2. Hemodiálise e Diálise Peritoneal
Pacientes que, por qualquer motivo, perderam a função
renal e irreparavelmente atingiram a fase terminal da
doença renal, têm alguns métodos de tratamento que
substituem as funções do rim. Dentre esses tratamentos
destacam-se: a Hemodiálise e a Diálise Peritoneal.
3. O que é Hemodiálise?
Hemodiálise é um tratamento que consiste na remoção
do líquido e substâncias tóxicas do sangue como se
fosse um rim artificial. É um processo de filtragem e
depuração de substâncias como a
uréia, creatinina, potássio, sódio.
4. O que é Hemodiálise
A Hemodiálise é uma terapia de substituição renal
realizada em pacientes portadores de Insuficiência
Renal Aguda ou Crônica já que nesses casos o
organismo não consegue eliminar tais substâncias
devido à falência dos mecanismos excretores renais.
6. Como é feita a Hemodiálise
A hemodiálise é feita com a ajuda de um dialisador
(capilar ou filtro). O dialisador é formado por um
conjunto de pequenos tubos. Durante a diálise, parte do
sangue é retirado, passa através da linha arterial do
dialisador onde o sangue é filtrado e retorna ao paciente
pela linha venosa.
7. Como é feita a Hemodiálise
O paciente insuficiente renal é ligado à uma máquina
que puxa seu sangue através de uma bomba
circuladora. Esse sangue passa por um filtro que possui
uma membrana semipermeável, que retira as toxinas e
as substâncias em excesso, e devolve o sangue limpo
para o paciente. Existe infusão de heparina para evitar
que o sangue coagule dentro do sistema.
9. Como é feita a Hemodiálise
No centro fica o sangue cheio de toxinas e em volta o
líquido da diálise (chamado de banho de diálise) sem
nenhuma toxina. Eles ficam separados por uma
membrana porosa que permite a troca de moléculas. O
sangue rico em toxinas, através da membrana do
filtro, passa estas substâncias para o banho de diálise
que não contém toxina nenhuma.
10. Como é feita a Hemodiálise
Após as trocas, o sangue limpo retorna ao
paciente e o sangue cheio de toxinas é
desprezado.
11. Como é feita a Hemodiálise
Em geral, a hemodiálise é feita três vezes por
semana, com duração de quatro horas. Pode existir
variações neste tempo de acordo com o tamanho e a
idade do paciente. Crianças e adultos de grande porte
podem necessitar de um tempo maior.
12. Hemodiálise
Na insuficiência renal aguda, que acontece em pessoas
com rins previamente normais que são atacados por
algum evento, como um sepse ou intoxicação, as
sessões de diálise são mais intensas, podendo durar
horas e serem diárias. Normalmente são doentes muito
graves e internados em CTI (Centro de Tratamento
Intensivo).
13. Hemodiálise
Pacientes em Hemodiálise são submetidos a uma
pequena cirurgia vascular onde se liga uma artéria a
uma veia, criando um vaso periférico, com alto fluxo e
mais resistente a punções repetidas.
14. Hemodiálise
A veia quando passa a receber o alto fluxo da
artéria, começa a se desenvolver, crescendo e
engrossando sua parede. Com o tempo a fístula adquire
o aspecto mostrado na foto a seguir. Trata-se de um
grande vaso bem visível, com alto fluxo e pressão de
sangue e facilmente puncionável.
16. Hemodiálise
O problema da fístula é que esta precisa de pelo menos
um mês para se tornar apta à punção pelas grossas
agulhas da hemodiálise. Nem todos os pacientes podem
esperar por este intervalo para começar a dialisar. Neste
caso, lança-se mão do cateter de hemodiálise.
17. Hemodiálise
Este cateter é introduzido geralmente na veia jugular
interna, localizada no pescoço, que prolonga-se até a
veia cava, próximo à entrada do coração. É um
procedimento de 30 minutos e o paciente pode seguir
imediatamente para hemodiálise.
Cateter Venoso Central para
Hemodiálise
19. Hemodiálise: Cateter Venoso Central
Apesar de já existirem cateteres de longa duração, que
podem permanecer por alguns meses, eventualmente
todos eles serão infectados por bactérias residentes na
nossa pele. Através do cateter essas bactérias
conseguem acesso a nossa circulação sanguínea
podendo levar a um quadro grave de sepse.
20. Cateter Venoso Central x Fístula para
Hemodiálise
O Cateter de Hemodiálise é uma solução provisória e
deve ser sempre substituído pela fístula o mais rápido
possível. Pois o cateter não consegue fluxos de sangue
bons, não proporcionando uma hemodiálise tão eficiente
quanto a fístula.
21. Medicamentos e seu uso na Hemodiálise
Os pacientes em hemodiálise, muitas vezes, necessitam
de medicamentos que requerem cuidados especiais em
sua administração.
Os medicamentos para o controle da pressão
arterial, são frequentemente utilizados e devem ser
tomados diariamente, por pacientes hipertensos.
Porém, alguns pacientes apresentam frequentemente
(hipotensão) durante a hemodiálise, e podem ser
dispensados do uso do anti-hipertensivo no dia da
sessão de hemodiálise.
22. Medicamentos e seu uso na Hemodiálise
Os medicamentos necessários para evitar ou tratar a
anemia e que podem ser usados durante ou logo após a
sessão de hemodiálise são a eritropoetina e o ferro
endovenoso. O ferro endovenoso pode ser usado um
pouco antes do término da sessão de hemodiálise, mas
a eritropoetina é, em geral, administrada logo após.
23.
24. Cuidados de Enfermagem Durante a
Hemodiálise
Antes da sessão:
• Verificar os Sinais Vitais e o peso do paciente;
• Esvaziar a bexiga e medir a diurese;
• Verificar quais os medicamentos o paciente está
fazendo uso;
• Administrar a medicação prescrita;
25. Cuidados de Enfermagem Durante a
Hemodiálise
Durante a sessão:
• Administrar medicação prescrita;
• Ficar atento para sangramento nasal ou cutâneo;
• Observar e relatar a presença de
tremores, sonolência, náuseas, vômitos, tonturas e
câimbras musculares.
• Providenciar dieta e hidratação durante a diálise;
• Fazer controle do balanço hídrico;
26. Cuidados de Enfermagem Durante a
Hemodiálise
Após a sessão:
• Fazer curativo compressivo na região da fístula;
• Pesar o paciente
• Verificar Sinais Vitais
• Administrar medicação prescrita
• Orientar o paciente a não pegar peso com o braço da
incisão, não aferir a P.A ou administrar medicação
neste membro
• Valorizar as queixas do paciente
• Limpar e desinfetar o aparelho dialisador.
27. Complicações que podem ocorrer em uma
sessão de Hemodiálise
As complicações podem decorrer devido a mudanças
rápidas no equilíbrio dos líquidos e do sódio.
Câimbras musculares
Hipotensão
Embolia gasosa (quando o ar penetra no sistema
vascular do paciente)
Hipovolemia (devido as náuseas e vômitos)
Choque convulsões
28. Complicações que podem ocorrer em uma
sessão de Hemodiálise
Extravasamentos sanguíneos (ocorre quando as linhas
sanguíneas se desconectam, ou quando as agulhas de
diálise são deslocadas acidentalmente
Arritmias (podem resultar das alterações eletrolíticas e
do PH ou a partir da remoção de medicamentos
antiarrítmicos durante a hemodiálise
Desequilíbrio dialítico (deslocamento de líquido
cerebral
29. Muitas dessas complicações
podem ser evitadas se o
profissional de enfermagem
esteja sempre alerta e
acompanhando o paciente
durante a sessão
30. Diálise Peritoneal
A diálise peritoneal é outro tipo de tratamento que
substitui as funções dos rins. O objetivo é o mesmo da
hemodiálise, tirar o excesso de água e as substâncias
que não são mais aproveitadas pelo corpo e que
deveriam ser eliminadas através da urina. Este tipo de
diálise aproveita o revestimento interior do
abdômen, chamado membrana peritoneal, para filtrar o
sangue.
31. Diálise Peritoneal
A membrana peritoneal tem muitos vasos sanguíneos.
O sangue que circula na membrana peritoneal, assim
como o sangue de todo o corpo, está com excesso de
potássio, uréia e outras substâncias que devem ser
eliminadas.
32. Diálise Peritoneal
Na diálise peritoneal, um liquido especial, chamado
solução para diálise, entra no abdômen por meio de
um tubo mole (cateter). As substâncias tóxicas
passarão, aos poucos, através das paredes dos vasos
sanguíneos da membrana peritoneal para a solução de
diálise.
33. Diálise Peritoneal
Depois de algumas horas, a solução é drenada do
abdômen e a seguir volta-se a encher o abdômen com
uma nova solução de diálise para que o processo de
purificação seja repetido. Alguns dias antes da primeira
diálise, o cateter que permite a entrada e a salda da
solução de diálise da cavidade abdominal é colocado
através de uma pequena cirurgia feita por um cirurgião.
O cateter fica instalado permanentemente.
34. Diálise Peritoneal
A diálise peritoneal realizada no hospital é planejada de
acordo com as necessidades do paciente, tendo em
vista a situação da insuficiência renal terminal.
A diálise também pode ser realizada no domicílio do
paciente, em local limpo e bem iluminado.
35. Diálise Peritoneal
Conhecida como DPAC (diálise peritoneal ambulatorial
crônica), o próprio paciente introduz a solução na
cavidade abdominal, fazendo três trocas diárias de
quatro horas de duração e depois de drenada, uma
nova solução é introduzida e assim por diante.
Dependendo do caso, pode permanecer filtrando
durante a noite.
36. Diálise Peritoneal
A DPAC permite todas as atividades comuns do dia-a-
dia, viagens, exercícios, trabalho.
A diálise peritoneal pode ser usada cronicamente por
anos, exigindo do paciente somente visitas médicas
periódicas.
38. DPA - Diálise Peritoneal Automática
Este é um tipo de tratamento, depois de aconselhado
pelo médico assistente, que o Insuficiente Renal
Crónico, pode realizar em casa, durante a noite.
A Máquina (silenciosa), procede à troca dos
líquidos, chamando porém à atenção para qualquer
alteração. Esta máquina pode ser programada
consoante as necessidades de trocas de banho de cada
doente.
A DPA é, segundo informações de Insuficientes Renais
que a utilizam, um método através do qual se sentem
libertos e considerando-o assim um dos tratamentos
ideais.
39. DPA - Diálise Peritoneal Automática
Antes de se deitar,
prepare a máquina cicladora e conecte-se
40. DPA - Diálise Peritoneal Automática
A cicladora efetua as trocas automaticamente
durante o sono (8 a 10 horas)
41. DPA - Diálise Peritoneal Automática
De manhã desconecta-se da cicladora e
deixa fora o sistema de diálise
42. Complicações: Diálise Peritoneal
Pode-se produzir uma hemorragia no ponto onde o
cateter sai do corpo ou no interior do abdómen, ou pode
perfurar-se um órgão interno durante a colocação do
mesmo. O líquido pode extravasar e sair em volta do
cateter ou ir para o interior da parede abdominal. A
passagem do líquido pode ser obstruída pela presença
de coágulos ou de outros resíduos.
43. Complicações: Diálise Peritoneal
Infecção. Esta pode localizar-se no peritoneo, na pele
onde se situa o cateter ou na zona que o
circunda, causando um abcesso. A infecção em geral
surge por um erro na técnica de esterilização em
qualquer passo do procedimento da diálise.
Habitualmente, os antibióticos podem eliminá-la; caso
contrário, é provável que se deva extrair o cateter até
que se cure a infecção.
44. Complicações: Diálise Peritoneal
Outros problemas podem associar-se à diálise. É
frequente que haja uma baixa concentração de
albumina no sangue (hipoalbuminemia). As
complicações raras compreendem o aparecimento de
cicatrizes no peritoneu (esclerose peritoneal), tendo
como resultado uma obstrução parcial do intestino
delgado, concentrações abaixo do normal da hormona
tiróidea (hipotiroidismo) e ataques epilépticos. Também
é raro aparecer um elevado valor de açúcar (glicose) no
sangue (hiperglicemia), excepto nos pacientes que
sofrem de diabetes. Em aproximadamente 10 % dos
doentes ocorrem hérnias abdominais ou inguinais.
45. Complicações: Diálise Peritoneal
Os doentes submetidos a diálise peritoneal podem ser
propensos à obstipação, o que interfere com a saída do
líquido pelo cateter. Por conseguinte, é possível que
precisem de tomar laxativos ou substâncias que
amoleçam a consistência das fezes.
Em geral, a diálise peritoneal não é feita naquelas
pessoas que têm infecções da parede
abdominal, conexões anormais entre o peito e o
abdómen, um enxerto de um vaso sanguíneo
recentemente colocado no interior do abdómen ou uma
ferida abdominal recente.
46. Assistência de Enfermagem: Diálise Peritoneal
Regulação do volume e drenagem de líquidos
• Verificar sinais vitais;
• Avaliar estado de consciência;
• Registar balanço hídrico;
• Alternar as posições para facilitar a drenagem;
• Elevar a cabeceira da cama;
• Pressionar firmemente a parte superior do abdómen
com ambas as mãos se o fluxo da diálise parar;
47. Assistência de Enfermagem: Diálise Peritoneal
Promoção do conforto:
• Administrar analgésicos de acordo com prescrição;
• Proporcionar atividades lúdicas;
• Encorajar o doente a mudar de posição;
• Ajudar na higiene oral e na alimentação;
48. Assistência de Enfermagem: Diálise Peritoneal
Prevenção de complicações:
• Avaliar dificuldade respiratória;
• Encorajar refeições frequentes e ligeiras;
• Usar técnica asséptica;
• Fazer culturas do dialisado conforme as indicações;
• Verificar temperatura corporal;
• Observar se existem
náuseas, vómitos, hipersensibilidade abdominal e
drenagem turva
49. O paciente com necessidade
de Hemodiálise ou Diálise
Peritoneal apresenta os
seguintes sintomas:
50. Sinais e Sintomas
O paciente que necessita de hemodiálise ou diálise
peritoneal irá apresentar o chamado quadro de uremia:
• Rebaixamento do nível de consciência ou confusão
mental
• Formigamento ou câimbras
• Hálito urêmico (com odor de urina)
• Fraqueza, náuseas, vômitos, hemorragias
digestivas, cefaléia, falta de ar, alteração da coloração
da pele, prurido (coceira).
51. Sinais e Sintomas
O paciente também apresenta os sinais de anemia e de
enfraquecimento dos ossos.
Todo este quadro clínico é confrontado com resultados
de exames laboratoriais de função renal, coletados no
sangue. São avaliados os valores de uréia, creatinina e
potássio. Esses valores, quando elevados, indicam a
necessidade de Hemodiálise.