A apresentação descrve a história, as características da abordagem dos meios de vida sustentáveis. Depois de mais de quatro décadas de ajuda internacional para os países do Terceiro Mundo é pensada a abordagem dos meios de vida como ferramenta programática para a erradicação da pobreza dentro duma perspectiva que integra a sustentabilidade; isto é erradicar de maneira sustentável a pobreza. No entanto, se essa é abordagem que está na moda na actualidade é questionável o alcance dessa abordagem na erradição da pobreza.
2. Abordagem dos Modos de vida
• Começou a ser usada nos anos 1990 por
vários projetos e agências internacionais
(DFID, CARE, OXFAM, PNUD, etc.)
–Limites de ajuda externa aos programas de
desenvolvimento durante + 4 décadas;
–Observação da diversificação das atividades
e fontes de renda no rural levou à revisão
do paradigma de desenvolvimento agrário
dominante entre 1960-90.
3. Observação empírica
• A diversificação é generalizada e
realizada por famílias de diferentes
categorias;
• Não é simplesmente uma
característica transitória, mas está
lá para sempre;
4. Observação empírica
• A pecuária faz parte das múltiplas
estratégias de sobrevivências nas
zonas rurais, sobretudo das
familias mais pobres
5. Os motivos da diversificação
• Na economia tradicional a escolha de
atividade é justificada pela presunção de
maximização da utilidade;
• Assim, com base na formulação das
preferências reveladas o individuo vai
alocar os ativos a um conjunto de
atividades viáveis;
6. Os motivos da diversificação
• A família rural tenta maximizar os lucros
sob constrangimentos impostos por
factores exôgenos;
• Existe um interesse genuino de
maximizar o lucro quando a
sobrevivência e reprodução social já
estejam garantidos;
7. Os motivos da diversificação
• Barrett et al (2001) distinguem 2 tipos de
motivos da diversificação:
– Os que empurram (push factors):
diminuição da mão-de-obra em virtude
de constrangimentos de terra (pressão
sobre ela ou fragmentação), altos custos,
de alimentos, flutuações de renda e
consumo, imperfeição dos mercados e
riscos climáticos;
8. Os motivos da diversificação
–Os que puxam à diversificação (pull
factors) orientados pela necessidade de
estabelecer complementaridade entre
atividades.
• Os motivos que empurram à diversificação
são de grande significado no rural Africano,
o que distingue diversificar por necessidade
e diversificar por opção.
9. A ideia de sustentabilidade na
Abordagem dos Modos de Vida
• Foi introduzida pela primeira vez na Comissão
de Brundtland sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento;
• A Conferência das NU expandiu o conceito
advogando o enfoque nos modos de vida
como estratégia para redução da pobreza;
• O modo de vida compreende os ativos, as
capacidades e as atividades requeridas para a
sobrevivência.
10. A ideia de sustentabilidade na
Abordagem dos Modos de Vida
• Assim, um modo de vida é
sustentável quando se pode
recuperar de choques e providenciar
oportunidades para as gerações
futuras, e
• Pode trazer benefícios locais e
globais, a curto e longo prazos;
11. Objectivo da Abordagem dos
Modos de Vida
• Tem um objetivo instrumental: melhorar
a compreensão da diversificação por
forma a melhor direcionar as políticas de
redução da pobreza;
12. Hipótese básica
• A pecuária desempenha um papel crucial na
economia rural em muitos países em
desenvolvimento, através de facilitar o acúmulo
de capital (físico, financeiro, humano, social e
natural) e ajuda as familias a sairem da
pobreza;
• Por isso, o acesso aos ativos, incluindo os
animais são fatores decisivos para que as
pessoas realizem as actividades que lhes
permitem lutar eficazmente contra a pobreza;
13. Os activos constituem o ponto da
análise dos Modos de Vida
• Os ativos são conformados por um
conjunto de capitais (natural, físico,
humano, financeiro, e social) que
podem ser usados diretamente ou
indirectamente para gerar os meios
de vida.
14. Os ativos
• Capital natural: reccursos naturais como terra,
água, florestas e serviços ambientais;
• Capital físico: composto por construções,
equipamentos, maquinaria, estradas, rede de
comunicações e energia, etc.;
• Capital social: relacionado com as redes de
sociabilidade entre famílias e comunidades,
envolve a confiança e as instituições;
15. Os ativos
• Em particular o capital social e iniciativas de
acção coletiva representam um veículo
importante para o acesso e adopção de
tecnologias nas comunidades (por exemplo, o
emprestimo de machos para cruzamento e
outras ações);
• O capital social se pode comparar à cola que
mantém a sociedade sem o qual não haveria
crescimento econômico e bem-estar.
16. O capital social
• As normas e valores constituem as
instituições; portanto também pode se definir
o capital social como sendo as normas, as
redes e organizações através das quais as
pessoas adquirem o poder e recursos e
através do qual podem tomar decisão;
• Portanto, as instituições sobre as quais as
normas e valores se encontram imbricadas
(embedded).
17. Os ativos
• Tanto o capital social como o capital humano
são “um bem de consumo e um
investimento”, mas o capiatal humano é
independente de outras pessoas, é uma
qualidade individual;
• O capital social só pode ser adquirido por um
grupo de pessoas e requer uma forma de
cooperação entre elas;
• O capital social é um bem público.
18.
19. O Quadro conceitual
• Além dos bens materiais os ativos
proporcionam as bases de agência-o poder
para agir, de reproduzir, de desafiar e mudar
as regras que governam o controlo, o uso e a
transformação dos recursos (Sen, 1997);
• O envolvimento em atividades dependerá:
• dos ativos da família em seu poder;
• das características do agregado familiar;
• do ambiente econômico, político e tecnológico,
em que ocorre o acesso aos ativos;
20. Quadro conceitual
• O acesso aos ativos não é apenas um processo
económico, é também mediado por estruturas
e processos (instituições, políticas, tecnologia)
influenciam o uso dos ativos e em último as
estratégias de sobrevivência.
• Por isso, a diversificação representa um
fenómeno social e económico que reflete
tanto a pressão quanto as oportunidades que
levam as famílias a construirem um portifólio
de ativos e atividades.
21. Abordagem dos Modos de vida – cont.
• Além dos ativos o conceito dos modos
de vida compreende também as
capacidades, e as atividades requeridas
para os meios de vida.
• Embora a Abordagem do Modos de Vida
contenha elementos da abordagem das
capacitações e entitulamentos que
perpassam esse conceito, sua intenção
é diferente dessa abordagem (ELLIS,
2000);
22. Utilização da Abordagem dos
Modos de Vida
• Quando há choques é especialmente
importante aplicação da abordagem dos
Modos de Vida para analisar como é que na
ausência de mecanismos formais de seguros,
evoluem os animais;
• Na literatura há um amplo reconhecimento de
que nos países em desenvolvimento as
populações usam os animais em tempo de
crise alimentar (estiagem-seca) para
estabilizar o consumo e renda,
• .
23. • O exemplo seguinte se refere a Etiópia
onde na década 1990 sofreu uma
estigem prolongada afectando muitos
distritos;
• Foram usados os dados de painel dos
resultados de TIAs entre Junho de 2000 e
Julho 2003,
• Entre 1996 e 1999, adicionalmente fez
inquéritos dirigidos a criadores.
25. • Em todos os quartis de renda nota-se uma
relação negativa entre a mudança e os ativos
iniciais em (1996);
• As mudanças são mais pronunciadas para os
animais em geral do que para os de tração;
– Dados agregados em Tropical Livestock Units.
• No peródo 1997 - 1999, as famílias
relativamente ricas tiveram um declínio
constante dos animais, enquanto as famílias
pobres registaram aumento tanto dos animais
em geral quanto os de tração.
27. • Até Junho de 2000 os inquérito não
recolheram informação sobre a natureza das
mudanças, mas o facto de que as mudanças
sejam mais pronunciadas nos animais pode
sugerir que as famílias procuraram vender ou
sacrificar os animais para o consumo e deram
mais atenção aos animais de tração.
•