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Por Bicardo

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Nâo se trata apenas de relagão c0ntercial, rnas sim de parceria durad0tlra
O primeiro-ministro Vladimir Pu-
tin, em declaração exclusiva para a
revista Desafios do Desenvolvimento,
enviada por meio da embaixada de
seu país em Brasília, afirma que "a
Federaçáo da Rússia vai ativamente
intensificar a cooperação de vários
planos com o Brasil, nosso parceiro
mais importante na América do Sul.
Com satisfação nós notamos a dinâmi-
ca positiva das relações bilaterais. Ho-
je é muito importante se concentrar
no lado prático da nossa cooperaçào
e principalmente estimular os inves-
timentos recíprocos em cooperaçào
na esfera da high technology, como
aviaçâo espacial e também cooperaçào
militar técnica".
A nova fase dos projetos de coope-
raçáo começou em fevereiro, quando
o ministro da Defesa, Nelson |obim,
e o ministro extraordinário de Assun-
tos Estratégicos, Roberto Mangabeira
Unger, estiveram em Moscou. Apenas
dois meses após, em Brasília, no dia
15 de abril, brasileiros e representan-
tes do governo russo, liderados pelo
secretário do Conselho de Segurança
da Federação Russa, Valentin Alekse-
evitch Sobolev, assinaram um memo-
rando de entendimento.
DESET{VOwIME]{T0 o documento cria o
Grupo de Trabalho Conjunto Brasilei-
ro-Russo, cujo objetivo é a parceria e o
dirílogo sobre as questões de segurança,
e especifica que üsam à uniáo para a
manutenção da "paz e estabilidade".
Os dois países, gigantes em termos
geográficos, são postos lado a lado com
intuito de "fortalecer o pluralismo de
poder e a multipolaridade no mundo,
tanto em defesa quanto em desenvolü-
mento", afirma Mangabeira Unger.
Um dos pontos defendidos por
Mangabeira na reuniáo em Brasflia é a
transferência de tecnologia. Segundo o
documento de cooperaçâo, seráo com-
partilhados a tecnologia de ponta em
defesa, os conhecimentos científicos
e o desenvolvimento de ensino nessas
iir.eas^s errr atirridades de hidreletrici-
luslÍa0àoi trpedloão Langsdoffi
"Notamos a dinâmica positiva das relações..
dade, biocombustíveis, agricultura e
saúde. O memorando de entendi-
mento também cita a cooperação na
área humanitária.
A Federaçáo da Rússia vem ten-
tando ampliar seu leque de clien-
tes no comércio exterior. Porém, de
acordo com o ministro Mangabeira
Unger, não se trata, neste caso, de
relação comercial. "Estamos muito
menos interessados na compra de
produtos e serviços acabados, mas
sim em parcerias que fortaleçam de
maneira duradoura as nossas capaci-
taçôes tecnológicas autônomas", diz o
ministro brasileiro.
DEFESA Fontes envolüdas na nego-
ciação consideram que o ponto mais
interessante é o desenvolvimento de
um aviáo de caça de última geraçáo.
Além disso, dentro do tema "promo-
ção do desenvolvimento e da pro-
dução de tecnologias de defesa", que
consta do documento conjunto, os
dois países vâo compartilhar o uso
de submarinos, veículos lançadores
de foguetes, satélites, sistemas de ma-
peamento eletrônico e tecnologia de
guiamento remoto e de segurança de
informação.
O memorando de entendimento
também cita a "cooperação em com-
bate contra desafios à segurança".
M Desafios.maiode2008
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século XIX levadas pela
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Fotor Àlexandtr NahNkin/Rilte§
...bilaterais", diz o primeiro-ministro Putin
O interlocutor russo, o engenheiro
com patente de general Alekseeütch
Sobolev, de 6l anos, que assinou o
documento ao lado de Mangabeira,
tem muito a colaborar nesse senti-
do. Além do cargo de secretário do
Conselho de Segurança, tem ampla
experiência em estudos de guerra. Sua
formação acadêmica foi nos tempos
do comunismo.
Concluiu eml974 o curso daEsco-
Ia Superior do Comitê da Segurança
Estatal da União das Repúblicas So-
cialistas Soüéticas (URSS), hoje Aca-
demia do Serviço Federal da Seguran-
ça da Federaçáo da Rússia. Dedica-se
a guerras e estratégias militares no
Serviço Federal desde os 25 anos de
idade e foi também vice-diretor do
Serviço Federal da Contra-Espiona-
gem nos anos 1990.
ARMÀS Entre os presentes à assinatura
do acordo estava Alexei Garin, nego-
ciador de armamentos da estatal rus-
sa Rosoboronexport. A empresa ven-
de tanques de guerra, helicópteros de
combate, radares, explosivos, sistemas
aéreos não-tripulados como mísseis,
bombas, torpedos, simuladores de vôo
e serviços de engenharia aérea. Garin
atua no departamento comercial da em-
baixada da Federaçâo da Rússia em Bra-
sflia e atende a toda a América Latina.
Segundo o ministro Mangabeira Un-
ger, a parceria üsa ao desenvolvimento
de um aüão de caça de quinta geraçáo.
Com a declaração do ministro, especia-
listas supõem tratar-se do caça PAK-FA
T-50, projeto em que a Federaçáo da
Rússia trabalha há dez anos, em parceria
com a Índia, com previsão para os pri-
meiros testes de vôo daqui a dois anos.
O memorando assinadolpelos dois go-
vernos, porém, não trata especificamen-
te sobre quais modelos de armas ou
aüões de guerra serão desenvolüdos.
O projeto do aüáo de guerra russo
contém aprimoramentos com relação
ao aparelho mais moderno da atua-
lidade, o caçaF-22 Raptor, fabricado
pelos Estados Unidos. Um deles é
o alcance de velocidade supersônica
usando a metade da força dos moto-
res, principalmente nas manobras, e
supercruzeiros, como são chamadas
as viagens-ataques intercontinentais,
com economia de combustível.
fotor ShEtr RNsia/Rzuts§
Desafios.marodl:2008 35
As seis áreas do memorando
de entendimento
Segundo o ministro extraordinário de Assunlos Estratégicos, Roberto
[/]angabelra Unger, os novos entendimentos bilaterais do Brasil com a
/ Desenvolvimento de capacitações cibernéticas,
/ Colaboração no desenvolvimento de um protótipo
de avião caça de 5'geraçà0,
/ Colaboração em novas práticas de ensino técnico e científico,
sobretudo no nÍvel pré-universitário; em n0ilas formas de
transÍerir tecnologias para pequenas empresas e
empreendimenlos emergentes; e em novas maneiras de
estjmular e Íinanciar a inovação tecnológica de
maneira democratizada e não-excludente,
/ Discussão abrangente das respectivas eslratégias
..t
/ Alividade espacial
/ Uso pacíÍico da energia nuclear
Rússia envolvem seis áreas, São elas:
de desenvolvimento nacion
Sistema de ponta para monitoramento do território brasileiro e de
ESPÀÇO Na tecnologia espacial, há uma
grande convergência de interesses entre
o Brasil e a Federação da Rússia. Em
áreas como monitoramento da defesa
territorial, a soma dos conhecimentos de
brasileiros e russos pode signiÊcar a in-
dependência tecnológica para o Brasil.
Segundo o presidente interino e di-
retor de Políüca Espacial e Investimen-
tos Estratégicos da Agência Espacial
Brasileira (AIB), Himilcon Carvalho, o
Brasil é dependente principalmente em.
satélites. Ele cita também que parte dos
sistemas de comunicaçáo, como, por
exemplo, telefonia e internet, passa por
máquinas estrangeiÍas.
"Na área de telecomunicações, prin-
cipalmente governamental, militar ou
meteorológica, entre outras, nos basea-
mos principalmente em satélites comer-
ciais, que hoje no Brasil estâo com mulü-
nacionais ou esúangeiras", diz. Segundo
Carvalho, a parceia com a Federação
da Rússia trará chances para o Brasil
desenvolver sistemas independentes.
Porém, a tecnologia é cara e o de-
senvolvimento é para poucos, alerta. "É
muito dificil hoje que um país, exceto
os Estados Unidos, consiga fazer tudo
sozinho na ánea espacial. E, mesmo na
Europa, os países tiveram que se unir.
Hoje, eles tentam se juntar com outros
continentes, como a Aftica", acrescenta.
Entre os pontos em que o país falha,
na üsão dele, é na falta de sistemas de
ponta para monitoramento do territó-
rio. É nesse setor que o diretor da AXB
espera aprender com aparceia entre os
dois países. "Outras aquisições que estão
na pauta envolvem a áxea de locahzaçáo
e navega@o. Um exemplo é o sistema
russo chamado Glonass, que equivale ao
GPS e ao sistema europeu Galileo, isso
principalmente na área de defesa."
Ele diz que essas tecnologias "pa-
recem coisa de cinema", mas já são
amplamente utilizadas, por exemplo,
na fiscalização de fronteiras, como a
dos Estados Unidos com o México. "Há
sistemas no campo de luz visível ou
na faixa infiavermelha que permitem
enxergar à noite ou em outras situações.
Por exemplo, câmeras de infraverme-
tho servem para ver lançamentos de
mísseis. Monitoramos a terra e, cada
vez que alguém lança um míssel, conse-
guimos detectar. Dependendo da situa-
ção, podemos saber até qual país está
testando foguetes ou acabou de lançar
um. Então, podemos desenvolver essas
tecnologias tanto para a ciência como
para a defesa", afrma Carvalho.
Segundo o presidente interino da
AEB, esse tipo de eqúpamento poderia
ser usado para administrar o agronegó-
cio e mesmo levar teleducação para mu-
Vinte acordos em quase 50 anos
Estão em vigor cerca de duas dezenas de alos ass nados entre 0s governos brasrleiro e russo desde 196-l, tratando de relações
dipiomáticas, comerciais. econômicas, cientÍÍicas tecnológ cas de defesa, mero ambiente, energra nuclear, espacials e políticas. São eles:
Ajuste sobre
promoção de
vendas e
v agens de
natu Iela
comercra.
1963
Acordo, por troca
de notas sobre o
restabe ecimento
de relações
dip orná1icas
com a Un ão
das Repúblicas
Social stas
Sov ét cas
(UBSS)
tmtsr l,iinistffio dm Relaqóes Exteriores (lilRt)
Desafios .maio de 2008
Acordo qre
estabelece a
Comissão lnter
governamenta
Bras leiro-
Soviética de
Cooperação
Comerc al
e tcotlôm ca
CientÍfrca
e Tecrológica.
1981
Acordo de
cooperação
econômica e
técnrca
1988
Protocolo de
intenções sobre
coope ração
econôm co-
comercia.
1993
Acordo de
cooperação nos
rsos pacíÍicos
da energ a
n uc I ear.
1996
Protoco o
relativo ao
escritório
de exparsão
conrercia do
Brasrl na UR33
e à represenla
ção comerc a
da U RSS
no Bras L
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entend mento
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consrltas
sobre assuntos
de tlleresse
c0ml]m
Acordo sobre
pr0grama a
longo prazo
de cooperação
ecotlômica
c0merc a ,
c entíÍ ca e
tecno óg ca,.
lVleinorando de
ntenções sobre
o desen,;olv rnen-
to da cooperação
no domÍn o da
defesa do me o
ambiente entre
o Brasil e a
Federação da
Rúss a.
36
fiscalizaçâo de fronteiras está na pauta da parceria na área aer0espacial
nicípios distantes dos grandes centros.
Ele explica que esses trabalhos são feitos
com o uso de tecnologias que para o
Brasil ainda parecem distantes, mas que,
com o desenvolvimento de tecnologias
próprias de comunicação, será possível
estar mais presente nesses lugares.
"Um posto de saúde afastado poderá
enviar uma radiografia para um cen-
tro em Brasflia ou em São Paulo, por
exemplo, parafazer a anfise e devolver
ao médico do local", diz Carvalho. Daí,
segundo ele, surge outra expectaüva das
parcerias. "Os russos têm esse tipo de
tecnologia. Não só eles, obviamente. Há
países como a Índia que já estâo bastan-
te avançados nisso e podem nos auxiliar,
tanto na parte do desenvolvimento tec-
nológico como também nas aplicações
dos satélites que já estão desenvolüdos
lá e podem ser desenvolvidos aqui tam-
bém", acrescenta o dirigente da AEB.
Nossas parcerias internacionais vêm
ganhando fôlego com outros países, co-
mo é o caso da China. "Afinal, fazemos
parte do grupo chamado Bric, que reú-
ne Brasil, Rússia, Índia e China, países
que estáo cadavezmais se forlalecendo
como um bloco de desenvolvimento
tecnológico." diz. "Com um pouco mais
de cooperaçáo, nós poderíamos produ-
zir sistemas muito mais sofisticados. É
isso que nós estamos querendo", conta.
O ex-presidente daAEB Sergio Gau-
denzi, falando sobre prospecção e mo-
nitoramento, com relaçâo ao meio am-
biente citou algumas iíreas beneficiadas:
"O Brasil passa a ter papel determinante
na definição e implementação de políti-
cas públicas em áreas como agricultura,
energia, ocupação da terra, recursos hí-
dricos, expansâo urbana e nos impactos
ambientais decorrentes das mudanças
climáticas", diz em declarações forne-
cidas pela AEB. "Tais tecnologias têm
sido desenvolüdas no país com um
grande e integrado esforço, incluindo
ações que envolvem parcerias e coope-
rações com outros países para a supera-
çáo dos desafios científicos da era das
comunicações e do sensoriamento por
satéIites", diz G aodenzi.
"O Brasil já tem um caminho com
a Rússia que vem desde os tempos da
União Soviética. Logo depois do aciden-
te em 2003 [referindo.se à explosão do
veículo lançador de satélites brasileiro,
na base de Alcântara, no Maranhão,
que matou 21 técnicos brasileiros], eles
participaram aüvamente dos grupos de
trabalho formados para averiguar as
causas. Temos vários brasileiros fazendo
especialização, mestrado, doutorado, em
áreas de interesse lá na Rússia. Então, já
existe grande moümentação entre os
dois países nessa área", diz Carvalho. G)
r
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Acordo bás co
de cooperaqão
c entíÍ ca
técll ca e
tecnológica.
1999
Tratado sobre
re ações de
parcer a
2000
Acordo sobre
cooperaÇão
na área da
polít ca de
concorrênc a,
2001
[4emorando de
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P ro g rama
de Cooperação
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2004
Protocolo de
ntenções
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Rio Branco
do IVI nistérlo
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Exteriores da
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Dip omática
do ful ristério
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da Rússla.
Dec aração
conjrrta sobre
os prircíp os
de interação
com vislas ao
sécu o XXI
Acordo sobre
cooperação ra
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ção da saúde
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Deciaraqão da
Repúbl ca Fede-
ratrva do Brasil
e da Federação
da Rússia sobre
o combate ao
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Acordo sobre a
cooperação na
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usos do espaço
exter or para
fins pacÍf cos
IVlemorando de
enterd mento
sobre coopera-
ção no domínio
de iecnolog as
m litares de
interesse mútuo,
2006
Fotcs Chils Nediltha/GettJ lmqes St0Ndpsil Àsiardpr Nsmerrov/0ettJ lilags Brai Bah'/Getiir !n46 Yu Kadúrou'AlP
Desafios.maio de 2008 37
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Cooperação tecnológica Brasil-Rússia

  • 1. Foto Sxohú ,q ri I fi t ,ll H{ I I I I 32 oesafios.rlrairldetoog L' ,,| i I i Í1 t .l .: ,, -. ,f ? ',{ § ,:. t 1
  • 2. Desaflos.maio de 2008 33 I ü í i _'-F Por Bicardo E m ffi
  • 3. Nâo se trata apenas de relagão c0ntercial, rnas sim de parceria durad0tlra O primeiro-ministro Vladimir Pu- tin, em declaração exclusiva para a revista Desafios do Desenvolvimento, enviada por meio da embaixada de seu país em Brasília, afirma que "a Federaçáo da Rússia vai ativamente intensificar a cooperação de vários planos com o Brasil, nosso parceiro mais importante na América do Sul. Com satisfação nós notamos a dinâmi- ca positiva das relações bilaterais. Ho- je é muito importante se concentrar no lado prático da nossa cooperaçào e principalmente estimular os inves- timentos recíprocos em cooperaçào na esfera da high technology, como aviaçâo espacial e também cooperaçào militar técnica". A nova fase dos projetos de coope- raçáo começou em fevereiro, quando o ministro da Defesa, Nelson |obim, e o ministro extraordinário de Assun- tos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, estiveram em Moscou. Apenas dois meses após, em Brasília, no dia 15 de abril, brasileiros e representan- tes do governo russo, liderados pelo secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Valentin Alekse- evitch Sobolev, assinaram um memo- rando de entendimento. DESET{VOwIME]{T0 o documento cria o Grupo de Trabalho Conjunto Brasilei- ro-Russo, cujo objetivo é a parceria e o dirílogo sobre as questões de segurança, e especifica que üsam à uniáo para a manutenção da "paz e estabilidade". Os dois países, gigantes em termos geográficos, são postos lado a lado com intuito de "fortalecer o pluralismo de poder e a multipolaridade no mundo, tanto em defesa quanto em desenvolü- mento", afirma Mangabeira Unger. Um dos pontos defendidos por Mangabeira na reuniáo em Brasflia é a transferência de tecnologia. Segundo o documento de cooperaçâo, seráo com- partilhados a tecnologia de ponta em defesa, os conhecimentos científicos e o desenvolvimento de ensino nessas iir.eas^s errr atirridades de hidreletrici- luslÍa0àoi trpedloão Langsdoffi "Notamos a dinâmica positiva das relações.. dade, biocombustíveis, agricultura e saúde. O memorando de entendi- mento também cita a cooperação na área humanitária. A Federaçáo da Rússia vem ten- tando ampliar seu leque de clien- tes no comércio exterior. Porém, de acordo com o ministro Mangabeira Unger, não se trata, neste caso, de relação comercial. "Estamos muito menos interessados na compra de produtos e serviços acabados, mas sim em parcerias que fortaleçam de maneira duradoura as nossas capaci- taçôes tecnológicas autônomas", diz o ministro brasileiro. DEFESA Fontes envolüdas na nego- ciação consideram que o ponto mais interessante é o desenvolvimento de um aviáo de caça de última geraçáo. Além disso, dentro do tema "promo- ção do desenvolvimento e da pro- dução de tecnologias de defesa", que consta do documento conjunto, os dois países vâo compartilhar o uso de submarinos, veículos lançadores de foguetes, satélites, sistemas de ma- peamento eletrônico e tecnologia de guiamento remoto e de segurança de informação. O memorando de entendimento também cita a "cooperação em com- bate contra desafios à segurança". M Desafios.maiode2008 '{ i I ú 't .Ê" i cenas do Brasil no século XIX levadas pela ç6,"' . expedigâo rUssa do barâo de targdmfi 't'r * .:.
  • 4. qtte fortalega as capacitaç0es tecnológicas auton0mas dos dois países Fotor Àlexandtr NahNkin/Rilte§ ...bilaterais", diz o primeiro-ministro Putin O interlocutor russo, o engenheiro com patente de general Alekseeütch Sobolev, de 6l anos, que assinou o documento ao lado de Mangabeira, tem muito a colaborar nesse senti- do. Além do cargo de secretário do Conselho de Segurança, tem ampla experiência em estudos de guerra. Sua formação acadêmica foi nos tempos do comunismo. Concluiu eml974 o curso daEsco- Ia Superior do Comitê da Segurança Estatal da União das Repúblicas So- cialistas Soüéticas (URSS), hoje Aca- demia do Serviço Federal da Seguran- ça da Federaçáo da Rússia. Dedica-se a guerras e estratégias militares no Serviço Federal desde os 25 anos de idade e foi também vice-diretor do Serviço Federal da Contra-Espiona- gem nos anos 1990. ARMÀS Entre os presentes à assinatura do acordo estava Alexei Garin, nego- ciador de armamentos da estatal rus- sa Rosoboronexport. A empresa ven- de tanques de guerra, helicópteros de combate, radares, explosivos, sistemas aéreos não-tripulados como mísseis, bombas, torpedos, simuladores de vôo e serviços de engenharia aérea. Garin atua no departamento comercial da em- baixada da Federaçâo da Rússia em Bra- sflia e atende a toda a América Latina. Segundo o ministro Mangabeira Un- ger, a parceria üsa ao desenvolvimento de um aüão de caça de quinta geraçáo. Com a declaração do ministro, especia- listas supõem tratar-se do caça PAK-FA T-50, projeto em que a Federaçáo da Rússia trabalha há dez anos, em parceria com a Índia, com previsão para os pri- meiros testes de vôo daqui a dois anos. O memorando assinadolpelos dois go- vernos, porém, não trata especificamen- te sobre quais modelos de armas ou aüões de guerra serão desenvolüdos. O projeto do aüáo de guerra russo contém aprimoramentos com relação ao aparelho mais moderno da atua- lidade, o caçaF-22 Raptor, fabricado pelos Estados Unidos. Um deles é o alcance de velocidade supersônica usando a metade da força dos moto- res, principalmente nas manobras, e supercruzeiros, como são chamadas as viagens-ataques intercontinentais, com economia de combustível. fotor ShEtr RNsia/Rzuts§ Desafios.marodl:2008 35 As seis áreas do memorando de entendimento Segundo o ministro extraordinário de Assunlos Estratégicos, Roberto [/]angabelra Unger, os novos entendimentos bilaterais do Brasil com a / Desenvolvimento de capacitações cibernéticas, / Colaboração no desenvolvimento de um protótipo de avião caça de 5'geraçà0, / Colaboração em novas práticas de ensino técnico e científico, sobretudo no nÍvel pré-universitário; em n0ilas formas de transÍerir tecnologias para pequenas empresas e empreendimenlos emergentes; e em novas maneiras de estjmular e Íinanciar a inovação tecnológica de maneira democratizada e não-excludente, / Discussão abrangente das respectivas eslratégias ..t / Alividade espacial / Uso pacíÍico da energia nuclear Rússia envolvem seis áreas, São elas: de desenvolvimento nacion
  • 5. Sistema de ponta para monitoramento do território brasileiro e de ESPÀÇO Na tecnologia espacial, há uma grande convergência de interesses entre o Brasil e a Federação da Rússia. Em áreas como monitoramento da defesa territorial, a soma dos conhecimentos de brasileiros e russos pode signiÊcar a in- dependência tecnológica para o Brasil. Segundo o presidente interino e di- retor de Políüca Espacial e Investimen- tos Estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AIB), Himilcon Carvalho, o Brasil é dependente principalmente em. satélites. Ele cita também que parte dos sistemas de comunicaçáo, como, por exemplo, telefonia e internet, passa por máquinas estrangeiÍas. "Na área de telecomunicações, prin- cipalmente governamental, militar ou meteorológica, entre outras, nos basea- mos principalmente em satélites comer- ciais, que hoje no Brasil estâo com mulü- nacionais ou esúangeiras", diz. Segundo Carvalho, a parceia com a Federação da Rússia trará chances para o Brasil desenvolver sistemas independentes. Porém, a tecnologia é cara e o de- senvolvimento é para poucos, alerta. "É muito dificil hoje que um país, exceto os Estados Unidos, consiga fazer tudo sozinho na ánea espacial. E, mesmo na Europa, os países tiveram que se unir. Hoje, eles tentam se juntar com outros continentes, como a Aftica", acrescenta. Entre os pontos em que o país falha, na üsão dele, é na falta de sistemas de ponta para monitoramento do territó- rio. É nesse setor que o diretor da AXB espera aprender com aparceia entre os dois países. "Outras aquisições que estão na pauta envolvem a áxea de locahzaçáo e navega@o. Um exemplo é o sistema russo chamado Glonass, que equivale ao GPS e ao sistema europeu Galileo, isso principalmente na área de defesa." Ele diz que essas tecnologias "pa- recem coisa de cinema", mas já são amplamente utilizadas, por exemplo, na fiscalização de fronteiras, como a dos Estados Unidos com o México. "Há sistemas no campo de luz visível ou na faixa infiavermelha que permitem enxergar à noite ou em outras situações. Por exemplo, câmeras de infraverme- tho servem para ver lançamentos de mísseis. Monitoramos a terra e, cada vez que alguém lança um míssel, conse- guimos detectar. Dependendo da situa- ção, podemos saber até qual país está testando foguetes ou acabou de lançar um. Então, podemos desenvolver essas tecnologias tanto para a ciência como para a defesa", afrma Carvalho. Segundo o presidente interino da AEB, esse tipo de eqúpamento poderia ser usado para administrar o agronegó- cio e mesmo levar teleducação para mu- Vinte acordos em quase 50 anos Estão em vigor cerca de duas dezenas de alos ass nados entre 0s governos brasrleiro e russo desde 196-l, tratando de relações dipiomáticas, comerciais. econômicas, cientÍÍicas tecnológ cas de defesa, mero ambiente, energra nuclear, espacials e políticas. São eles: Ajuste sobre promoção de vendas e v agens de natu Iela comercra. 1963 Acordo, por troca de notas sobre o restabe ecimento de relações dip orná1icas com a Un ão das Repúblicas Social stas Sov ét cas (UBSS) tmtsr l,iinistffio dm Relaqóes Exteriores (lilRt) Desafios .maio de 2008 Acordo qre estabelece a Comissão lnter governamenta Bras leiro- Soviética de Cooperação Comerc al e tcotlôm ca CientÍfrca e Tecrológica. 1981 Acordo de cooperação econômica e técnrca 1988 Protocolo de intenções sobre coope ração econôm co- comercia. 1993 Acordo de cooperação nos rsos pacíÍicos da energ a n uc I ear. 1996 Protoco o relativo ao escritório de exparsão conrercia do Brasrl na UR33 e à represenla ção comerc a da U RSS no Bras L lvlemorando de entend mento -eiativo a consrltas sobre assuntos de tlleresse c0ml]m Acordo sobre pr0grama a longo prazo de cooperação ecotlômica c0merc a , c entíÍ ca e tecno óg ca,. lVleinorando de ntenções sobre o desen,;olv rnen- to da cooperação no domÍn o da defesa do me o ambiente entre o Brasil e a Federação da Rúss a. 36
  • 6. fiscalizaçâo de fronteiras está na pauta da parceria na área aer0espacial nicípios distantes dos grandes centros. Ele explica que esses trabalhos são feitos com o uso de tecnologias que para o Brasil ainda parecem distantes, mas que, com o desenvolvimento de tecnologias próprias de comunicação, será possível estar mais presente nesses lugares. "Um posto de saúde afastado poderá enviar uma radiografia para um cen- tro em Brasflia ou em São Paulo, por exemplo, parafazer a anfise e devolver ao médico do local", diz Carvalho. Daí, segundo ele, surge outra expectaüva das parcerias. "Os russos têm esse tipo de tecnologia. Não só eles, obviamente. Há países como a Índia que já estâo bastan- te avançados nisso e podem nos auxiliar, tanto na parte do desenvolvimento tec- nológico como também nas aplicações dos satélites que já estão desenvolüdos lá e podem ser desenvolvidos aqui tam- bém", acrescenta o dirigente da AEB. Nossas parcerias internacionais vêm ganhando fôlego com outros países, co- mo é o caso da China. "Afinal, fazemos parte do grupo chamado Bric, que reú- ne Brasil, Rússia, Índia e China, países que estáo cadavezmais se forlalecendo como um bloco de desenvolvimento tecnológico." diz. "Com um pouco mais de cooperaçáo, nós poderíamos produ- zir sistemas muito mais sofisticados. É isso que nós estamos querendo", conta. O ex-presidente daAEB Sergio Gau- denzi, falando sobre prospecção e mo- nitoramento, com relaçâo ao meio am- biente citou algumas iíreas beneficiadas: "O Brasil passa a ter papel determinante na definição e implementação de políti- cas públicas em áreas como agricultura, energia, ocupação da terra, recursos hí- dricos, expansâo urbana e nos impactos ambientais decorrentes das mudanças climáticas", diz em declarações forne- cidas pela AEB. "Tais tecnologias têm sido desenvolüdas no país com um grande e integrado esforço, incluindo ações que envolvem parcerias e coope- rações com outros países para a supera- çáo dos desafios científicos da era das comunicações e do sensoriamento por satéIites", diz G aodenzi. "O Brasil já tem um caminho com a Rússia que vem desde os tempos da União Soviética. Logo depois do aciden- te em 2003 [referindo.se à explosão do veículo lançador de satélites brasileiro, na base de Alcântara, no Maranhão, que matou 21 técnicos brasileiros], eles participaram aüvamente dos grupos de trabalho formados para averiguar as causas. Temos vários brasileiros fazendo especialização, mestrado, doutorado, em áreas de interesse lá na Rússia. Então, já existe grande moümentação entre os dois países nessa área", diz Carvalho. G) r t Acordo bás co de cooperaqão c entíÍ ca técll ca e tecnológica. 1999 Tratado sobre re ações de parcer a 2000 Acordo sobre cooperaÇão na área da polít ca de concorrênc a, 2001 [4emorando de elllerd mefto a respe to do P ro g rama de Cooperação sobre Ativida- des Espacia s, 2004 Protocolo de ntenções entre o instituto Rio Branco do IVI nistérlo das Be ações Exteriores da República Fe- derativa do Bra s e a Academra Dip omática do ful ristério dos Negóc os Estrangeiros da Federação da Rússla. Dec aração conjrrta sobre os prircíp os de interação com vislas ao sécu o XXI Acordo sobre cooperação ra área da prote- ção da saúde afma, Deciaraqão da Repúbl ca Fede- ratrva do Brasil e da Federação da Rússia sobre o combate ao te rro ri sm o Acordo sobre a cooperação na pesq! sa e ll0s usos do espaço exter or para fins pacÍf cos IVlemorando de enterd mento sobre coopera- ção no domínio de iecnolog as m litares de interesse mútuo, 2006 Fotcs Chils Nediltha/GettJ lmqes St0Ndpsil Àsiardpr Nsmerrov/0ettJ lilags Brai Bah'/Getiir !n46 Yu Kadúrou'AlP Desafios.maio de 2008 37 qç 1-