O documento discute os desafios na formação de profissionais para a educação de surdos, propondo a criação de cursos de graduação e especialização em língua brasileira de sinais. Essas qualificações ajudariam a atender a demanda por educação inclusiva de surdos e reconhecer a importância da língua de sinais e cultura surda.
1. Contrário ao modo como muitos definem surdez –
isto é, como um impedimento auditivo – pessoas
surdas definem-se em termos culturais e
lingüísticos. (Wrigley 1996: 13)
2. Desafios para a formação de profissionais na
área da surdez
UFSC
Prof. Ronice Müller de Quadros
3. Desafios
Formação de profissionais qualificados para
serem efetivos multiplicadores:
Mestrado e Doutorado em Educação
Mestrado e Doutorado em Lingüística
4. Desafios
Qualificação dos profissionais que atuam na
educação de surdos e no ensino da língua de
sinais brasileira
5. Cursos propostos
Curso de Graduação em Letras Licenciatura
Língua Brasileira de Sinais - UFSC
Curso de Especialização em Educação de
Surdos – CEFET/SC
Curso de Especialização Tradutor e
Intérprete de Língua de Sinais Brasileira –
VIAS
6. Algumas justificativas
Demanda (cerca de 2.600.000 surdos
deveriam estar na rede de ensino)
Razões históricas: movimentos de
surdos iniciados pela Federação
Nacional de Educação e Integração
de Surdos desde 1977)
Legislação específica ...
7. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002
Art. 1º É reconhecida como meio
legal de comunicação e expressão
a Língua Brasileira de Sinais - Libras e
outros recursos de expressão a ela
associados.
8. Art. 4º O sistema educacional federal e
os sistemas educacionais estaduais,
municipais e do Distrito Federal devem
garantir a inclusão nos cursos de
formação de Educação Especial, de
Fonoaudiologia e de Magistério, em seus
níveis médio e superior, do ensino da
Língua Brasileira de Sinais - Libras, como
parte integrante dos Parâmetros
Curriculares Nacionais - PCNs, conforme
legislação vigente.
9. Definições das políticas públicas para a educação de surdos
Criação de cursos noturnos e supletivos
de primeiro e segundo graus para
surdos com professores surdos ou
ouvintes usuários de Língua de Sinais ou
intérpretes;
Garantia e ampliação de escolas para
surdos de educação infantil, ensino
fundamental e médio;
10. Definições das políticas públicas para a educação de surdos
Investimento numa política direta para a
formação de professores surdos e acesso
profissional e
Reconhecimento da profissão de
intérprete de língua de sinais, bem como
de instrutor/professor de língua de sinais.
11. Relevância nacional
Os cursos oferecidos estarão atingindo
uma clientela em nível nacional com o
devido suporte, que garantirá o acesso e
a permanência dos candidatos.
Esses alunos formados, por sua vez,
poderão atuar no ensino formal,
apresentando mais qualificação para o
atendimento dos alunos surdos na rede
regular de ensino possibilitando também
a garantia de seu acesso e permanência
no contexto educacional.
12. Relevância internacional
O Brasil passará a integrar o rol dos
países que oferecem a formação
destes profissionais, inaugurando um
processo educacional que abarcará a
formação em grande escala e atingirá
o país inteiro através do ensino a
distância de qualidade.
13. Curso de Graduação em Letras Licenciatura - Libras
NÚCLEO DE FORMAÇÃO BÁSICA
Lingüística Geral
Sociolingüística
Psicolingüística
Lingüística Aplicada ao Ensino de Línguas
Análise do Discurso
Fundamentos da Educação de Surdos
História da Educação de Surdos
Teorias da educação e estudos surdos
14. NÚCLEO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA
Leitura e Produção de Textos
Morfologia
Sintaxe
Fonética e Fonologia
Semântica e Pragmática
Tradução e interpretação da língua
de sinais
Inglês instrumental I e II
15. NÚCLEO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA
Língua de Sinais Brasileira I, II, III, IV, V, VI
Escrita de Sinais I, II e III
Literatura Visual
Produção Textual Acadêmica
Indrodução aos Estudos gramaticais
Teoria da Tradução
16. CONTEÚDOS DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
Didática de ensino e a criança surda I e II
Psicologia da Educação de Surdos
Educação de Surdos e Novas Tecnologias
Prática de Ensino em Literatura
Prática de Ensino em Língua de Sinais
Brasileira como L2
Prática de Ensino em Língua de Sinais
Brasileira como L1
Escrita da Língua de Sinais
Estágio em Literatura Visual
Estágio em Língua de Sinais Brasileira
17. NÚCLEO DE FORMAÇÃO PARA A PESQUISA
Monografia I
Monografia II
NÚCLEO FLEXÍVEL
Disciplinas optativas
18. Curso de Especialização Tradutor e Intérprete de Libras
D1: Ambientes Virtuais de Aprendizagem
D2: Metodologia do Ensino Superior – 1°
parte
D3:O Intérprete de Língua de Sinais na
Educação de Surdos
D4: História do Profissional Intérprete de
Língua de Sinais
19. Curso de Especialização Tradutor e Intérprete de Libras
D6: Tradução e Interpretação I
D7: Princípios Éticos do Profissional
Intérprete
D8: Tradução e Interpretação II
D9: Laboratório de Tradução e
Interpretação
D10: Saúde Laboral
D11: Metodologia do Ensino Superior –
2° parte
20. Curso de Especialização em Educação de Surdos
D1: Ambientes Virtuais de
Aprendizagem
D2: Metodologia do Ensino Superior – 1°
parte
D3: : A História da Educação de Surdos
D4: Políticas Educacionais para Surdos
D5: Estudos Culturais e Estudos Surdos
21. Curso de Especialização em Educação de Surdos
D6: Fundamentos da Educação de Surdos I
D7: Identidade e Cultura Surda
D8: Fundamentos da Educação de Surdos II
D9: Metodologia do Ensino de Línguas na
Educação de Surdos
D10: Metodologia do Ensino Superior – 2°
parte
22. As pesquisas em andamento – www.ges.ufsc.br
Pedagogia de Surdos
Aspectos específicos das práticas dos
professores surdos
23. As pesquisas em andamento – www.ges.ufsc.br
História da educação de surdos
24. As pesquisas em andamento – www.ges.ufsc.br
O intérprete de língua de sinais no ensino
superior
O processamento da interpretação sinal-voz
25. As pesquisas em andamento – www.ges.ufsc.br
O currículo do ensino da língua de
sinais nas escolas de surdos
A constituição da subjetividade
dos alunos ouvintes adquirindo
a língua de sinais como L2
26. As pesquisas em andamento – www.ges.ufsc.br
As origens da língua de sinais
brasileira
Políticas lingüísticas e a educação de surdos
27. As pesquisas em andamento – www.ges.ufsc.br
A aquisição da sintaxe da língua de sinais
brasileira
A aquisição dos gestos em crianças surdas e
crianças ouvintes
28. No caso dos surdos, faz-se necessário franquear-lhes a
palavra, quer dizer, antes de escreverem nosso idioma,
deveriam poder se narrarem em sinais, e suas narrativas
precisariam ser acolhidas por uma escuta também em
sinais.
(Souza,2000:92)