[1] O documento discute como os cristãos devem viver o domingo e o período da Páscoa à Pentecostes como dias de celebração e consagração a Deus. [2] Apresenta exemplos de como as pessoas freqüentam a igreja por motivações erradas e não para cultivar sua fé. [3] Resume o texto bíblico de 1 Pedro 1:3-9 que fala sobre como os cristãos são regenerados por Deus para viver com esperança.
Regenerados para uma vida de esperança 03 04 2005 - 1 dom após a páscoa - culto vespertino
1. REGENERADOS PARA UMA VIDA DE ESPERANÇA
INTRODUÇÃO
Queridos irmãos e irmãs...
Estamos em Festa!!!
Do domingo passado, Domingo da Ressurreição, até o dia 15 de maio,
Domingo de Pentecostes, a Igreja Cristã (Povo de Deus) é chamada a celebrar
cinqüenta dias de festa.
Somos chamados a viver e celebrar estes dias como se fossem um grande e
prolongado “Domingo”.
Assim como fiz pela manhã, gostaria de faze-lo agora. Traçar alguns
comentários do o “Domingo” – “Dia do Senhor”.
Quem sabe, alguns irmãos ou irmãs, se lembrem da forma a qual a igreja, até
pouco tempo, tratava este dia.
O domingo era considerado “Dia Santo”. Muita gente não recebia e nem
pagava nesse dia. Muitas pessoas “abriam mão” de coisas importantes,
considerando ser este um dia de dedicação a Deus.
Alguém gostaria de nos ajudar lembrando de algum fato? ...
O domingo na tradição Cristã é considerado “o” dia consagrado ao “Serviço
do Senhor”.
Infelizmente o mundo moderno tem nos tirado desse foco. O domingo tem
sido dedicado para a realização de muitas atividades, menos para consagração ao
Senhor.
Inclusive nós evangélicos, temos arrumado tantas coisas pra fazer, que não
temos tempo para celebrar ao Senhor neste dia.
Arrumamos tantas atividades, que acabamos não tendo tempo de vir à igreja.
Há alguns que até freqüentam à igreja, mas a motivação está errada.
Vejamos, pelo menos, dois casos:
1º) Alguns freqüentam os cultos matutinos, mas estão tão ansiosos
com o que irão realizar no restante do dia, que não se concentram na
celebração. Estão desejosos mesmo que tudo acabe logo e possam se
dirigir rumo àquilo que mais lhes interessa.
2. 2º) Outros preferem os Cultos Vespertinos. Porém, se aproximam tão
cansados das várias coisas que realizaram, que acabam cochilando
durante o culto. Meus irmãos, vocês não imaginam a frustração para
quem está dirigindo o culto, ou cantando, ou pregando, quando vê na
congregação pessoas cochilando. Isso realmente entristece.
Eu diria, que nos dois casos, estamos diante de pessoas que estão
freqüentando a igreja por motivações erradas. Na verdade elas estão indo à igreja
como um “ato penitencial” que lhes permite aliviar a consciência. Suas vindas ao
templo, é visando aliviar um peso psicológico que lhes foram impostos num
determinado momento de suas vidas.
Elas não estão preocupadas em se ajuntar a outros irmãos e irmãs para um
momento de comunhão e celebração. Na realidade o que vemos aqui é o lado
consumista da religiosidade, de querer apaziguar o sentimento de pecado por não
freqüentar a igreja. Esta é uma visão egocêntrica da fé. É colocar o eu como o
centro da fé.
Precisamos retomar alguns conceitos do passado. Não devemos repetir os
legalismos, mas podemos melhorar a nossa visão sobre “O Dia do Senhor”.
O problema tem sido o nosso descaso com relação às coisas de Deus. Não
basta freqüentar uma igreja. O que precisamos é de nos dispor a viver o projeto de
Deus para a Sua igreja.
Quando afirmo que este período de 50 dias de festa é um longo e prolongado
domingo, gostaria que você tivesse em mente “O Domingo”, como um dia
consagrado ao Senhor.
Não estamos falando de qualquer abordagem sobre o “Domingo”. Estamos
falando sobre a perspectiva cristã desse dia de consagração. Dia dedicado ao Culto
Público, à comunhão e ao encontro da comunidade de fé.
Durante este período de festa somos convidados a refletir sobre o batismo
cristão e os compromissos assumidos através dele.
Como afirmei do domingo passado, este é um tempo oportuno para que
aqueles que não são batizados assumam um compromisso e se preparem para tal.
Para aqueles que se batizaram, porém não fizeram sua Pública Profissão de Fé, que
também se preparem e assumam seu compromisso. E para aqueles que já se
batizaram e fizeram sua Profissão de Fé, é um período oportuno para renovarem
seus votos diante do Senhor e da Igreja.
Lembremo-nos que no batismo nós participamos da morte e ressurreição de
Jesus. Morremos para o mundo, e passamos a viver para Cristo.
Com o batismo e a profissão de Fé, passamos a percorrer o caminho
proposto por Deus de conversão e santificação.
Portanto, durante todo este período estaremos refletindo sobre o
compromisso dos batizados. Sobre como deve ser a vida dos que assumiram a
morte e ressurreição de Jesus.
3. Dentre as leituras propostas pelo Lecionário Comum para hoje, encontramos
a de 1 Pe 1,3-9.
Convido-os então à leitura deste trecho da Palavra de Deus.
Intitulei o sermão desta noite de: Regenerados para uma vida de esperança
Ouçamos o que nos diz o texto bíblico:
TEXTO: 1Pe 1,3-9
3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a
sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança,
mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
4 para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível,
reservada nos céus para vós outros
5 que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a
salvação preparada para revelar-se no último tempo.
6 Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário,
sejais contristados por várias provações,
7 para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais
preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde
em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo;
8 a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas
crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória,
9 obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma.
CONTEXTO
Gostaria de fazer uma breve introdução à 1ª Epístola de Pedro:
1º) Destinatários: Em 1,1 nos é apresentado claramente a quem se
destina esta carta: “ aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no
Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, eleitos, segundo a
presciência de Deus Pai”. Esrtamos falando aqui de cinco províncias
romanas da Ásia Menor.
2º) Objetivo: Na Epístola é apresentada uma mensagem de conforto e
ânimo. Diante das perseguições, do ódio, do sofrimento, das
acusações injustas, os cristãos devem permanecer firmes em suas
comunidades, dependendo da graça de Deus, aguardando a
recompensa celeste que herdará somente os que se mantiverem fiéis.
4. 3º) Autor: ainda que o título aponte como sendo o apóstolo Pedro, os
estudiosos acreditam ser impossível. As análises, literária e teológica,
não confirmam que seja o apóstolo.
Em termos literários, a qualidade literária da carta não
corresponde à maneira de escrever de um pescador do lago de
Tiberíades, pouco instruído;
A teologia apresentada demonstra uma reflexão e um
ensinamento bem posteriores à época de Pedro;
O “ambiente” descrito na carta corresponde, claramente, à
situação da comunidade cristã no final do primeiro século.
Se Pedro morreu em Roma durante a perseguição de Nero (por
volta do ano 67), não pode ser o autor deste escrito.
Provavelmente o autor da carta tenha sido um cristão anônimo que viveu no
final do séc. I.
A parte da carta a qual estamos estudando é uma ação de graças, ao estilo
das bênçãos judaicas. No entanto apresenta, desde logo, os temas principais que
serão desenvolvidos ao longo da carta.
MENSAGEM
O autor inicia a sua carta lembrando os crentes de que pelos méritos de
Jesus Cristo eles renasceram para uma nova vida.
Aqueles que se submetem a Jesus, aceitando-o como seu Senhor e Salvador
pessoal, vivem na alegria e na esperança, pois sabem que – aconteça o que
acontecer – lhes está reservada a Vida Eterna.
Diante das lutas e tribulações vividas pelos irmãos ele vai afirmar que os
sofrimentos são uma espécie de “prova”, durante a qual a fé dos crentes é
purificada.
Gostaria de trazer à nossa memória uma ilustração que foi utilizada pelo
nosso irmão Filipe Maia num estudo Bíblico realizado na Reunião de Oração da
SMM e que depois foi publicado no Boletim. Trata-se da Purificação da Prata:
ILUSTRAÇÃO
Uma certa mulher ligou para um ourives e marcou um
horário com ele para assisti-lo em seu trabalho.
5. Ela não mencionou a razão de seu interesse na prata
nada além do que sua curiosidade sobre o processo de
refinamento da prata.
Enquanto ela o observava, ele mantinha um pedaço de
prata sobre o fogo e deixava-o aquecer.
Ele explicou que no refinamento da prata devia-se manter
a prata no meio do fogo onde as chamas eram mais quentes de
forma a queimar todas as impurezas.
A mulher pensou em Deus mantendo-nos num lugar tão
quente, depois ela pensou sobre o verso novamente, que "ele se
assenta como um fundidor e purificador da prata".
Ela perguntou ao ourives se era verdade que ele tinha
que se sentar em frente ao fogo o tempo todo que a prata
estivesse sendo refinada.
O homem respondeu que sim, ele não apenas tinha que
sentar-se lá segurando a prata, mas também tinha que manter
seus olhos na prata o tempo inteiro que ela estivesse no fogo.
Se a prata fosse deixada, apenas por um momento, em
demasia nas chamas ela seria destruída.
A mulher silenciou por um instante. Depois ela perguntou,
"Como você sabe quando a prata está completamente
refinada?".
Ele sorriu e respondeu, "Oh, é fácil - quando eu vejo a
minha imagem nela".
Assim como o fogo purifica a prata e o ouro, as tribulações do presente
podem ser canal para a nossa purificação diante de Deus.
O grande apelo do autor da primeira carta de Pedro é que diante das
perseguições, do ódio, do sofrimento, das acusações injustas, os cristãos
permaneçam firmes, dependendo da graça de Deus, aguardando a recompensa
celeste que herdará somente os que se mantiverem fiéis.
O que ele faz é encorajar os irmãos a suportarem as lutas e tribulações do
presente, sem abandonarem a fé.
Há um outro texto bíblico que afirma: “as tribulações do presente século não
se comparam com a alegria do Porvir.
6. APLICAÇÃO PASTORAL
Aprendemos com este texto que o cristão não deve olhar somente para as
circunstâncias, mas sim para o SENHOR que está acima de todas as coisas. Como
nos afirmou o próprio Senhor Jesus: “No mundo tereis aflições, tende bom ânimo, eu
venci o mundo”.
Lembremo-nos sempre que nessa vida passamos por momentos difíceis, mas
se estivermos em Deus, no final experimentaremos a vitória. Como nos afirma o
texto bíblico: “ ...todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”.
Por confiar em Deus foi que Jesus experimentou a vitória da ressurreição. Por
vontade própria, ele não gostaria de enfrentar a morte da cruz. Mas ele confiou no
Pai. Sabia que Seus desígnios eram perfeitos. Fazendo uma paráfrase às palavras
de Jó, podemos dizer que Jesus sabia que: “nenhum dos planos do Pai poderiam
ser frustrados”.
Por isso quando orou no Getsêmani, poucos minutos antes de ser preso,
afirmou sua confiança da Vontade do Pai. Lembram-se da oração de Jesus: “Pai se
possível afasta de mim este cálice, contudo seja feita a vossa vontade”
Queridos irmãos e irmãs nós só experimentaremos a vitória, se
ultrapassarmos as lutas e tribulações do dia a dia, confiando em Deus. Segundo o
texto que estudamos hoje, essas tribulações levam-nos a um aperfeiçoamento.
Precisamos aprender a mudar o foco. Ao invés de olharmos para os
problemas, as lutas e as tribulações , devemos olhar para Aquele que é
suficientemente Poderoso para nos ajudar na superação dos mesmos.
Devemos confiar plenamente na Ação de Deus. Tudo que Ele faz é bom e
perfeito. Ainda que não entendamos momentaneamente o que esteja acontecendo,
em pouco tempo veremos que foi o melhor.
Ao invés de olharmos para o problema, somos convidados a olhar para quem
pode solucioná-lo. Somos desafiados pelo texto bíblico a percorrer a nossa vida com
esperança, olhando para além dos problemas e dificuldades que dia a dia.
Nossa esperança não está apenas em superarmos o problema atual. Pois
pode ser que tenhamos que conviver com ele pelo resto da vida. Mas o texto nos
fala da esperança na vida eterna.
Gostaria de repetir aqui um jargão já muito utilizado: “Não diga a Deus que
você tem um GRANDE PROLBEMA, dia ao problema de você tem um GRANDE
DEUS”.
Seja com problema ou sem problema, o melhor é estar com Deus. Como
afirma um outro jargão: “Se com Deus tá ruim, sem Ele é pior ainda”.
Portanto, apeguemo-nos a Ele, pois N’Ele há Salvação.
Rev. Paulo Dias Nogueira
Catedral Metodista de Piracicaba
Culto Vespertino – 03/04//2005