O documento discute os principais conceitos da filosofia política na Antiguidade, abordando temas como a democracia grega, as visões de Platão e Aristóteles sobre a política e a cidade ideal, e as ideias de Maquiavel sobre como manter e exercer o poder de forma eficaz.
2. Os princípios da política na Antiguidade remetiam a
alegria, liberdade e companheirismo.
A Filosofia Política se desenvolveu pela primeira vez na
Grécia antiga. Na pólis a prática da política era cotidiana,
além disso todos os cidadãos se envolviam nos assuntos
de interesse comum.
A ausência de participação do cidadão na política a
institucionaliza, além de favorecer a corrupção e o
autoritarismo, tornando a política um “mal necessário”.
3. Não se deve “abrir mão” da política, mas sim,
pensá-la como parte integrante da existência do
indivíduo e de suas escolhas éticas.
4. A finalidade da política é proporcionar ao mesmo tempo
justiça e felicidade, sendo um prolongamento da ética.
A justiça depende da consciência do indivíduo. A
qualidade das leis da pólis depende das qualidades
morais dos cidadãos.
“O Homem é um animal político”, é da natureza humana
viver em sociedade. Sendo assim, precisamos um dos
outros, ou seja, da amizade, esta se funda no desinteresse.
“Sem amigos, ninguém escolheria viver”.
5. O homem aspira à autonomia e à autossuficiência, que
seriam alcançadas por meio da vida virtuosa.
O único ser autônomo e autossuficiente é o primeiro
motor, é deus.
Os homens podem, no máximo, tentar se aproximar da
divindade, o que seria possível na amizade.
Uma vez que os amigos se ajudam mutuamente e sem
interesses, forma-se um conjunto mais completo do
que é cada indivíduo isolado.
Virtude: disposição verdadeira em praticar o bem, ética
e moralmente.
6. As formas de governo devem ter como objetivo o bem
comum, são elas:
Monarquia - tirania
Aristocracia - oligarquia
Democracia – demagogia
Aristóteles dá preferência a um regime moderado, a
politeia, em que o governo estaria nas mãos dos melhores
cidadãos, intermediários entre ricos e pobres.
7. Para Platão o Estado ideal era semelhante ao
corpo humano e compõe-se de três partes:
cabeça, peito e ventre. Respectivamente, razão,
vontade e desejo.
Razão: sabedoria.
Vontade: coragem.
Moderação: deve ser controlado - moderação.
8. Para Platão o Estado perfeito possui três
características de cidadãos:
1) Os governantes – filósofos, pois, possuem a
sabedoria.
2) Os guerreiros – protegem a cidade e são
munidos de coragem.
3) Os trabalhadores - garantem o sustento da
cidade.
Uma cidade justa deveria ter: educação para
todos, inclusive mulheres, até os 20 anos de
idade. A propriedade individual deveria ser
extinguida, uma vez que é fonte de cobiça.
9. A visão de política em Platão é, sobretudo,
ética, uma vez que tem como princípio fazer o
bem e depende da virtude dos governantes.
10. Principal nome da Filosofia política na época do
Renascimento.
Funcionário do governo na cidade de Florença, Itália.
Seus escritos refletem sua experiência política.
Sua principal obra foi o livro “O Príncipe” (1512).
Uma espécie de manual sobre como governar com
sucesso, como um governante pode assumir o poder
e manter-se nele, apesar das adversidades.
11. O livro “O Príncipe” transformou-se em referência na
época do absolutismo monárquico, na medida em
que suas ideias acabaram por justificar o exercício de
práticas políticas autoritárias.
O príncipe deve contar com duas forças: a fortuna e a
virtude.
A fortuna é instável, não se pode confiar nela todo
tempo, mas ela pode ser conquistada pela força, e
isso é atributo dos audaciosos:
“Estou convencido de que é melhor ser impetuoso do que circunspecto
(cauteloso), porque a fortuna é mulher e, para dominá-la é preciso
bater-lhe e contrariá-la”.
12. A virtude é a capacidade de vencer a instabilidade da
fortuna. Diferente de Aristóteles, para Maquiavel a
virtude não era a busca do bem, mas uma série de
práticas visando a manutenção do poder.
De acordo com essa práticas ou virtudes, a política é
um jogo de aparências, o governo não precisa ser
bom, mas apenas parecer bom.
Para se manter todo governo tem que ter prudência,
esta leva o príncipe a não ser obrigado a cumprir a
palavra dada quando isso significar empecilho a seus
objetivos.
13. Não se deve abrir mão do uso da força, pois “é
muito mais seguro ser temido que amado”.
O pensamento de Maquiavel pode ser assim
resumido: “os fins justificam os meios”. Ou seja,
uma separação entre a esfera política e moral.
Maquiavel rompe com a ideia de que
princípios éticos deveriam prevalecer na
política, limitando-se a descrever a prática da
política como ela realmente é.
14. Rousseau (1712 – 1778) ao ler “O Príncipe” sugere
que Maquiavel teria sido, irônico, e que, seus
conselhos seriam na verdade uma sátira a política de
seu tempo.
Em outro livro “Discursos sobre a primeira década de
Tito Lívio”, Maquiavel defendeu o regime
republicano, ao escrever que as lutas sociais são
justas, pois as pessoas jamais arriscariam suas vidas
se suas reivindicações não fossem legítimas.