nas tachanot podem estar ligadas à culinária, planejando, para tal, a realização de receitas ligadas à
     Rosh Hashana, como, p. ex., torrões de açúcar. Costumam-se convidar, para tais eventos, outros grupos, para comparti-
     lharmos a comemoração, oferecendo-lhes papéis atuantes no evento.

                                                           Tachana musikalit: Dvash
       Escolhemos a canção Kapit shel dvash (uma colherzinha de mel), para ser trabalhada em todas as faixas etárias:
            Kapit shel dvash                                   Colherzinha de Mel
            Kapit shel dvash, kapit shel dvash                 Colherzinha de mel, colherzinha de mel
            Ossa li et haiom.                                  ‘Me’ faz o dia.
            Kapit shel dvash, kapit shel dvash                 Colherzinha de mel, colherzinha de mel
            Mi rotze litom?                                    Quem quer experimentar?
            Le____________ dvash                               Para __________ mel
            Le____________ dvash                               Para __________ mel
            Le____________ dvash                               Para __________ mel
            Niten lo (la) dvash, dvash, dvash                  Vamos dar mel, mel, mel.




                                                De 3 a 4 anos
                                             Conteúdos:
                                             dvash
                                             Objetivos potenciais:
                                             entrar em contato com o costume de comermos mel, por meio dos
                                             sentidos.
                                             Descrição:
                                             Levar para a roda uma caixa-surpresa e, dentro, um pote de mel.
                                             Estimular as crianças a imaginarem o que há dentro da caixa,
                                             dizendo: “É algo que comemos em Rosh Hashana!” Ir, aos poucos,
                                             restringindo o leque de opções, dizendo que “É algo doce” e, mais
                                             adiante, que “É produzido por abelhas”. Ao descobrirem, poderão
                                             comprovar, colocando suas mãos para balançarem a caixa, sen-
                                             tirem o pote, ou mesmo cheirarem ou verem. Ao cantar a canção
                                             Kapit shel dvash, oferecer uma colher de mel para cada criança, ao
                                             citar seu nome.
                                             Materiais e recursos:
                                             caixa-surpresa, pote de mel, fita com a canção e um gravador.




24
De 4 a 5 anos                                                        De onde vem o dvash?
Conteúdos:                                                           Conteúdos:
dvash                                                                dvash, um dos símbolos de Rosh Hashana
Objetivos potenciais:                                                Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos maçã com mel,            ampliar o conhecimento sobre o mel.
por meio dos sentidos.                                               Descrição:
Descrição:                                                           a professora pode fantasiar-se de abelha, para enfatizar a impor-
Pendurar a maçã num barbante e embebê-la com mel. Colocar a          tância do mel, para termos um ano doce como mel, e é possível
canção de fundo e convidar as crianças para tentarem morder a        visitar um apiário, para verificar a origem do mel. É costume degus-
maçã, sem utilizarem as mãos. Quando a canção terminar, acaba o      tar sal, açúcar, mel e limão, para experimentar os vários sabores:
tempo de cada uma. Ao final, ela ganha a maçã.                        salgado, doce, azedo, entre outros.
Materiais e recursos:                                                Materiais e recursos: mel, sal, açúcar, limão, entre outros; apiá-
caixa-surpresa, pote de mel, maçãs, barbante, fita com a canção e     rio; fantasia de abelha.
um gravador.

   De 5 a 6 anos
Conteúdos:
dvash
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos mel, por meio dos
sentidos.
Descrição:
levar, à roda de crianças, um cartaz previamente preparado com a
letra da canção, em forma de carta enigmática, a fim de trabalhar
a pseudo-leitura. Dessa forma, uma gravura, ou mesmo uma co-
lherzinha, substituirá a palavra kapit; uma gravura, ou um sachê
de mel, substituirá a palavra dvash e os nomes das crianças (que
já o reconhecem) serão incluídos na canção, antes que esta seja
cantada ou tocada. Dar a oportunidade a todos para provarem o
mel, cantando a canção Kapit shel dvash e oferecendo uma colher
de mel para cada criança, ao citar seu nome.
Materiais e recursos:
cartaz elaborado pelo professor, fita com a canção e um gravador.

                                             Tachanat Omanut: kartissei bracha

   De 3 a 4 anos                                                        De 4 a 5 anos
Conteúdos:                                                           Conteúdos:
kartissei bracha                                                     kartissei bracha
Objetivos potenciais:                                                Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de enviarmos cartões (kartissim)     entrar em contato com o antigo costume de enviarmos kartissim
em Rosh Hashana e sua mensagem.                                      em Rosh Hashana e suas brachot.
Descrição:                                                           Descrição:
trazer à roda de crianças um lindo kartis, em forma de maçã e sa-    antes da confecção dos kartissim, contar, para as crianças, a his-
chês de mel (um para cada criança). Explicar que, assim como dita    tória do surgimento do costume de enviarmos cartões, utilizando,
o costume da festa, todos recebem um cartão. Cada criança ga-        como recurso, a máquina de retro-projetor e fotos de kartissim
nhará um sachê e provará o seu sabor, e a professora, então, dese-   antigos. Depois da exposição, questionar “O que é uma bracha?”
jará shana tova umetuka, um ano bom e doce. Depois, proporá que      “Para quem desejamos uma bracha?” “De que formas posso en-
cada um produza seu kartis, para dar à sua família, escolhendo seu   viar uma bracha?”; “Quando faço uma bracha?” e apresentar os
próprio papel para pintar com tinta guache, seguindo algumas op-     diversos tipos de brachot. Propor que cada um faça dois cartões
ções dadas pela professora. Poderão ser no formato de tapuach ou     - um para dar à sua família e outro, para um amigo. Os materiais
pote de mel, levando em conta os símbolos mais próximos a eles.      poderão ser diversificados, uma vez que já são capazes de registrar
A mensagem trabalhada nos kartissim será shana tova umetuka,         os símbolos do chag. As mensagens trabalhadas nos kartissim se-
associando-a à bracha e à canção trabalhada anteriormente.           rão aquelas que surgirem no início da atividade.
Materiais e recursos:                                                Materiais e recursos:
cartão em formato de maçã, sachês de mel em quantidade su-           máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo
ficiente para todos na classe, papéis tipo cartolina ou color set,    cartolina ou color set cortados em diferentes tamanhos, tinta gua-
cortados em diferentes tamanhos e formatos, tinta guache de          che de diversas cores, canetinhas, lápis pastel ou de madeira.
diversas cores.




                             ROSH HASHANA                                                                                                  25
De 5 a 6 anos                                                            Pesquisando kartissei bracha,
     Conteúdos:                                                                  aprendemos sobre a nossa história.
     kartissei bracha                                                         Conteúdos:
     Objetivos potenciais:                                                    kartissei bracha, ao longo dos anos
     entrar em contato com o costume de enviarmos kartissei bracha            Objetivos potenciais:
     em Rosh Hashana e suas mensagens.                                        costumes e tradições, em torno de kartissei bracha.
     Descrição:                                                               Descrição:
     propor que as crianças trabalhem em duplas, a fim de confeccio-           pesquisar com as crianças o costume de enviar e receber kartissei
     narem um kartis para um grupo de crianças (que poderá ser outra          bracha, desde o princípio deste costume até sua realização atual.
     classe), uma instituição ou escola, dependendo do tempo que se           Usando exemplos de originais de kartissei bracha, enviados de
     dispõe para explicar de que grupo se trata.                              diversos lugares do mundo, desde o começo do século, procuramos
     Materiais e recursos:                                                    concretizar, para as crianças, valores importantes deste chag, tais
     máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo      como desejar votos de “shana tova”, de que “sejamos incluídos no
     cartolina ou color set, retalhos de outros tipos de papéis, como         Livro da Vida”, de que “o ano que entra seja doce como o mel”,
     laminado ou camurça, tinta guache de diversas cores, canetinhas,         entre outros. Por meio da retro-projeção dos cartões, as crianças
     lápis pastel ou de madeira, colas e tesouras.                            podem absorver, com mais facilidade, conteúdos, formas e a arte
                                                                              usada nos cartões, ao longo dos anos, todos ligados a Rosh Hasha-
        Shana tova umetuka!!!                                                 na. No período que vai de uma semana antes de Rosh Hashana até
     Conteúdos:                                                               Iom Kipur, ocorre a troca de cartões, quando caixas de correio são
     kartissei bracha                                                         colocadas no portão de entrada da escola.
     Objetivos potenciais:                                                    Materiais e recursos:
     ampliar o conhecimento, em relação ao costume de enviarmos               coleções de kartissei bracha , retro-projetor, caixas de correio.
     cartões e mensagens de Rosh Hashana.
     Descrição:
     confecção e envio de kartissei bracha, enfatizando o costume de
     enviarmos cartões, com votos e mensagens de Shana tova. Este
     projeto pode envolver toda a escola, a família e a comunidade.
     Para que as famílias possam vivenciar o costume de envio de
     kartissei bracha, podemos preparar duas caixas de correios; uma
     interna, para que estes sejam distribuídos posteriormente para as
     crianças, e outra, para os kartissim serem enviados por correio para
     as casas.
     Colocando uma das caixas de correio na entrada da escola, as
     famílias são convidadas a enviar cartões aos seus filhos. Todas
     as crianças participam, e as maiores ficam responsáveis pela
     classificação e distribuição aos destinatários. Diferentes cores são
     designadas para cada faixa etária, para a confecção dos kartissei
     bracha. Desta maneira, cada criança tem a oportunidade de viven-
     ciar este motivo de Rosh Hashana, o envio da mensagem de uma
     shana tova umetuka (e outros votos e mensagens para a família, as
     crianças e a comunidade) e, ao mesmo tempo, confeccionar kartis-
     sim. Um grande painel coletivo de kartissei bracha é construído na
     entrada da escola.
     Para tornar o costume de enviar kartissei bracha ainda mais próxi-
     mo às crianças, pode-se trazer, para o pátio da escola, uma caixa
     de correio em seu tamanho original (emprestada dos Correios), e
     as crianças podem enviar cartões de Shana tova, individualmente
     ou com a ajuda das professoras, para amigos e familiares. Para
     enviar as cartas, podemos verificar se foram colocados os selos, se
     os pormenores importantes, como nome e endereço, entre outros,
     aparecem. Um carteiro dos Correios é convidado a vir à escola e a
     contar sobre seu trabalho, o trajeto das cartas até alcançarem seu
     destino, distribuindo selos para as crianças.
     Materiais e recursos:
     materiais criativos, papéis de carta, envelopes, selos, caixa original
     do correio, carteiro.




26
Tachanat bishul: chala agula
  Nesta tachana, as crianças terão a oportunidade de colocar a “mão na massa”, no cozimento das chalot agulot. É im-
portante que, além de manusearem os ingredientes, percebam, também, a sua transformação. Para receita, ver anexos.


   De 3 a 4 anos
Conteúdos:
chala agula
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus
ingredientes e formato.
Descrição: trazer, à roda de crianças, os ingredientes para a execu-
ção da chala agula e perguntar “Qual a diferença entre esta chala
e a chala de Shabat?” Anunciar que todos ajudarão. Antes, porém,
poderão experimentar alguns ingredientes, como sal e açúcar, para
que percebam a diferença.
Materiais e recursos:
ingredientes.

   De 4 a 5 anos
Conteúdos:
chala agula
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus
ingredientes e formato.
Descrição:
trazer, à roda de crianças, a receita escrita, com figuras associadas
aos ingredientes que utilizarão na produção da chala, para que
possam, anteriormente à atividade, fazer a pseudo-leitura, per-
cebendo a função da escrita. Durante a culinária, os ingredientes
deverão estar expostos em cima de uma mesa e, as crianças,
sentadas ao seu redor, de modo que todos vejam tudo. A cada
ingrediente, uma criança é convidada a participar. Dar um pedaço
de massa para cada criança e, no momento de enrolar a massa,
lembrar da diferença em relação à chala de Shabat.
Materiais e recursos:
ingredientes, receita escrita com figuras recortadas de revistas.

   De 5 a 6 anos
Conteúdos:
chala agula
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus
ingredientes e formato.
Descrição:
trazer, à roda de crianças, a receita escrita da chala, para que pos-
sam fazer leitura, percebendo a função da escrita. Durante a pre-
paração, os ingredientes deverão estar expostos em cima de uma
mesa e, as crianças, sentadas ao seu redor, de modo que todos ve-
jam tudo. A cada ingrediente, uma criança é convidada a participar.
Dar um pedaço de massa para cada criança e, no momento de en-
rolar a massa, lembrar da diferença em relação à chala de Shabat.
Em outro momento, cada criança receberá a receita escrita, com
um espaço, para que possa fazer algum tipo de registro, seja por
meio do desenho ou da escrita.
Materiais e recursos:
ingredientes, receita escrita em cartaz e folhas individuais.




                               ROSH HASHANA                                                                            27
Cultura judaica
Cultura judaica
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Cultura judaica

  • 1. Currículo de Cultura Judaica para a Idade Infantil Festividades e comemorações judaicas AGÊNCIA JUDAICA DE INTERCÂMBIO CULTURAL REPRESENTAÇÃO NO BRASIL Representantes da Agência Judaica no Brasil Danny Wolach (2001 - 2004) Moshe Reskin (2004 - ...) Elaboração e orientação Ester B. Barocas Revisão Ester B. Barocas Rosely Mandelman Suely Pfeferman Produção Editora e Livraria Sêfer Projeto, produção e desenvolvimento gráfico Dagui Design Ilustrações Ivo Minkovicius Escrita e implementação a partir de Março de 2002. O material foi desenvolvido em duas etapas. Primeiro, somente com coordenadoras (sob orientação de Ester B. Barocas) e, em um segundo momento, juntaram-se as professoras (coordenadas por Ester B. Barocas e Rosely Mandelman), com o apoio de Suely Pfeferman. São Paulo - 5765 / 2005 Copyright © 2005 by Agência Judaica de Intercâmbio Cultural 1
  • 2.
  • 3. Carta ao professor Caro(a) Leitor(a) A Educação deve ocupar um lugar preferencial na vida comunitária. Ela garantirá a continuidade da vida judaica. A realidade em muitas comunidades demonstra que, mesmo com problemas de assi- milação ou demografia negativa, os marcos educativos propiciam e possibilitam, de fato, a formação e transmissão dos valores e cultura judaica através das gerações. É claro que a Educação deve começar desde o berço. A Agência Judaica, consciente da necessidade de fortificar estes marcos e fiel ao seu objetivo – constituir o elo de ligação entre o Estado de Israel, o judaísmo nas suas vertentes e os judeus no mundo, trouxe para si a tarefa de desenvolver um currículo unificado das Festas Judaicas para a Educação Infantil. Esta realização inédita, aglutinou os profissionais das Escolas Judaicas de São Paulo, dentro de um clima pluralista, de respeito pelas diversas correntes ali representadas. Assim, durante dois longos anos, educadoras reuniram-se, intercambiaram idéias, ma- teriais e experiências sobre o tesouro mais prezado – as crianças, e a melhor forma de transmitir e vivenciar o judaísmo e o seu elo com Israel. O resultado que você, caro(a) leitor(a) apreciará a seguir, demonstra a qualidade da Educação Infantil de nossa comunidade. Cabe à Agência Judaica, quem tem o prazer de publicar este livro, cumprimentar à equipe de Gananot pelo belo trabalho realizado, ao ex-sheliach Danny Wollach que iniciou a tarefa, ao Jairo Fridlin pela sua colaboração e a todos aqueles que contribuíram para que hoje os profissionais da Educação Infantil Judaica de São Paulo e de todo o Brasil possam contar com este livro que, sem dúvida, se transformará num marco de consulta. Kriá Neimá (leitura amena) Moshé Reskin Representante da Agencia Judaica no Brasil São Paulo, julho de 2005 3
  • 4. Educação Infantil nas Escolas (e seus sites) Diretoras e coordenadoras, professores e colaboradores Sociedade Benéfica Cultural Religiosa Brasileira Colégio I. L. Peretz - Acrelbi Beit Yaacov (Associação Cultural www.beityaacov.com.br Religiosa Brasileira Israelita) Joyce Szlak www.peretz.com.br Sarita Kreimer (Olami & E.M.I. Hebraica) Fany Cogan Barocas Schmul Osher Begun, Rav Linda Derviche Blaj Alberto Wakrat Karina Joseph Levy Mônica Pipek Escola Israelita Brasileira Chaim Nachman Bialik Célia Liuchy Polster www.bialik.g12.br Isa Sandra Zajdenwerg Rosely Mandelman Sonia Levinbuk Ana Carolina Corsi Homenagem: Gita Lesser Z’L Rosa Rivo Holzer Rebeca Sendrovich Sociedade Hebraico Brasileira Renascença Maria de Fátima Simeliovich www.renascenca.br Liliana Daniela Albalá Geni H. Oksman Chanoft Rachel Wahba Sandra Maghidman Shelly Blecher Ilana Waintraub Priscila Dahan Escola Gani Talmud Thorá Tamar Carina Dayan Hana Ende Renata Gross Ester Zweibil Mina Kramarsk Roselea Becher Fleischmann Sheila Berditchevsky Bleich De 2003 em diante Thaís Wassefirer Hubner Sarita Copeliovitch Beit Sêfer Shelanu Renata Khafif Márcia Rochine Zitman (I.L.Peretz) Essia Kuszer Frida Tawil Ensino Judaico Sul Sarita Municic Saruê Escola Maternal e Infantil Hebraica Márcia Regina Cohen (Gani TT) www.hebraica.org.br Ester Schwartzman Kitá Legal Adriana Thaiz Abramczyk www.kitalegal.com.br Renata Hitelman (Kitá Legal/Beit Yaacov) Shirley Jungman Sacerdote Lais Katz (E.M.I. Hebraica) Olami Patrícia Aparecida Lopes (E.M.I. Hebraica) www.hebraica.org.br Joyce Szlak Instituto de Ensino ABC Lubavitch Karen Ishay (Kitá Legal) www.lubavitch.org.br Denise Krasilchik (Beit Yaakov) Chani Begun Simone Benzinsky Lermann (I.L.Peretz) Mara Baroukh Deborah Oksman (Renascença) Miriam Bucks Márcia Eliezer Este material foi elaborado e escrito para uso das escolas ficando proibida a venda do mesmo. 4
  • 5. Apresentação Foi um imenso e inenarrável prazer sentir-me parte de tão requisitado – pelas coorde- nadoras de Cultura Judaica das Escolas Judaicas - e fundamental Projeto para a Educa- ção Judaica, razão de nossa continuidade. No entanto, por que começar com Educação Infantil? E… por que nós? Pensei que soubesse a resposta a princípio, mas só me ficou claro quando, em uma de nossas várias sessões, de Março de 2002 a Dezembro de 2003, ouvi Rav Henrique Begun citar… quando Moisés buscava alguém que guardasse as Leis. As crianças! Foram justamente os pequeninos, os escolhidos para guardar nossas Leis. De fato, apenas neles podemos depositar toda nossa confiança tendente à continuidade de nossos valores, tradições e povo. Apenas viabilizando-lhes os caminhos e abrindo- lhes espaços de busca que, sempre brincando como só eles aprendem, eles mesmos explorarão para além de seus limites, é que construirão e fortalecerão sua identidade judaica, o que lhes permitirá saber quem e o que são e aonde vão. … E, por que nós? Por nossa função e papel serem trazer Israel para a Diáspora, fortalecendo a idéia de este nosso país ser o referente universal para a Cultura Judaica. Devo, no entanto, ainda e principalmente, acrescentar e afirmar que, com toda a certeza, o que mais me entusiasmou e encantou não foi este estupendo futuro (que até posso prever, mas não garantir), mas sim o presente. Um trabalho que não nasceu como é hoje. A princípio, bem pouco pretensioso e mais no formato de grupo de estudo, mas que foi tomando corpo e forma e fortalecendo a nossa identidade, num permanente exercício de tolerância entre nossas diferenças e estilos (o que certamente implicou um considerável trabalho na compilação e revisão da obra toda), dado que as querências eram as mesmas. Lamentei-me muito e sempre que perdi uma destas inúmeras sessões, pois o envolvimento, a entrega, o esforço e o elan com que os profissionais (aliás mara- vilhosas pessoas) desenvolveram e realizaram esta obra, de incalculável valor foi o que me enfeitiçou e encantou de fato! Se desta 5a letra do alfabeto português – ‘e’, tanto nos pudemos elevar, quem dirá então da 5a letra hebraica, hey… Se me permitem, foi este um relacionamento deveras profundo e divino entre todos nós. Agradeço, muito e primeiramente, aos educadores, suas crianças e famílias, às sedes educativas que nos receberam com tanto carinho – Eitan, nossa Central Pedagógica, a saudosa Casa Hillel e, principalmente às escolas, sempre com um delicioso kibud or- chim. Grata ainda estou à orientação profissional que tivemos dos curadores do MAM. Por fim, mas não menos importante, registro aqui a eterna dívida aos nossos patrocina- dores que, fazendo um shiduch entre o talento educativo e a oportunidade, viabilizaram a realização da publicação deste livro. A parceria com todos estes profissionais e entida- des foi o que, sem dúvida, construiu este trabalho. Não deixem este Projeto perecer – esta é apenas e tão somente a primeira parte de nosso Referencial Curricular de Cultura Judaica (a saber, Chaguim laktanim), de um total de quatro (as outras três sendo, (b) Ivrit laktanim, (c) Projetos educativos e (4) Sipurei hatanach). O que não falta é energia e empenho! Kadima, vamos em frente! Contamos com todos vocês! O que fica, e sei, não é um livro publicado, mas sim uma chama que não se apagará nos corações dos educadores, crianças, pais e outros profissionais envolvidos neste Pro- jeto, cujo compromisso com a Cultura Judaica é incondicional. Bechatzlacha – ‘sorte e sucesso’, para todos os que acreditam na educação, como o caminho para manutenção de nossos valores e mesmo para nossa continuidade/eter- nidade! Suely Pfeferman Diretora de Educação (2002 - 2004) – Agência Judaica 5
  • 6. Lista de conteúdos Apresentação Prefácio Introdução – Chaguim laktanim – por quê? Parte I: Festividades e Comemorações Capítulo I - Shana Tova umetuka betachanot Capítulo II - Iom Kipur, pedindo perdão aos amigos Capítulo III - Venham todos para a suka, brincar, comer e aprender! Capítulo IV - O fim é o princípio, nas rodas de Simchat Tora Capítulo V - Chanuka! Vamos festejar, brincando com o sevivon e comendo a sufgania Capítulo VI - Crianças e árvores, crescendo em Tu Bishvat Capítulo VII - Brincando de melech e malka, ao som dos raashanim Capítulo VIII - Ma Nishtana – O que difere esta noite de todas as outras? Capítulo IX - Iom Haatzmaut - Levante e caminhe por Israel, kum vehithalech baaretz Capítulo X - Lag Baomer já chegou: unidos em volta da medura Capítulo XI - Colhendo e dançando, Shavuot comemoramos! Parte II: Anexos [1] Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília, Brasil, MEC/SEF, 1998. 3vs. [2] Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6. (Parâmetros Curriculares para o Jardim-de-Infância, idades 3-6), Misrad hachinuch, hatarbut vehasport, haagaf lechinuch kdam iessodi, Jerusalém, Israel; 1998. [3] Panorama sobre a abordagem de adequação ao desenvolvimento infantil (Developmentally Appropriate Practice1). [4] Modelo para a escrita de planejamento dos chaguim (festas). [5] Sugestões de jogos didáticos, com conteúdos das festividades. [6] Tabela de transliteração. 1 Vide bibliografia 6
  • 7. Prefácio A tarefa de apresentar um trabalho conjunto - um currículo sobre Cultura Judaica adequado à idade infantil - cons- truído por educadoras do Ensino Infantil nas Escolas Judaicas, formais e complementares - requer uma mistura de doses generosas de chazon (modo de ver; visão), sensibilidade, tolerância, conhecimento, e... chutzpa (intraduzível!): Chazon, pois precisamos ser otimistas e acreditar com kavana (intenção) em um futuro sempre melhor, característi- ca peculiar da educadora para a idade infantil que semeia frutos, que nem sempre ela própria colherá. Sensibilidade, pois lidamos com crianças na idade mais vulnerável de suas vidas, e com respectivas famílias. Tolerância, pois temos que, antes de tudo, reconhecer e respeitar as diferenças entre nós, acreditando no potencial positivo desta diversidade, que, aliada à diversidade que nos rodeia, oferecem, ambas, boas oportunidades, diárias e cotidianas, que devem ser cultivadas desde a idade infantil, contribuindo, assim, para um mundo de coexistência mais condescendente. Conhecimento, pois é preciso carregar, em nossa mala, além de uma bagagem considerável de saberes - gerais e específicos um bom bocado de inteligência emocional para conhecermos melhor as crianças, suas famílias e a comu- nidade, procurando adequar o ensino às crianças específicas que estudam em nossas escolas... E...finalmente, mas não menos importante, uma pitada caprichada de chutzpa para ousar, continuar a buscar, estu- dar, e nos atualizar, experimentando novos sabores e temperos, usando os mesmos ingredientes tradicionais típicos da Cultura Judaica... As Escolas Judaicas, formais e complementares, no Estado de São Paulo, por meio de suas representantes da Educa- ção Infantil, cada qual com sua visão do que vem a ser “uma Educação Infantil Judaica de qualidade”, participaram, de forma ativa e dedicada, num processo de construção de um currículo conjunto, buscando oferecer respostas às seguintes questões: • Como tornar relevante a Cultura Judaica, considerando o contexto sócio-histórico local? • Como transmitir conteúdos, valores e atitudes que caracterizam a Cultura Judaica, de forma vivenciada e cons- trutivista? • Quais seriam os conteúdos de Cultura Judaica mais adequados à idade infantil? • Quais seriam os conteúdos comuns às correntes do Judaísmo e como expressar justamente o que nos une? Para algumas destas questões, encontramos respostas (provisórias!); para outras, resolvemos continuar procurando e, para outras ainda, encontramos várias respostas, todas relevantes e passíveis de coexistência, respeitando as diver- sas opiniões e correntes que formam o mosaico da Cultura Judaica. Este processo teve como objetivos principais: • criar um espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação Infantil; • criar materiais curriculares relevantes e adequados ao contexto sócio-cultural local, considerando o Referencial Curricular Nacional de Israel, no que diz respeito à Cultura Judaica, o Referencial Curricular Nacional do Brasil, a Abor- dagem de Adequação ao Desenvolvimento e as Propostas Pedagógicas das próprias Escolas Judaicas participantes no projeto (de corrente tradicional e de tradicional-ortodoxa). • criar meios concretos para expressar o trabalho conjunto, realizado pelas diferentes instituições. Com o intuito de realizar tais propostas, foram criadas séries de encontros com educadoras, que serviram como espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação Infantil local. Um inventário dos materiais ligados à Cultura Judaica existentes nas escolas foi traçado e, gradativamente, as participantes (com listas de conteúdos, propostas de atividades e documentação de projetos) construíram materiais curriculares (planejados-desenvolvidos-refletidos-escritos-implementados), sendo esta publicação, um deles. Este trabalho expressa o momento atual da Educação Infantil nas Escolas Judaicas, e pretende deixar transparecer a importância da flexibilidade e da dinâmica, para com a escrita e implementação de currículos. Apresenta sugestões e propostas, que, em nenhum momento, pretendem ser únicas ou obrigatórias, mas que, por outro lado, demonstram concepções teóricas e práticas do que as escolas acham que venha a ser uma Educação Infantil Judaica de qualidade. Outra difícil tarefa deste grupo, a de expressar o resultado de um processo sócio-construtivista de um currículo - em sua essência dinâmico e flexível, de forma escrita, meio cultural estático, nos fez optar pela escrita de um livro, de grande praticidade para professores. Ainda que considerando as limitações deste meio, almejamos dar continuidade ao processo, realizando tanto a avaliação como a atualização periódicas de planejamentos e práticas. Para tanto, este material estará disponível no site da Agência Judaica do Brasil (www.agenciajudaica.com.br), em versão ampliada. 7
  • 8. Chaguim laktanim – por quê? A construção da identidade judaica inclui a transmissão de valores, tradições, costumes e atitudes, aceitos pelo povo judeu e passados de geração para geração. A criança que estuda na Escola Judaica, desde a mais tenra idade, tem a possibilidade de estar em contato com um entorno favorável à construção e à transmissão destes valores, por meio da interação de qualidade com educadoras, com outras crianças, e com objetos significativos à sua volta. Embora, neste material, tenhamos dado ênfase aos conteúdos e às estratégias de ensino-aprendizagem dos mesmos, gostaríamos de destacar o papel primordial da educadora, como mediadora de cultura. Sua função está ligada a seu comprometimento emocional para com a transmissão da Cultura Judaica, à sua valorização de temas e conteúdos, a seu conhecimento destes e a seu potencial pedagógico. Como conseqüência, valorizamos, neste trabalho em especial, o planejamento de atividades com potencial de construir vivências positivas, tendo, como eixo central, os temas e os conteúdos da Cultura Judaica. Este processo envolve a construção de um ‘ambiente psicológico’ favorável, trazendo, para dentro da escola, os símbolos e instrumentos culturais judaicos, preparando assim, uma ‘atmosfera judaica’, para que a criança possa ‘respirar’ Cultura Judaica. A repetição dos mesmos costumes e tradições, ano a ano, começando pelos costumes que a criança pode realizar de forma autônoma, na escola e com a família, até aqueles realizados no âmbito da comunidade e do povo, poderá construir sua identidade, seu sentimento de pertinência à família, ao grupo na escola, à escola, à comunidade e ao povo. A trans- missão e a construção de valores, costumes e tradição, na escola, estão ligadas à conscientização da educadora de seu papel de mediadora educacional e cultural, de seu comprometimento em buscar e oferecer boas oportunidades para as crianças vivenciarem experiências de qualidade, que fortaleçam seus sentimentos, e de sua ligação com as pessoas e com a comunidade a qual pertence. O Estado de Israel representa uma referência fundamental para a identidade judaica e para o conhecimento da ligação espiritual entre os judeus de diversos lugares do mundo e aqueles que vivem em Israel. Um dos objetivos primordiais das instituições educativas da comunidade judaica tem sido a transmissão, aos mais jovens, do conhecimento de suas raízes e a pertinência ao povo judeu. Promover o conhecimento e a valorização da própria cultura possibilitará gerar, na criança, uma atitude de respeito pelas mais diversas manifestações expressivas de todos os povos. A Agência Judaica de Intercâmbio Cultural, com a iniciativa e a responsabilidade pela realização deste projeto, cumpre, assim, seu papel de mediadora entre o Estado de Israel e as educadoras que trabalham em Escolas Judaicas em países fora de Israel, buscando, incessantemente, promover a identidade judaica por meio de uma educação judaica de qualidade. Com o intuito de considerar os princípios que norteiam as propostas pedagógicas de cada escola participante no pro- cesso, escolhemos algumas propostas ligadas à Cultura Judaica, registradas em seus Projetos Pedagógicos, propostas estas que nos pareceram relevantes e significativas ao nosso eixo central, que é a Cultura Judaica: 8
  • 9. Sociedade Benéfica Cultural Religiosa Brasileira Beit Yaacov2 Há uma enorme responsabilidade em ensinar Judaísmo para crianças na Educação Infantil. Os ensinamentos devem ser levados até o universo de compreensão da criança. Percebendo seus significados e sua beleza, a criança abraçará, com alegria, os valores do Judaísmo. Transmitidos por profissionais competentes, para crianças nessa faixa etária, os valores do Judaísmo as acompanham para sempre. Na Beit Yaacov, os alunos se relacionam com o Judaísmo a partir do estudo do Tanach, de histórias, do Shabat e dos chaguim. A intensidade e a profundidade da relação devem ser decididas pela família. Visando a uma interação dos pais com temas estudados, a escola promove atividades ligadas ao Judaísmo, que são estendidas às famílias. O Calendário Judaico e seus chaguim trazem momentos de introspecção, alegria e de vivência do sentimento de família, muito importantes para a educação das crianças. Escola Israelita Brasileira Chaim Nachman (C.N.) Bialik A Educação Infantil no Bialik tem como palavra chave a vivência, por acreditarmos que, nesta faixa etária, é este o ca- minho para o desenvolvimento de uma identidade judaica. Vivenciar a cultura, a tradição, os costumes e a língua hebraica, conhecer as histórias do Tanach, o porquê dos chaguim e celebrar o Shabat – tudo isso certamente trará um sentimento de pertinência. As festividades e o Shabat são marcadores do tempo, que se diferenciam das atividades rotineiras, portanto, merecem atenção especial. Os pais, sempre presentes, são parceiros nestes momentos. Em cada chag, a escola se transforma e o próprio entorno educativo traduz o que nela acontece, possibilitando, então, que a criança perceba e sinta toda a sua mágica. Tornar Israel mais próximo também é uma das nossas metas, e isto é feito pela música, dança, literatura, filmes e troca de correspondência com crianças israelenses. Escola Gani Talmud-Thorá (TT) Chanoch lanaar al pi darko, gam ki iazkin, lo iassor mimeno. Eduque uma criança conforme suas potencialidades levando-o a amar o conteúdo aprendido, especialmente em sua infância, para dele não se afastar na juventude.3 A filosofia da Escola Gani TT baseia-se na premissa de que não devemos ensinar e sim educar, pois as crianças cons- tróem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O educador é o modelo vivo dos ensinamentos judaicos e chassídicos transmitidos, tornando acessíveis os elementos da cultura e religião, que enriquecem seu desenvolvimento e inserção na comunidade judaica e a participação na comuni- dade nacional. As atividades promovidas na escola ajudam no desenvolvimento integral de sua identidade, pois a criança é profunda- mente marcada pelo meio social em que se desenvolve, embora também o marque, contribuindo para o desenvolvimento do grupo. A escola cumpre, entre outros, este papel socializador, propiciando o desenvolvimento das características da criança, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situação de interação. “...Cada tipo de criança existe por alguma razão e devemos auxiliá-la em seu desenvolvimento. Cada criança carrega consigo grandes riquezas, o potencial de todo um futuro. O modo como você (sic) educa uma criança não vai influenciar apenas a vida dela própria, mas também os filhos dela e suas vidas...”. “... Precisamos ser especialmente atentos em relação a incutir o sagrado nas crianças, a reverência que vem através da espiritualidade. As crianças têm um glorioso dom para perceberem (sic) que o aqui e agora, o mundo visível, nem sempre é o mais importante. Permita que a imaginação de uma criança vagueie, pois ela reconhece que todos fazemos parte de uma coisa superior a nós mesmos. As crianças têm, de forma inata, uma profunda ânsia pelo etéreo e um natural sentido de encantamento e fé, tão receptivo a questões espirituais...”4 Escola Maternal e Infantil (E.M.I.) Hebraica Princípios e valores da Educação Judaica A integração da criança, basicamente nos valores judaicos e na prática de suas tradições, faz parte incessante do nosso cotidiano. A vivência é feita por meio do conhecimento da história do povo judeu, seus costumes e tradições. A interação com pais e familiares, e com os diversos departamentos do clube, fazem parte da nossa proposta pedagógica, compartilhando e vivenciando datas importantes do calendário judaico. Propiciamos, assim, a troca de experiências e infor- mações. Objetivos gerais da Cultura Judaica • Promover situações e vivência que possibilitem, ao aluno, o desenvolvimento das bases para a construção de sua identidade judaica; • Conhecer fatos marcantes da história do nosso povo, seus costumes e tradições e valores éticos; • Introduzir o ensino da língua hebraica, por meio de festas judaicas, desenvolvendo o vocabulário. 2 As escolas foram organizadas, na ordem alfabética de seus nomes 3 Em Mishlei XXII-6 / Provérbios, capítulo 22, versículo 6 4 Citações extraídas do livro Rumo a uma vida significativa - A sabedoria do Rebe Menachem Mendel Schneerson 9
  • 10. Escola Complementar Olami Infantil A escola é um espaço de vivência judaica, não formal, cujo objetivo é proporcionar aos seus integrantes, ferramentas para a vivência do Judaísmo em toda sua plenitude. Assim, conhecem, sentem e se identificam com nossa cultura e apro- ximam-se da realidade judaica e israelense. A proposta do Olami consiste em uma variedade de projetos, abrangendo as áreas de: chaguim, ivrit (hebraico), identidade e valores judaicos e o Shabat. Os objetivos para o Gan (Jardim-de- infância): • Iniciação de vocabulário em ivrit por meio da estruturação de frases simples; • Reconhecimento e escrita do nome e • Reconhecimento dos nomes dos amigos. Colégio I. L. Peretz – Acrelbi (Associação Cultural Religiosa Brasileira Israelita) O Colégio I.L. Peretz visa a uma formação multi e intra-disciplinar, humanística e científi- ca sob a perspectiva privilegiada do Judaísmo, como forma de ver, sentir e viver a sua particularidade. Assim, é sua meta proporcionar a seus educandos os instrumentos da competência e da auto-realização pessoal, ao mes- mo tempo em que os prepara para o desempenho da cidadania consciente, criativa e atuante no Brasil, na comunidade judaica e aonde quer que os caminhos de suas existências os levem. Considerando que o I. L. Peretz deve estar atento às reformulações pedagógico-didáticas exigidas pela globalização, pelo avanço tecnológico e pelas necessidades que o país tem para converter-se em uma nação avançada, esta instituição, como Escola Judaica, não pode prescindir da família - dos pais de seus alunos, na tarefa de educar judaicamente. Só a parceria família/ escola poderá proporcionar sentido na construção de uma identidade judaica responsável, consciente e aberta para o mundo, para que nossos jovens, ciosos de sua especificidade, conservem suas relações com as tradições, com a comunidade e com Israel. Sociedade Hebraico Brasileira Renascença Sendo uma Escola Judaica, A Sociedade Hebraico Brasileira Renascença norteia seu projeto político-pedagógico em princípios e valores, baseados nos três aspectos da filosofia judaica “... sobre três pilares, sustenta-se o mundo: Tora (Leis), avoda (Trabalho) e gmilut chassadim (Justiça Social).”5 • Tora - este conhecimento se dá por meio do entendimento, análise, conclusão, apropriação e conceituação própria. Princípio da REFLEXÃO. • Avoda - assimilados os princípios da Tora, este se transforma em vivência e passa a aplicá-lo no cotidiano. Princípio da AÇÃO. • Gmilut chassadim - neste fundamento, o coletivo transcende o individual, como elo de união e compromisso com a sociedade. Princípio da TRANSFORMAÇÃO. Pelo trabalho com a Cultura Judaica, criamos condições, para que nosso aluno possa ter uma postura pró-ativa na comunidade, construindo sua identidade, descobrindo-se como parte importante e atuante de nossa cultura, por meio da apropriação de um língua comum e da história de recordação do passado. Reconhecendo os valores aprendidos, possi- bilita-se a continuidade da preservação da cultura. A participação ativa dos alunos em atividades faz com que eles sejam parte integrante do universo judaico inserido na sociedade. Kitá Legal A Kitá Legal é um curso de Cultura Judaica, para crianças de 3 a 10 anos . Sendo um curso de educação complementar, a proposta da Kitá Legal é a de ensinar os principais aspectos da Cultura Judaica de maneira informal, lúdica e criativa. Os principais objetivos da Kitá Legal são: promover a construção da identidade judaica da criança e fortalecer o co- nhecimento sobre os fundamentos da Cultura Judaica - religião, tradição, costumes, história e personagens. Outras metas importantes da Kitá Legal são aproximar e envolver as famílias das crianças ao Judaísmo, criar momentos de grande vivência em torno dos conteúdos e ensinar um vocabulário básico do tema discutido, em hebraico. A prática obtida, nos 18 anos em que ministramos este curso, permite-nos avaliar que o método de ensino usado, que considera a chavaia (vivência positiva) - como fator primordial no ensino, pode levar a criança a adquirir uma rica experiência judaica. Neste sentido, procuramos trabalhar com os aspectos culturais e religiosos presentes nas histórias do Tanach (Bíblia), nos contos judaicos, nos principais chaguim (festas), nas tradições e costumes do povo judeu. Como parte da Cultura Judaica, a Língua Hebraica também está presente nas aulas, promovendo a aprendizagem de um vocabulário básico de acordo com cada tema proposto. As crianças maiores de 8 anos têm a oportunidade de aprender, de maneira lúdica, o alef-beit (alfabeto) e seu uso. 5 Em Pirkei Avot / Ética dos Pais, capítulo 1, versículo 2 10
  • 11. Instituto de Ensino Lubavitch “Ki haadam etz hassade.” “O homem é comparado à árvore do campo.” Assim com uma árvore, que, para crescer forte e saudável, deve ter sua semente nutrida desde a plantação, devemos também investir na educação de uma criança desde os seus primeiros anos de vida, para que cresça uma “árvore carre- gada de valores, Tora e mitzvot”. Cada orientação que damos a uma criança influenciará seu comportamento e caráter quando crescer. Como está escrito: “Ze hakatan gadol ihie” “Este pequeno, grande será.” No Instituto de Ensino Lubavitch, temos o prazer de oferecer, às nossas crianças, um ambiente judaico e chassídico, onde cada criança é individualmente valorizada e nutrida. Encorajamos cada uma a explorar o mundo, aprender a fazer parte de um grupo, e resolver problemas de maneira construtiva. O Lubavitch se empenha, constantemente, em criar um ambiente caloroso, alegre e amigável, com uma equipe de professores responsáveis, cujas prioridades são sempre o bem estar das crianças. O Instituto divide, com o lar, este im- portante papel de educar a criança, para que cresça feliz, interessada, responsável, com valores e temente a D’us. Vemos cada criança como um indivíduo, merecedor de respeito e atenção. E, para que ela cresça sabendo respeitar os outros, incentivamo-na a descobrir caminhos de comunicação e cooperação. Respeitando sempre as habilidades e personalidade de cada criança, nosso método de trabalho enfoca um crescimento saudável social e, emocionalmente, fundamental, para a criança aprender a crescer. Nestes primeiros anos da educação de uma criança, transmitimos noções básicas de iahadut (Judaísmo) e alfabetização, por meio de experiências e vivên- cias. Garantindo a individualidade de cada uma, e respeitando os diferentes meios que cada criança procura para acessar seus conhecimentos - e para ajudarmos cada uma a identificar situações emocionais, e crescer forte para tomar decisões, construir uma personalidade e auto-estima positiva - trabalhamos e planejamos o nosso dia-a-dia, dentro das seguintes propostas: • Inteligências Múltiplas (baseando-nos na teoria de Howard Gardner, sobre as oito inteligências) • Inteligência Emocional (baseando-nos na teoria de Solowey sobre o Q.E.6) • Centros de Aprendizagem Cooperativa (baseando-nos na teoria de Horaa Mutemet, Ensino para a Diversidade) E, como fazemos isto? Com muito amor! “Palavras que saem do coração entram no coração” Além disso, acreditamos na lógica de que o/a professor/a que ensina com amor fará com que a criança o/a ame. A criança que ama seu/sua professor/a amará aquilo que ele lhe ensina. A criança que amar os valores da Tora amará, também, a Tora e D’us. Ou seja, o/a professor/a é um elo entre a criança e D’us!!! Quando D’us criou o homem, Ele disse: Faremos (no plural) o homem. Para que se torne “um homem”, a educação de uma criança depende de uma sociedade entre pais, educadores e D’us. Que possamos sempre ter muito sucesso nesta empreitada!!! As festividades judaicas representam um dos sinais que reunificam o povo judeu, transmitindo para todos, ao mesmo tempo, os mesmos valores, conteúdos e tradições, fazendo com que todos sintam, juntos, momentos únicos de espiritua- lidade e pertinência. A importância destes chaguim na Educação Infantil é inquestionável, e a conscientização da impor- tância dos conteúdos adequados à faixa etária se vai expandindo. Os princípios que nos orientaram para o planejamento e a escrita deste material foram os da adequação dos conteúdos e das estratégias ao desenvolvimento infantil. 6 Q.E. – Coeficiente de Inteligência Emocional 11
  • 12. O que é um chag? “As festividades elevam o homem do plano superficial do dia-a-dia, da mesma forma que as montanhas se elevam do nível da superfície da Terra”. Esta é a visão do grande poeta Chaim Nachman Bialik, um dos primeiros autores que escre- veram em língua hebraica moderna para crianças na idade infantil, valendo-se de grande sensibilidade para tal. “Quem chega ao alto de uma montanha, seu horizonte fica maior e mais amplo, oferecendo novas proporções à sua vida”. Como acontece com quem se encontra no alto de uma montanha e respira um ar mais puro, segundo Bialik, o homem que celebra uma festa, um pico no tempo, eleva-se da rotina do dia-a-dia. Os chaguim, demarcados para o homem organizar seu calendário, valorizam o ciclo das estações e as mudanças que ocorrem na natureza. Festejando dias sagrados, em meio a dias normais, revela-se, no homem, a aspiração a se elevar a picos comemorativos, voltando no dia seguinte à rotina corriqueira. Para assinalar este pico no tempo usa-se, em hebrai- co, a palavra chag, cujo radical semita (de três consoantes) pode ser tanto chet guimel guimel (‫ )חגג‬como chet vav guimel (‫ .)חוג‬Se considerarmos esta última, poderemos notar que transmite, também, a noção de chug, ou seja, um círculo, em torno do qual cada participante se situa em um ponto eqüidistante, possuindo todos a mesma importância em todos os pontos, e, assim, aumentando, a sensação de pertinência, segurança emocional e consolidando sua identidade cultural. Outra forma de explicar é considerar o radical chet guimel guimel, que deriva o verbo lachgog, cujo significado é festejar. Ou seja, por meio do chag, podemos festejar os fechamentos de alguns ciclos/círculos na vida do homem, e a abertura de outros novos. Para que precisamos de chaguim? O chag é um dia especial e diferente de outros dias, que retorna a cada ano respeitando o calendário. Nestes dias, são realizadas cerimônias ou comemorações, atos simbólicos, designados a demarcar acontecimentos que tiveram sua origem na história, na religião ou na natureza. Sejam as origens do chag fontes históricas (guerras, conquistas, vitórias), fontes religiosas (a gênese do mundo, a Lei de Moisés), fontes ligadas ao homem e à sociedade ou fontes ligadas à natureza, o que transformará um dia normal em dia de chag será a importância que o homem e o povo lhe atribuírem. Cada povo cultiva suas festividades e comemorações, tecendo laços por entre suas fontes religiosas e históricas, e suprindo neces- sidades sociais, econômicas e culturais. Assim, cada festividade estará conectada diretamente à cultura de um povo, aos costumes, tradições, folclore e crenças. Cada chag é baseado numa idéia central, num eixo. É a própria realização deste chag, no entanto, que tem a função de trazê-lo à nossa consciência, por meio do uso de símbolos, motivos, sensações espirituais, além das cerimônias tradi- cionais e religiosas. Alguns elementos fundamentais que caracterizam um chag são: uma data demarcada ou convencionada no calendário (sugerindo a possibilidade da comemoração conjunta, cultivando a sensação de pertinência ao povo), os conteúdos e símbolos específicos (típicos para cada chag), a função deste chag na comunidade (uma oportunidade para nos reunir- mos e nos sentirmos parte de um todo, com um objetivo comum), as preparações espirituais e materiais e a criação de um ambiente especial (a partir, p. ex., do uso de luzes – cada chag com sua luz, comidas especiais, roupas, enfeites e decoração, seguindo seus costumes), além da parte litúrgica (rezas, canções e versos, entre outros). Qual o significado do chag para a criança na idade infantil? Desde a idade mais jovem, a criança desenvolve sua percepção, por meio do uso dos sentidos, para captar o que o ambiente e as pessoas significativas lhe oferecem. Os chaguim são excelentes oportunidades para alimentar os sentidos, fazendo com que a criança aprenda vivenciando, p.ex., a visão das cores das velas de Chanuka ou a sensação do calor da fogueira de Lag Baomer, o cozimento, aroma e sabor dos pratos típicos, o som do raashan, em Purim, das canções e rezas, a dança e a dramatização. Tudo isto faz com que a criança participe ativamente, tanto na preparação como na rea- lização da festividade. Para a criança na idade infantil, o chag terá significado, dependendo do que vivenciar e absorver, ao participar de atos, atividades, brincadeiras e jogos, assim como da própria comemoração da festa, na escola e em casa. Os símbolos e motivos, repetidos a cada ano, despertam a curiosidade da criança, fazendo com que, gradativamente, vá conhecendo e se interessando por seus significados. Crianças na idade infantil se encontram nos estágios sensório-motor e pré-operacional, quando o aprendizado acontece pela ação direta com materiais e pessoas em seu entorno. Consequentemente, a forma mais adequada de ensinar crianças nesta idade é oferecer-lhes oportunidades, para vivenciarem experiências concretas, quando terão um papel ativo. O Judaísmo, compreendendo e sendo sensível às necessidades das crianças desde a idade mais jovem, proporciona vários meios concretos para envolvê-las em todos os chaguim, incentivando sua participação ativa, seja segurando velas em Chanuka, ajudando na construção da suka, seja balançando o lulav, beijando a Tora ou batendo os pés ao ouvir o nome de Haman na leitura da Meguilat Esther. Ano após ano, desde a mais tenra idade, retornando às mesmas ações e costumes, entoando as mesmas canções, provando as mesmas comidas tradicionais de cada festividade, dançando as mesmas danças, a tradição se vai tecendo e se fortalecendo e, ao mesmo tempo, constrói-se a memória do chag. Por meio da mediação significativa do adulto, 12
  • 13. acrescentam-se conteúdos e saberes, adequados ao nível de desenvolvimento da criança, oferecendo significado às suas sensações e emoções e, consequentemente, aprofundando sua identidade judaica a cada ano. O chag pode ser visto em várias dimensões. Podemos oferecer à criança a oportunidade de sentir-se ligada a aconteci- mentos importantes do passado de seu povo e, ao mesmo tempo, ser construtora participante deste povo, no presente, por meio da realização e comemoração da festividade. Por outro lado, pelo uso adequado dos símbolos, a criança poderá conhecer idéias e valores humanos sociais, que todo povo almeja para o futuro de seus filhos. Consequentemente, para cultivar tais dimensões, é reservado um papel central à instituição educacional judaica, no oferecimento de boas oportu- nidades para cultivar a cultura e a tradição do povo judeu. Do ponto-de-vista afetivo e emocional, o chag na idade infantil tem, como função, oferecer várias oportunidades para a criança sentir prazer, alegria e pertinência, por meio de vivências positivas, do jogo e da brincadeira. A criança, ao se encontrar com o mundo adulto, aprende gradativamente a interagir com ele, realizando rituais e costumes, vistos por ela como brincadeiras. Esta tem, no adulto, um parceiro constante, o que aumenta sua auto-estima e fortalece sua identidade. Ademais, a comemoração dos chaguim representa um marco no tempo, com pontos de referência especiais, assim ajudando a criança a construir seu próprio conceito de tempo. “Antes”, “depois”, “ano passado” - conceitos que possibilitam a organização pessoal da criança, tanto afetiva como cognitiva, auxiliam-na a se posicionar na seqüência periódica do tempo. Nesta faixa etária (3-6 anos de idade), temos que considerar que a dimensão histórica, baseada na percepção do tempo, ainda está em construção. Levando em conta as características do desenvolvimento da criança nestas idades, ao contar- mos uma história, devemos colocar a ênfase na parte vivencial, sem nos atermos em demasia ao significado histórico ou à seqüência do tempo. Por meio da experiência que a criança vivencia, juntamente com sua participação ativa e a rea- lização dos costumes, os acontecimentos interligar-se-ão e servirão, no futuro, de base para a construção do significado mais completo da história de cada chag. A chaguiga, ou festejo do chag, representa apenas uma parte do chag. Este, que começa ao anoitecer, continua até seu final, enquanto que a chaguiga tem seu tempo mais curto e definido. Este evento, de grande importância na instituição educacional, representa uma boa oportunidade para a criança participar ativamente, sentindo-se parte de um todo (hine ma tov uma naim, shevet achim gam iachad, Eis o que é bom e agradável, os irmãos sentados juntos), quando podemos transmitir mensagens, valores e costumes ligados ao chag e à tradição do povo. Quais seriam os principais objetivos, ao festejarmos os chaguim na escola judaica de Educação Infantil? • Criar boas oportunidades para a criança vivenciar os costumes e tradições de cada festividade; • Fortalecer, na criança, a identidade judaica e a sensação de pertinência social; • Enfatizar a importância e o papel da tradição, da história e dos costumes; • Promover valores sociais, tais como liberdade, amor e ajuda ao próximo, responsabilidade social, honestidade e pertinência; • Oferecer boas condições para a criança sentir-se contente e satisfeita nas festividades; • Promover oportunidades para envolver a família da criança nas comemorações da escola; • Criar oportunidades para a criança conhecer os diferentes costumes das várias comunidades, promovendo a tolerân- cia com todos. A organização deste material A justificativa para o uso das obras, citadas como referencial teórico na Lista de Conteúdos, está ligada ao que enten- demos que venham a ser os componentes de um currículo de Cultura Judaica para a Educação Infantil de qualidade, relevante e adequado ao contexto sócio-cultural local. O uso do Referencial Curricular de Israel se justifica pela relevância deste no que diz respeito aos conteúdos de Cultura Judaica adequados à idade infantil. O Referencial Curricular Nacional do Brasil nos serviu de guia e ligação com a cultura local. Já o estudo da Abordagem de Adequação ao Desenvolvimento nos tornou mais sensíveis às necessidades e características da idade infantil. Por fim, as Propostas Pedagógicas das Escolas Judaicas participantes nos nortearam quanto à necessidade de respeitarmos a diversidade e praticarmos a tolerância. Os exemplos descritos neste projeto são frutos de um processo que incluiu a divisão das festividades e comemorações entre as escolas, ficando cada uma responsável pela escrita de uma festividade, respeitando o modelo designado (vide Anexo 4). No processo de elaboração deste material, foram organizados encontros em datas próximas às festividades/ come- morações. A escola, responsável pela escrita da festividade/ comemoração do momento, recebeu a visita do grupo de participantes em sua escola. Segue, abaixo, a lista dos chaguim e das escolas responsáveis pela organização e escrita do material: Rosh Hashaná: Olami; Purim: I. L. Peretz; Iom Kipur: Ensino Judaico Sul; Iom Haatzmaut: Beit Yaakov; Sukot: Todas em parceria, revisão Lubavitch; Pessach: C. N. Bialik; Simchat Tora: Hebraica; Lag Baomer: Gani TT Chanuka: Todas em parceria, revisão Kitá Legal; Shavuot: Renascença Tu Bishvat: Esc. Gani TT; 13
  • 14. Os materiais, escritos pela equipe-autora, foram enviados às escolas a tempo, por correio eletrônico e, no encontro do grupo, cada escola acrescentou seus projetos/ atividades ao planejamento, já elaborado e registrado, da festividade/ comemoração, além de agregar o inventário de materiais de sua escola - tornando-se um material de todas, de inédita autoria coletiva. Para facilitar a elaboração de um material que permita à educadora colocar em prática os objetivos, desenvolvemos um modelo de escrita para todas as festividades, que tem, como proposta, servir como guia para o planejamento e organiza- ção dos conteúdos, temas e estratégias. Este modelo de escrita, que representa apenas uma sugestão, foi praticado por cada escola, em separado e em parceria com todas as escolas, em duas das festividades (Sukot e Chanuka). Os inventários, organizados segundo o material que cada escola possui, têm, como objetivo principal, abrir o leque de possibilidades para pesquisar materiais de outras escolas, além de servir como guias de materiais potenciais para cada chag. Seguindo um processo natural, esperamos que o próximo passo seja o de um trabalho mais intenso de parcerias entre as escolas, cada qual respeitando as diferenças e as características das outras, que, como afirmado anteriormente, tanto enriquecem a Cultura Judaica. Esperamos, com isso, poder contribuir para o planejamento e a organização do material referente à Cultura Judaica nas escolas de Educação Infantil e, principalmente, para ampliar as possibilidades dos educadores, com respeito à pesquisa e ao uso das atividades propostas. Finalmente, e não menos importante, esperamos que este trabalho favoreça e promova a construção da identidade judaica das crianças que estudam nas escolas infantis de Cultura Judaica, assim como a aquisição de saberes sobre nós mesmos e sobre o mundo que nos rodeia. Eize Chag Li Que festa tenho eu Eize chag li, eize chag li, Que festa tenho eu Chag iachid umeiuchad li Festa única e especial Gam hashemesh meira li haiom pi assara Até o sol também se ilumina, hoje, dez vezes mais Eize chag li eize chag. Que festa tenho eu. Or nerot, birkat oreach A luz das velas, a bênção de um visitante Chag sameach, chag sameach Boas festas, boas festas Hassimcha po ad hagag A alegria chega até o céu Eize eize eize chag Que festa Eize chag li, eize chag. Que festa tenho eu. Haprachim, haor haiain As flores, a luz, o vinho Hadima biktze haain A lágrima na pontinha do olho Hachultza halevana A blusa branca Chag haiom bechol pina Hoje tem festa em cada canto Eize chag li eize chag li. Que festa Que festa tenho eu. Iom shel chag kmo iom huledet Shir balev veor bacheder Dia de festa como aniversário Mi sheba baruch haba Uma canção no coração, a luz iluminando a sala Chag nifla toda raba Quem vier, será bem vindo Eize chag li eize chag. Que festa fabulosa, agradecidos, Que festa tenho eu. 14
  • 15. Bibliografia Becker J. Learn as you color. Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, MEC/SEF, 1998. 3vs. Bredekamp, S. Copple, C. Eds. Developmentally Appropriate Practice, NAEYC, 1998 Cohen, L. Chag vechaguiga lapeutot. Israel. 1993. Cook, E. Jewish Artwork by Esky. ISBN: Preferred Publ. Services, 1994 Dayan, Y. (1997) “Um trabalho de qualidade com crianças na idade infantil”, Hed Hagan. Fridlin, J. Sidurzinho para crianças, São Paulo, Sefer, 2003 Gur-Arie, M. A. Chaguim umoadim beIsrael. Tel-Aviv: Sifriát Hapoalim, 1990 Gur-Arie, M. A. Vehigadta levincha, Tel-Aviv: Sifriát Hapoalim HaCohen, harav M., & D. HaCohen. Chaguim Umoadim. Israel. Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6. (Parâmetros Curriculares para o Jardim-de-Infância de Israel) Misrad hachinuch, hatarbut vehasport, haagaf lechinuch kdam iessodi, Jerusalém, 1995 Manor, E., Shapira T., Marzel, P. The Illustrated, Interactive Dictionary for Children. De Nur Publ, Israel, 2001 Mindel N. Mafteach lagananot. Moreira, A. F. B. (org.) Currículo: Políticas e Práticas. São Paulo, Papirus, 2001 Nissim, R. Beshvilei hagan. Zabalza, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. São Paulo, Artmed, 1998 Zamir, R. Teacher’s Guide, For Summer camps & Hebrew School. Chaguei Israel Umoadav. Gan IeladIm beavodato. Maagal Hashana. Madrich tochnit haavoda laguil harach. Almanaque do Tzivot HaShem. Around the Jewish Calendar. Holiday greatest songs. Integrating the Multiple Intelligence Theory into a Judaic Curriculum. Jewish Every Day. Jewish Holiday Crafts, Arts & Crafts. The Jewish holiday card game. Sugestões de sites http://www.education.gov.il/preschool http://www.users.ms11.net/ http://www.bluemountain.com http://www.members.iol.co.il/yakov http://www.chabad-lubavitch.com http://www.bible.co.il http://www.holidaynotes.com http://www.hareshima .com/ http://www.greetme.com http://www.snunit .k.12.il/subjects/holidays 1.html http://holidays.bfn.org http://www.geocities.com http://jajz-ed.org.il/ivrit http://www.angelfire.com http://www.jajz-ed.org.ul/festivals/index.html http://www.perpetualpreschool.com http://aish.com/holidays http://www.e-chinuch.com http://www.vjholidays.com http://www.lilmodebsimcha.com http://www.galim .org.il http://www.yahoo.com http://www.chagim .org.il http://www.walla.co.il http://www.holidayfestival .com http://www.nana.co.il http://www.holidays.net http://www.hop.co.il http://www.jewishmag.co.il http://www.jafi.org.il/hebrew/resource.html 15
  • 16. O livro disponibilizado na internet O livro “Chaguim Laktanim” está disponível na internet no site: www.agenciajudaica.com.br na área “Educação”.
  • 17. Rosh Hashana 19 Índice Iom Kipur 37 Sukot 43 Simchat Tora 57 Chanuka 65 Tu Bishvat 85 Purim 99 Pessach 117 Iom Haatzmaut 137 Lag Baomer 153 Shavuot 163 Anexos 181 17
  • 18.
  • 19. Rosh Hashana SHANA TOVA UMETUKA BETACHANOT1 Fontes Bachodesh hashvii bechad lachodesh ihie lachem kol mlechet avoda lo taasu vehikravtem isha lAdo__nai. “E, no sétimo mês, no primeiro dia do mês, convocação de Santidade haverá para vocês: Nenhuma obra servil farão; dia de toque do shofar será para vocês.” (Números 23;1) Becha Ado__nai tov veishar Ado__nai al ken iore chataim baderech: iadrech anavim. “...Por amor do Seu bem, Senhor Eterno / São do Eterno: ‘bondade’ e ‘retidão’, / Ilumine, por isso, os pecadores, / Nos caminhos que rumam para o bem...“ (Salmos 25) 1 ‘Tachanot’ significa ‘estações, postos ou paradas (no caso) temáticas’. 19
  • 20. Descrição da festa Rosh Hashana (cabeça do ano) é o Ano Novo Judaico, não se limita às más ações mas, também, aos maus pen- cuja comemoração oferece aos indivíduos a chance de samentos. refletirem, viabilizando-lhes eventuais modificações pes- As pessoas se reúnem para dar boas vindas a um novo soais. Parece tratar-se de um sonho que se quer atingir ano, celebrar suas promessas, ponderar sobre suas res- - o sonho de um mundo melhor, destituído de maldade, ponsabilidades e agradecer por novas oportunidades. No onde viver com as respectivas famílias e amigos torna-se entanto, a decisão Divina, tomada em Rosh Hashana, não algo verdadeiramente bom e agradável. é, ainda, a decisão definitiva. Dispomos de dez dias para Denominado tishrei, o primeiro mês do ano judaico a introspecção, para o arrependimento das más ações, coincide, na maioria das vezes, com os meses de setem- para nos comprometermos com objetivos importantes e bro ou outubro, em Israel, período de colheita, no qual rezarmos pela misericórdia de D’us. Se Rosh Hashana é o toque do shofar denota seu início. o ‘Dia do Julgamento’, o Iom Kipur (Dia do Perdão) é o * O aspecto religioso ‘Dia da Sentença’. O período de dez dias entre os dois A partir do primeiro dia de tishrei, começam os Iamim marcos, incluindo-os, são os Iamim Noraim, considera- Noraim (Dias Temíveis), denominação atribuída aos dias dos os ‘Dez Dias do Arrependimento’. entre Rosh Hashana e Iom Kipur, que acontecem nos dois O estatuto que rege estes dias: Fale aos filhos de Israel, primeiros e décimo dias deste mês, respectivamente. dizendo: No sétimo mês, o primeiro dia do mês será para Devido à antiga dificuldade de identificar o início dos vocês descanso solene, memorial de toque de shofar, meses, ou do ano, por meio de reconhecimento visual convocação de Santidade. Nenhuma obra servil farão; e da lua nova, rabinos determinaram que Rosh Hashana oferecerão sacrifício queimado ao Eterno. E falou o Eter- seria celebrado por dois dias, tanto em Israel como na no a Moisés, dizendo: ‘O décimo dia deste sétimo mês diáspora. é o ‘Dia das Expiações’; convocação de Santidade será Ao contrário de outras festividades, Rosh Hashana não para vocês, e afligirão suas almas e oferecerão sacrifício tem caráter agrícola. Sua comemoração destaca a relação queimado ao Eterno”. E nenhuma obra farão neste mes- do homem com D’us ou, mais especificamente, a aceita- mo dia, porque é ‘Dia das Expiações’, para expiar por ção do Reino do Divino, Que conhece e julga cada um vocês diante do Eterno, seu D’us. Porque toda alma que de Seus servos. não se afligir neste mesmo dia será banida de seu povo. Trata-se de uma celebração voltada ao regozijo, duran- E toda alma que fizer alguma obra neste mesmo dia, te a qual os homens recordam, com receio, seus feitos destruirei aquela alma do meio do seu povo. Nenhuma do ano, pois parte-se do princípio de que todos os atos obra farão; estatuto perpétuo será para suas gerações, exigem prestação de contas. O motivo da comemoração em todas as suas habitações. Dia de descanso solene é de Rosh Hashana compreende três momentos: passado, para vocês, e afligirei suas almas; aos nove dias do mês, presente e futuro. O passado remete à Criação (Gênese) à tarde, de uma tarde a outra, celebrarão seu dia de des- do primeiro homem (Adão) e, sendo assim, ao Criador canso. (Levítico 23; 24- 31,). cabe reinar e julgar todos os homens (aniversário da Os principais temas das preces de Rosh Hashana e Criação). O presente refere-se à nossa expectativa, frente Iom Kipur são: a Majestade de D’us, Criador do universo; ao ‘Dia do Julgamento’, e o futuro visa à continuidade da a fragilidade do homem e sua dependência da piedade crença e do Reinado de D’us. No ‘Dia do Julgamento’, Divina; a tshuva e as boas ações: sua importância na ab- as pessoas fazem seus inventários e acredita-se que o solvição no julgamento; o sofrimento do povo judeu; o Eterno julga e decide o que irá acontecer com cada um, perdão e a confissão dos pecados (Machzor). no ano que começa. Em Iom Kipur, o último desses ‘Dias Temíveis’, quando O livro de rezas utilizado pelos judeus, durante todo o sol se põe, o toque do shofar ecoa pelos cantos de este período, é chamado Machzor, que é uma criação todo o universo, anunciando o término do julgamento. coletiva de sábios judeus, que seguiram o mandamento Portanto, a sorte dos homens para o ano que se inicia já talmúdico de Iiun Tfila, realizando, assim, uma imensa está selada. coletânea de seleções e paráfrases da Bíblia, da Mish- Na religião judaica, o arrependimento, nesse dia, dá- na, da Gmara, dos Midrashim e do Zohar. Seu acervo se entre o homem e seu Criador e, de acordo com a Lei litúrgico conserva o espírito do monoteísmo, expresso Judaica, visa ao futuro. Não existe nenhuma forma de em suas orações e é direcionado à penitência e ao arre- confissão perante um ser humano. Confissão é o sussur- pendimento. ro de toda uma congregação, feita em uníssono; não é o Tshuva significa, tradicionalmente, ‘retorno’: retorno desabafo dos males de cada um, é a expressão de uma aos valores e às práticas do Judaísmo. Ocorre quando os responsabilidade coletiva. O judeu não reza unicamente indivíduos deixam de cometer pecados e determinam, por seu bem-estar individual, mas por todo o povo, pois em seu íntimo, que mais não os farão, sendo que esta sabe que os filhos de Israel são fiadores uns dos outros. 20
  • 21. Em Israel Nomes da festa A festividade se dá no início do outono, no mês de Rosh Hashana tishrei. Coincide com o início do ano letivo e, portanto, É o dia em que o Ano Novo Judaico se inicia, ou seja, o início de um novo ciclo. Apesar disso, é uma festa com a ‘cabeça do ano’. Assim como a cabeça do homem é a uma certa dualidade: marca o fim de um ano e início de parte do corpo que comanda todo o resto, Rosh Hasha- outro. Esse tema é bastante explorado, pois Rosh Hasha- na é o momento crucial, que comandará o resto do ano na, além de ser a primeira festa do calendário judaico, é, de cada um. À idéia do tempo, unem-se conceitos de também, o momento em que podemos parar para fazer responsabilidade e de julgamento. nossas reflexões sobre esse novo período que se inicia e sobre aquele que se encerrou. Iom Trua (Dia do Soar) O dia em que se deve fazer soar o shofar. Mensagens das escolas Iom Hadin (Dia do Juízo) Nesse dia, cada um comparece ao Tribunal (celestial), para um julgamento perante o Criador. Sugerimos este texto para ser enviado aos pais antes de Rosh Hashana, a fim de refletirem sobre a importân- Iom Hazikaron cia da continuidade de nossa tradição, e da necessidade (Dia da recordação) Os sábios acreditavam que o to- de união para a educação dos nossos filhos. que do shofar, em Rosh Hashana, despertaria a recorda- As vozes do shofar ção de arrependimento em cada pessoa. Já sabiam nossos sábios antepassados que o homem aumenta a força de sua memória ao ver e ouvir. Diversos instrumentos musicais remetem o ouvinte a alegria, tris- teza, luto, choro, receio ou animação. O principal objetivo do shofar é despertar e abalar os corações dos que o escutam. As vozes do shofar, entre- tanto, não são iguais. Soam de três maneiras diversas: a primeira, tkia, consiste num som simples; a segunda, trua, compõe-se de nove toques breves e a terceira, shva- rim, compõe-se de três toques sucessivos, cada um dos quais é tão longo quanto os três sons breves no gênero trua, de maneira que shvarim equivale a nove toques. Alguns interpretam essas vozes, de acordo com o que os inspira. Assim, tkia, ou toque simples, seria motivo para alegria e admiração; trua, um toque atemorizador, e shvarim inspiraria alegria e tristeza ao mesmo tempo. Para abranger todas as sensações, é preciso tocar nas três vozes. Segundo um rabino contemporâneo, esses diversos toques do shofar recordam as três idéias fundamentais do povo judeu: a trua recorda a fé religiosa – seu tom é simples e reto como a religião judaica; shvarim recorda o destino do povo judeu, que nem sempre foi reto, mas quebrado e sacudido muitas vezes; trua lamenta, com seu tom elegíaco, a situação da Tora, que nem sempre foi próspera. O principal, no toque do shofar, é um convite para cancelarmos o ódio sem razão e despertar amor, união e paz. Se existir guerra, que seja de travesseiros Se existir fome, que seja de amor Se for para esquentar, que seja do sol Se for para enganar, que seja o estômago Se for para chorar, que seja de alegria Se for para perder, que seja o medo Se for para cair, que seja na gandaia Se for para ser feliz, que seja para sempre. SHANA TOVA! (Olami) ROSH HASHANA 21
  • 22. Símbolos e motivos, usos e costumes Shofar Em Rosh Hashana, o shofar é tocado em mussaf (ser- O shofar é um chifre de carneiro, utilizado como ins- viço religioso, depois do almoço). A Tora ordena que to- trumento de sopro por homens e considerado um dos quemos o shofar no primeiro dia da festa, mas os sábios mais antigos, dado que já era conhecido e tocado na estenderam o costume, para que escutemos o toque do época de Moisés. Não se pode atribuir grande importân- shofar também no segundo dia. cia no campo musical ao shofar, pois não produz notas Este instrumento representa a misericórdia de D’us suaves ou delicadas. Entretanto, apresenta especial signi- para com os homens. Não é tocado no Shabat, apesar ficado espiritual, uma vez que seu som induz à reflexão do toque ser considerado arte, e não trabalho. Seu toque e ao arrependimento. Uma de suas principais funções representa a aliança entre D’us e o povo de Israel. é alertar para tanto o início como o término dos ‘Dias Temíveis’. Sua característica mais marcante é inspirar re- Tapuach bidvash (maçã com mel) verência por meio de seu ecoar, irradiando sentimentos Na noite de Rosh Hashana , durante a refeição, costuma- de arrependimento e humildade. mos comer alimentos que simbolizem a esperança de um O motivo de ser confeccionado com um chifre de car- ano bom e doce; por isso, comemos tapuach bidvash. neiro remete à época do patriarca Abrahão, mais especi- ficamente, à passagem que trata do sacrifício de seu filho Chala agula (pão trançado redondo) Isaac. A recordação de Akedat Itzchak (O Sacrifício de Simboliza a continuidade e o cíclico. E, especificamente Isaac), em Rosh Hashana, serve como fonte de inspira- em Rosh Hashana, simboliza o ano que está começando. ção em relação ao auto-sacrifício e à entrega dos homens a serviço de D’us. No decorrer destes dias, são três os Kartissei bracha tipos de toque que escutamos: (cartões de votos, bênçãos e congratulações) - tkia: som longo e uniforme; Cartões enviados entre familiares e amigos, nos meses - shvarim: som entrecortado em três notas médias de elul e tishrei (último e primeiro meses do ano judaico, - trua: som entrecortado em nove sons mais curtos. respectivamente) até depois de Sukot, com desejos para Um dos maiores sábios judeus, Saadia Gaon (824-943), um ano novo e doce. A origem deste costume é da me- descreve mais alguns motivos, bastante significativos, tade do século XIX. Aparentemente, foi na Inglaterra que para o toque do shofar, durante a celebração. Em Rosh os cristãos começaram a imprimir e enviar mensagens de Hashana, aniversário da Criação, suas funções são: Natal e de Ano Novo. • proclamar a soberania do Criador; Este costume chegou aos Estados Unidos e, de lá, es- • advertir o povo sobre o destino de sua vida; palhou-se por todo o Ocidente, atingindo também os • lembrar a Revelação no Monte Sinai; judeus. Os primeiros cartões que se destacaram por sua • trazer a advertência e a exortação dos profetas; beleza foram os da Alemanha, E.U.A. e Polônia. Os te- • lembrar o alarme da batalha, na Judéia, no decorrer da destruição do Templo; • inspirar reverência e temor; mas variam de motivos religiosos, passando por ideais, • lembrar o Dia do Juízo; até desejos pessoais. • proclamar a redenção vindoura e breve restauração de Israel e * O costume de elaborar votos de Shana tova (Bom • simbolizar a esperança pela redenção final e pela ressurreição. Ano!) aparece, anteriormente, no livro Shulchan Aruch *Rambam sustenta que a única razão para o toque do (‘Mesa Posta’, onde se expõem leis sobre os mais varia- shofar, na sinagoga, é estimular o arrependimento, con- dos assuntos). forme aparece no Machzor: Acordem, vocês que dor- mem, e reflitam sobre suas ações; retornem e recordem Rosh shel dag (cabeça de peixe) a seu Criador. Aqueles que esquecem a verdade, com as Na véspera de Rosh Hashana, famílias judaicas tradi- necessidades da época, e perdem os anos, em busca por cionais colocam sobre a mesa, a cabeça de um peixe, coisas banais e vazias que não beneficiam nem salvam; concretizando a idéia de início de ano. Há pessoas que fixem-nos em suas almas e melhorem seu caminho e costumam cozer guefilte fish (bolinhos de peixe), justa- ações? Que cada um abandone seu mau caminho e seu mente por ter um formato redondo. mau pensamento e regresse a D’us, para que Ele possa Rimon (romã) ter misericórdia de vocês. Costuma-se comer rimon, em Rosh Hashana, pois há O shofar, literalmente ‘chifre’. Foi tocado em várias o desejo de que, no ano que está para começar, os di- ocasiões: pela primeira vez, no Har Sinai (Monte Sinai), reitos do ser humano se multipliquem, assim como a quando da entrega das Tábuas da Lei, contendo os Dez quantidade enorme de caroços/ sementes que existem Mandamentos; ou, p. ex., na chegada da Lua Nova, no dentro do rimon. Beit Hamikdash, junto com as cornetas. Também em 1967, quando Israel reconquistou o Muro Ocidental (Ko- *Machzor (livro de rezas, usado em Rosh Hashana e tel Hamaaravi ou Muro das Lamentações, como nos é em Iom Kipur). conhecido), em Ierushalaim, ele foi tocado. Reza a tra- Em hebraico, tal título significa ‘ciclo’. Nele, estão con- dição, ainda, que o Profeta Elias tocará o shofar, para tidas orações, passagens bíblicas, talmúdicas e poemas anunciar a chegada do Messias. religiosos. As orações apresentam três temas fundamen- tais da fé judaica: D’us é Rei, Juiz e Legislador. 22
  • 23. *Tashlich (lançamento) nós. Ele suprimirá nossas iniqüidades; sim, vocês jogarão É um costume realizado pouco antes do pôr-do-sol, seus pecados às profundezas do mar. na tarde do primeiro dia de Rosh Hashana, às margens O Maharil (Rabi Moshe Halevi) nos fornece uma ex- de um rio, lago, mar, ou água corrente qualquer, onde plicação mais completa sobre o tashlich. O midrash diz quer que haja peixes. Preces são recitadas, seguidas pelo que, quando Avraham e Itzchak foram ao Har Moria ato simbólico de agitar os cantos de nossas roupas e (Monte Moriá), para a akeda (sacrifício), precisaram cru- invertermos os bolsos em direção às águas, ‘lançando’ e, zar um rio, uma das formas que satan (o ‘espírito’ do assim, ‘livrando-nos’ de nossos pecados. As preces des- mal) usou para impedi-los de cumprirem as ordens de pertam-nos pensamentos de arrependimento, dado que D’us. A correnteza ameaçava levá-los, mas Avraham re- a situação nos remete à insegurança da vida do peixe e zou: Salve-nos, D’us, pois a água atingiu nossas próprias ao perigo de ele ser atraído pela isca, ou apanhado na vidas, e foram salvos da correnteza. Assim, diz Maharil, rede do pescador. Nossa vida, também, está repleta de nenhum obstáculo deveria impedir-nos de obedecer às ciladas e tentações. ordens de D’us. Aquele que puder mostrar o amor abne- Os três últimos versos do profeta Micha, recitados du- gado de Avraham, sua prontidão para morrer pela pala- rante o tashlich, contêm a explicação para este costume: vra Divina, pode estar certo de que seus pecados ‘serão Quem é D’us como o Senhor, perdoando a iniqüidade jogados ao mar’. e perdoando a transgressão aos herdeiros de Seu legado. Ele não reteve Sua ira para sempre, porque Ele Se rego- * A única mitzva concreta de Rosh Hashana é a de zija na bondade. Mais uma vez, Ele terá misericórdia de ouvir o shofar, no período diurno. O significado de Rosh Hashana para crianças na idade infantil Esta festa, como a maior parte das festividades judai- profundamente o significado de costumes e símbolos re- cas, é rica em conteúdos, símbolos, jogos e brincadeiras levantes, que são de valor para o povo judeu. Revela para a criança. Para facilitar o trabalho da professora de curiosidade em conhecer a história da festa, inclusive Educação Infantil, são propostos três níveis gerais no en- as origens das idéias ligadas à festividade. Outros as- sino-aprendizagem dos conteúdos ligados à Rosh Hasha- pectos que se podem abordar com crianças nesta faixa na, de acordo com as características pertinentes a cada etária são: os valores morais e nacionais ligados à festa, faixa etária. os nomes especiais da festa, além dos nomes originais e De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festi- seus significados e os costumes aceitos pela comunida- vidade, e dar-lhe o nome usual e freqüente. de e pelo povo e seus significados, além das atividades Além disto, por meio de vivências baseadas no jogo e agrícolas. na brincadeira e no uso de materiais criativos, as crian- * Nesta faixa etária, a criança já compreende o signifi- ças poderão conhecer os símbolos da festividade: shofar, cado das mitzvot. machzor, tapuach bidvash, kartissei bracha, chala agula e Beit Haknesset (casa de reunião ou sinagoga). Alguns costumes característicos de Rosh Hashana que enfatizem Conceitos importantes o “aqui e agora”, poderão ser vivenciados. Beit Haknesset: sinagoga (casa de reunião) *Nesta faixa etária, a criança conhece a única mitzva básica: o toque do shofar. A realização da comemoração Rosh Hashana: ano novo com a simbologia da festa e suas brachot na própria es- cola é importante, para a criança poder vivenciar o chag chala agula: pão trançado redondo em sua plenitude. De 4 a 5 anos, quando a criança já possui uma com- shana tova: Bom ano! preensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus dvash: mel conhecimentos de costumes e símbolos se vão amplian- do, assim como se vão ampliando os ambientes de vi- shana tova umetuka: ano bom e doce! vência: em casa, na escola, na comunidade. A criança pode aprender os nomes adicionais de Rosh kartissei bracha: cartões com bênçãos Hashana e seu contexto, além dos símbolos e costumes e seus significados, vivenciados pela família e pelo am- shofar: chifre de carneiro biente próximo. *Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as mitzvot rosh shel dag: cabeça de peixe básicas e seus conceitos. tapuach: maçã De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a criança vai acumulando, ela passa a compreender mais ROSH HASHANA 23
  • 24. Planejamento de atividades Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Rosh Hashana O trabalho realizado, por meio de tachanot é uma forma diferenciada de abranger determinados conteúdos, em di- ferentes graus de complexidade. A cada chag, os espaços se transformam em tachanot, de acordo com um tema espe- cífico. Para cada tachana, há uma professora responsável pela pesquisa e elaboração de atividades, de acordo com a faixa etária, criando novos desafios. As crianças podem fazer um rodízio entre as tachanot, vivenciando as atividades e enriquecendo-se com novas informações. A cada ano, a comemoração de Rosh Hashana por tachanot faz com que se pesquisem novas atividades, buscando, freqüentemente, renovar, fazer adequações necessárias e, ao mesmo tempo, preservar a tradição judaica. Com a prática, fica cada vez mais agradável comemorar desta maneira, mas a organização, para este tipo de atividade, é fundamental. As professoras trabalham em equipe e, em reuniões de planejamento, socializam suas diferentes idéias e práticas. Cada uma fica responsável por uma das tachanot. A própria pesquisa para organizar o material relevante é uma chavaia (vivência positiva). Na busca pelo material, a professora procura planejar a adequação para as diferentes faixas etárias. Todo ano, escolhe-se um tema central, que servirá de eixo e permeará todas as festas (Ex.: temas anteriores: liderança, família, busca da paz). Respeitando um costume tradicional, confeccionam-se kartissei bracha para as famílias, possi- bilitando, a todos os interessados, confeccionarem kartissim, oferecendo-lhes materiais, envelopes e selos. É possível organizar uma grande comemoração convidando uma companhia de teatro, alugando uma piscina de bolinhas, na qual são escondidas maçãs de plástico, e realizando uma competição, na qual quem trouxer o maior número de maçãs, ganha saches com mel. Outras atividades nas tachanot podem estar ligadas à culinária, planejando, para tal, a realização de receitas ligadas à Rosh Hashana, como, p. ex., torrões de açúcar. Costumam-se convidar, para tais eventos, outros grupos, para comparti- lharmos a comemoração, oferecendo-lhes papéis atuantes no evento. Tachana musikalit: Dvash Escolhemos a canção Kapit shel dvash (uma colherzinha de mel), para ser trabalhada em todas as faixas etárias: Kapit shel dvash Colherzinha de Mel Kapit shel dvash, kapit shel dvash Colherzinha de mel, colherzinha de mel Ossa li et haiom. ‘Me’ faz o dia. Kapit shel dvash, kapit shel dvash Colherzinha de mel, colherzinha de mel Mi rotze litom? Quem quer experimentar? Le____________ dvash Para __________ mel Le____________ dvash Para __________ mel Le____________ dvash Para __________ mel Niten lo (la) dvash, dvash, dvash Vamos dar mel, mel, mel. De 3 a 4 anos Conteúdos: dvash Objetivos potenciais: entrar em contato com o costume de comermos mel, por meio dos sentidos. Descrição: Levar para a roda uma caixa-surpresa e, dentro, um pote de mel. Estimular as crianças a imaginarem o que há dentro da caixa, dizendo: “É algo que comemos em Rosh Hashana!” Ir, aos poucos, restringindo o leque de opções, dizendo que “É algo doce” e, mais adiante, que “É produzido por abelhas”. Ao descobrirem, poderão comprovar, colocando suas mãos para balançarem a caixa, sen- tirem o pote, ou mesmo cheirarem ou verem. Ao cantar a canção Kapit shel dvash, oferecer uma colher de mel para cada criança, ao citar seu nome. Materiais e recursos: caixa-surpresa, pote de mel, fita com a canção e um gravador. 24
  • 25. De 4 a 5 anos De onde vem o dvash? Conteúdos: Conteúdos: dvash dvash, um dos símbolos de Rosh Hashana Objetivos potenciais: Objetivos potenciais: entrar em contato com o costume de comermos maçã com mel, ampliar o conhecimento sobre o mel. por meio dos sentidos. Descrição: Descrição: a professora pode fantasiar-se de abelha, para enfatizar a impor- Pendurar a maçã num barbante e embebê-la com mel. Colocar a tância do mel, para termos um ano doce como mel, e é possível canção de fundo e convidar as crianças para tentarem morder a visitar um apiário, para verificar a origem do mel. É costume degus- maçã, sem utilizarem as mãos. Quando a canção terminar, acaba o tar sal, açúcar, mel e limão, para experimentar os vários sabores: tempo de cada uma. Ao final, ela ganha a maçã. salgado, doce, azedo, entre outros. Materiais e recursos: Materiais e recursos: mel, sal, açúcar, limão, entre outros; apiá- caixa-surpresa, pote de mel, maçãs, barbante, fita com a canção e rio; fantasia de abelha. um gravador. De 5 a 6 anos Conteúdos: dvash Objetivos potenciais: entrar em contato com o costume de comermos mel, por meio dos sentidos. Descrição: levar, à roda de crianças, um cartaz previamente preparado com a letra da canção, em forma de carta enigmática, a fim de trabalhar a pseudo-leitura. Dessa forma, uma gravura, ou mesmo uma co- lherzinha, substituirá a palavra kapit; uma gravura, ou um sachê de mel, substituirá a palavra dvash e os nomes das crianças (que já o reconhecem) serão incluídos na canção, antes que esta seja cantada ou tocada. Dar a oportunidade a todos para provarem o mel, cantando a canção Kapit shel dvash e oferecendo uma colher de mel para cada criança, ao citar seu nome. Materiais e recursos: cartaz elaborado pelo professor, fita com a canção e um gravador. Tachanat Omanut: kartissei bracha De 3 a 4 anos De 4 a 5 anos Conteúdos: Conteúdos: kartissei bracha kartissei bracha Objetivos potenciais: Objetivos potenciais: entrar em contato com o costume de enviarmos cartões (kartissim) entrar em contato com o antigo costume de enviarmos kartissim em Rosh Hashana e sua mensagem. em Rosh Hashana e suas brachot. Descrição: Descrição: trazer à roda de crianças um lindo kartis, em forma de maçã e sa- antes da confecção dos kartissim, contar, para as crianças, a his- chês de mel (um para cada criança). Explicar que, assim como dita tória do surgimento do costume de enviarmos cartões, utilizando, o costume da festa, todos recebem um cartão. Cada criança ga- como recurso, a máquina de retro-projetor e fotos de kartissim nhará um sachê e provará o seu sabor, e a professora, então, dese- antigos. Depois da exposição, questionar “O que é uma bracha?” jará shana tova umetuka, um ano bom e doce. Depois, proporá que “Para quem desejamos uma bracha?” “De que formas posso en- cada um produza seu kartis, para dar à sua família, escolhendo seu viar uma bracha?”; “Quando faço uma bracha?” e apresentar os próprio papel para pintar com tinta guache, seguindo algumas op- diversos tipos de brachot. Propor que cada um faça dois cartões ções dadas pela professora. Poderão ser no formato de tapuach ou - um para dar à sua família e outro, para um amigo. Os materiais pote de mel, levando em conta os símbolos mais próximos a eles. poderão ser diversificados, uma vez que já são capazes de registrar A mensagem trabalhada nos kartissim será shana tova umetuka, os símbolos do chag. As mensagens trabalhadas nos kartissim se- associando-a à bracha e à canção trabalhada anteriormente. rão aquelas que surgirem no início da atividade. Materiais e recursos: Materiais e recursos: cartão em formato de maçã, sachês de mel em quantidade su- máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo ficiente para todos na classe, papéis tipo cartolina ou color set, cartolina ou color set cortados em diferentes tamanhos, tinta gua- cortados em diferentes tamanhos e formatos, tinta guache de che de diversas cores, canetinhas, lápis pastel ou de madeira. diversas cores. ROSH HASHANA 25
  • 26. De 5 a 6 anos Pesquisando kartissei bracha, Conteúdos: aprendemos sobre a nossa história. kartissei bracha Conteúdos: Objetivos potenciais: kartissei bracha, ao longo dos anos entrar em contato com o costume de enviarmos kartissei bracha Objetivos potenciais: em Rosh Hashana e suas mensagens. costumes e tradições, em torno de kartissei bracha. Descrição: Descrição: propor que as crianças trabalhem em duplas, a fim de confeccio- pesquisar com as crianças o costume de enviar e receber kartissei narem um kartis para um grupo de crianças (que poderá ser outra bracha, desde o princípio deste costume até sua realização atual. classe), uma instituição ou escola, dependendo do tempo que se Usando exemplos de originais de kartissei bracha, enviados de dispõe para explicar de que grupo se trata. diversos lugares do mundo, desde o começo do século, procuramos Materiais e recursos: concretizar, para as crianças, valores importantes deste chag, tais máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo como desejar votos de “shana tova”, de que “sejamos incluídos no cartolina ou color set, retalhos de outros tipos de papéis, como Livro da Vida”, de que “o ano que entra seja doce como o mel”, laminado ou camurça, tinta guache de diversas cores, canetinhas, entre outros. Por meio da retro-projeção dos cartões, as crianças lápis pastel ou de madeira, colas e tesouras. podem absorver, com mais facilidade, conteúdos, formas e a arte usada nos cartões, ao longo dos anos, todos ligados a Rosh Hasha- Shana tova umetuka!!! na. No período que vai de uma semana antes de Rosh Hashana até Conteúdos: Iom Kipur, ocorre a troca de cartões, quando caixas de correio são kartissei bracha colocadas no portão de entrada da escola. Objetivos potenciais: Materiais e recursos: ampliar o conhecimento, em relação ao costume de enviarmos coleções de kartissei bracha , retro-projetor, caixas de correio. cartões e mensagens de Rosh Hashana. Descrição: confecção e envio de kartissei bracha, enfatizando o costume de enviarmos cartões, com votos e mensagens de Shana tova. Este projeto pode envolver toda a escola, a família e a comunidade. Para que as famílias possam vivenciar o costume de envio de kartissei bracha, podemos preparar duas caixas de correios; uma interna, para que estes sejam distribuídos posteriormente para as crianças, e outra, para os kartissim serem enviados por correio para as casas. Colocando uma das caixas de correio na entrada da escola, as famílias são convidadas a enviar cartões aos seus filhos. Todas as crianças participam, e as maiores ficam responsáveis pela classificação e distribuição aos destinatários. Diferentes cores são designadas para cada faixa etária, para a confecção dos kartissei bracha. Desta maneira, cada criança tem a oportunidade de viven- ciar este motivo de Rosh Hashana, o envio da mensagem de uma shana tova umetuka (e outros votos e mensagens para a família, as crianças e a comunidade) e, ao mesmo tempo, confeccionar kartis- sim. Um grande painel coletivo de kartissei bracha é construído na entrada da escola. Para tornar o costume de enviar kartissei bracha ainda mais próxi- mo às crianças, pode-se trazer, para o pátio da escola, uma caixa de correio em seu tamanho original (emprestada dos Correios), e as crianças podem enviar cartões de Shana tova, individualmente ou com a ajuda das professoras, para amigos e familiares. Para enviar as cartas, podemos verificar se foram colocados os selos, se os pormenores importantes, como nome e endereço, entre outros, aparecem. Um carteiro dos Correios é convidado a vir à escola e a contar sobre seu trabalho, o trajeto das cartas até alcançarem seu destino, distribuindo selos para as crianças. Materiais e recursos: materiais criativos, papéis de carta, envelopes, selos, caixa original do correio, carteiro. 26
  • 27. Tachanat bishul: chala agula Nesta tachana, as crianças terão a oportunidade de colocar a “mão na massa”, no cozimento das chalot agulot. É im- portante que, além de manusearem os ingredientes, percebam, também, a sua transformação. Para receita, ver anexos. De 3 a 4 anos Conteúdos: chala agula Objetivos potenciais: entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus ingredientes e formato. Descrição: trazer, à roda de crianças, os ingredientes para a execu- ção da chala agula e perguntar “Qual a diferença entre esta chala e a chala de Shabat?” Anunciar que todos ajudarão. Antes, porém, poderão experimentar alguns ingredientes, como sal e açúcar, para que percebam a diferença. Materiais e recursos: ingredientes. De 4 a 5 anos Conteúdos: chala agula Objetivos potenciais: entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus ingredientes e formato. Descrição: trazer, à roda de crianças, a receita escrita, com figuras associadas aos ingredientes que utilizarão na produção da chala, para que possam, anteriormente à atividade, fazer a pseudo-leitura, per- cebendo a função da escrita. Durante a culinária, os ingredientes deverão estar expostos em cima de uma mesa e, as crianças, sentadas ao seu redor, de modo que todos vejam tudo. A cada ingrediente, uma criança é convidada a participar. Dar um pedaço de massa para cada criança e, no momento de enrolar a massa, lembrar da diferença em relação à chala de Shabat. Materiais e recursos: ingredientes, receita escrita com figuras recortadas de revistas. De 5 a 6 anos Conteúdos: chala agula Objetivos potenciais: entrar em contato com o costume de comermos chala agula, seus ingredientes e formato. Descrição: trazer, à roda de crianças, a receita escrita da chala, para que pos- sam fazer leitura, percebendo a função da escrita. Durante a pre- paração, os ingredientes deverão estar expostos em cima de uma mesa e, as crianças, sentadas ao seu redor, de modo que todos ve- jam tudo. A cada ingrediente, uma criança é convidada a participar. Dar um pedaço de massa para cada criança e, no momento de en- rolar a massa, lembrar da diferença em relação à chala de Shabat. Em outro momento, cada criança receberá a receita escrita, com um espaço, para que possa fazer algum tipo de registro, seja por meio do desenho ou da escrita. Materiais e recursos: ingredientes, receita escrita em cartaz e folhas individuais. ROSH HASHANA 27