O documento discute as energias de baixo carbono, com foco na energia nuclear. Apresenta dados sobre a capacidade nuclear instalada globalmente e exemplos de países que investem significativamente na energia nuclear, como França, Estados Unidos e China. Também resume brevemente a história do desenvolvimento da energia nuclear e como os reatores funcionam.
1. Energias de Baixo Carbono
Energia Nuclear: Uma Alternativa A Se Pensar
Gregorye Britto / Kariny Hombre
Mayara Peres / Queila Andrade / Thiara Carvalho
2. Introdução a Energia de Baixo
Carbono
Caminhos para o Baixo Carbono
De Acordo com a McKinsey & Company e outras 10
empresas de influência mundial e organizações sem fins
lucrativos fizeram uma pesquisa, e nela foi constatado que o
mundo tem capacidade para reduzir em 70% a emissão dos
gases causadores do efeito estufa até 2030. Segundo a pesquisa,
das 70 gigatoneladas de gases que poderão ser lançadas na
atmosfera, temos capacidades para evitar a emissão de 47Gt, o
que limitaria o aumento da temperatura global em "apenas"
2°C. Para isso, no entanto, é necessário que haja
comprometimento e ação imediata das 21 regiões globais
(entre elas, o Brasil).
3. Introdução a Energia de Baixo
Carbono
Segundo o estudo, até 2030, há três áreas que se
destacarão na transição para uma economia global
"verde", por suas oportunidades de baixo custo:
eficiência energética, fornecimento de energia de baixo
carbono e carbono terrestre, responsáveis por um terço
de todo o potencial global de mudança. De acordo com
a pesquisa, a diminuição da demanda por eletricidade,
o uso de energias alternativas – como eólica, NUCLEAR
e biocombustíveis – e a reciclagem das práticas
agrícolas – grandes responsáveis pelo atual
desmatamento tropical – diminuiriam as taxas
mundiais de emissão de carbono.
4. Introdução a Energia de Baixo
Carbono
O estudo mostrou, ainda, que 90% do potencial de
redução de emissão global dos gases depende do
mundo desenvolvido, fortemente ligado aos interesses
econômicos mundiais. Mas o dado não preocupa os
pesquisadores, já que as mudanças necessárias para se
chegar as metas propostas são surpreendentemente
acessíveis do ponto de vista financeiro. Os gastos
necessários para reduzir as emissões de carbono em
70% serão de, aproximadamente, 810 bilhões de
dólares até 2030, o que equivale a, apenas, 6% dos
investimentos totais destinados às questões globais
anuais. O que não significa que as grandes potências
não precisarão de fortes políticas estruturais para
efetivar tais mudanças.
5. Introdução a Energia de Baixo
Carbono
Depois do forte investimento feito na pesquisa,
que foi baseada nas novas avaliações das
tendências macroeconômicas mundiais, a McKinsey
espera que haja uma mobilização mundial efetiva
em prol do desenvolvimento de uma economia de
baixo carbono: “Esperamos que o nosso trabalho -
desenvolver um mapa global didático sobre as
oportunidades de redução dos gases causadores do
efeito estufa - seja útil nas discussões entre órgãos
públicos e privados sobre a melhor maneira de
converter nossa economia”, finaliza Nauclér.
6. Introdução a Energia de Baixo
Carbono
O Brasil pode crescer com o Baixo Carbono
O Brasil pode diminuir as emissões de gases de efeito estufa
em até 37%, entre 2010 e 2030, sem comprometer o crescimento
econômico e a geração de empregos, aponta relatório do Banco
Mundial divulgado no dia 17/06/2010. De acordo com a entidade,
a redução equivaleria à retirada de circulação de todos os carros
do mundo por três anos.
O Estudo de Baixo Carbono para o Brasil destaca ações podem
contribuir para a preservação ambiental, como a redução de
congestionamentos no transporte, o melhor manejo de resíduos
urbanos, o aumento da produtividade da pecuária e a conservação
de florestas. "Apesar do significativo declínio verificado nos
últimos quatro anos, o desmatamento continua a ser a maior fonte
das emissões de carbono, representando aproximadamente dois
quintos das emissões nacionais brutas", diz o relatório.
7. Introdução a Energia de Baixo
Carbono
Com a diminuição da área de pastagem, o aumento da
produtividade e a proteção das florestas, a entidade estima que o
desmatamento poderia ser reduzido em 68% em 2030, em
comparação com o cenário atual. A redução chegaria a 90% na
região da Mata Atlântica; na Amazônia e no Cerrado, seria
respectivamente de 68% e 64%. "O combate ao desmatamento
tem de ser um esforço permanente", defendeu Gouvello.
O relatório também destaca o sucesso do etanol brasileiro
que, segundo o Banco Mundial, "oferece uma oportunidade para
reduzir as emissões globais através do aumento das exportações
do produto". O estudo aponta que o etanol produzido no País é
superior a alternativas de outros países. "Acho que a grande
chance para o Brasil, adotando as políticas, é garantir ao mundo
exterior que o crescimento do etanol pode ser feito sem aumentar
o desmatamento", observou Gouvello.
9. O Baixo Carbono e as Energias
Limpas
Atenuar impactos ambientais provindos da
produção energética de combustíveis fósseis.
Sugere a gradativa substituição da atual matriz
energética por modelos que concentrem baixa
ou nenhuma emissão de particulados.
10. O Baixo Carbono e as Energias
Limpas
A redução de emissões vem sendo proposta
de diversos modos, através de políticas
ambientais ou até estratégia mercadológicas.
Os créditos de carbono exemplifica uma forma
de estímulo as baixas emissões no ambiente
natural.
11. O Baixo Carbono e as Energias
Limpas
No entanto, altas cifras movimentadas nesse
mercado poderia ser revestida ao
investimento de modelos de Energia Limpa.
Os créditos de carbono refletem um recurso
flexível para produção energética, tem caráter
emergencial.
12. Existe dinheiro para investir na criação
de uma matriz energética limpa?
O PIB mundial equivale a cerca de 60 trilhões
de dólares produzidos a cada ano. Com uma
pequena fração deste valor, aplicado
anualmente, teríamos a limpeza da matriz
energética em pouco tempo.
Os gastos militares do mundo, de US$ 1,5
trilhão de dólares e o déficit público dos EUA,
que no ano passado foi de US$ 1,6 trilhão.
13. Existe dinheiro para investir na criação
de uma matriz energética limpa?
Com esses recursos poderia ter, no mínimo, 50% das
necessidades energéticas cobertas por energia limpa
até 2030, reduzindo drasticamente a emissão de CO2
e mitigando o aquecimento global.
Basta mudar as prioridades, reduzindo os gastos
militares, e penalizar o consumo conspícuo e
poluidor. O dinheiro poupado com a redução das
atividades que estão destruindo o Planeta seria
suficiente para implantar fontes limpas e renováveis
de energia.
14. Exemplos Internacionais
O Departamento de Energia e Mudança
Climática (DECC) é responsável por todos os
aspectos da política energética do Reino
Unido, e para combater as alterações
climáticas globais, em nome do Reino Unido.
Em todo o mundo, diversos países e regiões
vêm identificando oportunidades e investindo,
em maior ou menor grau, na produção de
energia a partir de fontes alternativas.
15. Exemplos Internacionais
- Energias Renováveis
América Latina: potencial para bicombustível.
Noruega: do bom uso do petróleo à energia hidráulica.
Reino Unido: um plano ambicioso.
Dinamarca: aposta na força dos ventos.
Estados Unidos se movimentam.
África: investimento na força eólica.
16. Histórico
Ernest Rutherford, o descobridor do núcleo atômico,
já sabia que esses poderiam ser modificados através
de bombardeamento com partículas rápidas. Com a
descoberta do nêutron ficou claro que deveriam
existir muitas possibilidades dessas modificações.
Enrico Fermi suspeitava que o núcleo ficaria cada vez
maior acrescentando nêutrons.
Ida Noddack foi a primeira a suspeitar que "durante
o bombardeamento de núcleos pesados com
nêutrons, esses poderiam quebrar em pedaços
grandes, que são isótopos de elementos conhecidos,
mas não vizinhos dos originais na tabela periódica”.
17. Histórico
A fissão nuclear foi descoberta por Otto Hahn e Fritz
Straßmann em Berlim-1938 e explicada por Lise
Meitner e Otto Frisch (ambos em exílio na Suécia)
logo depois, com a observação de uma fissão nuclear
depois da irradiação de urânio com nêutrons.
A primeira reação em cadeia foi realizada em
dezembro de 1942 em um reator de grafite de nome
Chicago Pile 1 (CP-1), no contexto do projeto
"Manhattan" com a finalidade de construir a
primeira bomba atômica, sob a supervisão de Enrico
Fermi na Universidade de Chicago.
19. Energia Nuclear no Mundo
Capacidade nuclear instalada – 370.221 MW
14 Países, que representam a metade da
população mundial estão construindo 45
novos reatores com capacidade total de 39,88
GW.
Os reatores nucleares são responsáveis
atualmente por 14% da produção de energia
elétrica no mundo. Isto coloca a energia
nuclear como a terceira maior fonte, atrás do
carvão e do gás natural. (AIEA)
20. Energia Nuclear no Mundo
USA
104 usinas
842.360 GWH (2008)
32% da produção total deste tipo de energia
no mundo
O governo americano prevê um aumento da
participação nuclear até 2020 em 50 GW
21. Energia Nuclear no Mundo
França
59 usinas em atividade e 11desligadas (por
término de vida)
Produção media anual 438,6 TWH
76,3 % de toda energia gerada no país
17% d produção mundial
O país reprocessa todo o seu combustível
usado e o usa o combustível resultante em
outros reatores, além de também ter dois
repositórios subterrâneos e laboratórios de
pesquisa que estudam formas ainda mais
efetivas de armazenar rejeitos.
22. Energia Nuclear no Mundo
Japão
9% de toda energia nuclear gerada no mundo
53 reatores em operação – 251,75 TWH
2% da energia gerada no país
O país conta ainda 8 reatores em manutenção
e 2 usinas em construção, além de planos para
ampliações de vida útil e potência.
O Japão importa cerca de 80% de suas
necessidades energéticas. Hoje sua maior
fonte de energia o plutônio resultante do
reprocessamento do resíduo nuclear das
usinas existentes.
23. Energia Nuclear no Mundo
Alemanha
6 % produção mundial
A decisão existente para o desligamento das 17
usinas alemãs, até 2020 (ao fim de sua vida útil),
encontra-se sob forte pressão para que seja
revogada. Destas 17 usinas, 11 estão entre as que
mais geraram energia elétrica em 2008. Foram
gerados por fonte nuclear 148,66 TWh em 2008, o
que representou 28,3% da energia gerada no país. O
custo para substituir a energia elétrica gerada pelas
usinas nucleares alemãs em funcionamento por
energia renovável seria alto necessitando de
subsídios do governo da maior economia da Europa.
24. Energia Nuclear no Mundo
Rússia
31 usinas em operação
8 usinas em construção e 4 planejadas
Em 2008, a Rússia produziu 152,05 TWh de
energia elétrica por fonte nuclear o que
representou cerca de 17% de sua energia
elétrica.
o governo russo prevê a construção de 42 novas
usinas nucleares até 2020, o que corresponderá
a cerca de 42 GW.
6 % produção mundial
25. Energia Nuclear no Mundo
Coréia do Sul
20 reatores em operação (18.393 MW de
capacidade instalada)
Em 2008 essas usinas nucleares produziram
150,95 TWh, que representa cerca de 35,6%
da energia consumida no país.
5 usinas em construção
Até 2020, segundo o governo coreano,
deverão ser construídas mais 8 centrais além
das atualmente em construção.
26. Energia Nuclear no Mundo
China
1,85% de toda energia nuclear produzida no mundo
11 usinas em operação (9.608 MW)
Cerca de 2,15% de sua energia elétrica vem de
reatores nucleares
O governo chinês prevê a construção de 54 novas
usinas nucleares nos próximos 30 anos
Atualmente 25 usinas em construção (com
capacidade total de 26.020 MW), 9 reatores (10.000
MW) iniciarão a construção até 2010 e 16 novos
reatores encontram-se aprovados para início de
construção.
27. Energia Nuclear no Mundo
China
A opção chinesa pela energia nuclear
está associada à grande demanda por energia
e à estratégia do governo de diversificar ao
máximo sua matriz energética para evitar
colapsos no fornecimento. A matriz energética
da China é baseada, hoje, essencialmente, em
carvão. O consumo per capita do país é cerca
de metade do brasileiro, mas a população é
quase 7 vezes maior.
28. Energia Nuclear no Mundo
Irã
O Irã tem uma usina em construção (Bushehr,
PWR 1000 MW) desde 1975, mas cujas obras
foram paralisadas em 1980, após a revolução
islâmica. Recentemente, com o auxílio da
Rússia, a construção foi retomada, estando a
usina em testes finais para a entrada em
operação comercial.
Planeja construir outros 5 reatores nucleares,
para atingir cerca de 10% da energia do país
Programa de beneficiamento de urânio
32. Por que sim?
A operação normal de um reator nuclear não
conduz à libertação de gases poluentes para a
atmosfera - (Energia Limpa);
Existem jazidas de combustíveis que permitem
a operação das centrais nucleares durante
muitos anos;
É uma energia de baixo custo.
33. E por que não?
"A radiação é uma coisa terrível. Com 27
anos, meus dentes caíam, eu desmaiava,
sentia fraqueza, via tudo em preto e branco",
afirma Kiyotaka Iwasaki, vítima da bomba
atômica jogada em Nagasaki aos 11 anos, em
depoimento à imprensa.
34. Problemas Ambientais
O primeiro é a manipulação de material radioativo
no processo de produção de combustível nuclear e
nos reatores nucleares, com riscos de vazamentos e
acidentes;
O segundo problema está relacionado com a
possibilidade de desvios clandestinos de material
nuclear para utilização em armamentos, por
exemplo, acentuando riscos de proliferação nuclear;
35. Problemas Ambientais
Finalmente existe o grave problema de
armazenamento dos rejeitos radioativos das usinas.
Já houve substancial progresso no desenvolvimento
de tecnologias que diminuem praticamente os riscos
de contaminação radiativa por acidente com reatores
nucleares, aumentando consideravelmente o nível de
segurança desse tipo de usina, mas ainda não se
apresentam soluções satisfatórias e aceitáveis para o
problema do lixo atômico.
A probabilidade de um acidente nuclear é pequena,
mas existe e assusta a população, que tem em mente
os acidentes de Three Mile Island, nos Estados
Unidos e de Chernobil, na Rússia.