O documento discute os conceitos fundamentais da psicologia comportamental e do behaviorismo, especificamente o condicionamento respondente de Ivan Pavlov. Aborda temas como reflexos, estímulos, respostas, condicionamento clássico, generalização, extinção e como as emoções podem ser condicionadas. Também apresenta um exemplo de como o medo pode ser condicionado no contexto escolar.
2. Psicologia Comportamental
Foco: processos de aprendizagem
Método: condicionamento = aprendizagem
Filosofia: behaviorista
Prática psicológica: Análise do
comportamento
Metodologia: Análise experimental do
comportamento
3. Behaviorismo
Pressupostos:
Comportamento é multideterminado
Comportamento é aprendido
Análise do comportamento e não de suas causas
subjacentes
2 Fases:
Behaviorismo Metodológico
Behaviorismo Radical
4. Behaviorismo
Metodológico
John B. WATSON
1912: funda o behaviorismo
Manifesto: “A Psicologia como o behaviorista a vê”
Negava a existência da mente como causa de
comportamentos
Hereditariedade e Ambientalismo →
Interacionismo
Estudo da psicologia de maneira objetiva:
comportamentos observáveis - O fato observável
deveria explicar outro fato observável, e não dar
origem a um conceito
Descrição, explicação, predição e controle
5. Behaviorismo Metodológico
“Dê-me uma dúzia de bebês saudáveis e bem-formados e
um mundo especificado por mim para criá-los, que garanto
escolher qualquer um ao acaso e treiná-lo para tornar-se
qualquer tipo de especialista que eu escolher – médico,
advogado, artista, comerciante e, sim, até mesmo mendigo
e ladrão, independentemente de seus talentos, inclinações,
tendências, habilidades, vocações e da raça de seus
ancestrais”.
John B. Watson
6. O
Reflexo
Reflexo = preparação mínima que os organismos têm
para começar a interagir com seu ambiente para ter
chances de sobreviver.
É uma relação entre estímulo resposta
S–R
ESTÍMULO: parte ou mudança em parte do
ambiente
RESPOSTA: parte ou mudança em parte no
organismo
Ex: sucção no recém-nascido, reflexo de preensão, reflexo
patelar
7. Reflexo, Estímulo e Resposta
Uma mudança no ambiente (estímulo – S) produz
determinada mudança no organismo (resposta – R).
O estímulo elicia a resposta
8. HABITUAÇÃO: quando um mesmo estímulo é apresentado
várias vezes em curtos intervalos de tempo, na mesma
intensidade, há um decréscimo na magnitude da resposta.
Ex: cortar cebolas para uma refeição para um número grande de
pessoas.
POTENCIAÇÃO: aumento da sensibilização ao reflexo.
Ex: professor que fala muito “ok”.
9. Reflexo pode ser aprendido
Capacidade de aprender novos reflexos
Reagir de formas diferentes a novos estímulos
Ex: alguns animais já “nascem sabendo” que não podem comer
uma fruta de cor amarela, a qual é venenosa (História
Filogenética). A toxina, inatamente, produz vômitos e náusea.
Ao comer a fruta amarela, o animal terá essas respostas
eliciadas por esse estímulo (toxina). Após tal evento, o animal
poderá passar a sentir náuseas ao ver a fruta anarela e não
mais a comerá, diminuindo as chances de morrer envenenado.
A resposta de náusea diante do estímulo fruta amarela é um
reflexo aprendido.
12. Do Reflexo condicionado para o
Condicionamento respondente
Um reflexo é condicionado a partir de outro existente.
Componentes do condicionamento:
SI - Estímulo incondicionado (comida)
RI - Resposta incondicionada - involuntária (salivação)
SC - Estímulo condicionado - antes era neutro SN
(som)
RC - Resposta condicionada - aprendida (salivação na
presença do som – relação S-R)
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15. Fatores que influenciam o
condicionamento respondente
Frequência dos emparelhamentos
SI com SN frequente – RC forte
Obs.: se o evento for muito traumático bastará
um.
Intensidade do SI
S forte – condicionamento rápido
Ex: jato de água
16. O Reflexo e as emoções
Nascemos para ter algumas respostas emocionais –
valor de sobrevivência
Diz respeito à FISIOLOGIA.
Elas ocorrem em função de determinadas
situações, mesmo que esta não seja aparente.
Estímulos podem ser um pensamento, uma
lembrança, uma música, uma palavra...
Ex: medo
(glândulas supra-renais secretam adrenalina, os vasos
sanguíneos periféricos contraem-se e o sangue concentra-se
nos músculos. Pessoa fica “branca” de medo. )
17. O condicionamento respondente
e as emoções
A aprendizagem das Emoções
Se os organismos podem aprender novos reflexos,
podem também aprender a sentir emoções (respostas
emocionais) que não estão presentes em seu repertório
comportamental quando nascem.
“Na hora não consegui controlar (a emoção)”
É difícil controlar emoções, pois elas são respostas
reflexas (respondentes)
18. Outros exemplos condicionamento
respondente
a) ao dirigir quando está chovendo, sofre um acidente medo de dirigir quando estiver chovendo.
b) ter passado por situação de constrangimento em público
- medo de falar em público
c) passou por dor quando a enfermeira não achou a veia no
momento de aplicar a injeção – medo de injeção
d) ter caído de algum lugar relativamente alto
(mesa, cadeira, etc) – perspectiva/visão da altura - medo
de altura
e) situações prazerosas/pessoas/objetos em uma
propaganda (SI) emparelhadas com o produto que se quer
vender (SN)
21. As palavras também podem
condicionar
É comum que palavras como “feio”, “errado”, “burro”,
“estúpido” sejam ouvidas em situações de punição
(Ex: surra)
Quando apanhamos, sentimos dor, choramos e, em
muitas vezes, ficamos com medo do agressor.
Emparelhamento: surra – xingamentos
22. Generalização Respondente
Generalização: resposta semelhante a estímulos
diferentes
Estímulos que se assemelham fisicamente ao estímulo
condicionado podem passar a eliciar a resposta
condicionada.
Quanto mais parecido com o estímulo condicionado
presente no momento do condicionamento um outro
estímulo for, maior será a magnitude da resposta
eliciada.
Existe um gradiente de generalização.
Ex: situação aversiva com uma galinha – passar a ter medo de
galinha – passar a ter medo de galinhas da mesma raça e de
outras aves.
24. Extinção respondente
Para que o reflexo condicionado enfraqueça, o estímulo
condicionado deve ser apresentado sem novos
emparelhamentos com o estímulo incondicionado
Ex: medo após acidente automobilístico decairá quando a pessoa
se expuser ao estímulo condicionado (carro) sem a presença
dos estímulos incondicionados que estavam presentes no
momento do acidente.
Emoções aversivas podem nos acompanhar pelo resto
da vida porque não queremos entrar em contato com o
estímulo condicionado.
Todavia, se a pessoa necessitar entrar em contato, o
estímulo condicionado pode deixar de eliciar as
25. Recuperação espontânea
Às vezes, depois da extinção respondente, a força do
reflexo pode voltar espontaneamente
Ex: uso de drogas
26. Contracondicionamento
Algumas pessoas têm uma emoção tão intensa, que
a exposição direta ao estímulo condicionado pode
agravar mais ainda a situação.
É uma técnica para produzir a extinção de um reflexo
- Ex: se um S elicia uma resposta de
ansiedade, contracondicionar com um S que elicie
relaxamento.
- Ex: xarope de Ipeca para usuários de cigarro/álcool/drogas
27. Dessensibilização sistemática
Divide a extinção em passos, uma escala crescente
da intensidade do S
Hierarquia de ansiedade
Ex: medo de cães – escala: pensar em cães, ver fotos de
cães, tocar em cães de pelúcia, observar de longe cães
diferentes daquele que lhe atacou, observar de perto
cães, tocá-los.
28. Um exemplo do condicionamento respondente
na Educação
"(...) o aluno pode também ser condicionado a ter medo da
matemática, ciências, ortografia ou qualquer outra disciplina
escolar. As resposta autônomas como o suor, ritmo cardíaco
acelerado ou sentimentos difusos de ansiedade, podem ser
condicionados por certos indícios, que acabam por ficar
associados a vários aspectos do contexto escolar. As crianças que
foram condicionadas a ponto de ficarem literalmente paralisadas
de medo ao verem um problema de matemática, provavelmente
não irão conseguir aprender matemática. Podem tentar aprender a
disciplina, mas devido a um desconforto perturbador não o
conseguirão. Não significa que os professores criem
deliberadamente estes medos, mas podem, sem querer, preparar o
cenário para o condicionamento."