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Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006


     Estudo das propriedades à fadiga de misturas asfálticas
 preparadas através do processo seco de incorporação de borracha
                            reciclada

    Study of fatigue properties of asphalt mixtures prepared with
       incorporation of recycled rubber through dry process

                             Luciano P. Specht1, & Jorge A. P. Ceratti2
              1
                  Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, RS
                                        e-mail: specht@unijui.tche.br
                   2
                     Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, RS
                                    e-mail: lapav1@genesis.cpgec.ufrgs.br



RESUMO: A fadiga pode ser definida como um processo de degradação interna do material que, devido à
repetição de tensões de tração, leva ao seu trincamento. A deposição dos resíduos gerados no meio
rodoviário de transporte tem motivado uma série de discussões a respeito do reaproveitamento destes
materiais no próprio setor. Este trabalho apresenta uma pesquisa desenvolvida na UFRGS e visa a
utilização de resíduos de borracha como agregado de materiais de pavimentação. O planejamento do
experimento contempla misturas com 1% de borracha, de diferentes tipos e com diversos tempos de
digestão. Os ensaios de fadiga, realizados à 25ºC em amostras no teor de ligante de projeto, são do tipo
tensão controlada. Os resultados dos ensaios de módulo de resiliência e resistência à tração indicam um
significativo aumento nos valores de deformabilidade elástica, o que, conjugado a uma mínima queda da
resistência à tração levaria a um material mais dúctil. Esta hipótese foi confirmada nos ensaios de fadiga,
os quais indicaram a melhoria desta propriedade quando borracha é adicionada às misturas. O tempo de
digestão da borracha aparece como fator importante e que deve ser considerado nos projetos deste tipo de
mistura.

ABSTRACT: Fatigue can be defined as an intern degradation process that, due to the repetition of tensile
stress, takes to crack the material. The waste generated by the highway transport modal has motivated a
series of discussions regarding the reuse of this material in roads facilities. This work presents a research
developed in UFRGS which aims the use of crumb rubber as aggregate in asphalt paving material. The
experimental planning contemplates mixtures with 1% of rubber of different types and with several times
of digestion. Fatigue tests, accomplished at 25ºC and with sample on design asphalt content, were conduce
on stress controlled type. The resilient modulus and tensile strength data indicate an important increase in
the values of elastic deformability, which conjugated to a low decrease on the tensile strength, would take
to a ductile material. This hypothesis was confirmed with fatigue data, which indicated the improvement of
this properties when eraser is added to the mixture. The digestion time of the mixtures appears as
important factor and that it should be considered in the projects of rubber aggregate mixes.


1. INTRODUÇÃO                                            portanto, conhecer as características de ruptura dos
                                                         materiais envolvidos na construção dos
   O trincamento é o início de uma fase de               pavimentos, principalmente das camadas asfálticas
deterioração estrutural que modifica o estado de         de revestimento pelo seu alto custo. O
tensões e de deformações do sistema estratificado        comportamento dos revestimentos sob solicitações
e, assim, o seu desempenho. É importante,
54                   Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006                        .


à flexão e à compressão são caracterizados por leis   apresentam uma revisão dos equipamentos
de fadiga e leis de deformação permanente.            utilizados em ensaios de laboratório para avaliação
   O conceito de ciclo de vida de produtos            da vida de fadiga de misturas asfálticas, bem com
industrializados envolve seu processo de              a evolução destes métodos nos últimos anos.
manufatura, sua utilização e seu descarte;                O ensaio de tração indireta ou de tração por
atualmente devido ao grande avanço industrial e       compressão diametral (utilizado nesta pesquisa)
dependência da sociedade destes produtos, tem se      consiste na aplicação de um carregamento repetido
questionado a despeito do descarte ambientalmente     de compressão em amostras cilíndricas; o
adequado para tais materiais. No Brasil a             carregamento é aplicado em planos paralelos
quantidade       aproximada     de    pneumáticos     diametralmente opostos. Esta configuração de
descartados todo ano é de 40 milhões de unidades      carga gera um plano de tensões de tração
e estima-se mais de 100 milhões já descartados de     razoavelmente uniforme no plano perpendicular ao
maneira irregular.                                    da aplicação da carga. Na Figura 1 está
   Este trabalho tem como objetivo a avaliação do     apresentado o estado biaxial de tensão gerado
desempenho à fadiga de misturas tipo borracha-        durante o ensaio.
agregado em comparação com uma mistura de                As principais vantagens deste ensaio são:
referência, sem borracha. Foram preparadas            simplicidade de execução; possibilidade de
misturas com dois tipos de borracha e com três        correlação dos resultados com desempenho em
diferentes tempos de digestão. O ensaio realizado     campo; o equipamento é utilizado para outros
foi de tração por compressão diametral dinâmica       ensaios como módulo de resiliência e resistência à
sob tensão controlada à 25ºC.                         tração; o trincamento inicia em uma zona com
                                                      estado uniforme de tensões; estado biaxial de
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA                              tensões, possibilitando uma melhor representação
                                                      das condições de campo; o ensaio pode ser
2.1. Fadiga de Concretos Asfálticos                   realizado com amostras preparadas em laboratório
                                                      ou extraídas de pista; é um ensaio com boa
   A análise de tensões e deformações em              repetibilidade e reprodutibilidade; é um ensaio
estruturas de pavimento como sistema de múltiplas     barato      e     comercialmente      viável;     é
camadas e a aplicação da Teoria da Elasticidade e     experimentalmente sensível [4,5].
do Método dos Elementos Finitos deram ensejo a           Pode-se dividir em quatro grupos os fatores
consideração racional das deformações resilientes     influentes no desempenho de misturas asfálticas à
no dimensionamento de pavimentos. Esta é a            fadiga testadas em laboratório [4] :
tendência observada a partir dos anos 60. Assim,
cresceu em importância a obtenção dos parâmetros      a) Métodos de preparação das amostras:
elásticos ou resilientes dos solos e materiais        compactação dinâmica, estática, em compactador
utilizados em pavimentos, bem como a                  giratório, etc.;
caracterização à fadiga dos materiais asfálticos e
cimentados [1,2,3].                                   b) Modo de carregamento: tensão controlada ou
   O fenômeno da fadiga pode ser definido como a      deformação controlada;
fratura do material pela variação repetida de         c) Variáveis de mistura: viscosidade do ligante,
tensões ou deformações abaixo dos níveis de           distribuição granulométrica, teor de ligante,
ruptura do material.                                  volume de vazios e temperatura de mistura e
   A vida de fadiga pode ser determinada em           compactação;
laboratório de diversas maneiras, gerando
                                                      d) Carga: carregamento cíclico, retangular,
diferentes estados de tensões nas amostras de
                                                      senoidal, triangular; tempo de carregamento e
concreto asfáltico tais como flexão com
                                                      freqüência;
carregamento centralizado, carregamento nos
terços médios, flexão em pendural (Método             e) Variáveis ambientais.
Francês), pendural rotacional, tração direta e
tração por compressão diametral. Cada método de         Apesar de indispensáveis os resultados de
ensaio possui suas peculiaridades e não podem ser     modelos provenientes de ensaios de laboratório
comparados diretamente. Tangella et al. [4]           não são diretamente aplicáveis a modelos de
Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006                  55    .


previsão     de      trincamento;   os     fatores       O planejamento do experimento contempla a
laboratório/campo ou “shift factors” podem ser        preparação de amostras em concreto asfáltico
utilizados para tanto [4,5,6]. No Brasil tem sido     (faixa IV B do Instituto do Asfalto) no teor de
adotado o valor de 10000 como representativo [7].     ligante de projeto, para verificação de sua
   Pinto[6]     realizou    estudos    sobre     o    resistência à fadiga. As misturas foram projetadas
comportamento à fadiga de concretos asfálticos        segundo a Metodologia Marshall e seguindo as
com ligantes provenientes de diferentes crus,         recomendações do Asphalt Institute [16].
realizando ensaios em diferentes temperaturas.           Na Tabela 1 são apresentadas as características
Momm [8] estudou que o comportamento à fadiga         das misturas asfálticas estudadas.
de concretos asfálticos em amostras trapezoidais         A notação A significa uma mistura de borracha
variando o tamanho dos granulares e a quantidade      cisalhada com borracha >#30. O tempo de cura é o
de fíler e Specht [9] estudou o comportamento a       tempo de espera entre a mistura da massa e sua
fadiga de concretos asfálticos preparados com         compactação (na mesma temperatura de
borracha reciclada de pneus segundo os processos      compactação). As amostras denominadas B foram
seco e úmido.                                         preparadas com a borracha Raspa. Todas as
                                                      misturas, exceto a mistura de referência, foram
2.2. Utilização de Borracha de Pneus em               preparadas com 1% de borracha (em relação à
Misturas Asfálticas                                   massa de agregado). A temperatura de mistura
                                                      (amostras sem borracha) foi entre 152 e 156 ºC e a
    A utilização de borracha reciclada em misturas    temperatura de compactação entre 138 e 143 ºC;
asfálticas pode ser feita sob duas técnicas           para misturas com borracha 10ºC acima das
diferentes: úmida e seca. No processo úmido o pó      temperaturas citadas.
de borracha é adicionado ao ligante asfáltico (6 a       As amostras foram preparadas em um
25%) e posteriormente utilizado em serviços de        misturador mecânico com cuba aquecida com óleo
pavimentação como SAMI (Stress Absorbing              térmico; a compactação foi realizada por um
Membrane Interlayer), SAM (Stress Absorbing           compactador automático com 75 golpes por face
Membrane), CPA (Camada Porosa de Atrito),             de cada amostra.
CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado à Quente)
etc. Ao ligante modificado dá-se o nome de            3.2. Materiais Utilizados
Asphalt-Rubber. No processo seco é utilizada a
borracha como parte do agregado diretamente na        3.2.1. Agregados Minerais
mistura asfáltica (tipicamente CBUQ) cuja mistura
é conhecida como Rubber Aggregate.                       O agregado mineral utilizado nesta pesquisa é
    Vários estudos e utilizações têm sido             uma rocha basáltica ácida da Formação Serra
apresentadas acerca das misturas via seca na          Geral semelhante à encontrada em outros pontos
literatura nacional e internacional [10-14].          do estado e considerada a mais representativa
    A experiência Sul-Africana recomenda que          desta região do país. Segundo ABGE [17] os
após a mistura da borracha com o agregado pré-        basaltos são as rochas ígneas vulcânicas mais
aquecido (200-210ºC) e com o asfalto (140-160ºC)      abundantes e sua maior ocorrência é na forma de
a mistura deve ficar estocada a 180ºC por no          derrames. No Brasil, constituem a Formação Serra
mínimo uma hora antes da utilização [15]. De          Geral da Bacia do Paraná, onde perfazem mais de
maneira semelhante Gallego et al. [12] ressaltam a    90% dos rochas vulcânicas aí existentes. A textura
importância do tempo de digestão (definido como       é afanítica, microgranular, por vezes amigdaloidal.
o tempo necessário para interação entre o ligante e      Na Tabela 2 são apresentadas, resumidamente,
os grânulos de borracha) como fator dominante         as características dos agregados utilizados nesta
sobre o desempenho das misturas asfálticas            pesquisa.
modificadas com borracha.
                                                      3.2.2. Borrachas
3. METODOLOGIA
                                                         Foram utilizadas três borrachas diferentes
3.1. Planejamento do Experimento                      durante a pesquisa: Cisalhada e >#30 – borrachas
                                                      provenientes da produção de bandas de rodagem;
56                    Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006                         .


Raspa – borracha proveniente da preparação da          carga, h a altura do corpo-de-prova e μ o
carcaça do pneu durante o processo de                  coeficiente de Poisson.
recauchutagem. As Figuras 2 e 3 apresentam fotos          O ensaio de compressão diametral ou tração
digitais e de microscopia eletrônica das borrachas     indireta, conhecido internacionalmente como
utilizadas.                                            “ensaio brasileiro”, foi desenvolvido pelo
   O peso específico das borrachas estudadas foi       professor Fernando Luiz Lobo Carneiro para
determinado através da metodologia ASTM D 297          determinar a resistência à tração de corpos-de-
[18] (Picnometria com álcool) e os valores             prova de concreto através de solicitação estática.
encontrados foram de 11,47kN/m3 para a >#30,           Os ensaios, seguindo-se as prescrições da norma
11,38 kN/m3 para a Cisalhada e 11,24 kN/m3 para        DNER-ME 138/86 [20], foram realizado à 25ºC
a Raspa. Na Figura 4 estão apresentadas as curvas      com velocidade 50,8mm/min e para seu cálculo
granulométricas das borrachas utilizadas.              utiliza-se a equação:
                                                                                 2F
3.2.3. Cimento Asfáltico                                                 Rt =                           (2)
                                                                                π .d .h
   O CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo)
utilizado na pesquisa foi o CAP 20 da Refinaria        onde F é a força aplicada, h e d são a altura e o
Alberto Pascoalini. As características do ligante      diâmetro do corpo-de-prova, respectivamente.
utilizado estão sumarizadas na Tabela 3.
                                                       4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS
3.3. Metodologias de Ensaio                               RESULTADOS

   Utilizaram-se para os ensaios, corpos-de-prova         Na Tabela 4 são apresentados os valores de
de 102 mm de diâmetro e 635 mm de altura. Os           resistência à tração e módulo de resiliência das
equipamentos utilizados, tanto para o ensaio de        misturas estudadas. Na Figura 6 estão
fadiga quanto de módulo de resiliência, são            normalizados os valores de Mr e Rt em relação à
compostos estruturas metálicas, um pistão que          mistura de referência. Nota-se uma redução tanto
proporciona um carregamento repetido pulsante          na deformabilidade elástica quanto na resistência
com auxílio de um dispositivo pneumático               das misturas. Estas reduções se dão em taxas
acoplado a um regulador de tempo e freqüência de       distintas: a borracha causa uma acentuada queda
1Hz. O tempo de duração do carregamento foi de         de rigidez e uma pequena queda na resistência.
0,1segundo. Os equipamentos estão colocados em         Esta relação pode ser representada pelo quociente
câmara térmica que permite o controle preciso da       Mr/Rt o qual indica de maneira indireta e, em
temperatura. Na Figura 5 está apresentado o            análise conjunta com os valores de Mr e Rt, a
esquema do equipamento.                                ductilidade e resistência à fadiga das misturas.
   Para os ensaios de módulo de resiliência o             A curva que representa a vida de fadiga de uma
carregamento aplicado era de no máximo 30% da          material em função das solicitações aplicadas
carga de ruptura; a amostra quando carregada sofre     (curva de Wöhler) é comumente representada pelo
deformações horizontais, as quais são medidas          modelo:
através de um transdutor tipo L.V.D.T. ligado a
um microcomputador. O coeficiente de Poisson foi                          N f = a.S b                   (3)
fixado em 0,30, segundo sugestão do TRB [19]. A
formulação utilizada para o cálculo do módulo de       onde: Nf = vida de fadiga, S = solicitação e a e b =
resiliência, foi a seguinte:                           constantes do modelo.
                                                           Na Tabela 5 estão apresentadas as constantes
                P                                      dos modelos gerados; foram gerados modelos em
        Mr =        .(0,2692 + 0,9976.μ )       (1)
               ε .h                                    função da deformação específica inicial de tração,
                                                       da tensão de tração e da diferença de tensões
onde: Mr é o módulo de resiliência, P é a carga        (tração e compressão).
aplicada, ε a deformação elástica ou resiliente,           Na Figura 7 está apresentada a vida de fadiga
medida no ciclos particulares de aplicação de          em função da deformação específica de tração;
Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006                 57    .


nota-se a menor sensibilidade das misturas com        sua resistência (de 12 a 40%); estas reduções, em
borracha à variação do número de ciclos,              diferentes proporções, levaram a um material mais
representada pela inclinação do modelo. Todas as      dúctil. A medida indireta de ductilidade utilizada
misturas     com     borracha     apresentam    um    foi a relação Mr/Rt.
desempenho bastante superior ao da mistura de            Pôde-se observar um importante incremento no
referência; isso na prática representa a capacidade   desempenho à fadiga das misturas com borracha.
do material de revestimento acompanhar as             O fator tempo de digestão, nos limites
deformações resilientes da base, na passagem de       investigados, aparece aumentando a vida de fadiga
veículos (Nf), sem romper.                            do material. As mistura com 2 horas de digestão
   Os resultados dos ensaios de fadiga das            apresentou, para a mesma borracha, o melhor
misturas estudadas plotados em função das tensões     desempenho.
de tração e das diferenças de tensões de tração e        A mistura com a borracha tipo Raspa (mistura
compressão estão apresentados nas Figuras 8 e 9       B) apresentou o melhor desempenho. A melhor
respectivamente.                                      interação borracha ligante e seu formato alongado
   Uma observação importante é que a mistura B        (fibroso) contribuem para uma melhor distribuição
com 1 hora de digestão foi a que obteve o melhor      de tensões na região da trinca.
desempenho, considerando a mesma tensão de               Com relação ao ensaio de fadiga realizado no
tração suporta aproximadamente quatro vezes mais      estado biaxial de tensões - tração por compressão
ciclos até atingir a ruptura. Este fato pode estar    diametral, ele se mostrou bastante sensível ás
relacionado com a forma alongada da borracha          variáveis estudadas, com a media dos coeficientes
utilizada (Raspa), ver item 3.2.2, que funciona       de ajuste (R2) de 0,93 (entre 0,87 até 0,98).
como material fibroso dentro da mistura
redistribuindo tensões na região de abertura das      REFERÊNCIAS
primeiras trincas e também ao fato desta borracha
possuir uma superfície mais porosa, ver Figura 3 –    1. Yorder, E. J.; Witczak, M. W. Principles of
c, o que permite uma melhor interação com o              Pavement Design. New York: John Wiley &
ligante.                                                 Sons Inc., ed. 2, 1975. 711p.
   Em relação ao tempo de digestão, que na            2. Ullidtz, P. Pavement Analysis. New York:
prática representa o tempo de transporte ou              Elsevier Science Publishing Company Inc.,
armazenagem da massa asfáltica antes de suas             1987. 318p.
aplicação, foram testados neste trabalho uma          3. Huang, H. Y. Pavement Analysis and Design.
mistura, denominada A, com tempos de digestão            Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1993. 805p.
de 0, 1 e 2 horas. Nas Figuras 8 e 9 nota-se quão     4. Tangela, S. C. S. R.; Craus J.; Deacon, J. A.;
importante é esta variável no comportamento à            Monismith, C. L. Summary report on fatigue
fadiga das misturas. Para os intervalos de tempo         response of asphalt mixtures. SHRP. TM-UCB-
testados quanto maior o tempo de interação entre a       A-003A-89-3.158p. Berkeley, 1990.
borracha e o asfalto aquecidos melhor é seu           5. Read, J. M.; Collop A. C. Practical fatigue
desempenho à fadiga. O tempo de digestão                 characterization of bituminous paving mixtures.
também se mostrou influente nos valores medidos          Journal of the Association of Asphalt Paving.
de módulo de resiliência e resistência à tração          v.66. p. 74-101. St. Paul, 1997.
apresentados na Tabela 4.                             6. Pinto, S. Estudo de comportamento a fadiga de
                                                         misturas betuminosas e aplicação na avaliação
5. CONCLUSÕES                                            estrutural de pavimentos. Rio de Janeiro, 1991.
                                                         Tese     (Doutorado      em     Engenharia)   –
   Neste artigo foram apresentados dados de              COPPE/UFRJ. 477p.
ensaios mecânicos realizados em misturas              7. Medina, J.; Motta, L.M.G. Mecânica dos
asfálticas preparadas com borracha moída de              pavimentos. 2 ed. Rio de Janeiro, 2005. 570p.
pneus em comparação com uma mistura de                8. Momm, L. Estudo dos efeitos da granulometria
referência.                                              sobre a macrotextura superficial do concreto
   A inclusão de borracha na mistura asfáltica           asfáltico e seu comportamento mecânico. São
estudada (mistura densa – faixa IV B do Instituto        Paulo, 1998. Tese (Doutorado em Engenharia)
do Asfalto) reduziu sua rigidez (de 26 a 52%) e          – EP/USP. 256p.
58                      Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006                                            .


9. Specht, L. P. Avaliação de misturas asfálticas                        15. Visser, A. T.; Verhaeghe, B. Bitumen-rubber:
   com incorporação de borracha reciclada de                                lessons learned in South Africa. In: Asphalt
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   (disponível em www.unijui.tche.br/~specht).                           16. Asphalt Institute. Mix design methods for
10. Heitzmam, M. Design and construction of                                 asphalt concrete and other hot-mix types.
   asphalt paving materials with crumb rubber                               Lexington, Manual Series Nº2 (MS-2), 6 ed.
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11. Gowda, G. V.; Hall, K. D.; Elliot, R. P.                                Brasileira de Geologia de Engenharia. p.13-38.
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   2000, Vilamoura. Proceedings... p.673-687.                               – Strain Properties of Pavements Materials:
   2000.                                                                    Special Report 162. Washington D. C., 1975.
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   laboratorial das adesividade e do desgaste de                         20. Departamento Nacional de estradas de
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   Congresso de Pesquisa e Ensino em Tranportes.                            determinação da resistência à tração por
   Anais... v.1. 2002. p. 195- 206.                                         compressão diametral. DNER – ME 138/94.
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                                                                                                            y
                                                                            Compressão




                    P
                                                                                               Tensão
                                                                                               Horizontal
                                                                                               eixo y

                                                                                                                Tensão
                                           Tensão y max                                      Tensão             Vertical
                                                                                             Vertical           eixo y
                                                                                             eixo x

                                                                                                                               x
                                                          Tensão x max
                                                                                                                Tensão
                                                                                                                Horizontal
                                                                                                                eixo x




      ε
                                                                            Tração




                d



                                                                                         Tração                       Compressão




            Figura 1 - Estado de tensões gerado no ensaio de tração por compressão diametral
Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006                              59   .


                     Tabela 1- Características das misturas asfálticas estudadas
                            Mistura /              %       VV        VAM              d
                          Denominação           Ligante    (%)       (%)           (kN/m³)
                          Referência             5,10      4,00      15,80          25,3
                          A sem cura             6,60      4,00      19,00          24,7
                        A -1 hora cura           6,60      4,00      19,00          24,7
                        A - 2 horas cura         6,60      4,00      19,00          24,7
                        B - 1 hora cura          6,50      4,00      15,80          25,3
                        Nota: a denominação A e B é referente à borracha utilizada;
                        VV = Volume de Vazios; VAM = Vazios Agregado Mineral;
                        d = Densidade Aparente.



                          Tabela 2 - Características dos agregados utilizados
                                                                                             Pó de
                  Propriedade                     Método          Brita 3/4'' Brita 3/8''            Areia
                                                                                             Pedra
                   Absorção                  DNER 081/98           0,623     0,623             --      --
                  Dens idade                 DNER 081/98           2,886     2,873           2,313   2,129
            Índice de Lamelaridade           DAER 108/01          35,6%      30,5%             --      --
                   Sanidade                DNER 089/1984                           2,4%
         Desgaste ou Perda à Abrasão        NBR 465/1984                           17%
                 Adesividade                 DNER 78/94                       não satisfatório1
            1
       Nota: o ensaio indicou a necessidade da utilização de aditivo melhorador de adesividade.




a)                                    b)                                           c)




           Figura 2 - Fotos das borrachas utilizadas: a) Cisalhada; b) >#30; c) Raspa


      a)                                   b)                                 c)




     Figura 3 - Fotos de Microscopia Eletrônica de Varredura das borrachas utilizadas – aumento de
                               20X : a) Cisalhada; b) >#30; c) Raspa
60       Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006                                                                                                  .


                                                                           Granulometria Borracha

                                             Peneiras      200     100    50    30                       8     4      3/8" 1/2" 3/4"
                                 100                                                                                                          0

                                 90                                                                                                           10

                                 80                                                                                                           20




          Porcentagem Passante




                                                                                                                                                     Porcentagem Retida
                                              Raspa
                                 70                                                                                                           30

                                 60           Cisalhada                                                                                       40

                                 50                                                                                                           50
                                              >#30
                                 40                                                                                                           60

                                 30                                                                                                           70

                                 20                                                                                                           80

                                 10                                                                                                           90

                                  0                                                                                                            100
                                   0,01                      0,1                             1                            10                100
                                                                         Diâmetro dos Grãos (mm)



                                  Figura 4 - Curvas granulométricas das borrachas utilizadas


                                               Tabela 3 - Características do CAP utilizado
                                                     Ensaio                          Unidade                              Resultado
                                               Ponto de                                          °C                            51,1
                                            Amolecimetno
                                          Penetração a 25°C,                                 dmm                                48
                                              100g, 5 seg
                                          Viscosidade a 60°C                             Poise                                  2420
                                           Ponto de Fulgor                                °C                                    270
                                          Ductilidade a 25°C                              cm                                   > 100
                                               Índice de                                   -                                   - 1,02
                                            Suscetibilidade
                                                Térmica
                                           Cromatografia –
                                                 SARA
                                                                                                 %                             8,1
                                               Saturados
                                                                                                 %                             46,9
                                               Aromáticos
                                                                                                 %                             23,5
                                                Resinas
                                                                                                 %                             21,5
                                               Asfaltenos



                                           Ar Comprimido     Regulador           ¨Timer¨
                                                            de Pressão




                                                                                 Válvula
                                                                               ¨ Tree-way¨


                                                                                                              1 Cilindro de Pressão
                                                                                                               2 Célula de Carga
                                                                                                               3 Pistão
                                                                                                               4 Amostra
                                                                                                               5 ¨LVDT¨
                                                                                                               6 Cabeçote
                                                                                                               7 Suporte
                                                                                     1
                                                                                                               8 Ap. fixação ¨LVDT¨


                                                                                         2
                                                                                 3
                                                                                     4
                                                                                                 5           Amplificador Microcomputador
                                                                                                 8            de Sinal

                                                                                         6           7




     Figura 5 - Esquema do equipamento utilizado para realização dos ensaios
Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006                                                                                                                                                                      61   .


                 Tabela 4 - Características mecânicas das misturas asfálticas estudadas
                                                                                                                         Mistura /                                                   Mr
                                                                                                                                                          Rt (MPa)                                     Mr/Rt (adm.)
                                                                                                                       Denominação                                                  (MPa)
                                                                                                                    Referência                               1,27                     6500                      5118
                                                                                                                   A sem cura                                0,75                     3120                      4160
                                                                                                                  A -1 hora cura                             1,00                     4400                      4400
                                                                                                                   A - 2 horas
                                                                                                                                                             1,12                     4800                      4285
                                                                                                                        cura
                                                                                                                  B - 1 hora cura                            0,87                     4800                      5517
                                                                                    Nota: a denominação A e B é referente à borracha utilizada;
                                                                                    Rt = Resistência à Tração; Mr = Módulo de Resiliência.
                                                                                    Ensaios realizados à 25ºC.

                                                                                                             100

                                                                                                                  90                                                                               Rt (MPa)
                                                               P e r c e n ta g e m d o v a l o r d e M r e R t




                                                                                                                                                                                                   Mr (MPa)
                                                                                                                  80

                                                                                                                  70

                                                                                                                  60

                                                                                                                  50

                                                                                                                  40

                                                                                                                  30

                                                                                                                  20

                                                                                                                  10

                                                                                                                  0
                                                                                                                            Referência       A sem cura      A -1 hora cura    A - 2 horas cura    B - 1 hora cura

          Figura 6 - Valores de Mr e Rt normalizados em função da mistura de referência

           Tabela 5 - Constantes a e b dos modelos gerados a partir dos ensaios de fadiga
                           S = deformação específica                                                                                                                                                                        S = diferença de tensões
                                                                                                                                                                          S = tensão de tração (MPa)
       Mistura             inicial de tração (cm/cm)                                                                                                                                                                                 (MPa)
                             a          b        R2                                                                                                                             a                   b                 R2       a        b       R2
                                 -6
      Referência         5,55.10      -2,03     0,97                                                                                                                          28,22               -2,93              0,98    2,91     -0,33    0,98
      A sem cura         6,91.10-8 -2,58        0,95                                                                                                                          21,16               -3,36              0,87    1,77     -0,26    0,87
    A -1 hora cura       3,02.10-7 -2,46        0,90                                                                                                                          33,60               -3,38              0,96    2,25     -0,28    0,96
   A - 2 horas cura      7,97.10-7 -2,36        0,96                                                                                                                          48,93               -3,44              0,95    2,75     -0,28    0,95
   B - 1 hora cura       1,72.10-8 -2,76        0,93                                                                                                                          137,12              -3,01              0,90    3,73     -0,30    0,90
Nota: R2 – coeficiente de correlação


                                                          1,E-03
                  Deformação Específica Inicial (cm/cm)




                                                                                                                                     A c/ 2h digestão

                                                                                                                                                      A c/ 1h digestão

                                                                                                                                                                         A sem digestão

                                                          1,E-04
                                                                                                                                                                                     B c/ 1h digestão



                                                                                                                        Referência
                                                                                                                        A sem digestão
                                                                                                                        A c/ 1h digestão                    Refêrencia
                                                                                                                        A c/ 2h digestão
                                                                                                                        B c/ 1h digestão

                                                          1,E-05
                                                              1.E+02                                                                         1.E+03                      1.E+04                                1.E+05            1.E+06
                                                                                                                                                                   Vida de Fadiga (Nf)



          Figura 7 - Vida de fadiga vesus deformação específica inicial de tração (cm/cm)
62                                                                Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006                                                          .


                                                           1,00

                                                                                                       B c/ 1h digestão
                                                                                                                           A c/ 2h digestão


                                  Tensão de Tração (MPa)
                                                                                                                                              A c/ 1h digestão




                                                           0,10
                                                                                                                                                                 A sem digestão
                                                                                                                                               Refêrencia
                                                                        Referência
                                                                        A sem digestão
                                                                        A c/ 1h digestão
                                                                        A c/ 2h digestão
                                                                        B c/ 1h digestão

                                                           0,01
                                                             1.E+02                        1.E+03                      1.E+04                      1.E+05                         1.E+06
                                                                                                                 Vida de Fadiga (Nf)



                                                                                   Figura 8 - Vida de fadiga vesus tensões de tração


                                      10,00
     Diferença de Tensões (MPa)




                                                                                              B c/ 1h digestão

                                                                                                                     A c/ 2h digestão

                                                   1,00                                                                                       A c/ 1h digestão



                                                                      Referência
                                                                      A sem digestão
                                                                      A c/ 1h digestão                                                                       A sem digestão
                                                                      A c/ 2h digestão
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                                                   Figura 9 - Vida de fadiga vesus diferença de tensões de tração e compressão

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  • 1. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006 Estudo das propriedades à fadiga de misturas asfálticas preparadas através do processo seco de incorporação de borracha reciclada Study of fatigue properties of asphalt mixtures prepared with incorporation of recycled rubber through dry process Luciano P. Specht1, & Jorge A. P. Ceratti2 1 Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, RS e-mail: specht@unijui.tche.br 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, RS e-mail: lapav1@genesis.cpgec.ufrgs.br RESUMO: A fadiga pode ser definida como um processo de degradação interna do material que, devido à repetição de tensões de tração, leva ao seu trincamento. A deposição dos resíduos gerados no meio rodoviário de transporte tem motivado uma série de discussões a respeito do reaproveitamento destes materiais no próprio setor. Este trabalho apresenta uma pesquisa desenvolvida na UFRGS e visa a utilização de resíduos de borracha como agregado de materiais de pavimentação. O planejamento do experimento contempla misturas com 1% de borracha, de diferentes tipos e com diversos tempos de digestão. Os ensaios de fadiga, realizados à 25ºC em amostras no teor de ligante de projeto, são do tipo tensão controlada. Os resultados dos ensaios de módulo de resiliência e resistência à tração indicam um significativo aumento nos valores de deformabilidade elástica, o que, conjugado a uma mínima queda da resistência à tração levaria a um material mais dúctil. Esta hipótese foi confirmada nos ensaios de fadiga, os quais indicaram a melhoria desta propriedade quando borracha é adicionada às misturas. O tempo de digestão da borracha aparece como fator importante e que deve ser considerado nos projetos deste tipo de mistura. ABSTRACT: Fatigue can be defined as an intern degradation process that, due to the repetition of tensile stress, takes to crack the material. The waste generated by the highway transport modal has motivated a series of discussions regarding the reuse of this material in roads facilities. This work presents a research developed in UFRGS which aims the use of crumb rubber as aggregate in asphalt paving material. The experimental planning contemplates mixtures with 1% of rubber of different types and with several times of digestion. Fatigue tests, accomplished at 25ºC and with sample on design asphalt content, were conduce on stress controlled type. The resilient modulus and tensile strength data indicate an important increase in the values of elastic deformability, which conjugated to a low decrease on the tensile strength, would take to a ductile material. This hypothesis was confirmed with fatigue data, which indicated the improvement of this properties when eraser is added to the mixture. The digestion time of the mixtures appears as important factor and that it should be considered in the projects of rubber aggregate mixes. 1. INTRODUÇÃO portanto, conhecer as características de ruptura dos materiais envolvidos na construção dos O trincamento é o início de uma fase de pavimentos, principalmente das camadas asfálticas deterioração estrutural que modifica o estado de de revestimento pelo seu alto custo. O tensões e de deformações do sistema estratificado comportamento dos revestimentos sob solicitações e, assim, o seu desempenho. É importante,
  • 2. 54 Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006 . à flexão e à compressão são caracterizados por leis apresentam uma revisão dos equipamentos de fadiga e leis de deformação permanente. utilizados em ensaios de laboratório para avaliação O conceito de ciclo de vida de produtos da vida de fadiga de misturas asfálticas, bem com industrializados envolve seu processo de a evolução destes métodos nos últimos anos. manufatura, sua utilização e seu descarte; O ensaio de tração indireta ou de tração por atualmente devido ao grande avanço industrial e compressão diametral (utilizado nesta pesquisa) dependência da sociedade destes produtos, tem se consiste na aplicação de um carregamento repetido questionado a despeito do descarte ambientalmente de compressão em amostras cilíndricas; o adequado para tais materiais. No Brasil a carregamento é aplicado em planos paralelos quantidade aproximada de pneumáticos diametralmente opostos. Esta configuração de descartados todo ano é de 40 milhões de unidades carga gera um plano de tensões de tração e estima-se mais de 100 milhões já descartados de razoavelmente uniforme no plano perpendicular ao maneira irregular. da aplicação da carga. Na Figura 1 está Este trabalho tem como objetivo a avaliação do apresentado o estado biaxial de tensão gerado desempenho à fadiga de misturas tipo borracha- durante o ensaio. agregado em comparação com uma mistura de As principais vantagens deste ensaio são: referência, sem borracha. Foram preparadas simplicidade de execução; possibilidade de misturas com dois tipos de borracha e com três correlação dos resultados com desempenho em diferentes tempos de digestão. O ensaio realizado campo; o equipamento é utilizado para outros foi de tração por compressão diametral dinâmica ensaios como módulo de resiliência e resistência à sob tensão controlada à 25ºC. tração; o trincamento inicia em uma zona com estado uniforme de tensões; estado biaxial de 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA tensões, possibilitando uma melhor representação das condições de campo; o ensaio pode ser 2.1. Fadiga de Concretos Asfálticos realizado com amostras preparadas em laboratório ou extraídas de pista; é um ensaio com boa A análise de tensões e deformações em repetibilidade e reprodutibilidade; é um ensaio estruturas de pavimento como sistema de múltiplas barato e comercialmente viável; é camadas e a aplicação da Teoria da Elasticidade e experimentalmente sensível [4,5]. do Método dos Elementos Finitos deram ensejo a Pode-se dividir em quatro grupos os fatores consideração racional das deformações resilientes influentes no desempenho de misturas asfálticas à no dimensionamento de pavimentos. Esta é a fadiga testadas em laboratório [4] : tendência observada a partir dos anos 60. Assim, cresceu em importância a obtenção dos parâmetros a) Métodos de preparação das amostras: elásticos ou resilientes dos solos e materiais compactação dinâmica, estática, em compactador utilizados em pavimentos, bem como a giratório, etc.; caracterização à fadiga dos materiais asfálticos e cimentados [1,2,3]. b) Modo de carregamento: tensão controlada ou O fenômeno da fadiga pode ser definido como a deformação controlada; fratura do material pela variação repetida de c) Variáveis de mistura: viscosidade do ligante, tensões ou deformações abaixo dos níveis de distribuição granulométrica, teor de ligante, ruptura do material. volume de vazios e temperatura de mistura e A vida de fadiga pode ser determinada em compactação; laboratório de diversas maneiras, gerando d) Carga: carregamento cíclico, retangular, diferentes estados de tensões nas amostras de senoidal, triangular; tempo de carregamento e concreto asfáltico tais como flexão com freqüência; carregamento centralizado, carregamento nos terços médios, flexão em pendural (Método e) Variáveis ambientais. Francês), pendural rotacional, tração direta e tração por compressão diametral. Cada método de Apesar de indispensáveis os resultados de ensaio possui suas peculiaridades e não podem ser modelos provenientes de ensaios de laboratório comparados diretamente. Tangella et al. [4] não são diretamente aplicáveis a modelos de
  • 3. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006 55 . previsão de trincamento; os fatores O planejamento do experimento contempla a laboratório/campo ou “shift factors” podem ser preparação de amostras em concreto asfáltico utilizados para tanto [4,5,6]. No Brasil tem sido (faixa IV B do Instituto do Asfalto) no teor de adotado o valor de 10000 como representativo [7]. ligante de projeto, para verificação de sua Pinto[6] realizou estudos sobre o resistência à fadiga. As misturas foram projetadas comportamento à fadiga de concretos asfálticos segundo a Metodologia Marshall e seguindo as com ligantes provenientes de diferentes crus, recomendações do Asphalt Institute [16]. realizando ensaios em diferentes temperaturas. Na Tabela 1 são apresentadas as características Momm [8] estudou que o comportamento à fadiga das misturas asfálticas estudadas. de concretos asfálticos em amostras trapezoidais A notação A significa uma mistura de borracha variando o tamanho dos granulares e a quantidade cisalhada com borracha >#30. O tempo de cura é o de fíler e Specht [9] estudou o comportamento a tempo de espera entre a mistura da massa e sua fadiga de concretos asfálticos preparados com compactação (na mesma temperatura de borracha reciclada de pneus segundo os processos compactação). As amostras denominadas B foram seco e úmido. preparadas com a borracha Raspa. Todas as misturas, exceto a mistura de referência, foram 2.2. Utilização de Borracha de Pneus em preparadas com 1% de borracha (em relação à Misturas Asfálticas massa de agregado). A temperatura de mistura (amostras sem borracha) foi entre 152 e 156 ºC e a A utilização de borracha reciclada em misturas temperatura de compactação entre 138 e 143 ºC; asfálticas pode ser feita sob duas técnicas para misturas com borracha 10ºC acima das diferentes: úmida e seca. No processo úmido o pó temperaturas citadas. de borracha é adicionado ao ligante asfáltico (6 a As amostras foram preparadas em um 25%) e posteriormente utilizado em serviços de misturador mecânico com cuba aquecida com óleo pavimentação como SAMI (Stress Absorbing térmico; a compactação foi realizada por um Membrane Interlayer), SAM (Stress Absorbing compactador automático com 75 golpes por face Membrane), CPA (Camada Porosa de Atrito), de cada amostra. CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado à Quente) etc. Ao ligante modificado dá-se o nome de 3.2. Materiais Utilizados Asphalt-Rubber. No processo seco é utilizada a borracha como parte do agregado diretamente na 3.2.1. Agregados Minerais mistura asfáltica (tipicamente CBUQ) cuja mistura é conhecida como Rubber Aggregate. O agregado mineral utilizado nesta pesquisa é Vários estudos e utilizações têm sido uma rocha basáltica ácida da Formação Serra apresentadas acerca das misturas via seca na Geral semelhante à encontrada em outros pontos literatura nacional e internacional [10-14]. do estado e considerada a mais representativa A experiência Sul-Africana recomenda que desta região do país. Segundo ABGE [17] os após a mistura da borracha com o agregado pré- basaltos são as rochas ígneas vulcânicas mais aquecido (200-210ºC) e com o asfalto (140-160ºC) abundantes e sua maior ocorrência é na forma de a mistura deve ficar estocada a 180ºC por no derrames. No Brasil, constituem a Formação Serra mínimo uma hora antes da utilização [15]. De Geral da Bacia do Paraná, onde perfazem mais de maneira semelhante Gallego et al. [12] ressaltam a 90% dos rochas vulcânicas aí existentes. A textura importância do tempo de digestão (definido como é afanítica, microgranular, por vezes amigdaloidal. o tempo necessário para interação entre o ligante e Na Tabela 2 são apresentadas, resumidamente, os grânulos de borracha) como fator dominante as características dos agregados utilizados nesta sobre o desempenho das misturas asfálticas pesquisa. modificadas com borracha. 3.2.2. Borrachas 3. METODOLOGIA Foram utilizadas três borrachas diferentes 3.1. Planejamento do Experimento durante a pesquisa: Cisalhada e >#30 – borrachas provenientes da produção de bandas de rodagem;
  • 4. 56 Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006 . Raspa – borracha proveniente da preparação da carga, h a altura do corpo-de-prova e μ o carcaça do pneu durante o processo de coeficiente de Poisson. recauchutagem. As Figuras 2 e 3 apresentam fotos O ensaio de compressão diametral ou tração digitais e de microscopia eletrônica das borrachas indireta, conhecido internacionalmente como utilizadas. “ensaio brasileiro”, foi desenvolvido pelo O peso específico das borrachas estudadas foi professor Fernando Luiz Lobo Carneiro para determinado através da metodologia ASTM D 297 determinar a resistência à tração de corpos-de- [18] (Picnometria com álcool) e os valores prova de concreto através de solicitação estática. encontrados foram de 11,47kN/m3 para a >#30, Os ensaios, seguindo-se as prescrições da norma 11,38 kN/m3 para a Cisalhada e 11,24 kN/m3 para DNER-ME 138/86 [20], foram realizado à 25ºC a Raspa. Na Figura 4 estão apresentadas as curvas com velocidade 50,8mm/min e para seu cálculo granulométricas das borrachas utilizadas. utiliza-se a equação: 2F 3.2.3. Cimento Asfáltico Rt = (2) π .d .h O CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) utilizado na pesquisa foi o CAP 20 da Refinaria onde F é a força aplicada, h e d são a altura e o Alberto Pascoalini. As características do ligante diâmetro do corpo-de-prova, respectivamente. utilizado estão sumarizadas na Tabela 3. 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS 3.3. Metodologias de Ensaio RESULTADOS Utilizaram-se para os ensaios, corpos-de-prova Na Tabela 4 são apresentados os valores de de 102 mm de diâmetro e 635 mm de altura. Os resistência à tração e módulo de resiliência das equipamentos utilizados, tanto para o ensaio de misturas estudadas. Na Figura 6 estão fadiga quanto de módulo de resiliência, são normalizados os valores de Mr e Rt em relação à compostos estruturas metálicas, um pistão que mistura de referência. Nota-se uma redução tanto proporciona um carregamento repetido pulsante na deformabilidade elástica quanto na resistência com auxílio de um dispositivo pneumático das misturas. Estas reduções se dão em taxas acoplado a um regulador de tempo e freqüência de distintas: a borracha causa uma acentuada queda 1Hz. O tempo de duração do carregamento foi de de rigidez e uma pequena queda na resistência. 0,1segundo. Os equipamentos estão colocados em Esta relação pode ser representada pelo quociente câmara térmica que permite o controle preciso da Mr/Rt o qual indica de maneira indireta e, em temperatura. Na Figura 5 está apresentado o análise conjunta com os valores de Mr e Rt, a esquema do equipamento. ductilidade e resistência à fadiga das misturas. Para os ensaios de módulo de resiliência o A curva que representa a vida de fadiga de uma carregamento aplicado era de no máximo 30% da material em função das solicitações aplicadas carga de ruptura; a amostra quando carregada sofre (curva de Wöhler) é comumente representada pelo deformações horizontais, as quais são medidas modelo: através de um transdutor tipo L.V.D.T. ligado a um microcomputador. O coeficiente de Poisson foi N f = a.S b (3) fixado em 0,30, segundo sugestão do TRB [19]. A formulação utilizada para o cálculo do módulo de onde: Nf = vida de fadiga, S = solicitação e a e b = resiliência, foi a seguinte: constantes do modelo. Na Tabela 5 estão apresentadas as constantes P dos modelos gerados; foram gerados modelos em Mr = .(0,2692 + 0,9976.μ ) (1) ε .h função da deformação específica inicial de tração, da tensão de tração e da diferença de tensões onde: Mr é o módulo de resiliência, P é a carga (tração e compressão). aplicada, ε a deformação elástica ou resiliente, Na Figura 7 está apresentada a vida de fadiga medida no ciclos particulares de aplicação de em função da deformação específica de tração;
  • 5. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006 57 . nota-se a menor sensibilidade das misturas com sua resistência (de 12 a 40%); estas reduções, em borracha à variação do número de ciclos, diferentes proporções, levaram a um material mais representada pela inclinação do modelo. Todas as dúctil. A medida indireta de ductilidade utilizada misturas com borracha apresentam um foi a relação Mr/Rt. desempenho bastante superior ao da mistura de Pôde-se observar um importante incremento no referência; isso na prática representa a capacidade desempenho à fadiga das misturas com borracha. do material de revestimento acompanhar as O fator tempo de digestão, nos limites deformações resilientes da base, na passagem de investigados, aparece aumentando a vida de fadiga veículos (Nf), sem romper. do material. As mistura com 2 horas de digestão Os resultados dos ensaios de fadiga das apresentou, para a mesma borracha, o melhor misturas estudadas plotados em função das tensões desempenho. de tração e das diferenças de tensões de tração e A mistura com a borracha tipo Raspa (mistura compressão estão apresentados nas Figuras 8 e 9 B) apresentou o melhor desempenho. A melhor respectivamente. interação borracha ligante e seu formato alongado Uma observação importante é que a mistura B (fibroso) contribuem para uma melhor distribuição com 1 hora de digestão foi a que obteve o melhor de tensões na região da trinca. desempenho, considerando a mesma tensão de Com relação ao ensaio de fadiga realizado no tração suporta aproximadamente quatro vezes mais estado biaxial de tensões - tração por compressão ciclos até atingir a ruptura. Este fato pode estar diametral, ele se mostrou bastante sensível ás relacionado com a forma alongada da borracha variáveis estudadas, com a media dos coeficientes utilizada (Raspa), ver item 3.2.2, que funciona de ajuste (R2) de 0,93 (entre 0,87 até 0,98). como material fibroso dentro da mistura redistribuindo tensões na região de abertura das REFERÊNCIAS primeiras trincas e também ao fato desta borracha possuir uma superfície mais porosa, ver Figura 3 – 1. Yorder, E. J.; Witczak, M. W. Principles of c, o que permite uma melhor interação com o Pavement Design. New York: John Wiley & ligante. Sons Inc., ed. 2, 1975. 711p. Em relação ao tempo de digestão, que na 2. Ullidtz, P. Pavement Analysis. New York: prática representa o tempo de transporte ou Elsevier Science Publishing Company Inc., armazenagem da massa asfáltica antes de suas 1987. 318p. aplicação, foram testados neste trabalho uma 3. Huang, H. Y. Pavement Analysis and Design. mistura, denominada A, com tempos de digestão Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1993. 805p. de 0, 1 e 2 horas. Nas Figuras 8 e 9 nota-se quão 4. Tangela, S. C. S. R.; Craus J.; Deacon, J. A.; importante é esta variável no comportamento à Monismith, C. L. Summary report on fatigue fadiga das misturas. Para os intervalos de tempo response of asphalt mixtures. SHRP. TM-UCB- testados quanto maior o tempo de interação entre a A-003A-89-3.158p. Berkeley, 1990. borracha e o asfalto aquecidos melhor é seu 5. Read, J. M.; Collop A. C. Practical fatigue desempenho à fadiga. O tempo de digestão characterization of bituminous paving mixtures. também se mostrou influente nos valores medidos Journal of the Association of Asphalt Paving. de módulo de resiliência e resistência à tração v.66. p. 74-101. St. Paul, 1997. apresentados na Tabela 4. 6. Pinto, S. Estudo de comportamento a fadiga de misturas betuminosas e aplicação na avaliação 5. CONCLUSÕES estrutural de pavimentos. Rio de Janeiro, 1991. Tese (Doutorado em Engenharia) – Neste artigo foram apresentados dados de COPPE/UFRJ. 477p. ensaios mecânicos realizados em misturas 7. Medina, J.; Motta, L.M.G. Mecânica dos asfálticas preparadas com borracha moída de pavimentos. 2 ed. Rio de Janeiro, 2005. 570p. pneus em comparação com uma mistura de 8. Momm, L. Estudo dos efeitos da granulometria referência. sobre a macrotextura superficial do concreto A inclusão de borracha na mistura asfáltica asfáltico e seu comportamento mecânico. São estudada (mistura densa – faixa IV B do Instituto Paulo, 1998. Tese (Doutorado em Engenharia) do Asfalto) reduziu sua rigidez (de 26 a 52%) e – EP/USP. 256p.
  • 6. 58 Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-63, Abril, 2006 . 9. Specht, L. P. Avaliação de misturas asfálticas 15. Visser, A. T.; Verhaeghe, B. Bitumen-rubber: com incorporação de borracha reciclada de lessons learned in South Africa. In: Asphalt pneus. Porto Alegre. Tese (Doutorado em Rubber 2000, Vilamoura. Proceedings... p.33- Engenharia) – PPGEC/UFRGS. 2004. 279p. 51. 2000. (disponível em www.unijui.tche.br/~specht). 16. Asphalt Institute. Mix design methods for 10. Heitzmam, M. Design and construction of asphalt concrete and other hot-mix types. asphalt paving materials with crumb rubber Lexington, Manual Series Nº2 (MS-2), 6 ed. modifier. Transportation Research Record. 1995.141p. Washington, n.1339, p.1-8. 1992. 17. ABGE. Geologia de Engenharia. Associação 11. Gowda, G. V.; Hall, K. D.; Elliot, R. P. Brasileira de Geologia de Engenharia. p.13-38. Arkansas experience with crumb rubber 1998. modified mixes using Marshall and Strategic 18. Americam Society for Testing and Materials. Highway Research Program – Level I design Standard test methods for rubber products – methods. Transportation Research Record. chemical analysis. D 297-93. In: ASTM Washington, n.1530, p.25-33. 1996. …Annual Book of ASTM Standards, 12. Galego, J.; Del Val, M. A.; Tomás R. A Philadelphia, v 9.01, p.1-35, 1998. Spanish experience with asphalt pavements 19. Transportation Research Board. Test modified with tire rubber. In: Asphalt Rubber Procedures for Characterizing Dynamic Stress 2000, Vilamoura. Proceedings... p.673-687. – Strain Properties of Pavements Materials: 2000. Special Report 162. Washington D. C., 1975. 13. Specht L. P.; Ceratti J. A. P.; Paludo I. Estudo 40p. laboratorial das adesividade e do desgaste de 20. Departamento Nacional de estradas de misturas asfálticas com borracha. In: XVI Rodagem. Misturas betuminosas - Congresso de Pesquisa e Ensino em Tranportes. determinação da resistência à tração por Anais... v.1. 2002. p. 195- 206. compressão diametral. DNER – ME 138/94. 14. Bertolo, S. A. M. Avaliação laboratorial de Rio de Janeiro, 1994, 4p. misturas asfálticas densas modificadas com borracha reciclada de pneus. São Carlos, 2002. Tese (Doutorado em Engenharia) – EE/USP. 197p. y Compressão P Tensão Horizontal eixo y Tensão Tensão y max Tensão Vertical Vertical eixo y eixo x x Tensão x max Tensão Horizontal eixo x ε Tração d Tração Compressão Figura 1 - Estado de tensões gerado no ensaio de tração por compressão diametral
  • 7. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006 59 . Tabela 1- Características das misturas asfálticas estudadas Mistura / % VV VAM d Denominação Ligante (%) (%) (kN/m³) Referência 5,10 4,00 15,80 25,3 A sem cura 6,60 4,00 19,00 24,7 A -1 hora cura 6,60 4,00 19,00 24,7 A - 2 horas cura 6,60 4,00 19,00 24,7 B - 1 hora cura 6,50 4,00 15,80 25,3 Nota: a denominação A e B é referente à borracha utilizada; VV = Volume de Vazios; VAM = Vazios Agregado Mineral; d = Densidade Aparente. Tabela 2 - Características dos agregados utilizados Pó de Propriedade Método Brita 3/4'' Brita 3/8'' Areia Pedra Absorção DNER 081/98 0,623 0,623 -- -- Dens idade DNER 081/98 2,886 2,873 2,313 2,129 Índice de Lamelaridade DAER 108/01 35,6% 30,5% -- -- Sanidade DNER 089/1984 2,4% Desgaste ou Perda à Abrasão NBR 465/1984 17% Adesividade DNER 78/94 não satisfatório1 1 Nota: o ensaio indicou a necessidade da utilização de aditivo melhorador de adesividade. a) b) c) Figura 2 - Fotos das borrachas utilizadas: a) Cisalhada; b) >#30; c) Raspa a) b) c) Figura 3 - Fotos de Microscopia Eletrônica de Varredura das borrachas utilizadas – aumento de 20X : a) Cisalhada; b) >#30; c) Raspa
  • 8. 60 Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006 . Granulometria Borracha Peneiras 200 100 50 30 8 4 3/8" 1/2" 3/4" 100 0 90 10 80 20 Porcentagem Passante Porcentagem Retida Raspa 70 30 60 Cisalhada 40 50 50 >#30 40 60 30 70 20 80 10 90 0 100 0,01 0,1 1 10 100 Diâmetro dos Grãos (mm) Figura 4 - Curvas granulométricas das borrachas utilizadas Tabela 3 - Características do CAP utilizado Ensaio Unidade Resultado Ponto de °C 51,1 Amolecimetno Penetração a 25°C, dmm 48 100g, 5 seg Viscosidade a 60°C Poise 2420 Ponto de Fulgor °C 270 Ductilidade a 25°C cm > 100 Índice de - - 1,02 Suscetibilidade Térmica Cromatografia – SARA % 8,1 Saturados % 46,9 Aromáticos % 23,5 Resinas % 21,5 Asfaltenos Ar Comprimido Regulador ¨Timer¨ de Pressão Válvula ¨ Tree-way¨ 1 Cilindro de Pressão 2 Célula de Carga 3 Pistão 4 Amostra 5 ¨LVDT¨ 6 Cabeçote 7 Suporte 1 8 Ap. fixação ¨LVDT¨ 2 3 4 5 Amplificador Microcomputador 8 de Sinal 6 7 Figura 5 - Esquema do equipamento utilizado para realização dos ensaios
  • 9. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006 61 . Tabela 4 - Características mecânicas das misturas asfálticas estudadas Mistura / Mr Rt (MPa) Mr/Rt (adm.) Denominação (MPa) Referência 1,27 6500 5118 A sem cura 0,75 3120 4160 A -1 hora cura 1,00 4400 4400 A - 2 horas 1,12 4800 4285 cura B - 1 hora cura 0,87 4800 5517 Nota: a denominação A e B é referente à borracha utilizada; Rt = Resistência à Tração; Mr = Módulo de Resiliência. Ensaios realizados à 25ºC. 100 90 Rt (MPa) P e r c e n ta g e m d o v a l o r d e M r e R t Mr (MPa) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Referência A sem cura A -1 hora cura A - 2 horas cura B - 1 hora cura Figura 6 - Valores de Mr e Rt normalizados em função da mistura de referência Tabela 5 - Constantes a e b dos modelos gerados a partir dos ensaios de fadiga S = deformação específica S = diferença de tensões S = tensão de tração (MPa) Mistura inicial de tração (cm/cm) (MPa) a b R2 a b R2 a b R2 -6 Referência 5,55.10 -2,03 0,97 28,22 -2,93 0,98 2,91 -0,33 0,98 A sem cura 6,91.10-8 -2,58 0,95 21,16 -3,36 0,87 1,77 -0,26 0,87 A -1 hora cura 3,02.10-7 -2,46 0,90 33,60 -3,38 0,96 2,25 -0,28 0,96 A - 2 horas cura 7,97.10-7 -2,36 0,96 48,93 -3,44 0,95 2,75 -0,28 0,95 B - 1 hora cura 1,72.10-8 -2,76 0,93 137,12 -3,01 0,90 3,73 -0,30 0,90 Nota: R2 – coeficiente de correlação 1,E-03 Deformação Específica Inicial (cm/cm) A c/ 2h digestão A c/ 1h digestão A sem digestão 1,E-04 B c/ 1h digestão Referência A sem digestão A c/ 1h digestão Refêrencia A c/ 2h digestão B c/ 1h digestão 1,E-05 1.E+02 1.E+03 1.E+04 1.E+05 1.E+06 Vida de Fadiga (Nf) Figura 7 - Vida de fadiga vesus deformação específica inicial de tração (cm/cm)
  • 10. 62 Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.53-62, Abril, 2006 . 1,00 B c/ 1h digestão A c/ 2h digestão Tensão de Tração (MPa) A c/ 1h digestão 0,10 A sem digestão Refêrencia Referência A sem digestão A c/ 1h digestão A c/ 2h digestão B c/ 1h digestão 0,01 1.E+02 1.E+03 1.E+04 1.E+05 1.E+06 Vida de Fadiga (Nf) Figura 8 - Vida de fadiga vesus tensões de tração 10,00 Diferença de Tensões (MPa) B c/ 1h digestão A c/ 2h digestão 1,00 A c/ 1h digestão Referência A sem digestão A c/ 1h digestão A sem digestão A c/ 2h digestão Refêrencia B c/ 1h digestão 0,10 1.E+02 1.E+03 1.E+04 1.E+05 1.E+06 Vida de Fadiga (Nf) Figura 9 - Vida de fadiga vesus diferença de tensões de tração e compressão