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                                                               Lisboa, 22 de Março de 2010
Comunicado de Imprensa
n. pág. 4



ATENÇÃO: EMBARGO até às 0 horas GMT, Terça-feira, 23 de Março




                  Antivirais contra infecção por HIV-1 -
Portugueses mostram como aumentar eficácia dos fármacos
    que impedem entrada do vírus em células humanas

 Resultados são relevantes para as estratégias de desenvolvimento
        de novos fármacos de combate à infecção por HIV-1


                                            Investigadores do Instituto de Medicina
                                            Molecular (IMM) , em Lisboa, publicam esta
                                            semana na prestigiada revista PLoS ONE
                                            (http://www.plosone.org) um estudo que
                                            descreve a forma como uma família de
                                            fármacos antivirais inibe a entrada do vírus
                                            HIV-1 nos glóbulos vermelhos e glóbulos
                                            brancos humanos.
                                           O estudo* mostra especificamente que a
                                           afinidade química destes fármacos – um deles
                                           já aprovado e o outro em desenvolvimento
                                           para uso clínico – para a membrana das
                                           células   do   sangue     está    directamente
                                           relacionada com a sua eficácia em impedir a
 Glóbulo branco com a membrana
                                           entrada dos vírus nestas células.
 celular marcada a vermelho.
 Fotografia sujeita a embargo.             Os resultados são relevantes porque indicam
 Autores: P. Matos, M Castanho e N.
 Santos. Fonte: PloSONE.                   aspectos essenciais a ter em conta quando se
                                           concebem e desenvolvem fármacos antivirais
                                           de combate à infecção por HIV-1.
A infecção por HIV, responsável pela SIDA, afecta milhões de pessoas. Estima-se
que, por dia, sejam infectadas mais de 15 000 pessoas em todo o mundo, sendo
Portugal o país europeu com maior taxa de novas infecções. Actualmente, a
terapia contra a infecção baseia-se na aplicação de um conjunto de drogas




           Instituto de Medicina Molecular-Email: imm@fm.ul.pt - www.imm.ul.pt – NIF-506134466
       Av.Prof.Egas Moniz-Edifício Egas Moniz- 1649-028 LISBOA – Tel. 217999411 – Fax 217999412
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(HAART – highly Active Antiretroviral therapy) que têm como alvo a replicação e
processamento do virús dentro das células infectadas, mantendo a carga viral
sanguínea em níveis baixos. Há, no entanto, outras alternativas a ser
consideradas, como o uso de inibidores de fusão.
Foi este tipo de fármacos que Nuno Santos e seus colaboradores, sedeados no
IMM, estudaram, em particular o enfuvirtide e um fármaco de segunda geração
chamado T-1249. Esta família de moléculas foi concebida em laboratório e é
constituída por pequenos péptidos que inibem a fusão das partículas virais de
HIV-1 com as membranas das células do hospedeiro. Actuam, portanto, antes da
entrada dos vírus nas células, impedindo-a ao inibir a fusão das membranas viral
e celular.
A eficácia e a segurança do enfuvirtide encontram-se já testadas para uso clínico.
O que os investigadores Portugueses vêm agora mostrar, é que a afinidade
química destes fármacos para a membrana das células sanguíneas está
directamente relacionada com a eficácia destas drogas, e por isso deve ser
estudada durante o desenvolvimento de novos inibidores de fusão. Ou seja,
aquando do desenho de novos péptidos antivirais, devem ser previstas regiões da
molécula que favoreçam a afinidade para as membranas celulares.
Os resultados do estudo mostram ainda que o fármaco de segunda geração T-
1249 apresenta uma afinidade para a membrana das células 8 vezes superior ao
enfuvirtide, e que, na circulação sanguínea, estará ligado às membranas dos
glóbulos vermelhos e dos glóbulos brancos, a par com outras localizações já
conhecidas (como, por exemplo, dissolvido no plasma). Os investigadores
sugerem que será precisamente esta capacidade de localização na membrana que
contribuirá para uma maior eficácia antiviral da droga.


“O nosso trabalho vem mostrar que os fármacos de segunda geração podem ter
ainda maior eficácia do que o enfuvirtide, actualmente usado em terapias, e uma
das razões dessa maior eficácia está na maior afinidade que têm para as
membranas dos glóbulos vermelhos e dos glóbulos brancos”, afirma Pedro Matos,
primeiro autor do estudo.
“São resultados relevantes principalmente para o desenho destas novas drogas,
porque vêm mostrar que o mecanismo de acção destas drogas não funciona
exactamente como se julgava.”, acrescenta Nuno Santos, Director do Unidade de
Biomenbranas do IMM e líder da investigação agora publicada.




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                                                              Modelo de localização dos
                                                              fármacos enfuvirtide e T-1249
                                                              junto da membrana de glóbulos
                                                              vermelhos e brancos, na
                                                              circulação sanguínea. O modelo
                                                              propõe que a afinidade destas
                                                              moléculas para as membranas crie um
                                                              ambiente rico em fármacos nos locais
                                                              de fusão do vírus HIV-1 com as
                                                              células que este infecta.
                                                              Fotografia sujeita a embargo. Autores:
                                                              P. Matos, M Castanho e N. Santos.
                                                              Fonte: PloSONE.



* “HIV-1 fusion inhibitor peptides enfuvirtide and T-1249 interact with
erythrocyte and lymphocyte membranes”, autores: Pedro M. Matos, Miguel
A. R. B. Castanho e Nuno C. Santos, Instituto de Medicina Molecular.



Sobre o IMM e a equipa de investigação
O Instituto de Medicina Molecular (IMM), é uma instituição de investigação de
referência em Portugal, tendo adquirido o estatuto de Laboratório Associado ao
Ministério da Ciência, da Tecnologia e Ensino Superior. A missão do IMM é
promover a investigação biomédica básica, clínica e de translacção, contribuindo
para a compreensão dos mecanismos da doença, o desenvolvimento de novas
abordagens terapêuticas, de testes preditivos e de ferramentas de diagnóstico.
Para mais informação visite: http://www.imm.fm.ul.pt
A criação recente do Centro Académico de Medicina de Lisboa reúne num
único consórcio o IMM, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o
Hospital de Santa Maria, com o objectivo de desenvolver uma perspectiva
integrada da medicina, fomentando a investigação biomédica transversal, desde a
bancada dos laboratórios académicos até à prática clínica.

Nuno Santos é Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e
lidera a Unidade de Biomembranas do IMM, que se dedica ao estudo de processos
bioquímicos e biofísicos que ocorrem ao nível das membranas das células
humanas e dos seus patogénios virais e bacterianos. Para além do trabalho no
âmbito da infecção pelo HIV, estuda também o vírus da dengue e péptidos
antibióticos de origem natural, desenvolvendo ainda trabalho no âmbito da
Nanomedicina.
Pedro Matos, licenciado em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, é estudante de doutoramento na Unidade de




           Instituto de Medicina Molecular-Email: imm@fm.ul.pt - www.imm.ul.pt – NIF-506134466
       Av.Prof.Egas Moniz-Edifício Egas Moniz- 1649-028 LISBOA – Tel. 217999411 – Fax 217999412
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Biomembranas do IMM. Os seus interesses de investigação centram-se em
factores que influenciam a entrada do HIV nas células hospedeiras e como inibir
esses processos.


Contactos para informações adicionais:
Marta Agostinho
Unidade de Comunicação & Formação
Instituto de Medicina Molecular (http://www.imm.fm.ul.pt)
E-mail: marta-elisa@fm.ul.pt
Móvel: 918486058; Tel. 21 7999 411




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Ci Imm 22 Marco

  • 1. Faculdade de Medicina de Lisboa Lisboa, 22 de Março de 2010 Comunicado de Imprensa n. pág. 4 ATENÇÃO: EMBARGO até às 0 horas GMT, Terça-feira, 23 de Março Antivirais contra infecção por HIV-1 - Portugueses mostram como aumentar eficácia dos fármacos que impedem entrada do vírus em células humanas Resultados são relevantes para as estratégias de desenvolvimento de novos fármacos de combate à infecção por HIV-1 Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) , em Lisboa, publicam esta semana na prestigiada revista PLoS ONE (http://www.plosone.org) um estudo que descreve a forma como uma família de fármacos antivirais inibe a entrada do vírus HIV-1 nos glóbulos vermelhos e glóbulos brancos humanos. O estudo* mostra especificamente que a afinidade química destes fármacos – um deles já aprovado e o outro em desenvolvimento para uso clínico – para a membrana das células do sangue está directamente relacionada com a sua eficácia em impedir a Glóbulo branco com a membrana entrada dos vírus nestas células. celular marcada a vermelho. Fotografia sujeita a embargo. Os resultados são relevantes porque indicam Autores: P. Matos, M Castanho e N. Santos. Fonte: PloSONE. aspectos essenciais a ter em conta quando se concebem e desenvolvem fármacos antivirais de combate à infecção por HIV-1. A infecção por HIV, responsável pela SIDA, afecta milhões de pessoas. Estima-se que, por dia, sejam infectadas mais de 15 000 pessoas em todo o mundo, sendo Portugal o país europeu com maior taxa de novas infecções. Actualmente, a terapia contra a infecção baseia-se na aplicação de um conjunto de drogas Instituto de Medicina Molecular-Email: imm@fm.ul.pt - www.imm.ul.pt – NIF-506134466 Av.Prof.Egas Moniz-Edifício Egas Moniz- 1649-028 LISBOA – Tel. 217999411 – Fax 217999412
  • 2. Faculdade de Medicina de Lisboa (HAART – highly Active Antiretroviral therapy) que têm como alvo a replicação e processamento do virús dentro das células infectadas, mantendo a carga viral sanguínea em níveis baixos. Há, no entanto, outras alternativas a ser consideradas, como o uso de inibidores de fusão. Foi este tipo de fármacos que Nuno Santos e seus colaboradores, sedeados no IMM, estudaram, em particular o enfuvirtide e um fármaco de segunda geração chamado T-1249. Esta família de moléculas foi concebida em laboratório e é constituída por pequenos péptidos que inibem a fusão das partículas virais de HIV-1 com as membranas das células do hospedeiro. Actuam, portanto, antes da entrada dos vírus nas células, impedindo-a ao inibir a fusão das membranas viral e celular. A eficácia e a segurança do enfuvirtide encontram-se já testadas para uso clínico. O que os investigadores Portugueses vêm agora mostrar, é que a afinidade química destes fármacos para a membrana das células sanguíneas está directamente relacionada com a eficácia destas drogas, e por isso deve ser estudada durante o desenvolvimento de novos inibidores de fusão. Ou seja, aquando do desenho de novos péptidos antivirais, devem ser previstas regiões da molécula que favoreçam a afinidade para as membranas celulares. Os resultados do estudo mostram ainda que o fármaco de segunda geração T- 1249 apresenta uma afinidade para a membrana das células 8 vezes superior ao enfuvirtide, e que, na circulação sanguínea, estará ligado às membranas dos glóbulos vermelhos e dos glóbulos brancos, a par com outras localizações já conhecidas (como, por exemplo, dissolvido no plasma). Os investigadores sugerem que será precisamente esta capacidade de localização na membrana que contribuirá para uma maior eficácia antiviral da droga. “O nosso trabalho vem mostrar que os fármacos de segunda geração podem ter ainda maior eficácia do que o enfuvirtide, actualmente usado em terapias, e uma das razões dessa maior eficácia está na maior afinidade que têm para as membranas dos glóbulos vermelhos e dos glóbulos brancos”, afirma Pedro Matos, primeiro autor do estudo. “São resultados relevantes principalmente para o desenho destas novas drogas, porque vêm mostrar que o mecanismo de acção destas drogas não funciona exactamente como se julgava.”, acrescenta Nuno Santos, Director do Unidade de Biomenbranas do IMM e líder da investigação agora publicada. Instituto de Medicina Molecular-Email: imm@fm.ul.pt - www.imm.ul.pt – NIF-506134466 Av.Prof.Egas Moniz-Edifício Egas Moniz- 1649-028 LISBOA – Tel. 217999411 – Fax 217999412
  • 3. Faculdade de Medicina de Lisboa Modelo de localização dos fármacos enfuvirtide e T-1249 junto da membrana de glóbulos vermelhos e brancos, na circulação sanguínea. O modelo propõe que a afinidade destas moléculas para as membranas crie um ambiente rico em fármacos nos locais de fusão do vírus HIV-1 com as células que este infecta. Fotografia sujeita a embargo. Autores: P. Matos, M Castanho e N. Santos. Fonte: PloSONE. * “HIV-1 fusion inhibitor peptides enfuvirtide and T-1249 interact with erythrocyte and lymphocyte membranes”, autores: Pedro M. Matos, Miguel A. R. B. Castanho e Nuno C. Santos, Instituto de Medicina Molecular. Sobre o IMM e a equipa de investigação O Instituto de Medicina Molecular (IMM), é uma instituição de investigação de referência em Portugal, tendo adquirido o estatuto de Laboratório Associado ao Ministério da Ciência, da Tecnologia e Ensino Superior. A missão do IMM é promover a investigação biomédica básica, clínica e de translacção, contribuindo para a compreensão dos mecanismos da doença, o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, de testes preditivos e de ferramentas de diagnóstico. Para mais informação visite: http://www.imm.fm.ul.pt A criação recente do Centro Académico de Medicina de Lisboa reúne num único consórcio o IMM, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o Hospital de Santa Maria, com o objectivo de desenvolver uma perspectiva integrada da medicina, fomentando a investigação biomédica transversal, desde a bancada dos laboratórios académicos até à prática clínica. Nuno Santos é Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e lidera a Unidade de Biomembranas do IMM, que se dedica ao estudo de processos bioquímicos e biofísicos que ocorrem ao nível das membranas das células humanas e dos seus patogénios virais e bacterianos. Para além do trabalho no âmbito da infecção pelo HIV, estuda também o vírus da dengue e péptidos antibióticos de origem natural, desenvolvendo ainda trabalho no âmbito da Nanomedicina. Pedro Matos, licenciado em Bioquímica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, é estudante de doutoramento na Unidade de Instituto de Medicina Molecular-Email: imm@fm.ul.pt - www.imm.ul.pt – NIF-506134466 Av.Prof.Egas Moniz-Edifício Egas Moniz- 1649-028 LISBOA – Tel. 217999411 – Fax 217999412
  • 4. Faculdade de Medicina de Lisboa Biomembranas do IMM. Os seus interesses de investigação centram-se em factores que influenciam a entrada do HIV nas células hospedeiras e como inibir esses processos. Contactos para informações adicionais: Marta Agostinho Unidade de Comunicação & Formação Instituto de Medicina Molecular (http://www.imm.fm.ul.pt) E-mail: marta-elisa@fm.ul.pt Móvel: 918486058; Tel. 21 7999 411 Instituto de Medicina Molecular-Email: imm@fm.ul.pt - www.imm.ul.pt – NIF-506134466 Av.Prof.Egas Moniz-Edifício Egas Moniz- 1649-028 LISBOA – Tel. 217999411 – Fax 217999412