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Universidade do Estado do Pará 
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde 
Curso de Graduação em Enfermagem 
Cintia da Silva Moraes 
Juliana da Costa Santana 
Mayara Nicodemos da Conceição 
Sara Maria da Costa Negrão 
Vilma Regina Ferreira Rodrigues 
Análise do perfil epidemiológico de um grupo de pacientes portadores de doença vascular hipertensiva da cidade de Belém 
Belém 
2014
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Cintia da Silva Moraes 
Juliana da Costa Santana 
Mayara Nicodemos da Conceição 
Sara Maria da Costa Negrão 
Vilma Regina Ferreira Rodrigues 
Análise do perfil epidemiológico de um grupo de pacientes portadores de doença vascular hipertensiva da cidade de Belém 
Trabalho avaliativo semestral apresentado como requisito parcial de avaliação das disciplinas da 2ª série/bloco I do Curso de Graduação em Enfermagem. 
Belém 
2014
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RESUMO 
A doença vascular hipertensiva é caracterizada por uma elevação constante da pressão sanguínea sistólica e/ou diastólica e acomete milhões de pessoas. Em geral, seu tratamento é baseado em terapias farmacológicas de medicamentos pertencentes a distintas classes de anti-hipertensivos para, assim, reduzir eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares e controlar os níveis pressóricos em uma faixa normal. Este estudo tem como objetivo a análise quantitativa descritiva e qualitativa dos efeitos e da eficácia da terapia medicamentosa adotada por pacientes com doença vascular hipertensiva através do perfil epidemiológico dos mesmos. O método adotado foi a realização de uma entrevista estruturada junto a pacientes portadores de doença vascular hipertensiva de uma unidade de saúde, de determinados domicílios e do local de trabalho dos pesquisadores, de modo a obter informações a respeito da terapêutica adotada pelos mesmos. Foram levados em consideração determinados fatores como idade, gênero, presença de comorbidade ou patologia associada, entre outros. Em geral, verificou-se que a maioria dos indivíduos segue a monoterapia e os demais utilizam a terapêutica combinada, sendo que as drogas anti-hipertensivas mais utilizadas são a Losartana Potássica e a Hidroclorotiazida, e a maioria dos relatos dos entrevistados demonstrou efeitos benéficos, satisfação e melhorias no quadro clínico destes de acordo com a terapia medicamentosa adotada. Dessa forma, verificou-se que, embora o tratamento relatado pelos entrevistados, em geral, esteja de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, há necessidade de acompanhamento periódico dos pacientes portadores de doença vascular hipertensiva pelos profissionais de saúde, a fim de manter o tratamento medicamentoso adequado com o mínimo de efeitos adversos e evitar complicações mais sérias à saúde. 
Palavras-chave: Doença Vascular Hipertensiva. Classes de anti-hipertensivos. Tratamento farmacológico anti-hipertensivo.
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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 
4 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
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2.1 ASPECTOS GERAIS 
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2.2 FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS 
6 
2.2.1 Diuréticos 
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2.2.2 Betabloqueadores 
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2.2.3 Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina 
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2.2.4 Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II 
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2.2.5 Bloqueadores dos Canais de Cálcio 
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2.3 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
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2.3.1 Escolha Terapêutica 
13 
2.3.2 Monoterapia 
14 
2.3.3 Terapêutica Combinada 
14 
3 MÉTODO 
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3.1 LOCAIS 
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3.2 PARTICIPANTES 
16 
3.3 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 
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3.4 PROCEDIMENTOS 
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3.4.1 Procedimentos de Coleta 
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3.4.2 Procedimentos de Análise 
17 
4 RESULTADOS 
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5 DISCUSSÃO 
23 
6 CONCLUSÃO 
27 
REFERÊNCIAS 
29 
APÊNDICE A 
31 
APÊNDICE B 
32
4 
1 INTRODUÇÃO 
A Doença Vascular Hipertensiva (DVH) é uma condição clínica que é caracterizada pela elevação dos valores normais da pressão sanguínea sistólica e/ou diastólica que são de 120 mmHg e 80 mmHg, respectivamente. Uma vez que um indivíduo apresenta o quadro clínico da DVH, é necessário estabelecer um tratamento farmacológico para, possivelmente, diminuir o alto índice de morbidade e mortalidade cardiovasculares, sendo este o objetivo primordial, assim como manter os níveis pressóricos controlados, decorrentes da patologia em questão. (BRASIL, 2013, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009; ESTEVES, 2014). 
Dessa maneira, é necessário levar em consideração determinados fatores, como a idade, o gênero, a presença de comorbidade ou patologia associada, dentre outros, os quais influenciam na necessidade de adotar medidas não farmacológicas ou de estabelecer uma terapêutica medicamentosa de acordo com os mecanismos de ação específicos das classes anti-hipertensiva (BRASIL, 2013, 2006). Deste modo, verificam-se dois tipos de terapia: a monoterapia e a terapêutica combinada (BRASIL, 2006; VICTOR, 2009). Com isso, foram analisados determinados fatores que influenciam na escolha das drogas anti-hipertensivas, sendo estas de suma importância para a análise da eficácia terapêutica em questão. 
Em vista das problemáticas reveladas através dos resultados obtidos, o presente artigo visa analisar qualitativa e quantitativamente os aspectos referentes ao perfil epidemiológico e tratamento farmacológico da DVH relatados pelos entrevistados no curso desta pesquisa. A referida análise busca abordar diversas características do tratamento em questão, como a sua adequação e eficácia quanto à idade, gênero, etnia, categoria de terapia farmacológica realizada, dentre outros aspectos. 
Dessa forma, busca-se definir quais motivos levaram os pacientes à procura pelo tratamento da patologia estudada, se o tratamento farmacológico realizado pelos indivíduos analisados está de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, adequados para o biotipo e especificidades de cada portador de DVH, e se este tratamento tem apresentado eficácia, levando-se em consideração os efeitos adversos e melhoras do quadro clínico relatados.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 ASPECTOS GERAIS 
A Doença Vascular Hipertensiva (DVH) é uma condição clínica caracterizada pela elevação da pressão sanguínea sistólica e/ou da pressão sanguínea diastólica, que, quando em estado normal, apresentam valor de 120 mmHg e 80 mmHg, respectivamente. Consequentemente, este quadro clínico apresenta a hipertensão arterial como principal sinal da doença, embora, na maioria dos casos, esta se apresenta assintomática, sendo considerada uma assassina silenciosa. Esta também pode implicar, geralmente, em determinadas manifestações patológicas por alterações na fisiologia e/ou metabolismo dos sistemas envolvidos na regulação da pressão sanguínea nas artérias, e desencadear processos patológicos secundários (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002; VICTOR, 2009; ESTEVES, 2014). 
É uma doença considerada comum entre os países desenvolvidos que acomete milhões de pessoas de distintas faixas etárias, sendo prevalente em indivíduos acima de sessenta e cinco anos de idade. De acordo com inquéritos populacionais em cidades do Brasil, nos últimos vinte anos a DVH teve uma prevalência de 35,8% no gênero masculino e de 30% no gênero feminino, sendo que nas mulheres há uma relação com a idade em que, com as alterações hormonais da menopausa, é registrado um aumento de casos da doença nestas, em geral, após os 50 anos de idade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002). Dessa maneira, Victor (2009, p. 507) acrescenta: 
Antes de 50 anos de idade, a prevalência de hipertensão é um pouco mais baixa em mulheres que em homens, sugerindo um efeito protetor de estrogênio. Após a menopausa, a prevalência de hipertensão aumenta rapidamente em mulheres e excede aquela em homens. 
A Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010), acrescenta que a DVH é mais frequente em pessoas que não são de etnia branca, e Brasil (2013, p. 60) ressalta que “Na
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população negra, a prevalência e a gravidade da hipertensão é maior, o que pode estar relacionado a fatores étnicos e/ou socioeconômicos. [...].”. 
A DVH pode ser classificada de acordo com os níveis da pressão sistólica e da pressão diastólica, que são de suma importância para a avaliação e continuidade do atendimento ao paciente. Esta classificação é dividida em estágios, são eles: Hipertensão estágio I, com níveis tensionais de 140-159/90-99 mmHg; Hipertensão estágio II, com 160-179/100-109 mmHg; e Hipertensão estágio III, com pressão arterial maior ou igual a 180/110 mmHg (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
Uma vez que um indivíduo apresenta o quadro clínico da DVH, é necessário estabelecer um tratamento adequado para reduzir possíveis eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares e manter os níveis pressóricos controlados, sendo necessária a verificação de fatores condicionais, como idade, gênero, etnia, presença de comorbidades entre outros, que influenciam na escolha terapêutica. Em alguns casos, pacientes portadores de DVH conseguem regular a pressão sanguínea com a adoção de medidas não farmacológicas, porém, na maioria dos casos, é adotado o tratamento farmacológico que consiste no uso de fármacos anti- hipertensivos (BRASIL, 2006, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). 
2.2 FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS 
Os fármacos anti-hipertensivos atuam nos locais anatômicos do organismo que estão relacionados com a elevação da pressão sanguínea, de modo a estabelecer um mecanismo de ação regulatório da pressão sistólica e diastólica para que os níveis pressóricos sejam inferiores a 140/90 mmHg e, em situações específicas, valores inferiores a 130/85 mmHg. Além disso, eles são, primordialmente, utilizados para reduzir possíveis eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
Esses fármacos possuem mecanismos de ação específicos e, dessa maneira, pertencem a distintas classes de anti-hipertensivos, que são: diuréticos;
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inibidores adrenérgicos (ação central, betabloqueadores e alfabloqueadores); inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA); bloqueadores dos receptores AT1 da Angiotensina II (BRA II); bloqueadores dos canais de cálcio (BCC); vasodilatadores diretos; e inibidores diretos da renina (BENOWITZ, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009; WILLIAMS, 2002). A seguir, há a relação característica apenas das classes dos diuréticos, betabloqueadores, inibidores da ECA, BRA II e dos BCC. 
2.2.1 Diuréticos 
Os diuréticos são medicamentos antigos, com preços relativamente mais acessíveis e, em geral, apresentam-se como escolha inicial para o tratamento anti- hipertensivo. Seu mecanismo de ação é a depleção de sódio corporal que promove uma diminuição do volume extracelular e, consequentemente, redução do débito cardíaco (BRASIL, 2006, 2001; BENOWITZ, 2005; VICTOR, 2009; WILLIAMS, 2002). 
Eles apresentam uma boa resposta ao exercerem efeitos vasodilatadores diretos, por isso, são amplamente utilizados como fármacos de primeira escolha no tratamento anti-hipertensivo, sejam associados ou não a outros medicamentos, pois estudos recentes demonstraram que o uso destas drogas tem reduzido morbidades e mortalidades cardiovasculares em diversas condições, como idade, gênero, etnia, presença de comorbidades entre outras com o uso destas drogas (BENOWITZ, 2005; BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002). Segundo Brasil (2010), os diuréticos e os BCC, não sendo contraindicados, são as classes mais eficientes racionalmente para o tratamento da DVH em população negra (apud BRASIL 2013). 
Os diuréticos são subdivididos em: tiazídicos, diuréticos de alça e diuréticos poupadores de potássio. Os mais utilizados são os diuréticos tiazídicos, pois apresentam uma longa meia-vida, que favorece uma ação prolongada no organismo e reduz a necessidade de altas doses, visto que é mais eficiente um tratamento com baixas doses. Na monoterapia, os diuréticos e os BCC são mais potentes que os inibidores da ECA e os BRA II, particularmente, em indivíduos de etnia negra, porém
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os dois últimos potencializam os efeitos destes primeiros quando são associados (BENOWITZ, 2005; VICTOR, 2009). 
A hidroclorotiazida é um diurético tiazídico amplamente utilizado e apresenta-se eficaz no tratamento anti-hipertensivo, principalmente, em pacientes portadores de DVH: sem comprometimento renal; maiores de 55 anos ou de etnia negra em qualquer faixa etária; com hipertensão estágio I da DVH. Este medicamento é recomendado como droga inicial, pois promove reação compensatória reflexa com ação prolongada no organismo (BRASIL, 2001, 2006, 2013). 
Segundo Brasil (2001), estudos recentes tem demonstrado uma menor excreção urinária de cálcio em pacientes portadores de DVH com o uso da hidroclorotiazida, sendo este um possível fator para a redução de fraturas em idosos. Esta droga apresenta-se na forma de comprimido com dose diária recomendada de 12,5 - 50 mg sendo 24 horas o intervalo de dose (BRASIL, 2006). 
Os principais efeitos adversos dos diuréticos são: hipopotassemia (por vezes seguida de hipomagnesemia), hiperuricemia, intolerância à glicose, que gera um alto risco de desenvolvimento do quadro clínico inicial do diabetes mellitus, além do aumento de triglicérides (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). Benowitz (2005) ressalta que estes efeitos são minimizados com a utilização de baixa dose e sem o comprometimento da ação dos diuréticos no organismo. 
2.2.2 Betabloqueadores 
Os betabloqueadores são drogas que bloqueiam os receptores beta das catecolaminas, com isso, reduzem a frequência cardíaca, o débito cardíaco e a síntese de renina no organismo. O uso destes é indicado em indivíduos com idade inferior a sessenta anos de idade, pois não têm sido documentadas reduções relevantes dos casos de morbimortalidades em pessoas em faixa superior a esta (BRASIL, 2001; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002). 
Estes também são indicados a pessoas que não apresentam comorbidade ou patologia associada, pois no caso do diabetes mellitus, por exemplo, os
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betabloqueadores de primeira e segunda geração, como o propranolol e atenolol, respectivamente, podem causar intolerância à glicose, o que acarreta em uma complicação desta patologia associada a DVH, entretanto, as drogas de terceira geração, como o carvedilol, possuem ação neutra não apresentando o efeito adverso citado anteriormente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). 
Apesar de serem protocolados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) e reduzir eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares, o seu uso, em determinados casos, nem sempre é recomendado como droga de primeira linha para o tratamento anti-hipertensivo. Isto se deve ao fato da revisão sistemática da Cochrane com treze ensaios clínicos randomizados ter demonstrado pouco efeito farmacológico dos betabloqueadores em reduzir casos de acidente vascular encefálico (AVE) e de doenças coronarianas, e pouca eficácia comparados à classe dos diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA e BCC (apud BRASIL, 2013; VICTOR, 2009). Entretanto, segundo Khan e Mcalister (2006), há relatos de algumas evidências em que o uso dos betabloqueadores tem sido benéfico em reduzir casos de morbimortalidades cardiovasculares em populações jovens (apud BRASIL, 2013). 
Nesta classe, há o uso do atenolol e do succinato de metoprolol como alguns dos medicamentos utilizados no tratamento farmacológico da DVH, sendo que ambos são drogas de segunda geração e de caráter seletivo, e o último, segundo estudos recentes, tem apresentado eficácia em reduzir casos de morbidade e mortalidade cardiovasculares, independente de faixa etária, em pessoas com insuficiência cardíaca associada a DVH. O uso destes é contraindicado em indivíduos com asma brônquica, doença pulmonar obstrutiva crônica ou com bloqueio atrioventricular e, segundo Williams (2002), também não é indicado a pessoas diabéticas (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
A dose mínima e dose máxima recomendada, respectivamente, para administração do atenolol é de 25 mg e 100 mg, e a do succinato de metoprolol é de 25 - 50 mg e 200 mg (BRASIL, 2013). Quando estes são administrados em doses baixas, há uma maior seletividade sobre os receptores β1 em relação aos β2. Recentes meta-análises sugeriram que o uso do atenolol não é tão eficaz em reduzir
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processos patológicos cardiovasculares quando comparado ao das outras classes de anti-hipertensivos (BRASIL, 2013; VICTOR, 2009). De acordo com Castanho (2013), o uso do succinato de metoprolol em homens com DVH de leve a moderada tem demonstrado uma redução do risco de doenças de origem cardiovascular, e tem apresentado redução da pressão sanguínea sistólica e/ou diastólica em homens e mulheres tanto na posição supina quanto na ortostática. 
Os principais efeitos adversos desta classe são: broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
2.2.3 Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina 
Os inibidores da ECA são drogas eficazes em reduzir casos de morbidade e mortalidade cardiovasculares e atuam sobre o sistema renina-angiotensina de modo a promover o bloqueio da conversão da angiotensina I em angiotensina II, que é um potente vasoconstritor, no sangue e nos tecidos. São eficientes no tratamento de pacientes portadores de DVH com insuficiência cardíaca ou com infarto do miocárdio, e apresentam eficácia em prevenção secundária a casos de AVE (BENOWITZ, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009; WILLIAMS, 2002). 
O uso dos inibidores da ECA, BRA II e dos BCC é recomendado para pessoas que apresentam quadro clínico de diabetes mellitus, sendo que eles podem ser associados ou utilizados em monoterapia. Os inibidores da ECA se apresentam como um medicamento protetor renal, pois, com a utilização destes, há a ocorrência de uma diminuição intra-glomerular, o que acarreta em um bom funcionamento renal. O uso destes é contraindicado na gravidez devido a uma possível má formação fetal (BRASIL, 2013, 2001; BENOWITZ, 2005; VICTOR, 2009). 
O Captopril é uma das drogas mais utilizadas dentre os inibidores da ECA e se mostra eficaz na redução da pressão arterial. Ele se apresenta na forma de comprimido com doses variáveis de 80 - 320 mg, 12,5 - 150 mg e 5 - 40 mg sendo o intervalo destas de 6 - 12 horas e 12 - 24. Um fato um pouco preocupante, é a tosse seca como um dos efeitos adversos deste medicamento que, na maioria dos casos,
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é relatado pelos pacientes com DVH, que, em alguns casos, chegam a abandonar o tratamento devido a este efeito (BRASIL, 2006, 2013). 
O maleato de Enalapril é outro exemplo dentre as drogas desta classe. Este apresenta efeitos benéficos em indivíduos com insuficiência cardíaca ao melhorar a função do coração, e promove hipotensão tanto na posição supina quanto na posição ortostática, entretanto, o uso deste é contraindicado na gravidez. Em geral, os efeitos adversos são a cefalalgia, cansaço entre outros, sendo contraindicados na gravidez (GUIMARÃES, 2007). 
Os principais efeitos adversos dos inibidores da ECA, de um modo geral, são: tosse seca, alteração de paladar, e, raramente, casos de hipersensibilidade, com erupção e angioedema cutâneo (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). 
2.2.4 Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II 
Os bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II são drogas que atuam sobre o sistema renina-angiotensina, e têm como mecanismo de ação o bloqueio de forma específica dos receptores da angiotensina II de modo a evitar a ação vasoconstritor favorecendo, assim, a redução da pressão arterial (BENOWITZ 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). 
Esta classe, quanto ao mecanismo de ação, apresenta-se mais seletiva que os inibidores da ECA visto que a ação da angiotensina II é impedida pelos BRA II, o que não ocorre necessariamente com a segunda classe visto que a ECA não é o único mecanismo que promove a síntese de angiotensina II (BENOWITZ, 2005). Os BRA II também possuem efeitos benéficos em reduzir morbidade e mortalidade cardiovasculares, são eficazes em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e são úteis em prevenir AVE (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
Dentre os fármacos desta classe, observa-se o losartan e o valsartan como um dos primeiros bloqueadores comercializados, sendo que o primeiro apresenta uma pequena meia-vida, com dose inicial sugerida de 50 mg/dia e, em casos de
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insuficiência renal moderada, a redução da dose não é necessária. Além destes fármacos, observa-se o uso de outros medicamentos como o candesartan, telmisartan entre outros, sendo que estes foram recentemente aprovados e apresentam ação semelhante aos do losartan e do valsartan (BENOWITZ, 2005). 
As principais reações adversas são: tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; BRASIL, 2013). 
2.2.5 Bloqueadores dos Canais de Cálcio 
Os bloqueadores dos canais de cálcio têm como mecanismo de ação o bloqueio da abertura dos canais de cálcio que são ativados pela voltagem do tipo L, o que inibe o influxo de cálcio nas células musculares lisas dos vasos sanguíneos. Dessa forma ocorre a dilatação das arteríolas periféricas que desencadeia na redução da resistência vascular periférica pelo fato da baixa concentração de cálcio nessas células, e, logo, há a diminuição da pressão arterial até a normalidade (VICTOR, 2009; BENOWITZ, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
Esta classe é eficaz em reduzir casos de morbidade e de mortalidade por patologias cardiovasculares, e, de acordo com Lip e Beevers (1998), em tratamento terapêutico combinado, esta pode ser associada com as classes dos betabloqueadores, dos inibidores da ECA ou dos BRA II (apud BRASIL, 2013). 
Os BCC são subdivididos em três classes: fenilalquilaminas; benzotiazepinas ou benzotiazepínicos; e as diidropiridinas. Segundo Victor (2009), as diidropiridinas de ação curta não devem ser utilizadas por pacientes portadores de DVH em tratamento, pois ao gerarem ativação simpática reflexa, estas podem conduzir a um: quadro isquêmico miocárdico, infarto, AVE e, possivelmente, até à morte. Dessa maneira, é preferível as drogas que são de duração longa. O uso de drogas desta classe é contraindicado na gravidez, exceto se for extremamente necessário e não houver outro medicamento que possa ser indicado (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010).
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Nesta classe, verifica-se a utilização, em geral, de drogas diidropiridínicas como o besilato de anlodipino, nifedipino, felodipino dentre outras, sendo que estas atuam como um potente vasodilatador, o que contribui para o controle dos níveis pressóricos. Os efeitos adversos gerados pelos BCC são: cefalalgia,tontura, rubor facial e edema de extremidades, sobretudo maleolar (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
2.3 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
O objetivo primordial do tratamento anti-hipertensivo é reduzir os eventos de morbidade e mortalidade de origem cardiovascular, além de controlar os níveis pressóricos. Na maioria dos casos, o método não farmacológico não é suficiente para reduzir a pressão arterial até a normalidade e, com isso, é iniciado um tratamento medicamentoso em que serão avaliados os fármacos anti-hipertensivos que melhor se enquadram para o controle da DVH (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; BRASIL, 2006). 
2.3.1 Escolha Terapêutica 
A escolha terapêutica deve consistir na utilização de qualquer medicamento anti-hipertensivo comercializado de modo que contenha as indicações e contraindicações específicas, e fornecer um tratamento adequado ao paciente com DVH. Dessa maneira, é necessário que o profissional de saúde atente para os fatores que influenciam na escolha do medicamento a ser utilizado pelo paciente, sendo que os efeitos adversos devem ser mínimos. Para isso, leva-se em consideração o estágio da DVH em que o paciente se enquadra, se a pessoa apresenta comorbidade associada, o histórico familiar, a idade, o gênero, a etnia entre outros fatores. Além disso, é necessário que o profissional de saúde oriente o paciente sobre a importância do tratamento, dos efeitos adversos dos medicamentos, em aderir fielmente a terapêutica adotada entre outras orientações (BRASIL, 2013, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010).
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2.3.2 Monoterapia 
A monoterapia, geralmente, caracteriza-se como estratégia inicial para pacientes com hipertensão estágio I e que apresentam um risco cardiovascular baixo ou moderado. Este tratamento consiste na utilização de um medicamento individualizado e que deve estar baseado nos seguintes elementos: ser eficaz em reduzir casos de morbidade e de mortalidade cardiovasculares; seja seguro e atue no mecanismo fisiopatogênico presente no paciente; e ser adequado às características individuais e condições socioeconômicas dos pacientes (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
O Ministério da Saúde recomenda que a escolha inicial seja de um diurético tiazídico e, quando em situações específicas, é indicado o uso ou de um betabloqueador, BCC, inibidores da ECA ou BRA II. Caso a terapêutica adotada não venha reduzir a pressão arterial, três situações podem ocorrer: a dose deve ser aumentada; o medicamento é substituído por outro; ou deve ser associado dois ou mais medicamentos, caracterizando a terapêutica combinada (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
2.3.3 Terapêutica Combinada 
Quando a monoterapia não alcança o objetivo de reduzir os níveis pressóricos ou se o paciente com DVH apresenta fatores condicionais em que é necessária a associação de dois ou mais medicamentos, o tratamento adotado é conhecido como terapêutica combinada. Geralmente, esta terapêutica é recomendada a pacientes que: possuem alto risco cardiovascular; são diabéticos; ou apresentam quadro clínico de doença renal crônica dentre outras alterações patológicas (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 
O ministério da Saúde recomenda que os anti-hipertensivos associados entre si não devem ser de ações semelhantes, com exceção dos diuréticos tiazídicos e diuréticos poupadores de potássio. Dessa forma, as associações fixas consideradas eficazes são diuréticos associados com: diuréticos de ações distintas; betabloqueadores; inibidores da ECA; BRA II; e BCC. Também ocorre a associação
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de BCC com: betabloqueadores; inibidores da ECA; e BRA II (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Dessa forma, este trabalho visa analisar o perfil epidemiológico de um grupo de pacientes portadores de DVH da cidade de Belém submetido ao presente instrumento de estudo, levando em consideração os efeitos e eficácia do tratamento medicamentoso relatados pelos mesmos.
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3 MÉTODO 
3.1 LOCAIS 
A pesquisa em questão foi realizada através da aplicação de roteiro de entrevista em uma unidade de saúde vinculada a Universidade do Estado do Pará, localizada em um bairro de classe média na cidade de Belém; em domicílios, campus universitário e local de trabalho dos pesquisadores. 
Na referida unidade de saúde, os entrevistados estavam no consultório de enfermagem do setor de radioterapia, onde se encontravam sentados, descansados e aguardando a anamnese. Nos domicílios, no campus universitário e no local de trabalho dos pesquisadores os entrevistados, do mesmo modo, apresentavam-se bem acomodados. 
3.2 PARTICIPANTES 
Os entrevistados nesta pesquisa eram tanto do sexo masculino, quanto do sexo feminino, ocorrendo a prevalência deste último. Foram entrevistadas vinte pessoas, das quais, cinco eram homens inclusos na faixa etária de 39 a 84 anos e quinze eram mulheres, na faixa de 45 a 82 anos. A participação foi de caráter voluntário, na qual ficou esclarecido que a identidade dos mesmos seria preservada. De igual modo, 100% dos pacientes submetidos ao roteiro de entrevistas apresentavam quadro clínico da DVH, estando em processo de tratamento. 
3.3 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 
Como objetos de suporte para esta pesquisa, foram utilizados: termo de consentimento livre e esclarecido, juntamente com um roteiro de entrevista, ambos impressos em papel A4; lápis e lapiseiras, bem como canetas esferográficas em cor azul ou preta. O termo e o roteiro em questão foram formulados pelos docentes da Universidade do Estado do Pará, os quais ministram disciplinas à turma da 2ª série/bloco I, turno manhã; sendo, previamente, aprovados pelo Comitê de Ética da referida instituição. Os instrumentos aplicados foram de caráter inespecífico, não exclusivo para DVH, sendo também utilizados por outros discentes da mesma série.
17 
3.4 PROCEDIMENTOS 
Os procedimentos realizados se desmembraram em duas etapas: a inicial, na qual foram coletados os dados para a pesquisa mediante o roteiro de entrevista; e a de análise dos referidos dados. 
3.4.1 Procedimentos de Coleta 
Os procedimentos de coleta foram realizados nos meses de março e maio de 2014, procedendo da seguinte forma: uma visita à unidade de saúde, na qual foram selecionados somente pacientes portadores de DVH, os quais aguardavam atendimento; e dez visitas em outras localidades, sendo em residências (8); campus universitário (1) e local de trabalho (1) dos pesquisadores, sendo que, nestes três últimos, os entrevistados selecionados apresentavam diagnóstico fechado de DVH. As entrevistas foram conduzidas pelos pesquisadores, sendo primeiramente exposto o termo de consentimento livre e esclarecido, o qual era assinado por espontânea vontade pelo participante após o completo entendimento do documento. As questões levantadas eram formuladas através da livre adaptação do conteúdo do roteiro de entrevistas, e o registro das respostas foi adaptado. Vale ressaltar que, durante a entrevista dos participantes, os pesquisadores interrogaram a respeito da autodeclaração étnica de cada um. 
3.4.2 Procedimentos de Análise 
A pesquisa realizada apresentou-se de caráter misto, na qual os dados encontrados foram classificados e categorizados. Quanto à classificação, os participantes foram divididos em diversos grupos relacionados a determinados fatores como idade, gênero, etnia dentre outros. Depois, foram divididos em duas categorias relacionados ao tipo de tratamento adotado, sendo estas: pacientes que adotam a monoterapia e pacientes que utilizam outros fármacos com terapêutica combinada, sendo estes aspectos de caráter quantitativo descritivo. Também foi analisada a eficácia do tratamento farmacológico adotado pelos entrevistados, de acordo com a qualidade de vida relatada pelos mesmos, sendo, dessa maneira, de caráter qualitativo.
18 
4 RESULTADOS 
Os indivíduos entrevistados foram divididos em faixas etárias intercaladas: a faixa I corresponde dos 31 a 50 anos; a faixa II é dos 51 a 70 anos; e a faixa III é dos 71 a 90 anos (Tabela 1). Dentre eles, observou-se a prevalência de mulheres com DVH em relação aos homens, sendo que no público feminino houve uma maior incidência da doença na faixa II, e no gênero masculino ocorreu na faixa I. 
Tabela 1: Prevalência da DVH nos homens e nas mulheres em distinta faixa etária. 
Faixa Etária 
Homens 
Mulheres 
Total (%) 
Faixa I (31 - 50 anos) 
3 
4 
35 
Faixa II (51 - 70 anos) 
1 
7 
40 
Faixa III (71 - 90 anos) 
1 
4 
25 
Outra característica relevante foi o levantamento de dados relacionados com a autodeclaração étnica de cada entrevistado e, dessa forma, verificou-se a existência de três grupos: brancos, pardos e negros (Tabela 2). Dentre os vinte, 45% eram de etnia branca, 35% de etnia negra e 25% de etnia parda. 
Tabela 2: Classificação de pessoas com DVH quanto a etnia 
Etnia 
Homem 
Mulher 
Total (%) 
Branca 
2 
7 
45 
Negra 
1 
5 
30 
Parda 
2 
3 
25 
Quanto a causa ou queixa principal, que foi determinante em conduzir os indivíduos de forma a procurarem o serviço de saúde, para o diagnóstico da DVH, observou-se que: 50% destes relataram sentir algum mal estar; 35 % foram casos de acidente vascular encefálico (AVE); 10 % realizaram exames de rotina; e um indivíduo (5%) relatou sentir intensa e frequente cefalalgia (Tabela 3). 
As mulheres da faixa I apresentaram apenas mal estar e, juntamente com as da faixa II, representam 80% destes casos, sendo que, destas últimas, uma (7%) possui quadro clínico de depressão. Dentre os homens, apenas um (20%)
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apresentou esta queixa, sendo este da faixa I. E em menor incidência estão as mulheres da faixa III. 
Em relação aos que sofreram AVE, foram relatados: 57% dos casos em mulheres, com predominância nas da faixa III, sendo que dessas, uma (7%) apresentou como consequência a dislalia e hemiplegia esquerda e uma (7%) apresenta quadro clínico do diabetes mellitus tipo I; e 43% dos casos em homens, sem haver prevalência por faixa etária. 
Representando a minoria das causas ou queixas principais relatadas, apenas 10%, dentre as vinte pessoas com DVH, informaram ter diagnosticado a doença ao realizar exames rotineiros, sendo que estes também apresentam o quadro clínico do diabetes mellitus tipo II e são de etnia negra, e uma pessoa (5%) diagnosticou a doença ao procurar o serviço de saúde devido a uma frequente e intensa cefalalgia. 
Tabela 3: Causa ou queixa principal determinante para o acesso ao serviço de saúde pelos pacientes com DVH. Causa ou queixa principal Homens Mulheres Total (%) Acidente Vascular Encefálico (AVE) 3 4 35 Cefalalgia – 1 5 Exames de rotina 1 1 10 Mal estar 1 9 50 
Quanto ao tipo de tratamento farmacológico adotado pelos entrevistados, observou-se que 55% utilizam a monoterapia e 45% seguem uma terapêutica combinada. De um modo geral, a Losartana Potássica e a Hidroclorotiazida são as drogas mais utilizados no tratamento, sendo que o uso do primeiro é predominante em ambas as terapias, já o segundo é frequente em associações com outros medicamentos anti-hipertensivos e é utilizado por quatro (66,7%) indivíduos dentre as pessoas de etnia negra e por dois (28,5%) dentre as de etnia branca. 
Dentre os que utilizam o tratamento monoterápico, verificou-se que: 45,5% são a maioria das pessoas que sofreram AVE; 36,5% são algumas das que diagnosticaram a DVH ao procurarem o serviço de saúde por sentirem algum mal estar; e 18% são os que relataram ter diagnosticado a doença ao realizarem exames de rotina.
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Os indivíduos que realizam a monoterapia relataram o uso de várias drogas pertencentes a determinadas classes de anti-hipertensivos (Quadro 1), sendo que 36,5% utilizam a Losartana Potássica, dos quais 50% são pessoas que sofreram AVE e 50% são os que realizaram exame de rotina. Logo abaixo, observa-se o percentual da utilização dos demais fármacos pelos indivíduos em tratamento monoterápico (Tabela 4). 
Quadro 1: Medicamentos anti-hipertensivos adotados na monoterapia dos indivíduos com DVH e suas respectivas classes. 
Classes de anti-hipertensivos 
Medicamentos 
Betabloqueadores 
Atenolol 
Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina 
Captopril 
Enalapril 
Diuréticos Tiazídicos 
Hidroclorotiazida 
Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II 
Losartana Potássica 
Micardis® (telmisartana) 
Combinação medicamentosa 
(BRA II + BCC) 
ATACAND® Comb 
(candesartana cilexetila + felodipino) 
Tabela 4: Distribuição percentual dos medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos indivíduos em tratamento monoterápico. 
Medicamentos 
Quantidade de pessoas (%) 
Atenolol 
9 
Captopril 
9 
Enalapril 
9 
Hidroclorotiazida 
9 
Losartana Potássica 
36,5 
Micardis® 
18,1 
ATACAND® Comb 
9 
Dentre os que utilizam a terapêutica combinada, observou-se que: 66,5% é a maioria dos indivíduos que procuraram o serviço de saúde por sentirem algum mal estar; 22,5% são alguns dos que sofreram AVE; e 11% são os que relataram uma
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frequente e intensa cefalalgia como queixa principal ao procurarem o serviço de saúde. 
Dentre as associações utilizadas pelos indivíduos que seguem uma terapêutica combinada, observou-se que a maioria destas é entre a classe anti- hipertensiva dos bloqueadores dos canais de cálcio com outras classes. Entretanto, as drogas mais associadas foram a Losartana Potássica e a Hidroclorotiazida, sendo que estas são adotadas em 50% das associações relatadas (Quadro 2). Dentre as pessoas que sofreram AVE, observou-se que a associação utilizada pelo indivíduo que apresenta diabetes mellitus tipo I é a da Losartana Potássica + Selozok®, sendo esta uma combinação de BRA II + Betabloqueador. 
Quadro 2: Associações de medicamentos anti-hipertensivos utilizados por indivíduos com DVH em tratamento terapêutico combinado. 
Combinações de anti-hipertensivos 
Besilato de anlodipino + Captopril 
Nifedipino + Captopril 
Nifedipino + Losartana Potássica + Hidroclorotiazida 
Nifedipino + Atenolol + Hidroclorotiazida 
Cordarex (besilato de anlodipino) + Hidroclorotiazida 
Atenolol + Losartana Potássica 
Selozok® (succinato de metoprolol) + Losartana Potássica 
Losartana Potássica + Hidroclorotiazida 
Dentre os vinte entrevistados, 85% afirmaram não ter dúvidas a respeito da DVH e consideram ser bem orientados pelos profissionais da área da saúde, e 15% relataram que não foram bem orientados e apresentam dúvidas quanto a doença. Outro fato relevante observado, é que, dentre estes, 55% adquirem os medicamentos anti-hipertensivos por custeio próprio, 30% em postos de saúde e 15% pelo programa farmácia popular. 
Em relação a subjetividade e convivência familiar dos entrevistados verificadas após o início do tratamento farmacológico da DVH: 40% relataram melhoras, como qualidade na dieta realizada, bem estar pessoal, apoio familiar entre outros, sendo estes predominantemente da faixa I; 40% descreveram não ter
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ocorrido alterações, sendo estes, em geral, da faixa III; e 20% relataram aflições e angústia devido as consequências da doença, como ter que usar cadeiras de rodas, sentir-se limitado e cansado entre outras, com predominância desta categoria em pessoas da faixa II.
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5 DISCUSSÃO 
Em relação a faixa etária observada nos estudos, constatou-se nos entrevistados a maior prevalência de DVH na faixa II, ratificando o que menciona a Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010),onde afirma-se que 60% dos pacientes que são hipertensos estão na faixa etária acima de 65 anos. 
No levantamento de dados por grupo étnico foi constatado que 45% dos entrevistados eram de etnia branca, sendo este os mais frequentes, o que diverge da bibliografia consultada, pois de acordo com Brasil (2013) há uma prevalência da DVH em indivíduos de etnia negra. Isto pode estar relacionado ao fato deste estudo analisar apenas um grupo de pessoas em tratamento anti-hipertensivo que foi selecionado de forma aleatória. 
Em relação ao gênero, foi constatada maior frequência de mulheres portadoras de DVH em relação aos homens, sendo estas, em geral, da faixa II, estando de acordo com Victor (2009), onde este ressalta que antes dos 50 anos a incidência da doença nas mulheres é menor, devido este efeito estar, possivelmente, ligado ao hormônio feminino estrógeno, e após a menopausa observa-se o aumento da quantidade de mulheres com DVH em relação aos homens. 
No levantamento de dados coletados para a causa ou queixa principal que levaram os entrevistados a recorrerem ao serviço de saúde, foi observado que, 50% apresentaram mal estar e 35% sofreram AVE. Essas causas podem estar relacionadas ao fato da doença, na maioria dos casos, ser assintomática, pois, segundo Victor (2009) a DVH é denominada assassina silenciosa por não apresentar sinais e/ou sintomas, em geral, e gradativamente ocorrem lesões nos vasos sanguíneos que culminam em complicações mais sérias à saúde. 
Levando em consideração o tratamento farmacológico, observou-se a aplicabilidade dos dois tipos de terapia: a monoterapia e a terapia combinada. Quanto à primeira, foi relatado o uso de Losartana Potássica (BRA II), Hidroclorotiazida (diurético), Captopril (IECA), Enalapril (IECA), Micardis® (BRA II), Atenolol (β - bloqueador) e ATACAND Comb® (BRAII + BCC). 
Segundo Brasil (2013), a Hidroclorotiazida, classificada como diurético tiazídico, tem uso indicado de maneira favorável em pessoas de etnia negra, idosos e pacientes em quadro clínico de pós - AVE, o que foi reafirmado no caso da entrevistada T.M.P., negra, 71 anos, que já sofreu a incidência de AVE, e relata
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melhorias em seu bem estar e ausência de efeitos adversos perceptíveis com o uso do fármaco. 
Em continuidade, Captopril e Enalapril (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010) são indicados em incidência de comorbidades associadas, a exemplo das cardiopatias e diabetes mellitus. No entanto, estas drogas podem causar efeitos adversos, como a tosse seca, o angioedema, dentre outros. Em vista disso, E.M., branco, 49 anos, em quadro clínico pós – AVE e cardiopata, descreve efeitos positivos do tratamento com Captopril, sem a incidência de efeitos adversos. Já M.N.C, parda, 53 anos, diabética, em tratamento monoterápico com Enalapril, refere mal estar com o uso do medicamento. Dessa maneira, observa-se que os fármacos da classe dos IECA possuem eficácia comprovada, bem como a possibilidade de incidência de efeitos adversos. 
Tratando-se do Atenolol, observa-se a indicação para pacientes com idade inferiores a 60 anos, não portadores de comorbidades associadas. É contraindicado para portadores de diabetes mellitus, asma, coronariopatias, dentre outras patologias. No relato de F.M.O., parda, 45 anos, percebe-se a descrição de sobrepeso. O medicamento em questão está condizente com a faixa etária da entrevistada, de acordo com o exposto pela Sociedade Brasileira De Cardiologia; Sociedade Brasileira De Hipertensão; Sociedade Brasileira De Nefrologia (2010). 
Em continuidade, a Losartana Potássica, o Micardis® e ATACAND Comb®, são considerados menos eficientes que os diuréticos em monoterapia e em negros, como ressalta Victor (2009, p. 518): “Como monoterapia, eles [BRA II] são menos potentes que diuréticos ou BCC, particularmente em afro americanos [...]”. No entanto, ao se comparar a utilização destes fármacos com os resultados obtidos, percebe-se que 18% dos pacientes que utilizam estas drogas são de etnia negra e apresentam quadro clínico de diabetes mellitus tipo II, sendo o tratamento adequado visto que, segundo Brasil (2013), o uso de diuréticos pode agravar esta comorbidade. Quanto aos efeitos adversos, A.S., branco, 49 anos, relata dores no pescoço e aumento da sudorese; e M.E.X., pardo, 52 anos, refere sensação de formigamento nos pés e dificuldades na locomoção. Os sintomas relatados por ambos não são relacionados em literatura como possíveis efeitos adversos dos medicamentos em questão.
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A terapia combinada realizada pelos entrevistados apresentou medicamentos das variadas classes de anti-hipertensivos. A combinação de Hidroclorotiazida e Losartana Potássica foi descrita por dois pacientes, ambos do sexo feminino, sendo os relatos de efeitos adversos, de cefalalgia e mal estar. Victor (2009, p. 523) ressalta que: “[...] os diuréticos tiazídicos foram a única das seis classes principais de drogas anti-hipertensivas associadas a mais casos novos de disfunção sexual masculina [...]”. Reafirmando tal colocação, os resultados desta pesquisa comprovaram que nenhum homem dos entrevistados faz uso de Hidroclorotiazida ou outro diurético tiazídico, portanto, não acarretando em tal consequência para a qualidade de vida e bem estar pessoal. 
Também foi descrito o uso da associação de Hidroclorotiazida com Besilato de Anlodipino, Nifedipino e Atenolol, sendo, em todos os casos, ressaltada a presença de mal estar. Em relação aos BCC (Anlodipino e Nifedipino), Brasil (2006) destaca a indicação de tais medicamentos somente para pacientes com idade igual ou inferior a 65 anos. Em contrapartida, na pesquisa realizada, o uso de tais medicações em terapia combinada foi referido por V.C.M. e M.L., com respectivas idades de 80 e 82 anos, o que poderá implicar na diminuição da ação farmacológica esperada para o medicamento. 
Além destas, foram referidas combinações terapêuticas de Captopril com Nifedipino e Besilato de Anlodipino. As principais reações adversas causadas por estes dois últimos são: cefalalgia, tontura, rubor facial e edema de extremidades (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Todos os entrevistados em uso de tal terapia relataram presença de mal estar e cansaço físico, o que prejudica o bem estar. Neste tipo de terapia combinada, também ressalta-se a descrição de constantes tosse e dor de garganta por A.C.B.A., branca, 64 anos. Isto é abordado por Victor (2009, p. 518), que afirma: 
O efeito colateral mais comum dos inibidores da ECA é uma tosse seca. Os pacientes podem queixar-se não de uma tosse, mas de ter que limpar a garganta, ou de perda de voz mais tarde no dia. Esses sintomas ocorrem em 3% a 39% dos pacientes [...] e podem ser eliminados com a mudança para um BRA. 
Logo, infere-se que o tratamento para a paciente em questão não está procedendo de forma adequada, sendo que, neste caso, o fármaco Captopril deveria
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ser substituído por um medicamento da classe dos BRA II, como a Losartana Potássica. 
Ainda ocorreram interações de Losartana Potássica com Atenolol e Succinato de Metroprolol. Estes dois últimos medicamentos pertencem à classe dos β-bloqueadores, dos quais a Sociedade Brasileira De Cardiologia; Sociedade Brasileira De Hipertensão; Sociedade Brasileira De Nefrologia, (2010, p 25) afirma que: “Betabloqueadores de primeira e segunda geração podem acarretar também intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de diabetes [...]”. Em uma das entrevistas, D.L.L., branca, 70 anos, relata ser portadora de diabetes mellitus e fazer uso de tal terapia combinada. Tal situação é preocupante, em vista de que, tanto a comorbidade pode ser intensificada devido o tratamento inadequado, quanto o quadro clínico de DVH pode se cronificar devido o mau uso do fármaco.
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6 CONCLUSÃO 
Após o término da pesquisa, foi possível traçar o perfil epidemiológico de pacientes portadores de DVH, levantou-se informações sobre o tratamento farmacológico realizado e a avaliação do mesmo feito pelos entrevistados. Foi demonstrado uma frequência epidemiológica da doença: no biotipo do sexo feminino; na faixa etária de 51 a 70 anos; e em indivíduos de etnia branca, no entanto foi significativa a presença desta patologia em pacientes negros , os quais necessitam de um tratamento farmacológico mais restrito e adequado para atingir os efeitos e eficácia desejados. 
Em relação a avaliação realizada para o tratamentos descrito, verificou-se a utilização de várias drogas pertencentes as classes de anti-hipertensivos, todas com eficácia comprovada pelo relato empírico dos pacientes, sendo que algumas apresentaram efeitos adversos, como o Enalapril e Captopril, por exemplo, e outros não considerados adequados para o biotipo e especificidades de alguns pacientes, adequação esta referida pelas bibliografias consultadas, a exemplo do uso de Captopril com a incidência de tosse, e o uso de um betabloqueador por paciente com diabetes mellitus. 
Por conseguinte, ao analisar o trabalho realizado e os objetivos estabelecidos pelos pesquisadores, concluiu-se que as metas constituídas foram alcançadas. Isto é confirmado em vista de que, através do referencial teórico abordado, resultados obtidos e da discussão construída sobre estes últimos, foi possível traçar qual o perfil epidemiológico predominante entre os portadores de DVH entrevistados, bem com efetivar a análise dos tratamentos farmacológicos descritos por tais pacientes. Deste modo, estabeleceram-se vínculos com as afirmações fornecidas pelas bibliografias consultadas, observando-se que, na prática, determinados aspectos relatados por alguns dos entrevistados não coincidem com os dados apresentados pelos autores nos quais esta pesquisa se embasou, a exemplo do uso de medicamento não estabelecido como primeira escolha para o tratamento farmacológico de um paciente portador de diabetes mellitus, o que, possivelmente, prejudicará a resposta esperada para o tratamento em questão. 
Também foram encontradas dificuldades por parte dos pesquisadores para relacionar bibliografias referentes ao termo Doença Vascular Hipertensiva, e foi observado a necessidade de pesquisas mais sistemáticas e abrangentes sobre o
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tema em questão, bem como a atualização de literaturas que abordem tal patologia com a denominação “hipertensão”, em vista de este termo ser componente do quadro clínico da doença, e não sua denominação mais recente. 
Aos leitores deste trabalho, tal abordagem pode apresentar relevância para vindouras pesquisas sobre a temática abordada, sendo embasada em literaturas fidedignas. Além deste aspecto, encontra-se informações práticas a respeito do tratamento farmacológico para a patologia, as quais podem auxiliar na conscientização de pacientes portadores de DVH a respeito da doença.
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REFERÊNCIAS 
BENOWITZ, N. L. Fármacos Cardiovasculares e Renais. In: KATZUNG, B. G. Farmacologia: Básica & Clínica. 9 ed. Cap. 11. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Hipertensão Arterial Sistêmica, Brasília, DF, n. 37. 2013. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf>. Acesso em: 16 Mar. 2014. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Hipertensão Arterial Sistêmica, Brasília, DF, n. 15. 2006. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad15.pdf >. Acesso em: 16 Mar. 2014. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação de Desenvolvimento de Práticas da Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arterial. Cadernos de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica – HAS e Diabetes mellitus – DM: PROTOCOLO, Brasília, DF, n. 7. 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_06.pdf>. Acesso em: 16 Mar. 2014. 
ESTEVES, A. Sinonímia da Doença Vascular Hipertensiva. Orientação verbal não publicada. 2014. 
MALEATO DE ENALAPRIL: comprimidos. Responsável técnico Alberto Jorge Garcia Guimarães. São Paulo: Biosintética Farmacêutica Ltda., 2007. Bula de remédio. Disponível em: 
<http://www.ache.com.br/Downloads/LeafletText/185/Maleato%20de%20Enalapril.pdf>. Acesso em: 16 Mai. 2014. 
SELOZOK: comprimidos. Responsável técnico Daniela M. Castanho. São Paulo: AstraZeneca, 2013. Bula de remédio. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=9532422013&pIdAnexo=1861191>. Acesso em: 10 Mai. 2014.
30 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. v. 95 (1), Supl. 1, p. 1-51, 2010. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf >. Acesso em: 18 Mar. 2014. 
VICTOR, R. G. Hipertensão Arterial. In: GOLDMAN, L.; AUSIELLO, D. Cecil Medicina. 23 ed. Cap. 66. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
WILLIAMS, G. H. Doença Vascular Hipertensiva. In: KASPER et al. Harrison: Medicina Interna. 15 ed.Cap. 246. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2002.
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APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
“AUTORIZAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS” 
TEMA GERADOR: Processo Saúde-Doença no Ser Humano: da Infância à Terceira Idade 
Esta atividade acadêmica integrada tem como objetivo desenvolver um estudo teórico-prático acerca dessa temática, buscando a integração sócio- acadêmica junto à Comunidade. Convidamos você a participar da pesquisa respondendo um conjunto de perguntas sobre o motivo que o traz a este serviço de saúde, na sua condição de paciente ou responsável, na forma de um formulário. Caso não saiba alguma pergunta ou lhe provoque constrangimento, você tem liberdade para não responder. 
Para evitar a preocupação de que seus dados sejam divulgados, deixamos claro que as informações obtidas serão utilizadas somente para as atividades acadêmicas da 2ª série bloco I do Curso de Enfermagem e que na divulgação dos resultados seu nome não irá aparecer. Sua participação no estudo é muito importante, pois este levantamento possibilitará o conhecimento do perfil das pessoas atendidas nesta Unidade, com agravos diversos. Nesta pesquisa não será feito nenhum procedimento que lhe traga qualquer desconforto ou risco à sua vida. Não há despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Não haverá nenhum pagamento por sua participação. Se você tiver dúvidas e desejar esclarecimentos sobre a pesquisa poderá fazer contato com a Universidade do Estado do Pará - UEPA, pelos telefones 3211-1600/ 3211-1602, contatos: Prof. Amauri Esteves e Prof. João Joaquim Costa. 
Declaro que compreendi as informações que me foram explicadas sobre o estudo em questão, autorizando a aplicação do formulário. Ficou claro que a minha participação não tem despesas nem receberei nenhum tipo de pagamento. Concordo voluntariamente em participar desse estudo. 
Belém, ____/____/____ 
____________________________________________ 
Assinatura do sujeito 
____________________________________________ 
Assinatura do responsável por obter o consentimento
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APÊNDICE B – Roteiro de Entrevista 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CAMPUS IV - ESCOLA DE ENFERMAGEM MAGALHÃES BARATA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
EIXOS TEMÁTICOS: ALTERAÇÕES E REAÇÕES DO ORGANISMO HUMANO/ 
ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 
(2ª Série – Bloco I) 
Instrumento para Registro de Dados 
TEMA: Processo saúde-doença no ser humano: da Infância à Terceira Idade 
EIXO I – PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E CULTURAL 
1) Idade:......................... 2) Sexo:.................................. 3) Bairro................................. 
4) Nacionalidade:..................................... 5) Naturalidade:............................................ 
6) Escolaridade:................................................. 
7) Possui Filhos:................ Quantos:.............. 
Outros (agregados, enteados etc.):.............................. 
 No caso de criança ou adolescente, informar: 
8) Nome do responsável: ........................................................................................................................................ 
9) Possui irmãos? ....................... Quantos? ................................ 
10) Quais os alimentos mais consumidos no seu dia-a-dia? 
 Café da manhã:............................................................................................................ 
 Almoço:........................................................................................................................ 
 Jantar:.......................................................................................................................... 
 Lanches:....................................................................................................................... 
11) Pratica alguma atividade física? Qual(is)? Com que frequência? Qual o tempo dedicado a cada atividade? 
........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................
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12) Faz uso de: 
( ) Álcool ( ) Fumo ( ) Outras drogas 
Caso afirmativo, com que frequência? 
( ) 1 vez por semana 
( ) 2 a 3 vezes por semana 
( ) 4 a 5 vezes por semana 
( ) todos os dias 
EIXO II – PERFIL DESCRITIVO DO AGRAVO 
13) O que o levou a procurar o serviço de saúde? (queixa principal) 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
14) Há quanto tempo já sente esses sinais e sintomas e como foi feito o diagnóstico? (consultas, exames...) 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
15) Como começou essa doença/agravo? (H.D.A.) 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
16) Teve acesso a outro(s) serviço(s) de saúde para tratar deste problema? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
17) Apresenta alguma complicação em relação a este agravo? Se sim, qual(is)? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
18) Qual o tipo de tratamento que realiza? Sente algum mal-estar relacionado ao tratamento? Se sim, qual(is)? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
19) Como ficou sua vida após o seu diagnóstico, no que diz respeito à convivência familiar, sua subjetividade (percepção de si mesmo) e outros aspectos que queira destacar? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................
34 
EIXO III - SERVIÇOS E ACESSO: 
20) Encontrou dificuldades no acesso aos serviços de saúde? Se sim, qual(is)? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
21) Você tem dúvidas sobre a sua doença? 
( ) sim ( ) não 
Você considera que está bem orientado sobre seu tratamento? 
( ) sim ( ) não 
Como você avalia as orientações recebidas? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
22) Como tem acesso aos medicamentos? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
23) Utiliza tratamentos alternativos (chás, massagens, produtos naturais, tratamento psicológico, fisioterapia...)? Se sim, qual (is)? A quanto tempo? Como os conheceu? 
........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 
24) Quando há uma complicação decorrente desta doença, que tipo de auxílio procura? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
25) Quais as suas expectativas em relação ao seu tratamento? 
........................................................................................................................................ 
........................................................................................................................................ 
Discentes: 
Turma:............... Subgrupo:................ 
Local: 
Data:
35 
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde 
Curso de Graduação em Enfermagem 
Av. José Bonifácio, 1298 - Guamá 
66063-010 – Belém/PA 
www.uepa.br

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Análise do perfil epidemiológico de um grupo de pacientes portadores de doença vascular hipertensiva da cidade de belém

  • 1. 0 Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Graduação em Enfermagem Cintia da Silva Moraes Juliana da Costa Santana Mayara Nicodemos da Conceição Sara Maria da Costa Negrão Vilma Regina Ferreira Rodrigues Análise do perfil epidemiológico de um grupo de pacientes portadores de doença vascular hipertensiva da cidade de Belém Belém 2014
  • 2. 1 Cintia da Silva Moraes Juliana da Costa Santana Mayara Nicodemos da Conceição Sara Maria da Costa Negrão Vilma Regina Ferreira Rodrigues Análise do perfil epidemiológico de um grupo de pacientes portadores de doença vascular hipertensiva da cidade de Belém Trabalho avaliativo semestral apresentado como requisito parcial de avaliação das disciplinas da 2ª série/bloco I do Curso de Graduação em Enfermagem. Belém 2014
  • 3. 2 RESUMO A doença vascular hipertensiva é caracterizada por uma elevação constante da pressão sanguínea sistólica e/ou diastólica e acomete milhões de pessoas. Em geral, seu tratamento é baseado em terapias farmacológicas de medicamentos pertencentes a distintas classes de anti-hipertensivos para, assim, reduzir eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares e controlar os níveis pressóricos em uma faixa normal. Este estudo tem como objetivo a análise quantitativa descritiva e qualitativa dos efeitos e da eficácia da terapia medicamentosa adotada por pacientes com doença vascular hipertensiva através do perfil epidemiológico dos mesmos. O método adotado foi a realização de uma entrevista estruturada junto a pacientes portadores de doença vascular hipertensiva de uma unidade de saúde, de determinados domicílios e do local de trabalho dos pesquisadores, de modo a obter informações a respeito da terapêutica adotada pelos mesmos. Foram levados em consideração determinados fatores como idade, gênero, presença de comorbidade ou patologia associada, entre outros. Em geral, verificou-se que a maioria dos indivíduos segue a monoterapia e os demais utilizam a terapêutica combinada, sendo que as drogas anti-hipertensivas mais utilizadas são a Losartana Potássica e a Hidroclorotiazida, e a maioria dos relatos dos entrevistados demonstrou efeitos benéficos, satisfação e melhorias no quadro clínico destes de acordo com a terapia medicamentosa adotada. Dessa forma, verificou-se que, embora o tratamento relatado pelos entrevistados, em geral, esteja de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, há necessidade de acompanhamento periódico dos pacientes portadores de doença vascular hipertensiva pelos profissionais de saúde, a fim de manter o tratamento medicamentoso adequado com o mínimo de efeitos adversos e evitar complicações mais sérias à saúde. Palavras-chave: Doença Vascular Hipertensiva. Classes de anti-hipertensivos. Tratamento farmacológico anti-hipertensivo.
  • 4. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO 5 2.1 ASPECTOS GERAIS 5 2.2 FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS 6 2.2.1 Diuréticos 7 2.2.2 Betabloqueadores 8 2.2.3 Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina 10 2.2.4 Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II 11 2.2.5 Bloqueadores dos Canais de Cálcio 12 2.3 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 13 2.3.1 Escolha Terapêutica 13 2.3.2 Monoterapia 14 2.3.3 Terapêutica Combinada 14 3 MÉTODO 16 3.1 LOCAIS 16 3.2 PARTICIPANTES 16 3.3 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 16 3.4 PROCEDIMENTOS 17 3.4.1 Procedimentos de Coleta 17 3.4.2 Procedimentos de Análise 17 4 RESULTADOS 18 5 DISCUSSÃO 23 6 CONCLUSÃO 27 REFERÊNCIAS 29 APÊNDICE A 31 APÊNDICE B 32
  • 5. 4 1 INTRODUÇÃO A Doença Vascular Hipertensiva (DVH) é uma condição clínica que é caracterizada pela elevação dos valores normais da pressão sanguínea sistólica e/ou diastólica que são de 120 mmHg e 80 mmHg, respectivamente. Uma vez que um indivíduo apresenta o quadro clínico da DVH, é necessário estabelecer um tratamento farmacológico para, possivelmente, diminuir o alto índice de morbidade e mortalidade cardiovasculares, sendo este o objetivo primordial, assim como manter os níveis pressóricos controlados, decorrentes da patologia em questão. (BRASIL, 2013, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009; ESTEVES, 2014). Dessa maneira, é necessário levar em consideração determinados fatores, como a idade, o gênero, a presença de comorbidade ou patologia associada, dentre outros, os quais influenciam na necessidade de adotar medidas não farmacológicas ou de estabelecer uma terapêutica medicamentosa de acordo com os mecanismos de ação específicos das classes anti-hipertensiva (BRASIL, 2013, 2006). Deste modo, verificam-se dois tipos de terapia: a monoterapia e a terapêutica combinada (BRASIL, 2006; VICTOR, 2009). Com isso, foram analisados determinados fatores que influenciam na escolha das drogas anti-hipertensivas, sendo estas de suma importância para a análise da eficácia terapêutica em questão. Em vista das problemáticas reveladas através dos resultados obtidos, o presente artigo visa analisar qualitativa e quantitativamente os aspectos referentes ao perfil epidemiológico e tratamento farmacológico da DVH relatados pelos entrevistados no curso desta pesquisa. A referida análise busca abordar diversas características do tratamento em questão, como a sua adequação e eficácia quanto à idade, gênero, etnia, categoria de terapia farmacológica realizada, dentre outros aspectos. Dessa forma, busca-se definir quais motivos levaram os pacientes à procura pelo tratamento da patologia estudada, se o tratamento farmacológico realizado pelos indivíduos analisados está de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, adequados para o biotipo e especificidades de cada portador de DVH, e se este tratamento tem apresentado eficácia, levando-se em consideração os efeitos adversos e melhoras do quadro clínico relatados.
  • 6. 5 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ASPECTOS GERAIS A Doença Vascular Hipertensiva (DVH) é uma condição clínica caracterizada pela elevação da pressão sanguínea sistólica e/ou da pressão sanguínea diastólica, que, quando em estado normal, apresentam valor de 120 mmHg e 80 mmHg, respectivamente. Consequentemente, este quadro clínico apresenta a hipertensão arterial como principal sinal da doença, embora, na maioria dos casos, esta se apresenta assintomática, sendo considerada uma assassina silenciosa. Esta também pode implicar, geralmente, em determinadas manifestações patológicas por alterações na fisiologia e/ou metabolismo dos sistemas envolvidos na regulação da pressão sanguínea nas artérias, e desencadear processos patológicos secundários (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002; VICTOR, 2009; ESTEVES, 2014). É uma doença considerada comum entre os países desenvolvidos que acomete milhões de pessoas de distintas faixas etárias, sendo prevalente em indivíduos acima de sessenta e cinco anos de idade. De acordo com inquéritos populacionais em cidades do Brasil, nos últimos vinte anos a DVH teve uma prevalência de 35,8% no gênero masculino e de 30% no gênero feminino, sendo que nas mulheres há uma relação com a idade em que, com as alterações hormonais da menopausa, é registrado um aumento de casos da doença nestas, em geral, após os 50 anos de idade (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002). Dessa maneira, Victor (2009, p. 507) acrescenta: Antes de 50 anos de idade, a prevalência de hipertensão é um pouco mais baixa em mulheres que em homens, sugerindo um efeito protetor de estrogênio. Após a menopausa, a prevalência de hipertensão aumenta rapidamente em mulheres e excede aquela em homens. A Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Hipertensão, Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010), acrescenta que a DVH é mais frequente em pessoas que não são de etnia branca, e Brasil (2013, p. 60) ressalta que “Na
  • 7. 6 população negra, a prevalência e a gravidade da hipertensão é maior, o que pode estar relacionado a fatores étnicos e/ou socioeconômicos. [...].”. A DVH pode ser classificada de acordo com os níveis da pressão sistólica e da pressão diastólica, que são de suma importância para a avaliação e continuidade do atendimento ao paciente. Esta classificação é dividida em estágios, são eles: Hipertensão estágio I, com níveis tensionais de 140-159/90-99 mmHg; Hipertensão estágio II, com 160-179/100-109 mmHg; e Hipertensão estágio III, com pressão arterial maior ou igual a 180/110 mmHg (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Uma vez que um indivíduo apresenta o quadro clínico da DVH, é necessário estabelecer um tratamento adequado para reduzir possíveis eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares e manter os níveis pressóricos controlados, sendo necessária a verificação de fatores condicionais, como idade, gênero, etnia, presença de comorbidades entre outros, que influenciam na escolha terapêutica. Em alguns casos, pacientes portadores de DVH conseguem regular a pressão sanguínea com a adoção de medidas não farmacológicas, porém, na maioria dos casos, é adotado o tratamento farmacológico que consiste no uso de fármacos anti- hipertensivos (BRASIL, 2006, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). 2.2 FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS Os fármacos anti-hipertensivos atuam nos locais anatômicos do organismo que estão relacionados com a elevação da pressão sanguínea, de modo a estabelecer um mecanismo de ação regulatório da pressão sistólica e diastólica para que os níveis pressóricos sejam inferiores a 140/90 mmHg e, em situações específicas, valores inferiores a 130/85 mmHg. Além disso, eles são, primordialmente, utilizados para reduzir possíveis eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Esses fármacos possuem mecanismos de ação específicos e, dessa maneira, pertencem a distintas classes de anti-hipertensivos, que são: diuréticos;
  • 8. 7 inibidores adrenérgicos (ação central, betabloqueadores e alfabloqueadores); inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA); bloqueadores dos receptores AT1 da Angiotensina II (BRA II); bloqueadores dos canais de cálcio (BCC); vasodilatadores diretos; e inibidores diretos da renina (BENOWITZ, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009; WILLIAMS, 2002). A seguir, há a relação característica apenas das classes dos diuréticos, betabloqueadores, inibidores da ECA, BRA II e dos BCC. 2.2.1 Diuréticos Os diuréticos são medicamentos antigos, com preços relativamente mais acessíveis e, em geral, apresentam-se como escolha inicial para o tratamento anti- hipertensivo. Seu mecanismo de ação é a depleção de sódio corporal que promove uma diminuição do volume extracelular e, consequentemente, redução do débito cardíaco (BRASIL, 2006, 2001; BENOWITZ, 2005; VICTOR, 2009; WILLIAMS, 2002). Eles apresentam uma boa resposta ao exercerem efeitos vasodilatadores diretos, por isso, são amplamente utilizados como fármacos de primeira escolha no tratamento anti-hipertensivo, sejam associados ou não a outros medicamentos, pois estudos recentes demonstraram que o uso destas drogas tem reduzido morbidades e mortalidades cardiovasculares em diversas condições, como idade, gênero, etnia, presença de comorbidades entre outras com o uso destas drogas (BENOWITZ, 2005; BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002). Segundo Brasil (2010), os diuréticos e os BCC, não sendo contraindicados, são as classes mais eficientes racionalmente para o tratamento da DVH em população negra (apud BRASIL 2013). Os diuréticos são subdivididos em: tiazídicos, diuréticos de alça e diuréticos poupadores de potássio. Os mais utilizados são os diuréticos tiazídicos, pois apresentam uma longa meia-vida, que favorece uma ação prolongada no organismo e reduz a necessidade de altas doses, visto que é mais eficiente um tratamento com baixas doses. Na monoterapia, os diuréticos e os BCC são mais potentes que os inibidores da ECA e os BRA II, particularmente, em indivíduos de etnia negra, porém
  • 9. 8 os dois últimos potencializam os efeitos destes primeiros quando são associados (BENOWITZ, 2005; VICTOR, 2009). A hidroclorotiazida é um diurético tiazídico amplamente utilizado e apresenta-se eficaz no tratamento anti-hipertensivo, principalmente, em pacientes portadores de DVH: sem comprometimento renal; maiores de 55 anos ou de etnia negra em qualquer faixa etária; com hipertensão estágio I da DVH. Este medicamento é recomendado como droga inicial, pois promove reação compensatória reflexa com ação prolongada no organismo (BRASIL, 2001, 2006, 2013). Segundo Brasil (2001), estudos recentes tem demonstrado uma menor excreção urinária de cálcio em pacientes portadores de DVH com o uso da hidroclorotiazida, sendo este um possível fator para a redução de fraturas em idosos. Esta droga apresenta-se na forma de comprimido com dose diária recomendada de 12,5 - 50 mg sendo 24 horas o intervalo de dose (BRASIL, 2006). Os principais efeitos adversos dos diuréticos são: hipopotassemia (por vezes seguida de hipomagnesemia), hiperuricemia, intolerância à glicose, que gera um alto risco de desenvolvimento do quadro clínico inicial do diabetes mellitus, além do aumento de triglicérides (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). Benowitz (2005) ressalta que estes efeitos são minimizados com a utilização de baixa dose e sem o comprometimento da ação dos diuréticos no organismo. 2.2.2 Betabloqueadores Os betabloqueadores são drogas que bloqueiam os receptores beta das catecolaminas, com isso, reduzem a frequência cardíaca, o débito cardíaco e a síntese de renina no organismo. O uso destes é indicado em indivíduos com idade inferior a sessenta anos de idade, pois não têm sido documentadas reduções relevantes dos casos de morbimortalidades em pessoas em faixa superior a esta (BRASIL, 2001; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; WILLIAMS, 2002). Estes também são indicados a pessoas que não apresentam comorbidade ou patologia associada, pois no caso do diabetes mellitus, por exemplo, os
  • 10. 9 betabloqueadores de primeira e segunda geração, como o propranolol e atenolol, respectivamente, podem causar intolerância à glicose, o que acarreta em uma complicação desta patologia associada a DVH, entretanto, as drogas de terceira geração, como o carvedilol, possuem ação neutra não apresentando o efeito adverso citado anteriormente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). Apesar de serem protocolados pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) e reduzir eventos de morbidade e mortalidade cardiovasculares, o seu uso, em determinados casos, nem sempre é recomendado como droga de primeira linha para o tratamento anti-hipertensivo. Isto se deve ao fato da revisão sistemática da Cochrane com treze ensaios clínicos randomizados ter demonstrado pouco efeito farmacológico dos betabloqueadores em reduzir casos de acidente vascular encefálico (AVE) e de doenças coronarianas, e pouca eficácia comparados à classe dos diuréticos tiazídicos, inibidores da ECA e BCC (apud BRASIL, 2013; VICTOR, 2009). Entretanto, segundo Khan e Mcalister (2006), há relatos de algumas evidências em que o uso dos betabloqueadores tem sido benéfico em reduzir casos de morbimortalidades cardiovasculares em populações jovens (apud BRASIL, 2013). Nesta classe, há o uso do atenolol e do succinato de metoprolol como alguns dos medicamentos utilizados no tratamento farmacológico da DVH, sendo que ambos são drogas de segunda geração e de caráter seletivo, e o último, segundo estudos recentes, tem apresentado eficácia em reduzir casos de morbidade e mortalidade cardiovasculares, independente de faixa etária, em pessoas com insuficiência cardíaca associada a DVH. O uso destes é contraindicado em indivíduos com asma brônquica, doença pulmonar obstrutiva crônica ou com bloqueio atrioventricular e, segundo Williams (2002), também não é indicado a pessoas diabéticas (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). A dose mínima e dose máxima recomendada, respectivamente, para administração do atenolol é de 25 mg e 100 mg, e a do succinato de metoprolol é de 25 - 50 mg e 200 mg (BRASIL, 2013). Quando estes são administrados em doses baixas, há uma maior seletividade sobre os receptores β1 em relação aos β2. Recentes meta-análises sugeriram que o uso do atenolol não é tão eficaz em reduzir
  • 11. 10 processos patológicos cardiovasculares quando comparado ao das outras classes de anti-hipertensivos (BRASIL, 2013; VICTOR, 2009). De acordo com Castanho (2013), o uso do succinato de metoprolol em homens com DVH de leve a moderada tem demonstrado uma redução do risco de doenças de origem cardiovascular, e tem apresentado redução da pressão sanguínea sistólica e/ou diastólica em homens e mulheres tanto na posição supina quanto na ortostática. Os principais efeitos adversos desta classe são: broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 2.2.3 Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina Os inibidores da ECA são drogas eficazes em reduzir casos de morbidade e mortalidade cardiovasculares e atuam sobre o sistema renina-angiotensina de modo a promover o bloqueio da conversão da angiotensina I em angiotensina II, que é um potente vasoconstritor, no sangue e nos tecidos. São eficientes no tratamento de pacientes portadores de DVH com insuficiência cardíaca ou com infarto do miocárdio, e apresentam eficácia em prevenção secundária a casos de AVE (BENOWITZ, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009; WILLIAMS, 2002). O uso dos inibidores da ECA, BRA II e dos BCC é recomendado para pessoas que apresentam quadro clínico de diabetes mellitus, sendo que eles podem ser associados ou utilizados em monoterapia. Os inibidores da ECA se apresentam como um medicamento protetor renal, pois, com a utilização destes, há a ocorrência de uma diminuição intra-glomerular, o que acarreta em um bom funcionamento renal. O uso destes é contraindicado na gravidez devido a uma possível má formação fetal (BRASIL, 2013, 2001; BENOWITZ, 2005; VICTOR, 2009). O Captopril é uma das drogas mais utilizadas dentre os inibidores da ECA e se mostra eficaz na redução da pressão arterial. Ele se apresenta na forma de comprimido com doses variáveis de 80 - 320 mg, 12,5 - 150 mg e 5 - 40 mg sendo o intervalo destas de 6 - 12 horas e 12 - 24. Um fato um pouco preocupante, é a tosse seca como um dos efeitos adversos deste medicamento que, na maioria dos casos,
  • 12. 11 é relatado pelos pacientes com DVH, que, em alguns casos, chegam a abandonar o tratamento devido a este efeito (BRASIL, 2006, 2013). O maleato de Enalapril é outro exemplo dentre as drogas desta classe. Este apresenta efeitos benéficos em indivíduos com insuficiência cardíaca ao melhorar a função do coração, e promove hipotensão tanto na posição supina quanto na posição ortostática, entretanto, o uso deste é contraindicado na gravidez. Em geral, os efeitos adversos são a cefalalgia, cansaço entre outros, sendo contraindicados na gravidez (GUIMARÃES, 2007). Os principais efeitos adversos dos inibidores da ECA, de um modo geral, são: tosse seca, alteração de paladar, e, raramente, casos de hipersensibilidade, com erupção e angioedema cutâneo (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). 2.2.4 Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II Os bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II são drogas que atuam sobre o sistema renina-angiotensina, e têm como mecanismo de ação o bloqueio de forma específica dos receptores da angiotensina II de modo a evitar a ação vasoconstritor favorecendo, assim, a redução da pressão arterial (BENOWITZ 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; VICTOR, 2009). Esta classe, quanto ao mecanismo de ação, apresenta-se mais seletiva que os inibidores da ECA visto que a ação da angiotensina II é impedida pelos BRA II, o que não ocorre necessariamente com a segunda classe visto que a ECA não é o único mecanismo que promove a síntese de angiotensina II (BENOWITZ, 2005). Os BRA II também possuem efeitos benéficos em reduzir morbidade e mortalidade cardiovasculares, são eficazes em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e são úteis em prevenir AVE (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Dentre os fármacos desta classe, observa-se o losartan e o valsartan como um dos primeiros bloqueadores comercializados, sendo que o primeiro apresenta uma pequena meia-vida, com dose inicial sugerida de 50 mg/dia e, em casos de
  • 13. 12 insuficiência renal moderada, a redução da dose não é necessária. Além destes fármacos, observa-se o uso de outros medicamentos como o candesartan, telmisartan entre outros, sendo que estes foram recentemente aprovados e apresentam ação semelhante aos do losartan e do valsartan (BENOWITZ, 2005). As principais reações adversas são: tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; BRASIL, 2013). 2.2.5 Bloqueadores dos Canais de Cálcio Os bloqueadores dos canais de cálcio têm como mecanismo de ação o bloqueio da abertura dos canais de cálcio que são ativados pela voltagem do tipo L, o que inibe o influxo de cálcio nas células musculares lisas dos vasos sanguíneos. Dessa forma ocorre a dilatação das arteríolas periféricas que desencadeia na redução da resistência vascular periférica pelo fato da baixa concentração de cálcio nessas células, e, logo, há a diminuição da pressão arterial até a normalidade (VICTOR, 2009; BENOWITZ, 2005; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Esta classe é eficaz em reduzir casos de morbidade e de mortalidade por patologias cardiovasculares, e, de acordo com Lip e Beevers (1998), em tratamento terapêutico combinado, esta pode ser associada com as classes dos betabloqueadores, dos inibidores da ECA ou dos BRA II (apud BRASIL, 2013). Os BCC são subdivididos em três classes: fenilalquilaminas; benzotiazepinas ou benzotiazepínicos; e as diidropiridinas. Segundo Victor (2009), as diidropiridinas de ação curta não devem ser utilizadas por pacientes portadores de DVH em tratamento, pois ao gerarem ativação simpática reflexa, estas podem conduzir a um: quadro isquêmico miocárdico, infarto, AVE e, possivelmente, até à morte. Dessa maneira, é preferível as drogas que são de duração longa. O uso de drogas desta classe é contraindicado na gravidez, exceto se for extremamente necessário e não houver outro medicamento que possa ser indicado (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010).
  • 14. 13 Nesta classe, verifica-se a utilização, em geral, de drogas diidropiridínicas como o besilato de anlodipino, nifedipino, felodipino dentre outras, sendo que estas atuam como um potente vasodilatador, o que contribui para o controle dos níveis pressóricos. Os efeitos adversos gerados pelos BCC são: cefalalgia,tontura, rubor facial e edema de extremidades, sobretudo maleolar (BRASIL, 2013; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 2.3 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO O objetivo primordial do tratamento anti-hipertensivo é reduzir os eventos de morbidade e mortalidade de origem cardiovascular, além de controlar os níveis pressóricos. Na maioria dos casos, o método não farmacológico não é suficiente para reduzir a pressão arterial até a normalidade e, com isso, é iniciado um tratamento medicamentoso em que serão avaliados os fármacos anti-hipertensivos que melhor se enquadram para o controle da DVH (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010; BRASIL, 2006). 2.3.1 Escolha Terapêutica A escolha terapêutica deve consistir na utilização de qualquer medicamento anti-hipertensivo comercializado de modo que contenha as indicações e contraindicações específicas, e fornecer um tratamento adequado ao paciente com DVH. Dessa maneira, é necessário que o profissional de saúde atente para os fatores que influenciam na escolha do medicamento a ser utilizado pelo paciente, sendo que os efeitos adversos devem ser mínimos. Para isso, leva-se em consideração o estágio da DVH em que o paciente se enquadra, se a pessoa apresenta comorbidade associada, o histórico familiar, a idade, o gênero, a etnia entre outros fatores. Além disso, é necessário que o profissional de saúde oriente o paciente sobre a importância do tratamento, dos efeitos adversos dos medicamentos, em aderir fielmente a terapêutica adotada entre outras orientações (BRASIL, 2013, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010).
  • 15. 14 2.3.2 Monoterapia A monoterapia, geralmente, caracteriza-se como estratégia inicial para pacientes com hipertensão estágio I e que apresentam um risco cardiovascular baixo ou moderado. Este tratamento consiste na utilização de um medicamento individualizado e que deve estar baseado nos seguintes elementos: ser eficaz em reduzir casos de morbidade e de mortalidade cardiovasculares; seja seguro e atue no mecanismo fisiopatogênico presente no paciente; e ser adequado às características individuais e condições socioeconômicas dos pacientes (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). O Ministério da Saúde recomenda que a escolha inicial seja de um diurético tiazídico e, quando em situações específicas, é indicado o uso ou de um betabloqueador, BCC, inibidores da ECA ou BRA II. Caso a terapêutica adotada não venha reduzir a pressão arterial, três situações podem ocorrer: a dose deve ser aumentada; o medicamento é substituído por outro; ou deve ser associado dois ou mais medicamentos, caracterizando a terapêutica combinada (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). 2.3.3 Terapêutica Combinada Quando a monoterapia não alcança o objetivo de reduzir os níveis pressóricos ou se o paciente com DVH apresenta fatores condicionais em que é necessária a associação de dois ou mais medicamentos, o tratamento adotado é conhecido como terapêutica combinada. Geralmente, esta terapêutica é recomendada a pacientes que: possuem alto risco cardiovascular; são diabéticos; ou apresentam quadro clínico de doença renal crônica dentre outras alterações patológicas (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). O ministério da Saúde recomenda que os anti-hipertensivos associados entre si não devem ser de ações semelhantes, com exceção dos diuréticos tiazídicos e diuréticos poupadores de potássio. Dessa forma, as associações fixas consideradas eficazes são diuréticos associados com: diuréticos de ações distintas; betabloqueadores; inibidores da ECA; BRA II; e BCC. Também ocorre a associação
  • 16. 15 de BCC com: betabloqueadores; inibidores da ECA; e BRA II (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Dessa forma, este trabalho visa analisar o perfil epidemiológico de um grupo de pacientes portadores de DVH da cidade de Belém submetido ao presente instrumento de estudo, levando em consideração os efeitos e eficácia do tratamento medicamentoso relatados pelos mesmos.
  • 17. 16 3 MÉTODO 3.1 LOCAIS A pesquisa em questão foi realizada através da aplicação de roteiro de entrevista em uma unidade de saúde vinculada a Universidade do Estado do Pará, localizada em um bairro de classe média na cidade de Belém; em domicílios, campus universitário e local de trabalho dos pesquisadores. Na referida unidade de saúde, os entrevistados estavam no consultório de enfermagem do setor de radioterapia, onde se encontravam sentados, descansados e aguardando a anamnese. Nos domicílios, no campus universitário e no local de trabalho dos pesquisadores os entrevistados, do mesmo modo, apresentavam-se bem acomodados. 3.2 PARTICIPANTES Os entrevistados nesta pesquisa eram tanto do sexo masculino, quanto do sexo feminino, ocorrendo a prevalência deste último. Foram entrevistadas vinte pessoas, das quais, cinco eram homens inclusos na faixa etária de 39 a 84 anos e quinze eram mulheres, na faixa de 45 a 82 anos. A participação foi de caráter voluntário, na qual ficou esclarecido que a identidade dos mesmos seria preservada. De igual modo, 100% dos pacientes submetidos ao roteiro de entrevistas apresentavam quadro clínico da DVH, estando em processo de tratamento. 3.3 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS Como objetos de suporte para esta pesquisa, foram utilizados: termo de consentimento livre e esclarecido, juntamente com um roteiro de entrevista, ambos impressos em papel A4; lápis e lapiseiras, bem como canetas esferográficas em cor azul ou preta. O termo e o roteiro em questão foram formulados pelos docentes da Universidade do Estado do Pará, os quais ministram disciplinas à turma da 2ª série/bloco I, turno manhã; sendo, previamente, aprovados pelo Comitê de Ética da referida instituição. Os instrumentos aplicados foram de caráter inespecífico, não exclusivo para DVH, sendo também utilizados por outros discentes da mesma série.
  • 18. 17 3.4 PROCEDIMENTOS Os procedimentos realizados se desmembraram em duas etapas: a inicial, na qual foram coletados os dados para a pesquisa mediante o roteiro de entrevista; e a de análise dos referidos dados. 3.4.1 Procedimentos de Coleta Os procedimentos de coleta foram realizados nos meses de março e maio de 2014, procedendo da seguinte forma: uma visita à unidade de saúde, na qual foram selecionados somente pacientes portadores de DVH, os quais aguardavam atendimento; e dez visitas em outras localidades, sendo em residências (8); campus universitário (1) e local de trabalho (1) dos pesquisadores, sendo que, nestes três últimos, os entrevistados selecionados apresentavam diagnóstico fechado de DVH. As entrevistas foram conduzidas pelos pesquisadores, sendo primeiramente exposto o termo de consentimento livre e esclarecido, o qual era assinado por espontânea vontade pelo participante após o completo entendimento do documento. As questões levantadas eram formuladas através da livre adaptação do conteúdo do roteiro de entrevistas, e o registro das respostas foi adaptado. Vale ressaltar que, durante a entrevista dos participantes, os pesquisadores interrogaram a respeito da autodeclaração étnica de cada um. 3.4.2 Procedimentos de Análise A pesquisa realizada apresentou-se de caráter misto, na qual os dados encontrados foram classificados e categorizados. Quanto à classificação, os participantes foram divididos em diversos grupos relacionados a determinados fatores como idade, gênero, etnia dentre outros. Depois, foram divididos em duas categorias relacionados ao tipo de tratamento adotado, sendo estas: pacientes que adotam a monoterapia e pacientes que utilizam outros fármacos com terapêutica combinada, sendo estes aspectos de caráter quantitativo descritivo. Também foi analisada a eficácia do tratamento farmacológico adotado pelos entrevistados, de acordo com a qualidade de vida relatada pelos mesmos, sendo, dessa maneira, de caráter qualitativo.
  • 19. 18 4 RESULTADOS Os indivíduos entrevistados foram divididos em faixas etárias intercaladas: a faixa I corresponde dos 31 a 50 anos; a faixa II é dos 51 a 70 anos; e a faixa III é dos 71 a 90 anos (Tabela 1). Dentre eles, observou-se a prevalência de mulheres com DVH em relação aos homens, sendo que no público feminino houve uma maior incidência da doença na faixa II, e no gênero masculino ocorreu na faixa I. Tabela 1: Prevalência da DVH nos homens e nas mulheres em distinta faixa etária. Faixa Etária Homens Mulheres Total (%) Faixa I (31 - 50 anos) 3 4 35 Faixa II (51 - 70 anos) 1 7 40 Faixa III (71 - 90 anos) 1 4 25 Outra característica relevante foi o levantamento de dados relacionados com a autodeclaração étnica de cada entrevistado e, dessa forma, verificou-se a existência de três grupos: brancos, pardos e negros (Tabela 2). Dentre os vinte, 45% eram de etnia branca, 35% de etnia negra e 25% de etnia parda. Tabela 2: Classificação de pessoas com DVH quanto a etnia Etnia Homem Mulher Total (%) Branca 2 7 45 Negra 1 5 30 Parda 2 3 25 Quanto a causa ou queixa principal, que foi determinante em conduzir os indivíduos de forma a procurarem o serviço de saúde, para o diagnóstico da DVH, observou-se que: 50% destes relataram sentir algum mal estar; 35 % foram casos de acidente vascular encefálico (AVE); 10 % realizaram exames de rotina; e um indivíduo (5%) relatou sentir intensa e frequente cefalalgia (Tabela 3). As mulheres da faixa I apresentaram apenas mal estar e, juntamente com as da faixa II, representam 80% destes casos, sendo que, destas últimas, uma (7%) possui quadro clínico de depressão. Dentre os homens, apenas um (20%)
  • 20. 19 apresentou esta queixa, sendo este da faixa I. E em menor incidência estão as mulheres da faixa III. Em relação aos que sofreram AVE, foram relatados: 57% dos casos em mulheres, com predominância nas da faixa III, sendo que dessas, uma (7%) apresentou como consequência a dislalia e hemiplegia esquerda e uma (7%) apresenta quadro clínico do diabetes mellitus tipo I; e 43% dos casos em homens, sem haver prevalência por faixa etária. Representando a minoria das causas ou queixas principais relatadas, apenas 10%, dentre as vinte pessoas com DVH, informaram ter diagnosticado a doença ao realizar exames rotineiros, sendo que estes também apresentam o quadro clínico do diabetes mellitus tipo II e são de etnia negra, e uma pessoa (5%) diagnosticou a doença ao procurar o serviço de saúde devido a uma frequente e intensa cefalalgia. Tabela 3: Causa ou queixa principal determinante para o acesso ao serviço de saúde pelos pacientes com DVH. Causa ou queixa principal Homens Mulheres Total (%) Acidente Vascular Encefálico (AVE) 3 4 35 Cefalalgia – 1 5 Exames de rotina 1 1 10 Mal estar 1 9 50 Quanto ao tipo de tratamento farmacológico adotado pelos entrevistados, observou-se que 55% utilizam a monoterapia e 45% seguem uma terapêutica combinada. De um modo geral, a Losartana Potássica e a Hidroclorotiazida são as drogas mais utilizados no tratamento, sendo que o uso do primeiro é predominante em ambas as terapias, já o segundo é frequente em associações com outros medicamentos anti-hipertensivos e é utilizado por quatro (66,7%) indivíduos dentre as pessoas de etnia negra e por dois (28,5%) dentre as de etnia branca. Dentre os que utilizam o tratamento monoterápico, verificou-se que: 45,5% são a maioria das pessoas que sofreram AVE; 36,5% são algumas das que diagnosticaram a DVH ao procurarem o serviço de saúde por sentirem algum mal estar; e 18% são os que relataram ter diagnosticado a doença ao realizarem exames de rotina.
  • 21. 20 Os indivíduos que realizam a monoterapia relataram o uso de várias drogas pertencentes a determinadas classes de anti-hipertensivos (Quadro 1), sendo que 36,5% utilizam a Losartana Potássica, dos quais 50% são pessoas que sofreram AVE e 50% são os que realizaram exame de rotina. Logo abaixo, observa-se o percentual da utilização dos demais fármacos pelos indivíduos em tratamento monoterápico (Tabela 4). Quadro 1: Medicamentos anti-hipertensivos adotados na monoterapia dos indivíduos com DVH e suas respectivas classes. Classes de anti-hipertensivos Medicamentos Betabloqueadores Atenolol Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina Captopril Enalapril Diuréticos Tiazídicos Hidroclorotiazida Bloqueadores dos Receptores AT1 da Angiotensina II Losartana Potássica Micardis® (telmisartana) Combinação medicamentosa (BRA II + BCC) ATACAND® Comb (candesartana cilexetila + felodipino) Tabela 4: Distribuição percentual dos medicamentos anti-hipertensivos utilizados pelos indivíduos em tratamento monoterápico. Medicamentos Quantidade de pessoas (%) Atenolol 9 Captopril 9 Enalapril 9 Hidroclorotiazida 9 Losartana Potássica 36,5 Micardis® 18,1 ATACAND® Comb 9 Dentre os que utilizam a terapêutica combinada, observou-se que: 66,5% é a maioria dos indivíduos que procuraram o serviço de saúde por sentirem algum mal estar; 22,5% são alguns dos que sofreram AVE; e 11% são os que relataram uma
  • 22. 21 frequente e intensa cefalalgia como queixa principal ao procurarem o serviço de saúde. Dentre as associações utilizadas pelos indivíduos que seguem uma terapêutica combinada, observou-se que a maioria destas é entre a classe anti- hipertensiva dos bloqueadores dos canais de cálcio com outras classes. Entretanto, as drogas mais associadas foram a Losartana Potássica e a Hidroclorotiazida, sendo que estas são adotadas em 50% das associações relatadas (Quadro 2). Dentre as pessoas que sofreram AVE, observou-se que a associação utilizada pelo indivíduo que apresenta diabetes mellitus tipo I é a da Losartana Potássica + Selozok®, sendo esta uma combinação de BRA II + Betabloqueador. Quadro 2: Associações de medicamentos anti-hipertensivos utilizados por indivíduos com DVH em tratamento terapêutico combinado. Combinações de anti-hipertensivos Besilato de anlodipino + Captopril Nifedipino + Captopril Nifedipino + Losartana Potássica + Hidroclorotiazida Nifedipino + Atenolol + Hidroclorotiazida Cordarex (besilato de anlodipino) + Hidroclorotiazida Atenolol + Losartana Potássica Selozok® (succinato de metoprolol) + Losartana Potássica Losartana Potássica + Hidroclorotiazida Dentre os vinte entrevistados, 85% afirmaram não ter dúvidas a respeito da DVH e consideram ser bem orientados pelos profissionais da área da saúde, e 15% relataram que não foram bem orientados e apresentam dúvidas quanto a doença. Outro fato relevante observado, é que, dentre estes, 55% adquirem os medicamentos anti-hipertensivos por custeio próprio, 30% em postos de saúde e 15% pelo programa farmácia popular. Em relação a subjetividade e convivência familiar dos entrevistados verificadas após o início do tratamento farmacológico da DVH: 40% relataram melhoras, como qualidade na dieta realizada, bem estar pessoal, apoio familiar entre outros, sendo estes predominantemente da faixa I; 40% descreveram não ter
  • 23. 22 ocorrido alterações, sendo estes, em geral, da faixa III; e 20% relataram aflições e angústia devido as consequências da doença, como ter que usar cadeiras de rodas, sentir-se limitado e cansado entre outras, com predominância desta categoria em pessoas da faixa II.
  • 24. 23 5 DISCUSSÃO Em relação a faixa etária observada nos estudos, constatou-se nos entrevistados a maior prevalência de DVH na faixa II, ratificando o que menciona a Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia (2010),onde afirma-se que 60% dos pacientes que são hipertensos estão na faixa etária acima de 65 anos. No levantamento de dados por grupo étnico foi constatado que 45% dos entrevistados eram de etnia branca, sendo este os mais frequentes, o que diverge da bibliografia consultada, pois de acordo com Brasil (2013) há uma prevalência da DVH em indivíduos de etnia negra. Isto pode estar relacionado ao fato deste estudo analisar apenas um grupo de pessoas em tratamento anti-hipertensivo que foi selecionado de forma aleatória. Em relação ao gênero, foi constatada maior frequência de mulheres portadoras de DVH em relação aos homens, sendo estas, em geral, da faixa II, estando de acordo com Victor (2009), onde este ressalta que antes dos 50 anos a incidência da doença nas mulheres é menor, devido este efeito estar, possivelmente, ligado ao hormônio feminino estrógeno, e após a menopausa observa-se o aumento da quantidade de mulheres com DVH em relação aos homens. No levantamento de dados coletados para a causa ou queixa principal que levaram os entrevistados a recorrerem ao serviço de saúde, foi observado que, 50% apresentaram mal estar e 35% sofreram AVE. Essas causas podem estar relacionadas ao fato da doença, na maioria dos casos, ser assintomática, pois, segundo Victor (2009) a DVH é denominada assassina silenciosa por não apresentar sinais e/ou sintomas, em geral, e gradativamente ocorrem lesões nos vasos sanguíneos que culminam em complicações mais sérias à saúde. Levando em consideração o tratamento farmacológico, observou-se a aplicabilidade dos dois tipos de terapia: a monoterapia e a terapia combinada. Quanto à primeira, foi relatado o uso de Losartana Potássica (BRA II), Hidroclorotiazida (diurético), Captopril (IECA), Enalapril (IECA), Micardis® (BRA II), Atenolol (β - bloqueador) e ATACAND Comb® (BRAII + BCC). Segundo Brasil (2013), a Hidroclorotiazida, classificada como diurético tiazídico, tem uso indicado de maneira favorável em pessoas de etnia negra, idosos e pacientes em quadro clínico de pós - AVE, o que foi reafirmado no caso da entrevistada T.M.P., negra, 71 anos, que já sofreu a incidência de AVE, e relata
  • 25. 24 melhorias em seu bem estar e ausência de efeitos adversos perceptíveis com o uso do fármaco. Em continuidade, Captopril e Enalapril (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010) são indicados em incidência de comorbidades associadas, a exemplo das cardiopatias e diabetes mellitus. No entanto, estas drogas podem causar efeitos adversos, como a tosse seca, o angioedema, dentre outros. Em vista disso, E.M., branco, 49 anos, em quadro clínico pós – AVE e cardiopata, descreve efeitos positivos do tratamento com Captopril, sem a incidência de efeitos adversos. Já M.N.C, parda, 53 anos, diabética, em tratamento monoterápico com Enalapril, refere mal estar com o uso do medicamento. Dessa maneira, observa-se que os fármacos da classe dos IECA possuem eficácia comprovada, bem como a possibilidade de incidência de efeitos adversos. Tratando-se do Atenolol, observa-se a indicação para pacientes com idade inferiores a 60 anos, não portadores de comorbidades associadas. É contraindicado para portadores de diabetes mellitus, asma, coronariopatias, dentre outras patologias. No relato de F.M.O., parda, 45 anos, percebe-se a descrição de sobrepeso. O medicamento em questão está condizente com a faixa etária da entrevistada, de acordo com o exposto pela Sociedade Brasileira De Cardiologia; Sociedade Brasileira De Hipertensão; Sociedade Brasileira De Nefrologia (2010). Em continuidade, a Losartana Potássica, o Micardis® e ATACAND Comb®, são considerados menos eficientes que os diuréticos em monoterapia e em negros, como ressalta Victor (2009, p. 518): “Como monoterapia, eles [BRA II] são menos potentes que diuréticos ou BCC, particularmente em afro americanos [...]”. No entanto, ao se comparar a utilização destes fármacos com os resultados obtidos, percebe-se que 18% dos pacientes que utilizam estas drogas são de etnia negra e apresentam quadro clínico de diabetes mellitus tipo II, sendo o tratamento adequado visto que, segundo Brasil (2013), o uso de diuréticos pode agravar esta comorbidade. Quanto aos efeitos adversos, A.S., branco, 49 anos, relata dores no pescoço e aumento da sudorese; e M.E.X., pardo, 52 anos, refere sensação de formigamento nos pés e dificuldades na locomoção. Os sintomas relatados por ambos não são relacionados em literatura como possíveis efeitos adversos dos medicamentos em questão.
  • 26. 25 A terapia combinada realizada pelos entrevistados apresentou medicamentos das variadas classes de anti-hipertensivos. A combinação de Hidroclorotiazida e Losartana Potássica foi descrita por dois pacientes, ambos do sexo feminino, sendo os relatos de efeitos adversos, de cefalalgia e mal estar. Victor (2009, p. 523) ressalta que: “[...] os diuréticos tiazídicos foram a única das seis classes principais de drogas anti-hipertensivas associadas a mais casos novos de disfunção sexual masculina [...]”. Reafirmando tal colocação, os resultados desta pesquisa comprovaram que nenhum homem dos entrevistados faz uso de Hidroclorotiazida ou outro diurético tiazídico, portanto, não acarretando em tal consequência para a qualidade de vida e bem estar pessoal. Também foi descrito o uso da associação de Hidroclorotiazida com Besilato de Anlodipino, Nifedipino e Atenolol, sendo, em todos os casos, ressaltada a presença de mal estar. Em relação aos BCC (Anlodipino e Nifedipino), Brasil (2006) destaca a indicação de tais medicamentos somente para pacientes com idade igual ou inferior a 65 anos. Em contrapartida, na pesquisa realizada, o uso de tais medicações em terapia combinada foi referido por V.C.M. e M.L., com respectivas idades de 80 e 82 anos, o que poderá implicar na diminuição da ação farmacológica esperada para o medicamento. Além destas, foram referidas combinações terapêuticas de Captopril com Nifedipino e Besilato de Anlodipino. As principais reações adversas causadas por estes dois últimos são: cefalalgia, tontura, rubor facial e edema de extremidades (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA, 2010). Todos os entrevistados em uso de tal terapia relataram presença de mal estar e cansaço físico, o que prejudica o bem estar. Neste tipo de terapia combinada, também ressalta-se a descrição de constantes tosse e dor de garganta por A.C.B.A., branca, 64 anos. Isto é abordado por Victor (2009, p. 518), que afirma: O efeito colateral mais comum dos inibidores da ECA é uma tosse seca. Os pacientes podem queixar-se não de uma tosse, mas de ter que limpar a garganta, ou de perda de voz mais tarde no dia. Esses sintomas ocorrem em 3% a 39% dos pacientes [...] e podem ser eliminados com a mudança para um BRA. Logo, infere-se que o tratamento para a paciente em questão não está procedendo de forma adequada, sendo que, neste caso, o fármaco Captopril deveria
  • 27. 26 ser substituído por um medicamento da classe dos BRA II, como a Losartana Potássica. Ainda ocorreram interações de Losartana Potássica com Atenolol e Succinato de Metroprolol. Estes dois últimos medicamentos pertencem à classe dos β-bloqueadores, dos quais a Sociedade Brasileira De Cardiologia; Sociedade Brasileira De Hipertensão; Sociedade Brasileira De Nefrologia, (2010, p 25) afirma que: “Betabloqueadores de primeira e segunda geração podem acarretar também intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de diabetes [...]”. Em uma das entrevistas, D.L.L., branca, 70 anos, relata ser portadora de diabetes mellitus e fazer uso de tal terapia combinada. Tal situação é preocupante, em vista de que, tanto a comorbidade pode ser intensificada devido o tratamento inadequado, quanto o quadro clínico de DVH pode se cronificar devido o mau uso do fármaco.
  • 28. 27 6 CONCLUSÃO Após o término da pesquisa, foi possível traçar o perfil epidemiológico de pacientes portadores de DVH, levantou-se informações sobre o tratamento farmacológico realizado e a avaliação do mesmo feito pelos entrevistados. Foi demonstrado uma frequência epidemiológica da doença: no biotipo do sexo feminino; na faixa etária de 51 a 70 anos; e em indivíduos de etnia branca, no entanto foi significativa a presença desta patologia em pacientes negros , os quais necessitam de um tratamento farmacológico mais restrito e adequado para atingir os efeitos e eficácia desejados. Em relação a avaliação realizada para o tratamentos descrito, verificou-se a utilização de várias drogas pertencentes as classes de anti-hipertensivos, todas com eficácia comprovada pelo relato empírico dos pacientes, sendo que algumas apresentaram efeitos adversos, como o Enalapril e Captopril, por exemplo, e outros não considerados adequados para o biotipo e especificidades de alguns pacientes, adequação esta referida pelas bibliografias consultadas, a exemplo do uso de Captopril com a incidência de tosse, e o uso de um betabloqueador por paciente com diabetes mellitus. Por conseguinte, ao analisar o trabalho realizado e os objetivos estabelecidos pelos pesquisadores, concluiu-se que as metas constituídas foram alcançadas. Isto é confirmado em vista de que, através do referencial teórico abordado, resultados obtidos e da discussão construída sobre estes últimos, foi possível traçar qual o perfil epidemiológico predominante entre os portadores de DVH entrevistados, bem com efetivar a análise dos tratamentos farmacológicos descritos por tais pacientes. Deste modo, estabeleceram-se vínculos com as afirmações fornecidas pelas bibliografias consultadas, observando-se que, na prática, determinados aspectos relatados por alguns dos entrevistados não coincidem com os dados apresentados pelos autores nos quais esta pesquisa se embasou, a exemplo do uso de medicamento não estabelecido como primeira escolha para o tratamento farmacológico de um paciente portador de diabetes mellitus, o que, possivelmente, prejudicará a resposta esperada para o tratamento em questão. Também foram encontradas dificuldades por parte dos pesquisadores para relacionar bibliografias referentes ao termo Doença Vascular Hipertensiva, e foi observado a necessidade de pesquisas mais sistemáticas e abrangentes sobre o
  • 29. 28 tema em questão, bem como a atualização de literaturas que abordem tal patologia com a denominação “hipertensão”, em vista de este termo ser componente do quadro clínico da doença, e não sua denominação mais recente. Aos leitores deste trabalho, tal abordagem pode apresentar relevância para vindouras pesquisas sobre a temática abordada, sendo embasada em literaturas fidedignas. Além deste aspecto, encontra-se informações práticas a respeito do tratamento farmacológico para a patologia, as quais podem auxiliar na conscientização de pacientes portadores de DVH a respeito da doença.
  • 30. 29 REFERÊNCIAS BENOWITZ, N. L. Fármacos Cardiovasculares e Renais. In: KATZUNG, B. G. Farmacologia: Básica & Clínica. 9 ed. Cap. 11. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Hipertensão Arterial Sistêmica, Brasília, DF, n. 37. 2013. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_37.pdf>. Acesso em: 16 Mar. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica. Hipertensão Arterial Sistêmica, Brasília, DF, n. 15. 2006. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad15.pdf >. Acesso em: 16 Mar. 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação de Desenvolvimento de Práticas da Atenção Básica. Área Técnica de Diabetes e Hipertensão Arterial. Cadernos de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica – HAS e Diabetes mellitus – DM: PROTOCOLO, Brasília, DF, n. 7. 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_06.pdf>. Acesso em: 16 Mar. 2014. ESTEVES, A. Sinonímia da Doença Vascular Hipertensiva. Orientação verbal não publicada. 2014. MALEATO DE ENALAPRIL: comprimidos. Responsável técnico Alberto Jorge Garcia Guimarães. São Paulo: Biosintética Farmacêutica Ltda., 2007. Bula de remédio. Disponível em: <http://www.ache.com.br/Downloads/LeafletText/185/Maleato%20de%20Enalapril.pdf>. Acesso em: 16 Mai. 2014. SELOZOK: comprimidos. Responsável técnico Daniela M. Castanho. São Paulo: AstraZeneca, 2013. Bula de remédio. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=9532422013&pIdAnexo=1861191>. Acesso em: 10 Mai. 2014.
  • 31. 30 SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. v. 95 (1), Supl. 1, p. 1-51, 2010. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2010/Diretriz_hipertensao_associados.pdf >. Acesso em: 18 Mar. 2014. VICTOR, R. G. Hipertensão Arterial. In: GOLDMAN, L.; AUSIELLO, D. Cecil Medicina. 23 ed. Cap. 66. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. WILLIAMS, G. H. Doença Vascular Hipertensiva. In: KASPER et al. Harrison: Medicina Interna. 15 ed.Cap. 246. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2002.
  • 32. 31 APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido “AUTORIZAÇÃO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS” TEMA GERADOR: Processo Saúde-Doença no Ser Humano: da Infância à Terceira Idade Esta atividade acadêmica integrada tem como objetivo desenvolver um estudo teórico-prático acerca dessa temática, buscando a integração sócio- acadêmica junto à Comunidade. Convidamos você a participar da pesquisa respondendo um conjunto de perguntas sobre o motivo que o traz a este serviço de saúde, na sua condição de paciente ou responsável, na forma de um formulário. Caso não saiba alguma pergunta ou lhe provoque constrangimento, você tem liberdade para não responder. Para evitar a preocupação de que seus dados sejam divulgados, deixamos claro que as informações obtidas serão utilizadas somente para as atividades acadêmicas da 2ª série bloco I do Curso de Enfermagem e que na divulgação dos resultados seu nome não irá aparecer. Sua participação no estudo é muito importante, pois este levantamento possibilitará o conhecimento do perfil das pessoas atendidas nesta Unidade, com agravos diversos. Nesta pesquisa não será feito nenhum procedimento que lhe traga qualquer desconforto ou risco à sua vida. Não há despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Não haverá nenhum pagamento por sua participação. Se você tiver dúvidas e desejar esclarecimentos sobre a pesquisa poderá fazer contato com a Universidade do Estado do Pará - UEPA, pelos telefones 3211-1600/ 3211-1602, contatos: Prof. Amauri Esteves e Prof. João Joaquim Costa. Declaro que compreendi as informações que me foram explicadas sobre o estudo em questão, autorizando a aplicação do formulário. Ficou claro que a minha participação não tem despesas nem receberei nenhum tipo de pagamento. Concordo voluntariamente em participar desse estudo. Belém, ____/____/____ ____________________________________________ Assinatura do sujeito ____________________________________________ Assinatura do responsável por obter o consentimento
  • 33. 32 APÊNDICE B – Roteiro de Entrevista UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CAMPUS IV - ESCOLA DE ENFERMAGEM MAGALHÃES BARATA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM EIXOS TEMÁTICOS: ALTERAÇÕES E REAÇÕES DO ORGANISMO HUMANO/ ENSINO E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA (2ª Série – Bloco I) Instrumento para Registro de Dados TEMA: Processo saúde-doença no ser humano: da Infância à Terceira Idade EIXO I – PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E CULTURAL 1) Idade:......................... 2) Sexo:.................................. 3) Bairro................................. 4) Nacionalidade:..................................... 5) Naturalidade:............................................ 6) Escolaridade:................................................. 7) Possui Filhos:................ Quantos:.............. Outros (agregados, enteados etc.):..............................  No caso de criança ou adolescente, informar: 8) Nome do responsável: ........................................................................................................................................ 9) Possui irmãos? ....................... Quantos? ................................ 10) Quais os alimentos mais consumidos no seu dia-a-dia?  Café da manhã:............................................................................................................  Almoço:........................................................................................................................  Jantar:..........................................................................................................................  Lanches:....................................................................................................................... 11) Pratica alguma atividade física? Qual(is)? Com que frequência? Qual o tempo dedicado a cada atividade? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................
  • 34. 33 12) Faz uso de: ( ) Álcool ( ) Fumo ( ) Outras drogas Caso afirmativo, com que frequência? ( ) 1 vez por semana ( ) 2 a 3 vezes por semana ( ) 4 a 5 vezes por semana ( ) todos os dias EIXO II – PERFIL DESCRITIVO DO AGRAVO 13) O que o levou a procurar o serviço de saúde? (queixa principal) ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 14) Há quanto tempo já sente esses sinais e sintomas e como foi feito o diagnóstico? (consultas, exames...) ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 15) Como começou essa doença/agravo? (H.D.A.) ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 16) Teve acesso a outro(s) serviço(s) de saúde para tratar deste problema? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 17) Apresenta alguma complicação em relação a este agravo? Se sim, qual(is)? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 18) Qual o tipo de tratamento que realiza? Sente algum mal-estar relacionado ao tratamento? Se sim, qual(is)? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 19) Como ficou sua vida após o seu diagnóstico, no que diz respeito à convivência familiar, sua subjetividade (percepção de si mesmo) e outros aspectos que queira destacar? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................
  • 35. 34 EIXO III - SERVIÇOS E ACESSO: 20) Encontrou dificuldades no acesso aos serviços de saúde? Se sim, qual(is)? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 21) Você tem dúvidas sobre a sua doença? ( ) sim ( ) não Você considera que está bem orientado sobre seu tratamento? ( ) sim ( ) não Como você avalia as orientações recebidas? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 22) Como tem acesso aos medicamentos? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 23) Utiliza tratamentos alternativos (chás, massagens, produtos naturais, tratamento psicológico, fisioterapia...)? Se sim, qual (is)? A quanto tempo? Como os conheceu? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 24) Quando há uma complicação decorrente desta doença, que tipo de auxílio procura? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 25) Quais as suas expectativas em relação ao seu tratamento? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ Discentes: Turma:............... Subgrupo:................ Local: Data:
  • 36. 35 Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Graduação em Enfermagem Av. José Bonifácio, 1298 - Guamá 66063-010 – Belém/PA www.uepa.br