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Dança Moderna 
(François Delsarte, Loie Fuller e Isadora Duncan) 
Prof. Marcos Ramon 
marcosramon@gmail.com
Início da Dança Moderna 
A dança moderna surgiu por volta do início do séc. XX. Na 
época, tanto o balé clássico como principalmente o "show 
dance" eram consideradas artes menores, de 
entretenimento, porque seus movimentos eram 
estereotipados e feitos basicamente por mulheres. 
Na dança moderna, os pioneiros desenvolveram uma nova 
foram de se mover, contrastando com a superficialidade do 
entretenimento.
François Delsarte 
(1811-1871) 
Músico que desenvolveu estudos 
importantes sobre o movimento e 
o gesto, defendendo a ideia de 
que a intensidade do sentimento 
comanda a intensidade do gesto, 
algo fundamental para o 
desenvolvimento da Dança 
Moderna.
Consequências das ideias de François Delsarte na 
Dança Moderna 
• "Todo o corpo é mobilizado para a expressão, principalmente 
o torso, que todos os bailarinos modernos de todas as 
tendências consideram a fonte e o motor do gesto; 
• A expressão é obtida pela contração e pelo relaxamento dos 
músculos: tension - release serão as palavras-chave do 
método de Martha Graham. 
• A extensão do corpo está ligada ao sentimento de 
autorrealização; o sentimento de anulação se traduz por um 
dobrar do corpo; estas posições reforçam os sentimentos que 
traduzem. Todos os sentimentos têm sua própria tradução 
corporal" (BOURCIER, 2001, p.245)
Loie Fuller (1862-1928) 
Atriz e dançarina norte-americana, 
pioneira da 
dança moderna e de usos 
da iluminação teatral.
Loie Fuller 
Em trajes de seda, com 
projeções de luzes 
multicoloridas, Fuller 
participou do “Folies 
Bergere” que era uma 
casa de show e música 
parisiense. Teve seu 
ápice de 1890 até a 
década de 20.
Loie Fuller inovou ao experimentar com os efeitos de luz. Dançando em figurinos 
esvoaçantes, a luz era projetada em seu corpo.
Isadora Duncan 
(1877-1927) 
Nasceu nos EUA mas trabalhou na 
Europa depois de 1899. 
Sua dança era inspirada em 
movimentos livres, naturais e rompia 
radicalmente com o balé clássico. 
Aboliu as sapatilhas e o "corset" e 
seu figurino era de túnicas com 
tecidos leves e translúcidos, 
inspirados na estética grega.
Isadora Duncan 
Assim como para Delsarte o plexo solar estava relacionado diretamente às 
emoções, a pioneira norte-americana Isadora Duncan (1877-1927) identificou 
esta região como fonte propulsora de seu movimento. Assimilando aspectos 
dos ideais culturais de sua época, Isadora Duncan foi uma das precursoras na 
arte coreográfica que teve como fundamento artístico uma relação de rejeição 
às codificações do balé clássico e uma aproximação de temas relacionados à 
cultura grega, à natureza, e aos movimentos "naturais" do corpo. Analisando a 
textura do movimento de Isadora Duncan, percebe-se que há em seu corpo 
um início claro de ação do movimento a partir da região do plexo solar. Sobre 
isso, ela profere que: 
"Eu estava buscando e finalmente descobri a mola central de todo o 
movimento, a cratera da potência motora, a unidade a partir da qual todas as 
diversidades de movimentos nascem, o espelho da visão para a criação do 
dançar." (DUNCAN APUD FRANCIS, 1994, p.28)
Isadora Duncan 
"A técnica lhe parece sem interesse. 
Fazer gestos naturais, andar, correr, 
saltar, mover seus braços 
naturalmente belos, reencontrar os 
ritmos inatos do homem, perdidos há 
anos, ‘escutar as pulsações da terra’, 
obedecer à lei de gravitação, feitas 
de atrações e repulsas, de atrações e 
resistências, consequentemente 
encontrar uma ligação lógica, onde o 
movimento não para, mas se 
transforma em outro, respirar 
naturalmente, eis seu método. 
Quantos aos temas de sua dança 
inspiram-se na contemplação da 
natureza; será ‘onda, nuvem, vento, 
árvore’." (BOURCIER, 2001, p.248)
Isadora Duncan 
Ao longo de sua vida, Isadora fundou três escolas nas cidades de Berlim 
(1904), Paris (1914) e Moscou (1921), mas não desenvolveu nenhuma 
metodologia de ensino exatamente consistente e sua influência na dança se 
deu mais pela sua personalidade e suas inovações artísticas do que pela 
precisão de suas habilidades educativas. 
"A arte de Duncan foi o romantismo. Muito mais do que os chamados balés 
românticos do século XIX, sua dança abarcou os verdadeiros princípios do 
grande romantismo literário e musical. Descartou as hierarquias aristocráticas 
da dança teatral na medida em que descartou os espartilhos e as sapatilhas, 
proclamando a dignidade do corpo livre em movimento. A arte de Isadora 
Duncan era partidária da igualdade, como o romantismo, uma (…) estética 
possibilitada através do crescimento da classe média e de sua convicção no 
valor do indivíduo. As emoções e os sentimentos das pessoas sensíveis e 
intensas passaram a ser o objeto da arte." (GITTELMAN, 1998, p. 9)
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Dança moderna - Fraçois Delsarte, Loie Fuller e Isadora Duncan

  • 1. Dança Moderna (François Delsarte, Loie Fuller e Isadora Duncan) Prof. Marcos Ramon marcosramon@gmail.com
  • 2. Início da Dança Moderna A dança moderna surgiu por volta do início do séc. XX. Na época, tanto o balé clássico como principalmente o "show dance" eram consideradas artes menores, de entretenimento, porque seus movimentos eram estereotipados e feitos basicamente por mulheres. Na dança moderna, os pioneiros desenvolveram uma nova foram de se mover, contrastando com a superficialidade do entretenimento.
  • 3. François Delsarte (1811-1871) Músico que desenvolveu estudos importantes sobre o movimento e o gesto, defendendo a ideia de que a intensidade do sentimento comanda a intensidade do gesto, algo fundamental para o desenvolvimento da Dança Moderna.
  • 4. Consequências das ideias de François Delsarte na Dança Moderna • "Todo o corpo é mobilizado para a expressão, principalmente o torso, que todos os bailarinos modernos de todas as tendências consideram a fonte e o motor do gesto; • A expressão é obtida pela contração e pelo relaxamento dos músculos: tension - release serão as palavras-chave do método de Martha Graham. • A extensão do corpo está ligada ao sentimento de autorrealização; o sentimento de anulação se traduz por um dobrar do corpo; estas posições reforçam os sentimentos que traduzem. Todos os sentimentos têm sua própria tradução corporal" (BOURCIER, 2001, p.245)
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  • 7. Loie Fuller (1862-1928) Atriz e dançarina norte-americana, pioneira da dança moderna e de usos da iluminação teatral.
  • 8. Loie Fuller Em trajes de seda, com projeções de luzes multicoloridas, Fuller participou do “Folies Bergere” que era uma casa de show e música parisiense. Teve seu ápice de 1890 até a década de 20.
  • 9. Loie Fuller inovou ao experimentar com os efeitos de luz. Dançando em figurinos esvoaçantes, a luz era projetada em seu corpo.
  • 10. Isadora Duncan (1877-1927) Nasceu nos EUA mas trabalhou na Europa depois de 1899. Sua dança era inspirada em movimentos livres, naturais e rompia radicalmente com o balé clássico. Aboliu as sapatilhas e o "corset" e seu figurino era de túnicas com tecidos leves e translúcidos, inspirados na estética grega.
  • 11. Isadora Duncan Assim como para Delsarte o plexo solar estava relacionado diretamente às emoções, a pioneira norte-americana Isadora Duncan (1877-1927) identificou esta região como fonte propulsora de seu movimento. Assimilando aspectos dos ideais culturais de sua época, Isadora Duncan foi uma das precursoras na arte coreográfica que teve como fundamento artístico uma relação de rejeição às codificações do balé clássico e uma aproximação de temas relacionados à cultura grega, à natureza, e aos movimentos "naturais" do corpo. Analisando a textura do movimento de Isadora Duncan, percebe-se que há em seu corpo um início claro de ação do movimento a partir da região do plexo solar. Sobre isso, ela profere que: "Eu estava buscando e finalmente descobri a mola central de todo o movimento, a cratera da potência motora, a unidade a partir da qual todas as diversidades de movimentos nascem, o espelho da visão para a criação do dançar." (DUNCAN APUD FRANCIS, 1994, p.28)
  • 12. Isadora Duncan "A técnica lhe parece sem interesse. Fazer gestos naturais, andar, correr, saltar, mover seus braços naturalmente belos, reencontrar os ritmos inatos do homem, perdidos há anos, ‘escutar as pulsações da terra’, obedecer à lei de gravitação, feitas de atrações e repulsas, de atrações e resistências, consequentemente encontrar uma ligação lógica, onde o movimento não para, mas se transforma em outro, respirar naturalmente, eis seu método. Quantos aos temas de sua dança inspiram-se na contemplação da natureza; será ‘onda, nuvem, vento, árvore’." (BOURCIER, 2001, p.248)
  • 13. Isadora Duncan Ao longo de sua vida, Isadora fundou três escolas nas cidades de Berlim (1904), Paris (1914) e Moscou (1921), mas não desenvolveu nenhuma metodologia de ensino exatamente consistente e sua influência na dança se deu mais pela sua personalidade e suas inovações artísticas do que pela precisão de suas habilidades educativas. "A arte de Duncan foi o romantismo. Muito mais do que os chamados balés românticos do século XIX, sua dança abarcou os verdadeiros princípios do grande romantismo literário e musical. Descartou as hierarquias aristocráticas da dança teatral na medida em que descartou os espartilhos e as sapatilhas, proclamando a dignidade do corpo livre em movimento. A arte de Isadora Duncan era partidária da igualdade, como o romantismo, uma (…) estética possibilitada através do crescimento da classe média e de sua convicção no valor do indivíduo. As emoções e os sentimentos das pessoas sensíveis e intensas passaram a ser o objeto da arte." (GITTELMAN, 1998, p. 9)