SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 57
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
ESTRUTURA DO ATIVO
O ativo representa os bens e direitos que a empresa possui.
Na legislação brasileira, o Ativo é dividido em 3 grupos.
Cada um dos 3 grupos do Ativo definem prazos diferentes para a realização de cada
Ativo. Realizar um ativo significa transforma-lo em dinheiro.
CIRCULANTE
Até 1 ano

REALIZÁVEL
LONGO PRAZO
Mais de 1 anos
PERMANENTE
Investimentos
Imobilizado
Diferido
BENS OU DIREITOS
APLICAÇÕES DE
RECURSOS

CIRCULANTE
Ativos que a empresa irá receber ou realizar no prazo
máximo de 1 anos a partir da data do Balanço.
Principais contas: Caixa e Bancos, Aplicações Financeiras,
Duplicatas a Receber e Estoques.
REALIZÁVEL LONGO PRAZO
Ativos que serão recebidos ou realizados após 1 anos.
Principais contas: Créditos de Coligadas/Controladas.
PERMANENTE
Ativos de uso e utilização nas atividades da empresa e cuja
realização é lenta e demorada. A principio, estes ativos não
estão disponíveis para venda.
Principais contas: Investimentos em Coligadas e
Controladas, Imobilizado (Máquinas, Equipamentos,
Veículos, Móveis, Terrenos, Edifícios, etc.).

O ativo representa as aplicações ou usos dos recursos.
Normalmente, temos ativos quando se aplica recursos na sua compra ou aquisição.
O Balanço mostra qual é o volume de recursos que a empresa utilizou para manter ou
aumentar seus ativos. O Balanço também mostra como os recursos serão distribuídos
dentro do Ativo e, de forma muito genérica, em quanto tempo tais recursos irão ser
recuperados ou novamente transformados em dinheiro.
Essencialmente, a análise do ativo deve ser feita observando-se quando há de recursos
de curto prazo (Circulante) e quanto há de longo prazo (Realizável e Permanente).
O ativo mais importante é o de curto prazo, que normalmente tem maior liquidez e que
é utilizado para garantir o pagamento de despesas e dividas. Dentro deste grupo,
certamente as contas mais relevantes são Duplicatas a Receber e os Estoques.
O ativo imobilizado mostra somente o volume de recursos que permanece mais tempo
na empresa. Uma análise mais profunda exige informações adicionais que devem ser
buscadas diretamente com a empresa, pois o Balanço é pobre para mostrar como está
composta a capacidade produtiva da empresa, como são suas instalações e máquinas e
se não há riscos envolvidos na área de produção.
ESTRUTURA DO PASSIVO
O Passivo representa as dividas e obrigações que a empresa possui.
O Passivo é também divido em 3 grupos.
Cada um dos 3 grupos do Passivo definem prazos diferentes para o pagamento das
dividas. Para efeito de análise, o Passivo se divide essencialmente em: Recursos de
Terceiros (que são dividas efetivas) e Recursos Próprios (que são recursos que
pertencem aos sócios, mas que são utilizados pela empresa).
CIRCULANTE
Até 1 ano
EXIGÍVEL LONGO
PRAZO
Mais de 1 anos
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
Capital
Reservas de Capital
Reservas de Lucro
Lucros Acumulados

CIRCULANTE
Dividas que a empresa deve pagar no prazo máximo de 1
anos a partir da data do Balanço.
Principais contas: Fornecedores, Salários e Encargos,
Impostos a Pagar, Empréstimos Bancários, Contas a Pagar,
Adiantamentos de clientes e Imposto de Renda.
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Dívidas que a empresa deve pagar a partir de 1 ano.
Principais contas: Financiamentos, Impostos Parcelados,
Dívidas de Concordata.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Recursos que são de propriedade dos sócios e que
permanecem com a empresa para seu uso próprio.
Principais contas: Capital Social, Reservas de Capital,
Reservas de Lucros e Lucros Acumulados.

O passivo E OBRIGAÇÕES
DÍVIDAS representa as fontes o u origens dos recursos.
FONTES DE RECURSOS
Todos os recursos que a empresa têm em seus ativos são financiados por recursos do
Passivo. Por esta razão o Ativo é sempre igual ao Passivo.

2
No Balanço, identificamos como a empresa está financiando seus ativos e qual é o
volume total deste recursos.
As fontes que financiam a empresa são:
Recursos de Terceiros



Passivo Circulante (curto prazo) e
Exigível Longo Prazo (longo prazo)

Recursos Próprios



Capital integralizado pelos sócios e Lucros

A relação entre Recursos de Terceiros e Recursos Próprios é que vai definir quanto a
empresa depende de terceiros. Recursos de terceiros são fontes que provêm de empresas
ou pessoas que não têm vínculo societário com a empresa.
Quanto maior o volume de recursos de terceiros (fornecedores, impostos, salários,
empréstimos, etc.) representa maior risco financeiro, pois a empresa passa a trabalhar
muito mais com recursos de outros que com seus próprios recursos.
ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
A Demonstração de Resultado mostra:
Receita



são FONTES de recursos

Despesas e Custos



são APLICAÇÕES de recursos

Diferentemente do Ativo e Passivo, que mostram os saldos de cada conta, a
Demonstração de Resultados mostra a soma dos valores do período (no caso de
Balanços, o período é anual).
A Demonstração de Resultados é feita com o objetivo de mostra os resultados, isto é,
lucro ou prejuízo. Para isto, somam-se as receitas e diminuem-se as despesas ou
custos, obtendo assim os resultados.

3
RECEITA DE VENDAS
(-) Custos Produtos Vendidos
LUCRO BRUTO
DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas com Vendas
Despesas Administrativas
Despesas Financeiras
(+) Receitas Financeiras
# Equivalência Patrimonial
LUCRO OPERACIONAL
# Resultados não Operacionais
# C.M. do Balanço
Provisão do Imp. Renda
LUCRO LÍQUIDO

FONTES DE RECURSOS
São todas as RECEITAS, tais como Receitas
de Vendas, Receitas Financeiras e, quando for
o caso, Equivalência Patrimonial, Resultados
não Operacionais, C.M. Balanço.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
São todas as DESPESAS ou CUSTOS, tais
como: Custos Produtos Vendidos, Despesas
Operacionais (com Vendas, Administrativas e
Financeiras), Provisão Imp. Renda e, quando
for o caso, Equivalência Patrimonial,
Resultados não Operacionais e C.M. do
Balanço.

RESULTADOS

1. Lucro  se negativo é PREJUÍZO.

2. Equivalência Patrimonial,
Resultados não Operacionais
e C.M. do Balanço podem ser
RECEITAS ou DESPESAS.

FONTES
APLICAÇÕES




LUCRO
PREJUÍZOS

A informação importante da Demonstração é, sem dúvida, o resultado final.
Quanto maior os lucros que uma empresa puder obter, maior é sua capacidade de
investir em seus ativos, utilizando seus recursos próprios.
Muitas empresas não conseguem sobreviver ou expandir suas atividades exatamente
porque geram lucros muito baixos ou até prejuízos.
Empresas que têm prejuízos constantes exigem maior atenção. O prejuízo exige uso de
recursos para pagá-los e as alternativas que uma empresa têm para isso é desfazer-se de
ativo ou buscar recursos de terceiros, aumentando assim suas dívidas.
Podemos dividir as demonstrações financeiras da seguinte forma :

4
a) Demonstrações Financeiras Primárias : Balanço Patrimonial e Demonstração
de Resultado;
b) Demonstrações Financeiras Secundárias : principalmente a Demonstração de
Origens e Aplicação dos Recursos;
c) Métodos de Análise : Horizontal e Vertical; e
d) Índices : grandezas relativas construídas a partir dos números (Demonstração
Primária)
O objetivo da análise pode ser variado e dependerá do ponto de vista e necessidade do
gestor financeiro, podendo referir-se ao passado, presente ou futuro em termos de
situação e desempenho da empresa em referência. Importante salientar que, ainda que
os dados contábeis se refiram a eventos passados, pode-se valer dos mesmos para uma
projeção futura.
CONCEITOS BÁSICOS DE ANÁLISE
CAPITAL DE GIRO
É o Ativo Circulante.

dívidas e, uma vez pagos os credores,

O capital de giro é um fluxo constante

eles voltam a conceder créditos e, assim

de recursos utilizado para aquisição de

manter o fluxo de capitais de terceiros

estoques, financiamento de vendas aos

na empresa.

clientes (duplicatas a receber) e, em

O fluxo de capital de giro não é constante.

caso de sobras, utilizado em aplicações

Ele varia ao longo dos meses do ano.
Empresas com características sazonais

financeiras temporárias.
É com estes recursos que a empresa irá

são um exemplo. Esta variação pode ser
dar

em

função

dos

volumes,

que

manter sua situação de liquidez, pois

aumentam ou diminuem, como também em

eles serão utilizados no pagamento de

função dos prazos, que podem se alongar
ou estreitar ao longo do ano.

CAPITAL DE TERCEIROS
Recursos de terceiros são as dívidas de

Os recursos de terceiros têm origem sob

curto e longo prazos mostradas no

duas formas:

Passivo (Circulante Exigível).

5
Recursos Naturais ou Operacionais

Recursos Não Operacionais

São aqueles provenientes da atividade

São recursos adicionais que a empresa

normal e operacional da empresa.

busca para suprir suas necessidades de

Exemplos:

fornecedores

(todos

financiar ativos ou pagar despesas, uma

concedem um prazo para pagamento),

vez que suas fontes naturais não foram

salários,encargos sociais e impostos a

suficientes para fazê-lo. Os exemplos

pagar (a lei e o Governo concedem um

mais comuns são: empréstimos ou

prazo para recolhimento ou pagamento),

financiamentos bancários, empréstimos

conta a pagar (luz, água, etc. que

de coligadas ou sócios, atrasos ou

sempre são enviadas com prazo para

parcelamento de impostos ou de outras

pagamento).

dívidas.

A empresa se utiliza estes créditos de

Os recursos não operacionais

forma normal (não por atrasos de

chamados

pagamento) pode obter excelente forma

onerosos.

de

sempre é correto tecnicamente, pois

se

financiar

sem

depender

também
O

de

termo

são

recursos

oneroso

nem

excessivamente de outros recursos.

leva a crer que estes recursos têm um

Fonte operacional (mas que não é

custo, enquanto os créditos naturais não

capital de terceiros) é o lucro.

contém custos.

È uma fonte diária de recursos e a mais

Sabemos que os fornecedores, quando

importante de todas.

vendem a prazo, embutem em seus
preços os custos financeiros.
LIQUIDEZ

É a rapidez ou o tempo com que os

utilidade para muitas pessoas. Uma

ativos se transformam em dinheiro.

aplicação financeira tem liquidez pela

Quanto mais rápido, maior é a liquidez

sua

daquele ativo. Diz-se que um ativo têm

recebimento imediato.

elevado grau de liquidez quando ele se

No Balanço, as contas do Ativo

transforma em dinheiro rapidamente.

Circulante estão ordenadas pela ordem

O grau de liquidez é determinado pela

de liquidez.

natureza ou utilidade de um ativo.

Caixa e Bancos, mais Aplicações

Ativos procurados por muitas pessoas

Financeiras, formam o conjunto de

têm maior liquidez, porque ele tem

maior liquidez, pois são recursos já sob

natureza.

É

Um

direito

de

6
domínio da administração da empresa
que pode utiliza-los imediatamente.
Duplicatas a Receber compõem o
segundo bloco de melhor liquidez. Por
fim, estoques vendidos a prazo são os
menos

líquidos,

pois

originam

duplicatas. Eventualmente, deve ser
considerar de boa liquidez os estoques
vendidos à vista, sobretudo em alguns
setores de comércio, onde a quase
totalidade das vendas é feita à vista.
Neste caso, é importante conhecer o
prazo médio com que a empresa gira
seus estoques.

CAPITAL PRÓPRIO
É

representado

Patrimônio

Da mesma forma, os lucros acumulados

Líquido. São recursos que pertencem

representam o montante de lucros

aos sócios e que estão sendo utilizados

gerados em vários anos e que ainda não

na empresa. O Patrimônio Líquido

foram utilizados

representa

dos

capital, para aumentar as Reservas de

recursos. Este recursos, em verdade,

Lucros ou para distribuir aos sócios,

estão sendo utilizados no ATIVO. Os

como dividendos.

recursos são fornecidos pelos sócios

Na

(capital social) mas nem todo o valor do

concentrar a atenção no total do

capital é necessariamente recursos que

Patrimônio Líquido e não em cada

os sócios integralizam. O capital pode

uma de suas contas individuais. Quanto

ser

maior for o volume de recursos

apenas

aumentado

pelo

o

registro

com

Monetária e com os lucros.

a

Correção

análise

para aumentar

financeira,

o

deve-se

próprios, menor será a dependência de
capital

de

terceiros

e

maior

a

7
possibilidade da empresa ter recursos

financiar

para

aumentado

financiar

todo

seu

Ativo

Permanente e ainda sobrar recursos para

seu

Capital

assim

sua

de

Giro,

liquidez

e

capacidade de pagar dívidas.

ESTRUTURA DE CAPITAL
Entende-se por estrutura de capital a

(Permanente e Realizável) devem ser

relação entre os volumes de fontes e

financiados por fontes de longo prazo

aplicações de recursos.

(Patrimônio Líquido e Exigível).

Além disso,

relaciona-se as fontes e as aplicações de
LONGO PRAZO como forma de ver
como são financiados os 3 grupos
principais do Ativo. De uma forma
geral,

ativos

de

longo

prazo
TIPOS DE BALANÇO

LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA
É o tipo utilizado por todas as empresas LTDA. e S.A. de Capital Fechado.
É o tipo mais comum e o mais encontrado.
Estas empresas apresentam seus Balanços com VALORES NOMINAIS DE CADA
PERÍODO DO BALANÇO. Assim, se o Balanço da empresa é de Dezembro de 1994,
os saldos apresentados estarão em valores de R$ em Dezembro de 1994. Se o Balanço
apresentado for de Dezembro de 1995, os saldos estarão apresentados com valores em
R$ de Dezembro de 1995.
Sabendo disto, é fácil concluir que os valores de 1995 carregam valores
aproximadamente 20% maiores que os de 1994 em função de inflação ocorrida durante
o ano de 1995. Isto quer dizer que diferenças em torno de 20% foram causadas mais em
função da inflação que por aumentos ou reduções reais.
CORREÇÃO INTEGRAL ou MOEDA CONSTANTE

8
É a forma obrigatória para S.A. de Capital Aberto (empresas com ações negociadas em
Bolsa de Valores ou com debêntures emitidas). Este tipo de Balanço é regulamentado
pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Estas empresas publicam seus Balanços atualizando todos os valores para a moeda da
data do último Balanço.
Assim um Balanço de Dezembro de 1994, terá todos os valores, incluindo os da
Demonstração de Resultados, atualizados para Dezembro de 1995 em R$.
Como ela deve publicar, lado a lado, o Balanço de 1994 e de 1995, tais valores podem
representar diferenças reais entre eles, uma vez que foi eliminada a inflação. Qualquer
variação entre os valores já será uma variação real.
NENHUM TIPO
As micros empresas não são obrigadas a manter escrituração contábil normal. Estão,
portanto, desobrigadas de apresentar Balanços na forma da legislação. São consideradas
micro empresas as que tenham auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou
inferior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais).
Empresa de Pequeno porte é a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano calendário,
receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte reais) e igual e inferior a R$
720.000,00 (setecentos e vinte mil reais).
As empresas com lucro presumido podem ou não apresentar Balanço. Caso não
tenham Balanço são obrigadas a fazer fluxo de caixa mensal, onde é registrado
também, o movimento bancário. As empresas com lucro presumido pagam Imposto de
Renda com taxas que variam de 2% a 8% sobre o valor total do faturamento,
independente dos lucros ou prejuízos obtidos. Para ser tributada com base em lucro
presumido a empresa deve ter feito esta opção e ter, no máximo, faturamento anual de
12.000.000 UFIR’s por ano.
As firmas individuais enquadram-se no conceito de micro empresas ou lucro
presumido de acordo com o valor de seu faturamento anual. Firma individual é uma
empresa com um único sócio e cujo nome é sempre igual ao nome do dono.
3.2 - Tipos de índices financeiros (significados e fórmulas)

9
Índices financeiros fornecem ao analista uma ferramenta muito útil para recolher
informações das demonstrações financeiras de uma empresa. O índice

ou índices

selecionados (s) para uso pelo analista dependem da razão pela qual se faz a análise. Por
exemplo, um funcionário da área de empréstimos comerciais analisando uma solicitação
de empréstimo estaria interessado em determinar a habilidade do requerente em pagar o
empréstimo quando devido. Neste caso, o analista estaria preocupado com o nível de
fluxo de caixa da empresa em relação ao seus níveis propostos e existentes de
pagamentos do principal e dos juros. Há um número quase ilimitado de índices
financeiros

concebíveis que podem ser projetados. Para dar uma ordem a nossa

discussão deste índices, geralmente são classificados em categorias, conforme façam
referência e liquidez, eficiência, alavancagem, lucratividade, etc.
Neste ponto deveríamos comentar como os índices financeiros deveriam ser utilizados
numa análise financeira. Como mencionamos anteriormente, índices são simplesmente
ferramentas para se juntar informação. Eles podem oferecer informação num senso
absoluto, como no caso do Índice de Liquidez Seca onde o índice igual a 1 indica
solvência. Adicionalmente, índices podem ser analisados num senso relativo através da
comparação com os índices da mesma empresa em outros exercícios, ou ainda através
da comparação dos índices da empresa em análise com padrões do ramo, ou índices
“alvo”. Esses “índices –alvo” podem ser determinados a partir de um exame de índices
similares de outras empresas ou pelo exame do mesmo índice para a empresa em
análise, mas em um período anterior. Um dado importante para análise dos índices são
os índices ou coeficientes-padrões médios das outras empresas do mesmo ramo de
atividade.
ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
Uma ferramenta útil para detectar tendências são as análises vertical e horizontal.
Apresentamos estes recursos a seguir.
ANÁLISE VERTICAL
Tem por objetivo determinar a relevância de cada conta em relação a um valor total. No
Balanço Patrimonial calcula-se a participação relativa das contas, tomando-se como
base o seu capital total. Já na Demonstração de Resultados, o referêncial passa a ser o
valor da Receita Operacional Líquida.

10
Ela é alcançada determinando-se o que cada item da demonstração financeira representa
como porcentagem de uma dada base. A base é geralmente o total dos ativos no caso do
balanço patrimonial, e vendas líquidas, no caso de demonstração do resultado do
exercício. Ela envolve olhar para cima e para baixo nas colunas do balanço patrimonial
e fazer comparações. Para demonstrações de resultado do exercício, isto representa
estabelecer vendas líquidas de 100% e então calcular a porcentagem de vendas líquidas
para cada custo, despesa ou outra categoria.
TÉCNICA DE ANÁLISE
ANÁLISE VERTICAL

CONCEITOS

A análise vertical é a técnica mais simples e também a mais completa para análise de
Balanço. Ela mede PROPORÇÕES entre valores, ajudando-nos a determinar quais as
contas de maior importância e relevância para a análise.
Na análise do Ativo, ela mede com a empresa distribui ou usou seus recursos dentro do
Ativo. É importante começar esta análise pelos principais grupos (Circulante,
Permanente e Realizável L. Prazo) e só depois ver cada conta isoladamente (Duplicatas
a Receber, Estoques, Imobilizado, etc).
Na análise do Passivo, ela mede como a empresa obteve os recursos que estão ajudando
a financiar seus ativos. É importante começar a análise pelo Patrimônio Líquido (a
principal fonte de recursos) e depois os dois grupos de dívidas (Circulante e Exigível
L.Prazo) e só então cada conta isoladamente. Não se deve, porém, analisar as contas
dentro do Patrimônio Líquido (analise apenas o total dele).
Na análise da Demonstração de Resultados, ela mede quanto cada custo ou despesa
consumiu das receitas e, no fim, se houve sobras (lucros) ou faltas (prejuízos).
FORMULA DE CÁLCULO
Cálculo
Análise

valor da conta
x 100
Base

11
Vertical
Arredonde os resultados dos cálculos.
Não use casas decimais.
O Total do Ativo é a base de cálculo para todas as contas do Ativo.
O Total do Passivo é a base de cálculo para todas as contas do Passivo (que sempre tem
o mesmo total que o Ativo).
A Receita Líquida de Vendas ou Vendas Líquidas é a base de cálculo para todas as
contas de Demonstração de Resultados.
Para cálculo na HP – 12C

ETAPA 1

O que é feito
Eliminar casas decimais
Arquivar a BASE
Cálculo
Recuperação da BASE

Dados

Teclas
f0
ENTER
%T
R

Valor R$ da BASE
Valor R$ da conta

ETAPA 2
Para fazer todos os cálculos, utilize apenas a Etapa 2.
Quando for necessário trocar a BASE, volte para a Etapa 1.

ANÁLISE VERTICAL

ATIVO
Disponível
Duplicatas a Receber
Estoques
Outros Créditos
CIRCULANTE
Depósitos Judiciais
REALIZÁVEL L. PRAZO
Investimentos
Imobilizado
PERMANENTE
TOTAL DO ATIVO
PASSIVO
Financiamentos
Fornecedores
Contas a Pagar

EXEMPLO DE CÁLCULO

Ano 1

%

Ano 2

%

230
10.508
7.848
428
19.014
311
311
1.015
19.119
20.134
39.459
Ano 1
2.522
14.611
1.182

1
27
20
1
48
1
1
3
48
51
100
%
6
37
3

420
13.285
11.015
587
25.307
385
385
1.015
19.152
20.167
45.859
Ano 2
5.392
10.685
541

1
29
24
1
55
1
1
2
42
44
100
%
12
23
1

12
Salários, Tributos, Contr.
CIRCULANTE
Financiamentos
EXIGÍVEL LONGO PRAZO
Capital
Lucros Acumulados
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL DO PASSIVO

1.025
19.340
1.535
1.535
12.000
6.584
18.584
39.459

3
49
4
4
47
100

980
17.598
3.223
3.223
12.000
13.038
25.038
45.859

2
38
7
7
55
100

Para calcular a Análise Vertical (“AV”) de cada conta do Balanço acima utilizado a
calculadora HP 12 C e a fórmula da pagina anterior, faça o seguinte:
CÁLCULO DA “AV” DO “DISPONÍVEL” (ATIVO CIRCULANTE) – ANO 2
1) Tecle f e 0 para eliminar casas decimais.
2) Introduza o valor R$ 45.859 e tecle ENTER para arquivar a BASE = Total de Ativo.
3) Introduza o valor de R$ 420 (Disponível), tecle %T. Aparecerá no visor 1.
Este resultado : esta conta representa 1% do Total do Ativo.
Continue os cálculos das outras contas. Não é necessário iniciar o processo todo, mas,
seguindo a fórmula, executar somente a etapa 2:

CÁLCULO DA “AV” DE“DUPLICATAS A RECEBER” (ATIVO CIRCULANTE) – ANO 2
1) Tecle R para recuperar a BASE que é R$ 45.859 (Total do Ativo).
2) Introduza o valor de R$ 13.285 (Duplicatas a Receber) e tecle %T. Aparecerá no
viso 29.
Este é o resultado: esta conta representa 29%¨do Total do Ativo.
E assim deve ser feito com todas as contas e todos os Grupos do Ativo. Para calcular a
“AV” das contas do Passivo, Ano 2, é só continuar os cálculos que vinham sendo feitos.
A BASE continua sendo R$ 45.859 (O Total do Passivo é igual ao Total do Ativo) e,
portanto, executa-se só a etapa 2.
CÁLCULO DA “AV” DO “FINANCIAMENTO” (PASSIVO CIRCULANTE) – ANO 2
1) Tecle Rpara recuperar a BASE que é R$ 45.859 (Total do Passivo).
2) Introduza o valor de R$ 5.392 (Financiamento) e tecle %T. Aparecerá no visor 12.

13
Este é o resultado:esta conta representa 12% do total do Passivo.
Não se esqueça que para calcular a “AV” do Ano 1, a BASE é outra, pois o total do
Ativo e Passivo R$ 39.459.

ANÁLISE VERTICAL

EXEMPLO DE CÁLCULO

(D.R.E.)
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
RECEITA BRUTA
(-) Impostos s/Vendas
(-) Devoluções
RECEITA LÍQUIDA
Custo de Produtos Vendidos
LUCRO BRUTO
Despesas Administrativas
Despesas com Vendas
Despesas Financeiras
Receitas Financeiras
LUCRO OPERACIONAL
Rec. (Desp.) Não Operac.
Provisão Imposto de Renda
LUCRO LÍQUIDO

Ano 1
65.450
12.765
1.687
50.998
38.519
12.479
4.267
3.780
221
1.243
5.454
290
2.060
3.684

%

100
76
24
8
7
0
2
11
1
4
7

Ano 2
73.460
14.692
1.685
57.083
37.105
19.978
7.940
5.400
450
3.600
9.788
-420
2.914
6.454

%

100
65
35
14
9
1
6
17
-1
5
11

Para calcular a Análise Vertical (“AV”) da Demonstração de Resultados (DRE) com a
fórmula da HP 12 C da página 10. procede-se da mesma forma que no cálculo do Ativo

14
e Passivo, mudando apenas a BASE que passa a ser a RECEITA LÍQUIDA. A análise
inicia pela Receita Líquida (vale 100%).
CÁLCULO DA “AV” DE CUSTOS PRODUTOS VENDIDOS – ANO 2
1) Tecle f e 0 para eliminar casas decimais.
2) Introduza o valor R$ 57.083 e tecle ENTER para arquivar a BASE (Receita
Líquida).
3) Introduza o valor de R$ 37.105 (Custo do Produtos Vendidos), tecle %T. Aparecerá
no visor 65. Este resultado : esta conta representa 65% da Receita Líquida.
Para continuar os cálculos das outras contas não é necessário iniciar o processo todo,
mas, seguindo a fórmula, executar somente a etapa 2:
CÁLCULO DA “AV” DE LUCRO BRUTO - ANO 2
1) Tecle R para recuperar a BASE que é R$ 57.083 (Receita Líquida).
2) Introduza o valor de R$ 19.978 (Lucro Bruto) e tecle %T. Aparecerá no viso 35.
Este é o resultado: esta conta representa 35% da Receita Líquida.
CÁLCULO DA “AV” DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS – ANO 2
1) Tecle Rpara recuperar a BASE que é R$ 57.083 (Receita Liquida).
2) Introduza o valor de R$ 7.940 (Despesas Administrativas) e tecle %T. Aparecerá no
visor 14.
Este é o resultado:esta conta representa 14% da Receita Liquida.
E assim deve ser feito com todas as contas da DRE. Para calcular a “AV” do Ano 1, a
BASE é outra, pois a Receita Líquida era R$ 50.998.
As contas que podem ser às vezes Receitas, em outras Despesas, quando se quer indicar
que são Despesas, aparecerão na D.R.E. com o sinal negativo. Neste caso, no resultado
da “AV” mantenha o sinal negativo. Aquelas que só podem ser Despesas aparecerão
sem o sinal negativo, mas estarão sendo deduzidas das receitas.
ANÁLISE VERTICAL

EXEMPLO DE CÁLCULO

15
ATIVO

Ano 1

%

Ano 2

%

16
Disponível
Duplicatas a Receber
Estoques
Outros Créditos
CIRCULANTE
Depósitos Judiciais
REALIZÁVEL L. PRAZO
Investimentos
Imobilizado
PERMANENTE
TOTAL DO ATIVO
PASSIVO
Financiamentos
Fornecedores
Contas a Pagar
Salários, Tributos, Contr.
CIRCULANTE
Financiamentos
EXIGÍVEL LONGO PRAZO
Capital
Lucros Acumulados
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL DO PASSIVO

ANO
1

230
10.508
7.848
428
19.014
311
311
1.015
19.119
20.134
39.459
Ano 1
2.522
14.611
1.182
1.025
19.340
1.535
1.535
12.000
6.584
18.584
39.459

PASSIVO

1
27
20
1
48
1
1
3
48
51
100
%
6
37
3
3
49
4
4
47
100

420
13.285
11.015
587
25.307
385
385
1.015
19.152
20.167
45.859
Ano 2
5.392
10.685
541
980
17.598
3.223
3.223
12.000
13.038
25.038
45.859

1
29
24
1
55
1
1
2
42
44
100
%
12
23
1
2
38
7
7
55
100

Fontes de Recursos

DE ONDE VEM OS RECURSOS
 Passivo Circulante = 49%
Exigível Longo Prazo = 4%
TOTAL DAS DÍVIDAS = 53% (PC + ELP)
 Patrimônio Líquido = 47%
AS MAIORES DÍVIDAS
 Fornecedores = 37%
 Financiamentos (curto + Longo Prazo) = 10%
ATIVO

Aplicações de Recursos

ANO
1

ONDE HÁ MAIS RECURSOS APLICADOS
 Ativo Permanente = 51%

17
 Ativo Circulante = 48%
PRINCIPAIS CONTAS
 Imobilizado = 48%
 Duplicatas a Receber = 27%
 Estoques = 20%

ANÁLISE VERTICAL

VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS

PASSIVO

Fontes de Recursos

ANO
2

DE ONDE VEM OS RECURSOS
 Patrimônio Líquido = 55%
 Passivo Circulante = 38%
AS MAIORES DÍVIDAS
 Fornecedores = 23%
 Financiamentos (curto + Longo Prazo) = 19%
PRINCIPAIS MUDANÇAS
 Nos Grupos de Contas (Fontes)
 Patrimônio Líquido de 47% para 55%
 Passivo Circulante de 49% para 38%
 Nas Contas
 Fornecedores de 37% para 23%
 Financiamentos (Curto Prazo) de 6% para 12%
 Financiamentos (Longo Prazo) de 4% para 7%
 Total de Financiamentos (Curto + Longo Prazo) de 10% para 19%

18
ANO
2

ATIVO

Aplicações de Recursos

ONDE HÁ MAIS RECURSOS APLICADOS
 Ativo Circulante = 55%
 Ativo Permanente = 44%
PRINCIPAIS CONTAS
 Imobilizado = 42%
 Duplicatas a Receber = 29%
 Estoques = 24%
PRINCIPAIS MUDANÇAS
 Nos Grupos de Contas (Fontes)
 Ativo Circulante de 48% para 55%
 Ativo Permanente de 51% para 44%
 Nas Contas
 Imobilizado de 48% para 42%
 Estoques de 20% para 24%
 Duplicatas a Receber de 27% para 29%

ANÁLISE VERTICAL

VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS

(D.R.E.)
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
RECEITA BRUTA
(-) Impostos s/Vendas
(-) Devoluções
RECEITA LÍQUIDA
Custo de Produtos Vendidos
LUCRO BRUTO
Despesas Administrativas
Despesas com Vendas
Despesas Financeiras

Ano 1
65.450
12.765
1.687
50.998
38.519
12.479
4.267
3.780
221

%

100
76
24
8
7
0

Ano 2
73.460
14.692
1.685
57.083
37.105
19.978
7.940
5.400
450

%

100
65
35
14
9
1

19
Receitas Financeiras
LUCRO OPERACIONAL
Rec. (Desp.) Não Operac.
Provisão Imposto de Renda
LUCRO LÍQUIDO

ANO
1

1.243
5.454
290
2.060
3.684

2
11
1
4
7

D.R.E.

3.600
9.788
-420
2.914
6.454

6
17
-1
5
11

Receitas e Despesas

RESULTADO DO EXERCÍCIO
 Lucro Líquido = 7%
DESPESAS QUE CONSUMIRAM MAIS RECURSOS
 Custos de Produtos Vendidos = 65%
 Despesas Administrativas = 8%
 Despesas com Vendas = 7%

ANO
2

D.R.E.

Receitas e Despesas

RESULTADO DO EXERCÍCIO
 Lucro Líquido = 11%
DESPESAS QUE CONSUMIRAM MAIS RECURSOS
 Custo de Produtos Vendidos = 65%
 Despesas Administrativas = 14%
 Despesas com Vendas = 9%
AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DO ANO
 No Resultado
 Lucro Líquido de 7% para 11%
 Lucro Operacional de 11% para 17%
 Lucro Bruto de 24% para 35%

20
 Receitas ou Despesas que Contribuíram Para Melhor o Lucro
 Custo de Produtos Vendidos de 76% para 65%
 Receitas Financeiras Líquidas de 2% para 5%
 Despesas que Contribuíram Para Piorar o Lucro
 Despesas Administrativas de 8% para 14%
ESTRUTURA DE CAPITAL

TIPOS DE ESTRUTURA

Qualquer empresa analisada terá sua estrutura de capital definida dentro dos seguintes
três modelos:

BOA

Recursos
próprios
financiam
todos
os
ativos de longo prazo e
ainda há sobre para
financiar
o
Ativo
Circulante.

RAZOÁVEL

RUIM

Recursos de terceiros de
longo prazo completam
o financiamento de
ativos de longo prazo e
sobre para financiar o
Ativo Circulante

Recursos próprios e de
terceiros de longo prazo
são insuficientes para
financiar os ativos de
longo prazo.

ESTRUTURA DE CAPITAL

Como Montar a Estrutura de Capital

21
Uma das utilidades da análise vertical é a de permitir a montagem da Estrutura de
Capital de qualquer empresa.
Para isto, toma-se os resultados da análise vertical de cada um dos grupos do Ativo e
Passivo colocando-os em dois quadros que indicam Fontes (Passivo) e Aplicações
(Ativo) dos recursos, como os exemplos abaixo baseados no Balanço da página 14.

ATIVO

Ano 1
PASSIVO

PASSIVO
AC = 48

Ano 2
PASSIVO

ATIVO
PASSIVO

PC = 49

PC = 38
AC = 55

RLP = 1
AP = 51

1

ELP = 7
ELP = 4

RLP = 1

PL = 47

10

AP = 44

PL = 55
APLICAÇÕES

FONTES

APLICAÇÕES

FONTES

NO ANO 1:
A 1ª Fonte  PL = 47% não financia o AP = 51%  Faltam 4%
A 2ª Fonte  ELP = 4% financia os 4% que estavam faltando. Não sobra nada.
Não financia o RLP – 1%  falta 1%
A 3ª Fonte  PC = 49% financia 1% que estava faltando.
É uma Estrutura RUIM, porque os recursos próprios mais os de terceiros de longo
prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo.
NO ANO 2:
A 1ª Fonte  PL = 55% financia todo o AP = 44% e sobram 11%
Sobram 11% do PL que financiam o RLP = 1% e sobram 10%
Sobram 10% que ajudam a financiar o AC.
É uma estrutura BOA porque recursos próprios financiam todos os ativos de longo
prazo e ainda há sobra para financiar o Ativo Circulante.

22
ESTRUTURA DE CAPITAL

BOA e Piorando

Ano 1

Ano 2
39

67

55
64

5

5

4

56

23
33

40
36

APLICAÇÕES

FONTES

APLICAÇÕES

FONTES

Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 56%, financia todo o AP = 33%  sobram 23%
Sobram 23% do PL que ajudam financiar ao AC.
Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 40%, financia todo o AP = 36%  sobram 4%
Sobram 4% do PL que ajudam financiar o AC.
Nos dois anos a Estrutura é BOA porque os recursos próprios financiam todo o
ativo de longo prazo, entretanto a Estrutura está piorando porque a sobra para
financiar o AC que era de 23% no ano anterior agora é de apenas 4%.

ESTRUTURA DE CAPITAL

RAZOÁVEL e Piorando RUIM

Ano 1

Ano 2
48

44

54

1

6
1

10

3

1

46

42

45
APLICAÇÕES

12
1
1

42

55
FONTES

APLICAÇÕES

FONTES

23
Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 42%, não financia todo o AP = 45%  faltam 3%
A 2ª Fonte  ELP = 10%, financiam 3% que faltavam  sobram 7%
Sobram 7%, que financiam o RLP = 1%  sobram 6%
Sobram 6%, que ajudam financiar o AC.
Estrutura é razoável porque recursos de terceiros de longo prazo completam o
financiamento de ativos de longo prazo e sobra para financiar o Ativo Circulante.
Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 42%, não financia todo o Ap = 55%  faltam 13%
A 2ª Fonte  ELP = 12%, não financia 13% que faltavam  falta 1%
A 3ª Fonte  PC = 46%, financia 1% que faltava  sobram 45%
Sobram 45% que financiam todo o RLP = 1%.
É uma Estrutura RUIM porque recursos próprios, mais os de terceiros de longo
prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo.

ESTRUTURA DE CAPITAL

RAZOÁVEL e Melhorando para BOA

Ano 1

Ano 2
42

45

44

3

2
3

6

1

3

35

52

53
APLICAÇÕES

7
1
58
54

FONTES

APLICAÇÕES

FONTES

24
Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 52%, não financia todo o AP = 53%  faltam 1%
A 2ª Fonte  ELP = 6%, financiam 1% que faltava  sobram 5%
Sobram 5%, que financiam o RLP = 3%  sobram 2%
Sobram 2%, que ajudam financiar o AC.
Estrutura é razoável porque recursos de terceiros de longo prazo completam o
financiamento de ativos de longo prazo e sobra para financiar o Ativo Circulante.
Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 58%, não financia todo o Ap = 54%  faltam 4%
Sobram 4% que financiam todo o RLP = 1%  sobram 3.
Sobram 3% que ajudam financiar o AC.
A estrutura é BOA porque recursos próprios financiam todo o ativo de longo prazo, e
sobra recursos para financiar o Ativo Circulante.

ESTRUTURA DE CAPITAL

RUIM e Melhorando para RAZOÁVEL

Ano 1

Ano 2
64

50

49

2

3

6

3

2
12

30

48
APLICAÇÕES

48
7

2
3

45

48
FONTES

APLICAÇÕES

FONTES

Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 30%, não financia todo o AP = 48%  faltam 18%

25
A 2ª Fonte  ELP = 6%, financiam 18% que faltava  sobram 12%
A 3ª Fonte  PC = 64%, financia 12% que faltavam  sobram 52%.
Sobram 52%, que financiam o RLP = 3%
É uma Estrutura RUIM porque recursos próprios, mais os de terceiros de longo
prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo.
Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 45%, não financia todo o Ap = 48%  faltam 3%
A 2ª Fonte  ELP = 7%, financia 3% que faltavam  sobram 4%.
Sobram 4% que financiam todo o RLP = 2%  sobram 2%.
Sobram 2% que ajudam financiar o AC.
É uma Estrutura RAZOÁVEL porque recursos de terceiros de longo prazo
completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobra para financiar o Ativo
Circulante.

ANÁLISE HORIZONTAL
Tem por objeto demonstrar o crescimento ou queda ocorrida em itens que constituem as
demonstrações contábeis em períodos consecutivos. A análise horizontal compara
percentuais ao longo de períodos, ao passo que a análise vertical compara-os dentro de
um período. Esta comparação é feita olhando-se horizontalmente através dos anos nas
demonstrações financeiras e nos indicadores. É importante salientar, neste caso, a
necessidade de que os valores comparados estejam expressos em moeda de poder
aquisitivo constante.
Abaixo apresentamos os balanços patrimoniais e demonstrações do resultado da Empresa Braga, com
suas variações ano a ano. Monte a estrutura de capital (gráfica) dos três anos e faça a análise dos índices
econômico-financeiros e de rentabilidade (um a um) e comente a evolução da empresa e sua situação
atual.
BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA BRAGA S/A
ATIVO
CIRCULANTE
Caixa e bancos
Aplicações financeiras
Contas a Receber de Clientes
Prov. P/ Cred. Liq. duvidosa
Estoques de Mercadorias

Saldos em:
19t5
19t6
19t7
1.143.886 1.318.729 1.069.834
44.843 77.118 41.120
399.672 418.975 224.438
326.945 464.036 424.654
-9.805 -13.918 -12.739
338.247 320.116 364.556

Análise Vertical Análise Horizontal
19t5 19t6 19t7
19t6 19t7
75% 74% 67% 15,29% -18,87%
3% 4% 3% 71,97% -46,68%
26% 24% 14%
4,83% -46,43%
21% 26% 27% 41,93% -8,49%
-1% -1% -1% 41,95% -8,47%
22% 18% 23%
-5,36% 13,88%

26
Créditos diversos
43.984 52.402 27.805 3% 3% 2% 19,14% -46,94%
REALIZÁVEL LONGO
7
1.602 17.096 0,00%0,09%1,07% 22786% 967,17%
PRAZO
Depósitos judiciais
7
1.344 14.918 0,00% 0,08% 0,93% 19100%1009,97%
Empréstimos compulsórios
0
258
2.178 0,00% 0,01% 0,14% 258,00% 744,19%
PERMANENTE
386.727 460.018 511.663 25% 26% 32% 18,95% 11,23%
Investimentos
19.944 19.644 19.278 1% 1% 1%
-1,50% -1,86%
Imobilizado
341.854 394.578 436.113 22% 22% 27% 15,42% 10,53%
Diferido
24.929 45.796 56.272 2% 3% 4% 83,71% 22,88%
TOTAL DO ATIVO
1.530.620 1.780.349 1.598.593 100% 100% 100% 16,32% -10,21%
PASSIVO
CIRCULANTE
841.840 943.143 749.256 55% 53% 47% 12,03% -20,56%
Fornecedores
480.087 471.631 496.678 31% 26% 31%
-1,76%
5,31%
Empréstimos a pagar
1.763 10.868
2.049 0% 1% 0% 516,45% -81,15%
Contas a pagar
30.394 66.206 43.764 2% 4% 3% 117,83% -33,90%
Impostos e contribuições
220.017 242.473 130.768 14% 14% 8% 10,21% -46,07%
Provisões diversas
37.689 45.446 39.759 2% 3% 2% 20,58% -12,51%
Dividendos e participações
71.890 106.519 36.238 5% 6% 2% 48,17% -65,98%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
688.780 837.206 849.337 45% 47% 53% 21,55% 1,45%
Capital social realizado
314.259 378.265 669.688 21% 21% 42% 20,37% 77,04%
Reservas de capital
26.372 25.027 15.162 2% 1% 1%
-5,10% -39,42%
Reservas de lucros
40.111 17.482 18.830 3% 1% 1% -56,42%
7,71%
Lucros acumulados
308.038 416.432 145.657 20% 23% 9% 35,19% -65,02%
TOTAL DO PASSIVO + PL 1.530.620 1.780.349 1.598.593 100% 100% 100%
18% -10,21%

DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DA EMPRESA BRAGA S/A

RECEITA OPERACIONAL
BRUTA
Abatimento sobre vendas
ICMS
Pis e Finsocial
Devoluções
RECEITA OPERACIONAL
LIQUIDA
Custo das mercadorias vendidas
LUCRO BRUTO
Despesas operacionais
Despesas vendas
Despesas gerais e adm.
Honorários da administração
Ganhos (perdas) com inflação
LUCRO OPERACIONAL

19t6
3.181.675

19t7
2.554.101

Análise Horizontal
19t6/t7
-19,72%

-622.226
-537.653
-39.955
-44.618

-494.665
-434.197
-37.077
-23.391

-20,50%
-19,24%
-7,20%
-47,57%

2.559.446

2.059.436

-19,54%

-1.320.659

-1.279.709

-3,10%

1.238.787
-961.281
-181.050
-703.012
-38.351
-38.868

779.727
-677.747
-190.493
-678.054
-39.576
230.376

-37,06%
-29,50%
5,22%
-3,55%
3,19%
-692,71%

277.506

101.980

-63,25%

27
(EFETIVO)
Despesas financeiras
Receitas financeiras
Receitas (despesas) não
operacionais

-17.372
150.376
-1.274

-7.174
-39.137
7.258

-58,70%
-126,03%
-669,70%

LUCRO ANTES IR
Provisão p/ IR
Participações estatutárias

409.236
-187.554
-28.013

72.234
-39.137
-5.500

-82,35%
-79,13%
-80,37%

193.669

27.597

-85,75%

LUCRO LÍQUIDO

ALGUNS ASPECTOS DETECTADOS PELAS ANÁLISES HORIZONTAL E
VERTICAL
O analista externo, especialmente um que representa uma instituição emprestadora,
gostará de saber muito claramente por que estes índices estão manifestando certo
desempenho certo desempenho. Algumas perguntas deverão ser respondidas pelo
analista. Por exemplo:

-

se há um problema em um único ano, ou um problema de todo o ramo de atividade

-

as vendas subiram e a empresa é lucrativa, então por que as margens brutas caíram?

-

A empresa está forçada a competir com outras maiores que podem fazer com que
economias de escala possibilitem vendas com margens menores?

A análise horizontal e vertical ajuda a desenvolver estas questões, mas,
desafortunadamente, raramente fornece as respostas.
ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS
A análise financeira utiliza a informação contida nos demonstrativos financeiros ou
contábeis da entidade (o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do
exercício, suplementados pelas demonstrações

de fluxo de caixa e outras

demonstrações), as ferramentas primárias para análise financeira são os índices
financeiros.
Apresentaremos um conjunto de índices financeiros comumente utilizados, uma
discussão de um modelo integrado para analisar o desempenho financeiro, uma análise

28
do uso de índices

financeiros para predizer falhas corporativas, e uma visão da

evidência empírica no que diz respeito à estabilidade dos padrões dos índices
financeiros através do tempo.
Quando se analisam demonstrações financeiras, a primeira tarefa é determinar que
informação se procura. Há muitas técnicas analíticas que podem revelar informações
sobre uma empresa. Uma vez que o analista financeiro saiba isto, pode-se usar a técnica
correta. Índices financeiros são a ferramenta analítica de um analista. Índices são fáceis
de computar, verificáveis e permitem comparações período a período e da empresa com
outras de seu ramos de atividade.
Os índices são relações

que se estabelecem

entre duas grandezas, facilitam

sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou
porcentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes por si só.
A análise das demonstrações financeiras dedica-se ao cálculo de índices, de modo a
avaliar o desempenho passado, presente e projetado da empresa, seja comparativamente
com “padrões do ramo”em que atua, seja numa análise de série temporal (comparação
entre o desempenho atual e o desempenho passado da empresa, visando determinar suas
tendências presentes e futuras).
Permitem a interrelação entre várias contas das demonstrações financeiras da empresa,
facilitando que esta seja analisada sob vários ângulos. Destaca-se, no entanto, que para
uma melhor avaliação da empresa, é

conveniente que seus indicadores sejam

comparados com os de outras empresas do mesmo setor de atuação

(ramo de

atividade), além de relacionados entre si.
ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES
Discutiremos análises que podem ser utilizados para se obter informações das
demonstrações financeiras de uma empresa.
financeiros, então discutiremos

Estaremos baseados em índices

primeiramente esta forma genérica de análise

da

demonstração financeira. Outras análises relacionam-se ao formato ou modelo utilizado
para direcionar a computação
financeiros.

e análise de um determinado conjunto de índices

Estas análises consistem em análises de demonstrações financeiras

padronizadas e do desempenho da empresa.
A mais simples análise de crédito por bancos e empresas, consiste em avaliar a empresa
através de índices ou coeficientes.

29
Dentre eles, para citar como exemplo, os mais conhecidos são os de liquidez. O estudo
deste índices é feito analisando-se o índice de maneira absoluta, ou seja, a análise do
significado intrínseco do índice ( ou do índice por si só), ou comparando-se sua
evolução nos vários períodos enfocados, ou ainda com outras empresas do mesmo setor.
ANÁLISE DOS COEFICIENTES OPERACIONAIS CHAVES
Para dar significado aos dados nas demonstrações financeiras, o analista deve executar
as análises de coeficientes. Através da medição dos relacionamentos entre dois números
nas demonstrações financeiras, este método financeiro identifica, entre outras coisas, a
líquidez da empresa e adequação do capital de giro.

Os principais coeficientes

operacionais avaliam a eficácia operacional das diversas áreas da empresa, tais como
giro do estoque, rentabilidade do patrimônio líquido e outras. Adicionalmente,
analisando as contas a receber convertidas em caixa, os coeficientes operacionais podem
determinar quão bem os fundos fluem para a empresa.
OBJETIVO
Análise de coeficientes realizam os seguintes objetivos:
-

mensurar a saúde financeira total do negócio

-

endereçar as principais áreas de negócios que afetam a lucratividade da empresa e
sua força de ganhos

-

avaliar a posição de liquidez da empresa, bem como a situação do fluxo de caixa

-

identificar uma condição de alavancagem da empresa (mix de endividamento de sua
estrutura financeira)

-

contribuir para avaliação total do risco creditício – os coeficientes indicam até certo
ponto se a condição financeira de uma empresa a torna um “bom” ou “mau” risco de
crédito.

QUANTIDADE DE ÍNDICES
É uma boa estratégia de análise calcular vários coeficientes, mas é importante manter
em mente que somente coeficientes operacionais selecionados testarão adequadamente a
posição financeira de uma empresa. Empiricamente, entre 10 e 15 coeficientes

30
geralmente são suficientes para revelar a solvência de uma empresa e medir sua
habilidade de honrar seus compromissos financeiros.

TÉCNICAS DE ANÁLISE

ÍNDICES FINANCEIROS

CONCEITOS

A análise por índices financeiros é uma das ferramentas mais utilizadas no mercado
financeiro. Mas uma análise feita somente com índices financeiros é uma análise fraca e
pobre, e certamente poderá conter inúmeras falhas.
Índices financeiros não são suficientes para um julgamento adequado e uma decisão
correta. Índices financeiros aliados à análise vertical já mostram de forma melhor a
situação financeira da empresa.
Os índices financeiros dividem-se em 4 grupos:

 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
 ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL
 ÍNDICES DE LIQUIDEZ E DE PRAZOS MÉDIO

ÍNDICES FINANCEIROS

Exemplos de Variação nos Índice

Os Índices Financeiros poderá ficar iguais ou ter variações, de acordo com a mudança
no valor de qualquer um dos componentes de sua fórmula.

Numerador 1.000
=
= 0,83
Base
1.200
31
Se consideramos como exemplo a fórmula acima, poderemos ter as seguintes variações
no índice:
 O índice ficará IGUAL
a) Se o Numerador aumentar e a Base aumentar em igual proporção (por exemplo: 10%
para ambos).
1.100
= 0,83
1.320

b) Se o Numerador diminuir e a Base diminuir em igual proporção (por exemplo: 20%
para ambos).
800
= 0,83
960

ÍNDICES FINANCEIROS

Exemplos de Variação nos Índice

Numerador 1.000
=
= 0,83
Base
1.200
 O índice irá AUMENTAR
a) Se o numerador aumentar (30%) e a Base ficar igual
1.300
=1,08
1.200

b) Se o Numerador aumentar (15%) e a Base aumentar (5%)
1.150
=0,91
1.260

c) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base diminuir (-10%)

32
1.200
=1,11
1.080

d) Se o Numerador ficar igual e a Base diminuir (-50%)
1.100
=1,67
600

e) Se o Numerador diminuir (-10%) e a Base diminuir (-20%)
900
= 0,94
960

 O índice irá DIMINUIR
a) Se o Numerador diminuir (-5%) e a Base aumentar (10%)
950
= 0,72
1.320

b) Se o Numerador diminuir (-30%) e a Base ficar igual
700
= 0,58
1.200

c) Se o Numerador diminuir (20%) e a Base diminuir (-5%)
800
= 0,70
1.140

d) Se o Numerador ficar igual e a Base aumentar (10%)
1.000
= 0,76
1.320

e) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base aumentar (50%)
1.200
= 0,67
1.800

ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE ou RENTABILIDADE
A Análise de Lucratividade tem por finalidade avaliar a empresa em relação às suas
vendas, patrimônio líquido, ativos e ao valor da ação. Como um todo, essas medidas
possibilitam ao gestor financeiro e/ou ao analista, avaliar os lucros da empresa em
relação a um determinado nível de vendas, ao investimento dos proprietários, a um
certo nível de ativos ou o valor da ação.

33
O lucro torna-se, portanto, o principal atrativo aos proprietários, investidores e
tranqüilidade aos credores em geral.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Retorno sobre Patrimônio Líquido – R.P.L.
Mede o retorno obtido dos investimentos realizados pelos proprietários da empresa ( a
parcela de Ações Preferenciais é muito pequena, portanto mede os retornos de Ações
Ordinárias), ou seja, quanto a empresa obtém de lucro para cada R$1,00 de capital
próprio investido.
Mostra a lucratividade de uma empresa através da taxa de retorno obtida de recursos
constituídos pelos acionistas. Quanto mais alta a taxa, melhor para os proprietários.

R.P.L. = Lucro Líquido após IR
Patrimônio Líquido

Quando há lucro, este índice mede quanto o lucro contribui para o aumento dos
recursos próprios.
Quando há prejuízo, ele mede quanto a empresa perde de seus recursos próprios por
causa do prejuízo.

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais

O fato da empresa aumentar ou diminuir o seu Patrimônio Líquido não significa que
estes recursos estão entrando ou saindo do “caixa”. Significa que os recursos próprios
que financiam os ativos (onde o “caixa” é apenas um deles) estão maiores, no caso de
lucro, ou estão menores, no caso de prejuízo.
Como o Patrimônio Líquido é uma das principais fontes de recursos, é claro que quanto
maior for o índice de retorno do PL, maior é a contribuição do lucro para aumentar esta
fonte e aumentar o nível de capitalização da empresa.

34
Prejuízos constantes ou muito elevados corroem os recursos próprios e enfraquecem a
estrutura de capital da empresa. Por outro lado, os prejuízos devem ser pagos e, assim, a
empresa tem de desfazer-se de ativos ou então aumentar suas fontes junto a terceiros,
ampliando suas dívidas.
Rentabilidade do Ativo
Quando há lucro, este índice mede quanto o lucro contribui para financiar o Ativo.
Quanto maior esta contribuição, menor será a necessidade de buscar outras fontes, tais
como recursos de terceiros ou de sócios.

Arredonde os
resultados.
Não use casas decimais.

Quando há prejuízo, ele mede quanto a empresa perde de seus ativos para poder
cobrir os prejuízos. Quanto maior for o prejuízo, maior o volume de ativos que a
empresa necessita para cobri-los. Caso a empresa não queira ou não possa se desfazer
de ativos, certamente ela terá de buscar recursos de terceiros ou de sócios para poder
cobrir seus prejuízos.
Margem Bruta - MgB
Mede a eficiência de uma empresa na administração de materiais e mão de obra na
produção (o que resta da venda dos produtos após ter pago os custos), ou seja, mede a
porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou , após a empresa ter pago
seus produtos. Quanto maior, melhor.
MgB =

Lucro Bruto (R.L.V. – C.P.V.)
Receita Líquida de Vendas

Margem Operacional - MgO

35
Mostra a taxa de retorno sobre as vendas líquidas de uma empresa, considerando apenas
os lucros auferidos pela empresa em suas operações, ou seja, mede o lucro puro obtido
em cada unidade monetária de venda. O lucro operacional é puro no sentido de que
ignora quaisquer despesas financeiras ou obrigações governamentais (juros ou IR).
Quanto maior, melhor.
MgO =

Lucro Operacional
Receita Líquida de Vendas

Margem Líquida - MgL
Mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou após a dedução de
todas as despesas, inclusive IR, sendo muito utilizada para indicação do sucesso de uma
empresa em termos de lucratividade sobre vendas, ou seja, é o percentual relativo de
cada unidade monetária de venda após todas as despesas, inclusive o imposto de renda,
valora o quanto a empresa obtém de lucro para cada R$1,00 vendido.
Importante salientar que uma média de resultado obtido em um determinado seguimento
de atividade pode não representar bom resultado em outro. Quanto maior, melhor.
MgL = Lucro Líquido após I.R.
Receita Líquida de Vendas
Retorno sobre o Investimento - R.S.I.( ou Retorno sobre o Ativo Total - R.O.A.)
Mede a rentabilidade das operações básicas da empresa - geração de lucros -, dada a
utilização dos ativos disponíveis totais, ou seja, quanto a empresa obtém de lucro para
cada R$1,00 de investimento total.
Mostra a taxa de retorno sobre todos os recursos utilizados, com a finalidade de medir
os lucros sobre todos os investimentos feitos por terceiros e pelos proprietários,
avaliando a eficiência global da administração na geração de lucros com seus ativos
totais disponíveis. Quanto maior, melhor.

R.S.I. = Lucro Líquido após IR
Ativo Total Médio

Retorno sobre o Ativo Operacional – R.A.O.

36
Mede a rentabilidade das operações básicas da empresa em face dos recursos aplicados
nestas operações. Em caso de empresa industrial ou comercial, é recomendado a
exclusão de ativos não operacionais ( aplicações financeiras, os imobilizados técnicos
não utilizados nas operações normais – terreno não utilizado, e os imobilizados
financeiros não essenciais às atividades fins da empresa – investimentos em áreas de
incentivo fiscal) e, a inclusão de valores essenciais à normalidade das operações
( investimento realizado em empresa coligada ou subsidiária)
R.A.O. =
Lucro Operacional
Ativo Operacional Líquido Médio
Lucro por Ação – L.P.A.
Representa o valor auferido sobre cada ação ordinária emitida
L.P.A. =

Lucro Líquido Após o I.R.
Número Total de Ações Ordinárias

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de
terceiros que está sendo utilizado , na tentativa de gerar lucros.
O grau de endividamento medo o montante de dívida em relação a outras grandezas
significativas do balanço patrimonial.
Índice de Endividamento Geral – IEG ou Endividamento Total
Mede a proporção entre recursos de terceiros (dívidas) e recursos próprios.

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais.

37
Este índice trabalha com todo o Passivo. Quanto maior o volume de recursos de
terceiros, maior é a dependência. Esta dependência vai definir o nível de riscos. Se os
recursos de terceiros são naturais ou operacionais, o risco é mais leve. Se os recursos de
terceiros são onerosos ou não operacionais, os riscos são mais elevados. Quando o
índice for alto, os recursos próprios são insuficientes para atender as necessidades da
empresa e ela passa a depender excessivamente de recursos de terceiros.
 Cuidado Quando este índice for igual a 100% significa que 50% dos recursos são de
terceiros e 50% são recursos próprios. Este é o ponto de equilíbrio do índice. Acima de
100%, a empresa depende mais de recursos de terceiros e abaixo de 100% a empresa
tem mais recursos próprios do que de terceiros.
Exemplo:
PC

$ 125

ELP

$ 25

PL

$ 150

O índice é 100%. A empresa usa $ 150 de recursos de terceiros $
150 de recursos próprios, isto é, 50% de cada uma das FONTES. O
total das fontes é de $ 300.

Fontes

Mede a proporção do ativo total da empresa que é financiado por capital total de
terceiros, quanto menor, melhor. É assim calculado.
IEG = Exigível Total (capital de terceiros) x 100
Ativo Total
Endividamento a Curto Prazo
Mede quanto a empresa tem de recursos de terceiros de curto prazo em relação aos
recursos próprios.

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais.

38
Atualmente as dividas das empresas concentram-se mais no curto prazo, uma vez que
as fontes de recursos de longo prazo são poucas e escassas. Conseqüentemente, este
índice tenderá a ser bastante igual ao de endividamento total. Se não o for, a empresa
tem volumes importantes de dívidas de longo prazo.
Endividamento Financeiro Total
Mede quanto a empresa utiliza de recursos bancários (curto e longo prazo) em
relação ao que ela tem de recursos próprios.
É um dos índices mais importantes para os Bancos, pois mostra quanto a empresa
depende de empréstimos e outras formas de financiamentos bancários. Deve-se olhar
também o volume de despesas financeiras para avaliar o custo destes recursos.

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais.

Normalmente, as empresas buscam recursos para suprir suas necessidades de caixa (seja
para pagar despesas ou cobrir prejuízos, seja para suprir sua necessidade de capital de
giro ou imobilização). As instituições financeiras são o caminho para isto, uma vez que
as demais fontes de recursos de terceiros não as suprem de dinheiro (fornecedores
cedem matérias-primas e mercadorias, contas a pagar representam insumos, salários e
encargos são recursos humanos). Portanto, dinheiro mesmo vem de Bancos. Daí, a
importância de avaliar cuidadosamente este índice.
Endividamento Financeiro a Curto Prazo
Este índice é complemento do Endividamento Financeiro.
Ele mede quanto a empresa usa de empréstimos bancários de curto prazo em
relação ao que ela tem de recursos próprios.

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais.

39
As fontes de financiamento bancários tendem a se concentrar mais no curto prazo. São
poucas as alternativas de recursos bancários de longo prazo, sobretudo pela incerteza e
instabilidade das políticas de Governo. Desta forma, este índice tende a ser igual ao
índice de endividamento financeiro que mede curto e longo prazo. Quando houver
muito diferença entre os dois índices é sinal de que a empresa tem financiamentos de
longo prazo em volumes relevantes.
Índice de Participação de capital Total de Terceiros – IPCT
Mede quanto o capital total de terceiros representa do capital próprio, quanto menor,
melhor. É assim calculado.
IPCT = Passivo Circulante + Exigível de L.P. x 100
Patrimônio Líquido
Índice de Composição do Endividamento de Curto Prazo – ICECP
Mede o quanto de capital de terceiros de C.P. é utilizado pela empresa, em relação às
obrigações totais, quanto menor, melhor. É assim calculado.
ICECP =

Passivo Circulante x 100
Passivo Circulante + Exigível de L.P.

ÍNDICE DE ESTRUTURA DE CAPITAL
Imobilização do PL ou Imobilização dos Recursos Próprios
Mede quanto a empresa utiliza de recursos próprios (PL) para financiar todo o seu
Ativo Permanente.
Quando o índice for menor que 100% significa que a empresa consegue financiar todo o
seu Ativo Permanente e ainda há sobras de recursos próprios para financiar o Realizável
de Longo Prazo e/ou o Capital de Giro.
Quando o índice for maior que 100% significa que a empresa não consegue financiar
todo o Ativo Permanente com seus recursos próprios. Depende, portanto, de recursos de

40
terceiros para financiar parte de seu Permanente. Neste caso, é importante avaliar
quanto ela usa de recursos de terceiros para esta finalidade.

Arredonde os
resultados.
Não use casas decimais.

Sempre que este índice for maior que 100% já é um indicador de que a estrutura de
capital da empresa não é boa. O mínimo esperado dos sócios é que eles supram pelo
menos a necessidade de imobilização da empresa. Se não o fazem, há já um sinal de
risco. Neste caso é importante avaliar se há outras fontes de longo prazo atendendo a
esta necessidade. Se houver, os riscos são menores, pois muitos projetos e planos de
expansão costumam ser financiados por recursos de longo prazo. Se não houver, o risco
é alto, pois a estrutura de capital da empresa é ruim ou péssima.
Capital de Giro Próprio
Quando positivo, este índice mede quanto do Capital de Giro é financiado por
recursos próprios. Neste caso, quanto mais alto for o índice, melhor.
Quando negativo, ele mostra que a empresa não tem sobra de recursos próprios para
financiar nenhuma parte do Capital de Giro. Neste caso, todo o Ativo Circulante é
financiado por capitais de terceiros.

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais.

41
O ideal é que os recursos próprios financiem todos os ativos de longo prazo
(permanente e realizável) e ainda houvesse sobras para financiar parte da necessidade de
Capital de Giro. No caso do índice de imobilização do PL maior que 100%, a empresa
depende totalmente de terceiros para suprir seu capital de giro, pois seus recursos
próprios sequer atendem à imobilização.
Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido – IIPL
Mede a quantidade relativa de capital próprio que foi destinado ao ativo permanente,
quanto menor, melhor. É assim calculado.

IIPL =

Ativo Permanente x 100
Patrimônio Líquido

Índice de Imobilização dos Recursos Permanentes – IIRP
Mede a quantidade relativa de recursos não correntes ou permanentes que foi utilizado
no ativo permanente, quanto menor, melhor. É assim calculado.
IIRP =

Ativo Permanente x 100
Exigível de L.P. + Patrimônio Líquido

Índices Relativos a Liquidez
Servem para medir a capacidade de uma empresa em honrar seus compromissos.
Como o principal interesse dos credores, a curto prazo, é ser pagos prontamente os
compromissos, a análise que se faz das demonstrações financeiras localiza, em primeiro
lugar , as relações existentes entre o ativo circulante e o passivo circulante, além da
rapidez com

que os valores a receber e o estoque se convertem em caixa, no

desenvolvimento normal da atividades.

Os principais índices de liquidez se dividem

em dois grupos, e quanto maiores, melhores :
 Índices que expressam a relação existente entre o ativo circulante e o passivo
circulante;
 Índices que medem a rapidez com que um item do ativo se transforma em caixa.
Índice de Liquidez Corrente – ILC ou LC

42
É o primeiro e mais comum, e de grande utilização para medir a relação existente entre
o ativo circulante o passivo circulante, e mede a capacidade da empresa em saldar os
compromissos financeiros e dívidas de curto prazo, sendo calculado mediante a seguinte
fórmula :
ILC = Ativo Circulante
Passivo Circulante
Esta é a forma mais elementar de se medir a capacidade de uma empresa em saldar seus
débitos. Entende-se que uma empresa para apresentar liquidez deve ter mais ativo do
que passivo circulante.

Um ILC inferior a “1,00” indica que a empresa pode sofrer

dificuldades no pagamento de seus compromissos e, por outro lado, um índice muito
superior a “1,00” indica a utilização não econômica de seus fundos.
A pergunta, então, é : qual o índice ideal ?
Esta é a primeira pergunta que o gestor financeiro deve fazer quando da definição de
sua política de capital de giro. Como ? Um bom início é se analisar os números dos
concorrentes e verificar item por item qual a real necessidade daquele valor.
Índice de Liquidez Seco – ILS ou LS
Muitas empresas se utilizam deste índice por considerar as vezes o estoque como item
não líquido. Ao considerarmos uma empresa com um ativo circulante superior a seu
passivo circulante como líquida, estamos assumindo que o estoque é vendável. Muitas
vezes ao analisarmos em detalhes o estoque percebemos que o mesmo inclui itens de
reduzido giro, ou seja, o estoque não é liquido em determinado momento.
Assim, o ILS exclui o estoque da análise, e mede a margem de segurança disponível
(capacidade de pagamento) para que a empresa satisfaça as dívidas de curto prazo na
hipótese extrema de não vender nada de seu estoque, e é calculado dividindo-se o ativo
circulante menos estoque pelo passivo circulante, conforme segue :
ILS = Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante
Índice de Liquidez Imediata – ILI ou LI

43
O ILI considera o contas a receber também não líquido, pois muitas vezes estas contas
são incobráveis, assim, este índice mede a capacidade da empresa em honrar com os
compromissos financeiros com o dinheiro que a empresa possui ou pode prontamente
transformar em dinheiro, e é calculado mediante a seguinte fórmula :

ILI = Ativo Disponível
Passivo Circulante
Índice de Liquidez Geral (Mediato) – ILG ou LG
Muitas vezes a empresa pode apresentar um equilíbrio econômico a curto prazo, porém
a longo prazo sua situação pode estar bastante precária.

O ILG compara o ativo

circulante, mais o realizável, com o exigível total da empresa, e mede a capacidade da
empresa em saldar os compromissos financeiros e dívida de curto e longo prazo, e pode
ser assim calculado:
ILG = Ativo Circulante + Realizável L.Prazo
Passivo Circulante + Exigível L.Prazo
ANÁLISE QUALITATIVA DE LIQUIDEZ
A análise de liquidez é um dos pontos mais sensíveis da análise financeira.
Por pior que esteja a situação financeira de uma empresa, ela ainda se manterá enquanto
tiver capacidade de pagar suas dívidas.
Por esta razão, a análise de liquidez com base apenas nos índices é uma análise pobre
e que contém falhas e precisa ser complementada.
Uma das formas para avaliar um pouco melhor a qualidade dos ativos e a capacidade de
pagamento das dívidas é fazer uma análise qualitativa de liquidez.
Comece ordenando, em ordem decrescente de liquidez, os principais ativos (usados para
pagamento), e depois, ordenando as principais dívidas (que serão pagas) pela ordem de
prazos ou prioridades de pagamento.
Liquidez dos Ativos

44
1º) Caixa/Bancos + Aplicações Financeiras
Ativo de alta liquidez  recursos à disposição e para uso imediato.
2º) Duplicatas a Receber
Ativos de boa liquidez  dependem do pagamento dos clientes, recursos que
podem ser antecipados para uso imediato através de desconto das duplicatas ou
caução (empréstimo para capital de giro).
3º) Estoques
Ativos que dependem da produção (matéria-prima) ou venda a clientes
Vendas à vista  boa liquidez
Venda a prazo  transformam-se em duplicatas
Prazos de pagamentos das dívidas
1º) Salários + Impostos + Contribuições Sociais  prazos curtos (até 10 dias)
2º) Empréstimos Bancários  supor que são garantidos por caução
3º) Fornecedores + Contas a Pagar e outras  prazos até 60 dias.
Forma da análise qualitativa
Disponível
Salários + Impostos + Encargos Sociais
Sub- Total
Duplicatas a Receber
Empréstimos Bancários
Sub-Total
Demais dívidas (fornecedores, etc.)
Sub - Total

(+)
(-)
A
(+)
(-)
B
(-)
C

Se “C” for positivo (+), a liquidez da empresa é muito boa e não depende da venda de
estoques para pagar as dívidas existentes.
Se “C” for negativo (-),
1º) Transforme o valor em (+)
2º) Divida “+C” pelo valor do estoque e multiplique pelo prazo médio de estocagem.

45
O resultado obtido é “tempo de venda dos estoques” necessário para que a empresa
pague as dívidas existentes. Verifique se este tempo está adequado com o prazo das
dívidas que devem ser pagas pelo estoque (fornecedores, contas a pagar ou outras).
Se “B” for negativo, cuidado. A empresa dá sinais de que não tem duplicatas para
pagar suas dívidas bancárias (ou duplicatas suficientes para dar uma caução). Esta
situação representa risco de liquidez ou uma situação de liquidez apertada. Só não será
risco se a empresa faz vendas a vista em valor suficiente para cobrir o valor de “B
NEGATIVO”.

ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS
Conceitos
Enquanto os índices de liquidez mostram volumes de recursos, os índices de prazos
médios mostram os prazo com que a empresa realiza seus ativos e os prazos que ela
tem para pagar suas dívidas.
Prazo Médio de Estocagem
No caso de indústrias, mede o tempo que a empresa mantém consigo os estoques,
desde o momento da compra da matéria-prima até o momento da venda do produto
acabado, passando por todo o processo de fabricação.
No caso de comércio, é o tempo entre a compra da mercadoria e a data da venda.
O resultado é número de dias, isto é, quantos dias a empresa demora para produzir e
vender todo o volume de estoques.

x 365 dias
Arredonde os resultados.

(#) Média dos Estoques = somas dos 2 anos dividia por 2
Não use casas decimais.

46
É calculada a média dos estoques do inicio e do fim do ano para evitar distorções no
valor dos estoques (causados pela inflação ou por flutuações no montante dos estoques
entre o inicio e o fim do ano).
Como estoques, após serem vendidos, são registrados como Custos dos Produtos
Vendidos, compara-se na fórmula a relação entre estoques existentes (Estoques médios)
com os estoques já vendidos (Custos dos Produtos Vendidos).

Prazo Médio de Estocagem = 42 dias

8 dias
Compr. De Mat. Prima

23 dias
Período de fabricação

11 dias
Produto Acabado

Venda

Custos dos produtos
Vendidos
Com o processo de produção é um ciclo, o prazo médio de 42 dias (como no exemplo
acima) não significa que a empresa irá vender seus estoques somente após 42 dias. Na
verdade, seus estoques são vendidos todos os dias. O índice mede apenas o tempo
médio que os estoques permanecem dentro das instalações da empresa.
Vários fatores podem contribuir para que uma empresa tenha prazos médios de
estocagem elevador:
a) excesso de compra de matérias-primas; b) ineficiência no processo de produção; c)
dificuldades de venda ou mercado em crise; d) produção maior que o volume de vendas;
e) produto que exige longo tempo de produção (navios, máquinas de grande porte, por
exemplo).
Prazo Médio de Cobrança

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais.

47
(#) Média das Duplicatas a Receber = somas dos 2 anos dividida por 2
A empresa não recebe todas as duplicatas no mesmo dia. Ela recebe duplicatas todos os
dias ou todas as semanas. O índice vai mostrar o tempo médio que ela demora para
receber todas as duplicatas existentes, incluindo eventuais atrasos.
Prazo Médio de Cobrança = 35 dias
35 dias

Recebimento

Venda

Caixa
Ciclo Operacional
É o resultado de

+ Prazo Médio de Estocagem
+ Prazo Médio de Cobrança

Ciclo Operacional é aquele compreendido entre saída do dinheiro para pagamento ao
fornecedor e o recebimento das vendas, com retorno do dinheiro ao caixa.
Observa-se portanto, que tal ciclo operacional compreende o prazo médio de estocagem
(produção/compra/armazenagem) e o prazo médio da cobrança (comercialização).

48
Uma empresa industrial, por exemplo, investe dinheiro na aquisição de matéria-prima,
converte esta matéria prima em produtos acabados e os vende, recebendo dinheiro. O
ciclo operacional descreve as transações básicas, corriqueiras ou diárias da empresa.
Cada empresa tem um certo ciclo operacional peculiar, consoante a própria natureza do
seu negócio e a prática daquele mercado específicos. Um prazo médio de estocagem de
um supermercado não pode ser comparado com ode uma empresa de construção aval.

Prazo Médio de Estocagem
42 dias
Período de produção
Compra
de Mat.
Prima

Produto
Acabado

Prazo Médio de Cobrança
35 dias
Venda

77 dias
CICLO OPERACIONAL – 77 dias

Etapas do Ciclo Operacional
Ainda tomando como exemplo uma empresa industrial, existem basicamente 5 etapas
no ciclo operacional:
CAIXA
“Duplicatas a Receber”
são cobradas
V

“Produtos
vendidos;
“Despesas
de Vendas
geradas
Receber”

Acabados” são
são
geradas
Administrativas,
Tributárias”, são
“Duplicatas
a

I

IV

II

“Matérias
Primas”
são
adquiridas e contraídas dividas
com “Fornecedores”.

“Produtos em Elaboração”;
valor é acrescido às matérias
primas;
são
geradas
“Despesas Operacionais”

III
“Produtos Acabados” completam-se
os produtos; são geradas mais
“Despesas Provisionadas”

49
Nota-se neste ciclo a ausência de financiamentos bancários e despesas financeiras. Com
efeito, esta fonte alternativa de recursos para empresa e o seu correspondente custo, não
fazem parte do processo, em seu mais estrito. Poderíamos dizer que a empresa se
justifica para produzir os bens a que se predispôs e não a de tomar empréstimos e pagar
juros!
Velocidade do Ciclo Operacional
Ciclo Operacional Rápido
Neste tipo de ciclo há um alto valor de estoques de produtos acabados no ativo
circulante da empresa de forma contínua (assegurando a possibilidade de contínuo
atendimento da demanda de mercado) e o valor adicionado aos produtos é bem
reduzido. Tal perfil implica abaixo preço unitário dos produtos (em termos relativos). É
o caso dos supermercados e empresas exportadoras, entre outros.
Uma companhia com ciclo operacional rápido irá requerer mais empréstimos, de curto
prazo, via de regra associados á aquisição de estoques.
Ciclo Operacional Lento
Neste tipo a empresa necessita de um substancial valor de ativos fixos. O valor
adicionado ás matérias primas é bastante ponderável e deve existir abundância de
estoque de matérias primas e de produtos em elaboração de forma contínua
(assegurando a continuidade ininterrupta do ciclo de produção). Os preços unitários
neste tipo de ciclo devem ser caracteristicamente elevados (em termos relativos). Como
exemplos, temos a indústria de alta tecnologia: aviões, computadores, bens de capital,
etc...
A companhia com ciclo operacional lento irá requerer mais capital próprio além de uma
ponderável parcela de empréstimos, de preferência de longo prazo.
O ciclo operacional lento apresenta maior risco aos emprestadores, uma vez que existirá
mais tempo envolvido no processo produtivo, e conseqüentemente, momentos

50
potenciais em que tal processo poderá ser interrompido. Este risco está intimamente
relacionado aos riscos de negócios.
Prazo Médio de Pagamentos
Este é um índice muito genérico. Ele mede o prazo de pagamento das principais dívidas
operacionais. Como estas dividas têm prazos diferenciados, a mistura deles conduz a
um resultado de pouca utilidade (a análise qualitativa é melhor).
Salários e Encargos Sociais e Impostos têm prazos muito curto para pagamento. Em
média, entre 5 a 10 dias após o encerramento do mês. Fornecedores têm prazos
variáveis que podem chegar a 60 dias. E Contas a Pagar têm prazos de até 30 dias.

Arredonde os resultados.
Não use casas decimais.

Média de Fornecedores + Salários e Enc. Sociais a pagar +
Impostos a Pagar + Contas a Pagar = Soma de 2anos dividida por 2.
Mede em quantos dias, em média, as principais dividas operacionais são pagas.

30 dias
Compras
a Prazo

Despesas com
Pessoal

Pagto. A
Fornecedores e
Contas a Pagar

5 dias

Pagto. Salários e
Contrib. Sociais

51
Despesas com
vendas e impostos

10 a 20 dias

Pagto. de
Impostos e
Despesas
Ciclo Financeiro

É o resultado de
+ Prazo Médio de Estocagem
+ Prazo Médio de Cobrança
- Prazo Médio de Pagamento
O ciclo financeiro mostra quanto tempo a empresa demora entre a compra da matériaprima (ou mercadoria, no caso de comércio), a venda do produto e o recebimento da
duplicata. Esta primeira parte mostra, então, quanto tempo a empresa demora para
receberem R$ os seus ativos (estoques + duplicatas).
Deste total, diminui-se o tempo que ela tem para pagar suas principais dividas
operacionais, ou seja, quando ela faz o desembolso de R$, a diferença é o ciclo
financeiro.
O principal defeito do ciclo financeiro e que ele mede apenas os prazos e não mede os
volumes em R$ que são recebidos ou pagos.
Se positivo mostra que empresa precisa de recursos para financiar por algum tempo
seus ativos operacionais.
Prazo Médio de Cobrança

Prazo Médio de Estocagem
42 dias

Compra de
Mat. Prima

Período de produção

Produto
Acabado

Venda
77 dias

CICLO FINANCEIRO
23 dias
Prazo Médio de pagamentos

54 dias
Necessidade de recursos
Financiada por recursos próprios
Ou recursos bancários

52
Se negativo mostra que a empresa consegue financiar seus ativos operacionais com
recursos (fontes) operacionais de terceiros, resultantes dos prazos normais de sua
atividade.

Prazo Médio de Estocagem
12 dias

Compra de
Mercadoria

Prazo Médio de Cobrança
15 dias

Venda
27 dias

45 dias
Prazo Médio de Pagamentos

CICLO FINANCEIRO

Índices Relativos a Atividade

DIAS
Recursos são recebidos
antes do pagamento das
dívidas operacionais

Giro de Estoque
O objetivo deste índice é medir o tempo em que o estoque se transforma em caixa. Este
índice é obtido pela divisão do custo das mercadorias vendidas pelo estoque. Procura-se
mostrar o número de vezes que o estoque foi vendido e reposto durante o período e,
quanto menos dias, melhor, é assim calculado:

53
GE =

C.P.V
Estoque

Muitas vezes é difícil se obter dados do C.P.V. Nestas situações o analista deve utilizar
a experiência de cada empresa, e considerar o C.P.V. como sendo um percentual das
vendas (geralmente oscila 70% e 80%). O mesmo pode ser feito, com relação a vendas
para a determinação do giro do contas a receber.

É melhor se estimar

aproximadamente do que não analisar o item.
Os ciclos da empresas são assim visualizados:

54
Ciclo Operacional
Ciclo Econômico
Ciclo Financeiro
Ciclo de Produção
f
Compra
de
M.P.
Fornecedores

Estoque
de
M.P.

Custo dos
materiais
consumidos

Produtos em
processo Produção

Produtos
Vendas
acabados

Concluída
(Custo de Produção)

Epe

CPV

Duplicatas a
receber de
clientes

CAIXA

Epa

Emp
.Folha de pagamento da produção
(Custo de Mão Obra Direta – M.O.D.)
.Outras contas a pagar
(Custo indireto de fabricação – CIF)
EVENTOS:
a) Compra dos materiais de produção
b) Pagamento aos fornecedores
c) Início da produção
d)Término da produção
e)Venda dos produtos
f) Cobrança das duplicatas
produção

.Custo dos produtos vendidos
. Impostos sobre vendas
. Despesas administrativas,
comerciais e outras.
CICLOS:
Operacional = (a-f), desde a compra de M.P./insumos até
o recebimento das vendas.
Econômico = (a-e), desde a compra de M.P./insumos até
as vendas.
Financeiro = (b-f), desde o pagamento ao fornecedor até
o recebimento das vendas
Produção = (c-d), desde o início do processo produtivo término da
Giro do Ativo Total - GA
Indica a eficiência com a qual a empresa usa todos os seus ativos para gerar vendas. Geralmente, quanto
maior o giro do ativo total da empresa, mais eficientemente seus ativos foram utilizados. O resultado
indica quantas vezes por ano a empresa gira seus ativos, e é indicado através da seguinte fórmula :

GAT =

Receita Operacional Líquida
Ativos Médios Totais

Percentual de Resultado
A demonstração da composição percentual do resultado é expressa como uma porcentagem das vendas,
permitindo uma fácil avaliação de receitas e despesas específicas , através de sua comparação com as
vendas, sendo também muito útil na comparação do desempenho de uma empresa de um ano para outro.
Exemplo :
Dados para períodos encerrados em 31 de dezembro.
DISCRIMINAÇÃO
Receita Líquida de Vendas
(-) C.P.V.
Margem Bruta
(-) Despesas Operacionais
Vendas
Administrativas
Leasing
Depreciação
Margem Operacional
(-) Despesas Financeiras
Lucro Líquido Antes do I.R.
Provisão para o I.R.
Margem Líquida

1997
100,0 %
66,7%
33,3%
21,5%
4,2%
7,3%
1,3%
8,7%
11,8%
3,5%
8,3%
2,5%
5,8%

1998
100,0%
67,9%
32,1%
18,5%
3,3%
6,3%
1,1%
7,8%
13,6%
3,0%
10,6%
3,1%
7,5%

AVALIAÇÃO
Igual
Pior
Pior
Melhor
Melhor
Melhor
Melhor
Melhor
Pior
Melhor
Melhor
Pior
Melhor

3.3 INTERPRETAÇÃO DOS ÍNDICES FINANCEIROS
Índices financeiros fornecem ao analista uma ferramenta muito útil para recolher informações das
demonstrações financeiras de uma empresa. O índice ou índices selecionados (s) para uso pelo analista
dependem da razão pela qual se faz a análise. Por exemplo, um funcionário da área de empréstimos
comerciais analisando uma solicitação de empréstimo estaria interessado em determinar a habilidade do
requerente em pagar o empréstimo quando devido. Neste caso, o analista estaria preocupado com o nível
de fluxo de caixa da empresa em relação ao seus níveis propostos e existentes de pagamentos do
principal e dos juros. Há um número quase ilimitado de índices financeiros concebíveis que podem ser
projetados. Para dar uma ordem a nossa discussão deste índices, geralmente são classificados

em

categorias, conforme façam referência e liquidez, eficiência, alavancagem, lucratividade, etc.
Neste ponto deveríamos comentar como os índices financeiros deveriam ser utilizados numa análise
financeira. Como mencionamos anteriormente, índices são simplesmente ferramentas para se juntar
informação. Eles podem oferecer informação num senso absoluto, como no caso do Índice de Liquidez
Seca onde o índice igual a 1 indica solvência. Adicionalmente, índices podem ser analisados num senso
relativo através da comparação com os índices da mesma empresa em outros exercícios, ou ainda através
da comparação dos índices da empresa em análise com padrões do ramo, ou índices “alvo”. Esses
“índices –alvo” podem ser determinados a partir de um exame de índices similares de outras empresas ou
pelo exame do mesmo índice para a empresa em análise, mas em um período anterior. Um dado
importante para análise dos índices são os índices ou coeficientes-padrões médios das outras empresas do
mesmo ramo de atividade.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Demonstrações contábeis
Demonstrações contábeisDemonstrações contábeis
Demonstrações contábeisfontouramail
 
AnáLises Financeiras
AnáLises FinanceirasAnáLises Financeiras
AnáLises Financeirasluiz miguel
 
Demonstrações financeiras
Demonstrações financeirasDemonstrações financeiras
Demonstrações financeirasCIRINEU COSTA
 
Tabela indice analise_balanco
Tabela indice analise_balancoTabela indice analise_balanco
Tabela indice analise_balancotatianaleitao
 
Analise das demonstr finance
Analise das demonstr financeAnalise das demonstr finance
Analise das demonstr financeapostilacontabil
 
Analise de Demonstrativos financeiros - Estudo de caso
Analise de Demonstrativos financeiros - Estudo de casoAnalise de Demonstrativos financeiros - Estudo de caso
Analise de Demonstrativos financeiros - Estudo de casoEduardo Cazetta
 
Análise economica financeira
Análise economica financeiraAnálise economica financeira
Análise economica financeiraDelza
 
Analise demonstracoes financeira_aula05
Analise demonstracoes financeira_aula05Analise demonstracoes financeira_aula05
Analise demonstracoes financeira_aula05contacontabil
 
Introdução à análise das demonstrações contábeis
Introdução à análise das demonstrações contábeisIntrodução à análise das demonstrações contábeis
Introdução à análise das demonstrações contábeisGilmar Seco Peres
 
Aula14 analisedeindices
Aula14 analisedeindicesAula14 analisedeindices
Aula14 analisedeindicesfontouramail
 
Monografia análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...
Monografia   análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...Monografia   análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...
Monografia análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...Universidade Pedagogica
 
Administração financeira análise de balanços
Administração financeira   análise de balançosAdministração financeira   análise de balanços
Administração financeira análise de balançosKleber Mantovanelli
 

La actualidad más candente (20)

Demonstrações contábeis
Demonstrações contábeisDemonstrações contábeis
Demonstrações contábeis
 
Analise financeira
Analise financeiraAnalise financeira
Analise financeira
 
Aula 05
Aula 05Aula 05
Aula 05
 
AnáLises Financeiras
AnáLises FinanceirasAnáLises Financeiras
AnáLises Financeiras
 
Demonstrações financeiras
Demonstrações financeirasDemonstrações financeiras
Demonstrações financeiras
 
Tabela indice analise_balanco
Tabela indice analise_balancoTabela indice analise_balanco
Tabela indice analise_balanco
 
Analise financeira
Analise financeiraAnalise financeira
Analise financeira
 
Analise das demonstr finance
Analise das demonstr financeAnalise das demonstr finance
Analise das demonstr finance
 
Analise de Demonstrativos financeiros - Estudo de caso
Analise de Demonstrativos financeiros - Estudo de casoAnalise de Demonstrativos financeiros - Estudo de caso
Analise de Demonstrativos financeiros - Estudo de caso
 
Análise economica financeira
Análise economica financeiraAnálise economica financeira
Análise economica financeira
 
Analise demonstracoes financeira_aula05
Analise demonstracoes financeira_aula05Analise demonstracoes financeira_aula05
Analise demonstracoes financeira_aula05
 
Introdução à análise das demonstrações contábeis
Introdução à análise das demonstrações contábeisIntrodução à análise das demonstrações contábeis
Introdução à análise das demonstrações contábeis
 
Principais rácios da rendibilidade
Principais rácios da rendibilidadePrincipais rácios da rendibilidade
Principais rácios da rendibilidade
 
Apostila analise de balanco ii
Apostila analise de balanco iiApostila analise de balanco ii
Apostila analise de balanco ii
 
Slides Equalização - Contabilidade 2014A
Slides Equalização - Contabilidade 2014ASlides Equalização - Contabilidade 2014A
Slides Equalização - Contabilidade 2014A
 
Rácios financeiros e económicos
Rácios financeiros e económicosRácios financeiros e económicos
Rácios financeiros e económicos
 
Aula14 analisedeindices
Aula14 analisedeindicesAula14 analisedeindices
Aula14 analisedeindices
 
Monografia análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...
Monografia   análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...Monografia   análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...
Monografia análise das demonstrações financeiras como instrumento de verifi...
 
Administração financeira análise de balanços
Administração financeira   análise de balançosAdministração financeira   análise de balanços
Administração financeira análise de balanços
 
Economia Empresarial - Slides - Prof. André Paes
Economia Empresarial - Slides - Prof. André PaesEconomia Empresarial - Slides - Prof. André Paes
Economia Empresarial - Slides - Prof. André Paes
 

Destacado

Balanço patrimonial
Balanço patrimonialBalanço patrimonial
Balanço patrimonialcontacontabil
 
Exercicios contabilidade exercicioscap 4
Exercicios contabilidade exercicioscap 4Exercicios contabilidade exercicioscap 4
Exercicios contabilidade exercicioscap 4capitulocontabil
 
Indicadores de desempenho
Indicadores de desempenhoIndicadores de desempenho
Indicadores de desempenhomauroconde
 
Capial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciaCapial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciakennyaeduardo
 
Analise financeira-e-economica
Analise financeira-e-economicaAnalise financeira-e-economica
Analise financeira-e-economicaExagro
 
Questoes respondidas custos
Questoes respondidas custosQuestoes respondidas custos
Questoes respondidas custossimuladocontabil
 

Destacado (9)

Balanço patrimonial
Balanço patrimonialBalanço patrimonial
Balanço patrimonial
 
Gestão Financeira
Gestão FinanceiraGestão Financeira
Gestão Financeira
 
Exercicios contabilidade exercicioscap 4
Exercicios contabilidade exercicioscap 4Exercicios contabilidade exercicioscap 4
Exercicios contabilidade exercicioscap 4
 
Análise das demonstrações
Análise das demonstraçõesAnálise das demonstrações
Análise das demonstrações
 
Indicadores de desempenho
Indicadores de desempenhoIndicadores de desempenho
Indicadores de desempenho
 
Balanced scorecard (BSC)
Balanced scorecard (BSC)Balanced scorecard (BSC)
Balanced scorecard (BSC)
 
Capial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvênciaCapial circulante líquido e a insolvência
Capial circulante líquido e a insolvência
 
Analise financeira-e-economica
Analise financeira-e-economicaAnalise financeira-e-economica
Analise financeira-e-economica
 
Questoes respondidas custos
Questoes respondidas custosQuestoes respondidas custos
Questoes respondidas custos
 

Similar a Estrutura das demonstrações financeiras

Introdução a disciplina de contabilidade
Introdução a disciplina de contabilidade Introdução a disciplina de contabilidade
Introdução a disciplina de contabilidade Icaro Mendes
 
4° modulo de contabilidade
4° modulo de contabilidade4° modulo de contabilidade
4° modulo de contabilidadeJeferson Souza
 
Faculdade alfredo nasser unifan - introdução à contabilidade - balanço pat...
Faculdade alfredo nasser   unifan -  introdução à contabilidade - balanço pat...Faculdade alfredo nasser   unifan -  introdução à contabilidade - balanço pat...
Faculdade alfredo nasser unifan - introdução à contabilidade - balanço pat...Bruno Oliveira
 
Artigo -_ndices_de_endividamento
Artigo  -_ndices_de_endividamentoArtigo  -_ndices_de_endividamento
Artigo -_ndices_de_endividamentoJonathas Oliveia
 
Contabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeisContabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeisJessica Gomes
 
Cap 07. balanço patrimonial
Cap 07. balanço patrimonialCap 07. balanço patrimonial
Cap 07. balanço patrimonialcapitulocontabil
 
Administração financeira apostila
Administração financeira   apostilaAdministração financeira   apostila
Administração financeira apostilaRenan Miranda
 
Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00capitulocontabil
 
Aula 7. balanço patrimonial
Aula 7. balanço patrimonialAula 7. balanço patrimonial
Aula 7. balanço patrimonialrazonetecontabil
 
Apostila financeira 2pp
Apostila financeira 2ppApostila financeira 2pp
Apostila financeira 2ppsheilapessoa
 
D f c 0001
D f c 0001D f c 0001
D f c 0001albumina
 
1- Capital de Giro.pptx
1- Capital de Giro.pptx1- Capital de Giro.pptx
1- Capital de Giro.pptxAlmirSilveira7
 
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCUSimulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCUEstratégia Concursos
 
Aula 1 - Contabilidade Societária
Aula 1 - Contabilidade Societária Aula 1 - Contabilidade Societária
Aula 1 - Contabilidade Societária Souza Neto
 
Os usuários da informação contábil
Os usuários da informação contábilOs usuários da informação contábil
Os usuários da informação contábilalir franco
 

Similar a Estrutura das demonstrações financeiras (20)

Introdução a disciplina de contabilidade
Introdução a disciplina de contabilidade Introdução a disciplina de contabilidade
Introdução a disciplina de contabilidade
 
4° modulo de contabilidade
4° modulo de contabilidade4° modulo de contabilidade
4° modulo de contabilidade
 
Faculdade alfredo nasser unifan - introdução à contabilidade - balanço pat...
Faculdade alfredo nasser   unifan -  introdução à contabilidade - balanço pat...Faculdade alfredo nasser   unifan -  introdução à contabilidade - balanço pat...
Faculdade alfredo nasser unifan - introdução à contabilidade - balanço pat...
 
Artigo -_ndices_de_endividamento
Artigo  -_ndices_de_endividamentoArtigo  -_ndices_de_endividamento
Artigo -_ndices_de_endividamento
 
Contabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeisContabilidade dicionario de-termos-contabeis
Contabilidade dicionario de-termos-contabeis
 
Cap 07. balanço patrimonial
Cap 07. balanço patrimonialCap 07. balanço patrimonial
Cap 07. balanço patrimonial
 
Administração financeira apostila
Administração financeira   apostilaAdministração financeira   apostila
Administração financeira apostila
 
Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00
 
Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00
 
Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00Contabilidade respostas 00
Contabilidade respostas 00
 
Aula 7. balanço patrimonial
Aula 7. balanço patrimonialAula 7. balanço patrimonial
Aula 7. balanço patrimonial
 
Apostila financeira 2pp
Apostila financeira 2ppApostila financeira 2pp
Apostila financeira 2pp
 
Indicadores econômico passo 3
Indicadores econômico passo 3Indicadores econômico passo 3
Indicadores econômico passo 3
 
Classifique os custos 13
Classifique os custos 13Classifique os custos 13
Classifique os custos 13
 
D f c 0001
D f c 0001D f c 0001
D f c 0001
 
1- Capital de Giro.pptx
1- Capital de Giro.pptx1- Capital de Giro.pptx
1- Capital de Giro.pptx
 
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCUSimulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
Simulado: Análise das Demonstrações Contábeis p/ TCU
 
Aula 1 - Contabilidade Societária
Aula 1 - Contabilidade Societária Aula 1 - Contabilidade Societária
Aula 1 - Contabilidade Societária
 
Relatórios Contábeis.pptx
Relatórios Contábeis.pptxRelatórios Contábeis.pptx
Relatórios Contábeis.pptx
 
Os usuários da informação contábil
Os usuários da informação contábilOs usuários da informação contábil
Os usuários da informação contábil
 

Estrutura das demonstrações financeiras

  • 1. ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ESTRUTURA DO ATIVO O ativo representa os bens e direitos que a empresa possui. Na legislação brasileira, o Ativo é dividido em 3 grupos. Cada um dos 3 grupos do Ativo definem prazos diferentes para a realização de cada Ativo. Realizar um ativo significa transforma-lo em dinheiro. CIRCULANTE Até 1 ano REALIZÁVEL LONGO PRAZO Mais de 1 anos PERMANENTE Investimentos Imobilizado Diferido BENS OU DIREITOS APLICAÇÕES DE RECURSOS CIRCULANTE Ativos que a empresa irá receber ou realizar no prazo máximo de 1 anos a partir da data do Balanço. Principais contas: Caixa e Bancos, Aplicações Financeiras, Duplicatas a Receber e Estoques. REALIZÁVEL LONGO PRAZO Ativos que serão recebidos ou realizados após 1 anos. Principais contas: Créditos de Coligadas/Controladas. PERMANENTE Ativos de uso e utilização nas atividades da empresa e cuja realização é lenta e demorada. A principio, estes ativos não estão disponíveis para venda. Principais contas: Investimentos em Coligadas e Controladas, Imobilizado (Máquinas, Equipamentos, Veículos, Móveis, Terrenos, Edifícios, etc.). O ativo representa as aplicações ou usos dos recursos. Normalmente, temos ativos quando se aplica recursos na sua compra ou aquisição. O Balanço mostra qual é o volume de recursos que a empresa utilizou para manter ou aumentar seus ativos. O Balanço também mostra como os recursos serão distribuídos dentro do Ativo e, de forma muito genérica, em quanto tempo tais recursos irão ser recuperados ou novamente transformados em dinheiro. Essencialmente, a análise do ativo deve ser feita observando-se quando há de recursos de curto prazo (Circulante) e quanto há de longo prazo (Realizável e Permanente).
  • 2. O ativo mais importante é o de curto prazo, que normalmente tem maior liquidez e que é utilizado para garantir o pagamento de despesas e dividas. Dentro deste grupo, certamente as contas mais relevantes são Duplicatas a Receber e os Estoques. O ativo imobilizado mostra somente o volume de recursos que permanece mais tempo na empresa. Uma análise mais profunda exige informações adicionais que devem ser buscadas diretamente com a empresa, pois o Balanço é pobre para mostrar como está composta a capacidade produtiva da empresa, como são suas instalações e máquinas e se não há riscos envolvidos na área de produção. ESTRUTURA DO PASSIVO O Passivo representa as dividas e obrigações que a empresa possui. O Passivo é também divido em 3 grupos. Cada um dos 3 grupos do Passivo definem prazos diferentes para o pagamento das dividas. Para efeito de análise, o Passivo se divide essencialmente em: Recursos de Terceiros (que são dividas efetivas) e Recursos Próprios (que são recursos que pertencem aos sócios, mas que são utilizados pela empresa). CIRCULANTE Até 1 ano EXIGÍVEL LONGO PRAZO Mais de 1 anos PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Reservas de Capital Reservas de Lucro Lucros Acumulados CIRCULANTE Dividas que a empresa deve pagar no prazo máximo de 1 anos a partir da data do Balanço. Principais contas: Fornecedores, Salários e Encargos, Impostos a Pagar, Empréstimos Bancários, Contas a Pagar, Adiantamentos de clientes e Imposto de Renda. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Dívidas que a empresa deve pagar a partir de 1 ano. Principais contas: Financiamentos, Impostos Parcelados, Dívidas de Concordata. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Recursos que são de propriedade dos sócios e que permanecem com a empresa para seu uso próprio. Principais contas: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros e Lucros Acumulados. O passivo E OBRIGAÇÕES DÍVIDAS representa as fontes o u origens dos recursos. FONTES DE RECURSOS Todos os recursos que a empresa têm em seus ativos são financiados por recursos do Passivo. Por esta razão o Ativo é sempre igual ao Passivo. 2
  • 3. No Balanço, identificamos como a empresa está financiando seus ativos e qual é o volume total deste recursos. As fontes que financiam a empresa são: Recursos de Terceiros  Passivo Circulante (curto prazo) e Exigível Longo Prazo (longo prazo) Recursos Próprios  Capital integralizado pelos sócios e Lucros A relação entre Recursos de Terceiros e Recursos Próprios é que vai definir quanto a empresa depende de terceiros. Recursos de terceiros são fontes que provêm de empresas ou pessoas que não têm vínculo societário com a empresa. Quanto maior o volume de recursos de terceiros (fornecedores, impostos, salários, empréstimos, etc.) representa maior risco financeiro, pois a empresa passa a trabalhar muito mais com recursos de outros que com seus próprios recursos. ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS A Demonstração de Resultado mostra: Receita  são FONTES de recursos Despesas e Custos  são APLICAÇÕES de recursos Diferentemente do Ativo e Passivo, que mostram os saldos de cada conta, a Demonstração de Resultados mostra a soma dos valores do período (no caso de Balanços, o período é anual). A Demonstração de Resultados é feita com o objetivo de mostra os resultados, isto é, lucro ou prejuízo. Para isto, somam-se as receitas e diminuem-se as despesas ou custos, obtendo assim os resultados. 3
  • 4. RECEITA DE VENDAS (-) Custos Produtos Vendidos LUCRO BRUTO DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com Vendas Despesas Administrativas Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras # Equivalência Patrimonial LUCRO OPERACIONAL # Resultados não Operacionais # C.M. do Balanço Provisão do Imp. Renda LUCRO LÍQUIDO FONTES DE RECURSOS São todas as RECEITAS, tais como Receitas de Vendas, Receitas Financeiras e, quando for o caso, Equivalência Patrimonial, Resultados não Operacionais, C.M. Balanço. APLICAÇÕES DE RECURSOS São todas as DESPESAS ou CUSTOS, tais como: Custos Produtos Vendidos, Despesas Operacionais (com Vendas, Administrativas e Financeiras), Provisão Imp. Renda e, quando for o caso, Equivalência Patrimonial, Resultados não Operacionais e C.M. do Balanço. RESULTADOS 1. Lucro  se negativo é PREJUÍZO. 2. Equivalência Patrimonial, Resultados não Operacionais e C.M. do Balanço podem ser RECEITAS ou DESPESAS. FONTES APLICAÇÕES   LUCRO PREJUÍZOS A informação importante da Demonstração é, sem dúvida, o resultado final. Quanto maior os lucros que uma empresa puder obter, maior é sua capacidade de investir em seus ativos, utilizando seus recursos próprios. Muitas empresas não conseguem sobreviver ou expandir suas atividades exatamente porque geram lucros muito baixos ou até prejuízos. Empresas que têm prejuízos constantes exigem maior atenção. O prejuízo exige uso de recursos para pagá-los e as alternativas que uma empresa têm para isso é desfazer-se de ativo ou buscar recursos de terceiros, aumentando assim suas dívidas. Podemos dividir as demonstrações financeiras da seguinte forma : 4
  • 5. a) Demonstrações Financeiras Primárias : Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado; b) Demonstrações Financeiras Secundárias : principalmente a Demonstração de Origens e Aplicação dos Recursos; c) Métodos de Análise : Horizontal e Vertical; e d) Índices : grandezas relativas construídas a partir dos números (Demonstração Primária) O objetivo da análise pode ser variado e dependerá do ponto de vista e necessidade do gestor financeiro, podendo referir-se ao passado, presente ou futuro em termos de situação e desempenho da empresa em referência. Importante salientar que, ainda que os dados contábeis se refiram a eventos passados, pode-se valer dos mesmos para uma projeção futura. CONCEITOS BÁSICOS DE ANÁLISE CAPITAL DE GIRO É o Ativo Circulante. dívidas e, uma vez pagos os credores, O capital de giro é um fluxo constante eles voltam a conceder créditos e, assim de recursos utilizado para aquisição de manter o fluxo de capitais de terceiros estoques, financiamento de vendas aos na empresa. clientes (duplicatas a receber) e, em O fluxo de capital de giro não é constante. caso de sobras, utilizado em aplicações Ele varia ao longo dos meses do ano. Empresas com características sazonais financeiras temporárias. É com estes recursos que a empresa irá são um exemplo. Esta variação pode ser dar em função dos volumes, que manter sua situação de liquidez, pois aumentam ou diminuem, como também em eles serão utilizados no pagamento de função dos prazos, que podem se alongar ou estreitar ao longo do ano. CAPITAL DE TERCEIROS Recursos de terceiros são as dívidas de Os recursos de terceiros têm origem sob curto e longo prazos mostradas no duas formas: Passivo (Circulante Exigível). 5
  • 6. Recursos Naturais ou Operacionais Recursos Não Operacionais São aqueles provenientes da atividade São recursos adicionais que a empresa normal e operacional da empresa. busca para suprir suas necessidades de Exemplos: fornecedores (todos financiar ativos ou pagar despesas, uma concedem um prazo para pagamento), vez que suas fontes naturais não foram salários,encargos sociais e impostos a suficientes para fazê-lo. Os exemplos pagar (a lei e o Governo concedem um mais comuns são: empréstimos ou prazo para recolhimento ou pagamento), financiamentos bancários, empréstimos conta a pagar (luz, água, etc. que de coligadas ou sócios, atrasos ou sempre são enviadas com prazo para parcelamento de impostos ou de outras pagamento). dívidas. A empresa se utiliza estes créditos de Os recursos não operacionais forma normal (não por atrasos de chamados pagamento) pode obter excelente forma onerosos. de sempre é correto tecnicamente, pois se financiar sem depender também O de termo são recursos oneroso nem excessivamente de outros recursos. leva a crer que estes recursos têm um Fonte operacional (mas que não é custo, enquanto os créditos naturais não capital de terceiros) é o lucro. contém custos. È uma fonte diária de recursos e a mais Sabemos que os fornecedores, quando importante de todas. vendem a prazo, embutem em seus preços os custos financeiros. LIQUIDEZ É a rapidez ou o tempo com que os utilidade para muitas pessoas. Uma ativos se transformam em dinheiro. aplicação financeira tem liquidez pela Quanto mais rápido, maior é a liquidez sua daquele ativo. Diz-se que um ativo têm recebimento imediato. elevado grau de liquidez quando ele se No Balanço, as contas do Ativo transforma em dinheiro rapidamente. Circulante estão ordenadas pela ordem O grau de liquidez é determinado pela de liquidez. natureza ou utilidade de um ativo. Caixa e Bancos, mais Aplicações Ativos procurados por muitas pessoas Financeiras, formam o conjunto de têm maior liquidez, porque ele tem maior liquidez, pois são recursos já sob natureza. É Um direito de 6
  • 7. domínio da administração da empresa que pode utiliza-los imediatamente. Duplicatas a Receber compõem o segundo bloco de melhor liquidez. Por fim, estoques vendidos a prazo são os menos líquidos, pois originam duplicatas. Eventualmente, deve ser considerar de boa liquidez os estoques vendidos à vista, sobretudo em alguns setores de comércio, onde a quase totalidade das vendas é feita à vista. Neste caso, é importante conhecer o prazo médio com que a empresa gira seus estoques. CAPITAL PRÓPRIO É representado Patrimônio Da mesma forma, os lucros acumulados Líquido. São recursos que pertencem representam o montante de lucros aos sócios e que estão sendo utilizados gerados em vários anos e que ainda não na empresa. O Patrimônio Líquido foram utilizados representa dos capital, para aumentar as Reservas de recursos. Este recursos, em verdade, Lucros ou para distribuir aos sócios, estão sendo utilizados no ATIVO. Os como dividendos. recursos são fornecidos pelos sócios Na (capital social) mas nem todo o valor do concentrar a atenção no total do capital é necessariamente recursos que Patrimônio Líquido e não em cada os sócios integralizam. O capital pode uma de suas contas individuais. Quanto ser maior for o volume de recursos apenas aumentado pelo o registro com Monetária e com os lucros. a Correção análise para aumentar financeira, o deve-se próprios, menor será a dependência de capital de terceiros e maior a 7
  • 8. possibilidade da empresa ter recursos financiar para aumentado financiar todo seu Ativo Permanente e ainda sobrar recursos para seu Capital assim sua de Giro, liquidez e capacidade de pagar dívidas. ESTRUTURA DE CAPITAL Entende-se por estrutura de capital a (Permanente e Realizável) devem ser relação entre os volumes de fontes e financiados por fontes de longo prazo aplicações de recursos. (Patrimônio Líquido e Exigível). Além disso, relaciona-se as fontes e as aplicações de LONGO PRAZO como forma de ver como são financiados os 3 grupos principais do Ativo. De uma forma geral, ativos de longo prazo TIPOS DE BALANÇO LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA É o tipo utilizado por todas as empresas LTDA. e S.A. de Capital Fechado. É o tipo mais comum e o mais encontrado. Estas empresas apresentam seus Balanços com VALORES NOMINAIS DE CADA PERÍODO DO BALANÇO. Assim, se o Balanço da empresa é de Dezembro de 1994, os saldos apresentados estarão em valores de R$ em Dezembro de 1994. Se o Balanço apresentado for de Dezembro de 1995, os saldos estarão apresentados com valores em R$ de Dezembro de 1995. Sabendo disto, é fácil concluir que os valores de 1995 carregam valores aproximadamente 20% maiores que os de 1994 em função de inflação ocorrida durante o ano de 1995. Isto quer dizer que diferenças em torno de 20% foram causadas mais em função da inflação que por aumentos ou reduções reais. CORREÇÃO INTEGRAL ou MOEDA CONSTANTE 8
  • 9. É a forma obrigatória para S.A. de Capital Aberto (empresas com ações negociadas em Bolsa de Valores ou com debêntures emitidas). Este tipo de Balanço é regulamentado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Estas empresas publicam seus Balanços atualizando todos os valores para a moeda da data do último Balanço. Assim um Balanço de Dezembro de 1994, terá todos os valores, incluindo os da Demonstração de Resultados, atualizados para Dezembro de 1995 em R$. Como ela deve publicar, lado a lado, o Balanço de 1994 e de 1995, tais valores podem representar diferenças reais entre eles, uma vez que foi eliminada a inflação. Qualquer variação entre os valores já será uma variação real. NENHUM TIPO As micros empresas não são obrigadas a manter escrituração contábil normal. Estão, portanto, desobrigadas de apresentar Balanços na forma da legislação. São consideradas micro empresas as que tenham auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais). Empresa de Pequeno porte é a pessoa jurídica que tenha auferido, no ano calendário, receita bruta superior a R$ 120.000,00 (cento e vinte reais) e igual e inferior a R$ 720.000,00 (setecentos e vinte mil reais). As empresas com lucro presumido podem ou não apresentar Balanço. Caso não tenham Balanço são obrigadas a fazer fluxo de caixa mensal, onde é registrado também, o movimento bancário. As empresas com lucro presumido pagam Imposto de Renda com taxas que variam de 2% a 8% sobre o valor total do faturamento, independente dos lucros ou prejuízos obtidos. Para ser tributada com base em lucro presumido a empresa deve ter feito esta opção e ter, no máximo, faturamento anual de 12.000.000 UFIR’s por ano. As firmas individuais enquadram-se no conceito de micro empresas ou lucro presumido de acordo com o valor de seu faturamento anual. Firma individual é uma empresa com um único sócio e cujo nome é sempre igual ao nome do dono. 3.2 - Tipos de índices financeiros (significados e fórmulas) 9
  • 10. Índices financeiros fornecem ao analista uma ferramenta muito útil para recolher informações das demonstrações financeiras de uma empresa. O índice ou índices selecionados (s) para uso pelo analista dependem da razão pela qual se faz a análise. Por exemplo, um funcionário da área de empréstimos comerciais analisando uma solicitação de empréstimo estaria interessado em determinar a habilidade do requerente em pagar o empréstimo quando devido. Neste caso, o analista estaria preocupado com o nível de fluxo de caixa da empresa em relação ao seus níveis propostos e existentes de pagamentos do principal e dos juros. Há um número quase ilimitado de índices financeiros concebíveis que podem ser projetados. Para dar uma ordem a nossa discussão deste índices, geralmente são classificados em categorias, conforme façam referência e liquidez, eficiência, alavancagem, lucratividade, etc. Neste ponto deveríamos comentar como os índices financeiros deveriam ser utilizados numa análise financeira. Como mencionamos anteriormente, índices são simplesmente ferramentas para se juntar informação. Eles podem oferecer informação num senso absoluto, como no caso do Índice de Liquidez Seca onde o índice igual a 1 indica solvência. Adicionalmente, índices podem ser analisados num senso relativo através da comparação com os índices da mesma empresa em outros exercícios, ou ainda através da comparação dos índices da empresa em análise com padrões do ramo, ou índices “alvo”. Esses “índices –alvo” podem ser determinados a partir de um exame de índices similares de outras empresas ou pelo exame do mesmo índice para a empresa em análise, mas em um período anterior. Um dado importante para análise dos índices são os índices ou coeficientes-padrões médios das outras empresas do mesmo ramo de atividade. ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL Uma ferramenta útil para detectar tendências são as análises vertical e horizontal. Apresentamos estes recursos a seguir. ANÁLISE VERTICAL Tem por objetivo determinar a relevância de cada conta em relação a um valor total. No Balanço Patrimonial calcula-se a participação relativa das contas, tomando-se como base o seu capital total. Já na Demonstração de Resultados, o referêncial passa a ser o valor da Receita Operacional Líquida. 10
  • 11. Ela é alcançada determinando-se o que cada item da demonstração financeira representa como porcentagem de uma dada base. A base é geralmente o total dos ativos no caso do balanço patrimonial, e vendas líquidas, no caso de demonstração do resultado do exercício. Ela envolve olhar para cima e para baixo nas colunas do balanço patrimonial e fazer comparações. Para demonstrações de resultado do exercício, isto representa estabelecer vendas líquidas de 100% e então calcular a porcentagem de vendas líquidas para cada custo, despesa ou outra categoria. TÉCNICA DE ANÁLISE ANÁLISE VERTICAL CONCEITOS A análise vertical é a técnica mais simples e também a mais completa para análise de Balanço. Ela mede PROPORÇÕES entre valores, ajudando-nos a determinar quais as contas de maior importância e relevância para a análise. Na análise do Ativo, ela mede com a empresa distribui ou usou seus recursos dentro do Ativo. É importante começar esta análise pelos principais grupos (Circulante, Permanente e Realizável L. Prazo) e só depois ver cada conta isoladamente (Duplicatas a Receber, Estoques, Imobilizado, etc). Na análise do Passivo, ela mede como a empresa obteve os recursos que estão ajudando a financiar seus ativos. É importante começar a análise pelo Patrimônio Líquido (a principal fonte de recursos) e depois os dois grupos de dívidas (Circulante e Exigível L.Prazo) e só então cada conta isoladamente. Não se deve, porém, analisar as contas dentro do Patrimônio Líquido (analise apenas o total dele). Na análise da Demonstração de Resultados, ela mede quanto cada custo ou despesa consumiu das receitas e, no fim, se houve sobras (lucros) ou faltas (prejuízos). FORMULA DE CÁLCULO Cálculo Análise valor da conta x 100 Base 11
  • 12. Vertical Arredonde os resultados dos cálculos. Não use casas decimais. O Total do Ativo é a base de cálculo para todas as contas do Ativo. O Total do Passivo é a base de cálculo para todas as contas do Passivo (que sempre tem o mesmo total que o Ativo). A Receita Líquida de Vendas ou Vendas Líquidas é a base de cálculo para todas as contas de Demonstração de Resultados. Para cálculo na HP – 12C ETAPA 1 O que é feito Eliminar casas decimais Arquivar a BASE Cálculo Recuperação da BASE Dados Teclas f0 ENTER %T R Valor R$ da BASE Valor R$ da conta ETAPA 2 Para fazer todos os cálculos, utilize apenas a Etapa 2. Quando for necessário trocar a BASE, volte para a Etapa 1. ANÁLISE VERTICAL ATIVO Disponível Duplicatas a Receber Estoques Outros Créditos CIRCULANTE Depósitos Judiciais REALIZÁVEL L. PRAZO Investimentos Imobilizado PERMANENTE TOTAL DO ATIVO PASSIVO Financiamentos Fornecedores Contas a Pagar EXEMPLO DE CÁLCULO Ano 1 % Ano 2 % 230 10.508 7.848 428 19.014 311 311 1.015 19.119 20.134 39.459 Ano 1 2.522 14.611 1.182 1 27 20 1 48 1 1 3 48 51 100 % 6 37 3 420 13.285 11.015 587 25.307 385 385 1.015 19.152 20.167 45.859 Ano 2 5.392 10.685 541 1 29 24 1 55 1 1 2 42 44 100 % 12 23 1 12
  • 13. Salários, Tributos, Contr. CIRCULANTE Financiamentos EXIGÍVEL LONGO PRAZO Capital Lucros Acumulados PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAL DO PASSIVO 1.025 19.340 1.535 1.535 12.000 6.584 18.584 39.459 3 49 4 4 47 100 980 17.598 3.223 3.223 12.000 13.038 25.038 45.859 2 38 7 7 55 100 Para calcular a Análise Vertical (“AV”) de cada conta do Balanço acima utilizado a calculadora HP 12 C e a fórmula da pagina anterior, faça o seguinte: CÁLCULO DA “AV” DO “DISPONÍVEL” (ATIVO CIRCULANTE) – ANO 2 1) Tecle f e 0 para eliminar casas decimais. 2) Introduza o valor R$ 45.859 e tecle ENTER para arquivar a BASE = Total de Ativo. 3) Introduza o valor de R$ 420 (Disponível), tecle %T. Aparecerá no visor 1. Este resultado : esta conta representa 1% do Total do Ativo. Continue os cálculos das outras contas. Não é necessário iniciar o processo todo, mas, seguindo a fórmula, executar somente a etapa 2: CÁLCULO DA “AV” DE“DUPLICATAS A RECEBER” (ATIVO CIRCULANTE) – ANO 2 1) Tecle R para recuperar a BASE que é R$ 45.859 (Total do Ativo). 2) Introduza o valor de R$ 13.285 (Duplicatas a Receber) e tecle %T. Aparecerá no viso 29. Este é o resultado: esta conta representa 29%¨do Total do Ativo. E assim deve ser feito com todas as contas e todos os Grupos do Ativo. Para calcular a “AV” das contas do Passivo, Ano 2, é só continuar os cálculos que vinham sendo feitos. A BASE continua sendo R$ 45.859 (O Total do Passivo é igual ao Total do Ativo) e, portanto, executa-se só a etapa 2. CÁLCULO DA “AV” DO “FINANCIAMENTO” (PASSIVO CIRCULANTE) – ANO 2 1) Tecle Rpara recuperar a BASE que é R$ 45.859 (Total do Passivo). 2) Introduza o valor de R$ 5.392 (Financiamento) e tecle %T. Aparecerá no visor 12. 13
  • 14. Este é o resultado:esta conta representa 12% do total do Passivo. Não se esqueça que para calcular a “AV” do Ano 1, a BASE é outra, pois o total do Ativo e Passivo R$ 39.459. ANÁLISE VERTICAL EXEMPLO DE CÁLCULO (D.R.E.) DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS RECEITA BRUTA (-) Impostos s/Vendas (-) Devoluções RECEITA LÍQUIDA Custo de Produtos Vendidos LUCRO BRUTO Despesas Administrativas Despesas com Vendas Despesas Financeiras Receitas Financeiras LUCRO OPERACIONAL Rec. (Desp.) Não Operac. Provisão Imposto de Renda LUCRO LÍQUIDO Ano 1 65.450 12.765 1.687 50.998 38.519 12.479 4.267 3.780 221 1.243 5.454 290 2.060 3.684 % 100 76 24 8 7 0 2 11 1 4 7 Ano 2 73.460 14.692 1.685 57.083 37.105 19.978 7.940 5.400 450 3.600 9.788 -420 2.914 6.454 % 100 65 35 14 9 1 6 17 -1 5 11 Para calcular a Análise Vertical (“AV”) da Demonstração de Resultados (DRE) com a fórmula da HP 12 C da página 10. procede-se da mesma forma que no cálculo do Ativo 14
  • 15. e Passivo, mudando apenas a BASE que passa a ser a RECEITA LÍQUIDA. A análise inicia pela Receita Líquida (vale 100%). CÁLCULO DA “AV” DE CUSTOS PRODUTOS VENDIDOS – ANO 2 1) Tecle f e 0 para eliminar casas decimais. 2) Introduza o valor R$ 57.083 e tecle ENTER para arquivar a BASE (Receita Líquida). 3) Introduza o valor de R$ 37.105 (Custo do Produtos Vendidos), tecle %T. Aparecerá no visor 65. Este resultado : esta conta representa 65% da Receita Líquida. Para continuar os cálculos das outras contas não é necessário iniciar o processo todo, mas, seguindo a fórmula, executar somente a etapa 2: CÁLCULO DA “AV” DE LUCRO BRUTO - ANO 2 1) Tecle R para recuperar a BASE que é R$ 57.083 (Receita Líquida). 2) Introduza o valor de R$ 19.978 (Lucro Bruto) e tecle %T. Aparecerá no viso 35. Este é o resultado: esta conta representa 35% da Receita Líquida. CÁLCULO DA “AV” DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS – ANO 2 1) Tecle Rpara recuperar a BASE que é R$ 57.083 (Receita Liquida). 2) Introduza o valor de R$ 7.940 (Despesas Administrativas) e tecle %T. Aparecerá no visor 14. Este é o resultado:esta conta representa 14% da Receita Liquida. E assim deve ser feito com todas as contas da DRE. Para calcular a “AV” do Ano 1, a BASE é outra, pois a Receita Líquida era R$ 50.998. As contas que podem ser às vezes Receitas, em outras Despesas, quando se quer indicar que são Despesas, aparecerão na D.R.E. com o sinal negativo. Neste caso, no resultado da “AV” mantenha o sinal negativo. Aquelas que só podem ser Despesas aparecerão sem o sinal negativo, mas estarão sendo deduzidas das receitas. ANÁLISE VERTICAL EXEMPLO DE CÁLCULO 15
  • 17. Disponível Duplicatas a Receber Estoques Outros Créditos CIRCULANTE Depósitos Judiciais REALIZÁVEL L. PRAZO Investimentos Imobilizado PERMANENTE TOTAL DO ATIVO PASSIVO Financiamentos Fornecedores Contas a Pagar Salários, Tributos, Contr. CIRCULANTE Financiamentos EXIGÍVEL LONGO PRAZO Capital Lucros Acumulados PATRIMÔNIO LÍQUIDO TOTAL DO PASSIVO ANO 1 230 10.508 7.848 428 19.014 311 311 1.015 19.119 20.134 39.459 Ano 1 2.522 14.611 1.182 1.025 19.340 1.535 1.535 12.000 6.584 18.584 39.459 PASSIVO 1 27 20 1 48 1 1 3 48 51 100 % 6 37 3 3 49 4 4 47 100 420 13.285 11.015 587 25.307 385 385 1.015 19.152 20.167 45.859 Ano 2 5.392 10.685 541 980 17.598 3.223 3.223 12.000 13.038 25.038 45.859 1 29 24 1 55 1 1 2 42 44 100 % 12 23 1 2 38 7 7 55 100 Fontes de Recursos DE ONDE VEM OS RECURSOS  Passivo Circulante = 49% Exigível Longo Prazo = 4% TOTAL DAS DÍVIDAS = 53% (PC + ELP)  Patrimônio Líquido = 47% AS MAIORES DÍVIDAS  Fornecedores = 37%  Financiamentos (curto + Longo Prazo) = 10% ATIVO Aplicações de Recursos ANO 1 ONDE HÁ MAIS RECURSOS APLICADOS  Ativo Permanente = 51% 17
  • 18.  Ativo Circulante = 48% PRINCIPAIS CONTAS  Imobilizado = 48%  Duplicatas a Receber = 27%  Estoques = 20% ANÁLISE VERTICAL VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS PASSIVO Fontes de Recursos ANO 2 DE ONDE VEM OS RECURSOS  Patrimônio Líquido = 55%  Passivo Circulante = 38% AS MAIORES DÍVIDAS  Fornecedores = 23%  Financiamentos (curto + Longo Prazo) = 19% PRINCIPAIS MUDANÇAS  Nos Grupos de Contas (Fontes)  Patrimônio Líquido de 47% para 55%  Passivo Circulante de 49% para 38%  Nas Contas  Fornecedores de 37% para 23%  Financiamentos (Curto Prazo) de 6% para 12%  Financiamentos (Longo Prazo) de 4% para 7%  Total de Financiamentos (Curto + Longo Prazo) de 10% para 19% 18
  • 19. ANO 2 ATIVO Aplicações de Recursos ONDE HÁ MAIS RECURSOS APLICADOS  Ativo Circulante = 55%  Ativo Permanente = 44% PRINCIPAIS CONTAS  Imobilizado = 42%  Duplicatas a Receber = 29%  Estoques = 24% PRINCIPAIS MUDANÇAS  Nos Grupos de Contas (Fontes)  Ativo Circulante de 48% para 55%  Ativo Permanente de 51% para 44%  Nas Contas  Imobilizado de 48% para 42%  Estoques de 20% para 24%  Duplicatas a Receber de 27% para 29% ANÁLISE VERTICAL VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS (D.R.E.) DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS RECEITA BRUTA (-) Impostos s/Vendas (-) Devoluções RECEITA LÍQUIDA Custo de Produtos Vendidos LUCRO BRUTO Despesas Administrativas Despesas com Vendas Despesas Financeiras Ano 1 65.450 12.765 1.687 50.998 38.519 12.479 4.267 3.780 221 % 100 76 24 8 7 0 Ano 2 73.460 14.692 1.685 57.083 37.105 19.978 7.940 5.400 450 % 100 65 35 14 9 1 19
  • 20. Receitas Financeiras LUCRO OPERACIONAL Rec. (Desp.) Não Operac. Provisão Imposto de Renda LUCRO LÍQUIDO ANO 1 1.243 5.454 290 2.060 3.684 2 11 1 4 7 D.R.E. 3.600 9.788 -420 2.914 6.454 6 17 -1 5 11 Receitas e Despesas RESULTADO DO EXERCÍCIO  Lucro Líquido = 7% DESPESAS QUE CONSUMIRAM MAIS RECURSOS  Custos de Produtos Vendidos = 65%  Despesas Administrativas = 8%  Despesas com Vendas = 7% ANO 2 D.R.E. Receitas e Despesas RESULTADO DO EXERCÍCIO  Lucro Líquido = 11% DESPESAS QUE CONSUMIRAM MAIS RECURSOS  Custo de Produtos Vendidos = 65%  Despesas Administrativas = 14%  Despesas com Vendas = 9% AS PRINCIPAIS MUDANÇAS DO ANO  No Resultado  Lucro Líquido de 7% para 11%  Lucro Operacional de 11% para 17%  Lucro Bruto de 24% para 35% 20
  • 21.  Receitas ou Despesas que Contribuíram Para Melhor o Lucro  Custo de Produtos Vendidos de 76% para 65%  Receitas Financeiras Líquidas de 2% para 5%  Despesas que Contribuíram Para Piorar o Lucro  Despesas Administrativas de 8% para 14% ESTRUTURA DE CAPITAL TIPOS DE ESTRUTURA Qualquer empresa analisada terá sua estrutura de capital definida dentro dos seguintes três modelos: BOA Recursos próprios financiam todos os ativos de longo prazo e ainda há sobre para financiar o Ativo Circulante. RAZOÁVEL RUIM Recursos de terceiros de longo prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobre para financiar o Ativo Circulante Recursos próprios e de terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo. ESTRUTURA DE CAPITAL Como Montar a Estrutura de Capital 21
  • 22. Uma das utilidades da análise vertical é a de permitir a montagem da Estrutura de Capital de qualquer empresa. Para isto, toma-se os resultados da análise vertical de cada um dos grupos do Ativo e Passivo colocando-os em dois quadros que indicam Fontes (Passivo) e Aplicações (Ativo) dos recursos, como os exemplos abaixo baseados no Balanço da página 14. ATIVO Ano 1 PASSIVO PASSIVO AC = 48 Ano 2 PASSIVO ATIVO PASSIVO PC = 49 PC = 38 AC = 55 RLP = 1 AP = 51 1 ELP = 7 ELP = 4 RLP = 1 PL = 47 10 AP = 44 PL = 55 APLICAÇÕES FONTES APLICAÇÕES FONTES NO ANO 1: A 1ª Fonte  PL = 47% não financia o AP = 51%  Faltam 4% A 2ª Fonte  ELP = 4% financia os 4% que estavam faltando. Não sobra nada. Não financia o RLP – 1%  falta 1% A 3ª Fonte  PC = 49% financia 1% que estava faltando. É uma Estrutura RUIM, porque os recursos próprios mais os de terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo. NO ANO 2: A 1ª Fonte  PL = 55% financia todo o AP = 44% e sobram 11% Sobram 11% do PL que financiam o RLP = 1% e sobram 10% Sobram 10% que ajudam a financiar o AC. É uma estrutura BOA porque recursos próprios financiam todos os ativos de longo prazo e ainda há sobra para financiar o Ativo Circulante. 22
  • 23. ESTRUTURA DE CAPITAL BOA e Piorando Ano 1 Ano 2 39 67 55 64 5 5 4 56 23 33 40 36 APLICAÇÕES FONTES APLICAÇÕES FONTES Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 56%, financia todo o AP = 33%  sobram 23% Sobram 23% do PL que ajudam financiar ao AC. Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 40%, financia todo o AP = 36%  sobram 4% Sobram 4% do PL que ajudam financiar o AC. Nos dois anos a Estrutura é BOA porque os recursos próprios financiam todo o ativo de longo prazo, entretanto a Estrutura está piorando porque a sobra para financiar o AC que era de 23% no ano anterior agora é de apenas 4%. ESTRUTURA DE CAPITAL RAZOÁVEL e Piorando RUIM Ano 1 Ano 2 48 44 54 1 6 1 10 3 1 46 42 45 APLICAÇÕES 12 1 1 42 55 FONTES APLICAÇÕES FONTES 23
  • 24. Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 42%, não financia todo o AP = 45%  faltam 3% A 2ª Fonte  ELP = 10%, financiam 3% que faltavam  sobram 7% Sobram 7%, que financiam o RLP = 1%  sobram 6% Sobram 6%, que ajudam financiar o AC. Estrutura é razoável porque recursos de terceiros de longo prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobra para financiar o Ativo Circulante. Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 42%, não financia todo o Ap = 55%  faltam 13% A 2ª Fonte  ELP = 12%, não financia 13% que faltavam  falta 1% A 3ª Fonte  PC = 46%, financia 1% que faltava  sobram 45% Sobram 45% que financiam todo o RLP = 1%. É uma Estrutura RUIM porque recursos próprios, mais os de terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo. ESTRUTURA DE CAPITAL RAZOÁVEL e Melhorando para BOA Ano 1 Ano 2 42 45 44 3 2 3 6 1 3 35 52 53 APLICAÇÕES 7 1 58 54 FONTES APLICAÇÕES FONTES 24
  • 25. Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 52%, não financia todo o AP = 53%  faltam 1% A 2ª Fonte  ELP = 6%, financiam 1% que faltava  sobram 5% Sobram 5%, que financiam o RLP = 3%  sobram 2% Sobram 2%, que ajudam financiar o AC. Estrutura é razoável porque recursos de terceiros de longo prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobra para financiar o Ativo Circulante. Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 58%, não financia todo o Ap = 54%  faltam 4% Sobram 4% que financiam todo o RLP = 1%  sobram 3. Sobram 3% que ajudam financiar o AC. A estrutura é BOA porque recursos próprios financiam todo o ativo de longo prazo, e sobra recursos para financiar o Ativo Circulante. ESTRUTURA DE CAPITAL RUIM e Melhorando para RAZOÁVEL Ano 1 Ano 2 64 50 49 2 3 6 3 2 12 30 48 APLICAÇÕES 48 7 2 3 45 48 FONTES APLICAÇÕES FONTES Ano 1: A 1ª Fonte  PL = 30%, não financia todo o AP = 48%  faltam 18% 25
  • 26. A 2ª Fonte  ELP = 6%, financiam 18% que faltava  sobram 12% A 3ª Fonte  PC = 64%, financia 12% que faltavam  sobram 52%. Sobram 52%, que financiam o RLP = 3% É uma Estrutura RUIM porque recursos próprios, mais os de terceiros de longo prazo são insuficientes para financiar os ativos de longo prazo. Ano 2: A 1ª Fonte  PL = 45%, não financia todo o Ap = 48%  faltam 3% A 2ª Fonte  ELP = 7%, financia 3% que faltavam  sobram 4%. Sobram 4% que financiam todo o RLP = 2%  sobram 2%. Sobram 2% que ajudam financiar o AC. É uma Estrutura RAZOÁVEL porque recursos de terceiros de longo prazo completam o financiamento de ativos de longo prazo e sobra para financiar o Ativo Circulante. ANÁLISE HORIZONTAL Tem por objeto demonstrar o crescimento ou queda ocorrida em itens que constituem as demonstrações contábeis em períodos consecutivos. A análise horizontal compara percentuais ao longo de períodos, ao passo que a análise vertical compara-os dentro de um período. Esta comparação é feita olhando-se horizontalmente através dos anos nas demonstrações financeiras e nos indicadores. É importante salientar, neste caso, a necessidade de que os valores comparados estejam expressos em moeda de poder aquisitivo constante. Abaixo apresentamos os balanços patrimoniais e demonstrações do resultado da Empresa Braga, com suas variações ano a ano. Monte a estrutura de capital (gráfica) dos três anos e faça a análise dos índices econômico-financeiros e de rentabilidade (um a um) e comente a evolução da empresa e sua situação atual. BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA BRAGA S/A ATIVO CIRCULANTE Caixa e bancos Aplicações financeiras Contas a Receber de Clientes Prov. P/ Cred. Liq. duvidosa Estoques de Mercadorias Saldos em: 19t5 19t6 19t7 1.143.886 1.318.729 1.069.834 44.843 77.118 41.120 399.672 418.975 224.438 326.945 464.036 424.654 -9.805 -13.918 -12.739 338.247 320.116 364.556 Análise Vertical Análise Horizontal 19t5 19t6 19t7 19t6 19t7 75% 74% 67% 15,29% -18,87% 3% 4% 3% 71,97% -46,68% 26% 24% 14% 4,83% -46,43% 21% 26% 27% 41,93% -8,49% -1% -1% -1% 41,95% -8,47% 22% 18% 23% -5,36% 13,88% 26
  • 27. Créditos diversos 43.984 52.402 27.805 3% 3% 2% 19,14% -46,94% REALIZÁVEL LONGO 7 1.602 17.096 0,00%0,09%1,07% 22786% 967,17% PRAZO Depósitos judiciais 7 1.344 14.918 0,00% 0,08% 0,93% 19100%1009,97% Empréstimos compulsórios 0 258 2.178 0,00% 0,01% 0,14% 258,00% 744,19% PERMANENTE 386.727 460.018 511.663 25% 26% 32% 18,95% 11,23% Investimentos 19.944 19.644 19.278 1% 1% 1% -1,50% -1,86% Imobilizado 341.854 394.578 436.113 22% 22% 27% 15,42% 10,53% Diferido 24.929 45.796 56.272 2% 3% 4% 83,71% 22,88% TOTAL DO ATIVO 1.530.620 1.780.349 1.598.593 100% 100% 100% 16,32% -10,21% PASSIVO CIRCULANTE 841.840 943.143 749.256 55% 53% 47% 12,03% -20,56% Fornecedores 480.087 471.631 496.678 31% 26% 31% -1,76% 5,31% Empréstimos a pagar 1.763 10.868 2.049 0% 1% 0% 516,45% -81,15% Contas a pagar 30.394 66.206 43.764 2% 4% 3% 117,83% -33,90% Impostos e contribuições 220.017 242.473 130.768 14% 14% 8% 10,21% -46,07% Provisões diversas 37.689 45.446 39.759 2% 3% 2% 20,58% -12,51% Dividendos e participações 71.890 106.519 36.238 5% 6% 2% 48,17% -65,98% PATRIMÔNIO LÍQUIDO 688.780 837.206 849.337 45% 47% 53% 21,55% 1,45% Capital social realizado 314.259 378.265 669.688 21% 21% 42% 20,37% 77,04% Reservas de capital 26.372 25.027 15.162 2% 1% 1% -5,10% -39,42% Reservas de lucros 40.111 17.482 18.830 3% 1% 1% -56,42% 7,71% Lucros acumulados 308.038 416.432 145.657 20% 23% 9% 35,19% -65,02% TOTAL DO PASSIVO + PL 1.530.620 1.780.349 1.598.593 100% 100% 100% 18% -10,21% DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DA EMPRESA BRAGA S/A RECEITA OPERACIONAL BRUTA Abatimento sobre vendas ICMS Pis e Finsocial Devoluções RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA Custo das mercadorias vendidas LUCRO BRUTO Despesas operacionais Despesas vendas Despesas gerais e adm. Honorários da administração Ganhos (perdas) com inflação LUCRO OPERACIONAL 19t6 3.181.675 19t7 2.554.101 Análise Horizontal 19t6/t7 -19,72% -622.226 -537.653 -39.955 -44.618 -494.665 -434.197 -37.077 -23.391 -20,50% -19,24% -7,20% -47,57% 2.559.446 2.059.436 -19,54% -1.320.659 -1.279.709 -3,10% 1.238.787 -961.281 -181.050 -703.012 -38.351 -38.868 779.727 -677.747 -190.493 -678.054 -39.576 230.376 -37,06% -29,50% 5,22% -3,55% 3,19% -692,71% 277.506 101.980 -63,25% 27
  • 28. (EFETIVO) Despesas financeiras Receitas financeiras Receitas (despesas) não operacionais -17.372 150.376 -1.274 -7.174 -39.137 7.258 -58,70% -126,03% -669,70% LUCRO ANTES IR Provisão p/ IR Participações estatutárias 409.236 -187.554 -28.013 72.234 -39.137 -5.500 -82,35% -79,13% -80,37% 193.669 27.597 -85,75% LUCRO LÍQUIDO ALGUNS ASPECTOS DETECTADOS PELAS ANÁLISES HORIZONTAL E VERTICAL O analista externo, especialmente um que representa uma instituição emprestadora, gostará de saber muito claramente por que estes índices estão manifestando certo desempenho certo desempenho. Algumas perguntas deverão ser respondidas pelo analista. Por exemplo: - se há um problema em um único ano, ou um problema de todo o ramo de atividade - as vendas subiram e a empresa é lucrativa, então por que as margens brutas caíram? - A empresa está forçada a competir com outras maiores que podem fazer com que economias de escala possibilitem vendas com margens menores? A análise horizontal e vertical ajuda a desenvolver estas questões, mas, desafortunadamente, raramente fornece as respostas. ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS A análise financeira utiliza a informação contida nos demonstrativos financeiros ou contábeis da entidade (o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, suplementados pelas demonstrações de fluxo de caixa e outras demonstrações), as ferramentas primárias para análise financeira são os índices financeiros. Apresentaremos um conjunto de índices financeiros comumente utilizados, uma discussão de um modelo integrado para analisar o desempenho financeiro, uma análise 28
  • 29. do uso de índices financeiros para predizer falhas corporativas, e uma visão da evidência empírica no que diz respeito à estabilidade dos padrões dos índices financeiros através do tempo. Quando se analisam demonstrações financeiras, a primeira tarefa é determinar que informação se procura. Há muitas técnicas analíticas que podem revelar informações sobre uma empresa. Uma vez que o analista financeiro saiba isto, pode-se usar a técnica correta. Índices financeiros são a ferramenta analítica de um analista. Índices são fáceis de computar, verificáveis e permitem comparações período a período e da empresa com outras de seu ramos de atividade. Os índices são relações que se estabelecem entre duas grandezas, facilitam sensivelmente o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de certas relações ou porcentuais é mais significativa (relevante) que a observação de montantes por si só. A análise das demonstrações financeiras dedica-se ao cálculo de índices, de modo a avaliar o desempenho passado, presente e projetado da empresa, seja comparativamente com “padrões do ramo”em que atua, seja numa análise de série temporal (comparação entre o desempenho atual e o desempenho passado da empresa, visando determinar suas tendências presentes e futuras). Permitem a interrelação entre várias contas das demonstrações financeiras da empresa, facilitando que esta seja analisada sob vários ângulos. Destaca-se, no entanto, que para uma melhor avaliação da empresa, é conveniente que seus indicadores sejam comparados com os de outras empresas do mesmo setor de atuação (ramo de atividade), além de relacionados entre si. ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES Discutiremos análises que podem ser utilizados para se obter informações das demonstrações financeiras de uma empresa. financeiros, então discutiremos Estaremos baseados em índices primeiramente esta forma genérica de análise da demonstração financeira. Outras análises relacionam-se ao formato ou modelo utilizado para direcionar a computação financeiros. e análise de um determinado conjunto de índices Estas análises consistem em análises de demonstrações financeiras padronizadas e do desempenho da empresa. A mais simples análise de crédito por bancos e empresas, consiste em avaliar a empresa através de índices ou coeficientes. 29
  • 30. Dentre eles, para citar como exemplo, os mais conhecidos são os de liquidez. O estudo deste índices é feito analisando-se o índice de maneira absoluta, ou seja, a análise do significado intrínseco do índice ( ou do índice por si só), ou comparando-se sua evolução nos vários períodos enfocados, ou ainda com outras empresas do mesmo setor. ANÁLISE DOS COEFICIENTES OPERACIONAIS CHAVES Para dar significado aos dados nas demonstrações financeiras, o analista deve executar as análises de coeficientes. Através da medição dos relacionamentos entre dois números nas demonstrações financeiras, este método financeiro identifica, entre outras coisas, a líquidez da empresa e adequação do capital de giro. Os principais coeficientes operacionais avaliam a eficácia operacional das diversas áreas da empresa, tais como giro do estoque, rentabilidade do patrimônio líquido e outras. Adicionalmente, analisando as contas a receber convertidas em caixa, os coeficientes operacionais podem determinar quão bem os fundos fluem para a empresa. OBJETIVO Análise de coeficientes realizam os seguintes objetivos: - mensurar a saúde financeira total do negócio - endereçar as principais áreas de negócios que afetam a lucratividade da empresa e sua força de ganhos - avaliar a posição de liquidez da empresa, bem como a situação do fluxo de caixa - identificar uma condição de alavancagem da empresa (mix de endividamento de sua estrutura financeira) - contribuir para avaliação total do risco creditício – os coeficientes indicam até certo ponto se a condição financeira de uma empresa a torna um “bom” ou “mau” risco de crédito. QUANTIDADE DE ÍNDICES É uma boa estratégia de análise calcular vários coeficientes, mas é importante manter em mente que somente coeficientes operacionais selecionados testarão adequadamente a posição financeira de uma empresa. Empiricamente, entre 10 e 15 coeficientes 30
  • 31. geralmente são suficientes para revelar a solvência de uma empresa e medir sua habilidade de honrar seus compromissos financeiros. TÉCNICAS DE ANÁLISE ÍNDICES FINANCEIROS CONCEITOS A análise por índices financeiros é uma das ferramentas mais utilizadas no mercado financeiro. Mas uma análise feita somente com índices financeiros é uma análise fraca e pobre, e certamente poderá conter inúmeras falhas. Índices financeiros não são suficientes para um julgamento adequado e uma decisão correta. Índices financeiros aliados à análise vertical já mostram de forma melhor a situação financeira da empresa. Os índices financeiros dividem-se em 4 grupos:  ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE  ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO  ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL  ÍNDICES DE LIQUIDEZ E DE PRAZOS MÉDIO ÍNDICES FINANCEIROS Exemplos de Variação nos Índice Os Índices Financeiros poderá ficar iguais ou ter variações, de acordo com a mudança no valor de qualquer um dos componentes de sua fórmula. Numerador 1.000 = = 0,83 Base 1.200 31
  • 32. Se consideramos como exemplo a fórmula acima, poderemos ter as seguintes variações no índice:  O índice ficará IGUAL a) Se o Numerador aumentar e a Base aumentar em igual proporção (por exemplo: 10% para ambos). 1.100 = 0,83 1.320 b) Se o Numerador diminuir e a Base diminuir em igual proporção (por exemplo: 20% para ambos). 800 = 0,83 960 ÍNDICES FINANCEIROS Exemplos de Variação nos Índice Numerador 1.000 = = 0,83 Base 1.200  O índice irá AUMENTAR a) Se o numerador aumentar (30%) e a Base ficar igual 1.300 =1,08 1.200 b) Se o Numerador aumentar (15%) e a Base aumentar (5%) 1.150 =0,91 1.260 c) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base diminuir (-10%) 32
  • 33. 1.200 =1,11 1.080 d) Se o Numerador ficar igual e a Base diminuir (-50%) 1.100 =1,67 600 e) Se o Numerador diminuir (-10%) e a Base diminuir (-20%) 900 = 0,94 960  O índice irá DIMINUIR a) Se o Numerador diminuir (-5%) e a Base aumentar (10%) 950 = 0,72 1.320 b) Se o Numerador diminuir (-30%) e a Base ficar igual 700 = 0,58 1.200 c) Se o Numerador diminuir (20%) e a Base diminuir (-5%) 800 = 0,70 1.140 d) Se o Numerador ficar igual e a Base aumentar (10%) 1.000 = 0,76 1.320 e) Se o Numerador aumentar (20%) e a Base aumentar (50%) 1.200 = 0,67 1.800 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE ou RENTABILIDADE A Análise de Lucratividade tem por finalidade avaliar a empresa em relação às suas vendas, patrimônio líquido, ativos e ao valor da ação. Como um todo, essas medidas possibilitam ao gestor financeiro e/ou ao analista, avaliar os lucros da empresa em relação a um determinado nível de vendas, ao investimento dos proprietários, a um certo nível de ativos ou o valor da ação. 33
  • 34. O lucro torna-se, portanto, o principal atrativo aos proprietários, investidores e tranqüilidade aos credores em geral. Rentabilidade do Patrimônio Líquido Retorno sobre Patrimônio Líquido – R.P.L. Mede o retorno obtido dos investimentos realizados pelos proprietários da empresa ( a parcela de Ações Preferenciais é muito pequena, portanto mede os retornos de Ações Ordinárias), ou seja, quanto a empresa obtém de lucro para cada R$1,00 de capital próprio investido. Mostra a lucratividade de uma empresa através da taxa de retorno obtida de recursos constituídos pelos acionistas. Quanto mais alta a taxa, melhor para os proprietários. R.P.L. = Lucro Líquido após IR Patrimônio Líquido Quando há lucro, este índice mede quanto o lucro contribui para o aumento dos recursos próprios. Quando há prejuízo, ele mede quanto a empresa perde de seus recursos próprios por causa do prejuízo. Arredonde os resultados. Não use casas decimais O fato da empresa aumentar ou diminuir o seu Patrimônio Líquido não significa que estes recursos estão entrando ou saindo do “caixa”. Significa que os recursos próprios que financiam os ativos (onde o “caixa” é apenas um deles) estão maiores, no caso de lucro, ou estão menores, no caso de prejuízo. Como o Patrimônio Líquido é uma das principais fontes de recursos, é claro que quanto maior for o índice de retorno do PL, maior é a contribuição do lucro para aumentar esta fonte e aumentar o nível de capitalização da empresa. 34
  • 35. Prejuízos constantes ou muito elevados corroem os recursos próprios e enfraquecem a estrutura de capital da empresa. Por outro lado, os prejuízos devem ser pagos e, assim, a empresa tem de desfazer-se de ativos ou então aumentar suas fontes junto a terceiros, ampliando suas dívidas. Rentabilidade do Ativo Quando há lucro, este índice mede quanto o lucro contribui para financiar o Ativo. Quanto maior esta contribuição, menor será a necessidade de buscar outras fontes, tais como recursos de terceiros ou de sócios. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. Quando há prejuízo, ele mede quanto a empresa perde de seus ativos para poder cobrir os prejuízos. Quanto maior for o prejuízo, maior o volume de ativos que a empresa necessita para cobri-los. Caso a empresa não queira ou não possa se desfazer de ativos, certamente ela terá de buscar recursos de terceiros ou de sócios para poder cobrir seus prejuízos. Margem Bruta - MgB Mede a eficiência de uma empresa na administração de materiais e mão de obra na produção (o que resta da venda dos produtos após ter pago os custos), ou seja, mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou , após a empresa ter pago seus produtos. Quanto maior, melhor. MgB = Lucro Bruto (R.L.V. – C.P.V.) Receita Líquida de Vendas Margem Operacional - MgO 35
  • 36. Mostra a taxa de retorno sobre as vendas líquidas de uma empresa, considerando apenas os lucros auferidos pela empresa em suas operações, ou seja, mede o lucro puro obtido em cada unidade monetária de venda. O lucro operacional é puro no sentido de que ignora quaisquer despesas financeiras ou obrigações governamentais (juros ou IR). Quanto maior, melhor. MgO = Lucro Operacional Receita Líquida de Vendas Margem Líquida - MgL Mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou após a dedução de todas as despesas, inclusive IR, sendo muito utilizada para indicação do sucesso de uma empresa em termos de lucratividade sobre vendas, ou seja, é o percentual relativo de cada unidade monetária de venda após todas as despesas, inclusive o imposto de renda, valora o quanto a empresa obtém de lucro para cada R$1,00 vendido. Importante salientar que uma média de resultado obtido em um determinado seguimento de atividade pode não representar bom resultado em outro. Quanto maior, melhor. MgL = Lucro Líquido após I.R. Receita Líquida de Vendas Retorno sobre o Investimento - R.S.I.( ou Retorno sobre o Ativo Total - R.O.A.) Mede a rentabilidade das operações básicas da empresa - geração de lucros -, dada a utilização dos ativos disponíveis totais, ou seja, quanto a empresa obtém de lucro para cada R$1,00 de investimento total. Mostra a taxa de retorno sobre todos os recursos utilizados, com a finalidade de medir os lucros sobre todos os investimentos feitos por terceiros e pelos proprietários, avaliando a eficiência global da administração na geração de lucros com seus ativos totais disponíveis. Quanto maior, melhor. R.S.I. = Lucro Líquido após IR Ativo Total Médio Retorno sobre o Ativo Operacional – R.A.O. 36
  • 37. Mede a rentabilidade das operações básicas da empresa em face dos recursos aplicados nestas operações. Em caso de empresa industrial ou comercial, é recomendado a exclusão de ativos não operacionais ( aplicações financeiras, os imobilizados técnicos não utilizados nas operações normais – terreno não utilizado, e os imobilizados financeiros não essenciais às atividades fins da empresa – investimentos em áreas de incentivo fiscal) e, a inclusão de valores essenciais à normalidade das operações ( investimento realizado em empresa coligada ou subsidiária) R.A.O. = Lucro Operacional Ativo Operacional Líquido Médio Lucro por Ação – L.P.A. Representa o valor auferido sobre cada ação ordinária emitida L.P.A. = Lucro Líquido Após o I.R. Número Total de Ações Ordinárias ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros que está sendo utilizado , na tentativa de gerar lucros. O grau de endividamento medo o montante de dívida em relação a outras grandezas significativas do balanço patrimonial. Índice de Endividamento Geral – IEG ou Endividamento Total Mede a proporção entre recursos de terceiros (dívidas) e recursos próprios. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. 37
  • 38. Este índice trabalha com todo o Passivo. Quanto maior o volume de recursos de terceiros, maior é a dependência. Esta dependência vai definir o nível de riscos. Se os recursos de terceiros são naturais ou operacionais, o risco é mais leve. Se os recursos de terceiros são onerosos ou não operacionais, os riscos são mais elevados. Quando o índice for alto, os recursos próprios são insuficientes para atender as necessidades da empresa e ela passa a depender excessivamente de recursos de terceiros.  Cuidado Quando este índice for igual a 100% significa que 50% dos recursos são de terceiros e 50% são recursos próprios. Este é o ponto de equilíbrio do índice. Acima de 100%, a empresa depende mais de recursos de terceiros e abaixo de 100% a empresa tem mais recursos próprios do que de terceiros. Exemplo: PC $ 125 ELP $ 25 PL $ 150 O índice é 100%. A empresa usa $ 150 de recursos de terceiros $ 150 de recursos próprios, isto é, 50% de cada uma das FONTES. O total das fontes é de $ 300. Fontes Mede a proporção do ativo total da empresa que é financiado por capital total de terceiros, quanto menor, melhor. É assim calculado. IEG = Exigível Total (capital de terceiros) x 100 Ativo Total Endividamento a Curto Prazo Mede quanto a empresa tem de recursos de terceiros de curto prazo em relação aos recursos próprios. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. 38
  • 39. Atualmente as dividas das empresas concentram-se mais no curto prazo, uma vez que as fontes de recursos de longo prazo são poucas e escassas. Conseqüentemente, este índice tenderá a ser bastante igual ao de endividamento total. Se não o for, a empresa tem volumes importantes de dívidas de longo prazo. Endividamento Financeiro Total Mede quanto a empresa utiliza de recursos bancários (curto e longo prazo) em relação ao que ela tem de recursos próprios. É um dos índices mais importantes para os Bancos, pois mostra quanto a empresa depende de empréstimos e outras formas de financiamentos bancários. Deve-se olhar também o volume de despesas financeiras para avaliar o custo destes recursos. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. Normalmente, as empresas buscam recursos para suprir suas necessidades de caixa (seja para pagar despesas ou cobrir prejuízos, seja para suprir sua necessidade de capital de giro ou imobilização). As instituições financeiras são o caminho para isto, uma vez que as demais fontes de recursos de terceiros não as suprem de dinheiro (fornecedores cedem matérias-primas e mercadorias, contas a pagar representam insumos, salários e encargos são recursos humanos). Portanto, dinheiro mesmo vem de Bancos. Daí, a importância de avaliar cuidadosamente este índice. Endividamento Financeiro a Curto Prazo Este índice é complemento do Endividamento Financeiro. Ele mede quanto a empresa usa de empréstimos bancários de curto prazo em relação ao que ela tem de recursos próprios. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. 39
  • 40. As fontes de financiamento bancários tendem a se concentrar mais no curto prazo. São poucas as alternativas de recursos bancários de longo prazo, sobretudo pela incerteza e instabilidade das políticas de Governo. Desta forma, este índice tende a ser igual ao índice de endividamento financeiro que mede curto e longo prazo. Quando houver muito diferença entre os dois índices é sinal de que a empresa tem financiamentos de longo prazo em volumes relevantes. Índice de Participação de capital Total de Terceiros – IPCT Mede quanto o capital total de terceiros representa do capital próprio, quanto menor, melhor. É assim calculado. IPCT = Passivo Circulante + Exigível de L.P. x 100 Patrimônio Líquido Índice de Composição do Endividamento de Curto Prazo – ICECP Mede o quanto de capital de terceiros de C.P. é utilizado pela empresa, em relação às obrigações totais, quanto menor, melhor. É assim calculado. ICECP = Passivo Circulante x 100 Passivo Circulante + Exigível de L.P. ÍNDICE DE ESTRUTURA DE CAPITAL Imobilização do PL ou Imobilização dos Recursos Próprios Mede quanto a empresa utiliza de recursos próprios (PL) para financiar todo o seu Ativo Permanente. Quando o índice for menor que 100% significa que a empresa consegue financiar todo o seu Ativo Permanente e ainda há sobras de recursos próprios para financiar o Realizável de Longo Prazo e/ou o Capital de Giro. Quando o índice for maior que 100% significa que a empresa não consegue financiar todo o Ativo Permanente com seus recursos próprios. Depende, portanto, de recursos de 40
  • 41. terceiros para financiar parte de seu Permanente. Neste caso, é importante avaliar quanto ela usa de recursos de terceiros para esta finalidade. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. Sempre que este índice for maior que 100% já é um indicador de que a estrutura de capital da empresa não é boa. O mínimo esperado dos sócios é que eles supram pelo menos a necessidade de imobilização da empresa. Se não o fazem, há já um sinal de risco. Neste caso é importante avaliar se há outras fontes de longo prazo atendendo a esta necessidade. Se houver, os riscos são menores, pois muitos projetos e planos de expansão costumam ser financiados por recursos de longo prazo. Se não houver, o risco é alto, pois a estrutura de capital da empresa é ruim ou péssima. Capital de Giro Próprio Quando positivo, este índice mede quanto do Capital de Giro é financiado por recursos próprios. Neste caso, quanto mais alto for o índice, melhor. Quando negativo, ele mostra que a empresa não tem sobra de recursos próprios para financiar nenhuma parte do Capital de Giro. Neste caso, todo o Ativo Circulante é financiado por capitais de terceiros. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. 41
  • 42. O ideal é que os recursos próprios financiem todos os ativos de longo prazo (permanente e realizável) e ainda houvesse sobras para financiar parte da necessidade de Capital de Giro. No caso do índice de imobilização do PL maior que 100%, a empresa depende totalmente de terceiros para suprir seu capital de giro, pois seus recursos próprios sequer atendem à imobilização. Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido – IIPL Mede a quantidade relativa de capital próprio que foi destinado ao ativo permanente, quanto menor, melhor. É assim calculado. IIPL = Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido Índice de Imobilização dos Recursos Permanentes – IIRP Mede a quantidade relativa de recursos não correntes ou permanentes que foi utilizado no ativo permanente, quanto menor, melhor. É assim calculado. IIRP = Ativo Permanente x 100 Exigível de L.P. + Patrimônio Líquido Índices Relativos a Liquidez Servem para medir a capacidade de uma empresa em honrar seus compromissos. Como o principal interesse dos credores, a curto prazo, é ser pagos prontamente os compromissos, a análise que se faz das demonstrações financeiras localiza, em primeiro lugar , as relações existentes entre o ativo circulante e o passivo circulante, além da rapidez com que os valores a receber e o estoque se convertem em caixa, no desenvolvimento normal da atividades. Os principais índices de liquidez se dividem em dois grupos, e quanto maiores, melhores :  Índices que expressam a relação existente entre o ativo circulante e o passivo circulante;  Índices que medem a rapidez com que um item do ativo se transforma em caixa. Índice de Liquidez Corrente – ILC ou LC 42
  • 43. É o primeiro e mais comum, e de grande utilização para medir a relação existente entre o ativo circulante o passivo circulante, e mede a capacidade da empresa em saldar os compromissos financeiros e dívidas de curto prazo, sendo calculado mediante a seguinte fórmula : ILC = Ativo Circulante Passivo Circulante Esta é a forma mais elementar de se medir a capacidade de uma empresa em saldar seus débitos. Entende-se que uma empresa para apresentar liquidez deve ter mais ativo do que passivo circulante. Um ILC inferior a “1,00” indica que a empresa pode sofrer dificuldades no pagamento de seus compromissos e, por outro lado, um índice muito superior a “1,00” indica a utilização não econômica de seus fundos. A pergunta, então, é : qual o índice ideal ? Esta é a primeira pergunta que o gestor financeiro deve fazer quando da definição de sua política de capital de giro. Como ? Um bom início é se analisar os números dos concorrentes e verificar item por item qual a real necessidade daquele valor. Índice de Liquidez Seco – ILS ou LS Muitas empresas se utilizam deste índice por considerar as vezes o estoque como item não líquido. Ao considerarmos uma empresa com um ativo circulante superior a seu passivo circulante como líquida, estamos assumindo que o estoque é vendável. Muitas vezes ao analisarmos em detalhes o estoque percebemos que o mesmo inclui itens de reduzido giro, ou seja, o estoque não é liquido em determinado momento. Assim, o ILS exclui o estoque da análise, e mede a margem de segurança disponível (capacidade de pagamento) para que a empresa satisfaça as dívidas de curto prazo na hipótese extrema de não vender nada de seu estoque, e é calculado dividindo-se o ativo circulante menos estoque pelo passivo circulante, conforme segue : ILS = Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante Índice de Liquidez Imediata – ILI ou LI 43
  • 44. O ILI considera o contas a receber também não líquido, pois muitas vezes estas contas são incobráveis, assim, este índice mede a capacidade da empresa em honrar com os compromissos financeiros com o dinheiro que a empresa possui ou pode prontamente transformar em dinheiro, e é calculado mediante a seguinte fórmula : ILI = Ativo Disponível Passivo Circulante Índice de Liquidez Geral (Mediato) – ILG ou LG Muitas vezes a empresa pode apresentar um equilíbrio econômico a curto prazo, porém a longo prazo sua situação pode estar bastante precária. O ILG compara o ativo circulante, mais o realizável, com o exigível total da empresa, e mede a capacidade da empresa em saldar os compromissos financeiros e dívida de curto e longo prazo, e pode ser assim calculado: ILG = Ativo Circulante + Realizável L.Prazo Passivo Circulante + Exigível L.Prazo ANÁLISE QUALITATIVA DE LIQUIDEZ A análise de liquidez é um dos pontos mais sensíveis da análise financeira. Por pior que esteja a situação financeira de uma empresa, ela ainda se manterá enquanto tiver capacidade de pagar suas dívidas. Por esta razão, a análise de liquidez com base apenas nos índices é uma análise pobre e que contém falhas e precisa ser complementada. Uma das formas para avaliar um pouco melhor a qualidade dos ativos e a capacidade de pagamento das dívidas é fazer uma análise qualitativa de liquidez. Comece ordenando, em ordem decrescente de liquidez, os principais ativos (usados para pagamento), e depois, ordenando as principais dívidas (que serão pagas) pela ordem de prazos ou prioridades de pagamento. Liquidez dos Ativos 44
  • 45. 1º) Caixa/Bancos + Aplicações Financeiras Ativo de alta liquidez  recursos à disposição e para uso imediato. 2º) Duplicatas a Receber Ativos de boa liquidez  dependem do pagamento dos clientes, recursos que podem ser antecipados para uso imediato através de desconto das duplicatas ou caução (empréstimo para capital de giro). 3º) Estoques Ativos que dependem da produção (matéria-prima) ou venda a clientes Vendas à vista  boa liquidez Venda a prazo  transformam-se em duplicatas Prazos de pagamentos das dívidas 1º) Salários + Impostos + Contribuições Sociais  prazos curtos (até 10 dias) 2º) Empréstimos Bancários  supor que são garantidos por caução 3º) Fornecedores + Contas a Pagar e outras  prazos até 60 dias. Forma da análise qualitativa Disponível Salários + Impostos + Encargos Sociais Sub- Total Duplicatas a Receber Empréstimos Bancários Sub-Total Demais dívidas (fornecedores, etc.) Sub - Total (+) (-) A (+) (-) B (-) C Se “C” for positivo (+), a liquidez da empresa é muito boa e não depende da venda de estoques para pagar as dívidas existentes. Se “C” for negativo (-), 1º) Transforme o valor em (+) 2º) Divida “+C” pelo valor do estoque e multiplique pelo prazo médio de estocagem. 45
  • 46. O resultado obtido é “tempo de venda dos estoques” necessário para que a empresa pague as dívidas existentes. Verifique se este tempo está adequado com o prazo das dívidas que devem ser pagas pelo estoque (fornecedores, contas a pagar ou outras). Se “B” for negativo, cuidado. A empresa dá sinais de que não tem duplicatas para pagar suas dívidas bancárias (ou duplicatas suficientes para dar uma caução). Esta situação representa risco de liquidez ou uma situação de liquidez apertada. Só não será risco se a empresa faz vendas a vista em valor suficiente para cobrir o valor de “B NEGATIVO”. ÍNDICES DE PRAZOS MÉDIOS Conceitos Enquanto os índices de liquidez mostram volumes de recursos, os índices de prazos médios mostram os prazo com que a empresa realiza seus ativos e os prazos que ela tem para pagar suas dívidas. Prazo Médio de Estocagem No caso de indústrias, mede o tempo que a empresa mantém consigo os estoques, desde o momento da compra da matéria-prima até o momento da venda do produto acabado, passando por todo o processo de fabricação. No caso de comércio, é o tempo entre a compra da mercadoria e a data da venda. O resultado é número de dias, isto é, quantos dias a empresa demora para produzir e vender todo o volume de estoques. x 365 dias Arredonde os resultados. (#) Média dos Estoques = somas dos 2 anos dividia por 2 Não use casas decimais. 46
  • 47. É calculada a média dos estoques do inicio e do fim do ano para evitar distorções no valor dos estoques (causados pela inflação ou por flutuações no montante dos estoques entre o inicio e o fim do ano). Como estoques, após serem vendidos, são registrados como Custos dos Produtos Vendidos, compara-se na fórmula a relação entre estoques existentes (Estoques médios) com os estoques já vendidos (Custos dos Produtos Vendidos). Prazo Médio de Estocagem = 42 dias 8 dias Compr. De Mat. Prima 23 dias Período de fabricação 11 dias Produto Acabado Venda Custos dos produtos Vendidos Com o processo de produção é um ciclo, o prazo médio de 42 dias (como no exemplo acima) não significa que a empresa irá vender seus estoques somente após 42 dias. Na verdade, seus estoques são vendidos todos os dias. O índice mede apenas o tempo médio que os estoques permanecem dentro das instalações da empresa. Vários fatores podem contribuir para que uma empresa tenha prazos médios de estocagem elevador: a) excesso de compra de matérias-primas; b) ineficiência no processo de produção; c) dificuldades de venda ou mercado em crise; d) produção maior que o volume de vendas; e) produto que exige longo tempo de produção (navios, máquinas de grande porte, por exemplo). Prazo Médio de Cobrança Arredonde os resultados. Não use casas decimais. 47
  • 48. (#) Média das Duplicatas a Receber = somas dos 2 anos dividida por 2 A empresa não recebe todas as duplicatas no mesmo dia. Ela recebe duplicatas todos os dias ou todas as semanas. O índice vai mostrar o tempo médio que ela demora para receber todas as duplicatas existentes, incluindo eventuais atrasos. Prazo Médio de Cobrança = 35 dias 35 dias Recebimento Venda Caixa Ciclo Operacional É o resultado de + Prazo Médio de Estocagem + Prazo Médio de Cobrança Ciclo Operacional é aquele compreendido entre saída do dinheiro para pagamento ao fornecedor e o recebimento das vendas, com retorno do dinheiro ao caixa. Observa-se portanto, que tal ciclo operacional compreende o prazo médio de estocagem (produção/compra/armazenagem) e o prazo médio da cobrança (comercialização). 48
  • 49. Uma empresa industrial, por exemplo, investe dinheiro na aquisição de matéria-prima, converte esta matéria prima em produtos acabados e os vende, recebendo dinheiro. O ciclo operacional descreve as transações básicas, corriqueiras ou diárias da empresa. Cada empresa tem um certo ciclo operacional peculiar, consoante a própria natureza do seu negócio e a prática daquele mercado específicos. Um prazo médio de estocagem de um supermercado não pode ser comparado com ode uma empresa de construção aval. Prazo Médio de Estocagem 42 dias Período de produção Compra de Mat. Prima Produto Acabado Prazo Médio de Cobrança 35 dias Venda 77 dias CICLO OPERACIONAL – 77 dias Etapas do Ciclo Operacional Ainda tomando como exemplo uma empresa industrial, existem basicamente 5 etapas no ciclo operacional: CAIXA “Duplicatas a Receber” são cobradas V “Produtos vendidos; “Despesas de Vendas geradas Receber” Acabados” são são geradas Administrativas, Tributárias”, são “Duplicatas a I IV II “Matérias Primas” são adquiridas e contraídas dividas com “Fornecedores”. “Produtos em Elaboração”; valor é acrescido às matérias primas; são geradas “Despesas Operacionais” III “Produtos Acabados” completam-se os produtos; são geradas mais “Despesas Provisionadas” 49
  • 50. Nota-se neste ciclo a ausência de financiamentos bancários e despesas financeiras. Com efeito, esta fonte alternativa de recursos para empresa e o seu correspondente custo, não fazem parte do processo, em seu mais estrito. Poderíamos dizer que a empresa se justifica para produzir os bens a que se predispôs e não a de tomar empréstimos e pagar juros! Velocidade do Ciclo Operacional Ciclo Operacional Rápido Neste tipo de ciclo há um alto valor de estoques de produtos acabados no ativo circulante da empresa de forma contínua (assegurando a possibilidade de contínuo atendimento da demanda de mercado) e o valor adicionado aos produtos é bem reduzido. Tal perfil implica abaixo preço unitário dos produtos (em termos relativos). É o caso dos supermercados e empresas exportadoras, entre outros. Uma companhia com ciclo operacional rápido irá requerer mais empréstimos, de curto prazo, via de regra associados á aquisição de estoques. Ciclo Operacional Lento Neste tipo a empresa necessita de um substancial valor de ativos fixos. O valor adicionado ás matérias primas é bastante ponderável e deve existir abundância de estoque de matérias primas e de produtos em elaboração de forma contínua (assegurando a continuidade ininterrupta do ciclo de produção). Os preços unitários neste tipo de ciclo devem ser caracteristicamente elevados (em termos relativos). Como exemplos, temos a indústria de alta tecnologia: aviões, computadores, bens de capital, etc... A companhia com ciclo operacional lento irá requerer mais capital próprio além de uma ponderável parcela de empréstimos, de preferência de longo prazo. O ciclo operacional lento apresenta maior risco aos emprestadores, uma vez que existirá mais tempo envolvido no processo produtivo, e conseqüentemente, momentos 50
  • 51. potenciais em que tal processo poderá ser interrompido. Este risco está intimamente relacionado aos riscos de negócios. Prazo Médio de Pagamentos Este é um índice muito genérico. Ele mede o prazo de pagamento das principais dívidas operacionais. Como estas dividas têm prazos diferenciados, a mistura deles conduz a um resultado de pouca utilidade (a análise qualitativa é melhor). Salários e Encargos Sociais e Impostos têm prazos muito curto para pagamento. Em média, entre 5 a 10 dias após o encerramento do mês. Fornecedores têm prazos variáveis que podem chegar a 60 dias. E Contas a Pagar têm prazos de até 30 dias. Arredonde os resultados. Não use casas decimais. Média de Fornecedores + Salários e Enc. Sociais a pagar + Impostos a Pagar + Contas a Pagar = Soma de 2anos dividida por 2. Mede em quantos dias, em média, as principais dividas operacionais são pagas. 30 dias Compras a Prazo Despesas com Pessoal Pagto. A Fornecedores e Contas a Pagar 5 dias Pagto. Salários e Contrib. Sociais 51 Despesas com vendas e impostos 10 a 20 dias Pagto. de Impostos e Despesas
  • 52. Ciclo Financeiro É o resultado de + Prazo Médio de Estocagem + Prazo Médio de Cobrança - Prazo Médio de Pagamento O ciclo financeiro mostra quanto tempo a empresa demora entre a compra da matériaprima (ou mercadoria, no caso de comércio), a venda do produto e o recebimento da duplicata. Esta primeira parte mostra, então, quanto tempo a empresa demora para receberem R$ os seus ativos (estoques + duplicatas). Deste total, diminui-se o tempo que ela tem para pagar suas principais dividas operacionais, ou seja, quando ela faz o desembolso de R$, a diferença é o ciclo financeiro. O principal defeito do ciclo financeiro e que ele mede apenas os prazos e não mede os volumes em R$ que são recebidos ou pagos. Se positivo mostra que empresa precisa de recursos para financiar por algum tempo seus ativos operacionais. Prazo Médio de Cobrança Prazo Médio de Estocagem 42 dias Compra de Mat. Prima Período de produção Produto Acabado Venda 77 dias CICLO FINANCEIRO 23 dias Prazo Médio de pagamentos 54 dias Necessidade de recursos Financiada por recursos próprios Ou recursos bancários 52
  • 53. Se negativo mostra que a empresa consegue financiar seus ativos operacionais com recursos (fontes) operacionais de terceiros, resultantes dos prazos normais de sua atividade. Prazo Médio de Estocagem 12 dias Compra de Mercadoria Prazo Médio de Cobrança 15 dias Venda 27 dias 45 dias Prazo Médio de Pagamentos CICLO FINANCEIRO Índices Relativos a Atividade DIAS Recursos são recebidos antes do pagamento das dívidas operacionais Giro de Estoque O objetivo deste índice é medir o tempo em que o estoque se transforma em caixa. Este índice é obtido pela divisão do custo das mercadorias vendidas pelo estoque. Procura-se mostrar o número de vezes que o estoque foi vendido e reposto durante o período e, quanto menos dias, melhor, é assim calculado: 53
  • 54. GE = C.P.V Estoque Muitas vezes é difícil se obter dados do C.P.V. Nestas situações o analista deve utilizar a experiência de cada empresa, e considerar o C.P.V. como sendo um percentual das vendas (geralmente oscila 70% e 80%). O mesmo pode ser feito, com relação a vendas para a determinação do giro do contas a receber. É melhor se estimar aproximadamente do que não analisar o item. Os ciclos da empresas são assim visualizados: 54
  • 55. Ciclo Operacional Ciclo Econômico Ciclo Financeiro Ciclo de Produção f Compra de M.P. Fornecedores Estoque de M.P. Custo dos materiais consumidos Produtos em processo Produção Produtos Vendas acabados Concluída (Custo de Produção) Epe CPV Duplicatas a receber de clientes CAIXA Epa Emp .Folha de pagamento da produção (Custo de Mão Obra Direta – M.O.D.) .Outras contas a pagar (Custo indireto de fabricação – CIF) EVENTOS: a) Compra dos materiais de produção b) Pagamento aos fornecedores c) Início da produção d)Término da produção e)Venda dos produtos f) Cobrança das duplicatas produção .Custo dos produtos vendidos . Impostos sobre vendas . Despesas administrativas, comerciais e outras. CICLOS: Operacional = (a-f), desde a compra de M.P./insumos até o recebimento das vendas. Econômico = (a-e), desde a compra de M.P./insumos até as vendas. Financeiro = (b-f), desde o pagamento ao fornecedor até o recebimento das vendas Produção = (c-d), desde o início do processo produtivo término da
  • 56. Giro do Ativo Total - GA Indica a eficiência com a qual a empresa usa todos os seus ativos para gerar vendas. Geralmente, quanto maior o giro do ativo total da empresa, mais eficientemente seus ativos foram utilizados. O resultado indica quantas vezes por ano a empresa gira seus ativos, e é indicado através da seguinte fórmula : GAT = Receita Operacional Líquida Ativos Médios Totais Percentual de Resultado A demonstração da composição percentual do resultado é expressa como uma porcentagem das vendas, permitindo uma fácil avaliação de receitas e despesas específicas , através de sua comparação com as vendas, sendo também muito útil na comparação do desempenho de uma empresa de um ano para outro. Exemplo : Dados para períodos encerrados em 31 de dezembro. DISCRIMINAÇÃO Receita Líquida de Vendas (-) C.P.V. Margem Bruta (-) Despesas Operacionais Vendas Administrativas Leasing Depreciação Margem Operacional (-) Despesas Financeiras Lucro Líquido Antes do I.R. Provisão para o I.R. Margem Líquida 1997 100,0 % 66,7% 33,3% 21,5% 4,2% 7,3% 1,3% 8,7% 11,8% 3,5% 8,3% 2,5% 5,8% 1998 100,0% 67,9% 32,1% 18,5% 3,3% 6,3% 1,1% 7,8% 13,6% 3,0% 10,6% 3,1% 7,5% AVALIAÇÃO Igual Pior Pior Melhor Melhor Melhor Melhor Melhor Pior Melhor Melhor Pior Melhor 3.3 INTERPRETAÇÃO DOS ÍNDICES FINANCEIROS Índices financeiros fornecem ao analista uma ferramenta muito útil para recolher informações das demonstrações financeiras de uma empresa. O índice ou índices selecionados (s) para uso pelo analista dependem da razão pela qual se faz a análise. Por exemplo, um funcionário da área de empréstimos comerciais analisando uma solicitação de empréstimo estaria interessado em determinar a habilidade do requerente em pagar o empréstimo quando devido. Neste caso, o analista estaria preocupado com o nível de fluxo de caixa da empresa em relação ao seus níveis propostos e existentes de pagamentos do principal e dos juros. Há um número quase ilimitado de índices financeiros concebíveis que podem ser
  • 57. projetados. Para dar uma ordem a nossa discussão deste índices, geralmente são classificados em categorias, conforme façam referência e liquidez, eficiência, alavancagem, lucratividade, etc. Neste ponto deveríamos comentar como os índices financeiros deveriam ser utilizados numa análise financeira. Como mencionamos anteriormente, índices são simplesmente ferramentas para se juntar informação. Eles podem oferecer informação num senso absoluto, como no caso do Índice de Liquidez Seca onde o índice igual a 1 indica solvência. Adicionalmente, índices podem ser analisados num senso relativo através da comparação com os índices da mesma empresa em outros exercícios, ou ainda através da comparação dos índices da empresa em análise com padrões do ramo, ou índices “alvo”. Esses “índices –alvo” podem ser determinados a partir de um exame de índices similares de outras empresas ou pelo exame do mesmo índice para a empresa em análise, mas em um período anterior. Um dado importante para análise dos índices são os índices ou coeficientes-padrões médios das outras empresas do mesmo ramo de atividade.