1. Kardec
GAZETA
Ponto ComCirculando Desde 7 de setembro de 2012 Ano 3 N0
44 Paraíba / Brasil Abril de 2016 Exemplar Cortesia
Grupo Vocal ENERGIA
Unindo voz e talento para encantar platéias
de São José dos Campos e do Brasil.
ENTREVISTA
PÁGINA 5
mentos espiritualistas.
E entra aquela questão que mexe com todo
mundo: Por quê a influência e a força das cren-
ças não são usadas para tornar a humanida-
de mais fraterna e solidária?
Ninguém pode negar que o mundo está
fragmentado pelas diferenças, pela contradi-
ção e pela injustiça.
Todavia, a nosso ver, pior seria se não exis-
tisse religião.
As religiões que tornam os homens melho-
res servem de apoio e de base para a estrutu-
ra pessoal e social dos seus adeptos.
Estimulam a prática do bem e do amor ao
próximo à medida que cada um vai assimilan-
do os ensinamentos morais e buscando a sua
própria reformulação de conduta no mundo
terreno.
Alguns segmentos religiosos, no entanto,
permanecem corrompidos, intolerantes e es-
cravos de preceitos dogmáticos que o mundo
em acelerado processo regenerativo não acei-
ta mais.
As religiões que se dizem “donas da verda-
de”, mas permanecem insensíveis às necessi-
dades básicas dos pobres do mundo, deixa-
rão de ser dignas representantes da palavra e
da vontade de Deus entre os seus seguidores.
A nossa “religião” Espírita deve ser tratada
para não se perder como um elo das religiões
do passado que dominavam as cidades e as
pessoas sob o império do medo e do pecado.
e esta pergunta for dirigida ao ateu
ele responderá, sem pestanejar, que
sim. Farão côro com ele também a
maioria dos cientistas e alguns seg-
O Espiritismo deve estar atento às mudan-
ças da sociedade terrena, à evolução do ser
humano, ao seu anseio por liberdade nas es-
colhas que necessita fazer para entender o “seu
Deus” como pai justo e misericordioso.
Não podemos permitir que o aspecto reli-
gioso da Doutrina desça ao nível da fé cega,
do dogma e do pecado original. Seja conduzida
por médiuns e personalidades que se apresen-
tam ao grande público como “tábua de salva-
ção” das pessoas sufocadas com seus proble-
mas existenciais.
Poucos entendem, mas o que faz o Espiri-
tismo diferente das outras religiões é a sua fi-
losofia humanista que nos ensina a ter mais
senso de responsabilidade no trato dos con-
ceitos sobre a natureza da vida, do ser huma-
no e da presença de um ser superior em nos-
so destino.
Se não conseguimos vislumbrar a luz do
conhecimento enquanto presos ao corpo físi-
co, na espiritualidade certamente abriremos
bem os olhos para as consequências naturais
do nosso desinteresse e de nossa preguiça na
busca da verdade que nos incomoda tanto.
Queiramos ou não, será assim.
Na espiritualidade, estaremos todos mais
sensíveis aos valores da vida superior. Lá, to-
dos despertarão para a realidade da vida eter-
na e descobrirão que as Leis Naturais que co-
ordenam a nossa evolução não têm dois pe-
sos e duas medidas.
Com ou sem religião, estaremos todos su-
jeitos a ingerência de um poder superior que
nos levará a refletir acerca de nossa posição
na comunidade dos espíritos que lutam pela
recomposição dos valores éticos e morais.
Como dizia Jesus em sua época: “Quem
me segue, anda na luz”.
S
Podemos viver sem RELIGIÃO?
ONDINA ALVERGA
Salvador - BA
A maneira mais eficaz de eliminar o Aedes aegypti é não deixá-lo
nascer. Mantenha a sua casa livre dos criadouros.
Evangelização para crianças e
jovens de nossas comunidades
mais pobres PÁGINA 4
CENTRO ESPÍRITA
Fraternidade Sem Fronteiras
promove intervenções sociais
para ajudar crianças de
Maputo, em Moçambique,
na África PÁGINA 4
SOLIDARIEDADE
Trabalho Infantil: Um tema
polêmico e incômodo que
ninguém que discutir PÁGINA 6
SOCIEDADE
Seres Histriônicos
O Brasil não precisa
deles PÁGINA 2
EDITORIAL
OPINIÃO
Religião, Espiritualidade
e Humanismo
Os princípios que inspiraram o moderno Esta-
do de Direito são elaborações do espírito imortal,
construídos pela experiência individual e coleti-
va, em sucessivas jornadas evolutivas.
PÁGINA 3
COMPORTAMENTO
A felicidade é para as almas simples e humil-
des. A inveja é um sentimento capaz de obscure-
cer a capacidade de uma pessoa apreciar as boas
coisas da vida e de valorizar as boas qualidades
e as conquistas das outras pessoas com as quais
se relaciona.
PÁGINA 7
Felicidade e Inveja
Eu sei, mas não devia... ROTINA
PÁGINA 8
A Política brasileira MORREU!
Ministro do STF sentiu na pele o que o jurista baiano Rui
Barbosa sentiu no passado: vergonha dos maus políticos. PÁGINA 6
Ainda não renovou a assinatura?
PRESENÇA ESPÍRITA - A sua revista.
2. E KARDEC
PONTO
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Abril 2016
2
Seres Histriônicos
O BRASIL não precisa deles
crise político-econômica que desesturuturou a
vida de milhares de brasileiros tem uma cau-
sa: o egocentrismo daqueles que estão no po-
der. A corrupção é apenas um meio utilizado
por homens e mulheres ambiciosos para che-Agar fácil aos bilhões de reais tirados do povo através de
abusivos impostos.
Pagamos todos uma conta que nunca tem fim, explora-
dos em nome de uma falsa democracia e de um Estado de
Direito maniqueísta. O Estado corrompido compromete em
todos os níveis as instituições que deveriam garantir direitos
e defender interesses comuns do povo.
A Democracia agoniza diante dos seres histriônicos que
se julgam “donos e salvadores da pátria”.
Seres histriônicos, segundo análise do escritor paraibano
Ruy Leitão, “são pessoas que têm uma enorme capacidade
de manipulação; são hábeis na arte de seduzir pela
autoafirmação de que se tornam indispensáveis no atendi-
mento das demandas coletivas”.
Infelizmente, a maioria dos Partidos políticos brasileiros
está repleto desses estranhos seres.Todos brigando por uma
fatia do imenso bolo chamado poder.
A presidente já bateu o pé e gritou alto que de lá não sai e
ninguém a tira. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
quer o impeachment garantido pela Constituição Federal. O
PMDB - que tem a maior bancada ministerial no governo
Dilma, está entregando cargos e caindo fora.
O PT perdeu-se em um emaranhado de denúncias e pri-
sões, decepcionando o povo que acreditavam em seus pro-
jetos sociais mirabolantes.
Acabamos todos “sem eira nem beira”.
O Brasil parece fadado a naufragar em águas profundas
de um histrionismo tupininquim, no qual o poder é disputado
com todas as armas da veborragia - hipócrita e dissimulada,
de seres que acendem uma vela para Deus e outra para o
Diabo.
E o povo que engula o pão e o circo oferecidos antes das
eleições. As Olimpíadas estão chegando! Vamos todos so-
frer as agruras de toda essa politicagem e roubalheira que
sucateou a credibilidade do País no exterior.
Milhões de brasileiros estão desempregados, outros tan-
tos individados e a sociedade civil com síndrome de pânico
em face da violência urbana que todos os dias elimina a vida
de um ser humano que acreditava em um futuro melhor para
si e seus familiares.
Com esse desgoverno político-econômico, só nos resta
acreditar que a justiça divina tarda, mas não falha...
KARDEC Ponto Com
Circulando desde 7 de setembro de 2012
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jornalista, escritor e divulgador
espírita.
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C E Seguidores de Jesus
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Dia 29 / 1944
C E Discípulos de Jesus
João Pessoa - PB
ANIVERSARIANTES DO MÊS
Dia 18
Revista O Consolador
Curitiba - PR
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de Azevedo, jornalista e
fundador da revista
Tribuna Espírita.
João Pessoa - PB
RECADO DO LEITOR
POR EMAIL, TELEFONE E DIRETO DO BLOG
ALFREDO KARRAS
São Paulo
Carlos, muito obrigado pelo espaço que me cedeu. A
entrevista em KPC de março ficou maravilhosa! Vou
divulgar a gazetinha paraibana em minhas redes sociais.
JÚLIO CAETANO
Matão
Carlos, estamos de volta após alguns meses fora de
circulação. Segue o jornal O BEM de março. Caso tenha
artigos envie, por gentileza, para nossa Redação:
jornalobem@gmail.com.
OCTÁVIO CAÚMO SERRANO
João Pessoa
Carlos, obrigado por mais um número de KPC (março).
Ótimos assuntos e diagramação agradável. Cada edição
é uma boa surpresa.
DORIS GANDRES
Teresópolis
Carlos, como sempre grata pelo envio desse excelente
veículo de divulgação espírita. Uma publicação de mente
aberta e de livre pensamento, como pretendia Kardec
fôssemos todos nós espíritas. Grande abraço em toda
equipe editorial e um especialmente na Carmem.
SALOMÃO JACOB BENCHAYA
Porto Alegre
Carlos, acabei de ler mais uma primorosa edição de KPC
(março). Destaco as seguintes matérias:
- Mediunidade: Se não desenvolver acaba doente, que
trata de uma crendice bastante difundida em Casas
Espíritas.
- Mediunidade, Zika vírus e Ótica Espírita, que analisa
a estranha tendência de se atribuir às vidas passadas a
origem de epidemia responsável por casos de
microcefalia, situando o problema no terreno religioso das
provações coletivas.
- Enquete Comentada com respostas coerentes sobre
essa temática. Felizmente, pessoas sensatas ofereceram
explicações mais razoáveis que atribuir sempre às
dívidas passadas o nascimento de crianças com enfermi-
dades limitantes.
Ah! Obrigado pela divulgação dos eventos e sites do
CCEPA - Centro Cultural Espírita de Porto Alegre e da
CEPA - Confederação Espírita Pan-Americana.
JOSÉ JOÃO TORRES
Brasília
Amigos - Carmem e Carlos Barros, valeu a pena esperar
pacientemente pela gazetinha KPC de março. Encaminhei
exemplar para alguns amigos que adoraram a diversidade
de assuntos abordados e a liberdade de expressão
permitida em um veículo espírita de tamanha
credibilidade. Aguardo a edição de abril. Abraços.
DITORIAL
A falsa modéstia é o último requinte de vaidade.
La Bruyère
Leia mais jornais e revistas
espíritas em 2016. Faça pelo
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Assine e recomende.
3. KARDEC
PONTO
COM
Abril 2016
3
OPINIÃO
Religião, Espiritualidade e Humanismo
MILTOM MEDRAN
Porto Alegre - RS
P
or que, no Vaticano, não existe um museu res-
gatando as barbáries cometidas em nome de
Deus, das Cruzadas à Inquisição? Por que não
se erigem, ali, bustos de Huss, Copérnico, Gali-
leu Galilei, Giordano Bruno e tantos outros benfeitores
da humanidade, na época perseguidos ou executados
por heresia?
A razão é simples: na mentalidade religiosa o valor
mais importante é a fé. Durante séculos, na história da
cristandade, tudo era justificável, desde que praticada
em defesa da fé.
O Cardeal que presidiu o processo contra Giordano
Bruno e que terminaria por levá-lo à execução numa
fogueira, em 1600, foi, depois, canonizado. É São
Roberto Belarmino, apontado como defensor intransi-
gente da fé cristã e, por isso, elevado à glória dos alta-
res.
Foi a civilização, e não a religião, que legou ao mun-
do os valores da tolerância, da igualdade, da liberdade
de crer ou não e de se expressar segundo suas ínti-
mas convicções.
A construção dos direitos humanos na modernidade,
em alguns aspectos, especialmente no que diz respei-
to a liberdade de crença, teve na religião uma vigorosa
opositora.
Os princípios que inspiraram o moderno Estado de
Direito são elaborações do espírito imortal, construídos
pela experiência individual e coletiva, em sucessivas
jornadas evolutivas.
Por isso, religião e espiritualidade são expressões
dificilmente harmonizáveis entre si. A religião cuida da
fé que envelhece, cristaliza e se mumifica.
A espiritualidade, liberta das algemas dos dogmas,
conduz ao conhecimento e ao amor, valores supremos
da vida.
Só o amor e conhecimento dão ao espírito ou a co-
munidade de espíritos, a coragem de renovar-se cons-
tantemente, promovendo seu autojulgamento e recom-
pondo os valores antes violados.
“Foi a civilização, e não a religião, que
legou ao mundo os valores da tolerância,
da igualdade, da liberdade de crer ou não
e de se expressar segundo suas
íntimas convicções”.
ACONTECE
NA CASA
ESPÍRITA
Contaram-me, mas não quis acreditar. Tive que
comprovar pessoalmente o fato insólito e risível
que fazia aquela Casa Espírita diferente das de-
mais do bairro.
A instituição costuma oferecer passes duran-
te a palestra, enquanto o orador está dando a
sua mensagem doutrinária.
As pessoas, que geralmente vão às Casas Espí-
ritas tentar curar-se de suas mazelas morais sem
o menor esforço próprio, começam a sair do au-
ditório sutilmente e o palestrante acaba falando
sozinho.
Uma situação desgradável que compromete se-
riamente a coordenação das atividades doutri-
nárias da Casa Espírita que não respeita o tempo
de trabalho do palestrante convidado.
Até o som do microfone é diminuído no momen-
to em que se inicia a sessão de passes. O
palestrante fica sem voz no esforço que faz para
ser ouvido pelo público presente, já bastante es-
casso.
A voz do palestrante não pode perturbar a con-
centração do médium de cura na cabine de pas-
ses, justificou um trabalhador da instituição para
o inusitado da situação.
Nota da Redação
Este é um relato real enviado por nosso cor-
respondente Marcos Toledo, de Natal (RN).
Segundo Toledo, Casas Espíritas com esse pa-
drão de atividade doutrinária proliferam no mo-
vimento potiguar. Quem determina essa inusita-
da regra é o médium de cura da instituição.
A palestra é considerada atividade complemen-
tar. Sem a importância que a atividade de cura
espiritual e o médium exigem.
DIFÍCIL DE ACREDITAR
O Centro Espírita Amor ao Progresso, Rua
Estevão Cruz, 245, em Vitória de Santo Antâo
(PE), era uma instituição centenária. Encerrou
suas atividades e teve todo seu acervo
histórico-cultural jogado no lixo.
A instituição foi repassada à outra orgnização
religiosa pernambucana.
Segundo o jornal LAMPADÁRIO ESPÍRITA
(que traz a nota como destaque em sua
primeira página, na edição deste mês), “já
não havia espíritas interessados em mantê-la
funcionando”.
O movimento espírita de Vitória de Santo
Antão perde um foco de luz importante.
HM Hayley Misael
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Se fechardes a porta a todos os erros,
a verdade ficará na rua. Tagore
53 anos de
conversa solidária,
salvando vidas
e renovando
esperança.
141
4. KARDEC
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Abril 2016
4
CENTRO ESPÍRITA
Evangelização para
crianças e jovens de nossas
comunidades mais pobres
CLARICE GUEDES DA SILVA
Santa Rita - PB
E
vangelizar filhos dos pais espíritas
no comodismo da instituição é fácil
demais. O evangelizador ou educa-
dor espírita precisa deixar a sua zona de
conforto e buscar nas comunidades pobres
e esquecidas de nossas periferias o cam-
po de trabalho ideal para ganhar mais ex-
periência doutrinária e um novo sentido de
solidariedade humana.
Não podemos esquecer que o Evange-
lho, fundamentado nos ensinos morais de
Jesus, está no mundo para orientar as al-
mas que clamam por respeito, dignidade
e cidadania.
Uma parcela da sociedade brasileira,
representada por crianças e jovens em si-
tuação de risco, carecem bastante dessa
evangelização direcionada e de uma boa
dose de educação integral.
Ficar esperando pelas ações sociais dos
nossos governantes não é uma medida
inteligente.
Façamos a nossa parte conscientes de
que a responsabilidade moral nesse con-
texto é inadiável.
Acriança e o jovem, necessitado de tudo
para crescerem longe da criminalidade, é
um problema que deve ser minimizado
criteriosamente, sempre buscando uma
solução urgentíssima.
Os evangelizadores ou educadores que
se prestarem a atuar nas periferias devem
desenvolver tarefas bem coordenadas e
com objetivos definidos.
O foco principal é resgatar a autoestima
da “molecada” solta na rua, mostrando a
cada um deles seus valores espirituais e
direitos humanos.
Nada de discurso doutrinário piegas. A
linguagem deve ser coloquial e mais sim-
ples possível para que todos entendam a
mensagem e se esclareçam sem nenhum
embaraço.
Uma evangelização comunitária tem
muito mais sabor de vitória em face de
algumas dificuldades apresentadas, que
vão sempre motivar o educador espírita.
Fraternidade Sem Fronteiras promove
intervenções sociais para ajudar crianças de
Maputo, em Moçambique, na África
DIVULGAÇÃO ESPECIAL
A ONG, sem fins lucrativos, foi funda-
da por Wagner Moura Gomes e se esta-
beleceu em Campo Grande (MS) há cer-
ca de sete anos.
As pessoas podem ajudar a institui-
ção apadrinhando crianças, doando re-
cursos, promovendo a sua divulgação e
a captação de recursos. Para ser volun-
tário basta enviar e-mail para
caravanasemfronteira@gmail.com.
O apadrinhamento de uma ou mais cri-
anças pode ser feito pelo site, assim
como o cadastramento do interessado.
Recentemente, a ONU ofereceu ao
presidente da ONG brasileira prêmio por
seus relevantes serviços prestados à
comunidade moçambicana, baseados
nos princípios da fraternidade e do amor
universal.
Uma prova irrefutável de que Frater-
nidade Sem Fronteiras é uma instituição
séria e seus membros dignos do mais
elevado respeito.
Vamos ajudar, gente! Veja abaixo
como colaborar com a ONG e mantê-la
funcionando plenamente.
Quem luta com lealdade, mesmo derrotado
se coloca em situação de vencedor.
Dante Veoléci
Não deixe para a
última hora.
Diga em casa que
você é doador. E
não esqueça de
cadastrar-se.
Você sabe ouvir o outro com
paciência e sincero respeito?
Se ainda não sabe, procure um
curso de “ouvidor”.
Saber ouvir é muito mais
relevante do que saber falar.
Porque às vezes fala-se tanta
asneira em nome de uma
verdade que não se vive. (KPC)
5. KARDEC
PONTO
COM
Abril 2016
5
ENTREVISTA
KPC - Quando nasceu o grupo ENERGIA e onde fica a
sua sede?
Simara - Os integrantes já se conheciam da COMEVALP
- Confraternização das Mocidades Espíritas do Vale do
Paraíba) onde já trabalhavam com a equipe de música do
encontro.
Em 2004, o grupo se apresentou pela primeira vez na
mostra de arte da cidade de Caçapava. Logo após esse even-
to, os integrantes daquela época (Denis Aguiar, Simara Silva
e Eduardo Martins) resolveram chegar num consenso, res-
gatando ideias para o trio e colocando o nome do grupo:
ENERGIA.
A palavra energia vem de energéia, que significa “força
em ação”.
O grupo tem sua sede em São José dos Campos (SP),
onde reside a maioria dos integrantes, com exceção do
vocalista Eduardo, que reside atualmente em Valinhos (SP).
KPC - A sua formação sempre foi a que é apresentada
no encarte informativo do CD?
Simara - Inicialmente, o grupo era formado pela Simara
(voz), Denis (violão, guitarra e voz) e Eduardo (voz). No ano
de 2006, foi convidado mais um integrante, André Mohor
(Cazuza), como percussionista do grupo, trazendo grandes
ideias inovadoras, efetivamente substanciais para o grupo.
Em 2013 mais um integrante foi convidado, Paulo Cortez,
aumentando ainda mais o repertório com suas poesias e
musicalidade com o violão.
KPC - O grupo está vinculado a alguma instituição
espírita da região?
Simara - Todos os integrantes são trabalhadores ativos
nos Centros Espíritas que frequentam, mas o grupo ENER-
GIA não está ligado a nenhuma casa ou instituição espírita.
KPC - Como funciona o processo criativo das letras e
melodias das composições do ENERGIA?
Simara - No início, parte de nossas músicas foram com-
postas pelo grande amigo Vicente Cordeiro (Caçapava, SP).
Com o passar do tempo os integrantes do grupo Paulo, Denis
e Eduardo também foram compondo músicas, algumas ve-
zes surgindo primeiro a letra e em outras primeiro a melodia,
e depois a letra.
Até o momento, não foi composta nenhuma música com
letra psicografada, mas temos a certeza de que o trabalho é
feito sempre com a inspiração dos amigos do plano espiritu-
al.
KPC - Quem faz os arranjos musicais do grupo?
Simara - Todos os arranjos do grupo são construídos
harmonicamente através da sensibilidade e conhecimento
musical do Denis Aguiar, contando sempre com a contribui-
ção de todos os demais integrantes.
KPC - Como foi a recepção do público em relação ao
primeiro CD “Arte de Amar”?
Simara - Foi de grande expectativa! A maioria já conhe-
cia o grupo das apresentações feitas nos encontros e cen-
tros espíritas. Todos estavam ansiosos para ter o CD e po-
der ouvir as canções do grupo ENERGIA a todo momento!
Foi realizada uma apresentação de lançamento do CD
em que todos colaboraram. Foram nossos convidados es-
peciais e também contamos com a presença de amigos
da região do Vale do Paraíba.
Nesse lançamento a entrada era um quilo de alimento que
foi entregue para ajudar a obra social Célio Lemos, em São
José dos Campos.
Com o lançamento do CD também foi possível levar a
música do ENERGIA para outras regiões e Estados, divul-
gando ainda mais a doutrina espírita através da musica.
Recebemos excelentes feedbacks do público espírita e
também do não espírita.
KPC - Qual a tiragem deste CD e como ficaram os
custos de produção?
Simara - Para realizar a gravação deste CD contamos
com a ajuda do nosso amigo Jorge Reis, do grupo Castelã,
que cedeu gratuitamente o estúdio da AME - Assistência
Maternal Espírita, de São José dos Campos.
Tivemos o custo com o pagamento do produtor, que foi
dividido entre os próprios integrantes. E para a masterização
e a tiragem de 1.000 (mil) CDs, realizamos uma “vaquinha”
virtual e também um “livro de ouro” entre todos aqueles que
acreditavam em nosso projeto puderam contribuir com qual-
quer valor.
KPC - Como a música do grupo ENERGIA pode ser
trabalhada junto à infância e à juventude nas Casas Es-
píritas?
Simara - Estimulando as pessoas que tocam violão ou
cantam, sejam jovens ou evangelizadores da Casa Espírita;
que insiram a música em suas atividades, seja no início ou
final, trazendo harmonia às atividades realizadas. E também
trabalhando a letra da música, proporcionando reflexões com
os jovens sobre a doutrina e a vida.
KPC - Com mais de dez anos de existência, o grupo já
se sente maduro, musicalmente, para viajar pelo Brasil
e apresentar sua arte?
Simara - Agora, em agosto deste ano, o grupo ENERGIA
completará 12 anos de existência. Acreditamos que depois
de mais de uma década de trabalho, apresentações e expe-
riências obtidas em cada evento, cada ensaio e através do
estudo da doutrina, estamos adquirindo maturidade musical
para divulgar o Espiritismo e alcançar os corações das pes-
soas, disseminando as mensagens do Evangelho de Jesus,
codificado por Allan Kardec.
Dentro das possibilidades financeiras e disponibilidade dos
integrantes, levaremos o nosso trabalho por todo o Brasil,
pessoalmente ou virtualmente, onde se fizer necessário.
KPC - Quais os projetos do grupo para este ano?
Simara - Estamos compondo e ensaiando novas músi-
cas já pensando no próximo CD. Mas temos como foco prin-
cipal as apresentações nas Casas Espíritas, nos eventos e
demais locais que formos convidados. Desde que tudo este-
ja alinhado com a proposta do grupo.
KPC - Suas considerações finais, com o nosso since-
ro agradecimento pela entrevista exclusiva?
Simara - Nós que agradecemos a Agência KPC de Notí-
cias Espíritas de João Pessoa a oportunidade de divulgação
do nosso trabalho.
Fazer arte, levar a mensagem da doutrina e emocionar as
pessoas, através da música é incrível para nós.
Sempre aprendemos muito em cada apresentação. Co-
nhecemos muitas pessoas que se tornam amigas, cresce-
mos como indivíduos e como um grupo cada vez mais uni-
do. Dizemos que somos uma família de coração.
Incentivamos outros grupos a persistir e seguir o mesmo
caminho, que é divertido, emocionante e gratificante.
PAUTA ASSINADA POR CARLOS BARROS
“Acreditamos que
depois de mais de uma
década de trabalho,
apresentações e experiências
obtidas em cada evento,
cada ensaio e através
do estudo da
doutrina, adquirimos
maturidade musical para
divulgar o Espiritismo
e alcançar os corações
das pessoas,disseminando
as mensagens do
Evangelho de Jesus,
codificado por
Allan Kardec”.
Grupo Vocal ENERGIA
de São José
dos Campos
(SP) para o
Brasil.
CONTATOS COM O Grupo Vocal ENERGIA
www.energia.mus.br / grupo.musica.energia@gmail.com
São José dos Campos - SP
COMPRE O CD E
DIVULGUE EM SUA
CASA ESPÍRITA.
ENERGIA COM
SENSIBILIZADADE.
6. KARDEC
PONTO
COM
Abril 2016
6
S
Trabalho Infantil: Um tema
polêmico e incômodo que
ninguém que discutir
OCIEDADE
JORNAL CORREIO FRATERNO
Fundado em 3 de outubro de 1967
Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel
S. B. do Campo, SP.
Telefone (11) 4109-2939
E-Mail correiofraterno@correiofraterno.com.br
Site www.correiofraterno.com.br
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SAULO AURÉLIO ROCHA
Recife - PE
O
jornalista espírita, enquanto integrante da
sociedade terrena e formador de opinião,
deve preocupar-se também com os proble-
mas que afligem o povo brasileiro.
Deve divulgar o Espiritismo, sim, mas sem esquecer
de lutar por políticas públicas que assegurem, na prática,
direitos em prol da qualidade de vida de nossas crianças
e de nossos adolescentes.
Podemos escrever e debater, por exemplo, sobre o
trabalho infantil, um grave problema que ainda perdura
por este Brasil afora, tirando das crianças e dos adoles-
centes um pouco de esperança que lhes restam pela fren-
te.
O tema é polêmico e incômodo. Conheço espíritas que
relutam levá-lo para servir de assunto aberto ao público
nas palestras de suas instituições. Justificam que é as-
sunto para as “autoridades” resolverem.
Entendemos que todos os temas relacionados a pro-
blemas sociais do nosso País deveriam ser tratados em
palestras públicas nas Casas Espíritas, sem configura-
ção político-partidária. Ouvindo o povo e buscando ca-
minhos seguros para resgatar a cidadania dos futuros ci-
dadãos deste País.
Todavia, é um tipo de assunto que exige de todos os
envolvidos uma visão crítica sensata e uma argumenta-
ção baseada em análise sociológica que defenda direi-
tos básicos e fundamentais desses brasileirinhos.
A criança e o adolescente, explorados sem seguro e
garantias trabalhistas, devem ter preservados o respeito
à sua individualidade e ao desenvolvimento saudável de
sua formação física e psicológica.
O debate deve passar longe do discurso demagógico
que, baseado em preconceito, busca justificar a prática
vergonhosa do trabalho infantil. Uma exploração inacei-
tável cúmplice da ineficiência das políticas sociais, e ain-
da mais difícil de entender quando espíritas religiosos
vêm como “dívidas do passado” as tais explorações so-
fridas por essas crianças e esses adolescentes.
Com o jornalismo espírita, podemos abrir espaços para
discussão do tema, envolvendo diversos segmentos da
sociedade, na luta pela erradicação definitiva do traba-
lho infantil e proteção social aos adolescentes por este
Brasil afora.
A Doutrina dos Espíritos está em nosso mundo para
melhorar as relações sociais e humanas, oferecendo
mecanismos reeducativos e moralizadores capazes de
transformar o indivíduo e o seu meio.
É uma ciência que trata da natureza, origem e destino
dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo
corporal.
Portanto, não podemos esquecer que o Espiritismo,
quando bem conduzido e interpretado pelos homens,
contribuirá bastante para formação de uma cultura espí-
rita sólida e bem fundamentada, a partir de uma mentali-
dade voltada para valorizar outros canais de percepção
além dos cinco sentidos conhecidos pela ciência huma-
na.
Talvez sejam necessários mais alguns séculos para o
Espírito humano despertar plenamente sua consciência
para o bem comum, enxergar o outro como seu igual.
Ministro do Supremo Tribunal Federal disse a
alunos da Fundação Lemann que “a política
brasileira morreu”
MAURO BARROS
Da Redação
U
m desabafo coerente com a triste situação
político-econômica que o nosso País experimen-
ta. Uma situação vergonhosa que levou a soci-
edade civil às ruas para exigir o impeachment
da presidente Dilma Rousseff.
O ministro Luís Roberto Barroso desabafou como
um brasileiro comum, aquele que vem sentindo o
gosto amargo da indignação popular por um governo
centralizador e maniqueísta, que acabou criando “um
sistema político que não tem o mínimo de legitimi-
dade democrática”.
Segundo o ministro Luís Barroso, “esse sistema
deu uma centralidade imensa ao dinheiro e à neces-
sidade de financiamento, e se tornou um espaço de
corrupção generalizada”.
Em outro evento - na UNICEUB, o ministro Barroso
disse que é contra a existência de foro privilegiado no
País.
“Foro por prerrogativa de função é um desastre para
o País. A minha posição é extremamente contra. É pés-
simo o modelo brasileiro, e estimula fraude de jurisdi-
ção, na qual, quando nós julgamos, o sujeito renuncia,
ou quando o processo avança, ele se candidata e muda
a jurisdição. O sistema é feito para não funcionar”,
enfatizou o ministro do STF.
A política brasileira morreu faz tempo. Perdeu vi-
talidade ética, moral, honradez e dignidade cívica. O
grande jurista baiano Rui Barbosa já se mostrava in-
dignado com o que os representantes do povo faziam
com a política de sua época.
O seu desabafo ficou para a posteridade como um
grito no deserto dos inconformados. Um grito que a
nova geração de brasileiros querem ecoar pelas ruas.
RETRATO FALADO
“Entre um governo que faz mal e o povo que o
consente, há uma certa cumplicidade
vergonhosa”.
Victor Hugo
A coragem não se falsifica. É uma virtude
que escapa à hipocrisia.
Napoleão
A Rádio que toda a família pode ouvir.
Ouça e informe-se no site
www.radiodejaneiro.am.br
7. KARDEC
PONTO
COM
Abril 2016
7
COMPORTAMENTO
Inveja e Felicidade
CARMEM PAIVA DE BARROS
João Pessoa - PB
E
Produzido pelo DAP da Instituição Espírita Cooperadoras
do Bem Amèlie Boudet. Vai ao ar todos os domingos, às
10h25, com reprise às 19h30, pela Rádio Rio de Janeiro
1400 AM. Apresentação: Wilson Longobucco.
Ouça ainda no site www.radioriodejaneiro.com.br
Programa
NAS ONDAS DO RÁDIO
m um mundo como o nosso ser
plenamente feliz é quase impos-
sível. Algumas raríssimas al-
mas, devotadas à caridade, ao
amor ao próximo, conseguem sentir le-
vemente a brisa da felicidade como um
alento divino.
Essas criaturas diferenciadas vivem
no mundo esquecidas de si mesmas.
Doam-se sem nenhuma exigência, aten-
dendo de boa vontade o apelo feito por
Jesus há mais de dois mil anos: “Amai-
vos uns aos outros como vos amei”.
São almas simples e humildes que
espalham sementes de amor fraterno,
solidário, compassivo, indulgente, paci-
ente, com uma proposta bem definida:
deixar o outro de bem consigo mesmo.
Todavia, esse amor escasseia na Ter-
ra quando o ser humano se deixa influ-
enciar pelas sutilezas do orgulho e do
egoísmo, duas patologias morais dege-
nerativas do caráter das almas desavi-
sadas da lei de causa e efeito.
Uma dessas sutilezas negativas que
mais afeta a humanidade é a inveja, que
pode ser caracterizada como desgosto
e ódio provocados pelo sucesso ou pe-
las posses materiais de outra pessoa.
A inveja tem uma natureza hostil e está
relacionada a casos de agressão verbal
e até física.
É um sentimento capaz de obscure-
cer a capacidade de uma pessoa apre-
ciar as boas coisas de sua vida e de va-
lorizar as boas qualidades e as conquis-
tas das pessoas com as quais se relaci-
ona.
Quem sonha em conquistar a felicida-
de sem sacrifício e trabalho duro, andan-
do de braços dados com a inveja, que
se cuide.
A pessoa invejosa nunca será feliz
querendo ser “a outra”. Por mais que se
esforce, a inveja não lhe facultará essa
possibilidade de brilhar naturalmente a
exemplo da outra que, na sua simplici-
dade, atrai olhares impressionados.
CRÔNICA Escada Evolutiva Luiz Carlos Prates / Floripa - SC
Q
uanto menos seguro e forte por
dentro mais busca o homem
compensações por fora. E dizen-
do isso, leitor, lembro imediata-
mente de Chico Xavier, de quem
li na obra Pérolas do Além, que “(...)
cada um observa a paisagem de acordo
com o degrau em que se encontra na
escada evolutiva”. Não é preciso ir
longe, basta uma olhada rápida nas
pessoas que nos cruzam o caminho ou
que “produzem” perto de nós, no
trabalho, por exemplo.
A sofreguidão para trocar de carro,
para exibir o que é caro, mais novo,
para dizer que fez, que aconteceu, não
resulta senão por razões de ordem
emocional, insegurança interna.
Buscam, os tais, a compensação
material, exibida, como que uma forma
de dizer aos que estão perto: veja como
estou bem, veja como posso... Não é de
outra, por exemplo, a origem das
psicologias motivacionais que alicerçam
a venda de automóveis no país e no
mundo.
Os americanos, criadores tanto dos
carros quanto da propaganda psicológica
sobre o “poder” dos veículos, valem-se
até hoje desses expedientes para
vender (e vender muito) aos que estão
em degraus baixos na escada evolutiva.
É assim no Congresso Nacional. O
que querem aqueles rebotalhos huma-
nos senão o poder ao agir de modo
iníquo, desonesto? Querem poder. Usar
de uma lista de votação secreta não é
outra coisa senão ter na mão o poder
sobre outras pessoas.
Exatamente o poder que rareia ou
falta inteiramente na personalidade.
Olhe, leitor, uma pessoa segura
quase não penteia o cabelo, menos ainda
vive trocando de carros ou prevaricando
aqui e ali... Ou fazendo ostentação
incompatíveis com o salário e os dinhei-
ros que recebe por mês...
Mas, enloqueceriam os inames, os
vazios, os ocos, se não pudessem
compensar o nada com a exibição
material externa.
Aliás, se os pais, esses frouxos em
maioria, que não honram as calças,
fossem mais adultos, aproveitariam os
atuais momentos da televisão para dar
aulas aos filhos. As aulas que a família
não dá mais, que a escola “esqueceu” e
que “as autoridades” exuberam em
desrespeitar.
Era momento de os pais colocarem
os filhos no colo e, diante da tevê,
apontar dedos: olhe, filho, olhe um
cidadão que envelheceu e perdeu a
compostura; olhe aquele outro, tão
jovem ainda e já perdido em busca de
poderes que lhe faltam na alma, no
ânimo, na têmpera, mas que busca
compensar pondo a mão onde não deve...
Olhe bem e aprenda, filho!
Este é um bom momento para
ensinar os filhos. Ensinar sobre grande-
zas e poderes, mas poderes e grande-
zas da dignidade, não sobre a matéria
efêmera e degradante.
Venha, filho, venha ver televisão das
boas, das raras, das que educam...
Venha!
O SOL NASCENTE
47 anos de vida editorial em prol da divulgação espírita.
A assinatura anual custa apenas R$ 30,00. A entrega é
personalizada. Basta depositar o valor no Banco do Brasil,
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bairro Jabour, Rio de Janeiro, RJ, CEP 21833-020.
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Os Dias...
De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias,
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças...
CECÍLIA MEIRELES
(1901-1964)
Considerada pela crítica a mais
alta expressão da poesia feminina
brasileira em todos os tempos.
CANTINHODAPOESIA
Ter um caráter firme é ter ampla e sólida experiência dos
desenganos e desgraças da vida.
Stendhal
Parabéns a Federação
Espírita do Rio Grande
do Norte pelos
90 anos de uma
existência consagrada
a difusão do Espiritismo
em todo o Estado.
8. KARDEC
PONTO
COM
Abril 2016
8
ROTINA
MARINA COLASSANTI
Belo Horizonte - MG
Eu sei, mas não devia...
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não de-
via. A gente se acostuma a morar em apar-
tamento de fundos e a não ter outra vista
que não seja as janelas ao redor. E porque
não tem vista, logo se acostuma a não olhar
para fora. E porque não olha para fora logo se acostu-
ma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre
as cortinas logo se acostuma a acender mais cedo a
luz. E a medida que se acostuma, esquece o sol, esque-
ce o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobres-
saltado porque está na hora. A tomar café correndo
porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque
não pode perder o tempo da viagem. A cochilar no ôni-
bus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pe-
sado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a
guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que
haja número para os mortos. E aceitando os números
aceita não acreditar nas negociações de paz. E não
aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia
da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro a ouvir
no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pesso-
as sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado
quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma
a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. A
lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para
pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber
que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho
para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas
filas que se cobra.
A gente se acostuma andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios. A ligar a televisão
e ver comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na
infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas
de ar condicionado e cheiro de cigarro. A luz artificial
de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz
natural. As bactérias da água potável. À contaminação
da água do mar. À lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo
de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não
colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não so-
frer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai
se afastando, uma dor aqui, um ressentimento ali, uma
revolta acolá. Se o cinema está cheio a gente senta na
primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia
está contaminada a gente só molha os pés e sua no
resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensan-
do no fim de semana. E se no fim de semana não há
muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica
satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza,
para preservar a pele. Se acostuma para evitar feri-
das, sangramentos, para esquivar-se da faca e da bai-
oneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos
poucos se gasta e que, gasta, de tanto acostumar, se
perde em si mesma.
“A gente se acostuma
à poluição.
Às salas fechadas de ar
condicionado e
cheiro de cigarro.
A luz artificial
de ligeiro
tremor.
Ao choque que os olhos
levam na luz natural.
As bactérias
da água potável.
À contaminação
da água do mar.
À lenta morte
dos rios”.
TRIBUNA
ESPÍRITA
A revista que o
movimento
espírita paraibano
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Jornal
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AÇÃO ESPÍRITA
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da Associação de
Divulgadores do
Espiritismo do Estado
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Corrente 205.755-7. Enviar comprovante e
informar endereço para entrega
do exemplar via Correios.
adepr@adepr.org.br / site www.adepr.org.br
NOTAS EXPRESSAS
Federação Espírita do Rio Grande
do Norte completa 90 anos de existência
Uma vasta programação foi elaborada para comemorar a data
em alto estilo doutrinário, a partir do dia 29 deste mês quando a
FERN iniciou suas atividades em 1926.
Parabéns e saudações de toda equipe editorial da Agência KPC
de Notícias Espíritas de João Pessoa pela relevância da data.
Federação Espírita Paraibana e Centros
Espíritas adesos promovem Feira
Multicultural Espírita
O evento está programado para o dia 18 deste mês nas
dependências do Shopping Tambiá, em João Pessoa, com feira
de livros, apresentação de teatro e shows musicais espíritas.
A FME é uma oportunidade para rever amigos e fazer novos.
Quem te fala dos defeitos alheios,
com os outros fala dos teus.
Diderot
Não compactue com a esperteza dos maus Espíritos, aplaudindo
suas ações nefastas contra o patrimônio cívico, ético e moral de
uma Nação que tem por lema “Ordem e Progresso”.
Sejamos os observadores atentos dos desmandos políticos e
administrativos de homens e mulheres que fingem defender nossos
interesses comuns em prol de uma sociedade mais
justa, igual e humanamente digna para todos nós.
A Pátria do Evangelho exige ação objetiva contra o
mal que se instala no Poder Central. Oremos,
vigiemos e vamos à luta em nome do Bem maior.
9. KARDEC
PONTO
COM
Abril 2016
9
REGISTRO
Jornal Lampadário
Espírita comemora
seus 10 anos de vida
editorial com
seminário
U
m encontro para celebrar a amizade e o
companheirismo entre pessoas que dividem
o mesmo ideal na imprensa espírita. Essa
foi a proposta do seminário “O Papel da
Imprensa Espírita”- Encontro 10 Anos do Lampa-
dário Espírita”, realizado no dia 21 de fevereiro,
de 8h às 12h, no auditório do Grupo Espírita Fran-
cisco de Assis (Avenida Oito, 1500, Curado 4,
Jaboatão dos Guararapes, PE).
O evento reuniu fundadores do jornal Lampa-
dário Espírita e demais colaboradores (diretos e
indiretos) que ajudam na sua manutenção
operacional e editorial.
A primeira parte do encontro contou com a
participação dos companheiros ligados ao jornal.
Cada um trouxe um fato interessante dentro do
contexto da trajetória do impresso, destacando
Zenilda Cavalcanti que relatou alguns casos que
acabaram por envolver a sua Livraria Renascer.
A segunda parte trouxe a participação de
Ednar Santos, do Departamento de Comunicação
Social da Federação Espírita Pernambucana, que
dissertou sobre o tema do seminário.
Um palestra esclarecedora e motivacional para
quem pretende ingressar no jornalismo espírita,
com importante participação interativa do públi-
co e comunicadores presentes.
Vale destacar os pontos de vista de José Ge-
raldo, Emmanoel Fonseca, Dionísio Azevedo,
Tiagro Rodrigues, Dâmocles Aurélio e João Ba-
tista.
Todos apresentaram suas reflexões acerca do
desdobramento feito por Ednar Santos sobre o
tema do seminário.
Foi uma manhã bastante proveitosa em se tra-
tando de intercâmbio e valorização do trabalho
da imprensa espírita independente, dentro do
Centro Espírita e em sua comunidade.
Ao final do encontro, foi oferecido lanche a
todos os participantes que culminou em um
envolvimento mais fraternal e enriquecedor em
termos de troca de experiências.
Avaliado por Dâmocles Aurélio (secretário ge-
ral do jornal pernambucano), o encontro e o se-
minário foram classificados como “oportunos” em
face da necessidade de mais debates sobre a
imprensa espírita e o seu papel. (Da Redação)
em cima da hora / DIRETO DA REDAÇÃO
KIKO SOUZA MUNIZ
João Pessoa - PBJornal BRASÍLIA ESPÍRITA pede ajuda
para manter os custos elevados de
sua manutenção
Quem recebia o impresso em sua residência, gratuitamente, agora vai precisar de-
sembolsar R$ 20,00 a título de assinatura anual para tê-lo em mãos bimestralmente.
Aajuda financeira pode ser depositada em conta bancária do Grêmio EspíritaAtualpa
Barbosa, no Banco do Brasil, Agência 1004-9, Conta Corrente 2047-8.
Um lembrete: as edições anteriores do BRASÍLIA ESPÍRITA podem ser baixadas na
página do GEABL no endereço www.uol.com.br. Mais informações pelo e-mail
brasiliaespirita@atualpa.org.br.
Seminário dos 90 anos da Federação Espírita do Rio Grande do Norte
Está programado para o dia 30 deste mês, das 14h às 18h, no auditório da casa
mater potiguar. O expositor doutrinário convidado é Francisco Ferraz (PR) que vai
dissertar sobre “Os Ângulos do Cristinianismo - Admoestações de Jesus e Os Ângu-
los do Espiritismo”.
Curso gratuito para voluntários
O Centro de Valorização da Vida (CVV), com posto em Campina Grande, PB, está
convidando interessados para participar de curso que selecionará e capacitará no-
vos voluntários. Uma oportunidade para quem dispõe de tempo e pode compartilhar
sua preciosa paciência com quem precisa dividir seus sentimentos e sua solidão.
Informações pelo telefone (83) 3321-4111 ou 141.
Nona Marcha Nacional da Cidadania Pela Vida Contra o Aborto
Realizar-se-á no dia 7 de junho, às 14h, com concentração atrás da Torre de TV -
BSB/DF, Eixo Monumental, em Brasília. Ojetivo do evento: garantir a aprovação do
Estatuto do Nascituro - PL478/2007.
E ajude os homens de bem a combater a
corrupção com firmeza e justiça,
colocando os maus gestores
públicos na cadeia.
O Brasil não pode ser ninho de políticos
que tudo fazem por dinheiro e poder.
O povo brasileiro não merece mais
ser explorado pela ganância
dos corruptos de plantão.
Gazeta KPC ultrapassa a marca de
35 mil leitores cadastrados com a
ajuda do Clube do Livro Letra
Espírita
São leitores do Banco de Dados do CLLE
(Campos dos Goytacazes, RJ) e do nosso
Banco que recebem mensalmente, via en-
dereço eletrônico, seus exemplares corte-
sia. A meta agora é chegar aos 50 mil!
X Jornada da Associação Médico-Espírita de São Paulo
Será realizada nos dias 14 e 15 de maio, das 8h30 às 19h, com o tema “Desafiando
Fronteiras em Medicina e Espiritualidade”. Expositora convidada: Sonia Doi (EUA),
trazendo a experiência da AME Internacional.
Divulgue sua Casa Espírita e os seus eventos com KPC,
sem pagar um centavo de real pelo serviço.
Todos os nossos painéis publicitários são gratuitos.
Os nossos articulistas não pagam para ter seus escritos
publicados. Fazemos um jornalismo livre de pressões.
Dar sem interesse é virtude. Receber
imerecidamente é vileza.
Eduardo Girão
10. KARDEC
PONTO
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Abril 2016
10
DIVULGAÇÃO
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Evento bem divulgado é garantia de sucesso.
Agência KPC de Notícias Espíritas de João Pessoa.
Aquele abraçaço em nosso
queridíssimo amigo Ismael Ramos
Neves, jornalista, escritor e divulgador
espírita da melhor cepa, de Natal, RN.
É aniversariante deste mês. Chega aos
84 anos de vida física ainda lúcido e
cheio de vitalidade espiritual.
O dia da festa? 13 de abril.
Parabéns, Ismael!