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Entre cooperação e competição: os benefícios do jogo na escola
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HOME > EDUCAÇÃO FÍSICA > JOGOS: ENTRE A COOPERAÇÃO E A COMPETIÇÃO Imprimir Texto
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JOGOS: ENTRE A COOPERAÇÃO E A
COMPETIÇÃO
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Em termos usuais, a ideia do que é
jogo costuma ser significativamente
misturada com a ideia de esporte.
Por isso, caracterizar o que é jogo é
fundamental para, inclusive, não
confundi-lo com esporte. É bastante
comum que as pessoas digam que
uma pessoa que pratica
profissionalmente voleibol seja um
jogador. Isso não é verdade. Essa
pessoa que se utiliza do esporte de
forma profissional ou
semiprofissional, cuja prática é revertida em termos financeiros, troféus e/ou
medalhas, não é um jogador: é um atleta. Assim, de modo geral, pode-se dizer
que jogador é aquela pessoa que participa de uma atividade tendo em vista o
prazer que ela lhe proporciona.
As características básicas para que uma atividade seja considerada um jogo são:
1) regras mutáveis, ou seja, os jogadores podem combinar e recombinar as regras
durante a prática; 2) por ser uma atividade que pode estimular tanto a
competição quanto a cooperação; 3) pode ser jogado individualmente ou em
grupo; 4) proporcionar prazer no ato de jogar, o que nós chamamos de
recompensa intrínseca.
Você, aluno, deve estar pensando: “se eu jogo porque eu gosto de jogar, então o
lugar de jogo é na escola?”. Sim: o lugar do jogo é na escola. E sabe por quê?
Porque quando jogado coletivamente, ele faz você se relacionar melhor com os
seus colegas: vocês aprendem a dividir as tarefas, a cooperarem entre si; o jogo
desenvolve a rapidez de raciocínio necessária para resolver problemas das mais
diversas naturezas; permite que você e seus colegas joguem com as regras
tradicionais e modifiquem essas regras sempre que o grupo concordar, e esse
tipo de prática permite preparar você para a sua própria vida, exercitando a
atitude de ouvir a opinião do outro, de ele ouvir a sua e de vocês chegarem a um
acordo bom para todos. E o melhor: além de tudo isso você ainda joga porque
gosta, porque é um tipo de atividade prazerosa.
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Proporcionar prazer no ato de jogar é
uma das características básicas para
que uma atividade seja considerada um
jogo
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É por todos esses motivos que o jogo é uma atividade escolar por excelência. E
ele cabe ainda melhor na sua aula de Educação Física, já que para jogar, muitas
vezes, você precisa colocar o seu corpo em movimento. Então, além de exercitar
o raciocínio, melhorar a relação entre as pessoas, praticar a cooperação e a
competição, ainda mexe com o seu corpo, diminuindo o risco de
desenvolvimento de obesidade, de doenças cardíacas e de diabetes.
Há, também, um outro tipo de jogo que é considerado um vilão pela maioria dos
pais e professores: o vídeo-game. Nesse tipo de jogo, o jogador não tem
autonomia para alterar as regras e a competição é muito mais instigada do que a
cooperação; não estimula você a fazer amigos, já que é melhor jogar sozinho do
que com o colega (assim você não precisa esperar a sua vez); e, por forçar você a
ficar na frente da televisão, os jogos eletrônicos induzem ao sedentarismo, ou
falta de atividade física. Olhando assim, parece mesmo que o vídeo-game é um
vilão. Mas ele é menos vilão do que parece, uma vez que já foi comprovado que
crianças que jogam vídeo-game desenvolvem uma agilidade de raciocínio
bastante significativa. Outro fator a favor desse tipo de jogo é que já existe vídeo-
game que incentiva a prática de atividade física, ou seja, combate o
sedentarismo. Parece estranho, mas é verdade: os controles desse vídeo-game
são sem fio e para jogar, os participantes precisam fazer o movimento em casa, e
esse é reproduzido na tela. O que houve foi praticamente uma revolução em
termos de incentivo à atividade física, já que tem até academias no Canadá e nos
EUA com salas apenas para prática esportiva com vídeo-game.
Mesmo assim, não é bem melhor jogar bola fora de casa com os amigos do que
vídeo-game dentro de casa? De qualquer modo, jogar é sempre bom. E agora
você tem ainda mais argumentos a favor do jogo, do que aquele que você
sempre usava: “Eu jogo porque é legal”. Agora você sabe que jogar traz muitos
benefícios para você e para os seus colegas.
Por Paula Rondinelli
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo -
USP
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