8 em cada 10 consumidores consideram as compras virtuais seguras
25% dos internautas que vivem fora do padrão de vida gastam mais do que podem para agradar os outros
1. 25% dos internautas que vivem fora do
padrão de vida gastam mais do que podem
para agradar os outros
Estudo do Serviço de Proteção ao Crédito revela que 59% dos entrevistados se
excedem nas compras por sentirem necessidade de conquistar coisas novas
Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizada em todas as
capitais somente com internautas que vivem fora do seu padrão de vida, ou
seja, gastam mais do que podem ou fecham o mês sem sobras de dinheiro,
revela que um quarto (25%) dos entrevistados admite comprar produtos que
extrapolam o seu orçamento apenas para agradar os outros. O percentual é
maior entre pessoas com idade entre 25 e 35 anos (35%). O levantamento
revela ainda que 12% dos entrevistados compram mais do que podem com o
intuito de manter a reputação ou a boa imagem perante os demais e 11%
realizam suas compras pensando mais no que as pessoas ao seu redor vão
achar deles do que na própria satisfação pessoal.
Para o educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, o estudo
constata que muitos consumidores idealizam para si um padrão de consumo
que diversas vezes não corresponde aos limites do seu próprio orçamento
pessoal. “Isso acontece porque muitos desses consumidores querem transmitir
às pessoas do seu convívio, como amigos, parentes e colegas de trabalho, que
eles são pessoas bem sucedidas e realizadas, exemplo disso é que 66% dos
entrevistados disseram ficar felizes quando receberem elogios por algo que
compraram”, afirma Vignoli.
De acordo com a pesquisa, seis em cada dez (59%) entrevistados reconhecem
que a necessidade de conquistar coisas novas e a expectativa de melhorarem
de vida explicam, em parte, o fato deles gastarem mais do que deveriam. Há
ainda aqueles que estouram o orçamento ou fecham o mês sem sobras de
dinheiro porque gostam de manter uma vida glamorosa e confortável (24%) e
os que atribuem às dificuldades enfrentadas no dia a dia (18%) como razão
para não controlarem seu orçamento doméstico.
2. Internautas admitem reparar na casa, roupa e celular de colegas
Reparar nos bens materiais de amigos e familiares é comportamento frequente
entre os consumidores entrevistados. Segundo a pesquisa, 46% dos
internautas ouvidos admitem reparar na casa ou no apartamento dos familiares
e amigos - sobretudo as mulheres (51%). Seguindo a lista, os outros produtos
que os entrevistados mais observam nas pessoas a sua volta são o modelo de
carro de amigos e familiares (42%), a forma como se vestem (42%) e a marca
de celular que possuem (40%).
Quando um familiar ou amigo adquire um celular novo, 37% dos entrevistados
garantem ficar com vontade de comprar um para si também. Comportamento
similar é observado no caso das compras de roupas (35%) e de automóvel
(30%). “Por meio das coisas que possuem, os consumidores podem demonstrar
poder, prestígio e expressar a sua identidade perante os outros. Por isso que
algumas pessoas se sentem tão influenciadas pelos hábitos de consumo das
pessoas com as quais convivem”, explica Vignoli.
Influências sociais no consumo dos entrevistados
A fim de mensurar o impacto e a influência que as novas aquisições de outras
pessoas exercem sobre o entrevistado, o estudo preparou algumas simulações.
Em um dos casos, os respondentes foram perguntados se sairiam com os
colegas de trabalho para um happy hour após o expediente mesmo com o
orçamento apertado. Dentre os internautas pesquisados, 30% admitiram que
sim, sendo que 19% nem pensariam no orçamento para aproveitar o momento
e, 11% iriam a confraternização porque ficariam preocupados com o que as
demais pessoas poderiam falar ao seu respeito
Em outra simulação traçada pelo SPC Brasil, perguntou-se se o que o
entrevistado faria caso seu filho pedisse para ganhar um celular novo, uma vez
que seus colegas possuem um modelo mais moderno. Para 46% dos
entrevistados a compra de um novo celular não é justificável neste caso e,
portanto, não realizariam a compra, mas 39% comprariam o aparelho mais
moderno, ainda que em alguns casos tivessem de juntar dinheiro para isso.
3. Embora a maioria dos entrevistados (80%) tenha dito que veio de famílias
cujos pais eram econômicos ou equilibrados financeiramente, quatro em cada
dez internautas (37%) disseram não ter recebido qualquer educação financeira
dentro do ambiente familiar. “Extrapolar os limites do próprio orçamento para
manter um padrão de vida incompatível com a renda familiar, seja para
agradar a si mesmo ou para provar algo diante dos outros, é uma atitude
arriscada e que pode causar sérios dados para a saúde financeira do
consumidor”, sustenta Vignoli.
Metodologia
A pesquisa foi feita com 623 internautas das 27 capitais que admitiram viver
fora do padrão de vida. A definição desse conceito considera dois critérios: ter
fechado as contas do mês no zero a zero nos últimos seis meses, sem sobra de
dinheiro, ou não ter conseguido fechar as contas do mês, ficando no vermelho.
Para aqueles que ficaram no vermelho, foram desconsiderados a perda de
emprego, problemas de saúde e falecimento na família.
A margem de erro é de no máximo 4,0 pontos percentuais com uma margem
de confiança de 95%. Isso significa que em 100 levantamentos com a mesma
metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões.
Baixe a pesquisa na íntegra e a metodologia clicando no link:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
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