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UMA DESCRIÇÃO
DA VERDADEIRA
BEM-AVENTURANÇA
Christopher Love
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Traduzido do original em Inglês
A Description of True Blessedness
By Christopher Love
Via: TheOldTimeGospel.org
Tradução e Capa por Camila Almeida
Revisão por William Teixeira
1ª Edição: Março de 2015
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative
Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,
desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo
nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Uma Descrição Da Verdadeira Bem-Aventurança
Por Christopher Love
“Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem
a palavra de Deus e a guardam.” (Lucas 11:28)
Na obscura humanidade de Jesus Cristo, rompeu um brilho tão glorioso de Sua Divindade
que, embora quanto à Sua pessoa, Ele foi considerado desprezível e rejeitável, ainda assim
as palavras que Ele falou e as obras que Ele fez declaram-nO nada menos do que o Filho
de Deus. As palavras que Ele falou declaravam isso, Seus inimigos fazendo-se de juízes:
“Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem” (João
7:46). E as obras que Ele fez, os milagres que Ele operou, deles, é dito que “Desde o prin-
cípio do mundo nunca se viu que alguém assim fizesse”. Como sobre a Sua cura do cego
de nascença, dizem eles, “nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nas-
cença” [João 9:32].
Seus milagres causaram admiração nos corações, mesmo daqueles homens em quem Ele
provocou inveja. O milagre operado neste capítulo, a desapropriação do demônio de um
homem que era mudo, fez com que a fama de Cristo tivesse grande renome em muitas par-
tes do mundo. E apesar de tudo isso, Seusinimigos não reconheciama Divindade de Cristo,
mas uma certa jovem (como pode ser obtido a partir da história) veio e levantou a voz e
disse-lhe: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste” [Lucas
11:27]. Agora Cristo, em vez de agradecer-lhe por aplaudi-lO, prefere fazer-lhe uma repre-
ensão, uma contenção, e disse: Eu lhe direi quem são bem-aventurados: “Antes bem-aven-
turados os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam” [Lucas 11:28]. Assim, vocês têm a
coerência das palavras.
O discurso da mulher era um dito proverbial entre os judeus. Quando qualquer pessoa fazia
alguma realização que havia sido louvável, eles bradavam e diziam: “Bem-aventurado o
ventre que te trouxe”. E a partir deste discurso proverbial gostaria de observar o seguinte:
Bons filhos são um grande louvor e bênção aos seus pais. Esta mulher poderia bendizer a
mãe de Cristo, que deu à luz umfilho assimcomo Ele era. Salomão diz: “O filho sábio alegra
a seu pai” (Provérbios 15:20). E em muitas outras passagens vocês leem que grande bên-
ção e honra derivam para os pais a quem o Senhor tem abençoado com filhos sábios e pie-
dosos. E, quanto ao contrário, a Escritura assinala com uma marca de censura aqueles pa-
is que trazemfilhos ímpios ao mundo, filhos para aumentar o número dos condenados, para
encher o inferno e contaminar a terra. Por isso é que tantas vezes lemos nas Escrituras que
um filho ímpio é uma vergonha para os seus pais (Provérbios 10:1, 5).
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A aplicação deve ensinar vocês, a quem Deus abençoou com um filho, para que sejam ex-
tremamente gratos a Deus, pois ele é uma bênção maior para vocês do que se Deus en-
chesse a sua casa com prata e ouro. E vocês, a quem Deus tem assim afligido, em suportar
filhos maus saídos de seus lombos, oh, clamem sob a mão pesada de Deus por Ele vos ter
feito instrumentos para trazer filhos ao mundo que devem aumentar o número de conde-
nados no inferno.
Isto, a partir do discurso da mulher que disse: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os
peitos em que mamaste”. Mas Cristo disse: “Antes bem-aventurados os que ouvem a Pala-
vra de Deus e a guardam” [Lucas 11:28]. Ele não diz que a sua mãe não era bem-aventu-
rada, mas que a mulher não poderia louvar a Sua mãe, ao pensar que ela era tão bem-
aventurada apenas por carregá-lO no ventre. Portanto Ele diz: Eu lhe direi quem é de fato
o homem e mulher bem-aventurados, “os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”.
Cristo não quis ceder ao seu aplauso, mas Ele deu a ela uma repreensão suave e amorosa.
Disso observa-se que vocês devem tomar cuidado para que não estejam agradados com o
orgulho quando ouvirem vocês mesmos sendo elogiados. Cristo não cederia ao elogio da
mulher. Ela pensou que a virgem Maria era a mulher mais feliz em todo o mundo, mas
Cristo coloca um “antes” sobre aqueles que conscientemente ouvem a Palavra de Deus e
a guardam. Um crente ouvindo e obedecendo a Jesus Cristo é mais abençoado ao fazê-lo
do que a virgemMaria foi ao apenastrazer Cristo ao mundo, embora tenha sido o nascimen-
to mais feliz que alguma vez já fora realizado! Oh, como isso deve ser um estímulo para
quem vocês ouçam e pratiquem o que ouvem, já que ao fazê-lo vocês são, assim, bem-
aventurados!
Agora, observarei algo da maneira ou forma de expressão que Cristo usa aqui. Não é dito,
“Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus”, pois, há muitos tipos de ouvintes que
carecem de bem-aventurança. Mas, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e
a guardam, que a incorporam em suas almas e tornam-se transformados em sua imagem.
Há quatro tipos de ouvintes citados em Mateus 13, e três deles carecem de bem-aventuran-
ça. Todos ouvintes, embora seja a Palavra de Deus que eles ouçam, não alcançam a bem-
aventurança. Não é o ouvir, mas guardar e observar a Palavra de Deus que torna os ho-
mens bem-aventurados.
Observe mais uma vez que não é dito, “Bem-aventurados os que creem”. Embora seja de
fato uma verdade que todos os verdadeiros crentes são bem-aventurados, ainda não é as-
sim dito a fim de que os homens pensem que um mero crer é o suficiente para torna-los
bem-aventurados, ou para que eles não pensem que eles estão para além do ouvir, orar,
ou receber, que são as vaidades aspirantes de muitos nesta época.
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Nem é dito, “bem-aventurados os que guardam a Palavra de Deus e uma separação do ou-
vir”, mas, “juntamente com o ouvir, bem-aventurados são aqueles que ouvem e guardam”.
Muitos homens fingem uma grande perfeição de vida e conversação em guardar o que
Cristo ordena, mas isto é uma separação do ouvir; eles deixam de fora o ouvir a Palavra.
Mas, na estima de Jesus Cristo, somente aqueles que ouvem e guardam a Palavra de Deus
são bem-aventurados.
Mais uma vez, não é dito, “Bem-aventurados serão vocês que ouvem e guardam a Palavra
de Deus”, mas: “Bem-aventurados são vocês” para mostrar que vocês não devem ser bem-
aventurados apenas quando forem para o Céu, mas que vocês são bem-aventurados ao
fazê-lo, enquanto estão aqui na terra. “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de
Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (Romanos 6:22). Você
tem o seu fruto, ó homem, se você é um homem santo, mesmo antes de ir para a vida
eterna.
Novamente, não se diz: “Bem-aventurados são vocês que ouvem e guardam”, mas, “se vo-
cês ouvem a Palavra de Deus e a guardam”. Vocês podem ouvir os homens que pregam
erros condenáveis, e guarda-los rapidamente em seu coração. Mas, neste caso, está mais
perto de uma maldição do que de uma bênção. Os homens podem ser seguidores de ser-
mões, mas se esses sermões que ouvem e praticam não estão de acordo com a Palavra
de Deus, não são fundamentados nas Escrituras, eles estão sob uma maldição e não sob
uma bênção pelo que ouvem. Portanto, o Espírito Santo aqui diz: “Bem-aventurados os que
ouvema palavra de Deus e a guardam”. Isto deveria ensinar aos homens como eles ouvem,
quem eles ouvem, e o que ouvem, para que eles não ouçam nada, senão a Palavra de
Deus, e em seguida, guardem o que eles ouvem.
Lemos sobre mestres os quais introduzirão encobertamente heresias de perdição, e que
muitos seguirão as suas dissoluções. “E também houve entre o povo falsos profetas, como
entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de
perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdi-
ção. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da
verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de
largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2 Pedro 2:1-3).
Agora, não são bem-aventurados aqueles que ouvem homens que trazem tais heresias de
perdição. A Escritura não vincula bem-aventurança a todos os ouvintes, mas aos que ou-
vem a Palavra de Deus e a guardam.
Novamente, não é dito, “Bem-aventurados também”, mas “antes, bem-aventurados”. Cristo
não diz: “Minha mãe é uma mulher bem-aventurada, e tambémsão bem-aventurados aque-
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les que ouvem a Palavra de Deus e a guardam”. Mas Cristo vem com um “antes”. É como
se ele tivesse dito: “Eu considero estes homens e mulheres mais bem-aventurados do que
Minha própria mãe, meramente tendo sido o instrumento que Me trouxe ao mundo”. Como
esta consideração deveria inflamar seus corações, e estimulá-los a uma audiência diligente
da Palavra de Deus, e a uma prática consciente do que vocês ouvem? Não há a frase
semelhante a esta em toda a Bíblia.
Não é dito, “mais bem-aventurados são os que ouvem as Minhas palavras e Minhas decla-
rações”. Isto é dito assim em algumas outras passagens, mas aqui é dito, “aqueles que ou-
vema Palavra de Deus”. Poisse Cristo dissesse: “mais bem-aventurados são osque ouvem
a Minha Palavra”, então as pessoas teriam pensado que Cristo imputava a bem-aventu-
rança apenas à Sua própria pregação, e para aqueles que pessoalmente O ouviram pregar.
Por isso Cristo disse: “Antes, bem-aventurados são aqueles que ouvema Palavra de Deus”,
seja ela pregada por Pedro, Paulo ou Apolo, por qualquer discípulo vivendo agora ou por
qualquer ministro do Evangelho que viverá posteriormente até o fim do mundo.
“Todo aquele que ouve a Palavra de Deus contida na Escritura, Antigo e Novo Testamento,
e a guarda, é mais bem-aventurado do que Minha mãe foi, sendo ela considerada apenas
como um instrumento para trazer-Me ao mundo”. E nesta expressão há uma secreta glória
ou honra colocada sobre os ministros do Evangelho de Jesus Cristo, que não limitaria a
bênção à Sua própria pregação, mas a estende à Palavra de Deus que sai da boca de
qualquer ministro. E essa é a razão (como muitos pensam), daquilo dito na Escritura: “Aque-
le que crê fará obras maiores dos que as que Cristo fez”. Isto não significa as obras de
redenção, mas as obras ministeriais, de forma que um ministro fiel converterá mais almas
dos que as que Cristo converteu por meio de Seu ministério. Cristo, poderia ter convertido
todos os que O ouviram, mas Ele não o fez, para que os homens não pensassem eles não
deveriam ouvir ninguém, senão Cristo.
Não lemos sobre muitos que foram convertidos pela pregação de Cristo. Houve mais con-
vertidos por Pedro e outros apóstolos do que pelo próprio Cristo. Cristo fez isso para que
as pessoas não desprezassem nenhum dos Seus ministros ordinários. Se Cristo tivesse
convertido mais do que todos os discípulos, aspessoas, então, poderiamter menosprezado
os discípulos e seguido apenas a Cristo. Esta destemperança começou a crescer nos dias
dos apóstolos: “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de
Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo” (1 Coríntios 1:12). O apóstolo culpa-os por dizerem:
“Eu sou de Cristo”.
O significado não é que os homens eram censuráveis por seguirem o amor de Cristo. Deus
me livre! É nosso dever mais elevado agir assim, mas havia alguns na igreja de Corinto que
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estavam prontos para dizer: “Eu não me importo com a pregação de Paulo, ou Apolo, mas
apenas em ouvir a Jesus Cristo”. Este foi um vão e pecaminoso clamor por Cristo. Assim,
os homens clamarem por Cristo, pela pregação de Cristo e ao mesmo tempo depreciarem
o ministro, é pecado; e Cristo nunca intencionou que isso fosse pregado [somente] por Ele
mesmo, pois Cristo disse: “Bem-aventurados são os que ouvem a Palavra de Deus e a
guardam”. Seja isto pregado por qualquer ministro fiel, seja quem for.
Novamente, não é dito: “Bem-aventurados são aqueles por ouvirem e por guardarem”, mas
“Bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. A bem-aventurança
nunca vem com um “por”, mas com um “se” ou um “que”. O Senhor não abençoa vocês por
ouvirem, embora vocês ouçam tantos sermões quantos são os dias do ano. Mas, Ele aben-
çoa aqueles que ouvem em obediência aos Seus mandamentos, e praticam o que ouvem.
Assim, vocês têm oito observações a partir da forma do discurso que Cristo aqui utilizou.
Agora mostrarei o que se entende por guardar a Palavra de Deus que nós ouvimos. Há um
duplo guardar da Palavra de Deus:
Em primeiro lugar, há um guardar disso em sua memória. “Mas Maria guardava todas estas
coisas, conferindo-as em seu coração” (Lucas 2:19). Ela as guardava em sua memória.
Nossas memórias devem ser como a arca em que o vaso de maná foi guardado. O pote de
maná são as verdades Divinas; estas devemser mantidasemsegurança emnossas memó-
rias. Mas este não é o guardar que se fala aqui, pois há muitos homens que têm boas me-
mórias para guardar o que ouvem, e ainda não têm nem bons corações ou uma boa vida,
e, portanto, não são bem-aventurados por seu guardar.
Em segundo lugar, há uma manutenção da Palavra em sua prática, e isso é feito quando
há uma consciente atenção para moldar as suas vidas e conversações conforme o que
vocês ouvem ou conhecem. Agora, bem-aventurados são vocês que ouvem a Palavra de
Deus e, assim, a guardam.
E, assim, eu evidenciei todas as dificuldades que podem aparecer nas palavras. A obser-
vação é a seguinte: São mais bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e
praticam o que ouvem, do que a mãe de Jesus Cristo foi por trazê-lO ao mundo. É um pon-
to, eu confesso, que bem merece um exame, e se não fosse a Bíblia, teria sido incrível que
Cristo houvesse colocado um“antes” sobre você, ó homem, ou mulher, emtodas as épocas
do mundo, que ouvem a Palavra de Deus e a guardam.
É importante notar que um termo diferente é usado pela mulher no texto e Isabel, que era
parenta da virgem Maria. A mulher no texto disse: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe,
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e os peitos que mamaste”. Mas Isabel clamou: “Bem-aventurada a que creu” (Lucas 1:45).
Sobre estas palavras, um erudito autor fez uma boa observação: “Se na virgem Maria,
Cristo não tivesse nascido em seu coração pela fé, bem como em seu ventre, ela não teria
sido bem-aventurada, pois Isabel declara aqui no que a bem-aventurança da virgem Maria,
e de todos os eleitos, consiste”.
Agora, como isso refutaria a caducidade da igreja de Roma, que tão excessivamente exalta
a virgem Maria? Eu li um pouco de alguns autores papistas, e eu encontrei que para um
tratado sobre a dignidade e glória de Cristo, eles escreveram muitos sobre a dignidade da
virgem Maria. E eles relatam histórias e tolices estranhas a respeito dela, como nunca foi
ouvido no passado, idolatricamente promovem a pessoa dela. Eles dizem que ela estava
livre do pecado original, ao passo que a Escritura diz expressamente que todos os que
descendem de Adão estão contaminados com a corrupção original e, portanto, a virgem
Maria o é também, sendo uma filha de Adão.
Os papistas falam mais honrosamente da virgindade, dignidade e santidade da virgem
Maria, a mãe, do que eles falam da justiça, graça e méritos de Cristo, o Filho. E, portanto,
eles apegam-se à “justificação pelas obras”, e não pela fé na justiça de Cristo. Sim, eles
tanto honram a virgem Maria que fazem dela a maior “mediadora” ao lado de Deus Pai. Um
homem pode pensar que é desnecessário ensinar contra a doutrina papista, mas os minis-
tros nunca tiveram mais razão para isso do que agora. Poisnunca houve mais probabilidade
da disseminação do papado do que nestes dias onde, sob a noção de maldita tolerância,
padres e jesuítas publicam seus princípios blasfemos e idólatras, e prosseguem em seus
projetos jesuíticos.
E Deus sabe quão em breve vocês que não colocam o seu pescoço sob o jugo de Cristo
podem ser trazidos debaixo do jugo papista. Isso eu posso dizer por experiência própria,
de forma que eu nunca encontrei tantos a cambalear para o papado como nos últimos tem-
pos. Aqueles que professavam a religião protestante estão surpreendendo e apostatando
de sua antiga profissão e alianças solenes, e Deus sabe em quanto tempo eles preferirão
a virgem Maria a Jesus Cristo. Mas espero coisas melhores de vós. Por isso vou passar
disso, e venho para as razões da questão, que são estas:
1. São mais bem-aventurados os que ouvem e guardam a Palavra de Deus do que a virgem
Maria foi por trazer Cristo ao mundo, porque Cristo considera os tais como permanecendo
em mais múltiplas relações próximas a Ele do que Seus próprios amigos naturais tinham.
“Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a
palavra de Deus e a executam” (Lucas 8:21). Eis aqui a correta maneira de ser trazido para
um relacionamento próximo com Cristo, tornando-se semelhante a Jesus Cristo, sendo
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considerado irmão, irmã e mãe de Jesus Cristo, e isto é por ouvir e obedecer a vontade de
Cristo.
2. Sua bênção aparece nisto, porque se vocês ouvem e praticam, vocês perseverarão até
o fim, enquanto outros devem apostatar e cair da fé. “Todo aquele, pois, que escuta estas
minhas palavras, e aspratica, assemelhá-lo-ei ao homemprudente, que edificou a sua casa
sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas
minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua
casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda” (Mateus 7:24-28).
Somente perseveram aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guardam; somente eles
têmsuas almas edificadas sobre a rocha, e permaneceminabaláveis no tempo da persegui-
ção. Na verdade, eles podem cair, e abominavelmente também (como Davi, Pedro e muitos
outros preciosos santos fizeram), por meio da violência das tentações de Satanás e da cor-
rupção restante que há neles, mas, eles nunca cairão final e irremediavelmente, porque es-
tão edificados sobre a rocha que nunca pode cair; eles estão edificados sobre uma rocha
que nunca pode ser removida, e esta rocha é Cristo, que ao mesmo tempo é o autor e
consumador de sua fé (Hebreus 12:2). E Ele orou para que a fé deles não desfalecesse
totalmente (Lucas 22:32). E isso Ele obteve; portanto, apesar de surgirem as tempestades
e ondas, eles nunca cairão irremediavelmente. Os outros caem, e arruínam-se quando
surgem os ventos e as tempestades.
3. O Senhor faz promessas gloriosas para os tais que ouvem a Palavra de Deus e a guar-
dam. “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guar-
damas coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1:3). Aqui
vocês veem que aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guardam, ou seja, depositam-
na em seus corações e expressam o poder dela em suas vidas, são bem-aventurados.
4. Ao praticar o que vocês ouvem na Palavra, vocês podem trazer outros à bem-aventu-
rança; e felizes são vocês que são instrumentos para trazer outros ao céu. “Semelhante-
mente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se
alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra”
(1 Pedro 3:1). Assim, “Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em
que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas
boas obras que em vós observem” (1 Pedro 2:12). A sua conversa piedosa pode ser um
meio para trazer outros ao céu.
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5. Se vocês conscientemente praticam o que ouvem, vocês são bem-aventurados porque
(embora vocês não possam levar os outros para o céu) vocês mesmos certamente chega-
rão ao céu, seguramente chegarão à bem-aventurança. “Aqui está a paciência dos santos;
aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. E ouvi uma voz do
céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Se-
nhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os se-
guem” (Apocalipse 14:12-13). Ó, vocês que conscientemente guardam os mandamentos
de Deus e a fé em Jesus, vocês certamente irão para o céu, embora vocês não tragam
nada consigo mesmos, senão apenas vocês mesmos. Foi uma frase notável de um dos
pais que, quando uma vida evangélica vai adiante, uma vida angélica seguirá depois. Ó,
portanto, conscientemente pratiquem o que vocês ouvem e conhecem.
Agora eu chego à aplicação:
USO DA LAMENTAÇÃO. Se for assim, que aqueles que ouvem e guardam a Palavra de
Deus são mais bem-aventurados do que a virgem Maria foi apenas por trazer Cristo ao
mundo, não deveria, então, ser uma lamentação que os homens não buscam a bem-aven-
turança quando podem obtê-la por meio de termos fáceis? Se Deus dissesse: “Eu te aben-
çoarei se você remover montanhas, se você cumprir a Minha lei em cada ‘jota’ e ‘i’ da mes-
ma”, isto seria, de fato, obra impossível de ser efetuada. Mas Deus disse: “Bem-aventura-
dos os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. Portanto, se vocês não praticam o que
ouvem, vocês recusam a sua própria misericórdia. O Diabo não poderia condenar vocês,
se vocês não condenassem a si mesmo. Tu, ó homem que tem um coração obstinado, que
(deixe o pregador dizer o que ele quiser) fará o que você deseja, que faz pouco caso do
que ouve, e pouca consciência em praticar o que você ouve, é indesculpável.
Agora, para levar para casa esta aplicação, observem estas cinco considerações:
1. Seu ouvir. Se vocês não praticam o que ouvem, agravarão a sua condenação em breve.
“Se eu não viera, nemlhes houvera falado, não teriampecado, mas agora não têmdesculpa
do seu pecado” (João 15:22). A culpa admite alguma atenuante onde não há conhecimento
da falha; é um pecado muito mais condenável ao conhecer da Lei de Deus, do que ser
ignorante da Lei de Deus. Aqueles que pecam contra o conhecimento, não têm disfarce ou
desculpa pelo seu pecado. “E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se apron-
tou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lucas 12:47).
EmIsaías 13,lemos sobre muitas naçõese pessoas contra quemo Senhor ordena o profeta
denunciar uma profecia penosa.
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Mas em Isaías 22, lemos sobre o “peso do vale da visão”, ou seja, de Jerusalém; e observa-
se que esse fardo era o mais pesado dentre todos os outros, nenhum fardo é tão pesado
quanto o do vale de visões. Era um lugar onde o conhecimento existia, onde a pregação
existia; portanto, esse fardo era mais pesado do que contra a Babilônia, Tiro, Damasco e
todo o restante. Embora os outros homens que vivem na parte americana do mundo devam
ir para o inferno por sua desobediência, ainda assim lembrem-se, que vocês que vivem na
Inglaterra, onde o Evangelho é professado e pregado, devem ir para o inferno com uma
carga mais pesada em sua consciência do que aqueles que não têm o Evangelho. Vocês
serão condenados com uma testemunha, os que ouvem a Palavra de Deus e não fazem
nenhuma consideração de praticar o que ouvem e o que conhecem.
Isto faria alguém ficar surpreso ao ler essa passagem: “Derrama a tua indignação sobre os
gentios que não te conhecem” (Jeremias 10:25). Agora, se a fúria do Senhor é derramada
sobre os miseráveis ignorantes pagãos que não conhecem a Deus, que não têm os meios
de conhecimento, que não ouvem o Evangelho de Cristo, o que será derramado sobre os
chamados Cristãos que não conhecem a Deus? Mas, acima de tudo, que fúria e vingança
inexprimíveis serão derramadas sobre os chamados “cristãos” que pecam contra o conhe-
cimento de Deus, que pecam contra a luz que brilha claramente diante de seus olhos, que
pecam contra uma consciência despertada e convencida? Se algum lugar no inferno é mais
quente do que o outro deve ser para eles, pois é um pecado muito mais condenável ser
conhecedor da Lei de Deus, do que ser ignorante da Lei de Deus; aqueles que pecam con-
tra o conhecimento, não têm desculpa nem disfarce de seu pecado.
2. Considerem: vocês estão vazios do amor a Deus, se não praticam o que ouvem. “Mas
qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfei-
çoado” (1João 2:5).
3. Considerem: Deus olha para a sua profissão como em nada válida, a menos que vocês
pratiquem o que vocês ouvem. Na aritmética, mesmo colocando tantos zeros juntos eles
não somam nada, mas coloquem um algarismo junto, e em seguida, faz-se uma grande so-
ma. Assim, alguma vez façam tantas orações e jamais ouçam tantos sermões, ainda assim
tudo permanece apenas como zeros, a menos que vocês juntem isso com um curso de vida
consciente, de acordo com o que vocês ouvem e com o que vocês oram.
Considere, você (que tem sido um professo por tanto tempo) gostaria que Deus olhasse
para você como tendo sido umhomemprofano toda a sua vida? Deus olha para você, como
tal, se você não pratica o que você ouve e conhece: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de
Belial; não conheciam ao Senhor” (1 Samuel 2:12). Eles não conheciam a Deus? Certa-
mente conheciam! Por sua educação eles tinham um conhecimento especulativo de Deus
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e de Sua lei, pois eram sacerdotes do Senhor, e Deus não escolheria homens ignorantes
como Seus sacerdotes. Mas eles não tinham conhecimento prático, eficaz e salvífico de
Deus, pois eram homens de vidas e conversas ímpias, e, portanto, Deus olhou para o seu
conhecimento como nenhum conhecimento, e para a sua profissão [de fé] como uma
profissão vã.
Assim, “Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não
me conheciam, e os pastores prevaricavam contra mim, e os profetas profetizavam por
Baal, e andaram após o que é de nenhum proveito” (Jeremias 2:8). “Não Me conheciam”.
Deus não considerava o conhecimento que eles tinham dEle, porque eles transgrediram
contra Ele. Lembre-se, Deus considerará o seu ouvir como nenhum ouvir, a sua oração,
como nenhuma oração, o seu recebimento dos sacramentos como nenhum recebimento,
se você não obedecer conscientemente ao que você ouve.
4. Você não pode ter uma boa persuasão, nem descobrir em sua alma o amor de Deus por
você, a menos que você guarde conscientemente o que você ouve. “Se me amais, guardai
os meus mandamentos” (João 14:15). E, portanto, você encontra nas Escrituras que o amor
de Deus é frequentemente unido à observância dos mandamentos de Deus: “E faço miseri-
córdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos” (Êxodo
20:6). Ambos são colocados juntos para mostrar que onde há um amor de Deus, haverá
um guardar de Seus mandamentos.
5. Se não praticarmos conscientemente o que ouvimos, provocaremos o Senhor para levar
o Evangelho para longe de nós. “E sucederá que, naquele dia, diz o Senhor Deus, farei que
o sol se ponha ao meio-dia, e a terra se entenebreça no dia claro” (Amós 8:9). E, no versí-
culo 11: “Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não
fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR”. Lembrem-se,
Deus tirará a Palavra por nosso não proveito pelo que ouvimos. “Portanto, eu vos digo que
o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mateus
21:43). Pelo reino de Deus devemos entender o Evangelho, a Palavra de Deus e o minis-
tério dos mesmos; isto vos será tirado e será entregue a outros, se vocês não produzirem
os seus frutos.
E aqui podemos ler tanto o nosso pecado e julgamento. Pois se alguma vez qualquer povo
do mundo foi culpado de aridez e esterilidade sob os meios de graça, nós somos esta
nação. Nós temos sido exaltados para o céu, e, assim, podemos justamente esperar ser
lançados no inferno. Agora, para despertar as suas consciências, devo, em primeiro lugar,
estabelecer algumas manifestações de que somos extremamente culpados de esterilidade
sob os meios de graça. E que, portanto, em segundo lugar, estamos em grande perigo de
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ter o Evangelho removido de nós, e será dado a uma nação que produzirá os seus frutos.
Que nós somos culpados de esterilidade sob as ordenanças do Evangelho evidencia-se:
1. Pelas tristes queixas que os mais frutíferos estoques e plantas no jardim de Deus fazem,
elas com tristeza e gemido de coração reclamam de sua esterilidade sob as ordenanças do
Evangelho. Agora, se as árvores de justiça do plantio do Senhor, na vinha do Senhor, recla-
mam que eles não dão fruto, certamente, então, as árvores da floresta são estéreis. Se as
árvores do jardim de Deus não dão fruto, o que podem fazer as árvores do deserto? Se o
povo do Senhor sentar e lamentar porque não se encontra nenhum fruto apropriado neles,
que motivo, então, tem o ímpio do mundo para reclamar, cujos corações permanecem tão
duros como a mó inferior, não obstante todo o orvalho celeste que ao longo do tempo cai
sobre eles?
2. Isso aparece pelas tristes queixas dos lavradores de Deus, os ministros de Jesus Cristo,
que discernem apenas pouco fruto evidente após todo o seu trabalho, pouco sucesso na
atenção ao seu ministério evangélico. Por isso, eles se deitam em suas camas em tristeza,
e com sofrimento de espírito reclamam, como Pedro, que eles haviampescado a noite toda,
mas não pegaram nada, que lavram em cima de pedras e quebraram seus instrumentos,
mas não conseguiram quebrar o coração dos homens, que eles usam as suas próprias vi-
das, consomem seus próprios pulmões, mas não podem consumir as concupiscências. E,
assim, eles se queixam com o profeta (na pessoa de Cristo): “Eu tenho trabalhado em vão”
(Isaías 49:4).
3. Isso se evidencia pela comparação dosnossos tempos como tempo emque o Evangelho
foi primeiramente plantado. Cristo diz: “E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz
violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele” (Mateus 11:12). Naqueles dias,
os homens usaram uma santa violência nos caminhos da religião, mas onde é que esta
violência pode agora ser encontrada? Quando os setenta discípulos tiveram a comissão de
Cristo para pregar o Evangelho, foi dito que eles saíram pregando a Palavra (Lucas 10:18).
E o que se segue? Deus estava com eles, e muitos foram convertidos, e “Satanás, como
raio, caiu do céu” (Lucas 10:18).
O ministério deles teve um mais glorioso sucesso. E é dito (o que é uma profecia dos pri-
meiros momentos da pregação do Evangelho), “Amplia o lugar da tua tenda, e estendam-
se as cortinas das tuas habitações” (Isaías 54:2). Como se não houvesse espaço suficiente
para os homens convertidos, por isso, “amplia o lugar da tua tenda”, o que refere-se aos
gentios em sua primeira conversão. E, disse o apóstolo: “Alegra-te, estéril, que não dás à
luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do
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que os da que tem marido” (Gálatas 4:27). E diz-se: “E a mão do Senhor era com eles; e
grande número creu e se converteu ao Senhor” (Atos 11:21).
Sim, três mil foram convertidos através de um sermão de Pedro, ao passo que agora três
mil sermões dificilmente convertem uma alma para Cristo. E, o profeta diz: “O teu povo será
mui voluntário no dia do teu poder; nos ornamentos de santidade, desde a madre da alva,
tu tens o orvalho da tua mocidade” (Salmos 110:3). O significado dessas palavras: “desde
a madre da alva, tu tens o orvalho da tua mocidade”, é isto: os convertidos após a primeira
pregação do Evangelho devem ser tão numerosos quanto as gotas de orvalho sobre a relva
na manhã. Mas hoje em dia a conversão das almas, o trazer os homens a Jesus Cristo,
não é tão numeroso quanto as gotas de orvalho, mas tão raro quanto as pérolas e dia-
mantes.
4. Parecerá que existe uma aridez geral sob todos os meios de graça, porque nestes dias
mais pessoas são pervertidas da verdade e simplicidade do Evangelho do que são converti-
das pelo poder e eficácia do mesmo. A conversão que é efetuada hoje em dia é apenas um
poder sobre as cabeças dos homens, não sobre os seus corações; isso opera neles apenas
fantasias e noções, não piedade prática. Eles são como a lua (não como o sol), cuja influ-
ência oferece luz, mas não calor. A Palavra, isso pode ocorrer, recupera-os da embriaguez
na prática, mas o Diabo os torna bêbados nas opiniões e erros.
Agora sendo assim, irei, em próximo lugar, dar algumas demonstrações de que estamos
em perigo de ter o reino de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo, removido de nós. Portanto,
não estejamos seguros, pois há grande perigo do Evangelho ser removido, se não do país,
mas de determinados lugares.
1. Isso pode ser evidenciado a partir da oposição implacável que há nos professos do Evan-
gelho contra os pregadores do Evangelho. Essas mesmas pessoas que estimavam os pés
de seus ministros por serem mui formosos, agora dizem que a marca da besta está sobre
a sua testa. Aquelas pessoas que teriam arrancado os seus olhos para fazer o bem aos
seus bons ministros, agora arrancariamos olhos de seus ministros. Essas mesmas pessoas
que olhavam para nós como servos de Cristo e administradores dos mistérios da salvação,
agora nos consideram como os membros do anticristo e corruptores da religião. Agora não
há nenhuma maneira mais provável para afastar o Evangelho de nós do que rejeitar e se
opor ao Evangelho, e aos ministros dos mesmos. Esta será a grande entrada (se o Senhor
não impedir) para a nossa total confusão, e uma retirada do Evangelho de Jesus Cristo.
Eu gostaria que tais homens, que preferem ver os ministros piedosos na prisão do que no
púlpito, considerassem que, se Deus os levar embora, vocês desejariam ter piores em seu
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lugar. Os sectários estavam cansados do piedoso e erudito Junius; por isso, Deus suportou
Armínio, aquele pestilento inimigo do Evangelho de Cristo, para levantar-se depois dele.
Deus pode justamente nos enviar professos incapazes e enganadores pelo nosso menos-
prezo a esses ministros instruídos e piedosos que estão entre nós. Quando Paulo e Barna-
bé foram desprezados e combatidos pelos judeus incrédulos, eles disseram: “Mas Paulo e
Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a
palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que
nos voltamos para os gentios” (Atos dos Apóstolos 13:46). Eles perderam o Evangelho
devido a disso.
2. Parece que há o perigo de que o Evangelho seja removido de nós pela libertinagem geral
e fraqueza das pessoas que vivem sob ele. Quando as crianças são atrevidas com pão na
mão, o pai o toma delas e os prepara rapidamente. Temos tratado com o Evangelho como
as crianças lidam com pão quando suas barrigas estão cheias. Temos crescido devassos
e nos tornamos cansado dele, de modo que agora se um ministro prega sobre a fé, o
arrependimento, a mortificação, o zelo, a abnegação e a mentalidade celestial, estes são
considerados doutrinas maltrapilhas. Agora, quando o Senhor vê um povo crescer cansado
e libertino com o Evangelho, Ele os reduzirá. Ele os fará saber o valor do Evangelho pela
falta do Evangelho.
3. Quando os israelitas detestaram o maná, Deus rapidamente os fez padecer os diminuiu
pela fome. Aquele que corre pode ler o nosso pecado e perigo nisto em particular. Pois,
aquelas mesmas pessoas que esperavam com prazer as ordenanças de Jesus Cristo, ó,
como elas se tornaram cansadas das ordenanças! Aquelas pessoas que consideravam os
seis dias tediosos, e embora anelassem pelo Sabath, agora não se importam em santificar
o Sabath durante todo o ano! Aquelas pessoas que não poderiam viver um dia sem o Evan-
gelho, podem agora viver não somente fora, mas acima do Evangelho! [...]
Parece que o Evangelho está em perigo de ser removido de nós, em virtude do grande au-
mento de tais opiniões que são contrários ao Evangelho, que são destrutivas ao poder e a
pureza dele. Quando os homens usarão fortes esforços para promover uma tolerância entre
todas as religiões, este é o caminho para nos conduzir a nenhuma religião. “Pondo o seu
limiar ao pé do meu limiar, e o seu umbral junto ao meu umbral” (Ezequiel 43:8), ou seja,
quando eles acrescentaram tradições, suas próprias invenções, aos preceitos de Deus,
então houve um muro entre Deus e eles. Sua impiedade era como um muro de separação.
Deus estava afastando-se deles. Aqueles que pleiteiam por uma licenciosa tolerância de
todas as opiniões fazem tanto quanto os que nelas se encontram para colocar um muro de
separação entre Deus e Inglaterra.
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4. Um aumento de erros e heresias de perdição é uma demonstração de que o Evangelho
está sendo removido. O Evangelho é o sol que brilha em nosso horizonte; heresias são as
neblinas e nevoeiros que escurecem os brilhantes raios do sol. Alguém bem observa que
não foi a corrupção em comportamentos que excomungou a igreja de Roma, mas exata-
mente a corrupção na doutrina. Quando a mulher estava voando para o deserto, diz-se, “E
a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente
a fizesse arrebatar” (Apocalipse 12:15). Esta inundação de água foi uma enxurrada de here-
sias, e particularmente a heresia do arianismo. Se o Senhor permitir que dragão derrame
uma enxurrada de heresias para transbordar a terra, pode-se, então, justamente temer a
remoção do Evangelho de nós.
5. A oposição implacável que é contra o estabelecimento do governo da igreja é uma de-
monstração da remoção do Evangelho. É verdade, o governo é apenas a sebe, e o Evan-
gelho é o fruto, mas se você quebra a proteção, o fruto será pouco. Este é o caminho para
ter o campo invadido pelo javali. Foi dito por Lutero (em seu primeiro recuo da igreja de Ro-
ma), que o Evangelho tem mais prejuízo por sete anos de suspensão de um governo bem
ordenado do que poderia se recuperar em 40 anos posteriores. E que o Senhor conceda
que isto não prove ser assim conosco.
Agora por tudo isso pode parecer que estamos em grande perigo de ter o Evangelho tirado
de nós. Quão cuidadosos, então, devemos ser para utilizar os meios de graça, enquanto
nós fruímos deles, pois se o Evangelho se for tudo se vai. É melhor perder a luz do sol do
que a luz do Evangelho. Pois:
1. Se o Evangelho é retirado de umpovo, a paz é retirada de umpovo. A remoção do Evan-
gelho da paz fará com que a sua paz seja removida.
2. Se o Evangelho se for, a fartura se vai, bem como a paz.
3. Se o Evangelho se for, se o culto a Deus é retirado, a nossa segurança se vai. A arca
era a segurança dos israelitas. Quando a arca foi retirada, a sua força e segurança foram
removidas. Quando os judeus rejeitaram o Evangelho, assim ele foi levado aos gentios, e
os romanos vieram e levaram tanto a sua posição e nação.
4. Quando o Evangelho se vai, a nossa liberdade civil se vai. Quando os judeus menos-
prezaram o Evangelho, eles viviam não mais como homens livres, mas se tornaram es-
cravos e tributários em relação aos romanos.
5. A dignidade e o esplendor de uma nação se vão quando o Evangelho se vai. Como o ve-
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lho Eli disse, quando a arca foi tomada, “de Israel se foi a glória” [1 Samuel 4: 21]. E é dito
em Mateus 2:6 que Belém de modo nenhum era a menor entre todas as capitais de Judá.
No entanto, Miquéias disse em Miquéias 5:2 que Belém era pequena, isto é, a menor em
relação à sua situação e pequena em número de habitantes. Mas não menos importante,
como Mateus fala, porque o Messias nasceu ali e ali pregou o Evangelho. O Evangelho de
Cristo fez de Belém mais do que era; e por isso é que de Cafarnaum é dito ser levantada
ao céu, porque as boas novas do Evangelho foram ali anunciadas.
Agora, se Deus tirasse o Evangelho de nós, Ele nos deixaria como Belém, a menor de mil
cidades. Não devemos medir a grandeza de uma cidade pelo grande comércio, pelo grande
número de pessoas ali, mas pelo florescimento do Evangelho nela. Londres seria a menor
cidade dentre mil se o Evangelho fosse removido dela. Ó, então, que motivo temos para
conhecer e considerar no dia de hoje as coisas que dizem respeito à nossa paz, para que
futuramente elas não sejam escondidas de nossos olhos. Não nos contentemos com um
mero ouvir da Palavra, mas em que sejamos cumpridores dela, expressando o poder e a
autoridade da mesma em nossas vidas e conversações.
Objeção. Mas vocês dirão: “Se são bem-aventurados somente aqueles que ouvem a Pala-
vra de Deus e a guardam, aqueles que praticam o que ouvem, então onde é que umhomem
bem-aventurado deve ser encontrado? Pois, onde é que este homem vive, este que pode
guardar, que consegue viver de acordo com o que ele ouve? Eu ouço muito sobre um peca-
do reprovado, que eu que não consigo me abster. Ouço muito de um dever ordenado que
eu não consigo executar. Ouço muito de uma graça mesmo aconselhada que eu não consi-
go desempenhar. Agora como pode um homem ser bem-aventurado, vendo que ele não
pode guardar o que ouve?”
Resposta. Se vocês realmente vivessem sob um pacto de obras, vocês nunca poderiam
ser um homem bem-aventurado, porque vocês nunca poderiam guardar o que ouvem com
aquela exatidão que um pacto de obras requer, pois esta ordena ao homem guardar toda
a Lei, guardá-la perfeitamente, e mantê-la pessoalmente. Mas, para o seu consolo, saibam
que vocês estão sob um Pacto da Graça, que não necessitam de uma perfeita, mas de uma
sincera obediência à Lei de Deus, que aceita a vontade como ação. Ah, lembrem-se que
vocês não estão sob um pacto de obras, mas sob um Pacto da Graça, que aceita o que
Cristo fez e sofreu por vocês (se vocês são crentes), como se fosse feito por suas próprias
pessoas.
Embora, de fato, seja verdade o que Cristo disse ao jovem: “Se queres, porém, entrar na
vida, guarda os mandamentos” (Mateus 19:17), ainda assim vocês devem saber que Cristo
falou isso a ele porque sabia que ele era de um temperamento farisaico, e que pensava em
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ser salvo por suas boas obras. Mas se Cristo dissesse assim a qualquer um de nós: “Você
irá para o céu, se você guardar todos os mandamentos, e você nunca irá para o céu, se
você quebrar qualquer um dos mandamentos”, o Senhor tenha misericórdia de nós! Então,
todos pereceríamos eternamente. Mas Cristo disse: “Creia e viva”. Agora a promessa (não
obra) é o objeto da fé (Romanos 4:16). Desta forma, Ambrose era acostumado a dizer: “Es-
peremos pelo perdão como por meio da fé, não por dívida”.
Em uma palavra, guardem conscientemente o que vocês ouvem; lamentem a sua incapaci-
dade de cumprir a Lei de Deus; façam o que puderem, e lamentem que vocês não possam
fazer melhor; e então Deus dirá: “Embora você não consiga guardar a Lei completamente,
mas Meu Filho a guardou por você. Aceito Sua Obediência como sua obediência, e a Sua
Justiça, como sua justiça”. Oh, que graça e misericórdia há aqui!
Como pode isto animar os seus corações em meio a todos os desânimos que estão sobre
vocês! Mais uma vez, para o seu consolo, saibam que, se com sinceridade de coração
vocês se esforçarem para guardar o que ouvem, na Divina aceitação é em tudo a mesma
coisa como se vocês tivessem guardado tudo o que ouvem perfeitamente. Se for o desejo
e o empenho de sua alma obedecer à vontade de Deus e observar Seus mandamentos, na
aceitação Divina isto é aceito como se isto fosse realmente feito por você.
É valioso que percebam o que é dito na Escritura: “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quan-
do foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito” (Hebreus
11:17). Abraão não chegou a fazer o que é dito aqui que ele fez, mas porque Abraão fez
isso no propósito de seu coração, porque o desejo e a resolução de sua alma eram obede-
cer ao mandamento de Deus, assim, a Escritura considera isso como efetuado! Tome isso
para o seu consolo, você que é um filho de Abraão, que anda nas pisadas e fé de Abraão:
os próprios desejos e propósitos do seu coração são vistos como se fossem feitos reais e
verdadeiros.
Se vocês desejam orar melhor, ouvir melhor, e praticar mais do que vocês fazem, na consi-
deração Divina isto é tido como se vocês já o tivessem feito.
ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos
Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
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10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
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Claraval
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no Batismo de Crentes — Fred Malone
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2 Coríntios 4
1
2
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
4
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
6
Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10
Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos;
11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal.
12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.
13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos.
14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco.
15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus.
16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia.
17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;
18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.

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A descrição da verdadeira bem aventurança - christopher love

  • 1.
  • 3. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Traduzido do original em Inglês A Description of True Blessedness By Christopher Love Via: TheOldTimeGospel.org Tradução e Capa por Camila Almeida Revisão por William Teixeira 1ª Edição: Março de 2015 Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil. Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License. Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
  • 4. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Uma Descrição Da Verdadeira Bem-Aventurança Por Christopher Love “Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.” (Lucas 11:28) Na obscura humanidade de Jesus Cristo, rompeu um brilho tão glorioso de Sua Divindade que, embora quanto à Sua pessoa, Ele foi considerado desprezível e rejeitável, ainda assim as palavras que Ele falou e as obras que Ele fez declaram-nO nada menos do que o Filho de Deus. As palavras que Ele falou declaravam isso, Seus inimigos fazendo-se de juízes: “Responderam os servidores: Nunca homem algum falou assim como este homem” (João 7:46). E as obras que Ele fez, os milagres que Ele operou, deles, é dito que “Desde o prin- cípio do mundo nunca se viu que alguém assim fizesse”. Como sobre a Sua cura do cego de nascença, dizem eles, “nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nas- cença” [João 9:32]. Seus milagres causaram admiração nos corações, mesmo daqueles homens em quem Ele provocou inveja. O milagre operado neste capítulo, a desapropriação do demônio de um homem que era mudo, fez com que a fama de Cristo tivesse grande renome em muitas par- tes do mundo. E apesar de tudo isso, Seusinimigos não reconheciama Divindade de Cristo, mas uma certa jovem (como pode ser obtido a partir da história) veio e levantou a voz e disse-lhe: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste” [Lucas 11:27]. Agora Cristo, em vez de agradecer-lhe por aplaudi-lO, prefere fazer-lhe uma repre- ensão, uma contenção, e disse: Eu lhe direi quem são bem-aventurados: “Antes bem-aven- turados os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam” [Lucas 11:28]. Assim, vocês têm a coerência das palavras. O discurso da mulher era um dito proverbial entre os judeus. Quando qualquer pessoa fazia alguma realização que havia sido louvável, eles bradavam e diziam: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe”. E a partir deste discurso proverbial gostaria de observar o seguinte: Bons filhos são um grande louvor e bênção aos seus pais. Esta mulher poderia bendizer a mãe de Cristo, que deu à luz umfilho assimcomo Ele era. Salomão diz: “O filho sábio alegra a seu pai” (Provérbios 15:20). E em muitas outras passagens vocês leem que grande bên- ção e honra derivam para os pais a quem o Senhor tem abençoado com filhos sábios e pie- dosos. E, quanto ao contrário, a Escritura assinala com uma marca de censura aqueles pa- is que trazemfilhos ímpios ao mundo, filhos para aumentar o número dos condenados, para encher o inferno e contaminar a terra. Por isso é que tantas vezes lemos nas Escrituras que um filho ímpio é uma vergonha para os seus pais (Provérbios 10:1, 5).
  • 5. Issuu.com/oEstandarteDeCristo A aplicação deve ensinar vocês, a quem Deus abençoou com um filho, para que sejam ex- tremamente gratos a Deus, pois ele é uma bênção maior para vocês do que se Deus en- chesse a sua casa com prata e ouro. E vocês, a quem Deus tem assim afligido, em suportar filhos maus saídos de seus lombos, oh, clamem sob a mão pesada de Deus por Ele vos ter feito instrumentos para trazer filhos ao mundo que devem aumentar o número de conde- nados no inferno. Isto, a partir do discurso da mulher que disse: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste”. Mas Cristo disse: “Antes bem-aventurados os que ouvem a Pala- vra de Deus e a guardam” [Lucas 11:28]. Ele não diz que a sua mãe não era bem-aventu- rada, mas que a mulher não poderia louvar a Sua mãe, ao pensar que ela era tão bem- aventurada apenas por carregá-lO no ventre. Portanto Ele diz: Eu lhe direi quem é de fato o homem e mulher bem-aventurados, “os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. Cristo não quis ceder ao seu aplauso, mas Ele deu a ela uma repreensão suave e amorosa. Disso observa-se que vocês devem tomar cuidado para que não estejam agradados com o orgulho quando ouvirem vocês mesmos sendo elogiados. Cristo não cederia ao elogio da mulher. Ela pensou que a virgem Maria era a mulher mais feliz em todo o mundo, mas Cristo coloca um “antes” sobre aqueles que conscientemente ouvem a Palavra de Deus e a guardam. Um crente ouvindo e obedecendo a Jesus Cristo é mais abençoado ao fazê-lo do que a virgemMaria foi ao apenastrazer Cristo ao mundo, embora tenha sido o nascimen- to mais feliz que alguma vez já fora realizado! Oh, como isso deve ser um estímulo para quem vocês ouçam e pratiquem o que ouvem, já que ao fazê-lo vocês são, assim, bem- aventurados! Agora, observarei algo da maneira ou forma de expressão que Cristo usa aqui. Não é dito, “Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus”, pois, há muitos tipos de ouvintes que carecem de bem-aventurança. Mas, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam, que a incorporam em suas almas e tornam-se transformados em sua imagem. Há quatro tipos de ouvintes citados em Mateus 13, e três deles carecem de bem-aventuran- ça. Todos ouvintes, embora seja a Palavra de Deus que eles ouçam, não alcançam a bem- aventurança. Não é o ouvir, mas guardar e observar a Palavra de Deus que torna os ho- mens bem-aventurados. Observe mais uma vez que não é dito, “Bem-aventurados os que creem”. Embora seja de fato uma verdade que todos os verdadeiros crentes são bem-aventurados, ainda não é as- sim dito a fim de que os homens pensem que um mero crer é o suficiente para torna-los bem-aventurados, ou para que eles não pensem que eles estão para além do ouvir, orar, ou receber, que são as vaidades aspirantes de muitos nesta época.
  • 6. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Nem é dito, “bem-aventurados os que guardam a Palavra de Deus e uma separação do ou- vir”, mas, “juntamente com o ouvir, bem-aventurados são aqueles que ouvem e guardam”. Muitos homens fingem uma grande perfeição de vida e conversação em guardar o que Cristo ordena, mas isto é uma separação do ouvir; eles deixam de fora o ouvir a Palavra. Mas, na estima de Jesus Cristo, somente aqueles que ouvem e guardam a Palavra de Deus são bem-aventurados. Mais uma vez, não é dito, “Bem-aventurados serão vocês que ouvem e guardam a Palavra de Deus”, mas: “Bem-aventurados são vocês” para mostrar que vocês não devem ser bem- aventurados apenas quando forem para o Céu, mas que vocês são bem-aventurados ao fazê-lo, enquanto estão aqui na terra. “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” (Romanos 6:22). Você tem o seu fruto, ó homem, se você é um homem santo, mesmo antes de ir para a vida eterna. Novamente, não se diz: “Bem-aventurados são vocês que ouvem e guardam”, mas, “se vo- cês ouvem a Palavra de Deus e a guardam”. Vocês podem ouvir os homens que pregam erros condenáveis, e guarda-los rapidamente em seu coração. Mas, neste caso, está mais perto de uma maldição do que de uma bênção. Os homens podem ser seguidores de ser- mões, mas se esses sermões que ouvem e praticam não estão de acordo com a Palavra de Deus, não são fundamentados nas Escrituras, eles estão sob uma maldição e não sob uma bênção pelo que ouvem. Portanto, o Espírito Santo aqui diz: “Bem-aventurados os que ouvema palavra de Deus e a guardam”. Isto deveria ensinar aos homens como eles ouvem, quem eles ouvem, e o que ouvem, para que eles não ouçam nada, senão a Palavra de Deus, e em seguida, guardem o que eles ouvem. Lemos sobre mestres os quais introduzirão encobertamente heresias de perdição, e que muitos seguirão as suas dissoluções. “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdi- ção. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2 Pedro 2:1-3). Agora, não são bem-aventurados aqueles que ouvem homens que trazem tais heresias de perdição. A Escritura não vincula bem-aventurança a todos os ouvintes, mas aos que ou- vem a Palavra de Deus e a guardam. Novamente, não é dito, “Bem-aventurados também”, mas “antes, bem-aventurados”. Cristo não diz: “Minha mãe é uma mulher bem-aventurada, e tambémsão bem-aventurados aque-
  • 7. Issuu.com/oEstandarteDeCristo les que ouvem a Palavra de Deus e a guardam”. Mas Cristo vem com um “antes”. É como se ele tivesse dito: “Eu considero estes homens e mulheres mais bem-aventurados do que Minha própria mãe, meramente tendo sido o instrumento que Me trouxe ao mundo”. Como esta consideração deveria inflamar seus corações, e estimulá-los a uma audiência diligente da Palavra de Deus, e a uma prática consciente do que vocês ouvem? Não há a frase semelhante a esta em toda a Bíblia. Não é dito, “mais bem-aventurados são os que ouvem as Minhas palavras e Minhas decla- rações”. Isto é dito assim em algumas outras passagens, mas aqui é dito, “aqueles que ou- vema Palavra de Deus”. Poisse Cristo dissesse: “mais bem-aventurados são osque ouvem a Minha Palavra”, então as pessoas teriam pensado que Cristo imputava a bem-aventu- rança apenas à Sua própria pregação, e para aqueles que pessoalmente O ouviram pregar. Por isso Cristo disse: “Antes, bem-aventurados são aqueles que ouvema Palavra de Deus”, seja ela pregada por Pedro, Paulo ou Apolo, por qualquer discípulo vivendo agora ou por qualquer ministro do Evangelho que viverá posteriormente até o fim do mundo. “Todo aquele que ouve a Palavra de Deus contida na Escritura, Antigo e Novo Testamento, e a guarda, é mais bem-aventurado do que Minha mãe foi, sendo ela considerada apenas como um instrumento para trazer-Me ao mundo”. E nesta expressão há uma secreta glória ou honra colocada sobre os ministros do Evangelho de Jesus Cristo, que não limitaria a bênção à Sua própria pregação, mas a estende à Palavra de Deus que sai da boca de qualquer ministro. E essa é a razão (como muitos pensam), daquilo dito na Escritura: “Aque- le que crê fará obras maiores dos que as que Cristo fez”. Isto não significa as obras de redenção, mas as obras ministeriais, de forma que um ministro fiel converterá mais almas dos que as que Cristo converteu por meio de Seu ministério. Cristo, poderia ter convertido todos os que O ouviram, mas Ele não o fez, para que os homens não pensassem eles não deveriam ouvir ninguém, senão Cristo. Não lemos sobre muitos que foram convertidos pela pregação de Cristo. Houve mais con- vertidos por Pedro e outros apóstolos do que pelo próprio Cristo. Cristo fez isso para que as pessoas não desprezassem nenhum dos Seus ministros ordinários. Se Cristo tivesse convertido mais do que todos os discípulos, aspessoas, então, poderiamter menosprezado os discípulos e seguido apenas a Cristo. Esta destemperança começou a crescer nos dias dos apóstolos: “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo” (1 Coríntios 1:12). O apóstolo culpa-os por dizerem: “Eu sou de Cristo”. O significado não é que os homens eram censuráveis por seguirem o amor de Cristo. Deus me livre! É nosso dever mais elevado agir assim, mas havia alguns na igreja de Corinto que
  • 8. Issuu.com/oEstandarteDeCristo estavam prontos para dizer: “Eu não me importo com a pregação de Paulo, ou Apolo, mas apenas em ouvir a Jesus Cristo”. Este foi um vão e pecaminoso clamor por Cristo. Assim, os homens clamarem por Cristo, pela pregação de Cristo e ao mesmo tempo depreciarem o ministro, é pecado; e Cristo nunca intencionou que isso fosse pregado [somente] por Ele mesmo, pois Cristo disse: “Bem-aventurados são os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam”. Seja isto pregado por qualquer ministro fiel, seja quem for. Novamente, não é dito: “Bem-aventurados são aqueles por ouvirem e por guardarem”, mas “Bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. A bem-aventurança nunca vem com um “por”, mas com um “se” ou um “que”. O Senhor não abençoa vocês por ouvirem, embora vocês ouçam tantos sermões quantos são os dias do ano. Mas, Ele aben- çoa aqueles que ouvem em obediência aos Seus mandamentos, e praticam o que ouvem. Assim, vocês têm oito observações a partir da forma do discurso que Cristo aqui utilizou. Agora mostrarei o que se entende por guardar a Palavra de Deus que nós ouvimos. Há um duplo guardar da Palavra de Deus: Em primeiro lugar, há um guardar disso em sua memória. “Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração” (Lucas 2:19). Ela as guardava em sua memória. Nossas memórias devem ser como a arca em que o vaso de maná foi guardado. O pote de maná são as verdades Divinas; estas devemser mantidasemsegurança emnossas memó- rias. Mas este não é o guardar que se fala aqui, pois há muitos homens que têm boas me- mórias para guardar o que ouvem, e ainda não têm nem bons corações ou uma boa vida, e, portanto, não são bem-aventurados por seu guardar. Em segundo lugar, há uma manutenção da Palavra em sua prática, e isso é feito quando há uma consciente atenção para moldar as suas vidas e conversações conforme o que vocês ouvem ou conhecem. Agora, bem-aventurados são vocês que ouvem a Palavra de Deus e, assim, a guardam. E, assim, eu evidenciei todas as dificuldades que podem aparecer nas palavras. A obser- vação é a seguinte: São mais bem-aventurados aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e praticam o que ouvem, do que a mãe de Jesus Cristo foi por trazê-lO ao mundo. É um pon- to, eu confesso, que bem merece um exame, e se não fosse a Bíblia, teria sido incrível que Cristo houvesse colocado um“antes” sobre você, ó homem, ou mulher, emtodas as épocas do mundo, que ouvem a Palavra de Deus e a guardam. É importante notar que um termo diferente é usado pela mulher no texto e Isabel, que era parenta da virgem Maria. A mulher no texto disse: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe,
  • 9. Issuu.com/oEstandarteDeCristo e os peitos que mamaste”. Mas Isabel clamou: “Bem-aventurada a que creu” (Lucas 1:45). Sobre estas palavras, um erudito autor fez uma boa observação: “Se na virgem Maria, Cristo não tivesse nascido em seu coração pela fé, bem como em seu ventre, ela não teria sido bem-aventurada, pois Isabel declara aqui no que a bem-aventurança da virgem Maria, e de todos os eleitos, consiste”. Agora, como isso refutaria a caducidade da igreja de Roma, que tão excessivamente exalta a virgem Maria? Eu li um pouco de alguns autores papistas, e eu encontrei que para um tratado sobre a dignidade e glória de Cristo, eles escreveram muitos sobre a dignidade da virgem Maria. E eles relatam histórias e tolices estranhas a respeito dela, como nunca foi ouvido no passado, idolatricamente promovem a pessoa dela. Eles dizem que ela estava livre do pecado original, ao passo que a Escritura diz expressamente que todos os que descendem de Adão estão contaminados com a corrupção original e, portanto, a virgem Maria o é também, sendo uma filha de Adão. Os papistas falam mais honrosamente da virgindade, dignidade e santidade da virgem Maria, a mãe, do que eles falam da justiça, graça e méritos de Cristo, o Filho. E, portanto, eles apegam-se à “justificação pelas obras”, e não pela fé na justiça de Cristo. Sim, eles tanto honram a virgem Maria que fazem dela a maior “mediadora” ao lado de Deus Pai. Um homem pode pensar que é desnecessário ensinar contra a doutrina papista, mas os minis- tros nunca tiveram mais razão para isso do que agora. Poisnunca houve mais probabilidade da disseminação do papado do que nestes dias onde, sob a noção de maldita tolerância, padres e jesuítas publicam seus princípios blasfemos e idólatras, e prosseguem em seus projetos jesuíticos. E Deus sabe quão em breve vocês que não colocam o seu pescoço sob o jugo de Cristo podem ser trazidos debaixo do jugo papista. Isso eu posso dizer por experiência própria, de forma que eu nunca encontrei tantos a cambalear para o papado como nos últimos tem- pos. Aqueles que professavam a religião protestante estão surpreendendo e apostatando de sua antiga profissão e alianças solenes, e Deus sabe em quanto tempo eles preferirão a virgem Maria a Jesus Cristo. Mas espero coisas melhores de vós. Por isso vou passar disso, e venho para as razões da questão, que são estas: 1. São mais bem-aventurados os que ouvem e guardam a Palavra de Deus do que a virgem Maria foi por trazer Cristo ao mundo, porque Cristo considera os tais como permanecendo em mais múltiplas relações próximas a Ele do que Seus próprios amigos naturais tinham. “Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a executam” (Lucas 8:21). Eis aqui a correta maneira de ser trazido para um relacionamento próximo com Cristo, tornando-se semelhante a Jesus Cristo, sendo
  • 10. Issuu.com/oEstandarteDeCristo considerado irmão, irmã e mãe de Jesus Cristo, e isto é por ouvir e obedecer a vontade de Cristo. 2. Sua bênção aparece nisto, porque se vocês ouvem e praticam, vocês perseverarão até o fim, enquanto outros devem apostatar e cair da fé. “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e aspratica, assemelhá-lo-ei ao homemprudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda” (Mateus 7:24-28). Somente perseveram aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guardam; somente eles têmsuas almas edificadas sobre a rocha, e permaneceminabaláveis no tempo da persegui- ção. Na verdade, eles podem cair, e abominavelmente também (como Davi, Pedro e muitos outros preciosos santos fizeram), por meio da violência das tentações de Satanás e da cor- rupção restante que há neles, mas, eles nunca cairão final e irremediavelmente, porque es- tão edificados sobre a rocha que nunca pode cair; eles estão edificados sobre uma rocha que nunca pode ser removida, e esta rocha é Cristo, que ao mesmo tempo é o autor e consumador de sua fé (Hebreus 12:2). E Ele orou para que a fé deles não desfalecesse totalmente (Lucas 22:32). E isso Ele obteve; portanto, apesar de surgirem as tempestades e ondas, eles nunca cairão irremediavelmente. Os outros caem, e arruínam-se quando surgem os ventos e as tempestades. 3. O Senhor faz promessas gloriosas para os tais que ouvem a Palavra de Deus e a guar- dam. “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guar- damas coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1:3). Aqui vocês veem que aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a guardam, ou seja, depositam- na em seus corações e expressam o poder dela em suas vidas, são bem-aventurados. 4. Ao praticar o que vocês ouvem na Palavra, vocês podem trazer outros à bem-aventu- rança; e felizes são vocês que são instrumentos para trazer outros ao céu. “Semelhante- mente, vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavra” (1 Pedro 3:1). Assim, “Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem” (1 Pedro 2:12). A sua conversa piedosa pode ser um meio para trazer outros ao céu.
  • 11. Issuu.com/oEstandarteDeCristo 5. Se vocês conscientemente praticam o que ouvem, vocês são bem-aventurados porque (embora vocês não possam levar os outros para o céu) vocês mesmos certamente chega- rão ao céu, seguramente chegarão à bem-aventurança. “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Se- nhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os se- guem” (Apocalipse 14:12-13). Ó, vocês que conscientemente guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, vocês certamente irão para o céu, embora vocês não tragam nada consigo mesmos, senão apenas vocês mesmos. Foi uma frase notável de um dos pais que, quando uma vida evangélica vai adiante, uma vida angélica seguirá depois. Ó, portanto, conscientemente pratiquem o que vocês ouvem e conhecem. Agora eu chego à aplicação: USO DA LAMENTAÇÃO. Se for assim, que aqueles que ouvem e guardam a Palavra de Deus são mais bem-aventurados do que a virgem Maria foi apenas por trazer Cristo ao mundo, não deveria, então, ser uma lamentação que os homens não buscam a bem-aven- turança quando podem obtê-la por meio de termos fáceis? Se Deus dissesse: “Eu te aben- çoarei se você remover montanhas, se você cumprir a Minha lei em cada ‘jota’ e ‘i’ da mes- ma”, isto seria, de fato, obra impossível de ser efetuada. Mas Deus disse: “Bem-aventura- dos os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. Portanto, se vocês não praticam o que ouvem, vocês recusam a sua própria misericórdia. O Diabo não poderia condenar vocês, se vocês não condenassem a si mesmo. Tu, ó homem que tem um coração obstinado, que (deixe o pregador dizer o que ele quiser) fará o que você deseja, que faz pouco caso do que ouve, e pouca consciência em praticar o que você ouve, é indesculpável. Agora, para levar para casa esta aplicação, observem estas cinco considerações: 1. Seu ouvir. Se vocês não praticam o que ouvem, agravarão a sua condenação em breve. “Se eu não viera, nemlhes houvera falado, não teriampecado, mas agora não têmdesculpa do seu pecado” (João 15:22). A culpa admite alguma atenuante onde não há conhecimento da falha; é um pecado muito mais condenável ao conhecer da Lei de Deus, do que ser ignorante da Lei de Deus. Aqueles que pecam contra o conhecimento, não têm disfarce ou desculpa pelo seu pecado. “E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se apron- tou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites” (Lucas 12:47). EmIsaías 13,lemos sobre muitas naçõese pessoas contra quemo Senhor ordena o profeta denunciar uma profecia penosa.
  • 12. Issuu.com/oEstandarteDeCristo Mas em Isaías 22, lemos sobre o “peso do vale da visão”, ou seja, de Jerusalém; e observa- se que esse fardo era o mais pesado dentre todos os outros, nenhum fardo é tão pesado quanto o do vale de visões. Era um lugar onde o conhecimento existia, onde a pregação existia; portanto, esse fardo era mais pesado do que contra a Babilônia, Tiro, Damasco e todo o restante. Embora os outros homens que vivem na parte americana do mundo devam ir para o inferno por sua desobediência, ainda assim lembrem-se, que vocês que vivem na Inglaterra, onde o Evangelho é professado e pregado, devem ir para o inferno com uma carga mais pesada em sua consciência do que aqueles que não têm o Evangelho. Vocês serão condenados com uma testemunha, os que ouvem a Palavra de Deus e não fazem nenhuma consideração de praticar o que ouvem e o que conhecem. Isto faria alguém ficar surpreso ao ler essa passagem: “Derrama a tua indignação sobre os gentios que não te conhecem” (Jeremias 10:25). Agora, se a fúria do Senhor é derramada sobre os miseráveis ignorantes pagãos que não conhecem a Deus, que não têm os meios de conhecimento, que não ouvem o Evangelho de Cristo, o que será derramado sobre os chamados Cristãos que não conhecem a Deus? Mas, acima de tudo, que fúria e vingança inexprimíveis serão derramadas sobre os chamados “cristãos” que pecam contra o conhe- cimento de Deus, que pecam contra a luz que brilha claramente diante de seus olhos, que pecam contra uma consciência despertada e convencida? Se algum lugar no inferno é mais quente do que o outro deve ser para eles, pois é um pecado muito mais condenável ser conhecedor da Lei de Deus, do que ser ignorante da Lei de Deus; aqueles que pecam con- tra o conhecimento, não têm desculpa nem disfarce de seu pecado. 2. Considerem: vocês estão vazios do amor a Deus, se não praticam o que ouvem. “Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfei- çoado” (1João 2:5). 3. Considerem: Deus olha para a sua profissão como em nada válida, a menos que vocês pratiquem o que vocês ouvem. Na aritmética, mesmo colocando tantos zeros juntos eles não somam nada, mas coloquem um algarismo junto, e em seguida, faz-se uma grande so- ma. Assim, alguma vez façam tantas orações e jamais ouçam tantos sermões, ainda assim tudo permanece apenas como zeros, a menos que vocês juntem isso com um curso de vida consciente, de acordo com o que vocês ouvem e com o que vocês oram. Considere, você (que tem sido um professo por tanto tempo) gostaria que Deus olhasse para você como tendo sido umhomemprofano toda a sua vida? Deus olha para você, como tal, se você não pratica o que você ouve e conhece: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial; não conheciam ao Senhor” (1 Samuel 2:12). Eles não conheciam a Deus? Certa- mente conheciam! Por sua educação eles tinham um conhecimento especulativo de Deus
  • 13. Issuu.com/oEstandarteDeCristo e de Sua lei, pois eram sacerdotes do Senhor, e Deus não escolheria homens ignorantes como Seus sacerdotes. Mas eles não tinham conhecimento prático, eficaz e salvífico de Deus, pois eram homens de vidas e conversas ímpias, e, portanto, Deus olhou para o seu conhecimento como nenhum conhecimento, e para a sua profissão [de fé] como uma profissão vã. Assim, “Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheciam, e os pastores prevaricavam contra mim, e os profetas profetizavam por Baal, e andaram após o que é de nenhum proveito” (Jeremias 2:8). “Não Me conheciam”. Deus não considerava o conhecimento que eles tinham dEle, porque eles transgrediram contra Ele. Lembre-se, Deus considerará o seu ouvir como nenhum ouvir, a sua oração, como nenhuma oração, o seu recebimento dos sacramentos como nenhum recebimento, se você não obedecer conscientemente ao que você ouve. 4. Você não pode ter uma boa persuasão, nem descobrir em sua alma o amor de Deus por você, a menos que você guarde conscientemente o que você ouve. “Se me amais, guardai os meus mandamentos” (João 14:15). E, portanto, você encontra nas Escrituras que o amor de Deus é frequentemente unido à observância dos mandamentos de Deus: “E faço miseri- córdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos” (Êxodo 20:6). Ambos são colocados juntos para mostrar que onde há um amor de Deus, haverá um guardar de Seus mandamentos. 5. Se não praticarmos conscientemente o que ouvimos, provocaremos o Senhor para levar o Evangelho para longe de nós. “E sucederá que, naquele dia, diz o Senhor Deus, farei que o sol se ponha ao meio-dia, e a terra se entenebreça no dia claro” (Amós 8:9). E, no versí- culo 11: “Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR”. Lembrem-se, Deus tirará a Palavra por nosso não proveito pelo que ouvimos. “Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mateus 21:43). Pelo reino de Deus devemos entender o Evangelho, a Palavra de Deus e o minis- tério dos mesmos; isto vos será tirado e será entregue a outros, se vocês não produzirem os seus frutos. E aqui podemos ler tanto o nosso pecado e julgamento. Pois se alguma vez qualquer povo do mundo foi culpado de aridez e esterilidade sob os meios de graça, nós somos esta nação. Nós temos sido exaltados para o céu, e, assim, podemos justamente esperar ser lançados no inferno. Agora, para despertar as suas consciências, devo, em primeiro lugar, estabelecer algumas manifestações de que somos extremamente culpados de esterilidade sob os meios de graça. E que, portanto, em segundo lugar, estamos em grande perigo de
  • 14. Issuu.com/oEstandarteDeCristo ter o Evangelho removido de nós, e será dado a uma nação que produzirá os seus frutos. Que nós somos culpados de esterilidade sob as ordenanças do Evangelho evidencia-se: 1. Pelas tristes queixas que os mais frutíferos estoques e plantas no jardim de Deus fazem, elas com tristeza e gemido de coração reclamam de sua esterilidade sob as ordenanças do Evangelho. Agora, se as árvores de justiça do plantio do Senhor, na vinha do Senhor, recla- mam que eles não dão fruto, certamente, então, as árvores da floresta são estéreis. Se as árvores do jardim de Deus não dão fruto, o que podem fazer as árvores do deserto? Se o povo do Senhor sentar e lamentar porque não se encontra nenhum fruto apropriado neles, que motivo, então, tem o ímpio do mundo para reclamar, cujos corações permanecem tão duros como a mó inferior, não obstante todo o orvalho celeste que ao longo do tempo cai sobre eles? 2. Isso aparece pelas tristes queixas dos lavradores de Deus, os ministros de Jesus Cristo, que discernem apenas pouco fruto evidente após todo o seu trabalho, pouco sucesso na atenção ao seu ministério evangélico. Por isso, eles se deitam em suas camas em tristeza, e com sofrimento de espírito reclamam, como Pedro, que eles haviampescado a noite toda, mas não pegaram nada, que lavram em cima de pedras e quebraram seus instrumentos, mas não conseguiram quebrar o coração dos homens, que eles usam as suas próprias vi- das, consomem seus próprios pulmões, mas não podem consumir as concupiscências. E, assim, eles se queixam com o profeta (na pessoa de Cristo): “Eu tenho trabalhado em vão” (Isaías 49:4). 3. Isso se evidencia pela comparação dosnossos tempos como tempo emque o Evangelho foi primeiramente plantado. Cristo diz: “E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele” (Mateus 11:12). Naqueles dias, os homens usaram uma santa violência nos caminhos da religião, mas onde é que esta violência pode agora ser encontrada? Quando os setenta discípulos tiveram a comissão de Cristo para pregar o Evangelho, foi dito que eles saíram pregando a Palavra (Lucas 10:18). E o que se segue? Deus estava com eles, e muitos foram convertidos, e “Satanás, como raio, caiu do céu” (Lucas 10:18). O ministério deles teve um mais glorioso sucesso. E é dito (o que é uma profecia dos pri- meiros momentos da pregação do Evangelho), “Amplia o lugar da tua tenda, e estendam- se as cortinas das tuas habitações” (Isaías 54:2). Como se não houvesse espaço suficiente para os homens convertidos, por isso, “amplia o lugar da tua tenda”, o que refere-se aos gentios em sua primeira conversão. E, disse o apóstolo: “Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do
  • 15. Issuu.com/oEstandarteDeCristo que os da que tem marido” (Gálatas 4:27). E diz-se: “E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor” (Atos 11:21). Sim, três mil foram convertidos através de um sermão de Pedro, ao passo que agora três mil sermões dificilmente convertem uma alma para Cristo. E, o profeta diz: “O teu povo será mui voluntário no dia do teu poder; nos ornamentos de santidade, desde a madre da alva, tu tens o orvalho da tua mocidade” (Salmos 110:3). O significado dessas palavras: “desde a madre da alva, tu tens o orvalho da tua mocidade”, é isto: os convertidos após a primeira pregação do Evangelho devem ser tão numerosos quanto as gotas de orvalho sobre a relva na manhã. Mas hoje em dia a conversão das almas, o trazer os homens a Jesus Cristo, não é tão numeroso quanto as gotas de orvalho, mas tão raro quanto as pérolas e dia- mantes. 4. Parecerá que existe uma aridez geral sob todos os meios de graça, porque nestes dias mais pessoas são pervertidas da verdade e simplicidade do Evangelho do que são converti- das pelo poder e eficácia do mesmo. A conversão que é efetuada hoje em dia é apenas um poder sobre as cabeças dos homens, não sobre os seus corações; isso opera neles apenas fantasias e noções, não piedade prática. Eles são como a lua (não como o sol), cuja influ- ência oferece luz, mas não calor. A Palavra, isso pode ocorrer, recupera-os da embriaguez na prática, mas o Diabo os torna bêbados nas opiniões e erros. Agora sendo assim, irei, em próximo lugar, dar algumas demonstrações de que estamos em perigo de ter o reino de Deus, o Evangelho de Jesus Cristo, removido de nós. Portanto, não estejamos seguros, pois há grande perigo do Evangelho ser removido, se não do país, mas de determinados lugares. 1. Isso pode ser evidenciado a partir da oposição implacável que há nos professos do Evan- gelho contra os pregadores do Evangelho. Essas mesmas pessoas que estimavam os pés de seus ministros por serem mui formosos, agora dizem que a marca da besta está sobre a sua testa. Aquelas pessoas que teriam arrancado os seus olhos para fazer o bem aos seus bons ministros, agora arrancariamos olhos de seus ministros. Essas mesmas pessoas que olhavam para nós como servos de Cristo e administradores dos mistérios da salvação, agora nos consideram como os membros do anticristo e corruptores da religião. Agora não há nenhuma maneira mais provável para afastar o Evangelho de nós do que rejeitar e se opor ao Evangelho, e aos ministros dos mesmos. Esta será a grande entrada (se o Senhor não impedir) para a nossa total confusão, e uma retirada do Evangelho de Jesus Cristo. Eu gostaria que tais homens, que preferem ver os ministros piedosos na prisão do que no púlpito, considerassem que, se Deus os levar embora, vocês desejariam ter piores em seu
  • 16. Issuu.com/oEstandarteDeCristo lugar. Os sectários estavam cansados do piedoso e erudito Junius; por isso, Deus suportou Armínio, aquele pestilento inimigo do Evangelho de Cristo, para levantar-se depois dele. Deus pode justamente nos enviar professos incapazes e enganadores pelo nosso menos- prezo a esses ministros instruídos e piedosos que estão entre nós. Quando Paulo e Barna- bé foram desprezados e combatidos pelos judeus incrédulos, eles disseram: “Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios” (Atos dos Apóstolos 13:46). Eles perderam o Evangelho devido a disso. 2. Parece que há o perigo de que o Evangelho seja removido de nós pela libertinagem geral e fraqueza das pessoas que vivem sob ele. Quando as crianças são atrevidas com pão na mão, o pai o toma delas e os prepara rapidamente. Temos tratado com o Evangelho como as crianças lidam com pão quando suas barrigas estão cheias. Temos crescido devassos e nos tornamos cansado dele, de modo que agora se um ministro prega sobre a fé, o arrependimento, a mortificação, o zelo, a abnegação e a mentalidade celestial, estes são considerados doutrinas maltrapilhas. Agora, quando o Senhor vê um povo crescer cansado e libertino com o Evangelho, Ele os reduzirá. Ele os fará saber o valor do Evangelho pela falta do Evangelho. 3. Quando os israelitas detestaram o maná, Deus rapidamente os fez padecer os diminuiu pela fome. Aquele que corre pode ler o nosso pecado e perigo nisto em particular. Pois, aquelas mesmas pessoas que esperavam com prazer as ordenanças de Jesus Cristo, ó, como elas se tornaram cansadas das ordenanças! Aquelas pessoas que consideravam os seis dias tediosos, e embora anelassem pelo Sabath, agora não se importam em santificar o Sabath durante todo o ano! Aquelas pessoas que não poderiam viver um dia sem o Evan- gelho, podem agora viver não somente fora, mas acima do Evangelho! [...] Parece que o Evangelho está em perigo de ser removido de nós, em virtude do grande au- mento de tais opiniões que são contrários ao Evangelho, que são destrutivas ao poder e a pureza dele. Quando os homens usarão fortes esforços para promover uma tolerância entre todas as religiões, este é o caminho para nos conduzir a nenhuma religião. “Pondo o seu limiar ao pé do meu limiar, e o seu umbral junto ao meu umbral” (Ezequiel 43:8), ou seja, quando eles acrescentaram tradições, suas próprias invenções, aos preceitos de Deus, então houve um muro entre Deus e eles. Sua impiedade era como um muro de separação. Deus estava afastando-se deles. Aqueles que pleiteiam por uma licenciosa tolerância de todas as opiniões fazem tanto quanto os que nelas se encontram para colocar um muro de separação entre Deus e Inglaterra.
  • 17. Issuu.com/oEstandarteDeCristo 4. Um aumento de erros e heresias de perdição é uma demonstração de que o Evangelho está sendo removido. O Evangelho é o sol que brilha em nosso horizonte; heresias são as neblinas e nevoeiros que escurecem os brilhantes raios do sol. Alguém bem observa que não foi a corrupção em comportamentos que excomungou a igreja de Roma, mas exata- mente a corrupção na doutrina. Quando a mulher estava voando para o deserto, diz-se, “E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para que pela corrente a fizesse arrebatar” (Apocalipse 12:15). Esta inundação de água foi uma enxurrada de here- sias, e particularmente a heresia do arianismo. Se o Senhor permitir que dragão derrame uma enxurrada de heresias para transbordar a terra, pode-se, então, justamente temer a remoção do Evangelho de nós. 5. A oposição implacável que é contra o estabelecimento do governo da igreja é uma de- monstração da remoção do Evangelho. É verdade, o governo é apenas a sebe, e o Evan- gelho é o fruto, mas se você quebra a proteção, o fruto será pouco. Este é o caminho para ter o campo invadido pelo javali. Foi dito por Lutero (em seu primeiro recuo da igreja de Ro- ma), que o Evangelho tem mais prejuízo por sete anos de suspensão de um governo bem ordenado do que poderia se recuperar em 40 anos posteriores. E que o Senhor conceda que isto não prove ser assim conosco. Agora por tudo isso pode parecer que estamos em grande perigo de ter o Evangelho tirado de nós. Quão cuidadosos, então, devemos ser para utilizar os meios de graça, enquanto nós fruímos deles, pois se o Evangelho se for tudo se vai. É melhor perder a luz do sol do que a luz do Evangelho. Pois: 1. Se o Evangelho é retirado de umpovo, a paz é retirada de umpovo. A remoção do Evan- gelho da paz fará com que a sua paz seja removida. 2. Se o Evangelho se for, a fartura se vai, bem como a paz. 3. Se o Evangelho se for, se o culto a Deus é retirado, a nossa segurança se vai. A arca era a segurança dos israelitas. Quando a arca foi retirada, a sua força e segurança foram removidas. Quando os judeus rejeitaram o Evangelho, assim ele foi levado aos gentios, e os romanos vieram e levaram tanto a sua posição e nação. 4. Quando o Evangelho se vai, a nossa liberdade civil se vai. Quando os judeus menos- prezaram o Evangelho, eles viviam não mais como homens livres, mas se tornaram es- cravos e tributários em relação aos romanos. 5. A dignidade e o esplendor de uma nação se vão quando o Evangelho se vai. Como o ve-
  • 18. Issuu.com/oEstandarteDeCristo lho Eli disse, quando a arca foi tomada, “de Israel se foi a glória” [1 Samuel 4: 21]. E é dito em Mateus 2:6 que Belém de modo nenhum era a menor entre todas as capitais de Judá. No entanto, Miquéias disse em Miquéias 5:2 que Belém era pequena, isto é, a menor em relação à sua situação e pequena em número de habitantes. Mas não menos importante, como Mateus fala, porque o Messias nasceu ali e ali pregou o Evangelho. O Evangelho de Cristo fez de Belém mais do que era; e por isso é que de Cafarnaum é dito ser levantada ao céu, porque as boas novas do Evangelho foram ali anunciadas. Agora, se Deus tirasse o Evangelho de nós, Ele nos deixaria como Belém, a menor de mil cidades. Não devemos medir a grandeza de uma cidade pelo grande comércio, pelo grande número de pessoas ali, mas pelo florescimento do Evangelho nela. Londres seria a menor cidade dentre mil se o Evangelho fosse removido dela. Ó, então, que motivo temos para conhecer e considerar no dia de hoje as coisas que dizem respeito à nossa paz, para que futuramente elas não sejam escondidas de nossos olhos. Não nos contentemos com um mero ouvir da Palavra, mas em que sejamos cumpridores dela, expressando o poder e a autoridade da mesma em nossas vidas e conversações. Objeção. Mas vocês dirão: “Se são bem-aventurados somente aqueles que ouvem a Pala- vra de Deus e a guardam, aqueles que praticam o que ouvem, então onde é que umhomem bem-aventurado deve ser encontrado? Pois, onde é que este homem vive, este que pode guardar, que consegue viver de acordo com o que ele ouve? Eu ouço muito sobre um peca- do reprovado, que eu que não consigo me abster. Ouço muito de um dever ordenado que eu não consigo executar. Ouço muito de uma graça mesmo aconselhada que eu não consi- go desempenhar. Agora como pode um homem ser bem-aventurado, vendo que ele não pode guardar o que ouve?” Resposta. Se vocês realmente vivessem sob um pacto de obras, vocês nunca poderiam ser um homem bem-aventurado, porque vocês nunca poderiam guardar o que ouvem com aquela exatidão que um pacto de obras requer, pois esta ordena ao homem guardar toda a Lei, guardá-la perfeitamente, e mantê-la pessoalmente. Mas, para o seu consolo, saibam que vocês estão sob um Pacto da Graça, que não necessitam de uma perfeita, mas de uma sincera obediência à Lei de Deus, que aceita a vontade como ação. Ah, lembrem-se que vocês não estão sob um pacto de obras, mas sob um Pacto da Graça, que aceita o que Cristo fez e sofreu por vocês (se vocês são crentes), como se fosse feito por suas próprias pessoas. Embora, de fato, seja verdade o que Cristo disse ao jovem: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mateus 19:17), ainda assim vocês devem saber que Cristo falou isso a ele porque sabia que ele era de um temperamento farisaico, e que pensava em
  • 19. Issuu.com/oEstandarteDeCristo ser salvo por suas boas obras. Mas se Cristo dissesse assim a qualquer um de nós: “Você irá para o céu, se você guardar todos os mandamentos, e você nunca irá para o céu, se você quebrar qualquer um dos mandamentos”, o Senhor tenha misericórdia de nós! Então, todos pereceríamos eternamente. Mas Cristo disse: “Creia e viva”. Agora a promessa (não obra) é o objeto da fé (Romanos 4:16). Desta forma, Ambrose era acostumado a dizer: “Es- peremos pelo perdão como por meio da fé, não por dívida”. Em uma palavra, guardem conscientemente o que vocês ouvem; lamentem a sua incapaci- dade de cumprir a Lei de Deus; façam o que puderem, e lamentem que vocês não possam fazer melhor; e então Deus dirá: “Embora você não consiga guardar a Lei completamente, mas Meu Filho a guardou por você. Aceito Sua Obediência como sua obediência, e a Sua Justiça, como sua justiça”. Oh, que graça e misericórdia há aqui! Como pode isto animar os seus corações em meio a todos os desânimos que estão sobre vocês! Mais uma vez, para o seu consolo, saibam que, se com sinceridade de coração vocês se esforçarem para guardar o que ouvem, na Divina aceitação é em tudo a mesma coisa como se vocês tivessem guardado tudo o que ouvem perfeitamente. Se for o desejo e o empenho de sua alma obedecer à vontade de Deus e observar Seus mandamentos, na aceitação Divina isto é aceito como se isto fosse realmente feito por você. É valioso que percebam o que é dito na Escritura: “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quan- do foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito” (Hebreus 11:17). Abraão não chegou a fazer o que é dito aqui que ele fez, mas porque Abraão fez isso no propósito de seu coração, porque o desejo e a resolução de sua alma eram obede- cer ao mandamento de Deus, assim, a Escritura considera isso como efetuado! Tome isso para o seu consolo, você que é um filho de Abraão, que anda nas pisadas e fé de Abraão: os próprios desejos e propósitos do seu coração são vistos como se fossem feitos reais e verdadeiros. Se vocês desejam orar melhor, ouvir melhor, e praticar mais do que vocês fazem, na consi- deração Divina isto é tido como se vocês já o tivessem feito. ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.
  • 20.                                      10 Sermões — R. M. M’Cheyne Adoração — A. W. Pink Agonia de Cristo — J. Edwards Batismo, O — John Gill Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo Neotestamentário e Batista — William R. Downing Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a Doutrina da Eleição Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos Cessaram — Peter Masters Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da Eleição — A. W. Pink Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida pelos Arminianos — J. Owen Confissão de Fé Batista de 1689 Conversão — John Gill Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne Eleição Particular — C. H. Spurgeon Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A — J. Owen Evangelismo Moderno — A. W. Pink Excelência de Cristo, A — J. Edwards Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah Spurgeon Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A — Jeremiah Burroughs Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação dos Pecadores, A — A. W. Pink Jesus! – C. H. Spurgeon Justificação,PropiciaçãoeDeclaração —C.H.Spurgeon Livre Graça, A — C. H. Spurgeon Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com. — Issuu.com/oEstandarteDeCristo Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —  Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a — John Flavel  Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston  Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H. Spurgeon  Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W. Pink  Oração — Thomas Watson  Pacto da Graça, O — Mike Renihan  Paixão de Cristo, A — Thomas Adams  Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards  Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural — Thomas Boston  Plenitude do Mediador, A — John Gill  Porção do Ímpios, A — J. Edwards  Pregação Chocante — Paul Washer  Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon  Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200  Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon  Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon  Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M. M'Cheyne  Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer  Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon  Sangue, O — C. H. Spurgeon  Semper Idem — Thomas Adams  Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill, Owen e Charnock  Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de Deus) — C. H. Spurgeon  Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J. Edwards  Sobre aNossa Conversão a Deuse Como Essa Doutrina é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen  Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J. Owen  Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink  Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R. Downing  Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan  Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de Claraval  Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica no Batismo de Crentes — Fred Malone
  • 21. Issuu.com/oEstandarteDeCristo 2 Coríntios 4 1 2 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, 3 4 entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória 5 Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, 7 este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; 10 Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; 11 E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal. 12 De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13 E temos portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também, por isso também falamos. 14 Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15 Porque tudo isto é por amor de vós, para que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de Deus. 16 Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18 Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.