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Parte III
DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO
(AMIANTO)
Pneumoconiose orientações para diagnóstico e vigilância
 Fibra de origem mineral
que por processo natural
de recristalização
transforma-se em material
fibroso.
 Asbestos são um grupo de
silicatos fibrosos que inclui
crocidolita, crisotilo,
antofilita, tremolita e
amosita.
(www.cprm.gov.br)
Amianto ou Asbesto
 Compõe-se de silicatos hidratados de
magnésio, ferro, cálcio e sódio e se divide
em dois grandes grupos: serpentinas
(crisotila) e anfibólios.
Amianto ou Asbesto
Tipos de Amianto
Amianto ou Asbesto
 Anfibólios: o amianto anfibólio possui fibra dura, reta e
pontiaguda e se propaga facilmente no ar (crocidolita,
amosita,antofilita); tem potencial de carcinogenicidade
maior que a crisotila.
 Crisotila: atualmente é o tipo mais minerado, também
conhecido como asbesto ou amianto branco, apresenta
uma estrutura fibrosa, flexível, fina e sedosa (90%
produção e consumo mundial).
 Em geral, na natureza, encontram-se misturas com os
diversos tipos de fibra e predominância de um ou outro.
Amianto ou Asbesto
Rejeito com fibra predominantemente de Amianto Crisotila, Mina de São Félix do
Amianto, Bom Jesus da Serra, Bahia.
Alta resistência mecânica - freio
Bom isolante térmico e acústico – isolamento térmico
de casas e equipamentos industriais
Incombustibilidade – fabricação de roupas para
bombeiros, luvas térmicas
Durabilidade e flexibilidade
Resistência a corrosão por ácidos e álcalis – indústria
química;
Boa capacidade de filtragem e de isolação elétrica
Afinidade com outros materiais para comporem
matrizes estáveis (cimento, resinas e ligantes plásticos);
Capacidade de ser fiada e tecida
Amianto ou Asbesto- Características
Ocupações de Risco
 Trabalhadores em mineração e transformação de
asbesto
 Fabricação de produtos de cimento-amianto, materiais
de fricção, tecidos incombustíveis com asbesto, juntas e
gaxetas, papéis e papelões especiais
 Consumo de produtos contendo asbesto
 O risco ocorre em toda a cadeia produtiva; desde a
mineração, transporte, fabricação de produtos, na
construção civil, até o descarte do material, em
reformas, em domicílio, no uso do dia a dia.
http://www.google.com.br/url?
sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=wWkGITrNNqXKIM&tbnid
=yXJ2QPMHT3QCQM:&ved=0CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.unesp.br%2Fproex
%2Finformativo%2Fedicao03dez2001%2Fmaterias
%2Famianto.htm&ei=Mt_1U9OWBKy_sQTS5ICQCA&bvm=bv.73231344,d.aWw&psig=AFQjCN
EsYpyjUSD_xqQDWj4bWRGhwRA00g&ust=1408708419013224
Principais atividades e utilidades do
amianto
 Indústria têxteis:
feltros, filtros,
luvas, tecidos em
geral, cordas
 Materiais de
fricção: pastilhas
de freio, lonas,
discos de fricção
Pisos e revestimentos: pisos asfálticos e
impermeabilizantes
Pisos asfálticos Impermeabilizantes
Indústria de fibrocimento: materiais para
construção civil
caixas d’água
telhas
https://www.google.com.br/url?
sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&doci
d=ivjSunSAd6ZaZM&tbnid=nr9jXC8aeZyqZM:&ved=0CAQQjB0&url
=https%3A%2F%2Fandradetalis.wordpress.com%2Ftag
%2Famianto-exposicao-ocupacional
%2F&ei=nd71U4nbB9PIsATWloBg&bvm=bv.73231344,d.aWw&psi
g=AFQjCNEsYpyjUSD_xqQDWj4bWRGhwRA00g&ust=140870841
9013224
Tanques e telhas de fibrocimento contendo amianto
http://www.google.com.br/url?
sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=7eIpqwCL55kiWM&tbnid=uVpFffO4i7iFJM:&ved=0CAQQjB0&url=ht
tp%3A%2F%2Fblogdofavre.ig.com.br%2Ftag%2Famianto%2F&ei=a-
L1U_60GovgsAS3_ICwAw&bvm=bv.73231344,d.aWw&psig=AFQjCNEsYpyjUSD_xqQDWj4bWRGhwRA00g&ust=1408708419013224
Tanques e telhas de fibrocimento contendo amianto
Tubos de fibrocimento contendo amianto
Luvas de fibrocimento
Tubos de fibrocimento
Principais atividades e utilidades do
amianto
 Papéis, papelões e placas: isolantes térmicos,
juntas e vedações
Mantas isolantes térmicas
Papelões de amianto
Contaminação por descarte inadequado do material
Cadeia produtiva do amianto Crisotila
“A cadeia produtiva brasileira do amianto crisotila tem início na
extração e beneficiamento do minério pela SAMA S.A.
Minerações Associadas, em Minaçu (GO). Inclui o transporte
rodoviário do minério ensacado até os portos brasileiros (para
exportação) e até as fábricas brasileiras, que utilizam as fibras
minerais, em quase sua totalidade, na produção de fibrocimento
(uma mistura de cimento, fibra, celulose reciclada e água) para a
fabricação de telhas e caixas d´água. A cadeia do amianto
crisotila engloba ainda o transporte de produtos até os pontos de
vendas e sua comercialização. São 170 mil trabalhadores
envolvidos em toda a sua extensão.” (IBC)
Programa setorial de qualidade de crisotila (sistema de gestão
desenvolvido pelo IBC para normatizar as atividades de extração,
beneficiamento , transporte e transformação da crisotila)
Exploração econômica e população
potencialmente exposta na Bahia
 Extrativa (Bom Jesus da Serra) - primeira mina de asbesto-
crisotila do Brasil, de 1940 a 1967; atualmente persiste
exposição ambiental da população da região.
 Indústria de fibrocimento: fábrica Eternit em Simões Filho
 Comercialização e uso na construção civil: as telhas de
fibrocimento ainda são largamente utilizadas, em áreas
urbanas e rurais; as caixas d’água vêm sendo
progressivamente substituídas por materiais sintéticos.
 Plantas industriais; indústria química e de cloro-soda.
 Oficinas mecânicas
Doenças relacionadas ao asbesto / amianto
 Asbestose: Pneumoconiose
 Alterações pleurais benignas:
 placas pleurais, espessamento pleural difuso,
derrame pleural
 Câncer: brônquios, pulmão, laringe, estômago
 Mesotelioma: pleura, pericárdio, peritôneo
.
ASBESTOSE (Pneumoconiose causada pela inalação de
fibras de asbesto levando a fibrose pulmonar)
infiltrado
infiltrado
Asbestose
 Eminentemente ocupacional – Só existe a possibilidade de
adoecimento quando relacionada ao trabalho, pois a quantidade de
exposição necessária para causar pneumoconiose é grande e não
existe outras atividades fora do trabalho que exponha o indivíduo a
quantidade necessária para causar asbestose.
 Relação dose-efeito – o indivíduo precisa estar exposto a uma
determinada quantidade do asbesto para desenvolver a doença
 Período de latência - para desenvolver fibrose precisa ter uma
exposição de pelo menos 10 anos.
 Os sintomas são mais precoces que em outras pneumoconioses:
dispnéia que pode evoluir, mesmo em repouso, e tosse seca. Os
sintomas podem aparecer antes mesmo dos achados na
radiografia, entretanto já pode apresentar alterações na tomografia.
 Doença de caráter progressivo e irreversível, pode se manifestar
anos após cessada a exposição.
 20% podem ser assintomáticos. O indivíduo tem a doença e não
apresenta os sintomas.
Asbestose
Asbestose - Características
Infiltrado reticular que predomina nas bases; diferente
da silicose que predomina nos terços superiores.
Asbestose - Características
Asbestose
Características no Exame físico
 Crepitações nas bases pulmonares
 Baqueteamento digital
 Alterações funcionais (espirometria – não serve para
diagnóstico e sim para avaliar função pulmonar)
 Pequenas opacidades irregulares predominando nos
campos inferiores.
Asbestose – Métodos de Diagnóstico
 História ocupacional de exposição a poeiras com fibras de
asbesto
 História clínica com sintomatologia respiratória variável – grande
maioria apresenta sintoma de dispnéia
 Radiografia simples de tórax interpretada de acordo com os
critérios da OIT, presença de infiltrados reticulares nas bases
 Tomografia computadorizada de alta resolução - há casos em
que o paciente pode ter sintomatologia e não ter achados. É
uma outra forma para avaliar as placas pleurais .
Radiografia de Tórax
D.F.C. 64 anos, fem, fiandeira. Lesões intersticiais nas bases
pulmonares
RXOIT/80 – 2/1 s/t; 19 anos de exposição ao amianto
(Arquivo Hermano Albuquerque de Castro)
infiltrado
infiltrado
Radiografia de Tórax
A.R.O. 56 anos, fem, tecelã. Placa pleural e lesões intersticiais
RXOIT/80 – 2/2 s/t. 17 anos de exposição ao amianto
(Arquivo Hermano Albuquerque de Castro)
Placa
Pleural
infiltrado
Asbestose -Tomografia Computadorizada
de Tórax Alta Resolução - TCAR
 Visualiza mais o parênquima pulmonar
 A TCAR é superior à radiologia convencional
na detecção de lesões pulmonares causadas
pela exposição ao asbesto.
 Permite ainda melhor avaliação pleural
 No caso de grande comprometimento pleural,
permite visualização do parênquima pulmonar.
Fibrose pulmonar avançada
Outros Exames Complementares
Espirometria - Avaliação da
capacidade respiratória, não fecha
diagnóstico, é mais usada para
monitoramento
Broncoscopia – Obtenção de
fragmentos para biopsia .
Na asbestose, os fragmentos devem
ser maiores para uma boa biopsia.
Provas funcionais - espirometria
 Indispensáveis na investigação e no
estabelecimento de incapacidade em
pacientes com pneumoconioses,
mas não têm aplicação no
diagnóstico.
Quais as indicações da
espirometria na asbestose?
 Avaliação de trabalhadores sintomáticos
respiratórios
 Avaliação de disfunção e de incapacidade
respiratória
 Seguimento longitudinal de trabalhadores
expostos a poeiras com asbesto/amianto
Biópsia pulmonar
Método de exceção!
Indicada para pacientes com alteração radiológica compatível e com:
• história ocupacional não característica ou ausente
• história de exposição a poeiras ou outros agentes desconhecidos
• tempo de exposição insuficiente para causar as alterações observadas
• aspecto radiológico discordante do tipo de exposição referida
Em casos de disputas judiciais, após discordância
entre, pelo menos, dois leitores devidamente
familiarizados/credenciados para interpretação
radiológica da Classificação Internacional de
Radiografias de Pneumoconioses da OIT. Nestes
casos, recomenda-se a realização de TCAR
(tomografia), também interpretada por profissional
experiente no método, antes da definição da biópsia
pulmonar.
Biópsia pulmonar
 Enfisema pulmonar
 Pneumonia intersticial
 Colagenoses – doença auto imune; engloba uma série
de doenças (Lúpus Eritematoso Sistêmico, Artrite
Reumatoide etc)
 Linfangite carcinomatosa – quando o câncer invade o
pulmão de uma forma difusa
É necessário que o médico investigue o histórico
ocupacional do paciente. Isso pode ser fundamental
para se fazer o diagnóstico diferencial
Asbestose – Diagnóstico Diferencial
Alterações Pleurais Benignas
DOENÇA PLEURAL PELO ASBESTO
(Foto: Hermano Albuquerque de Castro)
Placa pleural calcificada
Fibrose da pleura parietal
e/ou visceral, consequente
à exposição a poeiras com
fibras de asbesto.
.
Alterações Pleurais
Doença Pleural causada Asbesto
Alterações Pleurais
 As alterações pleurais relacionadas ao
asbesto podem se apresentar como:
 espessamentos pleurais - placas
pleurais: circunscritos, localizadas
com ou sem calcificações
 espessamento pleural difuso –
processo difuso envolvendo seio
costofrênico com ou sem
calcificações
 derrame pleural - presença de líquido
na pleura
 atelectasia redonda - forma de
colapso pulmonar associado a
espessamento pleural simulando
tumor
Alterações Pleurais - PLACAS PLEURAIS
 São as alterações mais prevalentes, geralmente assintomáticas – não levam
a alteração funcional. A sintomatologia só aparece quando o
comprometimento é difuso, o que implica na alteração da ventilação do
pulmão.
 Dose-resposta é fraca – para que o paciente desenvolva as placas pleurais
não é necessário muito tempo de exposição .
 Período de latência de 15 a 20 anos
 Comprometem a pleura parietal (a pleura que recobre a caixa torácica)
 Podem sofrer calcificação e são localizadas principalmente no diafragma e
na porção posterior.
 Não há evidência de transformação para Mesotelioma
Doença pleural relacionada ao asbesto
A doença pleural pelo asbesto pode ser
confundida com outras alterações da pleura como:
 Gordura subpleural, as sombras musculares e fraturas de costela.
 Sequela de tuberculose pleural, cirurgia, trauma torácico ou reação
a drogas.
 Tuberculose pleural e derrames neoplásicos (diagnóstico
diferencial do derrame pleural)
Enfatizamos a importância de conhecer o histórico ocupacional
do paciente.
A tomografia é importante para tirar dúvidas
Doença Pleural pelo Asbesto
ESPESSAMENTO PLEURAL DIFUSO
Doença Pleural pelo Asbesto -
Características
 Espessamentos pleurais
circunscritos ou placas
pleurais são áreas focais
de fibrose irregular,
praticamente
desprovidas de vasos e
células, assim como de
sinais de reação
inflamatória.
 Surgem primariamente
na pleura parietal, sendo
mais frequentemente
visualizadas nas regiões
póstero laterais da
parede torácica e
também nas regiões
diafragmática e
mediastinal.
Doença pleural pelo asbesto
Métodos de diagnóstico
 História ocupacional de exposição a poeiras
com fibras de asbesto
 História clínica: as placas costumam ser
assintomáticas
 Espessamento pleural difuso, quando
moderado ou extenso pode cursar com
sintoma de dispnéia aos esforços
Doença Pleural pelo Asbesto
Métodos de Diagnóstico
 O derrame pleural (presença de líquido na pleura)
pode ser assintomático ou apresentar sintomas de dor
torácica, febre, dispnéia aos esforços.
 História ocupacional
 Radiografia simples de tórax interpretada de acordo com
os critérios da OIT 2000
 Tomografia computadorizada de alta resolução
Amianto X Câncer de Pulmão
 O surgimento do câncer pode ocorrer após
mais de 30 anos terminada a exposição.
 A IARC classifica o asbesto como classe 1
(carcinogênico reconhecido).
 Não existem “Limites de Tolerância”
seguros para substâncias cancerígenas
 Pode ser causado por todos os tipos de
asbesto
Amianto X Câncer de Pulmão
 Efeito sinérgico – o tabagismo e o
amianto quando associados
potencializam o efeito carcinogênico,
aumentando o risco para o trabalhador
desenvolver câncer.
 Tipos histológicos – não existe um tipo
predominante.
 O quadro clínico não difere do câncer não
ocupacional
Mesotelioma Maligno – Tumor da
pleura, pericárdio e peritônio
 Alta taxa de mortalidade
 Não é dose dependente - o paciente pode
desenvolver a doença mesmo com pouco
tempo de exposição
 Período de latência de 30 a 40 anos
 Associação mais forte com anfibólios
 Pode ocorrer com exposição indireta
 Sobrevida menor que 20% ao fim de 12 meses
Asbesto – período de latência
Tipo de Doença Período de Latência
Lesões pleurais benignas 15-20 anos
Asbestose > 10 anos
Câncer de pulmão > 30 anos
Mesoteliomas 30 a 40 anos
Cuidados no manuseio e descarte de
materiais contendo amianto
http://www.google.com.br/url?
sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=rLy6n16j1bGcMM&tbnid=rhJdPvJRBycHWM:&ved=0
CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.blogdaresenhageral.com.br%2Ftag%2Fbom-jesus-da-serra
%2F&ei=cNT1U7_wIKXgsATqtILYCg&psig=AFQjCNFc7POG2mxO3kEHLTFU0RG24sDfJg&ust=1408705834573581
Não foi há limite seguro de
exposição a substância
carcinogênica!!!
Cartaz para auxílio na
mobilização,
informação e busca
ativa de casos pelo
serviços de saúde e
entidades sindicais
LEGISLAÇÃO - Proibição
Todos os países da Comunidade Européia já baniram o uso do amianto.
Na América do Sul o uso do amianto é proibido na Argentina, no Chile e
no Uruguai.
No Brasil, a Lei Federal Nº 9.055, de 1º de julho de 1995, e seu Decreto nº
2.350/1997, dispõem sobre a mineração, industrialização, transporte e
comercialização do amianto e dos produtos que o contém. E determina
que as empresas que utilizam amianto enviem, periodicamente, ao SUS
o resultado dos exames de saúde dos trabalhadores expostos.
No Brasil, os estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e
São Paulo, e alguns municípios, proibiram a industrialização e a
comercialização de todos os tipos de amianto, inclusive a crisolita.
Há anos tramita no Supremo Tribunal Federal projeto para o banimento do
amianto em todo o território brasileiro; projeto similar também está há
anos aguardando aprovação na Assembléia Legislativa do Estado da
Bahia.
Banimento e possíveis substitutos do
Asbestos no Brasil
 Silicato de cálcio
 Fibra de Carbono
 Fibra de Celulose
 Fibra de Cerâmica
 Fibra de Vidro
 Fibra de Aço
 Wallastonite
 Aramida
 Polietileno
 Polipropileno
 Politetrafluoretileno
Em 2005, os Ministérios da Saúde,
do Meio Ambiente, da Previdência
Social e do Trabalho e Emprego,
posicionaram-se pelo banimento do
uso do amianto no Brasil,
recomendando a desativação da
única mina ainda em operação no
Brasil, em Minaçu (GO), e
substituição progressiva por outros
materiais.
BRASIL, 2005. Relatório Final da
Comissão Interministerial do Amianto.
Amianto na Bahia - Perspectivas
 Identificar a população potencialmente exposta e as atividades
produtivas com exposição a amianto nos territórios em cada região de
saúde.
 Organizar os processos de vigilância epidemiológica, com busca ativa de
casos, investigação dos óbitos e notificação de casos no SINAN e SIM.
 Organizar a rede de atenção, articulando VISAU, Atenção Básica e rede
especializada em cada território onde há exposição.
 Intensificar a capacitação e educação permanente para as equipes de
Saúde da Família, da rede especializada, dos CEREST e das Vigilâncias
em Saúde
 Desenvolver ações de vigilância nos ambientes de trabalho e processos
de trabalho.
 Impacto na estruturação das redes locais e regionais de saúde.
 Necessário manter apoio, investimentos em infraestrutura, diálogo
entre técnicos e gestores e assessoria técnica por parte do
Estado e municípios.
 Investimentos na ampliação e fortalecimento da capacidade do
SUS para prestar atenção integral à saúde nesses municípios, com
ênfase nas especificidades regionais e na aplicação dos
dispositivos de identificação das pneumopatias e cânceres
relacionados ao amianto.
Amianto na Bahia - Perspectivas
Dificuldades no processo de
VISAT de populações expostas
ao amianto
 Resistências por parte dos gestores municipais e da
própria população, considerando papel das empresas no
desenvolvimento local.
 As pressões implícitas ou explícitas das empresas, com
recusa de assumir suas responsabilidades em relação à
saúde dos trabalhadores.
 Desinformação da população quanto ao papel do SUS e
das secretarias de saúde.
 A invisibilidade e a naturalização da situação de
exposição e do risco. O desconhecimento do risco e dos
impactos à saúde.
(NOBRE e cols., 2012)
O que a experiência tem nos apontado
 Produção e implementação de metodologias de
acompanhamento dos indicadores de impacto à saúde
 Inclusão de avaliação adequada do impacto à saúde humana (e
dos trabalhadores) nos processos de licenciamento ambiental
 Introdução de avaliação da situação de saúde e potenciais
impactos na avaliação ambiental estratégica
 Criação de mecanismos de incentivo a práticas sustentáveis
(NOBRE e cols., 2012)
 Considerar os impactos à saúde em toda a cadeia produtiva e avaliar
todo o ciclo de produção e consumo
 Avaliação adequada da relação custo-benefício incluindo os
impactos à saúde e meio ambiente, de curto e longo prazo
 Implementação dos processos de recuperação ambiental
 Reparação aos danos à saúde humana (e dos trabalhadores) nos
casos de passivos ambientais já instalados
 Fortalecimento dos mecanismos e instâncias de participação e
controle social
 Implementação das políticas transetoriais
(NOBRE e cols., 2012)

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Asbestose - Pneumoconiose causada pela inalação de fibras de amianto

  • 1. Parte III DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO (AMIANTO) Pneumoconiose orientações para diagnóstico e vigilância
  • 2.  Fibra de origem mineral que por processo natural de recristalização transforma-se em material fibroso.  Asbestos são um grupo de silicatos fibrosos que inclui crocidolita, crisotilo, antofilita, tremolita e amosita. (www.cprm.gov.br) Amianto ou Asbesto
  • 3.  Compõe-se de silicatos hidratados de magnésio, ferro, cálcio e sódio e se divide em dois grandes grupos: serpentinas (crisotila) e anfibólios. Amianto ou Asbesto
  • 5. Amianto ou Asbesto  Anfibólios: o amianto anfibólio possui fibra dura, reta e pontiaguda e se propaga facilmente no ar (crocidolita, amosita,antofilita); tem potencial de carcinogenicidade maior que a crisotila.  Crisotila: atualmente é o tipo mais minerado, também conhecido como asbesto ou amianto branco, apresenta uma estrutura fibrosa, flexível, fina e sedosa (90% produção e consumo mundial).  Em geral, na natureza, encontram-se misturas com os diversos tipos de fibra e predominância de um ou outro.
  • 6. Amianto ou Asbesto Rejeito com fibra predominantemente de Amianto Crisotila, Mina de São Félix do Amianto, Bom Jesus da Serra, Bahia.
  • 7. Alta resistência mecânica - freio Bom isolante térmico e acústico – isolamento térmico de casas e equipamentos industriais Incombustibilidade – fabricação de roupas para bombeiros, luvas térmicas Durabilidade e flexibilidade Resistência a corrosão por ácidos e álcalis – indústria química; Boa capacidade de filtragem e de isolação elétrica Afinidade com outros materiais para comporem matrizes estáveis (cimento, resinas e ligantes plásticos); Capacidade de ser fiada e tecida Amianto ou Asbesto- Características
  • 8. Ocupações de Risco  Trabalhadores em mineração e transformação de asbesto  Fabricação de produtos de cimento-amianto, materiais de fricção, tecidos incombustíveis com asbesto, juntas e gaxetas, papéis e papelões especiais  Consumo de produtos contendo asbesto  O risco ocorre em toda a cadeia produtiva; desde a mineração, transporte, fabricação de produtos, na construção civil, até o descarte do material, em reformas, em domicílio, no uso do dia a dia.
  • 10. Pisos e revestimentos: pisos asfálticos e impermeabilizantes Pisos asfálticos Impermeabilizantes
  • 11. Indústria de fibrocimento: materiais para construção civil caixas d’água telhas
  • 14. Tubos de fibrocimento contendo amianto Luvas de fibrocimento Tubos de fibrocimento
  • 15. Principais atividades e utilidades do amianto  Papéis, papelões e placas: isolantes térmicos, juntas e vedações Mantas isolantes térmicas Papelões de amianto
  • 16. Contaminação por descarte inadequado do material
  • 17.
  • 18. Cadeia produtiva do amianto Crisotila “A cadeia produtiva brasileira do amianto crisotila tem início na extração e beneficiamento do minério pela SAMA S.A. Minerações Associadas, em Minaçu (GO). Inclui o transporte rodoviário do minério ensacado até os portos brasileiros (para exportação) e até as fábricas brasileiras, que utilizam as fibras minerais, em quase sua totalidade, na produção de fibrocimento (uma mistura de cimento, fibra, celulose reciclada e água) para a fabricação de telhas e caixas d´água. A cadeia do amianto crisotila engloba ainda o transporte de produtos até os pontos de vendas e sua comercialização. São 170 mil trabalhadores envolvidos em toda a sua extensão.” (IBC)
  • 19. Programa setorial de qualidade de crisotila (sistema de gestão desenvolvido pelo IBC para normatizar as atividades de extração, beneficiamento , transporte e transformação da crisotila)
  • 20. Exploração econômica e população potencialmente exposta na Bahia  Extrativa (Bom Jesus da Serra) - primeira mina de asbesto- crisotila do Brasil, de 1940 a 1967; atualmente persiste exposição ambiental da população da região.  Indústria de fibrocimento: fábrica Eternit em Simões Filho  Comercialização e uso na construção civil: as telhas de fibrocimento ainda são largamente utilizadas, em áreas urbanas e rurais; as caixas d’água vêm sendo progressivamente substituídas por materiais sintéticos.  Plantas industriais; indústria química e de cloro-soda.  Oficinas mecânicas
  • 21. Doenças relacionadas ao asbesto / amianto  Asbestose: Pneumoconiose  Alterações pleurais benignas:  placas pleurais, espessamento pleural difuso, derrame pleural  Câncer: brônquios, pulmão, laringe, estômago  Mesotelioma: pleura, pericárdio, peritôneo
  • 22. . ASBESTOSE (Pneumoconiose causada pela inalação de fibras de asbesto levando a fibrose pulmonar) infiltrado infiltrado
  • 23. Asbestose  Eminentemente ocupacional – Só existe a possibilidade de adoecimento quando relacionada ao trabalho, pois a quantidade de exposição necessária para causar pneumoconiose é grande e não existe outras atividades fora do trabalho que exponha o indivíduo a quantidade necessária para causar asbestose.  Relação dose-efeito – o indivíduo precisa estar exposto a uma determinada quantidade do asbesto para desenvolver a doença  Período de latência - para desenvolver fibrose precisa ter uma exposição de pelo menos 10 anos.
  • 24.  Os sintomas são mais precoces que em outras pneumoconioses: dispnéia que pode evoluir, mesmo em repouso, e tosse seca. Os sintomas podem aparecer antes mesmo dos achados na radiografia, entretanto já pode apresentar alterações na tomografia.  Doença de caráter progressivo e irreversível, pode se manifestar anos após cessada a exposição.  20% podem ser assintomáticos. O indivíduo tem a doença e não apresenta os sintomas. Asbestose
  • 26. Infiltrado reticular que predomina nas bases; diferente da silicose que predomina nos terços superiores.
  • 28. Asbestose Características no Exame físico  Crepitações nas bases pulmonares  Baqueteamento digital  Alterações funcionais (espirometria – não serve para diagnóstico e sim para avaliar função pulmonar)  Pequenas opacidades irregulares predominando nos campos inferiores.
  • 29. Asbestose – Métodos de Diagnóstico  História ocupacional de exposição a poeiras com fibras de asbesto  História clínica com sintomatologia respiratória variável – grande maioria apresenta sintoma de dispnéia  Radiografia simples de tórax interpretada de acordo com os critérios da OIT, presença de infiltrados reticulares nas bases  Tomografia computadorizada de alta resolução - há casos em que o paciente pode ter sintomatologia e não ter achados. É uma outra forma para avaliar as placas pleurais .
  • 30. Radiografia de Tórax D.F.C. 64 anos, fem, fiandeira. Lesões intersticiais nas bases pulmonares RXOIT/80 – 2/1 s/t; 19 anos de exposição ao amianto (Arquivo Hermano Albuquerque de Castro) infiltrado infiltrado
  • 31. Radiografia de Tórax A.R.O. 56 anos, fem, tecelã. Placa pleural e lesões intersticiais RXOIT/80 – 2/2 s/t. 17 anos de exposição ao amianto (Arquivo Hermano Albuquerque de Castro) Placa Pleural
  • 33. Asbestose -Tomografia Computadorizada de Tórax Alta Resolução - TCAR  Visualiza mais o parênquima pulmonar  A TCAR é superior à radiologia convencional na detecção de lesões pulmonares causadas pela exposição ao asbesto.  Permite ainda melhor avaliação pleural  No caso de grande comprometimento pleural, permite visualização do parênquima pulmonar.
  • 35. Outros Exames Complementares Espirometria - Avaliação da capacidade respiratória, não fecha diagnóstico, é mais usada para monitoramento Broncoscopia – Obtenção de fragmentos para biopsia . Na asbestose, os fragmentos devem ser maiores para uma boa biopsia.
  • 36. Provas funcionais - espirometria  Indispensáveis na investigação e no estabelecimento de incapacidade em pacientes com pneumoconioses, mas não têm aplicação no diagnóstico.
  • 37. Quais as indicações da espirometria na asbestose?  Avaliação de trabalhadores sintomáticos respiratórios  Avaliação de disfunção e de incapacidade respiratória  Seguimento longitudinal de trabalhadores expostos a poeiras com asbesto/amianto
  • 38. Biópsia pulmonar Método de exceção! Indicada para pacientes com alteração radiológica compatível e com: • história ocupacional não característica ou ausente • história de exposição a poeiras ou outros agentes desconhecidos • tempo de exposição insuficiente para causar as alterações observadas • aspecto radiológico discordante do tipo de exposição referida
  • 39. Em casos de disputas judiciais, após discordância entre, pelo menos, dois leitores devidamente familiarizados/credenciados para interpretação radiológica da Classificação Internacional de Radiografias de Pneumoconioses da OIT. Nestes casos, recomenda-se a realização de TCAR (tomografia), também interpretada por profissional experiente no método, antes da definição da biópsia pulmonar. Biópsia pulmonar
  • 40.  Enfisema pulmonar  Pneumonia intersticial  Colagenoses – doença auto imune; engloba uma série de doenças (Lúpus Eritematoso Sistêmico, Artrite Reumatoide etc)  Linfangite carcinomatosa – quando o câncer invade o pulmão de uma forma difusa É necessário que o médico investigue o histórico ocupacional do paciente. Isso pode ser fundamental para se fazer o diagnóstico diferencial Asbestose – Diagnóstico Diferencial
  • 41. Alterações Pleurais Benignas DOENÇA PLEURAL PELO ASBESTO (Foto: Hermano Albuquerque de Castro) Placa pleural calcificada
  • 42. Fibrose da pleura parietal e/ou visceral, consequente à exposição a poeiras com fibras de asbesto. . Alterações Pleurais Doença Pleural causada Asbesto
  • 43. Alterações Pleurais  As alterações pleurais relacionadas ao asbesto podem se apresentar como:  espessamentos pleurais - placas pleurais: circunscritos, localizadas com ou sem calcificações  espessamento pleural difuso – processo difuso envolvendo seio costofrênico com ou sem calcificações  derrame pleural - presença de líquido na pleura  atelectasia redonda - forma de colapso pulmonar associado a espessamento pleural simulando tumor
  • 44. Alterações Pleurais - PLACAS PLEURAIS  São as alterações mais prevalentes, geralmente assintomáticas – não levam a alteração funcional. A sintomatologia só aparece quando o comprometimento é difuso, o que implica na alteração da ventilação do pulmão.  Dose-resposta é fraca – para que o paciente desenvolva as placas pleurais não é necessário muito tempo de exposição .  Período de latência de 15 a 20 anos  Comprometem a pleura parietal (a pleura que recobre a caixa torácica)  Podem sofrer calcificação e são localizadas principalmente no diafragma e na porção posterior.  Não há evidência de transformação para Mesotelioma
  • 46. A doença pleural pelo asbesto pode ser confundida com outras alterações da pleura como:  Gordura subpleural, as sombras musculares e fraturas de costela.  Sequela de tuberculose pleural, cirurgia, trauma torácico ou reação a drogas.  Tuberculose pleural e derrames neoplásicos (diagnóstico diferencial do derrame pleural) Enfatizamos a importância de conhecer o histórico ocupacional do paciente. A tomografia é importante para tirar dúvidas
  • 47. Doença Pleural pelo Asbesto ESPESSAMENTO PLEURAL DIFUSO
  • 48. Doença Pleural pelo Asbesto - Características  Espessamentos pleurais circunscritos ou placas pleurais são áreas focais de fibrose irregular, praticamente desprovidas de vasos e células, assim como de sinais de reação inflamatória.  Surgem primariamente na pleura parietal, sendo mais frequentemente visualizadas nas regiões póstero laterais da parede torácica e também nas regiões diafragmática e mediastinal.
  • 49. Doença pleural pelo asbesto Métodos de diagnóstico  História ocupacional de exposição a poeiras com fibras de asbesto  História clínica: as placas costumam ser assintomáticas  Espessamento pleural difuso, quando moderado ou extenso pode cursar com sintoma de dispnéia aos esforços
  • 50. Doença Pleural pelo Asbesto Métodos de Diagnóstico  O derrame pleural (presença de líquido na pleura) pode ser assintomático ou apresentar sintomas de dor torácica, febre, dispnéia aos esforços.  História ocupacional  Radiografia simples de tórax interpretada de acordo com os critérios da OIT 2000  Tomografia computadorizada de alta resolução
  • 51. Amianto X Câncer de Pulmão  O surgimento do câncer pode ocorrer após mais de 30 anos terminada a exposição.  A IARC classifica o asbesto como classe 1 (carcinogênico reconhecido).  Não existem “Limites de Tolerância” seguros para substâncias cancerígenas  Pode ser causado por todos os tipos de asbesto
  • 52. Amianto X Câncer de Pulmão  Efeito sinérgico – o tabagismo e o amianto quando associados potencializam o efeito carcinogênico, aumentando o risco para o trabalhador desenvolver câncer.  Tipos histológicos – não existe um tipo predominante.  O quadro clínico não difere do câncer não ocupacional
  • 53. Mesotelioma Maligno – Tumor da pleura, pericárdio e peritônio  Alta taxa de mortalidade  Não é dose dependente - o paciente pode desenvolver a doença mesmo com pouco tempo de exposição  Período de latência de 30 a 40 anos  Associação mais forte com anfibólios  Pode ocorrer com exposição indireta  Sobrevida menor que 20% ao fim de 12 meses
  • 54. Asbesto – período de latência Tipo de Doença Período de Latência Lesões pleurais benignas 15-20 anos Asbestose > 10 anos Câncer de pulmão > 30 anos Mesoteliomas 30 a 40 anos
  • 55. Cuidados no manuseio e descarte de materiais contendo amianto http://www.google.com.br/url? sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=rLy6n16j1bGcMM&tbnid=rhJdPvJRBycHWM:&ved=0 CAQQjB0&url=http%3A%2F%2Fwww.blogdaresenhageral.com.br%2Ftag%2Fbom-jesus-da-serra %2F&ei=cNT1U7_wIKXgsATqtILYCg&psig=AFQjCNFc7POG2mxO3kEHLTFU0RG24sDfJg&ust=1408705834573581 Não foi há limite seguro de exposição a substância carcinogênica!!!
  • 56. Cartaz para auxílio na mobilização, informação e busca ativa de casos pelo serviços de saúde e entidades sindicais
  • 57.
  • 58.
  • 59.
  • 60. LEGISLAÇÃO - Proibição Todos os países da Comunidade Européia já baniram o uso do amianto. Na América do Sul o uso do amianto é proibido na Argentina, no Chile e no Uruguai. No Brasil, a Lei Federal Nº 9.055, de 1º de julho de 1995, e seu Decreto nº 2.350/1997, dispõem sobre a mineração, industrialização, transporte e comercialização do amianto e dos produtos que o contém. E determina que as empresas que utilizam amianto enviem, periodicamente, ao SUS o resultado dos exames de saúde dos trabalhadores expostos. No Brasil, os estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, e alguns municípios, proibiram a industrialização e a comercialização de todos os tipos de amianto, inclusive a crisolita. Há anos tramita no Supremo Tribunal Federal projeto para o banimento do amianto em todo o território brasileiro; projeto similar também está há anos aguardando aprovação na Assembléia Legislativa do Estado da Bahia.
  • 61. Banimento e possíveis substitutos do Asbestos no Brasil  Silicato de cálcio  Fibra de Carbono  Fibra de Celulose  Fibra de Cerâmica  Fibra de Vidro  Fibra de Aço  Wallastonite  Aramida  Polietileno  Polipropileno  Politetrafluoretileno Em 2005, os Ministérios da Saúde, do Meio Ambiente, da Previdência Social e do Trabalho e Emprego, posicionaram-se pelo banimento do uso do amianto no Brasil, recomendando a desativação da única mina ainda em operação no Brasil, em Minaçu (GO), e substituição progressiva por outros materiais. BRASIL, 2005. Relatório Final da Comissão Interministerial do Amianto.
  • 62. Amianto na Bahia - Perspectivas  Identificar a população potencialmente exposta e as atividades produtivas com exposição a amianto nos territórios em cada região de saúde.  Organizar os processos de vigilância epidemiológica, com busca ativa de casos, investigação dos óbitos e notificação de casos no SINAN e SIM.  Organizar a rede de atenção, articulando VISAU, Atenção Básica e rede especializada em cada território onde há exposição.  Intensificar a capacitação e educação permanente para as equipes de Saúde da Família, da rede especializada, dos CEREST e das Vigilâncias em Saúde  Desenvolver ações de vigilância nos ambientes de trabalho e processos de trabalho.
  • 63.  Impacto na estruturação das redes locais e regionais de saúde.  Necessário manter apoio, investimentos em infraestrutura, diálogo entre técnicos e gestores e assessoria técnica por parte do Estado e municípios.  Investimentos na ampliação e fortalecimento da capacidade do SUS para prestar atenção integral à saúde nesses municípios, com ênfase nas especificidades regionais e na aplicação dos dispositivos de identificação das pneumopatias e cânceres relacionados ao amianto. Amianto na Bahia - Perspectivas
  • 64. Dificuldades no processo de VISAT de populações expostas ao amianto  Resistências por parte dos gestores municipais e da própria população, considerando papel das empresas no desenvolvimento local.  As pressões implícitas ou explícitas das empresas, com recusa de assumir suas responsabilidades em relação à saúde dos trabalhadores.  Desinformação da população quanto ao papel do SUS e das secretarias de saúde.  A invisibilidade e a naturalização da situação de exposição e do risco. O desconhecimento do risco e dos impactos à saúde. (NOBRE e cols., 2012)
  • 65. O que a experiência tem nos apontado  Produção e implementação de metodologias de acompanhamento dos indicadores de impacto à saúde  Inclusão de avaliação adequada do impacto à saúde humana (e dos trabalhadores) nos processos de licenciamento ambiental  Introdução de avaliação da situação de saúde e potenciais impactos na avaliação ambiental estratégica  Criação de mecanismos de incentivo a práticas sustentáveis (NOBRE e cols., 2012)
  • 66.  Considerar os impactos à saúde em toda a cadeia produtiva e avaliar todo o ciclo de produção e consumo  Avaliação adequada da relação custo-benefício incluindo os impactos à saúde e meio ambiente, de curto e longo prazo  Implementação dos processos de recuperação ambiental  Reparação aos danos à saúde humana (e dos trabalhadores) nos casos de passivos ambientais já instalados  Fortalecimento dos mecanismos e instâncias de participação e controle social  Implementação das políticas transetoriais (NOBRE e cols., 2012)