1. A
Técnicas de Avaliação de
Interfaces
Material baseado em:
ROCHA, H. V.; BARANAUSKAS, M.C. , Design e
Avaliação de Interfaces Humano-Computador.
Campinas: NIED/ UNICAMP, 2003
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2. Introdução
• A avaliação NÃO deve ser vista como:
• uma fase única dentro do processo de design
• como sendo uma atividade a ser feita somente no final do
projeto.
• A avaliação deve ocorrer durante o ciclo de vida do design e
seus resultados utilizados para melhorias gradativas na
Interface
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3. Introdução
• O domínio do plano de avaliação pode estar entre:
• Um ambicioso teste de 2 anos, com múltiplas fases, de um
sistema de controle de tráfego aéreo ou,
• Um discreto teste de 3 dias com 6 usuários de um sistema interno
de contabilidade
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4. Objetivos da Avaliação
• Muitas questões poderiam ser objetivo de uma
avaliação
• O setor de marketing poderia estar interessado em saber
como o produto de sua empresa se compara com produtos
de outros competidores do mercado;
• Um exemplo seria se a funcionalidade e a aceitação do produto é
melhor, ou pelo menos igual, à do principal competidor;
• Produtos também podem ser avaliados no sentido de
verificar se estão de acordo com padrões específicos, como
as normas ISO 9241 por exemplo (www.iso.org).
• São necessárias para responder dúvidas durante o processo
de design
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5. Objetivos da Avaliação
• Avaliar a funcionalidade do sistema
• Medir o impacto do design junto ao usuário, ou seja avaliar sua
usabilidade
• Identificar problemas específicos com o design
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6. Tipos de Avaliação
• Inspeção de Usabilidade
• Não envolve usuários;
• Pode ser usada em qualquer fase do desenvolvimento de
um sistema (implementado ou não);
• Teste de Usabilidade
• Métodos de avaliação centrados no usuário;
• Para usar esse método é necessária a existência de uma
implementação real do sistema em algum formato que
pode ser desde uma simulação da capacidade interativa do
sistema, sem nenhuma funcionalidade, um protótipo básico
implementado, ou até a implementação completa;
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7. Inspeção de Usabilidade
• Conjunto de métodos aplicado por avaliadores que
inspecionam aspectos relacionados à usabilidade de uma
interface;
• Os avaliadores podem ser:
• Especialistas em usabilidade;
• Consultores de desenvolvimento de software;
• Especialistas em um determinado padrão de interface, etc.
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8. Inspeção de Usabilidade
• Métodos de inspeção de usabilidade são geralmente
melhores na detecção de problemas do que na
direção de como melhorar a interface;
• Relatórios gerados a partir dos métodos contêm
sugestões para redesign;
• Em muitos casos, conhecendo sobre o problema de
usabilidade, é clara a maneira de corrigí-lo;
• Inspeções de usabilidade são feitas em um estágio
onde a interface está sendo gerada e a sua
usabilidade necessita ser avaliada;
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9. Inspeção de Usabilidade
• O uso efetivo de uma lista de problemas de usabilidade irá
requerer que esses problemas sejam priorizados com relação
à gravidade de cada problema;
• Prioridades são necessárias para não se dispender esforços
desproporcionais corrigindo problemas que não irão alterar
em muito a interação do usuário com a interface;
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10. Objetivos da Inspeção
• Visa encontrar problemas de usabilidade;
• Realizar a inspeção durante todas as fases de design (de início
ao fim);
• Fazer recomendações no sentido de eliminar os problemas e
melhorar a usabilidade;
• Gerar um relatório formal dos problemas identificados com
recomendações para mudanças.
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11. Métodos de Inspeção
• Os métodos de inspeção de usabilidade não exigem muito
esforço de quem pretende usá-los;
• A maioria dos métodos de inspeção terão efeito significativo
na interface final somente se forem usados durante o ciclo de
vida do projeto;
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12. Métodos de Inspeção
• Dentre os métodos de inspeção existentes pode-se destacar:
• Avaliação Heurística
• Inspeção de Consistência
• Percurso Cognitivo
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13. Métodos de Inspeção
• Avaliação Heurística
• A inspeção da interface é realizada tendo como base uma lista de
heurísticas de usabilidade (esse método será detalhado
posteriormente)
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14. Métodos de Inspeção
• Inspeção de consistência
• O avaliador verifica a consistência dentro de uma família de
interfaces, quanto à terminologia, cores, layout, formatos de
entrada e saída, dentro da interface
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15. Métodos de Inspeção
• Percurso cognitivo
• O avaliador simula o usuário “caminhando” na interface para
executar tarefas típicas
• Tarefas mais freqüentes são o ponto inicial de análise, mas
tarefas críticas, tais como recuperação de erro, também são
percorridas
• Esse método foi desenvolvido para interfaces que podem ser
aprendidas de forma exploratória, mas também são úteis em
interfaces que exigem muito treinamento
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16. Métodos de Inspeção
• Percurso cognitivo e avaliação heurística são os precursores
dos métodos de inspeção de usabilidade e geralmente não
exigem uma grande experiência ou longo treinamento para
que possam ser utilizados
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17. Avaliação Heurística
• Desenvolvido por Nielsen e Molich em 1993.
• Inspeção sistemática da interface baseada nas
heurísticas de usabilidade realizada por avaliadores
(3 a 5 avaliadores);
• 10 heurísticas de avaliação;
• O Resultado da avaliação é uma lista de problemas
de usabilidade, com os princípios violados e a
gravidade de cada problema;
• Pode ser utilizado em qualquer etapa do
desenvolvimento, mesmo com protótipo em papel. 17
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18. Avaliação Heurística
• É difícil de ser feita por um único avaliador, pois uma única
pessoa nunca é capaz de encontrar todos os problemas de
usabilidade de uma interface
• A experiência tem mostrado que diferentes pessoas
encontram diferentes problemas, e portanto, se melhora
significativamente os resultados da avaliação heurística
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19. Avaliação Heurística
• A avaliação heurística é feita em um primeiro momento
individualmente
• Durante a sessão de avaliação, cada avaliador percorre a
interface diversas vezes inspecionando os diferentes
componentes do diálogo e ao detectar problemas os relata
associando-os com as heurísticas de usabilidade que foram
violadas
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20. Avaliação Heurística
• Depois dessa etapa inicial, as listas de problemas dos
avaliadores são consolidadas em uma só
• Assim, o resultado de uma avaliação heurística é uma lista de
problemas de usabilidade da interface com referências aos
princípios de usabilidade que foram violados
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21. Avaliação Heurística
• Mas o avaliador não pode dizer simplesmente que
• Não gosta de um determinado aspecto, tem que justificar com
base nas heurísticas;
• Também tem que ser o mais específico possível e listar cada
problema encontrado separadamente
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22. Heurísticas de Usabilidade
• Heurísticas de Usabilidade (Nielsen, 1993)
1. Visibilidade do status do sistema
2. Compatibilidade do sistema com o mundo real
3. Controle do usuário e liberdade
4. Consistência e padrões
5. Prevenção de erros
6. Reconhecimento ao invés de relembrança
7. Flexibilidade e eficiência de uso
8. Estética e design minimalista
9. Ajudar os usuários a reconhecer, diagnosticar e
corrigir erros
10. Help e documentação 22
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23. Heurísticas de Usabilidade
1. Visibilidade do status do sistema
• O sistema precisa manter os usuários informados sobre o que
está acontecendo, fornecendo um feedback adequado dentro de
um tempo razoável
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25. Heurísticas de Usabilidade
2. Compatibilidade do sistema com o mundo real
• O sistema precisa falar a linguagem do usuário, com palavras,
frases e conceitos familiares ao usuário, ao invés de termos
orientados ao sistema
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27. Heurísticas de Usabilidade
3. Controle do usuário e liberdade
• Usuários freqüentemente escolhem, por engano, funções do
sistema e precisam ter claras saídas de emergência para sair do
estado indesejado sem ter que percorrer um extenso diálogo
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28. Heurísticas de Usabilidade
4. Consistência e padrões
• Usuários não precisam adivinhar que diferentes palavras,
situações ou ações significam a mesma coisa
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29. Avaliação Heurística
Heurísticas de Usabilidade
5. Prevenção de erros
• Melhor que uma boa mensagem de erro é um design cuidadoso o
qual previne o erro antes dele acontecer
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30. Heurísticas de Usabilidade
6. Reconhecimento ao invés de relembrança
• Tornar objetos, ações e opções visíveis
• O usuário não deve ter que lembrar informação de uma para outra parte do
diálogo
• Instruções para uso do sistema devem estar visíveis e facilmente
recuperáveis quando necessário
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32. Heurísticas de Usabilidade
7. Flexibilidade e eficiência de uso
• Usuários novatos devem se tornar peritos com o uso
• Prover aceleradores de forma a aumentar a velocidade da
interação
• Permitir a usuários experientes “cortar caminho” em ações
freqüentes
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33. Heurísticas de Usabilidade
2. Flexibilidade e
eficiência de uso
Visualização do documento no browser.
Muito utilizado por desenvolvedores.
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Netscape Versão 4.7
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34. Heurísticas de Usabilidade
8. Estética e design minimalista
• Diálogos não devem conter informação irrelevante ou raramente
necessária
• Qualquer unidade de informação, fora o diálogo, irá competir
com unidades relevantes de informação e diminuir sua
visibilidade relativa
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35. Heurísticas de Usabilidade
8. Estética e Design minimalista;
www.altavista.com (março,2000)
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Redundância de links para a função busca. Todos conduzem ao mesmo
resultado.
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36. Heurísticas de Usabilidade
9. Ajudar os usuários a reconhecer, diagnosticar e corrigir
erros
• Mensagens de erro devem ser expressas em linguagem clara
(sem códigos) indicando precisamente o problema e
construtivamente sugerindo uma solução
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37. Heurísticas de Usabilidade
Tentativa de excluir um arquivo
que está em uso.
Não há usuário que não se
confunda: o que tem a ver disco
cheio com excluir um Arquivo!
9. Ajudar os usuários a reconhecer, diagnosticar e corrigir erros 37
Barbosa
e Silva
2010
38. Heurísticas de Usabilidade
10. Help e documentação
• Embora seja melhor um sistema que possa ser usado sem
documentação, é necessário prover help e documentação
• Essas informações devem ser fáceis de encontrar, focalizadas na
tarefa do usuário e não muito extensas
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39. Avaliação Heurística
• Com esses exemplos pode-se perceber que o diagnóstico de
um problema associado com as heurísticas que foram
consideradas fonte do problema, efetivamente, traz
possibilidades concretas de redesign, apesar desse não ser o
objetivo da avaliação
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40. Avaliação Heurística
• Uma possibilidade para estender o método de avaliação
heurística, de forma a prover efetivas soluções de redesign, é
fazer uma sessão de discussão final envolvendo a equipe de
avaliadores e representantes da equipe de desenvolvimento
40
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41. Avaliação Heurística
• Avaliação heurística tem se mostrado um bom método para
determinar tanto problemas graves como problemas menores
de usabilidade
41
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42. Avaliação Heurística
• Outro ponto que fortalece a existência dessa reunião é que
nela podem ser levantados os aspectos positivos do design,
pois a avaliação heurística não trata desse importante aspecto
42
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43. Avaliação Heurística
• Os principais componentes de uma avaliação heurística podem
ser resumidos da seguinte forma:
• Os avaliadores devem percorrer a interface pelo menos duas
vezes
• Na primeira focalizar no fluxo e na segunda nas componentes
individuais do diálogo
• Inspecionar a interface com base na lista de princípios de
usabilidade - justificar e detalhar ao máximo todos os problemas
detectados
• Combinar os problemas encontrados por 3 a 5 avaliadores e fazer
com que trabalhem individualmente (sem que um influencie o
outro)
• Reunião Final de discussão
• Coletar graus de severidade 43
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44. Graus de Severidade
• Combinação de 3 fatores
• frequência
• Comum ou raro?
• impacto
• Fácil ou difícil para o usuário superá-lo?
• persistência
• Problema de uma única vez que o usuário pode superar desde
que saiba que ele existe ou os usuários serão repetidamente
incomodados por ele?
• Impacto do problema no mercado
• Popularidade do produto 44
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45. Graus de Severidade
• A severidade dos problemas de usabilidade pode ser definida
através da seguinte escala (adaptado de Nielsen, 1994):
1. eu não concordo que isso é um problema de usabilidade;
2. é um problema cosmético somente – precisa ser corrigido
somente se sobrar algum tempo no projeto;
3. problema de usabilidade menor – corrigi-lo deve ter prioridade
baixa;
4. problema de usabilidade grave – importante corrigi-lo, deve ser
dada alta prioridade;
5. catástrofe de usabilidade – a sua correção é imperativa antes
de o produto ser liberado.
45
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46. Como conduzir?
• Recomendação: 3 a 5 avaliadores (individualmente)
• Duração de uma sessão de avaliação - ~2horas
• Durante a sessão de avaliação o avaliador percorre a
interface diversas vezes inspecionando os diferentes
componentes do diálogo e comparando-as com a
lista de princípios de usabilidade (heurísticas)
• O avaliador decide como conduzir a avaliação
• Percorrer a interface pelo menos duas vezes
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47. Resultados da Avaliação
• Lista de problemas de usabilidade da interface com referência
aos princípios de usabilidade que foram violados
• Avaliação heurística não objetiva prover meios de corrigir os
problemas em um redesign e não levanta os aspectos
positivos do design
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48. Conclusões
• A utilização da avaliação heurística
• Não somente melhora a interface sob análise
• Também beneficia futuros projetos, o que é um efeito colateral
da inspeção que se julga extremamente importante!
• Observar e analisar as características de design do ambiente
cotidiano é um modo de desenvolver uma sensibilidade ao
mundo desenhado em que vivemos e trabalhamos
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