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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
   SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS




III FORÚM NACIONAL DOS GABINETES
       DE GESTÃO INTEGRADA

  GT VI – DOUTRINA NACIONAL DE
POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS




                          BELÉM – PA / MAIO / 2010
                                                                                     1
 Secretaria Nacional de         Ministério da Justiça   Departamento de Políticas,
  Segurança Pública                                       Programas e Projetos
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
   SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS




                          RELATÓRIO FINAL

     DOUTRINA NACIONAL DE
POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS




                                                                                   2
 Secretaria Nacional de       Ministério da Justiça   Departamento de Políticas,
  Segurança Pública                                     Programas e Projetos
SUMÁRIO

       III Fórum Nacional dos GGIs                                                                 04

   Justificativa – Doutrina Nacional de Policiamento com Motocicletas                              05

   Integrantes do Grupo de Trabalho                                                                08

   Metodologia de Trabalho                                                                         09
    - I Simpósio Nacional de Motopatrulhamento Policial                                             09

   Área Temática – Recursos Humanos                                                                11
    - Perfil                                                                                        11
    - Motivação e Escala                                                                            12
    - Emprego Operacional                                                                           13

   Área Temática – Logística                                                                       14
    - Contextualização                                                                              14
    - Projeto de Lei nº 2.524/2009 – Percentual de Motocicletas na PMERJ                            15
    - Efetivo e frota de viaturas nas Polícias Militares                                            17
    - Quantidade de motocicletas por unidade operacional                                            18
    - Especificações de viaturas                                                                    19
    - Especificações de equipamentos de segurança individual                                        20
    - Especificações de uniforme básico                                                             20
    - Especificações de armamento para o policial motociclista                                      21
    - Quantitativo de motocicletas por fração de efetivo                                            21
    - Avaliação de motocicletas, equipamentos e acessórios                                          22

   Área Temática – Capacitação, treinamento e procedimento operacional                             31
    - Capacitação e Treinamento                                                                     31
    - Procedimentos Operacionais                                                                    33
         - Procedimentos com emprego de 03 (três) policiais e 02 (duas) motocicletas                34
         - Procedimentos com emprego de 02 (dois) policiais e 02 (duas) motocicletas                49
    -


   Encaminhamentos do Grupo de Trabalho                                                            59

   Referências Bibliográficas                                                                      60




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          Secretaria Nacional de            Ministério da Justiça          Departamento de Políticas,
            Segurança Pública                                                Programas e Projetos
III FÓRUM NACIONAL DOS GABINETES DE GESTÃO INTEGRADA




         O III Fórum Nacional dos GGIs ocorreu na cidade de Belém – PA de 18 a 22 de maio
de 2010, tendo como foco o fomento a gestão integrada da segurança pública profissional e
inteligente nas diversas esferas federativas. Na oportunidade foi apresentando os principais
avanços e adversidades nesse modelo de gestão, a partir de práticas inovadoras, integradas e
participativas. O fórum vislumbrou ainda, garantir aos Gabinetes de Gestão Integrada (GGI) a
manutenção das discussões sobre as Políticas Regionais de Segurança Pública visando à diminuição da
criminalidade e manutenção da paz social, seguindo os princípios e diretrizes do Sistema Único de
Segurança Pública (SUSP), por meio de consolidação de temas nacionais no campo da segurança pública.




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 Secretaria Nacional de              Ministério da Justiça            Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                    Programas e Projetos
JUSTIFICATIVA
     DOUTRINA NACIONAL DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS



         O cometimento de crimes nos conglomerados urbanos do país, passa por constantes e
significativas mudanças, surgindo novas fronteiras relacionadas ao aperfeiçoamento dos órgãos
de segurança pública, no que tange a prevenção do delito e aplicação de técnicas, tecnologias e
planejamentos estratégicos adequados às novas realidades, sempre respaldados na defesa dos
direitos da pessoa humana, tratados, convenções, princípios e códigos internacionais de uso da
força.
         Destacamos que atualmente no Brasil, não existem dados oficiais consolidados sobre as
estatísticas dos crimes cometidos por indivíduos conduzindo motocicletas, haja vista que a
maioria dos órgãos de segurança pública registram os dados conforme a natureza das
ocorrências, não havendo um vetor que atrele ao meio utilizado para cometimento do crimes,
mesmo assim, verifica-se que é uma realidade assustadora na maioria dos conglomerados
urbanos do país.
         Para exemplificar, no Estado de São Paulo, num levantamento feito pelo Departamento
de Polícia Judiciária da Capital (Decap), constatou-se que 61,5% dos 15 mil casos de crimes
contra o patrimônio cometidos nas regiões oeste e central e em parte da zona sul da cidade,
tiveram a participação de motociclistas. O mapeamento considerou os meses de novembro e
dezembro de 2006 e janeiro de 2007. Em 9.225 dos casos de roubos e furtos, os criminosos
utilizaram motocicletas para cometimento do crime e respectiva fuga. No Estado do Rio de
Janeiro nos anos de 2008 e 2009, cerca de 34,4% dos roubos a pessoa, foram praticadas por
indivíduos utilizando motocicletas. Havendo localidades, como na região da 74a DP (Alcântara),
que 80% dos homicídios foram praticados por indivíduos usando motocicletas.
         Em consonância com essas estatísticas, temos um agravante considerável, que é o
aumento da frota de veículos no país. A título de demonstração, no ano de 1995, a quantidade de
motocicletas e triciclos no Brasil era de aproximadamente 2,8 milhões e de automóveis 18,1
milhões de unidades, representando aproximadamente 10,7% e 70% da frota nacional
respectivamente. O mesmo levantamento realizado no ano de 2009, pelo Departamento Nacional
de Transito – DENATRAN, mostra que a frota de motocicletas, motonetas e ciclomotores no
Brasil era de mais de 12 milhões e de automóveis 34,5 milhões de unidades, representando 21%
e 60 % da frota nacional respectivamente;
         Aliado ao número crescente de motocicletas e veículos automotores, estrangulamento do
trânsito e grande dificuldade de acesso, tráfego e mobilidade nas regiões metropolitanas, as
incidências criminais tem afetado sobremaneira as pessoas, em especial os crimes cometidos

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 Secretaria Nacional de             Ministério da Justiça         Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                Programas e Projetos
com emprego de motocicletas e auxilio de passageiro (garupa). Rotina em vários municípios
brasileiros, exigindo novas estratégias dos encarregados de aplicar a lei para prevenção desses
delitos;
           Várias Corporações no Brasil, observando a crescente utilização de motocicletas no
cometimento de crimes e a grande dificuldade de tráfego de viaturas convencionais nas regiões
metropolitanas, criaram a partir da década de 80, vários grupos com finalidades de prevenção a
criminalidade com emprego de motocicletas, a exemplo da ROCAM – PMSP em 1982 e GIRO –
PMGO em 1998, dentre inúmeros outros que possuem as diretrizes doutrinárias similares.
           Vale mencionar, que mesmo com atuação desses grupos, as ações não tem sido
suficientes para prevenção dos crimes cometidos nessas áreas de mobilidade critica em nosso
país. Dentre inúmeros outros fatores, isso se deve em parte, a quantidade e tipo de veículos
empregados pelas Corporações, pequeno efetivo especializado, procedimentos operacionais
focados muitas vezes apenas em infrações de trânsito, falta de capacitação e treinamento
adequado e falta de investimento, exigindo uma reflexão, adequação e intensificação também, do
policiamento ordinário e convencional com emprego de motocicletas, que permite uma
mobilidade condizente com as demandas atuais.
           Nesse contexto, o Ministério da Justiça preocupado em reduzir os índices alarmantes de
criminalidade, traçou como diretriz do Programa Nacional de Segurança com Cidadania
(PRONASCI), a promoção da segurança e convivência pacifica, modernização das instituições e
valorização dos profissionais de segurança publica, e ainda, definiu como foco prioritário, as
ações nas regiões metropolitanas e aglomerados urbanos que apresentem altos índices de
homicídios e de crimes violentos.
           A Secretaria Nacional de Segurança Pública analisando a dinâmica criminal no pais,
também desenvolve ações de fomento ao desenvolvimento da Segurança Pública no interior do
país, no denominado “Brasil profundo”, a exemplo do projeto PEFRON, que visa incentivar os
Estados a constituírem unidades de Policiamento Especializados nas regiões fronteiriças, que
representa uma faixa de cerca de 16.000 km, entre fronteiras secas e hídricas . Ressalta-se, que
em diversas localidades, o uso de viaturas convencionais é inviável, sendo as embarcações e as
motocicletas, importantes ferramentas para atividade de segurança pública nesses rincões do
país.
           Acreditamos que o emprego de motocicletas adequadas, treinamentos específicos,
procedimentos operacionais condizentes com a realidade atual, destinado aos encarregados de
aplicação da lei, disseminação de uma doutrina específica dessa modalidade de atuação, através
de induções da Secretaria Nacional de Segurança Pública aos entes federados, poderá ser mais



                                                                                                  6
 Secretaria Nacional de               Ministério da Justiça          Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                   Programas e Projetos
uma importante iniciativa para prevenção da violência nos grandes centros urbanos e também no
interior do país.
       Com esse foco, e ainda, concatenado com a idéia dos Gabinetes de Gestão Integrada,
vários especialistas escolhidos para compor o Grupo de Trabalho para criação de uma Doutrina
Nacional sobre Policiamento com Motos estiveram imbuídos em avaliar e sugerir a padronização
dos procedimentos, treinamento e capacitação, armamentos equipamentos de proteção individual
e motocicletas apropriadas para serem empregadas nessas atividades de policiamento com motos
em todo país.




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 Secretaria Nacional de           Ministério da Justiça          Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                               Programas e Projetos
INTEGRANTES DO GRUPO DE TRABALHO


Coordenador:


Alex Jorge das Neves – 1º Ten PMGO / Dept. da Força Nacional de Segurança Pública


Participantes:


Almir Ribeiro – Tenente Coronel da Polícia Militar de São Paulo


José Rodrigues de Souza Neto – Major da Polícia Militar da Paraíba


Ronilton de Jesus Jacinto Cavalcante – Major da Polícia Militar do Amazonas


Cláudio César Felipe – Capitão da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul


Gilmar Santos Santana – Capitão da Polícia Militar de Sergipe


Giovane Rosa da Silva – Capitão da Polícia Militar de Goiás


Ivens Giuliano Campos dos Santos – Capitão da Brigada Militar do Rio Grande do Sul


Luciano Correa Silva – Capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro


Lucival Cardoso de Montalvão Guedes – Capitão da Polícia Militar do Pará


Marco Antônio Brito Júnior – Capitão da Polícia Militar de Santa Catarina


Newton Anet – Agente Especial do DPRF - SRRJ


Marcos Mendes de Souza – Instrutor de Pilotagem PMGO


Miguel Raimundo dos Reis Cruz – Agente do DPRF - SRPA


Rogério Tosta Bôa Morte – Inspetor do DPRF - SRBA

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   Segurança Pública                                                    Programas e Projetos
METODOLOGIA DE TRABALHO

       No início dos trabalhos, foi exposto a todos os integrantes a necessidade de implementar
diretrizes nacionais acerca da temática, considerando que às iniciativas atuais são localizadas e
restritas à algumas unidades operacionais nas respectivas corporações estaduais.
       Visando propiciar a todos uma visão dinâmica de como é a conjuntura criminal, de
prevenção e de uso da motocicleta pelos agentes da lei nos Estados, cada integrante, demonstrou
as experiências exitosas em cada Corporação e as peculiaridades de cada ente federado, na
prevenção a criminalidade em locais de mobilidade crítica e no interior de seus Estados.
       Ainda nesse contexto, foi socializada ao grupo, a primeira iniciativa nacional de
padronizar o uso da motocicleta como ferramenta crucial de prevenção a criminalidade, sendo o
I Simpósio Nacional de Motopatrulhamento Policial, realizado no ano de 2009 na cidade de
João Pessoa – PB. Essa iniciativa tão importante, definiu alguns parâmetros publicado numa ata,
descrita abaixo, sendo levado em consideração pelos integrantes do Grupo de Trabalho
constituído no III Fórum Nacional do GGI durante todas discussões.
                               Ata do I Simpósio Nacional de Motopatrulhamento Policial
                          “Aos trinta dias do mês de outubro do ano de dois mil e nove reunidos
                          no Centro de Educação da Polícia Militar da Paraíba, onde se
                          encontravam os servidores públicos abaixo assinado representando as
                          respectivas Instituições, realizou-se o I SIMPÓSIO NACIONAL DE
                          MOTOPATRULHAMENTO POLICIAL, no qual foram apresentadas 05
                          palestras, momento em que reuniram-se todos os participantes em
                          grupos de trabalhos onde deliberaram, discutiram e aprovaram por
                          maioria de votos e aclamação dos participantes de cada grupo de
                          trabalho, chegando-se a conclusão que como sugestões para o emprego
                          da motocicleta na atividade de segurança pública, apontou-se como
                          sugestão para o tipo de motocicleta com potencia entre 250cc e 300cc,
                          para o policiamento ostensivo ordinário, para o emprego tático
                          policial, escolta, moto resgate uma motocicleta de cilindrada entre
                          600cc e 1000cc e para o serviço de batedor motocicleta de 1000cc ou
                          superior. No referente a equipamento de proteção individual tem-se os
                          seguintes itens: capacete articulado de viseira anti-risco com uma tecla
                          frontal de liberação, colete anti-balístico masculino e feminino multi
                          ameaça, joelheira/caneleira articulada em polímero, cotoveleira
                          articulada em polímero, luvas táticas em kevlar, protetor de coluna
                          articulado, rádio comunicador com acionamento remoto, coturno de
                                                                                                 9
 Secretaria Nacional de              Ministério da Justiça          Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                   Programas e Projetos
alta performance e bom conforto, para o policiamento ordinário e
                          batedor o armamento de porte calibre .40 e arma menos que letal,
                          pistola com principio de funcionamento de eletrochoque de alta
                          voltagem e baixa amperagem; para o `policiamento tático e escoltas
                          armamento de porte calibre .40 e armamento portátil calibre .40 e
                          5,56mm semiautomático ou automático com coronha rebatível ou
                          retrátil, quanto a malha curricular mínima com as seguintes
                          disciplinas: gerenciamento de crises, primeiros socorros, direitos
                          humanos, relações interpessoais, tiro policial com método e
                          escalonamento da forca, noções de mecânica, técnicas de abordagem,
                          legislação de trânsito, noções básicas de escoltas e batedor, educação
                          física, para o nível I, excetua-se a aplicação da disciplina tiro policial
                          aos servidores cuja atividade no serviço público não seja autorizado o
                          porte de arma de fogo, os das disciplinas de pilotagem de alto risco
                          (on/off road), técnicas avançadas de escolta e batedor, tiro tático e
                          doutrina de patrulhamento tático com motocicletas para o nível II.
                          Lido, conhecido e aceito em João Pessoa, Paraíba, às vinte horas. Júlio
                          Cesár Motta Fernandes – TC QOPM – PMGO, Robson Rodrigues da
                          Silva – TC QOPM – PMERJ, Andre Ângelo da Silva – Maj QOPM –
                          PMPE, José Rodrigues de Souza Neto – Maj QOC – PMPB, Luís
                          Gonzaga de Oliveira Júnior – Cap QOPM – PMSP, Adriano Meirelles
                          Gonçalves – Cap QOPM – PMDF, Marcos Swami Sousa Pereira – 1
                          Ten QOPM – PMRN, José Ricardo Mendes Barbosa – 3º Sgt BM –
                          PMPB, Felipe Araujo Costa de Oliveira –PRF, Wanderley Amorim da
                          Silva – STTrans.”
       Após apresentação das atividades desenvolvidas em todas regiões do país e socialização
da primeira tentativa nacional de padronização dessa modalidade de policiamento nos entes
federados, foi proposto a todos os participantes, a divisão das discussões em áreas temáticas,
sendo elas: Recursos Humanos; Recursos Logísticos; Capacitação, Treinamento e Procedimentos
Operacionais. Ficando definido que as discussões iriam permear o emprego da motocicleta em
unidades de policiamento ostensivo (ordinárias), unidades de policiamento especializadas
(patrulhamento tático e de recobrimento) e policiamento rodoviário, objetivando abranger e
difundir o emprego adequado da motocicleta nas ações preventivas.




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ÁREA TEMÁTICA – RECURSOS HUMANOS

         Conforme definido pelo Grupo de Trabalho, essa área temática seria responsável em
discutir e apresentar a todos os integrantes, as orientações acerca das necessidades relacionadas
às pessoas que estariam atuando no policiamento ostensivo com motocicletas nos Estados.


Perfil


         Inicialmente foi sugerido que o agente da lei que estaria atuando nessa seara, deveria
possuir um perfil básico, acrescido de competências específicas, de acordo com as necessidades
peculiares de cada corporação.
         Foi destacado que várias pessoas usam a motocicleta diariamente para passeio, ir ao
trabalho, viajar, encontro de motociclistas, dentre outras atividades inerentes a esse tipo de
veículo. Porém, é consenso que há um imenso hiato entre usar a motocicleta em conformidade
com o apresentado acima e usa-lá rotineiramente para trabalhar, em especial quando se trata do
trabalho policial, que requer atenção com a equipe, com trânsito, observação permanente ao seu
redor, aptidão para trabalho com motocicletas, dentre outros fatores, vislumbrando uma atuação
preventiva eficiente e eficaz. Nesse sentido, seria incompatível a falta de voluntariedade para
atuação nesse tipo de policiamento.
         Nesse sentido, as corporações devem fomentar medidas incentivadoras para o
profissional de segurança pública atuar com motocicleta. Não devendo porém, empregar pessoas
que não sejam voluntárias, fator crucial para o sucesso nessas ações.
         Além desses requisitos, o profissional de segurança pública, deve possuir um
comportamento condizente com a atividade. Nas policias militares, considera-se requisito
mínimo o “Bom” comportamento.
         A habilitação na categoria “A” é regra legal, não há o que se discutir, nenhum policial
deverá atuar com motocicletas se não possuir habilitação em conformidade com a legislação de
trânsito. Porém, somente a Carteira Nacional de Habilitação, não habilita um profissional de
segurança a atuar na prevenção a criminalidade utilizando uma motocicleta, pois, exige-se
treinamento específico, predisposição a atuar com esse tipo de veiculo e grande afinidade com
motocicletas. Sugere-se que a CNH categoria “A”, também seja exigida como critério para
seleção nos processos de admissão em cada Corporação, assim como já ocorrem com outras
categorias descritas na legislação de trânsito.
         Mesmo havendo uma área temática específica no Grupo de Trabalho referente à
Capacitação e Treinamento, é importante frisar que não há como conceber um profissional, com


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todos os perfis indicados acima, sem, contudo não possuir uma capacitação ou treinamento
específico para prevenção a criminalidade com emprego de motocicletas, além de avaliações
periódicas de desempenho.


   Motivação e Escala de Serviço

   O desgaste provocado pelas intempéries climáticas, calor desprendido do motor das
motocicletas, peso do fardamento, equipamento e armamento, tensão provocada pela pilotagem
policial, sobrecarga fisiológica na coluna, nos membros superiores e inferiores, e o tráfego
realizado nas vias durante o policiamento ostensivo, são fatores que exige uma postura
diferenciada da Corporação para que esses profissionais estejam sempre satisfeitos e motivados
para o trabalho diário.
   Nesse sentido, verifica-se a necessidade de ser regulamentado pelas Corporações,
mecanismos de recompensa aos integrantes que atuam nessa área, seja ela pecuniária ou da
forma que melhor entender cada Instituição, sendo importante que ela exista. Pois, não havendo
uma motivação adequada, em regra geral, os profissionais estarão a procura de outras frentes de
serviço.
   Verifica-se ainda, que em algumas unidades de policiamento com motos, há a incidência de
algumas patologias típicas, sendo necessário que haja preocupação das Corporações no sentido
de desenvolver mecanismos de prevenção através de atividades físicas constantes e específicas,
além do estudo dessas patologias em conjunto com intuições especializadas públicas e/ou
privadas.
   A escala de serviço deve levar em consideração as limitações físicas do profissional de
segurança pública, a realidade de cada instituição, efetivo e peculiaridades regionais. Não
devendo passar de 08 (oito) horas ininterruptos de patrulhamento, com descanso capaz de
restabelecer a capacidade operacional de cada profissional. Os integrantes do Grupo sugeriram
escalas onde haja no máximo 08 (oito) horas no patrulhamento (com paradas intercaladas), com
períodos de 8 x 40, 12 x 60, 6 x 18 (com folgas nos finais de semana), ou outros períodos
estipulados por cada instituição, de forma a considerar os desgastes provocados pela modalidade
de policiamento com motocicletas.
   Durante o trabalho recomenda-se para cada hora de patrulhamento, pelo menos 15 (quinze) a
20 (vinte) minutos em ponto de estacionamento, dando continuidade a prevenção em locais
estratégicos e ao mesmo tempo, evitando sobrecarga na coluna.




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   Segurança Pública                                                Programas e Projetos
Emprego Operacional

   O policiamento com motocicleta é a vedete do futuro, encaixa perfeitamente no contexto de
Segurança Pública nos municípios brasileiros. Porém, ressalta-se que o seu emprego deve ser
bem avaliado nos períodos noturnos, chuvosos, com neblina e frio intenso. Devendo cada
instituição elencar as circunstâncias peculiares locais e prioridades de emprego operacional,
sempre focado na qualidade da prestação de serviço a sociedade e segurança dos profissionais
envolvidos




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AREA TEMÁTICA – RECURSOS LOGÍSTICOS

                                        Contextualização

          Atualmente, percebe-se que algumas corporações não seguem padrões mínimos para
aquisição de motocicletas, sistemas luminosos, sirene, equipamentos de proteção individual e
inúmeros outros acessórios necessários para atuação rápida, ostensiva e dinâmica dos
profissionais de segurança com utilização desse tipo de veículo.
          Há que se comentar, que a motocicleta é utilizada por criminosos em todas as partes do
país, seja nos conglomerados urbanos, seja no “Brasil profundo”, no interior do país, nesse
sentido, é imperativo afirmar que em vários Estados, verificou-se algumas particularidades, a
seguir:
A – Os criminosos que cometem roubos, furtos, latrocínios e homicídios utilizando a motocicleta
como meio de fuga, beneficiam-se da facilidade de esconder os dígitos da placa de identificação
do veículo, do anonimato permitido pelo uso do capacete e agilidade da motocicleta, que permite
“passar por becos estreitos, subir escadarias, passar por pontes de madeira em palafitas
flutuantes, passar pelos meios de jardins, passeios públicos e canteiros de vias ou mesmo
atravessar passarelas em avenidas” (Menezes, 2007). Não possibilitando eficácia e eficiência da
policia em prevenir essa modalidade criminosa somente com emprego de viaturas convencionais
(mais empregadas em nosso país);
B – A maioria desses criminosos utilizam um comparsa (garupa), que está com as mãos livres,
para fazer empunhadura e visada com uma arma de fogo, inclusive “preparado” para reagir
contra a polícia, a exemplo das “saidinhas” de banco, homicídios encomendados típicos de
grupos de extermínio, latrocínios, roubos, furtos, etc;
C – Em regra geral, nas corporações estaduais, há pequenas unidades específicas de atuação com
motocicletas, sendo na maioria, grupos táticos que dá uma resposta condizente na prevenção a
criminalidade, porém, limitado, pois, não conseguem abranger toda malha de prevenção
realizada pelas unidades operacionais ordinárias. Essas, muitas vezes utilizam motos e acessórios
inadequados e ainda, com foco voltado para fiscalização de trânsito (há que se deixar claro, que
a fiscalização de trânsito é importantíssima no contexto da segurança pública), esquecendo às
vezes de focar também, na prevenção aos crimes que geram graves conseqüências a sociedade
como os mencionados acima.
D – Em vários municípios localizados no interior dos Estados, nos rincões desse país, no
denominado “Brasil profundo”, é importante o emprego da motocicleta na prevenção a
criminalidade, se complementando com outras políticas sistêmicas de policiamento hidroviário e
aeropolicial;

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   Segurança Pública                                                  Programas e Projetos
E - Verifica-se uma acentuada falta de procedimento operacional arrojada que possibilite ao
policial, segurança, surpresa, agilidade, flexibilidade e superioridade de meios;
F – A quantidade de motocicletas empregadas no policiamento ostensivo ainda é muito restrita.
       Analisando as iniciativas regionalizadas acerca da frota de motocicletas empregadas no
policiamento ostensivo, destacamos o projeto de Lei nº 2.524/2009 do Deputado Nilton Salomão
do Rio de Janeiro, fruto de constatações óbvias do Parlamentar em conjunto com a sociedade
civil organizada, inclusive com a participação da Federação de Moto Clubes naquele Estado, que
participa ativamente das questões relacionadas à Segurança Pública.
        Vislumbrando que o trabalho em questão é pertinente, segue abaixo “ipsis litteris” o
projeto de lei e justificativa daquele parlamentar sobre o projeto que visa traçar uma orientação
de Estado, para com o emprego da motocicleta na prevenção ao delito no Estado do Rio de
Janeiro, e, que também pode ser utilizado como parâmetro em outras unidades da federação,
como critério de aumento da frota.

                                                             “PROJETO DE LEI Nº 2524/2009

                                               ESTABELECE   PERCENTUAL     MÍNIMO    PARA
                                               QUANTIDADE DE MOTOCICLETAS DE POLÍCIA
                                               MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM
                                               RELAÇÃO AO NÚMERO DE MOTOCICLETAS
                                               CIRCULANTES NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO
                                               DE JANEIRO .

                                                         Autor(es): Deputado NILTON SALOMAO


                                                 A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO
                                                                DE JANEIRO

                                                             RESOLVE:
                            Art. 1º O número de motocicletas utilizado por cada Batalhão de Polícia Militar,
                            no Estado do Rio de Janeiro, obedecerá aos percentuais mínimos definidos na
                            presente lei.

                            Art. 2º O número mínimo de motocicletas para cada município será de:

                            I --Um por cento do número total de motos circulantes, em municípios cujo o
                            número total destes veículos for superior a cem mil;

                            II --Dois por cento, em municípios onde o número total de motociclistas for
                            superior a cinquenta mil e inferior a cem mil;

                            III --Três por cento, em municípios onde o número total de motocicletas for
                            inferior a cinquenta mil motocicletas.

                            Art. 3º O número de motocicletas definidos no artigo anterior deverá ser
                            implementando no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, sendo certo que a
                            metade do número de motocicletas definido no artigo anterior deverá ser
                            implementada no prazo máximo de 12 (doze) meses.

                            Art. 4º Para o cálculo do número total de motocicletas circulantes, o Estado


                                                                                                         15
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   Segurança Pública                                                        Programas e Projetos
utilizará como parâmetro o cadastro destes veículos do Departamento Estadual de
                           Trânsito (DETRAN).

                           Art. 5º O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 30 dias.

                           Art. 6º Entra em vigor a presente lei na data de sua publicação, revogando-se
                           todos os dispositivos contrários.

                                       Plenário Barbosa Lima Sobrinho 08 de setembro de 2009.

                                                  DEPUTADO NILTON SALOMÃO


                                                            JUSTIFICATIVA

                           Segundo estatísticas do DETRAN, circulam no Estado do Rio de Janeiro 624.483
                           motos. Este número é superior à quantidade de motocicletas de 2008. No mesmo
                           período, houve um aumento de 28% nos furtos de motocicletas em relação ao ano
                           passado.

                           A utilização de motocicletas na prática de delitos tem aumentado de forma
                           considerável nos últimos anos. A agilidade de uma motocicleta na abordagem das
                           vítimas, e na fuga dos locais dos crimes são os grandes atrativos para que este
                           veículo seja largamente usado pelos criminosos. Uma moto pode entrar em locais
                           que um automóvel não entra, bem como mudar de sentido nas ruas, ou transpor
                           canteiros, fatos impensáveis para um carro.

                           Eficaz na abordagem, ágil na fuga, as motocicletas precisam ser combatidas com
                           instrumentos compatíveis com suas características. Somente a utilização de outras
                           motocicletas, poderá minimizar esse tipo de atuação. Com iguais características
                           de deslocamento, as motos podem perseguir de forma eficaz os criminosos, e obter
                           resultados que os carros tradicionais não conseguem.

                           O presente projeto de lei não busca alterar o efetivo da Polícia Militar -
                           competência sabidamente exclusiva do Executivo - mas sim compelir a
                           administração a fornecer um número de motocicletas por batalhão proporcional
                           ao número de motocicletas circulantes em cada município.

                           A proporção de motocicletas da Polícia Militar em relação ao total de
                           motocicletas circulantes foi discutida pelo Deputado Nilton Salomão e
                           representantes da Federação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro, e
                           reflete, no entender destes, um número razoável para combate contundente à
                           criminalidade.

                           Desta forma, defendemos que a forma mais eficaz de combater a utilização de
                           motocicletas para prática de delitos é utilizar outras motocicletas.”

       Além dessas iniciativas, foi observado os resultados desoladores das pesquisas realizadas
em 2009 pela Fundação Dom Cabral sobre a Mobilidade Urbana no Brasil, sendo constatado que
em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre o trânsito poderá
parar em alguns anos, se não for tomado medidas estruturais e sistêmicas. A referida fundação,
ainda calculou os prejuízos anuais com o trânsito lento nas grandes cidades brasileiras, com
projeções na ordem de 30 bilhões de reais por ano somente no Estado de São Paulo e 33 bilhões
de reais no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Sendo inegáveis os reflexos dessas
problemáticas também no contexto da segurança pública.


                                                                                                         16
 Secretaria Nacional de             Ministério da Justiça                Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                        Programas e Projetos
Visando dar resposta a esse problema estrutural, que pode inclusive prejudicar o
     espetáculo da Copa do Mundo 2014 no Brasil, o Ministério das Cidades anunciou um projeto
     específico sobre mobilidade urbana nas grandes cidades, com investimentos na ordem de 11
     bilhões de reais em infra-estrutura, visando inicialmente os Jogos de 2014, com expectativa de
     deixar um legado que será complementado com outros projetos nessa seara. Sendo imperioso
     que exista uma resposta também no âmbito da segurança pública, que será envolvida em torno
     dessa problemática a todo instante.
            Verificando as informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Segurança Pública
     à SENASP/MJ, percebe-se um contingente muito pequeno de viaturas empregadas
     especificamente na prevenção a criminalidade nos municípios brasileiros, totalizando
     aproximadamente 6.505 (seis mil quinhentos e cinco) motocicletas e cerca de 21.444 (vinte e um
     mil quatrocentos e quarenta e quatro) automóveis. Ressalta-se que os Estados de Pernambuco,
     Minas Gerais e Maranhão não responderam aos questionários sobre esses tópicos à SENASP/MJ.
            Após análise dos dados descritos na tabela abaixo, foram constatadas algumas relações
     interessantes:
     1 - A relação aproximada entre número de policiais militares x automóveis (viaturas)
     caracterizadas no Brasil é de 19,5 x 1;
     2 - A relação entre policiais x motocicletas (viaturas) é de 64,40 motocicletas para cada policial;
     3 - A relação entre motocicletas (viaturas) x automóveis (viaturas) é de 0,30 x 1.
     4 – A relação ideal seria pelo menos 02 (duas) motocicletas para cada 01 (um) automóvel: 2 x 1;
             Utilizando o parâmetro descrito no item (4), para aumento da frota de motocicletas,
     teríamos atualmente, um déficit aproximado de 36.382 motocicletas nas Policias Militares do
     Brasil. Ressalta-se, que esse quantitativo é o ideal, porém, existem vários outros parâmetros que
     podem ser utilizados para familiarizar o uso da motocicleta nas ações de prevenção a
     criminalidade no país, a exemplo do quantitativo por unidade operacional mencionada após a
     tabela abaixo.


                      EFETIVO E FROTA DE VIATURAS NAS POLÍCIAS MILITARES
                                                                    Relação        Quantidade Ideal
                   Número de      Motocicletas Automóveis
                                                                   Motocicletas    de motocicletas        Déficit
UF      Efetivo     Unidades         em uso        em uso
                                                                        x              em uso             atual
                  Operacionais    caracterizada caracterizada
                                                                   Automóveis        operacional
AC      1922             34             73               126           0,6                 252             179
AL      5632            299             97               503           0,2                1006             909
AM      5905            104            476               451           1,1                 902             426
AP      2951             12             94               105           0,9                 210             116
BA      30771           646            552              1541           0,4                3082            2530
CE      14050           236           1065               983           1,1                1966             901
DF      14585           NR             499               552           0,9                1104             605

                                                                                                           17
      Secretaria Nacional de               Ministério da Justiça             Departamento de Políticas,
        Segurança Pública                                                      Programas e Projetos
ES         7247             164              297              937         0,3                1874            1577
 GO        12042             288              596             1503         0,4                3006            2410
 MA        10164             NR               NR               436         xxx                 872             xxx
 MG        48763              ...              ...              ...        xxx                 xxx             xxx
 MS         5383             183               45              166         0,3                 332             287
 MT         6176             211              305              426         0,7                 852             547
 PA        13139              69              629              666         0,9                1332             703
 PB         8721             467              160              391         0,4                 782             622
 PE        19216              ...              ...              ...        xxx                 xxx             xxx
  PI        9807              34              420              244         1,7                 488              68
 PR        19534             625             1027             2750         0,4                5500            4473
  RJ       36187             304              608             3451         0,2                6902            6294
 RN         8701             219              320              339         0,9                 678             358
 RO         5119             NR               160              328         0,5                 656             496
 RR         1586              84              108              124         0,9                 248             140
 RS        22379             250              579             1986         0,3                3972            3393
 SC        11276              92              763             1779         0,4                3558            2795
 SE         5625             126              123              137         0,9                 274             151
 SP        87822            2067             2286            10112         0,2               20224            17938
 TO         4300             205              112              194         0,6                 388             276
TOTAL      419003           2824             6506            21444         0,3               42888            36382
        Fonte: DEPAID/SENASP/MJ 2009
        NR: Não respondeu a questão
        ...: Não respondeu a pesquisa
        XXX: Sem resposta



                Visando propiciar outros parâmetros para familiarização do emprego da motocicleta nas
        ações preventivas no país, o Grupo de Trabalho, apresentou outra sugestão para definição da
        quantidade de motocicletas ideais no policiamento ostensivo. Construindo uma relação entre o
        número de habitantes por municípios e o de unidades operacionais nos Estados.


                                    Quantidade de motocicletas por unidade operacional


                    Capitais e municípios acima de 100.000 habitantes: 20 (vinte) motocicletas por
                     unidade operacional;
                     Municípios entre 50.000 e 100.000 habitantes; 14 (quatorze) motocicletas por
                     unidade operacional;
                    Municípios entre 20.000 e 50.000 habitantes: 08 (oito) motocicletas por unidade
                     operacional;
                    Municípios abaixo de 20.000 habitantes: mínimo de 04 (quatro) motocicletas por
                     unidade operacional;
                    Para cada 10 (dez) motocicletas, pelo menos uma viatura operacional de apoio;




                                                                                                               18
          Secretaria Nacional de                 Ministério da Justiça           Departamento de Políticas,
            Segurança Pública                                                      Programas e Projetos
Validando essa relação, teríamos cerca de 2824 unidades operacionais e a média de 11,5
motocicletas por unidade, totalizando o quantitativo ideal de pelo menos 32.476 motocicletas a
serem empregadas nas Policias Militares no Brasil, déficit de pelo menos 25.979 motocicletas.
       Além de fazer menção à necessidade de incrementar a quantidade de motocicletas
empregadas na prevenção a criminalidade em nosso país, foi unânime a necessidade de definição
de alguns critérios técnicos sobre os equipamentos, veículos e acessórios a serem sugeridas às
corporações no Brasil, evitando a falta de padronização e inadequação a atividade.
       Os integrantes do Grupo de Trabalho dividiram os assuntos de logística em 04 (quatro)
itens: viaturas, equipamento de segurança individual; uniforme básico; armamento e quantidade
de motocicletas por fração de efetivo.

1. VIATURAS
                                                                   POLICIAMENTO
                             POLICIAMENTO
                                                                      OSTENSIVO                         POLICIAMENTO
EQUIPAMENTO                   PREVENTIVO
                                                                   RECOBRIMENTO                          RODOVIÁRIO
                               ORDINÁRIO
                                                                        (TÁTICO)
                       Motocicleta com potência              Motocicleta com potência              Motocicleta com potência
                       mínima entre 250cc e 400cc,           entre 600cc a 1000cc on/off           acima 600 cc, exceto modelo
                       on/off road, com pneu de uso          road, com pneu de uso misto.          super bike com injeção
                       misto, injeção eletrônica e           injeção eletrônica e partida          eletrônica e partida elétrica /
                       partida      elétrica/eletrônica.     elétrica/eletrônica. Autonomia        eletrônica. Autonomia mínima
                       Autonomia mínima de 150 a             mínima de 200 km. Distância           entre 250 a 300 km.
                       200 km. Distância do solo,            do solo, adequada para ações          Justificativa:  Poder      para
   Motocicleta         adequada        para       ações      preventivas em áreas urbanas e        recuperação       e      visão
                       preventivas em áreas urbanas e        rurais.                               impactante.
                       rurais.
                                                             Justificativa: Rapidez    no
                       Justificativa: Rapidez   no           deslocamento,       robustez,
                       deslocamento, versatilidade,          versatilidade e necessário
                       custo e consumo.                      poder de impacto.

                       Conjunto do farol que permita         Conjunto do farol que permita         Sinalizador luminoso dianteiro
                       iluminação        adequada       de   iluminação        adequada       de   e    traseiro    de     tamanho
                       acordo com a mobilidade               acordo com a mobilidade               proporcional ao tamanho da
                       necessária à atividade de             necessária à atividade de             motocicleta,          percepção
                       policiamento             ostensivo.   policiamento             ostensivo.   panorâmica      aos       demais
                       Sinalizador luminoso dianteiro        Sinalizador luminoso dianteiro        condutores e dotado de
                       e     traseiro     de     tamanho     e     traseiro     de     tamanho     lâmpadas do tipo led com
                       reduzido,                percepção    reduzido,                percepção    lentes em material resistente
                       panorâmica         aos      demais    panorâmica         aos      demais    na cor vermelha ou cristal.
    Sistema de         condutores e dotado de                condutores e dotado de                instalados em local que não
    iluminação         lâmpadas do tipo led com              lâmpadas do tipo led com              dificulte ao policial montar e
                       lentes em material resistente e       lentes em material resistente e       desmontar da motocicleta.
                       vedado na cor vermelha ou             vedado na cor vermelha ou             Justificativa: Versatilidade da
                       cristal, instalados em local que      cristal, instalados em local que      atividade policial e segurança
                       não dificulte ao policial             não dificulte ao policial
                       montar e desmontar da                 montar e desmontar da
                       motocicleta.                          motocicleta.
                       Justificativa: Versatilidade da       Justificativa: Versatilidade da
                       atividade policial, agilidade e       atividade policial, agilidade e
                       segurança.                            segurança.
                       Sirene eletrônica com no              Sirene eletrônica com no              Sirene eletrônica com no
   Sirene (alarme      mínimo 30 W de potencia,              mínimo 30 W de potencia,              mínimo 30 W de potência,
 sonoro) para moto     resistente      a      intempéries    resistente      a      intempéries    resistente    a    intempéries
                       climáticas, calor gerado pelo         climáticas, calor gerado pelo         climáticas, calor gerado pelo

                                                                                                                          19
 Secretaria Nacional de                      Ministério da Justiça                     Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                                      Programas e Projetos
motor e água.                        motor e água.                       motor e água.
  Estrutura para       Bauleto ou bolsa (ressalta-se
armazenamento de      que o bauleto, poderá dificultar
                                                             Bolsa (tamanho reduzido)               Bauleto e/ou alforge
    materiais            a agilidade do policial em
                         algumas ocasiões críticas)
                      1. Protetor de motor;                1. Protetor de motor;               1. Protetor de motor;
                      2. Protetor de cárter;               2. Protetor de Carter;              2. Protetor de Carter;
                      3. Porta tonfa ou bastão             3. Porta tonfa ou bastão            3. Porta tonfa ou bastão
 Equipamentos
                      policial;                            policial;                           policial;
  adicionais
                      4. Protetor de manete;               4. Protetor de manete;              4. Protetor de manete;
                      5. Dispositivo corta linha           5. Dispositivo corta linha          5. Dispositivo corta linha
                      “pipa”;                              “pipa”;                             “pipa”;
                                    SIM                                  SIM                                 SIM
 VTR 04 rodas
                            Justificativa: apoio                 Justificativa: apoio                Justificativa: apoio


2. EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL

                                                                POLICIAMENTO
                            POLICIAMENTO
                                                                   OSTENSIVO                        POLICIAMENTO
EQUIPAMENTO                  PREVENTIVO
                                                                RECOBRIMENTO                         RODOVIÁRIO
                              ORDINÁRIO
                                                                     (TÁTICO)
                      Colete balístico, no mínimo          Colete balístico nível III-A.       Colete balístico, no mínimo
 Colete Balístico
                      nível II.                                                                nível II.
                      Colete tático dotado de coldre       Colete tático dotado de coldre      Colete tático dotado de coldre
                      posicionado em angulo de 60º         posicionado em angulo de 60º        posicionado em angulo de 60º
                      da linha vertical central.           da linha vertical central.          da linha vertical central.
  Colete tático
                      Justicativa: facilidade de saque     Justicativa: facilidade de saque    Justicativa: facilidade de saque
                      e menor risco de perda da            e menor risco de perda da           e menor risco de perda da
                      arma durante o deslocamento.         arma durante o deslocamento.        arma durante o deslocamento.
                      Jaqueta de couro ou cordura          Jaqueta de couro ou cordura         Jaqueta de couro ou cordura
     Jaqueta          com       proteção     para     os   com      proteção     para     os   com       proteção    para     os
                      cotovelos ombros e coluna.           cotovelos ombros e coluna.          cotovelos ombros e coluna.
                      Bota especial para motociclista      Bota especial para motociclista     Bota especial para motociclista
                      com no mínimo 30 cm de cano          com no mínimo 30 cm de cano         com no mínimo 30 cm de cano
      Bota
                      com proteção de canela e             com proteção de canela e            com proteção de canela e
                      tornozelo.                           tornozelo.                          tornozelo.
                      Capacete       articulado    para    Capacete articulado para            Capacete articulado para
                      motociclista       com     viseira   motociclista com viseira            motociclista com viseira
                      interna e externa transparente,      interna e externa transparente,     interna e externa transparente,
    Capacete
                      tratamento anti-risco, anti –        tratamento anti-risco, anti –       tratamento anti-risco, anti –
                      embaçante e com proteção             embaçante e com proteção            embaçante e com proteção
                      ultravioleta.                        ultravioleta.                       ultravioleta.
                      Rádio transceptor portátil com       Rádio transceptor portátil com      Rádio transceptor portátil com
                      microfone de lapela ou outro         microfone de lapela ou outro        microfone de lapela ou outro
Radio transceptor     sistema sem fio que possibilite      sistema sem fio que possibilite     sistema sem fio que possibilite
    Portátil          comunicação eficiente com            comunicação eficiente com           comunicação eficiente com
                      comandos que não interfiram          comandos que não interfiram         comandos que não interfiram
                      na atenção do piloto.                na atenção do piloto.               na atenção do piloto.
      Luva            Luva para motociclista               Luva para motociclista              Luva para motociclista
                      Capa       de      chuva     para    Capa      de      chuva      para   Capa       de     chuva      para
 Capa de chuva        motociclista      com     detalhe    motociclista     com      detalhe   motociclista     com      detalhe
                      refletivo                            refletivo                           refletivo
                      Colete refletivo utilizado no
 Colete refletivo                                                    Não utiliza                       Colete refletivo
                      policiamento de trânsito
 Equipamentos         Joelheira,      cotoveleira      e   Joelheira,     cotoveleira      e   Joelheira,     cotoveleira     e
  adicionais          protetor cervical.                   protetor cervical                   protetor cervical




                                                                                                                      20
Secretaria Nacional de                     Ministério da Justiça                    Departamento de Políticas,
  Segurança Pública                                                                     Programas e Projetos
3. UNIFORME BÁSICO


                                                             POLICIAMENTO
                            POLICIAMENTO
                                                                OSTENSIVO                       POLICIAMENTO
      PEÇA                   PREVENTIVO
                                                             RECOBRIMENTO                        RODOVIÁRIO
                              ORDINÁRIO
                                                                 (TÁTICO)
       Calça            Calça rip stop com reforço na      Macacão especifico para          Macacão especifico para
                           região pélvica e joelho.       motociclista com reforço na      motociclista com reforço na
      Camisa            Gandola manga longa rip stop      região pélvica, cotovelo e    região pélvica, cotovelo e joelho.
                          com reforço na região do                  joelho.
                                   cotovelo
     Cobertura            Especifica da instituição        Especifica da instituição        Especifica da instituição
       Cinto              Especifica da instituição        Especifica da instituição        Especifica da instituição
 Cinto de guarnição     Dispensável com a utilização     Dispensável com a utilização    Dispensável com a utilização do
                               do colete tático                 do colete tático                    colete tático
                       Possibilita     fixação      do Possibilita      fixação      do Possibilita        fixação       do
 Cordão “fiel”, fixo armamento, de forma a evitar armamento, de forma a evitar armamento, de forma a evitar sua
     ou retrátil       sua perca durante o trabalho sua perca durante o trabalho perca            durante      o   trabalho
                       operacional.                     operacional.                    operacional.
Observação: Há necessidade de realizar um estudo e, por conseguinte desenvolver um macacão ou vestimenta
adequada e específica para o policiamento de motocicletas.


4. ARMAMENTO BÁSICO PARA O POLICIAL MOTOCICLISTA

POLICIAMENTO PREVENTIVO                   POLICIAMENTO OSTENSIVO
                                                                                  POLICIAMENTO RODOVIÁRIO
           ORDINÁRIO                       RECOBRIMENTO (TÁTICO)
 Pistola calibre .40 com 03              Pistola calibre .40 com 03              Pistola calibre .40 com 03
  carregadores sobressalentes;             carregadores sobressalentes;             carregadores sobressalentes;
 Arma de condutividade elétrica          Arma de apoio para a equipe com        Arma de condutividade elétrica
 Bastão policial ou tonfa.                tamanho reduzido (carabina, sub-       Bastão policial ou tonfa.
                                           metralhadora,etc)
 Espargidor de solução ou espuma                                                 Espargidor de solução ou espuma
  lacrimogênea de uso individual.         Arma de condutividade elétrica          lacrimogênea de uso individual
                                          Bastão policial ou tonfa.
                                          Espargidor de solução ou espuma
                                           lacrimogênea de uso individual


5. QUANTITATIVO DE MOTOCICLETAS POR FRAÇÃO DE EFETIVO

                  POLICIAMENTO
                                                 POLICIAMENTO                    POLICIAMENTO OSTENSIVO
 EQUIPE            PREVENTIVO
                                                  RODOVIÁRIO                      RECOBRIMENTO (TÁTICO)
                    ORDINÁRIO
                                                     Mínimo: 02
                Mínimo: 02 motocicletas                                       Mínimo: 03 motocicletas (com um policial
 Guarnição                                           motocicletas
                      ideal: 03                                                             montado)
                                                       ideal: 03
                    20 motocicletas                20 motocicletas                         30 motocicletas
  Pelotão                                                                               03 automóveis (apoio)
                 02 automóveis (apoio)          02 automóveis (apoio)

                    40 motocicletas                40 motocicletas                         60 motocicletas
Companhia        04 automóveis (apoio)          04 automóveis (apoio)                   06 automóveis (apoio)




                                                                                                                21
  Secretaria Nacional de                   Ministério da Justiça                Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                               Programas e Projetos
AVALIAÇÃO DE MOTOCICLETAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

        Visando complementar as informações descritas nas tabelas acima, segue abaixo algumas
imagens e comentários, de forma a ilustrar as orientações emanadas do Grupo de Trabalho.
Ressalta-se que as motocicletas abaixo, são meramente ilustrativas e não representam nenhuma
preferência mercadológica, sendo apenas de cunho didático, inclusive foi retirada qualquer
identificação de propriedade ou marca.
        Itens observados:
        A – Policiais equipados para emprego operacional com motocicletas;
        B – Montar e desmontar de motocicletas equipadas com bauleto;
        C – Montar e desmontar de motocicletas equipadas sem bauleto;
        D – Imagens de motocicletas equipadas para atividade policial;
        E – Aplicação das motocicletas em áreas urbanas e rural;
        F - Avaliação de desempenho de 03 (três) motocicletas: moto A - característica street de
        125cc; motoB - característica on/off road de 250cc e moto C - característica on/off
        acima de 600 cc.

    A – Policiais equipados para atividade de policiamento com motos (capacetes, colete
                       balístico, luvas, botas, caneleira e cotoveleira)




       Nas atividades de policiamento com motos, equipamentos de proteção individual são
indispensáveis para salvaguarda da integridade física dos profissionais de segurança pública,
devendo cada policial, possuir o mínimo de EPIs para o desenvolvimento de suas atividades de
policiamento ostensivo, a exemplo dos equipamentos demonstrados na imagem acima,
ressaltando que é interessante que o capacete seja de altíssima qualidade, com viseira interna e
externa, e possibilidade de ser aberta a proteção frontal, para ocasiões onde haja necessidade de
verbalização, visualização no patrulhamento ostensivo, dentre outras necessidades. Devendo
cada corporação definir as especificações básicas e adotá-los de forma obrigatória em toda
atividade operacional, bem como procurar desenvolver fardamentos específicos para essas
atividades operacionais, considerando que corriqueiramente é utilizado fardamento inapropriado.

                                                                                                22
 Secretaria Nacional de             Ministério da Justiça          Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                  Programas e Projetos
B – Montar e desmontar de motocicleta equipada com bauleto


       Com pé apoiado no solo                                Com pé apoiado na pedaleira




       Risco de queda ao montar                                    Dificuldade ao montar




                       C – Montar e desmontar da motocicleta equipada sem bauleto

Maior agilidade ao montar e desmontar                              Menor risco de queda




                                                                                                  23
 Secretaria Nacional de              Ministério da Justiça           Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                   Programas e Projetos
As imagens acima sugerem algumas observações interessantes e que deve ser bem
avaliada por cada corporação ao dar prosseguimento a difusão do emprego da motocicleta no
policiamento preventivo.
       Inicialmente é unanime a constatação que na esmagadora maioria dos roubos, homicídios
e latrocínios ocorridos com emprego de motocicletas, os perpetradores possuem                relativa
destreza com esses veículos, estão em dupla e o garupa apto a utilizar a arma de fogo, devendo
os profissionais de segurança pública estarem em superioridade para com essa realidade fatídica.
       Porém, quando empregamos motocicletas no policiamento ostensivo, necessitamos de
portar alguns documentos, munições extras e outros materiais específicos de cada corporação.
Em regra geral, é fixado nas motocicletas bauletos com capacidade média de 27 litros, tamanho
suficiente para portar todo esse material e com sobra de espaço. Verifica-se, porém, que esse
acessório, pode dificultar a agilidade do policial em momentos críticos, a exemplo de uma
abordagem a dois indivíduos em atitude suspeita em deslocamento numa motocicleta, fato
corriqueiro em qualquer local.
       Nas fotos acima, não restam dúvidas sobre essa assertiva, porém, temos consciência que é
necessário haver um recipiente para guarda de alguns materiais indispensáveis aos policiais
durante a realização de policiamento com motos. Nesse contexto, sugerem-se como alternativa,
outros recipientes, como bolsas impermeáveis, confeccionadas com poliamida 6.6 de tranças “rip
stop”, com medidas reduzidas e que possa ser fixada e retirada facilmente do bagageiro da
motocicleta, adaptadas para cada realidade e que não dificulte a ação policial nas ocasiões
narradas acima.
       Devendo cada corporação avaliar suas reais necessidades e definir o tamanho, modelo e
características desses recipientes, vislumbrando dar maior segurança na ação policial,
capacidade de resposta, surpresa, agilidade e versatilidade possibilitada pelo uso da motocicleta
na prevenção à criminalidade.


                       D – Imagens de motocicletas equipadas para atividade policial




                                                                                                  24
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   Segurança Pública                                                  Programas e Projetos
E – Aplicação das motocicletas em áreas urbanas e rural

                           Ostensividade e altura das motocicletas “street”




                         Ostensividade e altura das motocicletas “on/off road”




                                                                                                   25
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 Segurança Pública                                                      Programas e Projetos
Saída de obstáculos com motocicletas “street”




                         Saida de obstáculos com motocicletas “on / off road”




                                                                                               26
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Uso de motocicletas “Street” em áreas rurais – altura em relação ao solo e pneus




                                                                                                27
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Uso de motocicletas “on / off road” em áreas rurais – altura em relação ao solo e pneus




               As imagens acima, são alto explicativas, porém, cabe ressaltar algumas
      observações. Em relação aos sistemas luminosos, cabe salientar que os mesmos são
      imprescindíveis para emprego da motocicleta nas ações de policiamento ostensivo,
      visando cumprir as regulamentações legais e principalmente propiciar segurança aos
      profissionais de segurança pública e aos condutores em geral, em especial nas ocasiões
      de deslocamento de emergência e abordagens policiais. Após observação de alguns
      modelos existentes, verifica-se a necessidade de utilizar sinalizadores potentes, com
      tamanhos reduzidos e que possibilite visualização bem ampla, não sendo suficiente
      somente a sinalização frontal ou traseira.

                                                                                                28
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Em relação à aplicação das motocicletas em policiamento preventivo em áreas
      urbanas e rurais, cabe algumas observações:
               As motocicletas tipo “street” por ter um estilo próprio e distância livre do solo
      reduzida, trás algumas dificuldades ao policiamento ostensivo. Essas motocicletas não
      possuem altura suficiente para permitir uma visualização privilegiada no trânsito,
      importantíssimo no policiamento ostensivo; não possibilitam manobras ágeis entre
      veículos (não raro, necessário na atividade de segurança pública onde pessoas correm
      risco de vida e é imperiosa a atuação rápida e segura da polícia), podendo haver colisões
      com retrovisores de veículos; grande dificuldades nas saídas de obstáculos nas áreas
      urbanas e rurais, como nas situações exemplificadas acima, dentre inúmeras outras
      restrições.
                            F - Avaliação de desempenho de motocicletas
               Visando fornecer subsídios sobre o desempenho de algumas motocicletas, foram
      feitas algumas avaliações no sentido de mensurar o tempo de resposta e desempenho de
      algumas motocicletas existentes no mercado nacional.
               Os testes foram realizados com 03 (três) motocicletas:
               Moto A – 125cc “street”;
               Moto B – 250cc “on/off road”;
               Moto C – 660 cc “on/off road”;
               As avaliações consistiram em verificar o tempo gasto, com e sem passageiro
      (segurança), para alcançar de 0 a 100 km/h nas motocicletas com cilindrada igual e
      superior a 250cc. Na motocicleta de 125cc, foi utilizado como parâmetro o tempo gasto
      para atingir 0 a 75 km/h, devido ao tamanho reduzido da pista utilizada. O peso
      individual de cada piloto envolvido nos testes é de 83 kg.
               Moto A – 125cc: as avaliações realizadas com essa motocicleta, foi verificado que
      a mesma possui um tempo de resposta de 0 a 100 km/h lento, tendo um desempenho
      melhor de 0 a 75 km/h, com um grande esforço para alcançar 100 km/h. Devido as
      dificuldades em alcançar a velocidade proposta de 100 km/h nos locais de avaliaçao, foi
      estipulado a velocidade de 0 a 75 km/h.
               Inicialmente o piloto utilizou a motocicleta sem passageiro (segurança),
      demorando cerca de 14 (quatorze) segundos para alcançar a velocidade de 75 km/h e 24
      (vinte e quatro) segundos para alcançar a velocidade de 90 km/h.
               No segundo teste com a motocicleta, foi utilizado um passageiro (segurança), que
      pode ser utilizado por algumas corporações para realização de abordagens rotineiras a
      indivíduos em atitude suspeita, dando uma condição de maior segurança ao policial.

                                                                                                29
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Nesse caso, o teste foi ainda mais pífio, para alcançar 75 km/h o tempo gasto foi de 22
      (vinte e dois) segundos, não deixando dúvidas que cilindradas muito baixas, não são
      indicadas para atividade de policiamento ostensivo, muito menos, as que possuem estilo
      “street”, como era o caso da motocicleta A.
               Moto B – 250cc: Foi verificado que essa motocicleta possui um tempo de resposta
      bastante significativo, carregando um passageiro (segurança) ou não. Para alcançar 100
      km/h, a motocicleta sem passageiro demorou 12 (doze) segundos para alcançar o
      objetivo. Nos testes com a motocicleta utilizando um piloto e um segurança (garupa), foi
      possível alcançar o tempo de 17 (dezessete) segundos. Nesses testes ficou evidente a
      superioridade de motocicletas com no mínimo 250cc em comparação com as
      motocicletas 125cc, porém, há que se destacar que as motocicletas de no mínimo 250cc
      podem ser empregadas no policiamento ostensivo, com emprego de garupa (segurança)
      ou não. Porém, não são indicadas para unidades de recobrimento tático, pois, requer uma
      potência e tempo de resposta maior do que as alcançadas por motocicletas de 250cc.
               Moto C – 660cc: O desempenho de motocicletas “on/off road” com cilindrada
      superior a 600cc são incontestes para atuação no que tange ao policiamento ostensivo
      ordinário ou tático de recobrimento. Nos testes realizados sem garupa (segurança) a
      motocicleta alcançou 100 km/h em 06’45s (seis segundos e quarenta e cinco centésimos).
      Com utilização de garupa (segurança) 09 (nove) segundos. Tempo de resposta
      incomparável com qualquer outra motocicleta de cilindradas menores “on/off road” com
      as características ideais para policiamento ostensivo. Porém, há que se ressaltar que para
      o policiamento ordinário, a mesma apresenta um custo superior às motocicletas de 250cc
      a 400cc, devendo ser empregadas a priori nas unidades de recobrimento tático e de
      escoltas, a critério das condições financeiras de cada corporação e peculiaridades
      regionais.
               Após todos os testes realizados, verifica-se mais uma vez que na atividade
      policial, é imperativo que os profissionais estejam com viaturas, equipamentos e
      acessórios que possibilitem atuação mais eficiente, eficaz, com segurança, rapidez,
      agilidade e efeito surpresa, recomendando-se assim, a utilização de motocicletas estilo
      “on/off road” com no mínimo 250cc e máximo de 400cc no policiamento ostensivo
      ordinário e no policiamento ostensivo de recobrimento (tático), motocicletas estilo
      “on/off” road com no mínimo 600cc e no máximo 1000cc, e demais características
      descritas nas tabelas acima.




                                                                                               30
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ÁREA TEMÁTICA – CAPACITAÇÃO, TREINAMENTO E PROCEDIMENTO OPERACIONAL

                               CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO

       Essa área temática é crucial para o sucesso da Doutrina Nacional de Policiamento com
Motos, sem a mesma, não seria possível almejar sucesso longevo ao projeto. Haja vista que uma
das grandes deficiências encontradas atualmente, é justamente as questões relacionadas ao
treinamento e capacitação, bem como procedimento operacional padrão arrojado, que venha a
realmente propiciar a sociedade uma prevenção ao delito eficiente e eficaz.
       Inicialmente, os participantes que aprofundaram o conhecimento nessa seara,
vislumbraram a necessidade de providenciar uma padronização de Cursos específicos para o
policiamento ordinário, tático e rodoviário, pois, cada um possui uma característica própria e
relativamente distinta. Porém, como início dos trabalhos, foi focada a área que poderia alcançar a
maior quantidade de efetivo possível das Corporações, ou seja, policiamento preventivo
ordinário, realizado em todas unidades operacionais das Policias Militares.
       Devido ao tempo exíguo para abrangência maior ao trabalho, ficou estabelecido uma
grade curricular mínima, nos padrões exigidos pelo Departamento de Produção do
Conhecimento, Analise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal (DEPAID) / Secretaria
Nacional de Segurança Pública, no que se refere a um Curso e um Estágio para ser ministrado
aos policiais que estarão atuando no policiamento preventivo com emprego de motos.
       Foi construído a institucionalização de um curso com cerca de 180 (cento e oitenta)
horas, com duração estimada em 03 (três) semanas, baseado no vasto conhecimento na área de
treinamento e capacitação de todos os integrantes do Grupo de Trabalho, e, visa propiciar aos
profissionais de segurança pública, competências necessárias para atuar nessa modalidade de
policiamento com segurança. Sendo as disciplinas e carga horária descrita a seguir:

                           Disciplinas / Docentes / Carga Horária:
                             Disciplinas                                      Docentes       CH
Direitos Humanos Aplicados a Função Policial                                    01               04
Legislação Aplicada a Atividade Policial                                        01               02
Técnicas e Tecnologia de Menor Potencial Ofensivo                               01               08
Noções de Mecânica                                                              01               05
Pilotagem Rápida Defensiva                                                      02               70
Procedimento Operacional Padrão Motociclístico                                  02               50
Gerenciamento de Crises                                                         01               06
Suporte Básico a Vida                                                           01               04


                                                                                                      31
 Secretaria Nacional de             Ministério da Justiça           Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                  Programas e Projetos
Tiro na Preservação da Vida Aplicados ao Motopatrulhamento                     02              15
Treinamento Físico Policial                                                    01              16
                                TOTAL                                          13            180

       Nessa mesma vertente, e seguindo a grade do Curso, foi institucionalizado um Estágio a
ser destinado aos policiais que necessitam estar atualizando o conhecimento adquirido nos
Cursos específicos ou àqueles profissionais que não tiveram oportunidade de estar freqüentando
um Curso, mas que necessita de um treinamento especializado, até a realização do Curso padrão,
instituído por cada Corporação. O referido estágio possui uma carga horária de 60 (sessenta)
horas / aulas, distribuídas conforme a tabela a seguir:



                            Disciplinas / Docentes / Carga Horária:
                              Disciplinas                                 Docentes           CH
Direitos Humanos Aplicados a Função Policial                                  01               02
Legislação Aplicada a Atividade Policial                                      01               02
Noções de Mecânica                                                            01               02
Técnicas e Tecnologia de Menor Potencial Ofensivo                             01               06
Pilotagem Rápida Defensiva                                                    02               25
Procedimento Operacional Padrão Motociclístico                                02               18
Gerenciamento de Crises                                                       01               02
Suporte Básico a Vida                                                         01               02
                               TOTAL                                          10               60

       Vislumbrando a necessidade de estipular uma padronização nacional, é salutar que a
Secretaria Nacional de Segurança Pública através de seus Departamentos competentes, estejam
imbuídos no planejamento de mecanismos eficientes de difusão dos conhecimentos pertinentes e
necessários aos profissionais dos órgãos de segurança pública, para dar prosseguimento às
sugestões emanadas dos especialistas do Grupo de Trabalho constituído no III Fórum Nacional
dos Gabinetes de Gestão Integrada.




                                                                                                    32
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   Segurança Pública                                                  Programas e Projetos
PROCEDIMENTO OPERACIONAL

       Como mencionado anteriormente, a prevenção ao delito com emprego de motocicletas,
deve necessariamente passar por vários contextos já mencionados anteriormente em outros
tópicos. Sendo o treinamento, capacitação e procedimento operacional, importantíssimos para
eficiência e eficácia dos órgãos de segurança pública quando for empregar motocicletas para
atividade de prevenção a criminalidade.
       Mencionamos anteriormente, sobre o “modus operandis” de criminosos que utilizam
motocicletas para cometimento de crimes nos municípios brasileiros, verificando-se uma
expertise no emprego desses veículos e de técnicas de utilização de passageiro (garupa) para
concretização do ato delituoso, sendo realidade em vários municípios brasileiros. Vislumbrando
essa realidade atual, o grupo de trabalho propôs alguns procedimentos operacionais para servir
como orientação aos órgãos de segurança pública.
       Nessa ótica, foram concebidos procedimentos operacionais para abordagem policial com
emprego de garupa (segurança) com no mínimo 03 policiais e 02 motocicletas, que fornece uma
maior segurança ao policial no momento das abordagens a indivíduos em atitude suspeita,
corriqueira em qualquer localidade do país, porém, demanda um efetivo maior. O Grupo
entendeu como necessário criar procedimentos operacionais para emprego de 02 (duas)
motocicletas e 02 (dois) policiais, sem a utilização de garupa (segurança), que utiliza uma
quantidade menor de efetivo, porém, com segurança reduzida, devendo ser definido por cada
Corporação, os procedimentos a serem adotados, de acordo com as realidades e peculiaridades
de cada Corporação em suas regionalidades.
       No que tange aos procedimentos operacionais a serem sugeridos às unidades de
policiamento preventivo de recobrimento (tático) e de policiamento rodoviário, ficou evidente a
necessidade de dar continuidade às iniciativas da SENASP/MJ, de forma a constituir esses
parâmetros em conjunto com os órgãos de segurança pública no Brasil.




                                                                                               33
 Secretaria Nacional de            Ministério da Justiça          Departamento de Políticas,
   Segurança Pública                                                Programas e Projetos
Procedimentos Operacionais com emprego de 03 (três) policiais e 02 (duas)
                                          motocicletas

NOME DO PROCESSO: POLICIAMENTO OSTENSIVO COM MOTOS
                                MATERIAL NECESSÁRIO
1. Armamentos, instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de uso individual
(conforme Doutrina Nacional);
2. Capacete modular (Figura 1).
                          ETAPAS                            PROCEDIMENTOS
Conhecimento da ocorrência                       Conforme POP específico
Deslocamento para o local da ocorrência          Conforme POP específico
Chegada ao local da ocorrência                   Conforme POP específico
Adoção de medidas específicas                    Abordagem a veículo sob fundada suspeita
Condução da (s) parte (s)                        Conforme POP específico
Apresentação da ocorrência na repartição pública
                                                 Conforme POP específico
competente
Encerramento da ocorrência                       Conforme POP específico


FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

          DESCRIÇÃO                                LEGISLAÇÃO
                            Artigo 144, caput da Constituição Federal- CF
 Necessidade de ação preventiva
Poder de polícia            Art 78 do Código Tributário Nacional – CTN
Busca pessoal               Art 244 do Código de Processo Penal – CPP
Busca pessoal em mulheres   Art 249 do Código de Processo Penal – CPP
Uso de algemas              Súmula Vinculante nº 11 Supremo Tribunal Federal – STF
                            Art. 5º, inciso LXI da Constituição Federal
Condução das partes
                            Art 178 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
                            Desobediência (art. 330), desacato (art. 331) e resistência
Não cooperação por parte da
                            (art. 329) do Código Penal;
pessoa a ser abordada
                            Art. 68 das Contravenções Penais (Dec. Lei 3688/41).



Figura 1




                            Capacete modular




                                                                                                 34
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SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
PROCESSO:                           POLICIAMENTO OSTENSIVO COM MOTOS
                           Abordagem a automóvel com 03 policiais militares e duas
PROCEDIMENTO
                           motocicletas
ESTABELECIDO EM:
REVISADO EM:                                           Nº DA REVISÃO:
REPONSÁVEL:                Comandante da guarnição
                               ATIVIDADES CRÍTICAS
 1. Impacto da chegada na abordagem;
2. Desembarque dos ocupantes do veículo abordado.
                               SEQUÊNCIA DAS AÇÕES
 1. Compor a guarnição (Esclarecimento item 1 e figura 1);
 2. Visualizar o veículo em atitude suspeita (Ação corretiva nº 1);
 3. Aproximar a motocicleta do P1 (comandante) a 45º (quarenta e cinco graus) da lanterna
    direita do veículo abordado;
 4. Aproximar a motocicleta do P2 (piloto do garupa) a 45º (quarenta e cinco graus) da lanterna
    esquerda do veículo abordado;
 5. Sinalizar, o P2, com um toque na sirene, luz intermitente vermelha e uma troca de luz alta e
    baixa;
 6. Posicionar a guarnição aproximadamente a 5m (cinco metros) da retaguarda do veículo a
    ser abordado;
 7. Desligar as motocicletas engrenadas, através do botão de interrupção do funcionamento do
    motor;
 8. Desmontar com o armamento na posição sul, P1 (comandante) e P3 homem (garupa), após
    a imobilização do veículo, em seguida o P2, o qual se preocupará com a segurança da
    retaguarda (Figura 2 e ação corretiva nº 2);
 9. Verbalizar, o P1: “Polícia! Desligue o veículo!” “Desça(m) com as mãos para cima!”;
 10. Determinar ainda aos abordados: “Venha(m) para trás do veículo! Coloque(m) as mãos
     sobre a parte traseira do veículo!” “Afaste(m) as pernas uma da outra! Olhe(m) para
     frente!” (Ações corretivas nº 3 e 4);
 11. Proceder o fatiamento, o P1, de forma a visualizar se existe ou não algum indivíduo no
     interior do veículo, perguntando antes: “Existe mais alguém dentro do veículo!?” (Ações
     corretivas nº 5 e 6);
 12. Coldrear o armamento e realizar a busca pessoal, o P3, tendo como segurança o P1
     (Figuras 4 e 5);
 13. Coldrear o armamento, toda a guarnição, após a busca pessoal (Figura 6);
 14. Posicionar os abordados no lado direito de seu veículo (calçada); (Ação corretiva )
 15. Posicionar os abordados a esquerda do P1 e a direita do P3;
 16. Retirar o capacete, P2 homem, acomodar no retrovisor direito de sua motocicleta e colocar
     sua cobertura;
 17. Recolher, o P3, o capacete do comandante e retirar o seu, acomodando-os em suas
     respectivas motocicletas;


                                                                                                   35
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18. Colocar, imediatamente, o comandante e o garupa, suas coberturas;
19. Solicitar, o P1, a documentação pessoal e do veículo abordado;
20. Recolher a documentação, o P1, realizando os questionamentos e verificações iniciais;
21. Permanecer, o P3, a direita do comandante na função de segurança;
22. Entregar, o P1, a documentação ao P3 e determinar que este proceda à busca e identificação
    veicular e consulta(s) junto ao Centro de Operações;
23. Entregar, o P3, após os trabalhos, toda documentação ao P1, repassando-lhe toda alteração
    verificada (caso haja);
24. Realizar, o P1, a devolução dos documentos ao(s) seu(s) respectivo(s) proprietário(s);
25. Liberar, o P1, o(s) abordado(s) com cordialidade, aguardando a saída do(s) mesmo(s) do
    local, em segurança.
                              RESULTADOS ESPERADOS
1. Que as pessoas em atitudes suspeitas sejam identificadas;
2. Que o local utilizado para a abordagem seja seguro para a guarnição, transeuntes e
   abordados;
3. Que a guarnição esteja preparada para uma possível reação externa ou dos abordados;
4. Que cada policial se exponha o mínimo possível;
5. Que os policiais sejam respeitosos durante todo o procedimento.
                                AÇÕES CORRETIVAS
1. Caso haja superioridade numérica no veículo a ser abordado, solicitar apoio (Sequência das
   ações nº 1);
2. Caso haja fluxo intenso de veículos na faixa da esquerda P3 deve se posicionar entre as
   motocicletas, à esquerda do P2 (Figura 3 e sequência das ações nº 8);
3. Caso o veículo seja de 02 (duas) portas e tenha sua visibilidade interna comprometida, o P1
   deve determinar a um dos ocupantes: “Levante o encosto do banco! Deixe a porta
   aberta! Vá para a traseira do veículo!” (Sequência das ações nº 10 e POP 103.01);
4. Caso o veículo seja de 04 (quatro) portas e tenha sua visibilidade interna comprometida:
   “Motorista feche sua porta!” e a um dos ocupantes: “Deixe sua porta aberta! Abra a
   porta traseira! Vá para a traseira do veículo!” (Sequência das ações nº 10);
5. Caso perceba a falta de segurança para a execução do fatiamento, o PM deverá redobrar a
   cautela e recorrer às técnicas de progressão, tomada de barricada ou redução de silhueta e
   olhada rápida (Sequência das ações nº 11);
6. Caso seja constatada a presença de outra(s) pessoa(s) no interior do veículo, quando do
   fatiamento ou averiguação, o comandante deverá determinar: “Desça(m) com as mãos
   para cima!”, “Se posicione(m) ao lado dos demais!” (Sequência das ações nº 11);
7. Caso no transcorrer da abordagem, o abordado comporte-se de maneira não cooperativa
   (resistência passiva ou ativa), adotar o uso seletivo da força;
8. Caso o veículo abordado venha a evadir, iniciar acompanhamento e solicitar apoio para
   cerco.
9. Caso o veículo a ser abordado pare do lado esquerdo da via, os abordados serão
   posicionados na calçada do lado esquerdo de seu veículo ficando a direita do P1 e a
   esquerda do P3; (Sequência de Ação 14)


                                                                                               36
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POSSIBILIDADES DE ERRO
  1. Designar um policial militar canhoto para função de garupa;
  2. Não sinalizar corretamente para determinar a parada do veículo a ser abordado;
  3. Posicionar incorretamente a(s) motocicleta(s) no momento da abordagem;
  4. Agir isoladamente;
  5. Posicionar incorretamente o(s) abordado(s);
  6. Deixar de utilizar a verbalização descrita pelo procedimento;
  7. Conversar, o P3, com os abordados;
  8. Agir desordenadamente.

                                    ESCLARECIMENTOS:
Item 1(Sequência das ações nº 1):
Compor a guarnição:
P1: comandante da guarnição (responsável pela escrituração);
P2: piloto do garupa (escriturário da guarnição);
P3: garupa (a arma ficará fora do coldre, em contato com a parte lateral da coxa, obedecendo às
regras do dedo fora do gatilho e controle de cano).
Figura 1:



                                                 P2             P1

                          P3




Figura 2 (Sequência das ações nº 8): Desembarque da guarnição




             5 metros


                               P3                                P1


                                                  P2




                                                                                                  37
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Figura 3 (Ação corretiva nº 2): Desembarque da guarnição com fluxo intenso de veículos na faixa da
esquerda




                                                                   P1

                                               P3
                                                        P2




Figura 4 (Sequências das ações nº 12 e 13): Busca pessoal e movimentação da guarnição




                                         M                   P
                                P1
                                º                        P3
           5 metros                                      º




                                                P2
                                                º



M: motorista;
P: Passageiro.




                                                                                                  38
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Figura 5 (Sequências das ações nº 11 e 12):
Busca pessoal e movimentação da guarnição




                                          M                  P
                                                                 P1
                                           P3
           5 metros



                                                  P2




Figura 6 (Sequências das ações nº 15 e 16):
Posicionar os abordados do lado direito de seu veículo




                                                                  P1



                                                                  M


                                                                  P


           5 metros
                                                                  P3


                                                        P2




                                                                                                   39
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  • 1. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS III FORÚM NACIONAL DOS GABINETES DE GESTÃO INTEGRADA GT VI – DOUTRINA NACIONAL DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS BELÉM – PA / MAIO / 2010 1 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 2. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS RELATÓRIO FINAL DOUTRINA NACIONAL DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS 2 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 3. SUMÁRIO  III Fórum Nacional dos GGIs 04  Justificativa – Doutrina Nacional de Policiamento com Motocicletas 05  Integrantes do Grupo de Trabalho 08  Metodologia de Trabalho 09 - I Simpósio Nacional de Motopatrulhamento Policial 09  Área Temática – Recursos Humanos 11 - Perfil 11 - Motivação e Escala 12 - Emprego Operacional 13  Área Temática – Logística 14 - Contextualização 14 - Projeto de Lei nº 2.524/2009 – Percentual de Motocicletas na PMERJ 15 - Efetivo e frota de viaturas nas Polícias Militares 17 - Quantidade de motocicletas por unidade operacional 18 - Especificações de viaturas 19 - Especificações de equipamentos de segurança individual 20 - Especificações de uniforme básico 20 - Especificações de armamento para o policial motociclista 21 - Quantitativo de motocicletas por fração de efetivo 21 - Avaliação de motocicletas, equipamentos e acessórios 22  Área Temática – Capacitação, treinamento e procedimento operacional 31 - Capacitação e Treinamento 31 - Procedimentos Operacionais 33 - Procedimentos com emprego de 03 (três) policiais e 02 (duas) motocicletas 34 - Procedimentos com emprego de 02 (dois) policiais e 02 (duas) motocicletas 49 -  Encaminhamentos do Grupo de Trabalho 59  Referências Bibliográficas 60 3 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 4. III FÓRUM NACIONAL DOS GABINETES DE GESTÃO INTEGRADA O III Fórum Nacional dos GGIs ocorreu na cidade de Belém – PA de 18 a 22 de maio de 2010, tendo como foco o fomento a gestão integrada da segurança pública profissional e inteligente nas diversas esferas federativas. Na oportunidade foi apresentando os principais avanços e adversidades nesse modelo de gestão, a partir de práticas inovadoras, integradas e participativas. O fórum vislumbrou ainda, garantir aos Gabinetes de Gestão Integrada (GGI) a manutenção das discussões sobre as Políticas Regionais de Segurança Pública visando à diminuição da criminalidade e manutenção da paz social, seguindo os princípios e diretrizes do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), por meio de consolidação de temas nacionais no campo da segurança pública. 4 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 5. JUSTIFICATIVA DOUTRINA NACIONAL DE POLICIAMENTO COM MOTOCICLETAS O cometimento de crimes nos conglomerados urbanos do país, passa por constantes e significativas mudanças, surgindo novas fronteiras relacionadas ao aperfeiçoamento dos órgãos de segurança pública, no que tange a prevenção do delito e aplicação de técnicas, tecnologias e planejamentos estratégicos adequados às novas realidades, sempre respaldados na defesa dos direitos da pessoa humana, tratados, convenções, princípios e códigos internacionais de uso da força. Destacamos que atualmente no Brasil, não existem dados oficiais consolidados sobre as estatísticas dos crimes cometidos por indivíduos conduzindo motocicletas, haja vista que a maioria dos órgãos de segurança pública registram os dados conforme a natureza das ocorrências, não havendo um vetor que atrele ao meio utilizado para cometimento do crimes, mesmo assim, verifica-se que é uma realidade assustadora na maioria dos conglomerados urbanos do país. Para exemplificar, no Estado de São Paulo, num levantamento feito pelo Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), constatou-se que 61,5% dos 15 mil casos de crimes contra o patrimônio cometidos nas regiões oeste e central e em parte da zona sul da cidade, tiveram a participação de motociclistas. O mapeamento considerou os meses de novembro e dezembro de 2006 e janeiro de 2007. Em 9.225 dos casos de roubos e furtos, os criminosos utilizaram motocicletas para cometimento do crime e respectiva fuga. No Estado do Rio de Janeiro nos anos de 2008 e 2009, cerca de 34,4% dos roubos a pessoa, foram praticadas por indivíduos utilizando motocicletas. Havendo localidades, como na região da 74a DP (Alcântara), que 80% dos homicídios foram praticados por indivíduos usando motocicletas. Em consonância com essas estatísticas, temos um agravante considerável, que é o aumento da frota de veículos no país. A título de demonstração, no ano de 1995, a quantidade de motocicletas e triciclos no Brasil era de aproximadamente 2,8 milhões e de automóveis 18,1 milhões de unidades, representando aproximadamente 10,7% e 70% da frota nacional respectivamente. O mesmo levantamento realizado no ano de 2009, pelo Departamento Nacional de Transito – DENATRAN, mostra que a frota de motocicletas, motonetas e ciclomotores no Brasil era de mais de 12 milhões e de automóveis 34,5 milhões de unidades, representando 21% e 60 % da frota nacional respectivamente; Aliado ao número crescente de motocicletas e veículos automotores, estrangulamento do trânsito e grande dificuldade de acesso, tráfego e mobilidade nas regiões metropolitanas, as incidências criminais tem afetado sobremaneira as pessoas, em especial os crimes cometidos 5 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 6. com emprego de motocicletas e auxilio de passageiro (garupa). Rotina em vários municípios brasileiros, exigindo novas estratégias dos encarregados de aplicar a lei para prevenção desses delitos; Várias Corporações no Brasil, observando a crescente utilização de motocicletas no cometimento de crimes e a grande dificuldade de tráfego de viaturas convencionais nas regiões metropolitanas, criaram a partir da década de 80, vários grupos com finalidades de prevenção a criminalidade com emprego de motocicletas, a exemplo da ROCAM – PMSP em 1982 e GIRO – PMGO em 1998, dentre inúmeros outros que possuem as diretrizes doutrinárias similares. Vale mencionar, que mesmo com atuação desses grupos, as ações não tem sido suficientes para prevenção dos crimes cometidos nessas áreas de mobilidade critica em nosso país. Dentre inúmeros outros fatores, isso se deve em parte, a quantidade e tipo de veículos empregados pelas Corporações, pequeno efetivo especializado, procedimentos operacionais focados muitas vezes apenas em infrações de trânsito, falta de capacitação e treinamento adequado e falta de investimento, exigindo uma reflexão, adequação e intensificação também, do policiamento ordinário e convencional com emprego de motocicletas, que permite uma mobilidade condizente com as demandas atuais. Nesse contexto, o Ministério da Justiça preocupado em reduzir os índices alarmantes de criminalidade, traçou como diretriz do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (PRONASCI), a promoção da segurança e convivência pacifica, modernização das instituições e valorização dos profissionais de segurança publica, e ainda, definiu como foco prioritário, as ações nas regiões metropolitanas e aglomerados urbanos que apresentem altos índices de homicídios e de crimes violentos. A Secretaria Nacional de Segurança Pública analisando a dinâmica criminal no pais, também desenvolve ações de fomento ao desenvolvimento da Segurança Pública no interior do país, no denominado “Brasil profundo”, a exemplo do projeto PEFRON, que visa incentivar os Estados a constituírem unidades de Policiamento Especializados nas regiões fronteiriças, que representa uma faixa de cerca de 16.000 km, entre fronteiras secas e hídricas . Ressalta-se, que em diversas localidades, o uso de viaturas convencionais é inviável, sendo as embarcações e as motocicletas, importantes ferramentas para atividade de segurança pública nesses rincões do país. Acreditamos que o emprego de motocicletas adequadas, treinamentos específicos, procedimentos operacionais condizentes com a realidade atual, destinado aos encarregados de aplicação da lei, disseminação de uma doutrina específica dessa modalidade de atuação, através de induções da Secretaria Nacional de Segurança Pública aos entes federados, poderá ser mais 6 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 7. uma importante iniciativa para prevenção da violência nos grandes centros urbanos e também no interior do país. Com esse foco, e ainda, concatenado com a idéia dos Gabinetes de Gestão Integrada, vários especialistas escolhidos para compor o Grupo de Trabalho para criação de uma Doutrina Nacional sobre Policiamento com Motos estiveram imbuídos em avaliar e sugerir a padronização dos procedimentos, treinamento e capacitação, armamentos equipamentos de proteção individual e motocicletas apropriadas para serem empregadas nessas atividades de policiamento com motos em todo país. 7 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 8. INTEGRANTES DO GRUPO DE TRABALHO Coordenador: Alex Jorge das Neves – 1º Ten PMGO / Dept. da Força Nacional de Segurança Pública Participantes: Almir Ribeiro – Tenente Coronel da Polícia Militar de São Paulo José Rodrigues de Souza Neto – Major da Polícia Militar da Paraíba Ronilton de Jesus Jacinto Cavalcante – Major da Polícia Militar do Amazonas Cláudio César Felipe – Capitão da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul Gilmar Santos Santana – Capitão da Polícia Militar de Sergipe Giovane Rosa da Silva – Capitão da Polícia Militar de Goiás Ivens Giuliano Campos dos Santos – Capitão da Brigada Militar do Rio Grande do Sul Luciano Correa Silva – Capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Lucival Cardoso de Montalvão Guedes – Capitão da Polícia Militar do Pará Marco Antônio Brito Júnior – Capitão da Polícia Militar de Santa Catarina Newton Anet – Agente Especial do DPRF - SRRJ Marcos Mendes de Souza – Instrutor de Pilotagem PMGO Miguel Raimundo dos Reis Cruz – Agente do DPRF - SRPA Rogério Tosta Bôa Morte – Inspetor do DPRF - SRBA 8 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 9. METODOLOGIA DE TRABALHO No início dos trabalhos, foi exposto a todos os integrantes a necessidade de implementar diretrizes nacionais acerca da temática, considerando que às iniciativas atuais são localizadas e restritas à algumas unidades operacionais nas respectivas corporações estaduais. Visando propiciar a todos uma visão dinâmica de como é a conjuntura criminal, de prevenção e de uso da motocicleta pelos agentes da lei nos Estados, cada integrante, demonstrou as experiências exitosas em cada Corporação e as peculiaridades de cada ente federado, na prevenção a criminalidade em locais de mobilidade crítica e no interior de seus Estados. Ainda nesse contexto, foi socializada ao grupo, a primeira iniciativa nacional de padronizar o uso da motocicleta como ferramenta crucial de prevenção a criminalidade, sendo o I Simpósio Nacional de Motopatrulhamento Policial, realizado no ano de 2009 na cidade de João Pessoa – PB. Essa iniciativa tão importante, definiu alguns parâmetros publicado numa ata, descrita abaixo, sendo levado em consideração pelos integrantes do Grupo de Trabalho constituído no III Fórum Nacional do GGI durante todas discussões. Ata do I Simpósio Nacional de Motopatrulhamento Policial “Aos trinta dias do mês de outubro do ano de dois mil e nove reunidos no Centro de Educação da Polícia Militar da Paraíba, onde se encontravam os servidores públicos abaixo assinado representando as respectivas Instituições, realizou-se o I SIMPÓSIO NACIONAL DE MOTOPATRULHAMENTO POLICIAL, no qual foram apresentadas 05 palestras, momento em que reuniram-se todos os participantes em grupos de trabalhos onde deliberaram, discutiram e aprovaram por maioria de votos e aclamação dos participantes de cada grupo de trabalho, chegando-se a conclusão que como sugestões para o emprego da motocicleta na atividade de segurança pública, apontou-se como sugestão para o tipo de motocicleta com potencia entre 250cc e 300cc, para o policiamento ostensivo ordinário, para o emprego tático policial, escolta, moto resgate uma motocicleta de cilindrada entre 600cc e 1000cc e para o serviço de batedor motocicleta de 1000cc ou superior. No referente a equipamento de proteção individual tem-se os seguintes itens: capacete articulado de viseira anti-risco com uma tecla frontal de liberação, colete anti-balístico masculino e feminino multi ameaça, joelheira/caneleira articulada em polímero, cotoveleira articulada em polímero, luvas táticas em kevlar, protetor de coluna articulado, rádio comunicador com acionamento remoto, coturno de 9 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 10. alta performance e bom conforto, para o policiamento ordinário e batedor o armamento de porte calibre .40 e arma menos que letal, pistola com principio de funcionamento de eletrochoque de alta voltagem e baixa amperagem; para o `policiamento tático e escoltas armamento de porte calibre .40 e armamento portátil calibre .40 e 5,56mm semiautomático ou automático com coronha rebatível ou retrátil, quanto a malha curricular mínima com as seguintes disciplinas: gerenciamento de crises, primeiros socorros, direitos humanos, relações interpessoais, tiro policial com método e escalonamento da forca, noções de mecânica, técnicas de abordagem, legislação de trânsito, noções básicas de escoltas e batedor, educação física, para o nível I, excetua-se a aplicação da disciplina tiro policial aos servidores cuja atividade no serviço público não seja autorizado o porte de arma de fogo, os das disciplinas de pilotagem de alto risco (on/off road), técnicas avançadas de escolta e batedor, tiro tático e doutrina de patrulhamento tático com motocicletas para o nível II. Lido, conhecido e aceito em João Pessoa, Paraíba, às vinte horas. Júlio Cesár Motta Fernandes – TC QOPM – PMGO, Robson Rodrigues da Silva – TC QOPM – PMERJ, Andre Ângelo da Silva – Maj QOPM – PMPE, José Rodrigues de Souza Neto – Maj QOC – PMPB, Luís Gonzaga de Oliveira Júnior – Cap QOPM – PMSP, Adriano Meirelles Gonçalves – Cap QOPM – PMDF, Marcos Swami Sousa Pereira – 1 Ten QOPM – PMRN, José Ricardo Mendes Barbosa – 3º Sgt BM – PMPB, Felipe Araujo Costa de Oliveira –PRF, Wanderley Amorim da Silva – STTrans.” Após apresentação das atividades desenvolvidas em todas regiões do país e socialização da primeira tentativa nacional de padronização dessa modalidade de policiamento nos entes federados, foi proposto a todos os participantes, a divisão das discussões em áreas temáticas, sendo elas: Recursos Humanos; Recursos Logísticos; Capacitação, Treinamento e Procedimentos Operacionais. Ficando definido que as discussões iriam permear o emprego da motocicleta em unidades de policiamento ostensivo (ordinárias), unidades de policiamento especializadas (patrulhamento tático e de recobrimento) e policiamento rodoviário, objetivando abranger e difundir o emprego adequado da motocicleta nas ações preventivas. 10 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 11. ÁREA TEMÁTICA – RECURSOS HUMANOS Conforme definido pelo Grupo de Trabalho, essa área temática seria responsável em discutir e apresentar a todos os integrantes, as orientações acerca das necessidades relacionadas às pessoas que estariam atuando no policiamento ostensivo com motocicletas nos Estados. Perfil Inicialmente foi sugerido que o agente da lei que estaria atuando nessa seara, deveria possuir um perfil básico, acrescido de competências específicas, de acordo com as necessidades peculiares de cada corporação. Foi destacado que várias pessoas usam a motocicleta diariamente para passeio, ir ao trabalho, viajar, encontro de motociclistas, dentre outras atividades inerentes a esse tipo de veículo. Porém, é consenso que há um imenso hiato entre usar a motocicleta em conformidade com o apresentado acima e usa-lá rotineiramente para trabalhar, em especial quando se trata do trabalho policial, que requer atenção com a equipe, com trânsito, observação permanente ao seu redor, aptidão para trabalho com motocicletas, dentre outros fatores, vislumbrando uma atuação preventiva eficiente e eficaz. Nesse sentido, seria incompatível a falta de voluntariedade para atuação nesse tipo de policiamento. Nesse sentido, as corporações devem fomentar medidas incentivadoras para o profissional de segurança pública atuar com motocicleta. Não devendo porém, empregar pessoas que não sejam voluntárias, fator crucial para o sucesso nessas ações. Além desses requisitos, o profissional de segurança pública, deve possuir um comportamento condizente com a atividade. Nas policias militares, considera-se requisito mínimo o “Bom” comportamento. A habilitação na categoria “A” é regra legal, não há o que se discutir, nenhum policial deverá atuar com motocicletas se não possuir habilitação em conformidade com a legislação de trânsito. Porém, somente a Carteira Nacional de Habilitação, não habilita um profissional de segurança a atuar na prevenção a criminalidade utilizando uma motocicleta, pois, exige-se treinamento específico, predisposição a atuar com esse tipo de veiculo e grande afinidade com motocicletas. Sugere-se que a CNH categoria “A”, também seja exigida como critério para seleção nos processos de admissão em cada Corporação, assim como já ocorrem com outras categorias descritas na legislação de trânsito. Mesmo havendo uma área temática específica no Grupo de Trabalho referente à Capacitação e Treinamento, é importante frisar que não há como conceber um profissional, com 11 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 12. todos os perfis indicados acima, sem, contudo não possuir uma capacitação ou treinamento específico para prevenção a criminalidade com emprego de motocicletas, além de avaliações periódicas de desempenho. Motivação e Escala de Serviço O desgaste provocado pelas intempéries climáticas, calor desprendido do motor das motocicletas, peso do fardamento, equipamento e armamento, tensão provocada pela pilotagem policial, sobrecarga fisiológica na coluna, nos membros superiores e inferiores, e o tráfego realizado nas vias durante o policiamento ostensivo, são fatores que exige uma postura diferenciada da Corporação para que esses profissionais estejam sempre satisfeitos e motivados para o trabalho diário. Nesse sentido, verifica-se a necessidade de ser regulamentado pelas Corporações, mecanismos de recompensa aos integrantes que atuam nessa área, seja ela pecuniária ou da forma que melhor entender cada Instituição, sendo importante que ela exista. Pois, não havendo uma motivação adequada, em regra geral, os profissionais estarão a procura de outras frentes de serviço. Verifica-se ainda, que em algumas unidades de policiamento com motos, há a incidência de algumas patologias típicas, sendo necessário que haja preocupação das Corporações no sentido de desenvolver mecanismos de prevenção através de atividades físicas constantes e específicas, além do estudo dessas patologias em conjunto com intuições especializadas públicas e/ou privadas. A escala de serviço deve levar em consideração as limitações físicas do profissional de segurança pública, a realidade de cada instituição, efetivo e peculiaridades regionais. Não devendo passar de 08 (oito) horas ininterruptos de patrulhamento, com descanso capaz de restabelecer a capacidade operacional de cada profissional. Os integrantes do Grupo sugeriram escalas onde haja no máximo 08 (oito) horas no patrulhamento (com paradas intercaladas), com períodos de 8 x 40, 12 x 60, 6 x 18 (com folgas nos finais de semana), ou outros períodos estipulados por cada instituição, de forma a considerar os desgastes provocados pela modalidade de policiamento com motocicletas. Durante o trabalho recomenda-se para cada hora de patrulhamento, pelo menos 15 (quinze) a 20 (vinte) minutos em ponto de estacionamento, dando continuidade a prevenção em locais estratégicos e ao mesmo tempo, evitando sobrecarga na coluna. 12 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 13. Emprego Operacional O policiamento com motocicleta é a vedete do futuro, encaixa perfeitamente no contexto de Segurança Pública nos municípios brasileiros. Porém, ressalta-se que o seu emprego deve ser bem avaliado nos períodos noturnos, chuvosos, com neblina e frio intenso. Devendo cada instituição elencar as circunstâncias peculiares locais e prioridades de emprego operacional, sempre focado na qualidade da prestação de serviço a sociedade e segurança dos profissionais envolvidos 13 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 14. AREA TEMÁTICA – RECURSOS LOGÍSTICOS Contextualização Atualmente, percebe-se que algumas corporações não seguem padrões mínimos para aquisição de motocicletas, sistemas luminosos, sirene, equipamentos de proteção individual e inúmeros outros acessórios necessários para atuação rápida, ostensiva e dinâmica dos profissionais de segurança com utilização desse tipo de veículo. Há que se comentar, que a motocicleta é utilizada por criminosos em todas as partes do país, seja nos conglomerados urbanos, seja no “Brasil profundo”, no interior do país, nesse sentido, é imperativo afirmar que em vários Estados, verificou-se algumas particularidades, a seguir: A – Os criminosos que cometem roubos, furtos, latrocínios e homicídios utilizando a motocicleta como meio de fuga, beneficiam-se da facilidade de esconder os dígitos da placa de identificação do veículo, do anonimato permitido pelo uso do capacete e agilidade da motocicleta, que permite “passar por becos estreitos, subir escadarias, passar por pontes de madeira em palafitas flutuantes, passar pelos meios de jardins, passeios públicos e canteiros de vias ou mesmo atravessar passarelas em avenidas” (Menezes, 2007). Não possibilitando eficácia e eficiência da policia em prevenir essa modalidade criminosa somente com emprego de viaturas convencionais (mais empregadas em nosso país); B – A maioria desses criminosos utilizam um comparsa (garupa), que está com as mãos livres, para fazer empunhadura e visada com uma arma de fogo, inclusive “preparado” para reagir contra a polícia, a exemplo das “saidinhas” de banco, homicídios encomendados típicos de grupos de extermínio, latrocínios, roubos, furtos, etc; C – Em regra geral, nas corporações estaduais, há pequenas unidades específicas de atuação com motocicletas, sendo na maioria, grupos táticos que dá uma resposta condizente na prevenção a criminalidade, porém, limitado, pois, não conseguem abranger toda malha de prevenção realizada pelas unidades operacionais ordinárias. Essas, muitas vezes utilizam motos e acessórios inadequados e ainda, com foco voltado para fiscalização de trânsito (há que se deixar claro, que a fiscalização de trânsito é importantíssima no contexto da segurança pública), esquecendo às vezes de focar também, na prevenção aos crimes que geram graves conseqüências a sociedade como os mencionados acima. D – Em vários municípios localizados no interior dos Estados, nos rincões desse país, no denominado “Brasil profundo”, é importante o emprego da motocicleta na prevenção a criminalidade, se complementando com outras políticas sistêmicas de policiamento hidroviário e aeropolicial; 14 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 15. E - Verifica-se uma acentuada falta de procedimento operacional arrojada que possibilite ao policial, segurança, surpresa, agilidade, flexibilidade e superioridade de meios; F – A quantidade de motocicletas empregadas no policiamento ostensivo ainda é muito restrita. Analisando as iniciativas regionalizadas acerca da frota de motocicletas empregadas no policiamento ostensivo, destacamos o projeto de Lei nº 2.524/2009 do Deputado Nilton Salomão do Rio de Janeiro, fruto de constatações óbvias do Parlamentar em conjunto com a sociedade civil organizada, inclusive com a participação da Federação de Moto Clubes naquele Estado, que participa ativamente das questões relacionadas à Segurança Pública. Vislumbrando que o trabalho em questão é pertinente, segue abaixo “ipsis litteris” o projeto de lei e justificativa daquele parlamentar sobre o projeto que visa traçar uma orientação de Estado, para com o emprego da motocicleta na prevenção ao delito no Estado do Rio de Janeiro, e, que também pode ser utilizado como parâmetro em outras unidades da federação, como critério de aumento da frota. “PROJETO DE LEI Nº 2524/2009 ESTABELECE PERCENTUAL MÍNIMO PARA QUANTIDADE DE MOTOCICLETAS DE POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE MOTOCICLETAS CIRCULANTES NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO . Autor(es): Deputado NILTON SALOMAO A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE: Art. 1º O número de motocicletas utilizado por cada Batalhão de Polícia Militar, no Estado do Rio de Janeiro, obedecerá aos percentuais mínimos definidos na presente lei. Art. 2º O número mínimo de motocicletas para cada município será de: I --Um por cento do número total de motos circulantes, em municípios cujo o número total destes veículos for superior a cem mil; II --Dois por cento, em municípios onde o número total de motociclistas for superior a cinquenta mil e inferior a cem mil; III --Três por cento, em municípios onde o número total de motocicletas for inferior a cinquenta mil motocicletas. Art. 3º O número de motocicletas definidos no artigo anterior deverá ser implementando no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses, sendo certo que a metade do número de motocicletas definido no artigo anterior deverá ser implementada no prazo máximo de 12 (doze) meses. Art. 4º Para o cálculo do número total de motocicletas circulantes, o Estado 15 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 16. utilizará como parâmetro o cadastro destes veículos do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN). Art. 5º O Poder Executivo regulamentará a presente lei no prazo de 30 dias. Art. 6º Entra em vigor a presente lei na data de sua publicação, revogando-se todos os dispositivos contrários. Plenário Barbosa Lima Sobrinho 08 de setembro de 2009. DEPUTADO NILTON SALOMÃO JUSTIFICATIVA Segundo estatísticas do DETRAN, circulam no Estado do Rio de Janeiro 624.483 motos. Este número é superior à quantidade de motocicletas de 2008. No mesmo período, houve um aumento de 28% nos furtos de motocicletas em relação ao ano passado. A utilização de motocicletas na prática de delitos tem aumentado de forma considerável nos últimos anos. A agilidade de uma motocicleta na abordagem das vítimas, e na fuga dos locais dos crimes são os grandes atrativos para que este veículo seja largamente usado pelos criminosos. Uma moto pode entrar em locais que um automóvel não entra, bem como mudar de sentido nas ruas, ou transpor canteiros, fatos impensáveis para um carro. Eficaz na abordagem, ágil na fuga, as motocicletas precisam ser combatidas com instrumentos compatíveis com suas características. Somente a utilização de outras motocicletas, poderá minimizar esse tipo de atuação. Com iguais características de deslocamento, as motos podem perseguir de forma eficaz os criminosos, e obter resultados que os carros tradicionais não conseguem. O presente projeto de lei não busca alterar o efetivo da Polícia Militar - competência sabidamente exclusiva do Executivo - mas sim compelir a administração a fornecer um número de motocicletas por batalhão proporcional ao número de motocicletas circulantes em cada município. A proporção de motocicletas da Polícia Militar em relação ao total de motocicletas circulantes foi discutida pelo Deputado Nilton Salomão e representantes da Federação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro, e reflete, no entender destes, um número razoável para combate contundente à criminalidade. Desta forma, defendemos que a forma mais eficaz de combater a utilização de motocicletas para prática de delitos é utilizar outras motocicletas.” Além dessas iniciativas, foi observado os resultados desoladores das pesquisas realizadas em 2009 pela Fundação Dom Cabral sobre a Mobilidade Urbana no Brasil, sendo constatado que em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre o trânsito poderá parar em alguns anos, se não for tomado medidas estruturais e sistêmicas. A referida fundação, ainda calculou os prejuízos anuais com o trânsito lento nas grandes cidades brasileiras, com projeções na ordem de 30 bilhões de reais por ano somente no Estado de São Paulo e 33 bilhões de reais no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Sendo inegáveis os reflexos dessas problemáticas também no contexto da segurança pública. 16 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 17. Visando dar resposta a esse problema estrutural, que pode inclusive prejudicar o espetáculo da Copa do Mundo 2014 no Brasil, o Ministério das Cidades anunciou um projeto específico sobre mobilidade urbana nas grandes cidades, com investimentos na ordem de 11 bilhões de reais em infra-estrutura, visando inicialmente os Jogos de 2014, com expectativa de deixar um legado que será complementado com outros projetos nessa seara. Sendo imperioso que exista uma resposta também no âmbito da segurança pública, que será envolvida em torno dessa problemática a todo instante. Verificando as informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Segurança Pública à SENASP/MJ, percebe-se um contingente muito pequeno de viaturas empregadas especificamente na prevenção a criminalidade nos municípios brasileiros, totalizando aproximadamente 6.505 (seis mil quinhentos e cinco) motocicletas e cerca de 21.444 (vinte e um mil quatrocentos e quarenta e quatro) automóveis. Ressalta-se que os Estados de Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão não responderam aos questionários sobre esses tópicos à SENASP/MJ. Após análise dos dados descritos na tabela abaixo, foram constatadas algumas relações interessantes: 1 - A relação aproximada entre número de policiais militares x automóveis (viaturas) caracterizadas no Brasil é de 19,5 x 1; 2 - A relação entre policiais x motocicletas (viaturas) é de 64,40 motocicletas para cada policial; 3 - A relação entre motocicletas (viaturas) x automóveis (viaturas) é de 0,30 x 1. 4 – A relação ideal seria pelo menos 02 (duas) motocicletas para cada 01 (um) automóvel: 2 x 1; Utilizando o parâmetro descrito no item (4), para aumento da frota de motocicletas, teríamos atualmente, um déficit aproximado de 36.382 motocicletas nas Policias Militares do Brasil. Ressalta-se, que esse quantitativo é o ideal, porém, existem vários outros parâmetros que podem ser utilizados para familiarizar o uso da motocicleta nas ações de prevenção a criminalidade no país, a exemplo do quantitativo por unidade operacional mencionada após a tabela abaixo. EFETIVO E FROTA DE VIATURAS NAS POLÍCIAS MILITARES Relação Quantidade Ideal Número de Motocicletas Automóveis Motocicletas de motocicletas Déficit UF Efetivo Unidades em uso em uso x em uso atual Operacionais caracterizada caracterizada Automóveis operacional AC 1922 34 73 126 0,6 252 179 AL 5632 299 97 503 0,2 1006 909 AM 5905 104 476 451 1,1 902 426 AP 2951 12 94 105 0,9 210 116 BA 30771 646 552 1541 0,4 3082 2530 CE 14050 236 1065 983 1,1 1966 901 DF 14585 NR 499 552 0,9 1104 605 17 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 18. ES 7247 164 297 937 0,3 1874 1577 GO 12042 288 596 1503 0,4 3006 2410 MA 10164 NR NR 436 xxx 872 xxx MG 48763 ... ... ... xxx xxx xxx MS 5383 183 45 166 0,3 332 287 MT 6176 211 305 426 0,7 852 547 PA 13139 69 629 666 0,9 1332 703 PB 8721 467 160 391 0,4 782 622 PE 19216 ... ... ... xxx xxx xxx PI 9807 34 420 244 1,7 488 68 PR 19534 625 1027 2750 0,4 5500 4473 RJ 36187 304 608 3451 0,2 6902 6294 RN 8701 219 320 339 0,9 678 358 RO 5119 NR 160 328 0,5 656 496 RR 1586 84 108 124 0,9 248 140 RS 22379 250 579 1986 0,3 3972 3393 SC 11276 92 763 1779 0,4 3558 2795 SE 5625 126 123 137 0,9 274 151 SP 87822 2067 2286 10112 0,2 20224 17938 TO 4300 205 112 194 0,6 388 276 TOTAL 419003 2824 6506 21444 0,3 42888 36382 Fonte: DEPAID/SENASP/MJ 2009 NR: Não respondeu a questão ...: Não respondeu a pesquisa XXX: Sem resposta Visando propiciar outros parâmetros para familiarização do emprego da motocicleta nas ações preventivas no país, o Grupo de Trabalho, apresentou outra sugestão para definição da quantidade de motocicletas ideais no policiamento ostensivo. Construindo uma relação entre o número de habitantes por municípios e o de unidades operacionais nos Estados. Quantidade de motocicletas por unidade operacional  Capitais e municípios acima de 100.000 habitantes: 20 (vinte) motocicletas por unidade operacional;  Municípios entre 50.000 e 100.000 habitantes; 14 (quatorze) motocicletas por unidade operacional;  Municípios entre 20.000 e 50.000 habitantes: 08 (oito) motocicletas por unidade operacional;  Municípios abaixo de 20.000 habitantes: mínimo de 04 (quatro) motocicletas por unidade operacional;  Para cada 10 (dez) motocicletas, pelo menos uma viatura operacional de apoio; 18 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 19. Validando essa relação, teríamos cerca de 2824 unidades operacionais e a média de 11,5 motocicletas por unidade, totalizando o quantitativo ideal de pelo menos 32.476 motocicletas a serem empregadas nas Policias Militares no Brasil, déficit de pelo menos 25.979 motocicletas. Além de fazer menção à necessidade de incrementar a quantidade de motocicletas empregadas na prevenção a criminalidade em nosso país, foi unânime a necessidade de definição de alguns critérios técnicos sobre os equipamentos, veículos e acessórios a serem sugeridas às corporações no Brasil, evitando a falta de padronização e inadequação a atividade. Os integrantes do Grupo de Trabalho dividiram os assuntos de logística em 04 (quatro) itens: viaturas, equipamento de segurança individual; uniforme básico; armamento e quantidade de motocicletas por fração de efetivo. 1. VIATURAS POLICIAMENTO POLICIAMENTO OSTENSIVO POLICIAMENTO EQUIPAMENTO PREVENTIVO RECOBRIMENTO RODOVIÁRIO ORDINÁRIO (TÁTICO) Motocicleta com potência Motocicleta com potência Motocicleta com potência mínima entre 250cc e 400cc, entre 600cc a 1000cc on/off acima 600 cc, exceto modelo on/off road, com pneu de uso road, com pneu de uso misto. super bike com injeção misto, injeção eletrônica e injeção eletrônica e partida eletrônica e partida elétrica / partida elétrica/eletrônica. elétrica/eletrônica. Autonomia eletrônica. Autonomia mínima Autonomia mínima de 150 a mínima de 200 km. Distância entre 250 a 300 km. 200 km. Distância do solo, do solo, adequada para ações Justificativa: Poder para Motocicleta adequada para ações preventivas em áreas urbanas e recuperação e visão preventivas em áreas urbanas e rurais. impactante. rurais. Justificativa: Rapidez no Justificativa: Rapidez no deslocamento, robustez, deslocamento, versatilidade, versatilidade e necessário custo e consumo. poder de impacto. Conjunto do farol que permita Conjunto do farol que permita Sinalizador luminoso dianteiro iluminação adequada de iluminação adequada de e traseiro de tamanho acordo com a mobilidade acordo com a mobilidade proporcional ao tamanho da necessária à atividade de necessária à atividade de motocicleta, percepção policiamento ostensivo. policiamento ostensivo. panorâmica aos demais Sinalizador luminoso dianteiro Sinalizador luminoso dianteiro condutores e dotado de e traseiro de tamanho e traseiro de tamanho lâmpadas do tipo led com reduzido, percepção reduzido, percepção lentes em material resistente panorâmica aos demais panorâmica aos demais na cor vermelha ou cristal. Sistema de condutores e dotado de condutores e dotado de instalados em local que não iluminação lâmpadas do tipo led com lâmpadas do tipo led com dificulte ao policial montar e lentes em material resistente e lentes em material resistente e desmontar da motocicleta. vedado na cor vermelha ou vedado na cor vermelha ou Justificativa: Versatilidade da cristal, instalados em local que cristal, instalados em local que atividade policial e segurança não dificulte ao policial não dificulte ao policial montar e desmontar da montar e desmontar da motocicleta. motocicleta. Justificativa: Versatilidade da Justificativa: Versatilidade da atividade policial, agilidade e atividade policial, agilidade e segurança. segurança. Sirene eletrônica com no Sirene eletrônica com no Sirene eletrônica com no Sirene (alarme mínimo 30 W de potencia, mínimo 30 W de potencia, mínimo 30 W de potência, sonoro) para moto resistente a intempéries resistente a intempéries resistente a intempéries climáticas, calor gerado pelo climáticas, calor gerado pelo climáticas, calor gerado pelo 19 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 20. motor e água. motor e água. motor e água. Estrutura para Bauleto ou bolsa (ressalta-se armazenamento de que o bauleto, poderá dificultar Bolsa (tamanho reduzido) Bauleto e/ou alforge materiais a agilidade do policial em algumas ocasiões críticas) 1. Protetor de motor; 1. Protetor de motor; 1. Protetor de motor; 2. Protetor de cárter; 2. Protetor de Carter; 2. Protetor de Carter; 3. Porta tonfa ou bastão 3. Porta tonfa ou bastão 3. Porta tonfa ou bastão Equipamentos policial; policial; policial; adicionais 4. Protetor de manete; 4. Protetor de manete; 4. Protetor de manete; 5. Dispositivo corta linha 5. Dispositivo corta linha 5. Dispositivo corta linha “pipa”; “pipa”; “pipa”; SIM SIM SIM VTR 04 rodas Justificativa: apoio Justificativa: apoio Justificativa: apoio 2. EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL POLICIAMENTO POLICIAMENTO OSTENSIVO POLICIAMENTO EQUIPAMENTO PREVENTIVO RECOBRIMENTO RODOVIÁRIO ORDINÁRIO (TÁTICO) Colete balístico, no mínimo Colete balístico nível III-A. Colete balístico, no mínimo Colete Balístico nível II. nível II. Colete tático dotado de coldre Colete tático dotado de coldre Colete tático dotado de coldre posicionado em angulo de 60º posicionado em angulo de 60º posicionado em angulo de 60º da linha vertical central. da linha vertical central. da linha vertical central. Colete tático Justicativa: facilidade de saque Justicativa: facilidade de saque Justicativa: facilidade de saque e menor risco de perda da e menor risco de perda da e menor risco de perda da arma durante o deslocamento. arma durante o deslocamento. arma durante o deslocamento. Jaqueta de couro ou cordura Jaqueta de couro ou cordura Jaqueta de couro ou cordura Jaqueta com proteção para os com proteção para os com proteção para os cotovelos ombros e coluna. cotovelos ombros e coluna. cotovelos ombros e coluna. Bota especial para motociclista Bota especial para motociclista Bota especial para motociclista com no mínimo 30 cm de cano com no mínimo 30 cm de cano com no mínimo 30 cm de cano Bota com proteção de canela e com proteção de canela e com proteção de canela e tornozelo. tornozelo. tornozelo. Capacete articulado para Capacete articulado para Capacete articulado para motociclista com viseira motociclista com viseira motociclista com viseira interna e externa transparente, interna e externa transparente, interna e externa transparente, Capacete tratamento anti-risco, anti – tratamento anti-risco, anti – tratamento anti-risco, anti – embaçante e com proteção embaçante e com proteção embaçante e com proteção ultravioleta. ultravioleta. ultravioleta. Rádio transceptor portátil com Rádio transceptor portátil com Rádio transceptor portátil com microfone de lapela ou outro microfone de lapela ou outro microfone de lapela ou outro Radio transceptor sistema sem fio que possibilite sistema sem fio que possibilite sistema sem fio que possibilite Portátil comunicação eficiente com comunicação eficiente com comunicação eficiente com comandos que não interfiram comandos que não interfiram comandos que não interfiram na atenção do piloto. na atenção do piloto. na atenção do piloto. Luva Luva para motociclista Luva para motociclista Luva para motociclista Capa de chuva para Capa de chuva para Capa de chuva para Capa de chuva motociclista com detalhe motociclista com detalhe motociclista com detalhe refletivo refletivo refletivo Colete refletivo utilizado no Colete refletivo Não utiliza Colete refletivo policiamento de trânsito Equipamentos Joelheira, cotoveleira e Joelheira, cotoveleira e Joelheira, cotoveleira e adicionais protetor cervical. protetor cervical protetor cervical 20 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 21. 3. UNIFORME BÁSICO POLICIAMENTO POLICIAMENTO OSTENSIVO POLICIAMENTO PEÇA PREVENTIVO RECOBRIMENTO RODOVIÁRIO ORDINÁRIO (TÁTICO) Calça Calça rip stop com reforço na Macacão especifico para Macacão especifico para região pélvica e joelho. motociclista com reforço na motociclista com reforço na Camisa Gandola manga longa rip stop região pélvica, cotovelo e região pélvica, cotovelo e joelho. com reforço na região do joelho. cotovelo Cobertura Especifica da instituição Especifica da instituição Especifica da instituição Cinto Especifica da instituição Especifica da instituição Especifica da instituição Cinto de guarnição Dispensável com a utilização Dispensável com a utilização Dispensável com a utilização do do colete tático do colete tático colete tático Possibilita fixação do Possibilita fixação do Possibilita fixação do Cordão “fiel”, fixo armamento, de forma a evitar armamento, de forma a evitar armamento, de forma a evitar sua ou retrátil sua perca durante o trabalho sua perca durante o trabalho perca durante o trabalho operacional. operacional. operacional. Observação: Há necessidade de realizar um estudo e, por conseguinte desenvolver um macacão ou vestimenta adequada e específica para o policiamento de motocicletas. 4. ARMAMENTO BÁSICO PARA O POLICIAL MOTOCICLISTA POLICIAMENTO PREVENTIVO POLICIAMENTO OSTENSIVO POLICIAMENTO RODOVIÁRIO ORDINÁRIO RECOBRIMENTO (TÁTICO)  Pistola calibre .40 com 03  Pistola calibre .40 com 03  Pistola calibre .40 com 03 carregadores sobressalentes; carregadores sobressalentes; carregadores sobressalentes;  Arma de condutividade elétrica  Arma de apoio para a equipe com  Arma de condutividade elétrica  Bastão policial ou tonfa. tamanho reduzido (carabina, sub-  Bastão policial ou tonfa. metralhadora,etc)  Espargidor de solução ou espuma  Espargidor de solução ou espuma lacrimogênea de uso individual.  Arma de condutividade elétrica lacrimogênea de uso individual  Bastão policial ou tonfa.  Espargidor de solução ou espuma lacrimogênea de uso individual 5. QUANTITATIVO DE MOTOCICLETAS POR FRAÇÃO DE EFETIVO POLICIAMENTO POLICIAMENTO POLICIAMENTO OSTENSIVO EQUIPE PREVENTIVO RODOVIÁRIO RECOBRIMENTO (TÁTICO) ORDINÁRIO Mínimo: 02 Mínimo: 02 motocicletas Mínimo: 03 motocicletas (com um policial Guarnição motocicletas ideal: 03 montado) ideal: 03 20 motocicletas 20 motocicletas 30 motocicletas Pelotão 03 automóveis (apoio) 02 automóveis (apoio) 02 automóveis (apoio) 40 motocicletas 40 motocicletas 60 motocicletas Companhia 04 automóveis (apoio) 04 automóveis (apoio) 06 automóveis (apoio) 21 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 22. AVALIAÇÃO DE MOTOCICLETAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS Visando complementar as informações descritas nas tabelas acima, segue abaixo algumas imagens e comentários, de forma a ilustrar as orientações emanadas do Grupo de Trabalho. Ressalta-se que as motocicletas abaixo, são meramente ilustrativas e não representam nenhuma preferência mercadológica, sendo apenas de cunho didático, inclusive foi retirada qualquer identificação de propriedade ou marca. Itens observados: A – Policiais equipados para emprego operacional com motocicletas; B – Montar e desmontar de motocicletas equipadas com bauleto; C – Montar e desmontar de motocicletas equipadas sem bauleto; D – Imagens de motocicletas equipadas para atividade policial; E – Aplicação das motocicletas em áreas urbanas e rural; F - Avaliação de desempenho de 03 (três) motocicletas: moto A - característica street de 125cc; motoB - característica on/off road de 250cc e moto C - característica on/off acima de 600 cc. A – Policiais equipados para atividade de policiamento com motos (capacetes, colete balístico, luvas, botas, caneleira e cotoveleira) Nas atividades de policiamento com motos, equipamentos de proteção individual são indispensáveis para salvaguarda da integridade física dos profissionais de segurança pública, devendo cada policial, possuir o mínimo de EPIs para o desenvolvimento de suas atividades de policiamento ostensivo, a exemplo dos equipamentos demonstrados na imagem acima, ressaltando que é interessante que o capacete seja de altíssima qualidade, com viseira interna e externa, e possibilidade de ser aberta a proteção frontal, para ocasiões onde haja necessidade de verbalização, visualização no patrulhamento ostensivo, dentre outras necessidades. Devendo cada corporação definir as especificações básicas e adotá-los de forma obrigatória em toda atividade operacional, bem como procurar desenvolver fardamentos específicos para essas atividades operacionais, considerando que corriqueiramente é utilizado fardamento inapropriado. 22 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 23. B – Montar e desmontar de motocicleta equipada com bauleto Com pé apoiado no solo Com pé apoiado na pedaleira Risco de queda ao montar Dificuldade ao montar C – Montar e desmontar da motocicleta equipada sem bauleto Maior agilidade ao montar e desmontar Menor risco de queda 23 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 24. As imagens acima sugerem algumas observações interessantes e que deve ser bem avaliada por cada corporação ao dar prosseguimento a difusão do emprego da motocicleta no policiamento preventivo. Inicialmente é unanime a constatação que na esmagadora maioria dos roubos, homicídios e latrocínios ocorridos com emprego de motocicletas, os perpetradores possuem relativa destreza com esses veículos, estão em dupla e o garupa apto a utilizar a arma de fogo, devendo os profissionais de segurança pública estarem em superioridade para com essa realidade fatídica. Porém, quando empregamos motocicletas no policiamento ostensivo, necessitamos de portar alguns documentos, munições extras e outros materiais específicos de cada corporação. Em regra geral, é fixado nas motocicletas bauletos com capacidade média de 27 litros, tamanho suficiente para portar todo esse material e com sobra de espaço. Verifica-se, porém, que esse acessório, pode dificultar a agilidade do policial em momentos críticos, a exemplo de uma abordagem a dois indivíduos em atitude suspeita em deslocamento numa motocicleta, fato corriqueiro em qualquer local. Nas fotos acima, não restam dúvidas sobre essa assertiva, porém, temos consciência que é necessário haver um recipiente para guarda de alguns materiais indispensáveis aos policiais durante a realização de policiamento com motos. Nesse contexto, sugerem-se como alternativa, outros recipientes, como bolsas impermeáveis, confeccionadas com poliamida 6.6 de tranças “rip stop”, com medidas reduzidas e que possa ser fixada e retirada facilmente do bagageiro da motocicleta, adaptadas para cada realidade e que não dificulte a ação policial nas ocasiões narradas acima. Devendo cada corporação avaliar suas reais necessidades e definir o tamanho, modelo e características desses recipientes, vislumbrando dar maior segurança na ação policial, capacidade de resposta, surpresa, agilidade e versatilidade possibilitada pelo uso da motocicleta na prevenção à criminalidade. D – Imagens de motocicletas equipadas para atividade policial 24 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 25. E – Aplicação das motocicletas em áreas urbanas e rural Ostensividade e altura das motocicletas “street” Ostensividade e altura das motocicletas “on/off road” 25 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 26. Saída de obstáculos com motocicletas “street” Saida de obstáculos com motocicletas “on / off road” 26 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 27. Uso de motocicletas “Street” em áreas rurais – altura em relação ao solo e pneus 27 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 28. Uso de motocicletas “on / off road” em áreas rurais – altura em relação ao solo e pneus As imagens acima, são alto explicativas, porém, cabe ressaltar algumas observações. Em relação aos sistemas luminosos, cabe salientar que os mesmos são imprescindíveis para emprego da motocicleta nas ações de policiamento ostensivo, visando cumprir as regulamentações legais e principalmente propiciar segurança aos profissionais de segurança pública e aos condutores em geral, em especial nas ocasiões de deslocamento de emergência e abordagens policiais. Após observação de alguns modelos existentes, verifica-se a necessidade de utilizar sinalizadores potentes, com tamanhos reduzidos e que possibilite visualização bem ampla, não sendo suficiente somente a sinalização frontal ou traseira. 28 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 29. Em relação à aplicação das motocicletas em policiamento preventivo em áreas urbanas e rurais, cabe algumas observações: As motocicletas tipo “street” por ter um estilo próprio e distância livre do solo reduzida, trás algumas dificuldades ao policiamento ostensivo. Essas motocicletas não possuem altura suficiente para permitir uma visualização privilegiada no trânsito, importantíssimo no policiamento ostensivo; não possibilitam manobras ágeis entre veículos (não raro, necessário na atividade de segurança pública onde pessoas correm risco de vida e é imperiosa a atuação rápida e segura da polícia), podendo haver colisões com retrovisores de veículos; grande dificuldades nas saídas de obstáculos nas áreas urbanas e rurais, como nas situações exemplificadas acima, dentre inúmeras outras restrições. F - Avaliação de desempenho de motocicletas Visando fornecer subsídios sobre o desempenho de algumas motocicletas, foram feitas algumas avaliações no sentido de mensurar o tempo de resposta e desempenho de algumas motocicletas existentes no mercado nacional. Os testes foram realizados com 03 (três) motocicletas: Moto A – 125cc “street”; Moto B – 250cc “on/off road”; Moto C – 660 cc “on/off road”; As avaliações consistiram em verificar o tempo gasto, com e sem passageiro (segurança), para alcançar de 0 a 100 km/h nas motocicletas com cilindrada igual e superior a 250cc. Na motocicleta de 125cc, foi utilizado como parâmetro o tempo gasto para atingir 0 a 75 km/h, devido ao tamanho reduzido da pista utilizada. O peso individual de cada piloto envolvido nos testes é de 83 kg. Moto A – 125cc: as avaliações realizadas com essa motocicleta, foi verificado que a mesma possui um tempo de resposta de 0 a 100 km/h lento, tendo um desempenho melhor de 0 a 75 km/h, com um grande esforço para alcançar 100 km/h. Devido as dificuldades em alcançar a velocidade proposta de 100 km/h nos locais de avaliaçao, foi estipulado a velocidade de 0 a 75 km/h. Inicialmente o piloto utilizou a motocicleta sem passageiro (segurança), demorando cerca de 14 (quatorze) segundos para alcançar a velocidade de 75 km/h e 24 (vinte e quatro) segundos para alcançar a velocidade de 90 km/h. No segundo teste com a motocicleta, foi utilizado um passageiro (segurança), que pode ser utilizado por algumas corporações para realização de abordagens rotineiras a indivíduos em atitude suspeita, dando uma condição de maior segurança ao policial. 29 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 30. Nesse caso, o teste foi ainda mais pífio, para alcançar 75 km/h o tempo gasto foi de 22 (vinte e dois) segundos, não deixando dúvidas que cilindradas muito baixas, não são indicadas para atividade de policiamento ostensivo, muito menos, as que possuem estilo “street”, como era o caso da motocicleta A. Moto B – 250cc: Foi verificado que essa motocicleta possui um tempo de resposta bastante significativo, carregando um passageiro (segurança) ou não. Para alcançar 100 km/h, a motocicleta sem passageiro demorou 12 (doze) segundos para alcançar o objetivo. Nos testes com a motocicleta utilizando um piloto e um segurança (garupa), foi possível alcançar o tempo de 17 (dezessete) segundos. Nesses testes ficou evidente a superioridade de motocicletas com no mínimo 250cc em comparação com as motocicletas 125cc, porém, há que se destacar que as motocicletas de no mínimo 250cc podem ser empregadas no policiamento ostensivo, com emprego de garupa (segurança) ou não. Porém, não são indicadas para unidades de recobrimento tático, pois, requer uma potência e tempo de resposta maior do que as alcançadas por motocicletas de 250cc. Moto C – 660cc: O desempenho de motocicletas “on/off road” com cilindrada superior a 600cc são incontestes para atuação no que tange ao policiamento ostensivo ordinário ou tático de recobrimento. Nos testes realizados sem garupa (segurança) a motocicleta alcançou 100 km/h em 06’45s (seis segundos e quarenta e cinco centésimos). Com utilização de garupa (segurança) 09 (nove) segundos. Tempo de resposta incomparável com qualquer outra motocicleta de cilindradas menores “on/off road” com as características ideais para policiamento ostensivo. Porém, há que se ressaltar que para o policiamento ordinário, a mesma apresenta um custo superior às motocicletas de 250cc a 400cc, devendo ser empregadas a priori nas unidades de recobrimento tático e de escoltas, a critério das condições financeiras de cada corporação e peculiaridades regionais. Após todos os testes realizados, verifica-se mais uma vez que na atividade policial, é imperativo que os profissionais estejam com viaturas, equipamentos e acessórios que possibilitem atuação mais eficiente, eficaz, com segurança, rapidez, agilidade e efeito surpresa, recomendando-se assim, a utilização de motocicletas estilo “on/off road” com no mínimo 250cc e máximo de 400cc no policiamento ostensivo ordinário e no policiamento ostensivo de recobrimento (tático), motocicletas estilo “on/off” road com no mínimo 600cc e no máximo 1000cc, e demais características descritas nas tabelas acima. 30 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 31. ÁREA TEMÁTICA – CAPACITAÇÃO, TREINAMENTO E PROCEDIMENTO OPERACIONAL CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO Essa área temática é crucial para o sucesso da Doutrina Nacional de Policiamento com Motos, sem a mesma, não seria possível almejar sucesso longevo ao projeto. Haja vista que uma das grandes deficiências encontradas atualmente, é justamente as questões relacionadas ao treinamento e capacitação, bem como procedimento operacional padrão arrojado, que venha a realmente propiciar a sociedade uma prevenção ao delito eficiente e eficaz. Inicialmente, os participantes que aprofundaram o conhecimento nessa seara, vislumbraram a necessidade de providenciar uma padronização de Cursos específicos para o policiamento ordinário, tático e rodoviário, pois, cada um possui uma característica própria e relativamente distinta. Porém, como início dos trabalhos, foi focada a área que poderia alcançar a maior quantidade de efetivo possível das Corporações, ou seja, policiamento preventivo ordinário, realizado em todas unidades operacionais das Policias Militares. Devido ao tempo exíguo para abrangência maior ao trabalho, ficou estabelecido uma grade curricular mínima, nos padrões exigidos pelo Departamento de Produção do Conhecimento, Analise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal (DEPAID) / Secretaria Nacional de Segurança Pública, no que se refere a um Curso e um Estágio para ser ministrado aos policiais que estarão atuando no policiamento preventivo com emprego de motos. Foi construído a institucionalização de um curso com cerca de 180 (cento e oitenta) horas, com duração estimada em 03 (três) semanas, baseado no vasto conhecimento na área de treinamento e capacitação de todos os integrantes do Grupo de Trabalho, e, visa propiciar aos profissionais de segurança pública, competências necessárias para atuar nessa modalidade de policiamento com segurança. Sendo as disciplinas e carga horária descrita a seguir: Disciplinas / Docentes / Carga Horária: Disciplinas Docentes CH Direitos Humanos Aplicados a Função Policial 01 04 Legislação Aplicada a Atividade Policial 01 02 Técnicas e Tecnologia de Menor Potencial Ofensivo 01 08 Noções de Mecânica 01 05 Pilotagem Rápida Defensiva 02 70 Procedimento Operacional Padrão Motociclístico 02 50 Gerenciamento de Crises 01 06 Suporte Básico a Vida 01 04 31 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 32. Tiro na Preservação da Vida Aplicados ao Motopatrulhamento 02 15 Treinamento Físico Policial 01 16 TOTAL 13 180 Nessa mesma vertente, e seguindo a grade do Curso, foi institucionalizado um Estágio a ser destinado aos policiais que necessitam estar atualizando o conhecimento adquirido nos Cursos específicos ou àqueles profissionais que não tiveram oportunidade de estar freqüentando um Curso, mas que necessita de um treinamento especializado, até a realização do Curso padrão, instituído por cada Corporação. O referido estágio possui uma carga horária de 60 (sessenta) horas / aulas, distribuídas conforme a tabela a seguir: Disciplinas / Docentes / Carga Horária: Disciplinas Docentes CH Direitos Humanos Aplicados a Função Policial 01 02 Legislação Aplicada a Atividade Policial 01 02 Noções de Mecânica 01 02 Técnicas e Tecnologia de Menor Potencial Ofensivo 01 06 Pilotagem Rápida Defensiva 02 25 Procedimento Operacional Padrão Motociclístico 02 18 Gerenciamento de Crises 01 02 Suporte Básico a Vida 01 02 TOTAL 10 60 Vislumbrando a necessidade de estipular uma padronização nacional, é salutar que a Secretaria Nacional de Segurança Pública através de seus Departamentos competentes, estejam imbuídos no planejamento de mecanismos eficientes de difusão dos conhecimentos pertinentes e necessários aos profissionais dos órgãos de segurança pública, para dar prosseguimento às sugestões emanadas dos especialistas do Grupo de Trabalho constituído no III Fórum Nacional dos Gabinetes de Gestão Integrada. 32 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 33. PROCEDIMENTO OPERACIONAL Como mencionado anteriormente, a prevenção ao delito com emprego de motocicletas, deve necessariamente passar por vários contextos já mencionados anteriormente em outros tópicos. Sendo o treinamento, capacitação e procedimento operacional, importantíssimos para eficiência e eficácia dos órgãos de segurança pública quando for empregar motocicletas para atividade de prevenção a criminalidade. Mencionamos anteriormente, sobre o “modus operandis” de criminosos que utilizam motocicletas para cometimento de crimes nos municípios brasileiros, verificando-se uma expertise no emprego desses veículos e de técnicas de utilização de passageiro (garupa) para concretização do ato delituoso, sendo realidade em vários municípios brasileiros. Vislumbrando essa realidade atual, o grupo de trabalho propôs alguns procedimentos operacionais para servir como orientação aos órgãos de segurança pública. Nessa ótica, foram concebidos procedimentos operacionais para abordagem policial com emprego de garupa (segurança) com no mínimo 03 policiais e 02 motocicletas, que fornece uma maior segurança ao policial no momento das abordagens a indivíduos em atitude suspeita, corriqueira em qualquer localidade do país, porém, demanda um efetivo maior. O Grupo entendeu como necessário criar procedimentos operacionais para emprego de 02 (duas) motocicletas e 02 (dois) policiais, sem a utilização de garupa (segurança), que utiliza uma quantidade menor de efetivo, porém, com segurança reduzida, devendo ser definido por cada Corporação, os procedimentos a serem adotados, de acordo com as realidades e peculiaridades de cada Corporação em suas regionalidades. No que tange aos procedimentos operacionais a serem sugeridos às unidades de policiamento preventivo de recobrimento (tático) e de policiamento rodoviário, ficou evidente a necessidade de dar continuidade às iniciativas da SENASP/MJ, de forma a constituir esses parâmetros em conjunto com os órgãos de segurança pública no Brasil. 33 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 34. Procedimentos Operacionais com emprego de 03 (três) policiais e 02 (duas) motocicletas NOME DO PROCESSO: POLICIAMENTO OSTENSIVO COM MOTOS MATERIAL NECESSÁRIO 1. Armamentos, instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de uso individual (conforme Doutrina Nacional); 2. Capacete modular (Figura 1). ETAPAS PROCEDIMENTOS Conhecimento da ocorrência Conforme POP específico Deslocamento para o local da ocorrência Conforme POP específico Chegada ao local da ocorrência Conforme POP específico Adoção de medidas específicas Abordagem a veículo sob fundada suspeita Condução da (s) parte (s) Conforme POP específico Apresentação da ocorrência na repartição pública Conforme POP específico competente Encerramento da ocorrência Conforme POP específico FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DESCRIÇÃO LEGISLAÇÃO Artigo 144, caput da Constituição Federal- CF Necessidade de ação preventiva Poder de polícia Art 78 do Código Tributário Nacional – CTN Busca pessoal Art 244 do Código de Processo Penal – CPP Busca pessoal em mulheres Art 249 do Código de Processo Penal – CPP Uso de algemas Súmula Vinculante nº 11 Supremo Tribunal Federal – STF Art. 5º, inciso LXI da Constituição Federal Condução das partes Art 178 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Desobediência (art. 330), desacato (art. 331) e resistência Não cooperação por parte da (art. 329) do Código Penal; pessoa a ser abordada Art. 68 das Contravenções Penais (Dec. Lei 3688/41). Figura 1 Capacete modular 34 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 35. SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA PROCESSO: POLICIAMENTO OSTENSIVO COM MOTOS Abordagem a automóvel com 03 policiais militares e duas PROCEDIMENTO motocicletas ESTABELECIDO EM: REVISADO EM: Nº DA REVISÃO: REPONSÁVEL: Comandante da guarnição ATIVIDADES CRÍTICAS 1. Impacto da chegada na abordagem; 2. Desembarque dos ocupantes do veículo abordado. SEQUÊNCIA DAS AÇÕES 1. Compor a guarnição (Esclarecimento item 1 e figura 1); 2. Visualizar o veículo em atitude suspeita (Ação corretiva nº 1); 3. Aproximar a motocicleta do P1 (comandante) a 45º (quarenta e cinco graus) da lanterna direita do veículo abordado; 4. Aproximar a motocicleta do P2 (piloto do garupa) a 45º (quarenta e cinco graus) da lanterna esquerda do veículo abordado; 5. Sinalizar, o P2, com um toque na sirene, luz intermitente vermelha e uma troca de luz alta e baixa; 6. Posicionar a guarnição aproximadamente a 5m (cinco metros) da retaguarda do veículo a ser abordado; 7. Desligar as motocicletas engrenadas, através do botão de interrupção do funcionamento do motor; 8. Desmontar com o armamento na posição sul, P1 (comandante) e P3 homem (garupa), após a imobilização do veículo, em seguida o P2, o qual se preocupará com a segurança da retaguarda (Figura 2 e ação corretiva nº 2); 9. Verbalizar, o P1: “Polícia! Desligue o veículo!” “Desça(m) com as mãos para cima!”; 10. Determinar ainda aos abordados: “Venha(m) para trás do veículo! Coloque(m) as mãos sobre a parte traseira do veículo!” “Afaste(m) as pernas uma da outra! Olhe(m) para frente!” (Ações corretivas nº 3 e 4); 11. Proceder o fatiamento, o P1, de forma a visualizar se existe ou não algum indivíduo no interior do veículo, perguntando antes: “Existe mais alguém dentro do veículo!?” (Ações corretivas nº 5 e 6); 12. Coldrear o armamento e realizar a busca pessoal, o P3, tendo como segurança o P1 (Figuras 4 e 5); 13. Coldrear o armamento, toda a guarnição, após a busca pessoal (Figura 6); 14. Posicionar os abordados no lado direito de seu veículo (calçada); (Ação corretiva ) 15. Posicionar os abordados a esquerda do P1 e a direita do P3; 16. Retirar o capacete, P2 homem, acomodar no retrovisor direito de sua motocicleta e colocar sua cobertura; 17. Recolher, o P3, o capacete do comandante e retirar o seu, acomodando-os em suas respectivas motocicletas; 35 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 36. 18. Colocar, imediatamente, o comandante e o garupa, suas coberturas; 19. Solicitar, o P1, a documentação pessoal e do veículo abordado; 20. Recolher a documentação, o P1, realizando os questionamentos e verificações iniciais; 21. Permanecer, o P3, a direita do comandante na função de segurança; 22. Entregar, o P1, a documentação ao P3 e determinar que este proceda à busca e identificação veicular e consulta(s) junto ao Centro de Operações; 23. Entregar, o P3, após os trabalhos, toda documentação ao P1, repassando-lhe toda alteração verificada (caso haja); 24. Realizar, o P1, a devolução dos documentos ao(s) seu(s) respectivo(s) proprietário(s); 25. Liberar, o P1, o(s) abordado(s) com cordialidade, aguardando a saída do(s) mesmo(s) do local, em segurança. RESULTADOS ESPERADOS 1. Que as pessoas em atitudes suspeitas sejam identificadas; 2. Que o local utilizado para a abordagem seja seguro para a guarnição, transeuntes e abordados; 3. Que a guarnição esteja preparada para uma possível reação externa ou dos abordados; 4. Que cada policial se exponha o mínimo possível; 5. Que os policiais sejam respeitosos durante todo o procedimento. AÇÕES CORRETIVAS 1. Caso haja superioridade numérica no veículo a ser abordado, solicitar apoio (Sequência das ações nº 1); 2. Caso haja fluxo intenso de veículos na faixa da esquerda P3 deve se posicionar entre as motocicletas, à esquerda do P2 (Figura 3 e sequência das ações nº 8); 3. Caso o veículo seja de 02 (duas) portas e tenha sua visibilidade interna comprometida, o P1 deve determinar a um dos ocupantes: “Levante o encosto do banco! Deixe a porta aberta! Vá para a traseira do veículo!” (Sequência das ações nº 10 e POP 103.01); 4. Caso o veículo seja de 04 (quatro) portas e tenha sua visibilidade interna comprometida: “Motorista feche sua porta!” e a um dos ocupantes: “Deixe sua porta aberta! Abra a porta traseira! Vá para a traseira do veículo!” (Sequência das ações nº 10); 5. Caso perceba a falta de segurança para a execução do fatiamento, o PM deverá redobrar a cautela e recorrer às técnicas de progressão, tomada de barricada ou redução de silhueta e olhada rápida (Sequência das ações nº 11); 6. Caso seja constatada a presença de outra(s) pessoa(s) no interior do veículo, quando do fatiamento ou averiguação, o comandante deverá determinar: “Desça(m) com as mãos para cima!”, “Se posicione(m) ao lado dos demais!” (Sequência das ações nº 11); 7. Caso no transcorrer da abordagem, o abordado comporte-se de maneira não cooperativa (resistência passiva ou ativa), adotar o uso seletivo da força; 8. Caso o veículo abordado venha a evadir, iniciar acompanhamento e solicitar apoio para cerco. 9. Caso o veículo a ser abordado pare do lado esquerdo da via, os abordados serão posicionados na calçada do lado esquerdo de seu veículo ficando a direita do P1 e a esquerda do P3; (Sequência de Ação 14) 36 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 37. POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Designar um policial militar canhoto para função de garupa; 2. Não sinalizar corretamente para determinar a parada do veículo a ser abordado; 3. Posicionar incorretamente a(s) motocicleta(s) no momento da abordagem; 4. Agir isoladamente; 5. Posicionar incorretamente o(s) abordado(s); 6. Deixar de utilizar a verbalização descrita pelo procedimento; 7. Conversar, o P3, com os abordados; 8. Agir desordenadamente. ESCLARECIMENTOS: Item 1(Sequência das ações nº 1): Compor a guarnição: P1: comandante da guarnição (responsável pela escrituração); P2: piloto do garupa (escriturário da guarnição); P3: garupa (a arma ficará fora do coldre, em contato com a parte lateral da coxa, obedecendo às regras do dedo fora do gatilho e controle de cano). Figura 1: P2 P1 P3 Figura 2 (Sequência das ações nº 8): Desembarque da guarnição 5 metros P3 P1 P2 37 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 38. Figura 3 (Ação corretiva nº 2): Desembarque da guarnição com fluxo intenso de veículos na faixa da esquerda P1 P3 P2 Figura 4 (Sequências das ações nº 12 e 13): Busca pessoal e movimentação da guarnição M P P1 º P3 5 metros º P2 º M: motorista; P: Passageiro. 38 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos
  • 39. Figura 5 (Sequências das ações nº 11 e 12): Busca pessoal e movimentação da guarnição M P P1 P3 5 metros P2 Figura 6 (Sequências das ações nº 15 e 16): Posicionar os abordados do lado direito de seu veículo P1 M P 5 metros P3 P2 39 Secretaria Nacional de Ministério da Justiça Departamento de Políticas, Segurança Pública Programas e Projetos