1) O documento descreve como o projeto contribuiu para a formação de professores e licenciaturas envolvidas, educação básica e pós-graduação.
2) O projeto proporcionou experiências práticas valiosas para os estudantes e possibilitou a aplicação da teoria, além de identificar desafios reais da educação.
3) A principal dificuldade encontrada foi a falta de apoio de alguns professores, mas resultados positivos já foram observados, como maior motivação de estudantes.
1. 6. DESCRIÇÃO DE IMPACTOS DAS AÇÕES/ATIVIDADES DO PROJETO NA:
FORMAÇÃO DE PROFESSORES; LICENCIATURAS ENVOLVIDAS; EDUCAÇÃO
BÁSICA; PÓS-GRADUAÇÃO e ESCOLAS PARTICIPANTES
(Max. 2 laudas)
A busca incessante da qualidade no ensino tem sido o principal motivo da
preocupação de educadores e pesquisadores que veem a escola como um ambiente propício
para a emancipação de indivíduos. O Pedagogo precisa obter saberes específicos para atuar,
pois a prática pedagógica é um processo cujos procedimentos devem estar conectados,
entrelaçados para alcançar a tão almejada qualidade do ensino. O fazer docente precisa
estabelecer a interação entre teoria e prática, onde os conhecimentos pedagógicos estejam
numa permanente construção.
Para Cortella1, o educador precisa ter humildade pedagógica. “É preciso ter
humildade de pensamento, de relacionamento e no exercício do poder. A finalidade do poder
é servir e não se servir”. Segundo ele, os profissionais precisam aprender a viver no século
XXI. “Muitas vezes, o aluno é do século XXI, o professor do século XX e a metodologia do
século XIX”. Nesse sentido, é preciso ressignificar práticas, transformar atitudes, modificar
ideologias e criar uma nova identidade docente/discente.
A pesquisa-ação possibilita-nos observar o cotidiano escolar e propor possibilidades.
O projeto PIBID vem para mostrar possibilidades. Mostrar que é possível modificar conceitos,
sejam na nossa formação em Pedagogia, nas demais Licenciaturas envolvidas, na Educação
Básica, Escolas participantes. Faz-nos acreditar que é possível reescrever a história da
educação em nosso país.
A escola é heterogênea, o conhecimento também. O conhecimento caminha por
várias vias, e uma delas é a via da prática. A prática nos impulsiona a enxergar com
totalidade. Nesse sentido, é preciso tirar a dicotomia entre professor e aluno, entre ensino e
aprendizagem, entre olhar profundo e olhar superficial. Cortella (2006) argumenta que
[...] até não gosto de alguns pensadores e educadores que hoje banalizam e desprezam a
escola. Falam continuamente contra a escola e fazem aquilo que rejeito, que é a necropsia da
escola. Eu não gosto de fazer necropsia da escola, mas de fazer biopsia da escola. A biopsia
seria pegar aquilo que vivo está, examinar o que contém de problemas, para mantê-lo vivo. Já
a necropsia serve apenas para identificar a causa mortis. Isso de nada resolve. O desprezo
pela escola formal serve imensamente às elites. Como essas elites têm acesso a outras formas
de cultura letrada, a escola de uma certa maneira é muito secundária na formação desses
jovens.
Na escola a qual estou realizando a pesquisa, encontrei resistência para realizar
atividades com a qualidade necessária, pois o desejo de oferecer estratégias diferenciadas
colidiu com a falta de colaboração de professores que nos julgam fantasiosos e utópicos
porque acreditam que a educação é um sistema falho, que está definhando e que não tem mais
solução para ele. Contudo, resultados positivos já podem ser observados entre os alunos
atendidos pelas ações do PIBID. Exemplo disso é o projeto Palco Cultural que tem tornado
concretos os nossos anseios. O ambiente da escola que realizo a pesquisa está sendo
modificado, pois já é possível constatar a motivação dos estudantes em relação a esse este
projeto que coordeno e, consequentemente, em relação à escola. Os depoimentos a seguir
evidenciam:
Depoimento 1
1
Disponível em http://escolaemrede.blogspot.com.br/2011/06/o-professor-do-seculo-xxi-precisa-ser.html
2. “A escola se torna um ambiente agradável de estar, quando estou com meus amigos,
quando posso participar das atividades que ela oferece (apesar de que poderiam ser
em maiores quantidades) quando há debates sobre assuntos que estão acontecendo no
Brasil e no mundo” [...].
Depoimento 2
“O projeto Palco Cultural é de grande importância, pois promoveu a cultura
mostrando aos alunos que ela está por toda parte. E também, porque é uma forma
dos alunos se expressarem”.
Depoimento 3
[...] O Palco Cultural pode contribuir para deixar a escola mais atrativa, pois
desperta a curiosidade dos jovens. Eu me sinto super bem-humorada! “É até mais
interessante voltar pra sala depois das apresentações, porque anima todo mundo”.
(Depoimentos sobre o Palco Cultural – Anexo26)
Estes depoimentos me emocionaram profundamente, pois evidenciam que existe a
possibilidade de reescrevermos a história da educação. Evidenciam que é possível
alcançarmos resultados positivos, se utilizarmos estratégias inovadoras e criativas.
O projeto PIBID proporcionou-me a alegria de conviver com pessoas maravilhosas,
afetuosas e receptivas. Estudantes dignos de o melhor que podemos oferecer para tornar a
escola desejável. Assim como Cortella (2006), eu discordo daqueles que insistem em dizer
que “não tem jeito para a educação”, pois penso que não podemos desistir. Temos que buscar
melhorar um pouquinho a cada dia.
Vigotsky afirma que “o desenvolvimento em parte é definido pela maturação”, por
isso, reconheço não ter a maturidade necessária para saber respostas paa inúmeros problemas
que identifiquei, pois estamos caminhando a passos cautelosos, afinal, o Curso de
Licenciatura é uma formação inicial. Sobretudo, considero que para obtermos a tão essencial
maturidade docente é preciso continuar exercitando e tendo contato com a prática. Contato
que já foi iniciado com este projeto PIBID que precisa ter continuidade.
Por impacto, entende-se os efeitos produzidos pelo projeto que tenham gerado modificações em
algum aspecto da seu campo de atuação. Trata-se de identificar, compreender e explicar as
mudanças ocorridas nesse campo.
7. CONTRIBUIÇÕES PARA A LICENCIATURA
Descrever as contribuições do projeto para o aprimoramento dos cursos de licenciatura (Até 500
palavras)
O projeto PIBID agregou muito valor à nossa formação, pois quando estamos dentro
das portas da faculdade, pensamos que no contexto escolar é tudo muito lindo e perfeito. Isso
porque estamos nos alimentando apenas da teoria. Ao nos inserirmos no ambiente escolar, somos
como poetas, cheios de romantismo. Nesse sentido, assim como contemplamos a diversidade que
há do no campo da Literatura, logo percebemos a amplitude do contexto escolar que nem sempre
causa sentimentos apaixonantes. Percebemos que existe uma diversidade de dramas nas tramas
sociais, muitos deles difíceis de solucionar.
Esta pesquisa científica nos dá possibilidade de enxergar além das palavras impressas
no papel. Oportunizou-nos adentrar os portões da escola, para vivenciarmos na prática,
3. experiências com o manuseio do nosso objeto de estudo e observar os sujeitos que permeiam o
espaço escolar de forma diferenciada, além disso, nos proporciona a ampliação de nossos
conceitos e desmistificação de outros.
Ao passo que fomos à busca de conhecer a realidade da escola tivemos a oportunidade
de participar de ações, desenvolver intervenções e propor modificações no território escolar,
compreendemos que, para o exercício da docência devemos estar preparados para encarar
desafios e imprevistos. Portanto, este projeto tem muito a agregar ao curso de Licenciatura em
Pedagogia, e outros cursos participantes, pois possibilita a aplicação do que sabemos de teoria de
forma prática e contextualizada, e paralelamente, contribui para aquisição de novos e
importantíssimos saberes.
8. DIFICULDADES ENCONTRADAS E JUSTIFICATIVAS DE ATIVIDADES
PREVISTAS E NÃO REALIZADAS
(Até 500 palavras)
O processo de ensino aprendizagem envolve polêmicas histórico-culturais. Questões
socioculturais desafiantes que estão tão intrínsecas no fazer docente que na maioria das vezes
não saltam aos olhos, necessitam de uma investigação mais aprofundada, um olhar mais
minucioso sobre o cotidiano escolar, para enfim serem identificadas. Como afirma Certeau:
[...] o cotidiano é aquilo que nos é dado cada dia (ou que nos cabe em partilha), nos pressiona
dia após dia, nos oprime, pois existe uma opressão no presente. [...] Talvez não seja inútil
sublinhar a importância do domínio desta história “irracional”, ou desta ‘não história’, como o
diz ainda A. Dupont. “O que interessa ao historiador do cotidiano é o Invisível...”. (1996, p.31).
A problemática existente no cotidiano da ambiência escolar vai além de problemas
estruturais, diferentemente de como eu pensara outrora. Vai desde a comunicação, desinteresse e
falta de comprometimento de alguns professores em realizar um trabalho diferenciado,
desinteresse da família pelos estudos dos filhos, desmotivação dos alunos pela aprendizagem,
como se o ato de aprender não lhes provocasse desejo (mesmo porque muitos deles não sabem o
que fazer com o que aprendem na escola).
Todos esses são ingredientes de um cotidiano marcado por conflitos, muitos deles
existenciais: Profissionais da educação que acham que já sabem tudo, que acham já ter vivido o
suficiente ao ponto de se tornarem “técnicos do saber”, professores e alunos que não sabem por
que estão na escola e o que estão fazendo ou o que vão fazer com o que é apreendido lá. As
aulas, em sua maioria, são estritamente expositivas, e quando os alunos tem contato com algo
novo, lúdico, é como se fosse um acontecimento extraordinário.
Ao longo desses primeiros meses de pesquisa, percebi a falta de embasamento teórico
nas ações dos próprios profissionais que atuam na escola, para nos auxiliarem na execução de
nossas atividades. A supervisora escolar foi bastante receptiva, dialogou muito conosco e
demonstrou procedimentos curriculares, mas a falta apoio de alguns professores aos bolsistas foi
a maior dificuldade encontrada. Seria formidável se toda a escola recebesse este projeto e
olhasse para ele com o mesmo olhar que nós, para integrarmos nossas ações em busca do melhor
para a educação.
Como aluna bolsista, participar deste projeto tem sido uma das melhores experiências
4. que vivi como acadêmica em formação até agora, por isso, ainda quero avançar muito mais na
busca de entender o que, o para que e o como se faz docência. Em suma, continuaremos fazendo
nossa parte, propondo intervenções, intensificando nossas ações e lutando para estimular e
provocar mudanças através de o nosso próprio fazer, e no nosso fazer também.
Apresentação das dificuldades e possíveis soluções encontradas em todas as fases de desenvolvimento do
projeto. (Max. de 1 lauda).
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS
Nossa coordenadora da área de Pedagogia (PIBID) Prof.ª Dr.ª Augusta Maria Bicalho tem
feito um trabalho belíssimo juntamente conosco, nos dando direcionamento e sendo uma
mediadora que permite nossas opiniões e intervenções. Nossas reuniões de planejamento e
grupos de estudos tem sido inesquecíveis. É impressionante a capacidade que a Prof.ª Augusta
tem de nos motivar e nos conduzir no passo a passo de nossas ações. Ela profere uma frase que
está sempre injetando um entusiasmo a mais na minha caminhada – “Conhecimento é condição
de liberdade”. Considero esse entendimento sobre o conhecimento, a síntese de todo o trabalho
do professor eficaz que sabe aonde quer conduzir o aluno – à liberdade de refletir, criticar,
libertar-se das opressões ideológicas e por em prática o que apreendeu.
Dessa mesma forma tem sido o PIBID. Ao mesmo tempo em que nós ainda não temos a
experiência necessária para lidar com situações conflitantes, nossas ações e experimentações nos
permitiram compreender que para a formação de qualidade é imprescindível que haja a relação
entre teoria e prática. Aplicamos conceitos, analisamos os resultados e reescrevemos os
conceitos anteriormente apreendidos num ciclo contínuo. Segundo Morin
Todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. A educação do futuro deve enfrentar o
problema de dupla face do erro e da ilusão. O maior erro seria subestimar o problema do erro; a
maior ilusão seria subestimar o problema da ilusão. O reconhecimento do erro e da ilusão é ainda
mais difícil, porque o erro e a ilusão não se reconhecem, em absoluto, como tais.
Portanto, para que nosso olhar nos lance à esfera de um trabalho bem qualificado e
eficaz, todos nós, atuantes ou que irão atuar na educação, precisamos adquirir a capacidade de
assumir os erros e ir à busca dos acertos. Nesse sentido, penso que precisamos avançar com
nossas atividades, para que o nosso olhar sobre a educação se torne cada ver mais capaz de
distinguir as necessidades e carências desse sistema.
Por fim, para oportunizar os benefícios adquiridos por nós participantes do programa a
outros acadêmicos em formação, sugiro que o quantitativo de bolsas oferecidas por este projeto
do PIBID seja ampliado.
Considerações sobre o alcance dos objetivos do projeto, indicadores de avaliação criados, críticas e
sugestões de melhoramento do programa na IES e na CAPES. Destacar a necessidade de continuidade,
aprimoramento, expansão ou término do projeto na IES. (Max. 1 lauda)
Local e data
(Nome e assinatura)