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Cultura Organizacional
      da Escola
 Universidade Lusófona
 Administração Escolar
 2007/2008
 Alcina Manuela de Oliveira Martins
   Hargreaves, Andy (1998). Os professores em tempos de mudança, Lisboa: Macraw Hill de
    Portugal.

   Gomes, Rui (1993a). Culturas de Escola e Identidades dos Professores. Lisboa: Educa.

   Gomes, Rui (1993b). A Crise do Professorado e a Criação de Novos Pólos de Identidade.
    Revista Portuguesa de Pedagogia, XXVII(II), 263-274.

   Gomes, Rui (1993c). Culturas de Escola: Identidades à procura de argumentos. Revista de
    Educação, III(2), Dezembro, 23-36.

   Gomes, Rui (1993d). Em Busca de uma Identidade Perdida: o estudo qualitativo das culturas de
    escola. Sociologia - Problemas e Práticas, 14, Setembro, 105-126.


   Sallán, Joaquin Gairín (1989). La Estructura Organizativa en los Centros Docentes. In Q. M.-
    Moreno Cerrillo, Organizaciones Educativas.(pp. 133-168).
   Madrid: UNED.


   Sanches, Fátima Chorão (1992). Cultura Organizacional. Um
    paradigma de análise da realidade escolar. Lisboa: GEP-ME.

   Torres, Leonor (2006). Cultura Organizacional Escolar.
    Representações dos Professores numa Escola Portuguesa. Oeiras:
    Celta.

   Balle, C. (1992). Sociologie des organizations. Paris. PUF

   Ballion, Robert (1991). La Bonne École. Paris: Hatier.

   Brunet, Luc (1988). El clima de trabajo en las organizaciones.
    Definición, diagnóstico y consecuencias. Mexico: Trillas.
   Barroso, João (1996). Para o Desenvolvimento de uma
    Cultura de Participação na Escola. Lisboa: Instituto de
    Inovação Educacional.

   Barroso, João (1998). Descentralização e autonomia:
    devolver o sentido cívico e comunitário à escola pública.
    Revista Colóquio/Educação e Sociedade, nº 4 (nova
    série), 32-58.

   Fachada, Odete (1991). Desenvolvimento pessoal.
    Lisboa: IEFP
   Lima, Licínio (1992). A Escola como organização e a participação na
    organização escolar. Braga: Instituto de Educação.

   Lima, Licínio (1994). Modernização, racionalização e optimização:
    perspectivas neotaylorianas na organização e administração da
    educação. Cadernos de Ciências Sociais, 14, 119-139.

   Lima, Licínio (1996). Construindo um objecto: para uma análise
    crítica da investigação portuguesa sobre a escola. In J. Barroso
    (Org.), O Estudo da Escola. (pp. 17-39 ).Porto: Porto Editora.

   Lima, Licínio (1997). O paradigma da educação contábil —
    políticas educativas e perspectivas gerencialistas no Ensino
    Superior em Portugal. Revista Brasileira de Educação, 4, 43-59.
   Nóvoa, António (Org.) (1992). As organizações
    escolares em análise. Lisboa: Dom Quixote.

   Neves, Tiago (2001, Setembro). Quando se fala de
    violência escolar. Comunicação apresentada no
    Seminário "Violência e violências da e na escola", no
    painel "Escola e exclusão", FPCE-UP, Porto.

   Teixeira, Lúcia (2001). A cultura organizacional e o impacto das
    propostas de mudança em escolas estaduais de Minas Gerais. In L.
    F. Dourado & V. H. Paro (Orgs.), Políticas Públicas e Educação
    Básica. São Paulo: Xamã.
   Sarmento, M. (1994). A Vez e a Voz dos Professores.
    Contributo para o estudo da cultura organizacional da
    escola primária. Porto: Porto Editora.

   Schwartz, S.H. (1992). Universals in the content and
    structure of values: theoretical advances and empirical
    tests in 20 countries. Em M. Zanna (Ed.), Advances in
    Experimental Social Psychology, Vol. 25 (pp.1-65). New
    York: Academic Press.
   Freitas, M. (1992). Cultura organizacional: formação,
    tipologias e impactos. São Paulo:Makron.

   Kanaane, R. (1995). Comportamento humano nas
    organizações. São Paulo: Atlas.

   Morgan, Gareth (2002). Imagens da Organização. São
    Paulo: Pioneira Thomson Learning.

   Wagner III, J. (2003). Comportamento Organizacional.
    São Paulo: Saraiva.

   Cohen, A. (2003). Comportamento Organizacional:
    conceitos e estudos de casos. Rio de Janeiro: Campus,
    2003.
   Fischer, R. (1996). O círculo do poder: as práticas
    invisíveis de sujeição nas organizações complexas. In R.
    Fischer, & M. FLEURY (org.). Cultura e Poder nas
    Organizações. (pp. 65-88). São Paulo: Atlas

   Goleman, D. (1998). Inteligência emocional. São Paulo:
    Objetiva.

   Ronchi, C. & Carvalho, C. (2005). Cultura Organizacional:
    teoria e pesquisa. São Paulo. Ed. Fundo de Cultura.


   Atkinson, Philip. (2000). Criando Mudança Cultural.
    Petrópolis: Vozes.
A ESCOLA COMO CULTURA

 “Averdadeira lição que as escolas
 podem aprender das empresas faz
 convergir de novo a atenção sobre a
 cultura da escola. É uma lição que a
 maioria dos educadores já aprendeu
 através da experiência mas que
 geralmente desvaloriza face á
 barreira das ideologias racionais”
 (Deal, 1988).
Cultura
   Componente do sistema social que se manifesta
    no modo de vida e nos artefactos, em que se
    inclui:
       o  saber,
        a crença,
        a arte,
        a moral,
        a lei,
        os costumes,
        os hábitos, ….

adquiridos pelo homem enquanto membro de uma
  sociedade (Neves, 2001).
Definição de cultura organizacional


   “A força social que controla os padrões de
    comportamento organizacional, moldando
    as cognições e as percepções de
    significados e realidades dos seus
    membros, fornecendo energia afectiva
    para a mobilização e identificando quem
    pertence e quem não pertence” (Ott, 1989)
   “É um sistema de integração, de
    diferenciação e de referência que organiza
    e dá um sentido à actividade dos seus
    membros” (Brunet, 1988).
Cultura da organização escolar
   “crenças, valores, hábitos e formas
    assumidas de fazer as coisas em
    comunidades de professores que tiveram de
    lidar com exigências e constrangimentos
    semelhantes ao longo de muitos anos. A
    cultura transmite aos seus novos membros
    inexperientes as soluções historicamente
    geradas e colectivamente partilhadas de uma
    comunidade”
                                 Hargreaves, 1998
Valor
“As metas e os objectivos de carácter geral
  que permanecem estáveis através de
  diferentes situações, guiam a conduta dos
  seres humanos e ordenam-se segundo a
  sua importância subjectiva” (Schwartz,
  1992)

Objectivo e conteúdo da educação, actuam
 estruturando os processos educativos. Os
 valores configuram condutas, as ideias e
 os sentimentos das pessoas.
Cultura como processo
A cultura é um processo activo de construção da
  realidade (Sarmento, 1994)

Não é uma simples variável que as organizações
  possuem sendo antes um processo activo,
  através do qual as pessoas criam e recriam os
  mundos em que vivem

Morgan (1992) é um processo de construção da
 realidade que permite às pessoas ver e
 compreender os acontecimentos, as acções, as
 declarações, as situações ou objectos particulares
 de modo muito especial.
A escola como cultura
                   (Costa, Jorge 1996)
   A escola é diferente das outras organizações

   Cada escola é diferente de qualquer outra escola

   Esta especificidade traduz-se nos valores,
    crenças, linguagem, heróis, rituais, cerimónias,
    etc.

   A cultura será tanto mais forte quanto maior for a
    partilha de identidade e valores

   As organizações são mais do que estruturas: são
    culturas.
A cultura organizacional da escola
como processo de construção (Torres,
                2006)
Cultura organizacional
“a cultura não constitui um mero
  reflexo da ordem organizacional,
  representa antes um processo de
  construção dinâmica mediatizada por
  um conjunto de factores, de que a
  estrutura também faz parte”

                       (Torres, 2006, p.143).
Processo de construção e de
    reconstrução da cultura numa
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Obedece a um movimento contínuo de
 trocas e de fluxos simbólicos, de
 partilha e de disputa ideológica, de
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 culturais, situadas na intersecção dos
 círculos que se vão entrecruzando
 continuamente
                         (Torres, 2006, p.149).
«Fora»: os factores exógenos à
             escola
 Patamar   transnacional

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Órgãos de gestão da escola
 Como  objectos, tendem a
 reproduzir e reforçar o modelo
 cultural politicamente instituído;

 como  sujeito, tendem a configurar-
 se como arenas onde
 quotidianamente se disputam
 orientações e lógicas de acção
 concorrentes e competitivas entre si
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    administrativas e pedagógicas de cada órgão,
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    ou de abertura, de dependência ou autonomia
    face ao exterior

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    de abertura ao exterior:
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        professores situados na mesma categoria profissional,
        professores da mesma associação profissional ou sindical,
        grupos de alunos interventivos, ….
                                                      (Torres, 2006).
Alguns traços distintivos
       entre clima e cultura escolar
   O clima é estudado há mais de meio século;

   O clima é observável e pode ser medido;

   O clima recebe a influência da psicologia social;

   Avalia principalmente o significado das
    características organizacionais em termos
    individuais;

   Predominam os métodos quantitativos de
    investigação.
Alguns traços distintivos
       entre clima e cultura escolar
   A cultura é estudada desde os anos 80;

   A cultura permanece no lado invisível sendo difícil
    medi-la;

   A cultura recebe a influência da antropologia;

   Avalia principalmente o significado das
    características organizacionais em termos
    colectivos;

   Predominam os métodos qualitativos de
    investigação.
Temáticas relacionadas com esta
  imagem da organização escolar
 Identidade

 Valores

 Autonomia

 Projecto

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 Liderança   / Administração das
 escolas.
Componentes da cultura
    organizacional (Odete Fachada, 1991)
   Valores: códigos de conduta moral, regras de
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   Ritos: celebração ou cerimónia que marca a
    passagem de acontecimentos importantes para a
    organização

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    organização (logótipos, bandeiras, hinos,…)

   Mitos: narrativas de factos associados a pessoas
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          (António Nóvoa, 1992)
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Cultura organizacional
A  qualidade e o sucesso de cada
  organização escolar depende do seu tipo
  de cultura:
 As escolas bem sucedidas são aquelas
  em que predomina a cultura forte entre
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  partilhados)
Cultura organizacional


A Cultura organizacional está cada
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Cultura Organizacional Escolar

  • 1. Cultura Organizacional da Escola Universidade Lusófona Administração Escolar 2007/2008 Alcina Manuela de Oliveira Martins
  • 2. Hargreaves, Andy (1998). Os professores em tempos de mudança, Lisboa: Macraw Hill de Portugal.  Gomes, Rui (1993a). Culturas de Escola e Identidades dos Professores. Lisboa: Educa.  Gomes, Rui (1993b). A Crise do Professorado e a Criação de Novos Pólos de Identidade. Revista Portuguesa de Pedagogia, XXVII(II), 263-274.  Gomes, Rui (1993c). Culturas de Escola: Identidades à procura de argumentos. Revista de Educação, III(2), Dezembro, 23-36.  Gomes, Rui (1993d). Em Busca de uma Identidade Perdida: o estudo qualitativo das culturas de escola. Sociologia - Problemas e Práticas, 14, Setembro, 105-126.  Sallán, Joaquin Gairín (1989). La Estructura Organizativa en los Centros Docentes. In Q. M.- Moreno Cerrillo, Organizaciones Educativas.(pp. 133-168).  Madrid: UNED. 
  • 3. Sanches, Fátima Chorão (1992). Cultura Organizacional. Um paradigma de análise da realidade escolar. Lisboa: GEP-ME.  Torres, Leonor (2006). Cultura Organizacional Escolar. Representações dos Professores numa Escola Portuguesa. Oeiras: Celta.  Balle, C. (1992). Sociologie des organizations. Paris. PUF  Ballion, Robert (1991). La Bonne École. Paris: Hatier.  Brunet, Luc (1988). El clima de trabajo en las organizaciones. Definición, diagnóstico y consecuencias. Mexico: Trillas.
  • 4. Barroso, João (1996). Para o Desenvolvimento de uma Cultura de Participação na Escola. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional.  Barroso, João (1998). Descentralização e autonomia: devolver o sentido cívico e comunitário à escola pública. Revista Colóquio/Educação e Sociedade, nº 4 (nova série), 32-58.  Fachada, Odete (1991). Desenvolvimento pessoal. Lisboa: IEFP
  • 5. Lima, Licínio (1992). A Escola como organização e a participação na organização escolar. Braga: Instituto de Educação.  Lima, Licínio (1994). Modernização, racionalização e optimização: perspectivas neotaylorianas na organização e administração da educação. Cadernos de Ciências Sociais, 14, 119-139.  Lima, Licínio (1996). Construindo um objecto: para uma análise crítica da investigação portuguesa sobre a escola. In J. Barroso (Org.), O Estudo da Escola. (pp. 17-39 ).Porto: Porto Editora.  Lima, Licínio (1997). O paradigma da educação contábil — políticas educativas e perspectivas gerencialistas no Ensino Superior em Portugal. Revista Brasileira de Educação, 4, 43-59.
  • 6. Nóvoa, António (Org.) (1992). As organizações escolares em análise. Lisboa: Dom Quixote.  Neves, Tiago (2001, Setembro). Quando se fala de violência escolar. Comunicação apresentada no Seminário "Violência e violências da e na escola", no painel "Escola e exclusão", FPCE-UP, Porto.  Teixeira, Lúcia (2001). A cultura organizacional e o impacto das propostas de mudança em escolas estaduais de Minas Gerais. In L. F. Dourado & V. H. Paro (Orgs.), Políticas Públicas e Educação Básica. São Paulo: Xamã.
  • 7. Sarmento, M. (1994). A Vez e a Voz dos Professores. Contributo para o estudo da cultura organizacional da escola primária. Porto: Porto Editora.  Schwartz, S.H. (1992). Universals in the content and structure of values: theoretical advances and empirical tests in 20 countries. Em M. Zanna (Ed.), Advances in Experimental Social Psychology, Vol. 25 (pp.1-65). New York: Academic Press.
  • 8. Freitas, M. (1992). Cultura organizacional: formação, tipologias e impactos. São Paulo:Makron.   Kanaane, R. (1995). Comportamento humano nas organizações. São Paulo: Atlas.  Morgan, Gareth (2002). Imagens da Organização. São Paulo: Pioneira Thomson Learning.  Wagner III, J. (2003). Comportamento Organizacional. São Paulo: Saraiva.  Cohen, A. (2003). Comportamento Organizacional: conceitos e estudos de casos. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
  • 9. Fischer, R. (1996). O círculo do poder: as práticas invisíveis de sujeição nas organizações complexas. In R. Fischer, & M. FLEURY (org.). Cultura e Poder nas Organizações. (pp. 65-88). São Paulo: Atlas  Goleman, D. (1998). Inteligência emocional. São Paulo: Objetiva.  Ronchi, C. & Carvalho, C. (2005). Cultura Organizacional: teoria e pesquisa. São Paulo. Ed. Fundo de Cultura.  Atkinson, Philip. (2000). Criando Mudança Cultural. Petrópolis: Vozes.
  • 10. A ESCOLA COMO CULTURA  “Averdadeira lição que as escolas podem aprender das empresas faz convergir de novo a atenção sobre a cultura da escola. É uma lição que a maioria dos educadores já aprendeu através da experiência mas que geralmente desvaloriza face á barreira das ideologias racionais” (Deal, 1988).
  • 11. Cultura  Componente do sistema social que se manifesta no modo de vida e nos artefactos, em que se inclui: o saber,  a crença,  a arte,  a moral,  a lei,  os costumes,  os hábitos, …. adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade (Neves, 2001).
  • 12. Definição de cultura organizacional  “A força social que controla os padrões de comportamento organizacional, moldando as cognições e as percepções de significados e realidades dos seus membros, fornecendo energia afectiva para a mobilização e identificando quem pertence e quem não pertence” (Ott, 1989)  “É um sistema de integração, de diferenciação e de referência que organiza e dá um sentido à actividade dos seus membros” (Brunet, 1988).
  • 13. Cultura da organização escolar  “crenças, valores, hábitos e formas assumidas de fazer as coisas em comunidades de professores que tiveram de lidar com exigências e constrangimentos semelhantes ao longo de muitos anos. A cultura transmite aos seus novos membros inexperientes as soluções historicamente geradas e colectivamente partilhadas de uma comunidade”  Hargreaves, 1998
  • 14. Valor “As metas e os objectivos de carácter geral que permanecem estáveis através de diferentes situações, guiam a conduta dos seres humanos e ordenam-se segundo a sua importância subjectiva” (Schwartz, 1992) Objectivo e conteúdo da educação, actuam estruturando os processos educativos. Os valores configuram condutas, as ideias e os sentimentos das pessoas.
  • 15. Cultura como processo A cultura é um processo activo de construção da realidade (Sarmento, 1994) Não é uma simples variável que as organizações possuem sendo antes um processo activo, através do qual as pessoas criam e recriam os mundos em que vivem Morgan (1992) é um processo de construção da realidade que permite às pessoas ver e compreender os acontecimentos, as acções, as declarações, as situações ou objectos particulares de modo muito especial.
  • 16. A escola como cultura (Costa, Jorge 1996)  A escola é diferente das outras organizações  Cada escola é diferente de qualquer outra escola  Esta especificidade traduz-se nos valores, crenças, linguagem, heróis, rituais, cerimónias, etc.  A cultura será tanto mais forte quanto maior for a partilha de identidade e valores  As organizações são mais do que estruturas: são culturas.
  • 17. A cultura organizacional da escola como processo de construção (Torres, 2006)
  • 18. Cultura organizacional “a cultura não constitui um mero reflexo da ordem organizacional, representa antes um processo de construção dinâmica mediatizada por um conjunto de factores, de que a estrutura também faz parte” (Torres, 2006, p.143).
  • 19. Processo de construção e de reconstrução da cultura numa organização escolar Obedece a um movimento contínuo de trocas e de fluxos simbólicos, de partilha e de disputa ideológica, de convergências e de divergências culturais, situadas na intersecção dos círculos que se vão entrecruzando continuamente (Torres, 2006, p.149).
  • 20. «Fora»: os factores exógenos à escola  Patamar transnacional  Patamar nacional  Patamar regional / local
  • 21. Órgãos de gestão da escola  Como objectos, tendem a reproduzir e reforçar o modelo cultural politicamente instituído;  como sujeito, tendem a configurar- se como arenas onde quotidianamente se disputam orientações e lógicas de acção concorrentes e competitivas entre si
  • 22. De acordo com as especificidades políticas, administrativas e pedagógicas de cada órgão, podemos deduzir diferentes graus de fechamento ou de abertura, de dependência ou autonomia face ao exterior  Há outros nichos de cultura com diferentes níveis de abertura ao exterior:  departamentos curriculares,  professores situados na mesma categoria profissional,  professores da mesma associação profissional ou sindical,  grupos de alunos interventivos, …. (Torres, 2006).
  • 23. Alguns traços distintivos entre clima e cultura escolar  O clima é estudado há mais de meio século;  O clima é observável e pode ser medido;  O clima recebe a influência da psicologia social;  Avalia principalmente o significado das características organizacionais em termos individuais;  Predominam os métodos quantitativos de investigação.
  • 24. Alguns traços distintivos entre clima e cultura escolar  A cultura é estudada desde os anos 80;  A cultura permanece no lado invisível sendo difícil medi-la;  A cultura recebe a influência da antropologia;  Avalia principalmente o significado das características organizacionais em termos colectivos;  Predominam os métodos qualitativos de investigação.
  • 25. Temáticas relacionadas com esta imagem da organização escolar  Identidade  Valores  Autonomia  Projecto  Comunidade  Liderança / Administração das escolas.
  • 26. Componentes da cultura organizacional (Odete Fachada, 1991)  Valores: códigos de conduta moral, regras de ética formal ou informalmente impostas  Ritos: celebração ou cerimónia que marca a passagem de acontecimentos importantes para a organização  Símbolos: imagem ou representação da organização (logótipos, bandeiras, hinos,…)  Mitos: narrativas de factos associados a pessoas ou acontecimentos marcantes.
  • 27. Factores que influenciam a cultura organizacional (Gilles Faure)  Distância hierárquica  Grau de tolerância face à incerteza  Grau de individualismo  Grau de masculinidade
  • 28. Elementos da cultura organizacional (António Nóvoa, 1992)
  • 29. Áreas de intervenção nas escolas (António Nóvoa, 1992)
  • 30. Cultura organizacional A qualidade e o sucesso de cada organização escolar depende do seu tipo de cultura:  As escolas bem sucedidas são aquelas em que predomina a cultura forte entre os seus membros (identidade e valores partilhados)
  • 31. Cultura organizacional A Cultura organizacional está cada vez mais associada às questões da eficácia, da qualidade e da excelência da escola

Notas do Editor

  1. O estudo da cultura organizacional iniciou-se nos anos 80 Etc. : por exemplo a rede de comunicação (histórias, mitos, anedotas, boatos) e de comunicadores (contadores de histórias, boateiros, espiões, padres…)
  2. Bases conceptuais: Valores – quadro de referência para as condutas Crenças – factor decisivo na mobilização dos actores Ideologias – componente fundamental para a compreensão da realidade, para dar-lhe um sentido
  3. 1. Área escolar: Área privilegiada de incidência dos vários actores sociais, como os pais e as comunidades; inclui-se também aqui a direcção dos estabelecimentos de ensino. Desenvolvimento de opções curriculares Construção e utilização dos edifícios Organização dos horários e dos tempos livres Funcionamento de aulas de apoio, etc. 2. Área pedagógica: Domínio da responsabilidade profissional dos professores, refere-se à relação educativa professor-aluno. Como exemplo, a avaliação, onde os pais e os alunos podem ter uma palavra a dizer sem pôr em causa as competências específicas dos professores. 3. Área profissional: Questões do desenvolvimento profissional, da carreira docente, do relacionamento com outros técnicos qualificados da escola, pessoal não docente.