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PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
GRAMÁTICA E REDAÇÃO
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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
Produção
Projeto e
Desenvolvimento Pedagógico
Disciplinas			 Autores	
Língua Portuguesa			 Francis Madeira da S. Sales
				 Márcio F. Santiago Calixto
				 Rita de Fátima Bezerra
Literatura			 Fábio D’Ávila	
				 Danton Pedro dos Santos
Matemática			 Feres Fares
				 Haroldo Costa Silva Filho
				 Jayme Andrade Neto
				 Renato Caldas Madeira
				 Rodrigo Piracicaba Costa
Física				 Cleber Ribeiro
				 Marco Antonio Noronha
				 Vitor M. Saquette
Química				 Edson Costa P. da Cruz
				 Fernanda Barbosa
Biologia				 Fernando Pimentel
				 Hélio Apostolo
				 Rogério Fernandes
História				 Jefferson dos Santos da Silva	
				 Marcelo Piccinini			
				 Rafael F. de Menezes
				 Rogério de Sousa Gonçalves
				 Vanessa Silva
Geografia	 	 	 Duarte A. R. Vieira
				 Enilson F. Venâncio
				 Felipe Silveira de Souza
				 Fernando Mousquer
I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. —
Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor]
686 p.
ISBN: 978-85-387-0572-7
1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título.
CDD 370.71
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GRAMÁTICA
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1
EM_V_GRA_011
A palavra advérbio vem do latim (ad = ao lado
de) e se refere, evidentemente, às palavras que se
colocam junto aos verbos a fim de modificar-lhes o
sentido ou de restringir-lhes o sentido da ação.
Sem essas palavras não conseguiríamos, por
exemplo, negar uma sentença de forma simples ou
ainda expressar o momento ou o lugar em que se
passam certas ações.
Por esse motivo, estudar os advérbios é também
fazer novas considerações sobre o sintagma verbal.
Os advérbios, porém, não se restringem a mo-
dificar apenas o verbo. Eles também podem, muitas
vezes, modificar o adjetivo ou ainda outro advérbio.
Vamos, então, iniciar o estudo dessa classe de
palavras.
Caracterização
dos advérbios
Semanticamente, o advérbio tem signi-
ficação interna no idioma (exceção para os
advérbios de modo, derivados de adjetivos) e
fornecem uma circunstância, uma ideia para
a ação verbal. São assim modificadores do
verbo por excelência. O conceito de advérbio é
estendido também para os modificadores dos
adjetivos e dos próprios advérbios. Equivale
a dizer, portanto, que o advérbio fornece uma
circunstância ao verbo, ao adjetivo e ao próprio
advérbio.
Estudou muito. (advérbio modificando verbo)
Estava muito cansada. (advérbio modificando
adjetivo	
Falou pausadamente. (advérbio modificando ver-
bo)	
Falou muito. (advérbio modificando verbo)
Faloumuitopausadamente.(advérbiomodificando
advérbio)
Morfologicamente, o advérbio é um mor-
fema gramatical (de significação interna – à
exceção dos de modo derivados de adjetivos)
que não se flexiona.
Ela falou pausadamente.
Elas falaram pausadamente.
Funcional ou sintaticamente, o advérbio é
uma palavra dependente, isto é, um determinan-
te do verbo. Está presente para determiná-lo (ou
ao adjetivo ou a outro advérbio). Por ser sempre
determinante (DET) de um verbo, está restrito à
função de adjunto adverbial (complemento cir-
cunstancial).
O homem 	 não encontrou 	 a namorada.
SV: O homem encontrou a namorada.
SN: O homem
SN: a namorada
Advérbio: não (modifica a ideia do verbo)
O homem não encontrou a namorada. (ad-
junto adverbial)
Ela falava muito pausadamente.
S. Adv.: muito pausadamente
N:DETVERBO
: pausadamente (advérbio) – ad-
junto adverbial
DETADVÉRBIO
: muito (advérbio) – adjunto
adverbial
No último exemplo, ocorrem dois advérbios: um
modifica o verbo, outro modifica o advérbio de modo.
Ambos os advérbios são classificados sintaticamente
como adjuntos adverbiais.
Adjunto adverbial é um termo dependente
(satélite) do verbo e determina-lhe uma circunstân-
cia (de tempo, de modo, de lugar, de negação, de
dúvida...).
Advérbios
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2
EM_V_GRA_011
Estudo semântico
dos advérbios
Os advérbios são agrupados semanticamente
de acordo com as circunstâncias que traduzem.
Assim, temos:
advérbios de tempo;••
advérbios de lugar;••
advérbios de modo;••
advérbios de negação;••
advérbios de afirmação;••
advérbios de dúvida;••
advérbios de intensidade.••
Advérbios de tempo
Exemplos:``
já, sempre, hoje, amanhã, anteontem, agora, então...
	 Ela saiu ontem.
	 Saia daqui já!
	 Ela não pôde vir anteontem.
“(...) depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito
social, conviria dissimular o exercício de um direito tão
legítimo (...)”
Advérbios de lugar
Exemplo:``
aqui, lá, ali, acolá...
	 Ela mora aqui.
	 Ela saiu daqui.
	 Ali estava ela, como todos os seus irmãos.
“(...) ele negou, dizendo que ia ali roubar o camelo
de um drogomano (...)”
Advérbios de modo
Exemplos:``
assim, calmamente, pausadamente, lentamente...
	 Não fale assim.
	 Ela falava calmamente.
	 Fale baixo, por favor.
	 Ela saiu discretamente. (advérbio de modo)
Advérbios de negação
Exemplos:``
não, absolutamente.
	 Ela não falou nada.
“Mas não quero parecer que me detenho em coisas
miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este
juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente
ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios
mais altos...”
Advérbios de afirmação
Exemplo:``
sim, certamente...
	 Ela certamente fará isso.
	 Ela saiu, sim.
Advérbios de dúvida
Exemplo:``
talvez, possivelmente, provavelmente...
	 Talvez ela chegue atrasada.
	 Ela possivelmente não estudou.
Advérbios de intensidade
Exemplo:``
muito, bastante, meio, pouco...
	 Ela saiu muito.
	 Estava bastante nervosa.
	 Estou meio preocupado.
“Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição
que ele dava da fraude.”
Observe na tira a seguir, o advérbio bem. Ge-
ralmente, tem valor semântico de modo, mas em
frases como a do terceiro quadrinho, assume valor
de intensidade.
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3
EM_V_GRA_011
IESDEBrasilS.A.
Advérbios interrogativos
Os advérbios interrogativos são aqueles empre-
gados nas interrogativas incompletas com o objetivo
de se determinar uma circunstância para a ação
verbal. Podem aparecer em interrogativas diretas ou
em interrogativas indiretas.
Por que (causa)
Por que•• estavas tão nervosa? (Qual a cau-
sa...)
Estavas tão nervosa,•• por quê?
Diga-me•• por que não vieste.
“•• Por que não teria ele a sua igreja?”
Como (modo)
Como•• ela saiu? (De que modo...)
Não sei•• como ela morreu.
Quando (tempo)
Quando•• você virá?
Ela não disse•• quando mamãe chegará.
Onde (lugar)
Onde•• você estava?
Perguntei•• onde você encontrou o livro.
Aonde é variante de onde nos casos em que
há a ideia de movimento para, direção. Donde é
contração de de onde, e está em desuso na maior
parte das regiões do Brasil atualmente.
Aonde ela vai?
Não quero saber aonde você quer chegar.
De onde (Donde) ela vem?
Estudo mórfico
dos advérbios
Osadvérbios,porseremmorfemasinvariáveis,não
sofrem flexões. Entretanto, os advérbios de modo,
derivados de adjetivos, têm a categoria grau, assim
como seus primitivos adjetivos. Lembre-se de que
grau não é flexão, mas um tipo de manifestação
de derivação.
Graus dos advérbios
Como dissemos no estudo dos adjetivos, a
categoria gramatical grau denota uma gradação da
informação. Assim, o advérbio pode vir em três graus:
o normal, o comparativo e o superlativo.
a) Grau comparativo
CONCEITO: ocorre grau comparativo quando
se comparam dois seres por uma circunstância de
ação verbal comum aos dois.
COMPARAÇÃO: João fala mais calmamente
que José.
O grau comparativo pode ser:
de igualdade: tão calmamente quanto (como);
de superioridade: mais calmamente (do) que;
de inferioridade: menos calmamente (do) que.
Deve-se atentar para as formas anômalas dos
advérbios bem e mal: respectivamente, melhor e
pior.
Falo bem, mas você fala melhor.
Entretanto, se ao advérbio segue particípio pas-
sado verbal, devem-se usar as formas “mais bem” e
“mais mal”. Observe os exemplos.
Ele está mais bem preparado para a prova que
eu. (padrão)
Ele está melhor preparado para a prova que
eu. (desvio)
O presidente foi mais bem recebido que o go-
vernador. (padrão)
Ele foi à festa mais mal vestido que o irmão.
(padrão)
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EM_V_GRA_011
b) Grau superlativo
Ocorre grau superlativo quando se destaca
um ser dentre outros por uma circunstância de ação
verbal.
1. Superlativo intensivo
O superlativo intensivo ocorre quando um ser,
inserido numa relação, num conjunto, se destaca pela
circunstância de sua ação verbal.
João fala o mais lentamente possível.
O superlativo relativo pode ser:
de•• superioridade: o mais lentamente pos-
sível;
de•• inferioridade: o menos lentamente pos-
sível.
2. Superlativo absoluto
O superlativo absoluto ocorre quando um ser
tem a circunstância de sua ação verbal destacada
por si só.
João fala muito lentamente.
Assim, o superlativo absoluto pode ser:
analítico:•• muito (extremamente...) lentamente
sintético:•• lentissimamente
O grau superlativo absoluto sintético dos advér-
bios faz-se acrescentando a terminação –a-mente ao
adjetivo superlativado.
lento lentíssimo (adjetivo)
lentamente lentissimamente (advérbio)
amável amabilíssimo (adjetivo)
amavelmente amabilissimamente (advérbio)
comum comuníssimo (adjetivo)
comumente comunissimamente (advérbio)
cruel crudelíssimo (adjetivo)
cruelmente crudelissimamente (advérbio)
Adjetivo em uso adverbial
É cada vez mais frequente em nossa língua o
emprego do adjetivo como advérbio. Exemplos não
faltam. Observe.
É um homem alto. (adjetivo – variável)
É uma mulher alta. (adjetivo – variável)
Ele fala alto. (advérbio – invariável)
Ela fala alto. (advérbio – invariável)
Divulgação:Skol.
A cerveja que desce “redondo”
– adjetivo torna-se advérbio.
Você, provavelmente, já deve ter visto essa
propaganda. Já parou para se perguntar por que a
palavra “redondo” permanece invariável? Porque
ela se refere ao verbo: “redondo” nesse caso não é
adjetivo, mas um advérbio de modo – a cerveja não
é redonda, redondo é o modo como ela desce.
Veja outros exemplos:
Ela saiu daqui rápido. (rapidamente)
Ela fala grosso. (de modo grosso)
Locuções adverbiais
Locução adverbial equivale ao advérbio na fun-
ção, mas forma-se, estrutura-se, de maneira distinta.
Também exerce a função de adjunto adverbial.
As locuções adverbiais são, geralmente, estru-
turadas como sintagmas nominais preposicionados.
Observe:
Ela chegou•• ontem. (advérbio de tempo)
Ela chegou•• na semana passada. (locução
adverbial de tempo)
Observe que o advérbio “ontem” e o sintagma
“na semana passada” têm mesmo valor semântico,
isto é, servem para indicar o tempo em que ocorre a
ação verbal. A diferença entre esses termos é apenas
a estruturação: “na semana passada” é um sintagma
nominal preposicionado que tem valor de advérbio.
Isso signigica que, sintaticamente, locuções adver-
biais e advérbios são sempre adjuntos adverbiais.
Você então pode perceber que as locuções adver-
biais ampliam nossas possibilidades de modificar
o verbo.
Veja exemplos de locuções adverbiais com ad-
vérbios correspondentes.
Ela chegou•• ontem. (advérbio – adjunto ad-
verbial)
Ela chegou•• no dia anterior. (locução adver-
bial – adjunto adverbial)
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EM_V_GRA_011
Veja esta locução adverbial:
“Conta um velho manuscrito beneditino que
o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma
igreja.” (loc. adv. tempo – adjunto adverbial)
Veja agora outras oposições advérbio – locução
adverbial.
Ela está•• aqui.
Ela está•• neste lugar.
Ela falou•• calmamente.
Ela falou•• com calma.
As locuções adverbiais podem ter as seguintes
estruturas:
PREPOSIÇÃO + SINTAGMA NOMINAL (mais
comum)
PREPOSIÇÃO + SINTAGMA ADJETIVAL
PREPOSIÇÃO + SINTAGMA ADVERBIAL
Vá•• ao colégio. (preposição + sintagma no-
minal)
Ela foi reprovada•• de nervoso. (preposição +
sintagma adjetival)
Vá•• por aqui. (preposição + sintagma adver-
bial)
Você pode observar também que, ao passo que
só há sete tipos de advérbios (de acordo com sua
classificação semântica no português do Brasil), as
locuções adverbiais podem assumir valores semân-
ticos que os advérbios, sozinhos, não assumem.
Observe os exemplos abaixo.
Saí com Genespabla. (companhia)
Apesar do frio, saí. (concessão)
Mesmo cansado, trabalhou o dia todo. (con-
cessão)
Falava como um papagaio. (comparação)
Segundo Newton, a força retira um corpo do
equilíbrio. (conformidade)
Com chuva, ninguém sairá na próxima semana.
(condição)
Com a chuva, não pudemos sair. (causa)
Morreu de tuberculose. (causa)
Falávamos de mim. (assunto)
Saímos de carro. (meio)
Matou-o com um cutelo. (instrumento)
Estudo para o vestibular. (fim ou finalidade)
Quanto mais telefones, melhor será o atendi-
mento. (proporção)
Comprei o livro por vinte reais. (preço)
Para mim, ele não sabe aquilo. (opinião)
Estudo sintático
do advérbio
O advérbio é uma categoria nominal. Vamos
estudar, agora, como ele se comporta sintaticamente
no texto.
Colocação do advérbio
O advérbio e as locuções adverbiais se colo-
cam naturalmente após o verbo, no final da oração.
Entretanto há casos de advérbios, como não, que se
antepõem ao verbo. Observe.
Ele não costuma sair tarde daqui.
Ela saía de casa às duas horas da manhã.
O deslocamento do advérbio (ou da locução
adverbial), costuma realçá-lo. Inclusive, caso a locu-
ção tenha duas palavras ou mais, é de regra isolá-la
pela vírgula.
Às duas horas da manhã, ela saía de casa.
Ela, às duas horas da manhã, saía de casa.
No caso de adjunto adverbial não-extenso, seu
isolamento pela vírgula depende dos critérios esti-
lísticos do autor.
Aqui, só há morte. (com pausa)
Aqui não há ninguém. (sem pausa)
Na repetição do advérbio de modo, a fim de se
evitar a repetição da terminação “-mente”, é de regra
pô-la apenas no último advérbio a ser colocado na
coordenação. Os demais, porém, continuam sendo
advérbios de modo.
Nos exemplos a seguir, os advérbios de modo
estão destacados.
Ele falava calma e pausadamente.
Ela andava bela e rapidamente.
Relação de regência entre
o substantivo e o adjetivo
Identificamos o verbo como o termo nuclear, re-
gente, principal, e o advérbio (e a locução adverbial)
como o termo satélite, regido, subordinado.
sair agora		 sair neste momento
		
verbo (regente): sair
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EM_V_GRA_011
advérbio (regido): agora
locução adverbial (regido): neste momento
Concordância do advérbio
Por ser o termo invariável, o advérbio não se
flexiona nem em gênero nem em número.
Estavam menos cansados.
Estavam menos cansadas.
Estava meio cansado.
Estava meio cansada.
	(UFV-MG) Em todas as alternativas há dois advérbios,1.	
exceto:
Ele permaneceu muito calado.a)	
Amanhã, não iremos ao cinema.b)	
O menino, ontem, cantou desafinadamente.c)	
Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.d)	
Ela falou calma e sabiamente.e)	
Solução:`` A
Na alternativa “B”, ocorre um advérbio de tempo (ama-
nhã) e outro de negação (não); no item “C”, um de
tempo (ontem), outro de modo (desafinadamente);
em “D”, um de modo (tranquilamente), outro de tempo
(hoje); em “E”, dois advérbios de modo (calmamente
– e sabiamente). Apenas no item “A” se verifica um
advérbio apenas: calado é adjetivo e muito é advérbio
de intensidade.
(FUVEST) Reescreva a passagem: “Humildemente2.	
pensando na vida...”, substituindo o advérbio por uma
locução adverbial correspondente.
Solução:``
Basta que se identifique o advérbio (humildemente).
Assim, basta criarmos um sintagma preposicionado que
lhe seja equivalente.
Com humildade (simplicidade) pensando na
vida...
De modo humilde pensando na vida...
(FEI-SP) Substitua a expressão destacada por um ad-3.	
vérbio de significação equivalente.
Recebeu a repreensãoa)	 sem dizer palavras.
Falava sempreb)	 no mesmo tom.
Aceitou tudoc)	 sem se revoltar.
Trataram-med)	 como irmão.
Solução:``
Recebeu a repreensão silenciosamente.
Falava sempre monotonamente.
Aceitou tudo pacificamente.
Trataram-me fraternamente.
Leia atentamente o texto abaixo.4.	
A atração exercida pelo âmbar sobre pequenos corpos,
quando esfregado com lã ou com pele de alguns animais,
era conhecida dos gregos há séculos, mas só em 1600
o inglês William Gilbert (1544-1603), médico da rainha
da Inglaterra, procurou refazer experiências e revisar as
explicações de outros autores e pesquisadores. Reuniu
suas conclusões no livro De Magnete, um dos primeiros
clássicos da literatura científica.
Foi Gilbert quem criou o termo eletricidade quando
descobriu outras substâncias que, como o âmbar,
se eletrizavam por atrito. Como âmbar, em grego, é
elektron ele chamou essas substâncias de elétricas. Para
a força elétrica que atraía os corpos, deu o nome de
vis electrica. Gilbert preocupou-se também em avaliar
quantitativamen­te essa força e para isso criou uma
espécie de bússola elétrica, o versorium.
(GASPAR, Alberto. Física. Eletromagnetismo/ Física Moderna.
São Paulo: Ática, 2000. p. 11.)
Analise as afirmações abaixo.
No primeiro parágrafo, ocorre uma locução adver-I.	
bial que traduz ideia de tempo.
No segundo parágrafo, a palavraII.	 como em suas
ocorrências está introduzindo a mesma noção se-
mântica.
Segundo o texto, a única forma de um corpo serIII.	
eletrizado é por atrito.
Quais estão corretas?
I apenas.a)	
I e II apenas.b)	
I e III apenas.c)	
II e III apenas.d)	
I, II e III.e)	
Solução:`` A
CORRETA: a locução adverbial “em 1600” encerraI.	
ideia de tempo.
INCORRETA: no parágrafo há ideia de comparaçãoII.	
em “como o âmbar” e de causa em “como âmbar,
em grego, é elektron...”
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7
EM_V_GRA_011
INCORRETA: os corpos podem ser eletrizados porIII.	
atrito, por contato ou por indução.
Igreja do Diabo
Machado de Assis
Capítulo I
De uma ideia mirífica
Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo,
em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. Embora
os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se
humilhadocomopapelavulsoqueexerciadesdeséculos,
sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual,
sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes
divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada
fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja?
Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as
outras religiões e destruí-las de uma vez.
– Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra
Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha
missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas,
bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico.
O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a
minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto
as outras religiões se combatem e se dividem, a minha
igreja será única; não acharei diante de mim, nem
Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há
só um de negar tudo.
Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os
braços, com um gesto magnífico e varonil. Em seguida,
lembrou-se de ir ter com Deus para comunicar-lhe a
ideia, e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de ódio,
ásperos de vingança, e disse consigo: – Vamos, é tempo.
E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou
todas as províncias do abismo, arrancou da sombra para
o infinito azul.
Capítulo II
Entre Deus e o Diabo
Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou ao
céu. Os serafins que engrinaldavam o recém-chegado,
detiveram-se logo, e o Diabo deixou-se estar à entrada
com os olhos no Senhor.
– Que me queres tu? perguntou este.
– Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o
Diabo rindo, mas por todos os Faustos do século e dos
séculos.
– Explica-te.
– Senhor, a explicação é fácil; mas permiti que vos diga:
recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar,
mandai que as mais afinadas cítaras e alaúdes o recebam
com os mais divinos coros...
– Sabes o que ele fez? perguntou o Senhor, com os
olhos cheios de doçura.
– Não, mas provavelmente é dos últimos que virão ter
convosco. Não tarda muito que o céu fique semelhante
a uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou
edificar uma hospedaria barata; em duas palavras,
vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha
desorganização, do meu reinado casual e adventício. É
tempo de obter a vitória final e completa. E então vim
dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis
de dissimulação... Boa ideia, não vos parece?
– Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor.
– Tendes razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio
gosta de ouvir o aplauso dos mestres. Verdade é que
neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e uma
tal exigência... Senhor, desço à terra; vou lançar a minha
pedra fundamental.
– Vai.
– Quereis que venha anunciar-vos o remate da obra?
– Não é preciso; basta que me digas desde já por que
motivo, cansado há tanto da tua desorganização, só
agora pensaste em fundar uma igreja.
O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha
alguma ideia cruel no espírito, algum reparo picante no
alforje de memória, qualquer coisa que, nesse breve
instante de eternidade, o fazia crer superior ao próprio
Deus. Mas recolheu o riso, e disse:
– Só agora concluí uma observação, começada desde
alguns séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são
em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto
de veludo rematasse em franjas de algodão. Ora, eu
proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê-las
todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda
pura...
– Velho retórico! murmurou o Senhor.
– Olhai bem. Muitos corpos que ajoelham aos vossos
pés, nos templos do mundo, trazem as anquinhas da sala
e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços
cheiram aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de
curiosidade e devoção entre o livro santo e o bigode do
pecado. Vede o ardor, – a indiferença, ao menos, – com
que esse cavalheiro põe em letras públicas os benefícios
que liberalmente espalha, – ou sejam roupas ou botas,
ou moedas, ou quaisquer dessas matérias necessárias à
vida... Mas não quero parecer que me detenho em coisas
miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este
juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente
ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios
mais altos...
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8
EM_V_GRA_011
Nisto os serafins agitaram as asas pesadas de fastio e
sono. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olhar de
súplica. Deus interrompeu o Diabo.
– Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um
espírito da tua espécie, replicou-lhe o Senhor. Tudo o que
dizesoudigasestáditoereditopelosmoralistasdomundo.
É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade
para renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e
te retires. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto
os sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião
parece enjoado; e sabes tu o que ele fez?
– Já vos disse que não.
– Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime.
Colhido em um naufrágio, ia salvar-se numa tábua; mas
viu um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já
com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou
na eternidade. Nenhum público: a água e o céu por cima.
Onde achas aí a franja de algodão?
– Senhor, eu sou, como sabeis, o espírito que nega.
– Negas esta morte?
– Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de
caridade; deixar a vida aos outros, para um misantropo,
é realmente aborrecê-los...
– Retórico e sutil! exclamou o Senhor. Vai, vai, funda a tua
igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas,
convoca todos os homens... Mas, vai! vai!
Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mais.
Deus impusera-lhe silêncio; os serafins, a um sinal divino,
encheram o céu com as harmonias de seus cânticos. O
Diabo sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou
as asas, e, como um raio, caiu na terra.
Capítulo III
A boa nova aos homens
Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-
se pressa em enfiar a cogula beneditina, como hábito
de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e
extraordinária,comumavozquereboavanasentranhasdo
século.Eleprometiaaosseusdiscípulosefiéisasdelíciasda
terra,todasasglórias,osdeleitesmaisíntimos.Confessava
que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção
que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a
seu respeito contavam as velhas beatas.
– Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites
sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas
o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza,
a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração
dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso
verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado
para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e
eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o
entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em
suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que
vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina
era a que podia ser na boca de um espírito de negação.
Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era
umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamavaelequeasvirtudesaceitasdeviamsersubstituídas
por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba,
a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também
a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da
economia,comadiferençaqueamãeerarobusta,eafilha
uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência
de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada:
“Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu...” O
mesmo disse da gula, que produziu as melhores páginas
de Rabelais, e muitos bons versos de Hissope; virtude tão
superior, que ninguém se lembra das batalhas de Luculo,
mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez imortal.
Mas, ainda pondo de lado essas razões de ordem literária
ou histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela
virtude, quem negaria que era muito melhor sentir na
boca e no ventre os bons manjares, em grande cópia,
do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua
parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor,
expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução
direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com
o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja,
pregou friamente que era a virtude principal, origem de
propriedades infinitas; virtude preciosa, que chegava a
suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo
incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova
ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar
as perversas e detestar as sãs.
Nadamaiscurioso,porexemplo,doqueadefiniçãoqueele
davadafraude.Chamava-lheobraçoesquerdodohomem;
o braço direito era a força; e concluía: muitos homens são
canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem
canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos,
outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem
nada.Ademonstração,porém,maisrigorosaeprofunda,foi
a da venalidade. Um casuísta do tempo chegou a confessar
que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o
Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os
direitos.Setupodesvenderatuacasa,oteuboi,oteusapato,
o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e
legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que
não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra,
a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a
tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair
no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que
vendem os cabelos? não pode um homem vender uma
parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem
anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um
privilégioquesenegaaocaráter,àporçãomoraldohomem?
Demonstrado assim o princípio, o Diabo não se demorou
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em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária;
depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social,
conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o
queeraexerceraomesmotempoavenalidadeeahipocrisia,
isto é, merecer duplicadamente.
E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está
claro que combateu o perdão das injúrias e outras
máximas de brandura e cordialidade. Não proibiu
formalmente a calúnia gratuita, mas induziu a exercê-la
mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra espécie;
nos casos, porém, em que ela fosse uma expansão
imperiosa da força imaginativa, e nada mais, proibia
receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar
a transpiração. Todas as formas de respeito foram
condenadas por ele, como elementos possíveis de um
certo decoro social e pessoal; salva, todavia, a única
exceção do interesse. Mas essa mesma exceção foi
logo eliminada, pela consideração de que o interesse,
convertendo o respeito em simples adulação, era este
o sentimento aplicado e não aquele.
Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria
cortarportodaasolidariedadehumana.Comefeito,oamor
do próximo era um obstáculo grave à nova instituição.
Ele mostrou que essa regra era uma simples invenção
de parasitas e negociantes insolváveis; não se devia dar
ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou
desprezo.Chegoumesmoàdemonstraçãodequeanoção
de próximo era errada, e citava esta frase de um padre de
Nápoles, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma
dasmarquesasdoantigoregime:“Leveabrecaopróximo!
Não há próximo!” A única hipótese em que ele permitia
amaraopróximoeraquandosetratassedeamarasdamas
alheias,porqueessaespéciedeamortinhaaparticularidade
denãoseroutracoisamaisdoqueoamordoindivíduoasi
mesmo. E como alguns discípulos achassem que uma tal
explicação, por metafísica, escapava à compreensão das
turbas, o Diabo recorreu a um apólogo: “Cem pessoas
tomam ações de um banco, para as operações comuns;
mas cada acionista não cuida realmente senão nos seus
dividendos: é o que acontece aos adúlteros. Este apólogo
foi incluído no livro da sabedoria”.
Capítulo IV
Franjas e franjas
A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja
capa de veludo acabava em franja de algodão, uma vez
puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham
alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras,
e o tempo abençoou a instituição. A igreja fundara-se; a
doutrinapropagava-se;nãohaviaumaregiãodogloboque
não a conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma
raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de triunfo.
Um dia, porém, longos anos depois notou o Diabo
que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam
as antigas virtudes. Não as praticavam todas, nem
integralmente, mas algumas, por partes, e, como
digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se a comer
frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em
dias de preceito católico; muitos avaros davam esmolas, à
noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do
erário restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos
falavam, uma ou outra vez, com o coração nas mãos,
mas com o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer
que estavam embaçando os outros.
A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer
mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns
casos eram até incompreensíveis, como o de um droguista
do Levante, que envenenara longamente uma geração
inteira, e, com o produto das drogas, socorria os filhos das
vítimas.NoCairo,achouumperfeitoladrãodecamelos,que
tapava a cara para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à
entrada de uma, lançou-lhe em rosto o procedimento; ele
negou,dizendoqueiaaliroubarocamelodeumdrogomano;
roubou-o,comefeito,àvistadoDiaboefoidá-lodepresente
a um muezim, que rezou por ele a Alá. O manuscrito
beneditino cita muitas outras descobertas extraordinárias,
entre elas esta, que desorientou completamente o Diabo.
Um dos seus melhores apóstolos era um calabrês, varão
de cinquenta anos, insigne falsificador de documentos, que
possuíaumabelacasanacampanharomana,telas,estátuas,
bibliotecaetc.Eraafraudeempessoa;chegavaameter-sena
camaparanãoconfessarqueestavasão.Poisessehomem,
não só não furtava ao jogo, como ainda dava gratificações
aos criados. Tendo angariado a amizade de um cônego,
ia todas as semanas confessar-se com ele, numa capela
solitária; e, conquanto não lhe desvendasse nenhuma das
suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se,
e ao levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia.
Mas não havia que duvidar; o caso era verdadeiro.
Nãosedeteveuminstante.Opasmonãolhedeutempode
refletir,comparareconcluirdoespetáculopresentealguma
coisaanálogaaopassado.Vooudenovoaocéu,trêmulode
raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular
fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não
o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer,
daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse-lhe:
– Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de
algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo
tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna
contradição humana.
“Só agora concluí uma observação, começada desde alguns1.	
séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande nú-
mero comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse
em franjas de algodão.”
Nesse trecho do texto, o Diabo concluiu que:
mantos de veludo que rematados em franjas de al-a)	
godão são menos valiosos que os mantos de seda.
nenhuma virtude é grande o suficiente para escon-b)	
der um pequeno defeito.
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as virtudes nunca estão passíveis de ser derrotadasc)	
pelos defeitos.
rainhas cujo manto de veludo rematam em franjasd)	
de algodão não têm virtudes.
franjas de algodão são comparáveis às característi-e)	
cas mais virtuosas de uma pessoa.
A eterna contradição humana descoberta pelo Diabo no2.	
final do texto é caracterizada pelo fato de que:
o homem não segue fielmente nenhuma religião.I.	
nenhum homem apresenta defeitos que superemII.	
suas virtudes.
uma vez conseguido as regras que sempre dese-III.	
jou, o homem tende a violá-las secretamente.
Quais estão corretas?
Apenas I.a)	
Apenas II.b)	
Apenas III.c)	
Apenas I e II.d)	
Apenas II e III.e)	
Ao final do terceiro capítulo, o Diabo recorre a um apólogo3.	
para:
justificar o adultério como um mandamento quea)	
não se contradiz com o outro, de que não se deve
amar o próximo.
explicar por que o adúltero que ama sua amanteb)	
desrespeita preceitos da Igreja do Diabo.
equiparar-se a Cristo no tocante às parábolas deste.c)	
mostrar a Deus que ele também sabe falar uma lin-d)	
guagem compreensível pelos fiéis.
zombar de seus fiéis, que não conseguem entendere)	
preceitos simples da Igreja do Diabo.
“Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo4.	
de refletir, comparar e concluir do espetáculo presente
alguma coisa análoga ao passado. Voou de novo ao céu,
trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta
de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita
complacência; não o interrompeu, não o repreendeu,
não triunfou, sequer, daquela agonia satânica.“
Indique as circunstâncias que expressam os advérbios e
locuções adverbiais assinalados no trecho acima.
“Tendo angariado a amizade de um cônego, ia5.	 todas
as semanas confessar-se com ele, numa capela
solitária [...]”
Substitua a locução assinalada no trecho acima por um
advérbio que lhe seja equivalente.
(U6.	 nicamp) Leia atentamente o seguinte trecho de uma
entrevista:
Pergunta: O Sr. Fala em respeito à Constituição. Não é
contraditório, então, colocar a não-posse do vice Itamar
em caso de impeachment?
Resposta: Você não acha que um impeachment imposto
não é rasgar a Constituição?
(Entrevista com o governador Antônio Carlos Magalhães,
Isto É, 24 jun.1992.)
Se tomada literalmente, a fala de A.C.M. tem um sentido
que é o oposto do pretendido.
Qual o sentido literal da fala de A.C.M.?a)	
Reescreva a fala de A.C.M.b)	
A forma da pergunta pode ter influenciado a formac)	
da resposta. Qual a característica formal que torna
a resposta de A.C.M. semelhante à pergunta do
repórter?
(U7.	 nicamp) A breve tira abaixo fornece um bom exem-
plo de como o contexto pode afetar a interpretação
e até mesmo a análise gramatical de uma sequência
linguística.
	Supondo que a fala da moça fosse lida fora do con-a)	
texto dessa tira, como você a entenderia?
	Se a fala da moça fosse considerada uma continu-b)	
ação da fala do rapaz, poderia ser entendida como
uma única palavra de derivação não prevista na lín-
gua portuguesa. Que palavra seria e o que signifi-
caria?
	As duas leituras possíveis para a fala da moça nãoc)	
estão em contradição; ao contrário, reforçam-se. O
que significara essa fala, se fizermos simultanea-
mente as duas leituras?
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Texto para a questão 8.
O Atheneu
“Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do
Atheneu. Coragem para a luta.”
Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que
me despia, num gesto, das illusões de criança educada
exoticamente na estufa de carinho que é o regime do
amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão
diferente, que parece o poema dos cuidados maternos
um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer
mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro
ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência
de um novo clima rigoroso.”
(F8.	 uvest - adap.) “[...] à porta do Atheneu [...]” no pri-
meiro parágrafo é adjunto adverbial. Indique no texto a
seguir os termos ou locuções que também são adjuntos
adverbiais.
“Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que
me despia, num gesto, das ilusões de criança educada
exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor
doméstico...”.
Texto para a questão 9.
Esparsa – Ao desconcerto do Mundo
Luís de Camões
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado,
Assim que só para mim
Anda o Mundo concertado.
(In: Redondilhas – obras completas. Rio de Janeiro:
Aguilar, 1963, p. 475-476.)
(U9.	 nesp) Vocábulos como Bom e Bem, Mau e Mal, em
virtude da variedade de seu uso em nossa língua, não po-
dem ser classificados senão após se examinar o contexto
de cada frase. Isto se verifica nos poemas em pauta. Com
base nestas observações:
aponte a classe e a função sintática de Bem, noa)	
sétimo verso de Camões;
aponte a classe e a função sintática de Mau, nob)	
oitavo verso de Camões.
(F10.	 uvest) “Súbito deu-me a consciência um repelão
[...]”
	Substitua o termo “súbito” por outra palavra ou ex-a)	
pressão que conserve o mesmo sentido.
	b)	 Dê a classe gramatical da palavra súbito no contexto
transcrito.
(U1.	 nesp) Observe os seguintes fragmentos do texto:
“[...]viveremvozALTA.”e“[...]queligasseorádioumpouco
ALTO...”
Indique a classe gramatical das palavras em maiúsculo
e o processo de derivação que ocorre no segundo
fragmento.
(F2.	 uvest)
Para se candidatar a um emprego, o recém-forma-I.	
do compete com levas de executivos de altíssimo
gabarito, desempregados. O jovem, sem experiên-
cia, literalmente, dança.
Acostumados às apagadas, às vezes literalmen-II.	
te, mulheres dos dirigentes do Kremlin, os russos
achavam que ela era influente demais, exibida, ar-
rogante.
	O advérbio “literalmente” está adequadamente em-a)	
pregado nos dois textos? Justifique sua resposta.
	A que palavra, em II, se refere a expressão “às ve-b)	
zes literalmente”? Qual o duplo sentido produzido
pela relação que aí se estabeleceu?
(Uece) Conforme o contexto, está classificada3.	 corre-
tamente a palavra:
“olhar”, em “Você tem certeza de que está fazendoa)	
o seu amor bonito? De que está tirando do gesto,
da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria
do encontro, da dor do desencontro a maior beleza
possível?”: verbo.
“pouca”, em “Quem ama feio não sabe que poucab)	
atenção pode ser toda a atenção possível. Quem
ama bonito não gasta o tempo dessa atenção co-
brando a que deixou de ter”: advérbio.
“você”, em “seja apenas você no auge de sua emo-c)	
ção e carência”: substantivo.
“suficiente”, em “Ame-se o suficiente para ser capazd)	
de gostar do amor e só assim poder começar a ten-
tar fazer o outro feliz.”: adjetivo.
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Texto para a questão 4.
[...]
As angústias dos brasileiros em relação ao português
são de duas ordens. Para uma parte da população, a
que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim,
conseguiu galgar posições, o problema é sobretudo com
a gramática. É esse o público que consome avidamente
os fascículos e livros do professor Pasquale, em que
as regras básicas do idioma são apresentadas de
forma clara e bem-humorada. Para o segmento que
teve oportunidade de estudar em bons colégios, a
principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a
essa demanda que um novo tipo de profissional surgiu:
o professor de português especializado em adestrar
funcionários de empresas. Antigamente, os cursos
dados no escritório eram de gramática básica e se
destinavam principalmente a secretárias. De uns tempos
para cá, eles passaram a atender primordialmente
gente de nível superior. Em geral, os professores que
atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo
de trabalho esporadicamente para ganhar um dinheiro
extra. “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria
para enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio
Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de São
Paulo [...]
(LIMA João Gabriel de. Falar e escrever, eis a questão.
VEJA, 7 nov. 2001, n. 1725.)
(ITA) O adjetivo “principal” permite inferir que a clareza4.	
é apenas um elemento dentro de um conjunto de dificul-
dades, talvez o mais significativo. Semelhante inferência
pode ser realizada pelos advérbios:
avidamente, principalmente, primordialmente.a)	
sobretudo, avidamente, principalmente.b)	
avidamente, antigamente, principalmente.c)	
sobretudo, principalmente, primordialmente.d)	
principalmente, primordialmente, esporadicamente.e)	
Texto para a questão 5
Soneto de fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Ufscar)5.	 No segundo verso do poema, no qual o
poeta mostra como tratará o seu amor, as expressões
“com tal zelo”, “sempre” e “tanto” dão, respectivamente,
ideia de:
modo, intensidade, modo.a)	
modo, tempo, intensidade.b)	
tempo, tempo, modo.c)	
finalidade, tempo, modo.d)	
finalidade, modo, intensidade.e)	
(Ufc)6.	 Leia as frases a seguir.
AQUI continua um paraíso.I.	
	AQUI ele chegou em 1930.II.	
	AQUI onde ele mora viveu José de Alencar.III.	
	AQUI faz muito calor.IV.	
Em relação aos termos destacados, pode-se afirmar que:
expressam informação secundária, em I, III e IV.a)	
indicam a posição próxima do ouvinte, em II e III.b)	
assumem a mesma função na frase, em I, II e III.c)	
há uma preposição implícita, em II, III e IV.d)	
os termos assumem a mesma função, em I, II e IV.e)	
(Ufu-MG)7.	 Em todas as alternativas a palavra em des-
taque indica circunstância de tempo, exceto:
“MasEduardotampoucoestavadeacordoeeraumaa)	
opinião de peso, já que o comerciante concorda
em dividir as despesas do enterro.” (J. Amado)
“Ao seu lado, solidários na dor e na cabeça, vaga-b)	
bundos diversos faziam coro às suas lamentações
e suspiros. Já tivera conhecimento da notícia, com-
preendeu Curió ao ver a cena.” (J. Amado)
“Chegara o tempo do merecido descanso.c)	 Já po-
deria falar livremente de Joaquim Soares da Cunha,
louvar-lhe a conduta de funcionário, esposo e pai.”
(J. Amado)
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“Masd)	 já estavam atrasados para a peixada de Mestre
Manuel e o jeito, daí a pouco, foi despertar Quincas.”
(J. Amado)
“A pergunta coçava-lhe a garganta, não resistiu: –e)	
O padre já veio?” (J. Amado)
(UFV-MG) “Advérbio é a palavra mais ou menos in-8.	
variável que modifica um verbo, um adjetivo ou outro
advérbio.” O “mais ou menos invariável” atribuído ao
advérbio tem sua razão de ser devido à possibilidade
de receber um sufixo indicativo de grau nos advérbios
na frase não carnavalizada em:
os advérbios mais amáveis são SIM, BEM, MUITOa)	
BEM.
aprendemos cedo a identificar o advérbio; estamosb)	
‘perto de’ o esquecer?
formam-se advérbios de modo normalmente jun-c)	
tando-se ao feminino dos adjetivos o sufixo MEN-
TE: gostosamente, calmamente, tranquilamente,
dormente, semente.
excetuam-se CLEMENTE e PORTUGUESMENTE,d)	
que se formam de palavras masculinas.
os advérbios mais antipáticos são NÃO, NUNCA, JA-e)	
MAIS.
(UEL) Pergunta-se QUANTOS são AO CERTO OS que9.	
foram premiados.
As classes a que pertencem as expressões em destaque
na frase acima são, respectivamente:
advérbio de intensidade, locução prepositiva, artigo de-a)	
finido.
pronome interrogativo, advérbio de modo, artigo defi-b)	
nido.
advérbio de intensidade, locução prepositiva, pronomec)	
demonstrativo.
pronome interrogativo, locução adverbial, pronomed)	
demonstrativo.
pronome indefinido, locução adverbial, artigo definido.e)	
(UFSM) No período a seguir, encontram-se cinco pala-10.	
vras destacadas. Uma delas, se usada em outro contexto,
poderá assumir a forma de um verbo, tornando-se
homônima perfeita com outro significado.
Identifique-a, assinalando a letra correspondente.
“Os HUMANOS (a) já nascem com a MENTE (b) voltada
para as GUERRAS (c) e são INFINITAMENTE (d) mais
FEROZES (e).”
Leia o seguinte trecho do conto11.	 A Igreja do Diabo,
de Machado de Assis.
“E depois, enquanto as outras religiões se combatem
e se dividem, a minha igreja será única; não acharei
diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há
muitos modos de afirmar; há só um de negar
tudo.”
Baseado no trecho, responda:
	Indique a circunstância expressa pelo advérbioa)	
e pela locução adverbial, ambos destacados.
	Qual o ponto comum entre os movimentos lideradosb)	
por Maomé e Lutero no tocante à reação da Igreja
Católica? Explique.
(AFA) Em relação aos advérbios destacados, numere12.	
a 2.ª coluna de acordo com a 1.ª e, em seguida, assinale
a alternativa que apresenta a sequência correta.
Cada número pode ser usado mais de uma vez, ou não ser
usado.
1 – Afirmação 2 – Modo 3 – Tempo 4 – Intensidade
“O poeta é um fingidor.(  )(
	 Finge tão completamente
	 Que chega a fingir que é dor
	 A dor que deveras sente.” (F. Pessoa)
A criada sentiu-se(  )( realmente assustada.
O filme era(  )( terrivelmente assustador.
Os alunos não são(  )( mais crianças
O padre chegou(  )( mais cedo que os fiéis.
1, 1, 4, 3, 4a)	
2, 2, 2, 4, 4b)	
1, 4, 4, 3, 4c)	
1, 1, 4, 3, 3d)	
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B1.	
C2.	
A3.	
Ao céu: lugar; de raiva: causa; tão: intensidade; com4.	
infinita complacência: modo.
Tendo angariado a amizade de um cônego, ia5.	 semanal-
mente confessar-se com ele, numa capela solitária.
6.	
Você não acha que uma)	 impeachment imposto é
respeitar a Constituição?
Você não acha que umb)	 impeachment imposto é
rasgar a Constituição?
A presença de uma dupla negação tanto na per-c)	
gunta do repórter quanto na de ACM.
7.	
Se a fala da moça fosse lida fora do contexto da tira,a)	
entender-se-ia que ”Homem é mentiroso”.
A palavra seria o resultado do processo de deriva-b)	
ção sufixal do radical “homem” mais a terminação
“mente” (homem + mente = “homemente”), que
forma um advérbio de modo. Sendo assim, a pala-
vra significaria “à maneira do homem”.
Se fizermos simultaneamente as duas leituras, ac)	
fala significará que “a maneira do homem é a de
mentir”.
Bastante, depois, num gesto, exoticamente, na estufa8.	
de carinho.
9.	
Substantivo e objeto direto.a)	
Adjetivo e predicativo do sujeito.b)	
10.	
De repente deu-me a consciência um repelão [...]”a)	
Súbito – funciona como advérbio.b)	
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EM_V_GRA_011
ALTA: adjetivo ALTO: advérbio, por derivação imprópria1.	
2.	
Não.a)	
Apenas em II está sendo usado de modo adequa-
do. Em II, o verbo DANÇA permite a interpretação
no sentido não literal de: “sair-se mal”, “pode-se
prejudicar”.
Expressão “às vezes literalmente” refere-se a “apa-b)	
gadas”. Em sentido literal, as mulheres soviéticas
chegam a ser excluídas, suprimindo qualquer refe-
rência sobre elas. Em sentido não-literal, as mulhe-
res soviéticas são inexpressivas, sem reação.
C3.	
D4.	
B	5.	
D6.	
A7.	
B8.	
D9.	
B10.	
11.	
Circunstâncias dea)	 negação e lugar.
Perseguiçãob)	 , embora os contextos da reação a
ambos os movimentos seja diferente: o combate
ao Islamismo está inserido dentro do movimento
cruzadista medieval de caça ao infiel; e o comba-
te ao luteranismo insere-se no contexto da não-
aceitação de outra vertente para o Cristianismo na
Europa Moderna.
A12.	
“A dor que deveras sente” equivale a “A dor que sente
verdadeiramente, mesmo, certamente” – advérbio de
afirmação.
“Acriadasentiu-serealmenteesgotada”(verdadeiramente
esgotada, esgotada mesmo) advérbio de afirmação.
“O filme era terrivelmente assustador” (bastante assus-
tador, muito assustador) – advérbio de intensidade.
“Os alunos não são mais crianças” (não são crianças
agora, hoje, a partir de determinado momento) – advérbio
de tempo.
“O padre chegou mais cedo que os fiéis.” – advérbio de
intensidade (modifica o advérbio “cedo”, atribuindo-lhe
a categoria de grau).
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Adverbios

  • 1. PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR GRAMÁTICA E REDAÇÃO Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 2. © 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Produção Projeto e Desenvolvimento Pedagógico Disciplinas Autores Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima Bezerra Literatura Fábio D’Ávila Danton Pedro dos Santos Matemática Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Física Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Química Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Biologia Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério Fernandes História Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa Silva Geografia Duarte A. R. Vieira Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer I229 IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor] 686 p. ISBN: 978-85-387-0572-7 1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título. CDD 370.71 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 3. GRAMÁTICA Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 4. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 5. 1 EM_V_GRA_011 A palavra advérbio vem do latim (ad = ao lado de) e se refere, evidentemente, às palavras que se colocam junto aos verbos a fim de modificar-lhes o sentido ou de restringir-lhes o sentido da ação. Sem essas palavras não conseguiríamos, por exemplo, negar uma sentença de forma simples ou ainda expressar o momento ou o lugar em que se passam certas ações. Por esse motivo, estudar os advérbios é também fazer novas considerações sobre o sintagma verbal. Os advérbios, porém, não se restringem a mo- dificar apenas o verbo. Eles também podem, muitas vezes, modificar o adjetivo ou ainda outro advérbio. Vamos, então, iniciar o estudo dessa classe de palavras. Caracterização dos advérbios Semanticamente, o advérbio tem signi- ficação interna no idioma (exceção para os advérbios de modo, derivados de adjetivos) e fornecem uma circunstância, uma ideia para a ação verbal. São assim modificadores do verbo por excelência. O conceito de advérbio é estendido também para os modificadores dos adjetivos e dos próprios advérbios. Equivale a dizer, portanto, que o advérbio fornece uma circunstância ao verbo, ao adjetivo e ao próprio advérbio. Estudou muito. (advérbio modificando verbo) Estava muito cansada. (advérbio modificando adjetivo Falou pausadamente. (advérbio modificando ver- bo) Falou muito. (advérbio modificando verbo) Faloumuitopausadamente.(advérbiomodificando advérbio) Morfologicamente, o advérbio é um mor- fema gramatical (de significação interna – à exceção dos de modo derivados de adjetivos) que não se flexiona. Ela falou pausadamente. Elas falaram pausadamente. Funcional ou sintaticamente, o advérbio é uma palavra dependente, isto é, um determinan- te do verbo. Está presente para determiná-lo (ou ao adjetivo ou a outro advérbio). Por ser sempre determinante (DET) de um verbo, está restrito à função de adjunto adverbial (complemento cir- cunstancial). O homem não encontrou a namorada. SV: O homem encontrou a namorada. SN: O homem SN: a namorada Advérbio: não (modifica a ideia do verbo) O homem não encontrou a namorada. (ad- junto adverbial) Ela falava muito pausadamente. S. Adv.: muito pausadamente N:DETVERBO : pausadamente (advérbio) – ad- junto adverbial DETADVÉRBIO : muito (advérbio) – adjunto adverbial No último exemplo, ocorrem dois advérbios: um modifica o verbo, outro modifica o advérbio de modo. Ambos os advérbios são classificados sintaticamente como adjuntos adverbiais. Adjunto adverbial é um termo dependente (satélite) do verbo e determina-lhe uma circunstân- cia (de tempo, de modo, de lugar, de negação, de dúvida...). Advérbios Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 6. 2 EM_V_GRA_011 Estudo semântico dos advérbios Os advérbios são agrupados semanticamente de acordo com as circunstâncias que traduzem. Assim, temos: advérbios de tempo;•• advérbios de lugar;•• advérbios de modo;•• advérbios de negação;•• advérbios de afirmação;•• advérbios de dúvida;•• advérbios de intensidade.•• Advérbios de tempo Exemplos:`` já, sempre, hoje, amanhã, anteontem, agora, então... Ela saiu ontem. Saia daqui já! Ela não pôde vir anteontem. “(...) depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo (...)” Advérbios de lugar Exemplo:`` aqui, lá, ali, acolá... Ela mora aqui. Ela saiu daqui. Ali estava ela, como todos os seus irmãos. “(...) ele negou, dizendo que ia ali roubar o camelo de um drogomano (...)” Advérbios de modo Exemplos:`` assim, calmamente, pausadamente, lentamente... Não fale assim. Ela falava calmamente. Fale baixo, por favor. Ela saiu discretamente. (advérbio de modo) Advérbios de negação Exemplos:`` não, absolutamente. Ela não falou nada. “Mas não quero parecer que me detenho em coisas miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios mais altos...” Advérbios de afirmação Exemplo:`` sim, certamente... Ela certamente fará isso. Ela saiu, sim. Advérbios de dúvida Exemplo:`` talvez, possivelmente, provavelmente... Talvez ela chegue atrasada. Ela possivelmente não estudou. Advérbios de intensidade Exemplo:`` muito, bastante, meio, pouco... Ela saiu muito. Estava bastante nervosa. Estou meio preocupado. “Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude.” Observe na tira a seguir, o advérbio bem. Ge- ralmente, tem valor semântico de modo, mas em frases como a do terceiro quadrinho, assume valor de intensidade. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 7. 3 EM_V_GRA_011 IESDEBrasilS.A. Advérbios interrogativos Os advérbios interrogativos são aqueles empre- gados nas interrogativas incompletas com o objetivo de se determinar uma circunstância para a ação verbal. Podem aparecer em interrogativas diretas ou em interrogativas indiretas. Por que (causa) Por que•• estavas tão nervosa? (Qual a cau- sa...) Estavas tão nervosa,•• por quê? Diga-me•• por que não vieste. “•• Por que não teria ele a sua igreja?” Como (modo) Como•• ela saiu? (De que modo...) Não sei•• como ela morreu. Quando (tempo) Quando•• você virá? Ela não disse•• quando mamãe chegará. Onde (lugar) Onde•• você estava? Perguntei•• onde você encontrou o livro. Aonde é variante de onde nos casos em que há a ideia de movimento para, direção. Donde é contração de de onde, e está em desuso na maior parte das regiões do Brasil atualmente. Aonde ela vai? Não quero saber aonde você quer chegar. De onde (Donde) ela vem? Estudo mórfico dos advérbios Osadvérbios,porseremmorfemasinvariáveis,não sofrem flexões. Entretanto, os advérbios de modo, derivados de adjetivos, têm a categoria grau, assim como seus primitivos adjetivos. Lembre-se de que grau não é flexão, mas um tipo de manifestação de derivação. Graus dos advérbios Como dissemos no estudo dos adjetivos, a categoria gramatical grau denota uma gradação da informação. Assim, o advérbio pode vir em três graus: o normal, o comparativo e o superlativo. a) Grau comparativo CONCEITO: ocorre grau comparativo quando se comparam dois seres por uma circunstância de ação verbal comum aos dois. COMPARAÇÃO: João fala mais calmamente que José. O grau comparativo pode ser: de igualdade: tão calmamente quanto (como); de superioridade: mais calmamente (do) que; de inferioridade: menos calmamente (do) que. Deve-se atentar para as formas anômalas dos advérbios bem e mal: respectivamente, melhor e pior. Falo bem, mas você fala melhor. Entretanto, se ao advérbio segue particípio pas- sado verbal, devem-se usar as formas “mais bem” e “mais mal”. Observe os exemplos. Ele está mais bem preparado para a prova que eu. (padrão) Ele está melhor preparado para a prova que eu. (desvio) O presidente foi mais bem recebido que o go- vernador. (padrão) Ele foi à festa mais mal vestido que o irmão. (padrão) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 8. 4 EM_V_GRA_011 b) Grau superlativo Ocorre grau superlativo quando se destaca um ser dentre outros por uma circunstância de ação verbal. 1. Superlativo intensivo O superlativo intensivo ocorre quando um ser, inserido numa relação, num conjunto, se destaca pela circunstância de sua ação verbal. João fala o mais lentamente possível. O superlativo relativo pode ser: de•• superioridade: o mais lentamente pos- sível; de•• inferioridade: o menos lentamente pos- sível. 2. Superlativo absoluto O superlativo absoluto ocorre quando um ser tem a circunstância de sua ação verbal destacada por si só. João fala muito lentamente. Assim, o superlativo absoluto pode ser: analítico:•• muito (extremamente...) lentamente sintético:•• lentissimamente O grau superlativo absoluto sintético dos advér- bios faz-se acrescentando a terminação –a-mente ao adjetivo superlativado. lento lentíssimo (adjetivo) lentamente lentissimamente (advérbio) amável amabilíssimo (adjetivo) amavelmente amabilissimamente (advérbio) comum comuníssimo (adjetivo) comumente comunissimamente (advérbio) cruel crudelíssimo (adjetivo) cruelmente crudelissimamente (advérbio) Adjetivo em uso adverbial É cada vez mais frequente em nossa língua o emprego do adjetivo como advérbio. Exemplos não faltam. Observe. É um homem alto. (adjetivo – variável) É uma mulher alta. (adjetivo – variável) Ele fala alto. (advérbio – invariável) Ela fala alto. (advérbio – invariável) Divulgação:Skol. A cerveja que desce “redondo” – adjetivo torna-se advérbio. Você, provavelmente, já deve ter visto essa propaganda. Já parou para se perguntar por que a palavra “redondo” permanece invariável? Porque ela se refere ao verbo: “redondo” nesse caso não é adjetivo, mas um advérbio de modo – a cerveja não é redonda, redondo é o modo como ela desce. Veja outros exemplos: Ela saiu daqui rápido. (rapidamente) Ela fala grosso. (de modo grosso) Locuções adverbiais Locução adverbial equivale ao advérbio na fun- ção, mas forma-se, estrutura-se, de maneira distinta. Também exerce a função de adjunto adverbial. As locuções adverbiais são, geralmente, estru- turadas como sintagmas nominais preposicionados. Observe: Ela chegou•• ontem. (advérbio de tempo) Ela chegou•• na semana passada. (locução adverbial de tempo) Observe que o advérbio “ontem” e o sintagma “na semana passada” têm mesmo valor semântico, isto é, servem para indicar o tempo em que ocorre a ação verbal. A diferença entre esses termos é apenas a estruturação: “na semana passada” é um sintagma nominal preposicionado que tem valor de advérbio. Isso signigica que, sintaticamente, locuções adver- biais e advérbios são sempre adjuntos adverbiais. Você então pode perceber que as locuções adver- biais ampliam nossas possibilidades de modificar o verbo. Veja exemplos de locuções adverbiais com ad- vérbios correspondentes. Ela chegou•• ontem. (advérbio – adjunto ad- verbial) Ela chegou•• no dia anterior. (locução adver- bial – adjunto adverbial) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 9. 5 EM_V_GRA_011 Veja esta locução adverbial: “Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja.” (loc. adv. tempo – adjunto adverbial) Veja agora outras oposições advérbio – locução adverbial. Ela está•• aqui. Ela está•• neste lugar. Ela falou•• calmamente. Ela falou•• com calma. As locuções adverbiais podem ter as seguintes estruturas: PREPOSIÇÃO + SINTAGMA NOMINAL (mais comum) PREPOSIÇÃO + SINTAGMA ADJETIVAL PREPOSIÇÃO + SINTAGMA ADVERBIAL Vá•• ao colégio. (preposição + sintagma no- minal) Ela foi reprovada•• de nervoso. (preposição + sintagma adjetival) Vá•• por aqui. (preposição + sintagma adver- bial) Você pode observar também que, ao passo que só há sete tipos de advérbios (de acordo com sua classificação semântica no português do Brasil), as locuções adverbiais podem assumir valores semân- ticos que os advérbios, sozinhos, não assumem. Observe os exemplos abaixo. Saí com Genespabla. (companhia) Apesar do frio, saí. (concessão) Mesmo cansado, trabalhou o dia todo. (con- cessão) Falava como um papagaio. (comparação) Segundo Newton, a força retira um corpo do equilíbrio. (conformidade) Com chuva, ninguém sairá na próxima semana. (condição) Com a chuva, não pudemos sair. (causa) Morreu de tuberculose. (causa) Falávamos de mim. (assunto) Saímos de carro. (meio) Matou-o com um cutelo. (instrumento) Estudo para o vestibular. (fim ou finalidade) Quanto mais telefones, melhor será o atendi- mento. (proporção) Comprei o livro por vinte reais. (preço) Para mim, ele não sabe aquilo. (opinião) Estudo sintático do advérbio O advérbio é uma categoria nominal. Vamos estudar, agora, como ele se comporta sintaticamente no texto. Colocação do advérbio O advérbio e as locuções adverbiais se colo- cam naturalmente após o verbo, no final da oração. Entretanto há casos de advérbios, como não, que se antepõem ao verbo. Observe. Ele não costuma sair tarde daqui. Ela saía de casa às duas horas da manhã. O deslocamento do advérbio (ou da locução adverbial), costuma realçá-lo. Inclusive, caso a locu- ção tenha duas palavras ou mais, é de regra isolá-la pela vírgula. Às duas horas da manhã, ela saía de casa. Ela, às duas horas da manhã, saía de casa. No caso de adjunto adverbial não-extenso, seu isolamento pela vírgula depende dos critérios esti- lísticos do autor. Aqui, só há morte. (com pausa) Aqui não há ninguém. (sem pausa) Na repetição do advérbio de modo, a fim de se evitar a repetição da terminação “-mente”, é de regra pô-la apenas no último advérbio a ser colocado na coordenação. Os demais, porém, continuam sendo advérbios de modo. Nos exemplos a seguir, os advérbios de modo estão destacados. Ele falava calma e pausadamente. Ela andava bela e rapidamente. Relação de regência entre o substantivo e o adjetivo Identificamos o verbo como o termo nuclear, re- gente, principal, e o advérbio (e a locução adverbial) como o termo satélite, regido, subordinado. sair agora sair neste momento verbo (regente): sair Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 10. 6 EM_V_GRA_011 advérbio (regido): agora locução adverbial (regido): neste momento Concordância do advérbio Por ser o termo invariável, o advérbio não se flexiona nem em gênero nem em número. Estavam menos cansados. Estavam menos cansadas. Estava meio cansado. Estava meio cansada. (UFV-MG) Em todas as alternativas há dois advérbios,1. exceto: Ele permaneceu muito calado.a) Amanhã, não iremos ao cinema.b) O menino, ontem, cantou desafinadamente.c) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.d) Ela falou calma e sabiamente.e) Solução:`` A Na alternativa “B”, ocorre um advérbio de tempo (ama- nhã) e outro de negação (não); no item “C”, um de tempo (ontem), outro de modo (desafinadamente); em “D”, um de modo (tranquilamente), outro de tempo (hoje); em “E”, dois advérbios de modo (calmamente – e sabiamente). Apenas no item “A” se verifica um advérbio apenas: calado é adjetivo e muito é advérbio de intensidade. (FUVEST) Reescreva a passagem: “Humildemente2. pensando na vida...”, substituindo o advérbio por uma locução adverbial correspondente. Solução:`` Basta que se identifique o advérbio (humildemente). Assim, basta criarmos um sintagma preposicionado que lhe seja equivalente. Com humildade (simplicidade) pensando na vida... De modo humilde pensando na vida... (FEI-SP) Substitua a expressão destacada por um ad-3. vérbio de significação equivalente. Recebeu a repreensãoa) sem dizer palavras. Falava sempreb) no mesmo tom. Aceitou tudoc) sem se revoltar. Trataram-med) como irmão. Solução:`` Recebeu a repreensão silenciosamente. Falava sempre monotonamente. Aceitou tudo pacificamente. Trataram-me fraternamente. Leia atentamente o texto abaixo.4. A atração exercida pelo âmbar sobre pequenos corpos, quando esfregado com lã ou com pele de alguns animais, era conhecida dos gregos há séculos, mas só em 1600 o inglês William Gilbert (1544-1603), médico da rainha da Inglaterra, procurou refazer experiências e revisar as explicações de outros autores e pesquisadores. Reuniu suas conclusões no livro De Magnete, um dos primeiros clássicos da literatura científica. Foi Gilbert quem criou o termo eletricidade quando descobriu outras substâncias que, como o âmbar, se eletrizavam por atrito. Como âmbar, em grego, é elektron ele chamou essas substâncias de elétricas. Para a força elétrica que atraía os corpos, deu o nome de vis electrica. Gilbert preocupou-se também em avaliar quantitativamen­te essa força e para isso criou uma espécie de bússola elétrica, o versorium. (GASPAR, Alberto. Física. Eletromagnetismo/ Física Moderna. São Paulo: Ática, 2000. p. 11.) Analise as afirmações abaixo. No primeiro parágrafo, ocorre uma locução adver-I. bial que traduz ideia de tempo. No segundo parágrafo, a palavraII. como em suas ocorrências está introduzindo a mesma noção se- mântica. Segundo o texto, a única forma de um corpo serIII. eletrizado é por atrito. Quais estão corretas? I apenas.a) I e II apenas.b) I e III apenas.c) II e III apenas.d) I, II e III.e) Solução:`` A CORRETA: a locução adverbial “em 1600” encerraI. ideia de tempo. INCORRETA: no parágrafo há ideia de comparaçãoII. em “como o âmbar” e de causa em “como âmbar, em grego, é elektron...” Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 11. 7 EM_V_GRA_011 INCORRETA: os corpos podem ser eletrizados porIII. atrito, por contato ou por indução. Igreja do Diabo Machado de Assis Capítulo I De uma ideia mirífica Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a ideia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhadocomopapelavulsoqueexerciadesdeséculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões e destruí-las de uma vez. – Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo. Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunicar-lhe a ideia, e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de ódio, ásperos de vingança, e disse consigo: – Vamos, é tempo. E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou todas as províncias do abismo, arrancou da sombra para o infinito azul. Capítulo II Entre Deus e o Diabo Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou ao céu. Os serafins que engrinaldavam o recém-chegado, detiveram-se logo, e o Diabo deixou-se estar à entrada com os olhos no Senhor. – Que me queres tu? perguntou este. – Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o Diabo rindo, mas por todos os Faustos do século e dos séculos. – Explica-te. – Senhor, a explicação é fácil; mas permiti que vos diga: recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai que as mais afinadas cítaras e alaúdes o recebam com os mais divinos coros... – Sabes o que ele fez? perguntou o Senhor, com os olhos cheios de doçura. – Não, mas provavelmente é dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito que o céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou edificar uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha desorganização, do meu reinado casual e adventício. É tempo de obter a vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação... Boa ideia, não vos parece? – Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor. – Tendes razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos mestres. Verdade é que neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e uma tal exigência... Senhor, desço à terra; vou lançar a minha pedra fundamental. – Vai. – Quereis que venha anunciar-vos o remate da obra? – Não é preciso; basta que me digas desde já por que motivo, cansado há tanto da tua desorganização, só agora pensaste em fundar uma igreja. O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha alguma ideia cruel no espírito, algum reparo picante no alforje de memória, qualquer coisa que, nesse breve instante de eternidade, o fazia crer superior ao próprio Deus. Mas recolheu o riso, e disse: – Só agora concluí uma observação, começada desde alguns séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas de algodão. Ora, eu proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê-las todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda pura... – Velho retórico! murmurou o Senhor. – Olhai bem. Muitos corpos que ajoelham aos vossos pés, nos templos do mundo, trazem as anquinhas da sala e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços cheiram aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de curiosidade e devoção entre o livro santo e o bigode do pecado. Vede o ardor, – a indiferença, ao menos, – com que esse cavalheiro põe em letras públicas os benefícios que liberalmente espalha, – ou sejam roupas ou botas, ou moedas, ou quaisquer dessas matérias necessárias à vida... Mas não quero parecer que me detenho em coisas miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios mais altos... Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 12. 8 EM_V_GRA_011 Nisto os serafins agitaram as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olhar de súplica. Deus interrompeu o Diabo. – Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um espírito da tua espécie, replicou-lhe o Senhor. Tudo o que dizesoudigasestáditoereditopelosmoralistasdomundo. É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade para renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te retires. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto os sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião parece enjoado; e sabes tu o que ele fez? – Já vos disse que não. – Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio, ia salvar-se numa tábua; mas viu um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou na eternidade. Nenhum público: a água e o céu por cima. Onde achas aí a franja de algodão? – Senhor, eu sou, como sabeis, o espírito que nega. – Negas esta morte? – Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, para um misantropo, é realmente aborrecê-los... – Retórico e sutil! exclamou o Senhor. Vai, vai, funda a tua igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens... Mas, vai! vai! Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mais. Deus impusera-lhe silêncio; os serafins, a um sinal divino, encheram o céu com as harmonias de seus cânticos. O Diabo sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na terra. Capítulo III A boa nova aos homens Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu- se pressa em enfiar a cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária,comumavozquereboavanasentranhasdo século.Eleprometiaaosseusdiscípulosefiéisasdelíciasda terra,todasasglórias,osdeleitesmaisíntimos.Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas. – Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil e airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo... Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada. Clamavaelequeasvirtudesaceitasdeviamsersubstituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia,comadiferençaqueamãeerarobusta,eafilha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: “Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu...” O mesmo disse da gula, que produziu as melhores páginas de Rabelais, e muitos bons versos de Hissope; virtude tão superior, que ninguém se lembra das batalhas de Luculo, mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez imortal. Mas, ainda pondo de lado essas razões de ordem literária ou histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela virtude, quem negaria que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons manjares, em grande cópia, do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de propriedades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento. As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloquência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs. Nadamaiscurioso,porexemplo,doqueadefiniçãoqueele davadafraude.Chamava-lheobraçoesquerdodohomem; o braço direito era a força; e concluía: muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada.Ademonstração,porém,maisrigorosaeprofunda,foi a da venalidade. Um casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos.Setupodesvenderatuacasa,oteuboi,oteusapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no absurdo e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégioquesenegaaocaráter,àporçãomoraldohomem? Demonstrado assim o princípio, o Diabo não se demorou Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 13. 9 EM_V_GRA_011 em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o queeraexerceraomesmotempoavenalidadeeahipocrisia, isto é, merecer duplicadamente. E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está claro que combateu o perdão das injúrias e outras máximas de brandura e cordialidade. Não proibiu formalmente a calúnia gratuita, mas induziu a exercê-la mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra espécie; nos casos, porém, em que ela fosse uma expansão imperiosa da força imaginativa, e nada mais, proibia receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar a transpiração. Todas as formas de respeito foram condenadas por ele, como elementos possíveis de um certo decoro social e pessoal; salva, todavia, a única exceção do interesse. Mas essa mesma exceção foi logo eliminada, pela consideração de que o interesse, convertendo o respeito em simples adulação, era este o sentimento aplicado e não aquele. Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortarportodaasolidariedadehumana.Comefeito,oamor do próximo era um obstáculo grave à nova instituição. Ele mostrou que essa regra era uma simples invenção de parasitas e negociantes insolváveis; não se devia dar ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou desprezo.Chegoumesmoàdemonstraçãodequeanoção de próximo era errada, e citava esta frase de um padre de Nápoles, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma dasmarquesasdoantigoregime:“Leveabrecaopróximo! Não há próximo!” A única hipótese em que ele permitia amaraopróximoeraquandosetratassedeamarasdamas alheias,porqueessaespéciedeamortinhaaparticularidade denãoseroutracoisamaisdoqueoamordoindivíduoasi mesmo. E como alguns discípulos achassem que uma tal explicação, por metafísica, escapava à compreensão das turbas, o Diabo recorreu a um apólogo: “Cem pessoas tomam ações de um banco, para as operações comuns; mas cada acionista não cuida realmente senão nos seus dividendos: é o que acontece aos adúlteros. Este apólogo foi incluído no livro da sabedoria”. Capítulo IV Franjas e franjas A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja capa de veludo acabava em franja de algodão, uma vez puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tempo abençoou a instituição. A igreja fundara-se; a doutrinapropagava-se;nãohaviaumaregiãodogloboque não a conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de triunfo. Um dia, porém, longos anos depois notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes. Não as praticavam todas, nem integralmente, mas algumas, por partes, e, como digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do erário restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos falavam, uma ou outra vez, com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer que estavam embaçando os outros. A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram até incompreensíveis, como o de um droguista do Levante, que envenenara longamente uma geração inteira, e, com o produto das drogas, socorria os filhos das vítimas.NoCairo,achouumperfeitoladrãodecamelos,que tapava a cara para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, lançou-lhe em rosto o procedimento; ele negou,dizendoqueiaaliroubarocamelodeumdrogomano; roubou-o,comefeito,àvistadoDiaboefoidá-lodepresente a um muezim, que rezou por ele a Alá. O manuscrito beneditino cita muitas outras descobertas extraordinárias, entre elas esta, que desorientou completamente o Diabo. Um dos seus melhores apóstolos era um calabrês, varão de cinquenta anos, insigne falsificador de documentos, que possuíaumabelacasanacampanharomana,telas,estátuas, bibliotecaetc.Eraafraudeempessoa;chegavaameter-sena camaparanãoconfessarqueestavasão.Poisessehomem, não só não furtava ao jogo, como ainda dava gratificações aos criados. Tendo angariado a amizade de um cônego, ia todas as semanas confessar-se com ele, numa capela solitária; e, conquanto não lhe desvendasse nenhuma das suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se, e ao levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havia que duvidar; o caso era verdadeiro. Nãosedeteveuminstante.Opasmonãolhedeutempode refletir,comparareconcluirdoespetáculopresentealguma coisaanálogaaopassado.Vooudenovoaocéu,trêmulode raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse-lhe: – Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana. “Só agora concluí uma observação, começada desde alguns1. séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande nú- mero comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas de algodão.” Nesse trecho do texto, o Diabo concluiu que: mantos de veludo que rematados em franjas de al-a) godão são menos valiosos que os mantos de seda. nenhuma virtude é grande o suficiente para escon-b) der um pequeno defeito. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 14. 10 EM_V_GRA_011 as virtudes nunca estão passíveis de ser derrotadasc) pelos defeitos. rainhas cujo manto de veludo rematam em franjasd) de algodão não têm virtudes. franjas de algodão são comparáveis às característi-e) cas mais virtuosas de uma pessoa. A eterna contradição humana descoberta pelo Diabo no2. final do texto é caracterizada pelo fato de que: o homem não segue fielmente nenhuma religião.I. nenhum homem apresenta defeitos que superemII. suas virtudes. uma vez conseguido as regras que sempre dese-III. jou, o homem tende a violá-las secretamente. Quais estão corretas? Apenas I.a) Apenas II.b) Apenas III.c) Apenas I e II.d) Apenas II e III.e) Ao final do terceiro capítulo, o Diabo recorre a um apólogo3. para: justificar o adultério como um mandamento quea) não se contradiz com o outro, de que não se deve amar o próximo. explicar por que o adúltero que ama sua amanteb) desrespeita preceitos da Igreja do Diabo. equiparar-se a Cristo no tocante às parábolas deste.c) mostrar a Deus que ele também sabe falar uma lin-d) guagem compreensível pelos fiéis. zombar de seus fiéis, que não conseguem entendere) preceitos simples da Igreja do Diabo. “Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo4. de refletir, comparar e concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga ao passado. Voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica.“ Indique as circunstâncias que expressam os advérbios e locuções adverbiais assinalados no trecho acima. “Tendo angariado a amizade de um cônego, ia5. todas as semanas confessar-se com ele, numa capela solitária [...]” Substitua a locução assinalada no trecho acima por um advérbio que lhe seja equivalente. (U6. nicamp) Leia atentamente o seguinte trecho de uma entrevista: Pergunta: O Sr. Fala em respeito à Constituição. Não é contraditório, então, colocar a não-posse do vice Itamar em caso de impeachment? Resposta: Você não acha que um impeachment imposto não é rasgar a Constituição? (Entrevista com o governador Antônio Carlos Magalhães, Isto É, 24 jun.1992.) Se tomada literalmente, a fala de A.C.M. tem um sentido que é o oposto do pretendido. Qual o sentido literal da fala de A.C.M.?a) Reescreva a fala de A.C.M.b) A forma da pergunta pode ter influenciado a formac) da resposta. Qual a característica formal que torna a resposta de A.C.M. semelhante à pergunta do repórter? (U7. nicamp) A breve tira abaixo fornece um bom exem- plo de como o contexto pode afetar a interpretação e até mesmo a análise gramatical de uma sequência linguística. Supondo que a fala da moça fosse lida fora do con-a) texto dessa tira, como você a entenderia? Se a fala da moça fosse considerada uma continu-b) ação da fala do rapaz, poderia ser entendida como uma única palavra de derivação não prevista na lín- gua portuguesa. Que palavra seria e o que signifi- caria? As duas leituras possíveis para a fala da moça nãoc) estão em contradição; ao contrário, reforçam-se. O que significara essa fala, se fizermos simultanea- mente as duas leituras? Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 15. 11 EM_V_GRA_011 Texto para a questão 8. O Atheneu “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Atheneu. Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das illusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso.” (F8. uvest - adap.) “[...] à porta do Atheneu [...]” no pri- meiro parágrafo é adjunto adverbial. Indique no texto a seguir os termos ou locuções que também são adjuntos adverbiais. “Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico...”. Texto para a questão 9. Esparsa – Ao desconcerto do Mundo Luís de Camões Os bons vi sempre passar No Mundo graves tormentos; E para mais me espantar, Os maus vi sempre nadar Em mar de contentamentos. Cuidando alcançar assim O bem tão mal ordenado, Fui mau, mas fui castigado, Assim que só para mim Anda o Mundo concertado. (In: Redondilhas – obras completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1963, p. 475-476.) (U9. nesp) Vocábulos como Bom e Bem, Mau e Mal, em virtude da variedade de seu uso em nossa língua, não po- dem ser classificados senão após se examinar o contexto de cada frase. Isto se verifica nos poemas em pauta. Com base nestas observações: aponte a classe e a função sintática de Bem, noa) sétimo verso de Camões; aponte a classe e a função sintática de Mau, nob) oitavo verso de Camões. (F10. uvest) “Súbito deu-me a consciência um repelão [...]” Substitua o termo “súbito” por outra palavra ou ex-a) pressão que conserve o mesmo sentido. b) Dê a classe gramatical da palavra súbito no contexto transcrito. (U1. nesp) Observe os seguintes fragmentos do texto: “[...]viveremvozALTA.”e“[...]queligasseorádioumpouco ALTO...” Indique a classe gramatical das palavras em maiúsculo e o processo de derivação que ocorre no segundo fragmento. (F2. uvest) Para se candidatar a um emprego, o recém-forma-I. do compete com levas de executivos de altíssimo gabarito, desempregados. O jovem, sem experiên- cia, literalmente, dança. Acostumados às apagadas, às vezes literalmen-II. te, mulheres dos dirigentes do Kremlin, os russos achavam que ela era influente demais, exibida, ar- rogante. O advérbio “literalmente” está adequadamente em-a) pregado nos dois textos? Justifique sua resposta. A que palavra, em II, se refere a expressão “às ve-b) zes literalmente”? Qual o duplo sentido produzido pela relação que aí se estabeleceu? (Uece) Conforme o contexto, está classificada3. corre- tamente a palavra: “olhar”, em “Você tem certeza de que está fazendoa) o seu amor bonito? De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?”: verbo. “pouca”, em “Quem ama feio não sabe que poucab) atenção pode ser toda a atenção possível. Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção co- brando a que deixou de ter”: advérbio. “você”, em “seja apenas você no auge de sua emo-c) ção e carência”: substantivo. “suficiente”, em “Ame-se o suficiente para ser capazd) de gostar do amor e só assim poder começar a ten- tar fazer o outro feliz.”: adjetivo. Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 16. 12 EM_V_GRA_011 Texto para a questão 4. [...] As angústias dos brasileiros em relação ao português são de duas ordens. Para uma parte da população, a que não teve acesso a uma boa escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posições, o problema é sobretudo com a gramática. É esse o público que consome avidamente os fascículos e livros do professor Pasquale, em que as regras básicas do idioma são apresentadas de forma clara e bem-humorada. Para o segmento que teve oportunidade de estudar em bons colégios, a principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer a essa demanda que um novo tipo de profissional surgiu: o professor de português especializado em adestrar funcionários de empresas. Antigamente, os cursos dados no escritório eram de gramática básica e se destinavam principalmente a secretárias. De uns tempos para cá, eles passaram a atender primordialmente gente de nível superior. Em geral, os professores que atuam em firmas são acadêmicos que fazem esse tipo de trabalho esporadicamente para ganhar um dinheiro extra. “É fascinante, porque deixamos de viver a teoria para enfrentar a língua do mundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente pela Universidade de São Paulo [...] (LIMA João Gabriel de. Falar e escrever, eis a questão. VEJA, 7 nov. 2001, n. 1725.) (ITA) O adjetivo “principal” permite inferir que a clareza4. é apenas um elemento dentro de um conjunto de dificul- dades, talvez o mais significativo. Semelhante inferência pode ser realizada pelos advérbios: avidamente, principalmente, primordialmente.a) sobretudo, avidamente, principalmente.b) avidamente, antigamente, principalmente.c) sobretudo, principalmente, primordialmente.d) principalmente, primordialmente, esporadicamente.e) Texto para a questão 5 Soneto de fidelidade Vinicius de Moraes De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. (Ufscar)5. No segundo verso do poema, no qual o poeta mostra como tratará o seu amor, as expressões “com tal zelo”, “sempre” e “tanto” dão, respectivamente, ideia de: modo, intensidade, modo.a) modo, tempo, intensidade.b) tempo, tempo, modo.c) finalidade, tempo, modo.d) finalidade, modo, intensidade.e) (Ufc)6. Leia as frases a seguir. AQUI continua um paraíso.I. AQUI ele chegou em 1930.II. AQUI onde ele mora viveu José de Alencar.III. AQUI faz muito calor.IV. Em relação aos termos destacados, pode-se afirmar que: expressam informação secundária, em I, III e IV.a) indicam a posição próxima do ouvinte, em II e III.b) assumem a mesma função na frase, em I, II e III.c) há uma preposição implícita, em II, III e IV.d) os termos assumem a mesma função, em I, II e IV.e) (Ufu-MG)7. Em todas as alternativas a palavra em des- taque indica circunstância de tempo, exceto: “MasEduardotampoucoestavadeacordoeeraumaa) opinião de peso, já que o comerciante concorda em dividir as despesas do enterro.” (J. Amado) “Ao seu lado, solidários na dor e na cabeça, vaga-b) bundos diversos faziam coro às suas lamentações e suspiros. Já tivera conhecimento da notícia, com- preendeu Curió ao ver a cena.” (J. Amado) “Chegara o tempo do merecido descanso.c) Já po- deria falar livremente de Joaquim Soares da Cunha, louvar-lhe a conduta de funcionário, esposo e pai.” (J. Amado) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 17. 13 EM_V_GRA_011 “Masd) já estavam atrasados para a peixada de Mestre Manuel e o jeito, daí a pouco, foi despertar Quincas.” (J. Amado) “A pergunta coçava-lhe a garganta, não resistiu: –e) O padre já veio?” (J. Amado) (UFV-MG) “Advérbio é a palavra mais ou menos in-8. variável que modifica um verbo, um adjetivo ou outro advérbio.” O “mais ou menos invariável” atribuído ao advérbio tem sua razão de ser devido à possibilidade de receber um sufixo indicativo de grau nos advérbios na frase não carnavalizada em: os advérbios mais amáveis são SIM, BEM, MUITOa) BEM. aprendemos cedo a identificar o advérbio; estamosb) ‘perto de’ o esquecer? formam-se advérbios de modo normalmente jun-c) tando-se ao feminino dos adjetivos o sufixo MEN- TE: gostosamente, calmamente, tranquilamente, dormente, semente. excetuam-se CLEMENTE e PORTUGUESMENTE,d) que se formam de palavras masculinas. os advérbios mais antipáticos são NÃO, NUNCA, JA-e) MAIS. (UEL) Pergunta-se QUANTOS são AO CERTO OS que9. foram premiados. As classes a que pertencem as expressões em destaque na frase acima são, respectivamente: advérbio de intensidade, locução prepositiva, artigo de-a) finido. pronome interrogativo, advérbio de modo, artigo defi-b) nido. advérbio de intensidade, locução prepositiva, pronomec) demonstrativo. pronome interrogativo, locução adverbial, pronomed) demonstrativo. pronome indefinido, locução adverbial, artigo definido.e) (UFSM) No período a seguir, encontram-se cinco pala-10. vras destacadas. Uma delas, se usada em outro contexto, poderá assumir a forma de um verbo, tornando-se homônima perfeita com outro significado. Identifique-a, assinalando a letra correspondente. “Os HUMANOS (a) já nascem com a MENTE (b) voltada para as GUERRAS (c) e são INFINITAMENTE (d) mais FEROZES (e).” Leia o seguinte trecho do conto11. A Igreja do Diabo, de Machado de Assis. “E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.” Baseado no trecho, responda: Indique a circunstância expressa pelo advérbioa) e pela locução adverbial, ambos destacados. Qual o ponto comum entre os movimentos lideradosb) por Maomé e Lutero no tocante à reação da Igreja Católica? Explique. (AFA) Em relação aos advérbios destacados, numere12. a 2.ª coluna de acordo com a 1.ª e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. Cada número pode ser usado mais de uma vez, ou não ser usado. 1 – Afirmação 2 – Modo 3 – Tempo 4 – Intensidade “O poeta é um fingidor.( )( Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.” (F. Pessoa) A criada sentiu-se( )( realmente assustada. O filme era( )( terrivelmente assustador. Os alunos não são( )( mais crianças O padre chegou( )( mais cedo que os fiéis. 1, 1, 4, 3, 4a) 2, 2, 2, 4, 4b) 1, 4, 4, 3, 4c) 1, 1, 4, 3, 3d) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 18. 14 EM_V_GRA_011 B1. C2. A3. Ao céu: lugar; de raiva: causa; tão: intensidade; com4. infinita complacência: modo. Tendo angariado a amizade de um cônego, ia5. semanal- mente confessar-se com ele, numa capela solitária. 6. Você não acha que uma) impeachment imposto é respeitar a Constituição? Você não acha que umb) impeachment imposto é rasgar a Constituição? A presença de uma dupla negação tanto na per-c) gunta do repórter quanto na de ACM. 7. Se a fala da moça fosse lida fora do contexto da tira,a) entender-se-ia que ”Homem é mentiroso”. A palavra seria o resultado do processo de deriva-b) ção sufixal do radical “homem” mais a terminação “mente” (homem + mente = “homemente”), que forma um advérbio de modo. Sendo assim, a pala- vra significaria “à maneira do homem”. Se fizermos simultaneamente as duas leituras, ac) fala significará que “a maneira do homem é a de mentir”. Bastante, depois, num gesto, exoticamente, na estufa8. de carinho. 9. Substantivo e objeto direto.a) Adjetivo e predicativo do sujeito.b) 10. De repente deu-me a consciência um repelão [...]”a) Súbito – funciona como advérbio.b) Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 19. 15 EM_V_GRA_011 ALTA: adjetivo ALTO: advérbio, por derivação imprópria1. 2. Não.a) Apenas em II está sendo usado de modo adequa- do. Em II, o verbo DANÇA permite a interpretação no sentido não literal de: “sair-se mal”, “pode-se prejudicar”. Expressão “às vezes literalmente” refere-se a “apa-b) gadas”. Em sentido literal, as mulheres soviéticas chegam a ser excluídas, suprimindo qualquer refe- rência sobre elas. Em sentido não-literal, as mulhe- res soviéticas são inexpressivas, sem reação. C3. D4. B 5. D6. A7. B8. D9. B10. 11. Circunstâncias dea) negação e lugar. Perseguiçãob) , embora os contextos da reação a ambos os movimentos seja diferente: o combate ao Islamismo está inserido dentro do movimento cruzadista medieval de caça ao infiel; e o comba- te ao luteranismo insere-se no contexto da não- aceitação de outra vertente para o Cristianismo na Europa Moderna. A12. “A dor que deveras sente” equivale a “A dor que sente verdadeiramente, mesmo, certamente” – advérbio de afirmação. “Acriadasentiu-serealmenteesgotada”(verdadeiramente esgotada, esgotada mesmo) advérbio de afirmação. “O filme era terrivelmente assustador” (bastante assus- tador, muito assustador) – advérbio de intensidade. “Os alunos não são mais crianças” (não são crianças agora, hoje, a partir de determinado momento) – advérbio de tempo. “O padre chegou mais cedo que os fiéis.” – advérbio de intensidade (modifica o advérbio “cedo”, atribuindo-lhe a categoria de grau). Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br
  • 20. 16 EM_V_GRA_011 Esse material é parte integrante do Aulas Particulares on-line do IESDE BRASIL S/A, mais informações www.aulasparticularesiesde.com.br