Este documento apresenta os tópicos e organização da unidade A do curso "Media e Sociedade". Aborda o contexto histórico do novo paradigma comunicacional e os efeitos dos novos media nas dinâmicas sociais, incluindo assimetrias na participação digital.
1. Media e Sociedade, unidade A Ana Margarida Almeida Departamento de Comunicação e Arte Universidade de Aveiro marga@ua.pt
2. Organização da unidade: Manhã de 11 de Dezembro apresentação e exposição temática Tarde de 11 de Dezembro início do trabalho exploratório (pesquisa) Manhã de 18 de Dezembro apresentações dos trabalhos realizados
3. Tópicos a abordar na Unidade A: 1. Contextualização histórica do novo paradigma comunicacional 2. Novos media e novas modalidades de participação na sociedade em rede 3. Efeitos e implicações dos novos media nas dinâmicas sociais 3.1 Assimetrias e desigualdades na participação na nova sociedade em rede
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5. afastamento face às abordagens “tradicionais” que limitam a investigação e, torno das TIC ao estudo dos processos de interacção “homem-máquina”
13. 1. Contextualização histórica do novo paradigma comunicacional Como está, actualmente, a evoluir este novo paradigma comunicacional? OldcomputingNew computing (Shneiderman, 2003) experiência solitária de utilização de computadores “pessoais” (oldcomupting) recolha, relação, criação e partilha de experiências distribuídas (newcomputing) Web 1.0 Web 2.0 (O'Reilly, 2004) novas oportunidades para a criação e partilha mais horizontalizada de conteúdos
14. 2. Novos media e novas modalidades de participação na sociedade em rede Novas tendências da web 2.0: Novo cenário de flexibilidade e abertura dos processos de participação novas oportunidades de participação em actividades sociais, na vida cívica e nos processos de aprendizagem (Hague e Williamson, 2009). Novos papéis nos processos de formação de opinião e tomada de decisão: foco no utilizador e na colaboração aberta entre membros de uma comunidade (Heidetal, 2009).
23. 3. Efeitos e implicações dos novos media nas dinâmicas sociais Esfera alargada de influência que determina a relação tecnologia-sociedade: Os efeitos da integração das tic na sociedade ultrapassam o domínio da técnica (Breton e Proulx, 1997), abrangendo um espectro alargado de áreas, como a social, cultural, profissional, educativa ou económica. “…media influence is the product of interaction with broader cultural factors. Media have helped shape attitudes, values, and behavior in a number of ways (…)” (GormanandMcLean, 2009: 288).
24. 3. Efeitos e implicações dos novos media nas dinâmicas sociais Os novos media potenciam alterações sociais que, por sua vez, induzem o aparecimento de novas soluções tecnológicas (Burton, 2005)
25. 3. Efeitos e implicações dos novos media nas dinâmicas sociais Reciprocidade na relação Atitudes-Necessidades-Comportamentos-Novas Tecnologias “Sometimes the evolution towards new attitudes is supported by existing technologies that enable new conceptions of new behaviors to satisfy needs. In other occasions, new technologies are supported by existing attitudes that demand advances which enable the achievement of those behaviors which, although accepted, are not technologically feasible.” (Rubina, 2009: 2).
26. 3.1 Assimetrias e desigualdades na participação na nova sociedade em rede Mas como observamos os efeitos e implicações dos novos media nas dinâmicas sociais? Lógica entusiasta Os novos media potenciam efeitos transformadores positivos para a sociedade: “are seen as liberatinganddemocratizing, empoweringcitizens, promotingegalitarianismandtolerance, global understanding, and global civil society” (GormanandMcLean, 2009: 231) Lógica crítica Os impactos dos novos media têm sido sobrevalorizados: “theirimpactonpoliticshasbeenslight, tjattheyhavemerelyreinforcedthedominant role ofbigbusiness, andthataccess to new media diverges sowidely, becauseofcontinuinginequalitiesbetweenrichandpoor (...) global effects are simplynottrue.” (GormanandMcLean, 2009: 231).
27. 3.1 Assimetrias e desigualdades na participação na nova sociedade em rede Lógica crítica subsistem assimetrias e desigualdades nos processos de participação As tecnologias da comunicação, ainda que, potencialmente, possam promover a igualdade, poderão também catalisar a criação de novas barreiras, decorrentes da inaptidão tecnológica de determinados sujeitos para ter acesso e utilizar equipamentos e serviços particulares (VonTetzchner, [1991] 1994) “É possível que haja igualdade de acesso, mas não existe igualdade na capacidade de utilização. As desigualdades de conhecimento não se modificam com a simplificação do acesso e da utilização.” (Wolton, 1999: 299)
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30. acesso uso uso autónomo participação construção activa ……………………………….. infra-estrutura tecnológica ……...…….……………………. ………….….… literacia digital .…………………… ..……. formação contextualizada ...…. . suporte à comunicação e partilha . 3.1 Assimetrias e desigualdades na participação na nova sociedade em rede Para além do acesso Necessário identificar outras variáveis (para além do acesso) que poderão concorrer para a criação do chamado fosso digital (ou “digital divide”) pólo dos que se limitam a receber soluções pré-empacotadas e que não dispõem de competências para as criar, seleccionar, interpretar e, consequentemente, interagir e participar pólo dos que recebem, interagem, seleccionam e criam os conteúdos e serviços
31. 3.1 Assimetrias e desigualdades na participação na nova sociedade em rede Pese embora o novo paradigma da web 2.0... “The digital divide hasnotdisappeared” (Gorman e McLean, 2009: 255). “(...) social illshavenotdisappeared (...) real worldpoliticshavenotbeentransformed (...) global inequalities continue to exclude a sizableportionoftheworld’spopulationfromaccess to the Internet andallitoffers. Manyplayersfromthe “old-media” world continue to provideinformationandenterteinment to new media users, eveniftheyhaveharnessednewpotential (for example, citizenjournalists’ contributions to mainstream media”. (Gorman e McLean, 2009: 262-263).
32. 3.1 Assimetrias e desigualdades na participação na nova sociedade em rede Assimetrias no acesso, alguns dados (Gorman e McLean, 2009): +A grande maioria dos alojamentos web estão nos EUA e na Europa +A grande maioria dos conteúdos web são gerados nos EUA e na Europa +A língua “maioritária” da web continua a ser o inglês - 200 utilizadores de Internet, na Somália, em Julho de 2000 - 60% dos utilizadores da Internet no continente africano são da África do Sul - Menos de 0,2% da população restante do continente tem acesso à Internet - No médio oriente, em 2007, apenas 17,4% da população tinha acesso à Internet
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34. apesar de não hipotecarem a sobrevivência humana são um factor fundamental de inclusão social.
35. Referências bibliográficas Breton e Proulx (1997) Breton, P., Proulx, S. A Explosão da Comunicação . Lisboa: Bizâncio, Colecção Sínteses, 1997. Burton, G. (2005) Media andSociety, Critical Perspectives. Berkshire: OpenUniversityPress, McGraw-Hill, 2005. Castells (1999) Castells, M. A Sociedade em Rede (A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura), Volume I , Segunda Edição, São Paulo: Editora Paz e Terra, 1999. Gorman, L.; McLean D. Media andsocietyintothe 21st century : a historicalintroduction. Chichester : Wiley-Blackwell, 2009. Hague, C.; Williamson, B. Digital Participation, digital literacy, andschoolsubjects - A reviewofthe policies, literatureandevidence. FutureLab. 2009. Available online at: www.futurelab.org.uk/projects/digital-participation Hamelink (2000) Hamelink, C. J. TheEthicsofCyberspace . London: SagePublications, 2000.
36. Referências bibliográficas (cont.) Heidetal. GoodPractices for Learning 2.0: PromotingInnovation - AnIn-depthStudyofEightLearning 2.0 Cases. JRC Technical Notes. EuropeanComission - Institute for ProspectiveTechnologicalStudies, 2009. O’Reilly T. 2005. WhatIs Web 2.0: Design PatternsandBusinessModels for theNextGenerationof Software. Available online at: http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/whatis-web-20.html?page1/41 Rubina, J. M. “Challengesof Internet Evolution: AttitudeandTechnology”, in: TowardstheFuture Internet. G. Tselentisetal. (Eds.). IOS Press, 2009. pag: 12-23. Shneiderman (2003) Shneiderman, B. Leonardo's Laptop, HumanNeedsandtheNewComputing Technologies . Cambridge: MIT Press, 2003. VonTetzchner ([1991] 1994) VonTetzchner, S. “Introdução”, in: VonTetzchner, S. (Ed.) Telecomunicações e Incapacidade. Lisboa: Secretariado Nacional para a Reabilitação, 1994 [1991], p. 1-10. Wolton (1999) Wolton, D. Pensar a Comunicação. Lisboa: Dilfel, 1999.
37. Proposta de trabalho Objectivo Investigar um caso que retrate um bom exemplo (de boas práticas) de uso das tic para a inclusão/desenvolvimento Exemplos países em vias de desenvolvimento, comunidades rurais, populações segregadas, bairros problemáticos ... Sugestões de palavras-chave para pesquisa digital divide case study ict for development ict + rural populations ict + inequalities + case study ...
38. Proposta de trabalho (cont.) Regras Trabalho individual Apresentação na manhã de dia 18 (20 minutos/apresentação) Entrega de relato do caso estudado, em formato pdf, até às 20h de dia 21 (para marga@ua.pt) Nb: o pdf não deve exceder os 7,5MB A apresentação do caso deve valorizar não apenas a descrição/relato do mesmo mas também a sua problematização e enquadramento crítico nas temáticas da disciplina.