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CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE BOVINA
NO BRASIL
Aline Herzog Simões (UFES)
Elizangela de Abreu Basílio (UFES)
Keuwy Sousa Rocha (UFES)
Marcus Vinicius Oliveira Camara (UFES)
Thayse Ferrari (UFES)
Wlisses Bonelá Fontoura (UFES)
RESUMO
No Brasil, o agronegócio tem avançado significativamente e ganhado grande importância na
economia nacional, representando uma parcela considerável do PIB brasileiro. A pecuária de
corte destaca-se nesse setor, com cerca de um terço do valor total da produção, principalmente
no que se refere ao mercado externo. Além disso, a carne bovina, que é um dos principais
componentes da dieta alimentar da população brasileira, representa um dos mais importantes
mercados do setor no país. Diante desse cenário otimista, o objetivo deste trabalho é
identificar as principais características da cadeia de produção da carne bovina, os canais de
distribuição utilizados, o melhor modelo de comercialização, questões logísticas (de interface
com o marketing) e o comportamento do preço do produto no mercado. Para isso foi realizada
uma revisão bibliográfica e uma consulta a estudos de casos, que permitiram uma visão mais
abrangente da cadeia produtiva como um todo. Além disso, esses estudos possibilitaram uma
melhor compreensão da complexa estrutura que envolve relações econômicas e produtos
perecíveis.
Palavras Chave: Carne Bovina, Cadeia de Produção, Logística
1. INTRODUÇÃO
O agronegócio é visto como a cadeia produtiva que envolve desde a fabricação de insumos,
passando pela produção nos estabelecimentos agropecuários e pela sua transformação, até o
seu consumo (GASQUES et al, 2004).
A pecuária, juntamente com seus setores a montante e a jusante, representam cerca de 30% do
valor da produção do agronegócio brasileiro, mostrando-se fundamental para a pretensão de
crescimento da economia. Isso se deve ao fato da carne bovina ter posição privilegiada entre
os agropecuários exportados pelo Brasil. Para Miranda (2001) ela é um produto muito
importante quando se busca a geração de superávits na balança comercial.
Os maiores criadores bovinos nacionais estão localizados no eixo Centro-Sul, principalmente
nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Esses Estados
juntos representam cerca de 45% da produção nacional de bovinos.
Além da grande importância econômica, essa atividade apresenta grande relevância social
para o país. No que tange ao ponto de vista social, ela é uma importante geradora de
2
empregos, diretos e indiretos, devido a sua complexa cadeia produtiva, representando uma
fonte de renda para milhares de famílias brasileiras.
Apesar de toda a relevância dessa atividade, Montoya e Parré (2000) dizem que o produtor se
mantém entre os setores de mercado altamente especializados e não possui capacidade de
formular os preços finais do seu produto. Sendo assim, para Arbage (2000), o pecuarista é um
tomador de preços, altamente dependente do poder aquisitivo do mercado consumidor para o
qual sua produção se destina.
Com base nas informações apresentadas, este trabalho tem por finalidade realizar um
diagnóstico da cadeia produtiva de carne bovina, os canais de distribuição utilizados nessa
cadeia, o modelo de comercialização, as questões logísticas (integrando transporte,
armazenagem e marketing) e o comportamento do preço do produto ao longo do tempo e em
função do mercado. Além disso, serão abordadas as limitações e barreiras observadas no
setor, bem como a legislação vigente que controla tal atividade.
2. OBJETIVOS
O presente estudo realizou uma busca na literatura sobre o tema a cadeia produtiva da carne
bovina, com o objetivo de apresentar as principais características da mesma. Especificamente,
pretende-se apresentar a cadeia da carne bovina com as suas principais características tais
como: agentes envolvidos, logística, comercialização, mercado nacional e as alterações no
preço deste produto nos últimos anos.
3. METODOLOGIA
Pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema
e o objetivo básico das pesquisas descritivas é descrever as características de populações e de
fenômenos (LACERDA et al., 2007; GIL, 2002). Este artigo é o resultado de um estudo
exploratório e descritivo com uma abordagem quantitativa, pois através de uma revisão
bibliográfica se obteve uma maior familiaridade sobre o tema, e com isso, foi possível expor
as características da cadeia produtiva da carne bovina no Brasil.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
O Canal de distribuição de acordo com Stern et al (1996, apud LOURENZANI e SILVA,
2004) é definido como um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo
de disponibilizar um produto ou serviço , para uso ou consumo. Por esta definição se trata de
um conjunto de instituições tem em comum o meio pelo qual seu produto será disponibilizado
ao seu cliente final. Sendo assim os canais são as últimas milhas que o produto percorre antes
de chegar às mãos do consumidor, servindo para possibilitar uma melhor capilaridade dos
produtos no mercado.
Segundo Rebouças (2008), alguns objetivos podem ser citados ao se reconhecer um canal de
distribuição, como: focar na rapidez da disponibilidade dos produtos, atender prontamente o
mercado consumidor; analisar as vendas reforçando o potencial das mesmas; fortalecer a
cooperação entre os componentes da Cadeia de Suprimentos, Facilitar o fluxo de informação
3
e material, reduzir os custos de forma integrada. De maneira conseguinte as suas funções se
baseiam em : Induzir e satisfazer a demanda; trabalhar com os serviços que estão interligados
com o pós compra; e permitir a troca de informações durante todo o canal
Umas das principais decisões na montagem de um canal giram em torno das definições dos
membros que o compõem e de suas subdivisões, para assim definirem as formas, as
amplitudes e as quantidades de canais a serem utilizados.
Essa rede ou sistema organizado de instituições que executam todas as funções necessárias a
fim de realizar a tarefa de marketing de ligar os produtos aos usuários finais é composto por
membros. Tais integrantes podem ser conhecidos como agentes primários ou facilitadores. De
acordo com Neves (1999, apud LUIZ LOURENZANI, W.; SMITH LOURENZANI, A. E.
B.; BATALHA, M. O, 2010). Os primários abrangem as organizações que são proprietárias e
gerenciam os estoques de produtos, além de assumirem parte do risco associado ao processo
de venda – atacadistas e varejistas. No entanto os membros secundários, as empresas
facilitadoras, exercem atividades em função da boa qualidade do funcionamento do canal de
distribuição, porém não assumem a propriedade de estoques, nem riscos a eles associados. Em
uma conseguinte análise, tem-se a descrever das divisões dos próprios canais, que resultam
em canais diretos e canais indiretos , canais longos e curtos.
Os Canais diretos são representados pelas regiões onde não existem intermediários, ou seja, o
produto transita diretamente do produtor até o consumidor final, neste tipo distribuição direta,
caracterizado por se um canal curto envolve o contato direto entre produtor e usuário.
Os Canais Indiretos, de acordo com Berman (1996, apud CONSOLI, 2005), com exceção dos
canais de nível zero (aqueles que não utilizam nenhum intermediário), todos os demais são
canais indiretos. Em um canal longo – ou distribuição indireta – membros independentes de
canal (produtores, atacadistas, varejistas, agentes, brokers, distribuidores) compartilham
atividades específicas no desempenho dos fluxos de marketing. É importante notar que,
embora canais longos reduzam as necessidades financeiras para cada membro de canal, requer
grandes esforços de coordenação das atividades e funções
4.1.1 A Estrutura de um Canal de Distribuição
De acordo com Rosebloom, (2002, apud DIÓGENES PINHEIRO, H.; CARVALHO
PINHEIRO, D. R., 2008) A variável distribuição do composto mercadológico é formada pela
estratégia de canal e da gestão logística. A estratégia de canal configura e opera a organização
contatual responsável pelo alcance das metas de distribuição da empresa. A gestão logística
disponibiliza o produto no canal de marketing, na hora e lugar adequados..
As inteirações de um canal podem ser compreendidas em vários níveis, podendo ser
observado na Imagem 1, os quais se tornam necessários em algumas empresas, pois nem
todas conseguem dar seguimento às suas atividades além da atuação principal da cadeia.
4
Imagem 1: Intermediários que atuamno Canal de distribuição
Fonte: Adaptado Rosenbloom(1999, apud LOURENZANI, A. E. B. S.; SILVA, A. L.,2004).
A existência das diversas formas de canal é evidenciada por serem fortemente influenciadas
pela extensão do canal (número de níveis que o compõe), pelo número e pelo tipo de
intermediários presentes em cada um desses níveis, ou seja, por suas funções e padrões de
ação.
Como visto na Imagem 1, os intermediários que atuam no canal de distribuição devem ser
claramente definidos e identificados, segundo Diógenes Pinheiro e Carvalho Pinheiro (2008)
pois cada um deles será responsável pela execução de uma função no processo de
distribuição. São classificados como:
a) Atacadistas ou distribuidores que compram os bens para revendê-los a outros
intermediários (geralmente varejistas)
b) Varejistas que negociam diretamente com o consumidor final. São abastecidos
principalmente por atacadistas.
c) Agentes e corretores negociam em nome de um fabricante ou cliente -sem adquirir a
propriedade da mercadoria, facilitando o processo de troca entre vendedores e
compradores, em troca de comissões.
Nas negociações entre produtor e consumidor, a existência da utilização de intermediários na
estrutura do canal de distribuição, é justificada quando ocorre redução de custo e/ou melhoria
no desempenho do serviço. O intermediário tem a necessidade de produzir utilidade de tempo,
lugar e posse para os compradores, de uma forma muito mais eficaz do que a empresa geraria
se cuidasse diretamente dessas atividades
Dentre as contribuições que o sistema de distribuição dá para a satisfação do consumidor,
citadas por Rosembloom (1999, apud LOURENZANI, A. E. B. S.; SILVA, A. L.,2004) as
quais influenciam na existência de intermediários entre a produção e o consumidor final ,
relacionam as seguintes: Crescimento positivo na eficiência do processo, já que há cada vez
maior o mix de produtos disponíveis para o consumo e seria ineficiente que uma empresa
tentasse atender os consumidores de forma individual; Especialização e divisão do trabalho;
Aumentar a eficiência contratual visando diminuição dos custos de transação, gerando
5
economia para compradores e vendedores; prestar serviços no ato da venda e no após a venda;
e movimentar os produtos e localizá-los fisicamente para conveniência dos clientes
4.2 MECANISMOS DE COMERCIALIZAÇÃO
Segundo Azevedo (2007), a comercialização é a parte essencial da produção agropecuária. É
nela que os esforços de aumento de produtividade e redução de custos, obtidos na produção,
podem ser ou não realizados as perdas decorrentes de uma comercialização deficiente podem
ser grandes o suficiente para inviabilizar uma atividade produtiva, o que as decisões de
comercialização entre as principais atividades gerenciais.
A escolha do mecanismo de comercialização não é aleatória. Sua escolha responde a um
critério de eficiência econômica de extrema relevância para a própria sobrevivência da cadeia
agroindustrial e inclusive dos atores que a compõem. De acordo com Azevedo (2007) os
principais mecanismos de comercialização empregados nas cadeias agroindustriais, seja para
distribuição de produtos agropecuários, são: Mercado Spot; Mercado a termo, Mercado de
Futuros; Contratos de Longo Prazo; e Integração Vertical.
Azevedo (2007) afirma que a palavra spot é empregada em economia para qualificar um tipo
de mercado cujas transações se resolvem em um único instante do tempo. O mercado Spot é
tipicamente esporádico. Mesmo que a compra se repita, não há obrigatoriedade de compra
futura. O mercado spot de produtos agroindustriais também apresenta alta dose de incerteza
no que se refere ao comportamento dos preços. O mercado Spot isoladamente não se mostra
um mecanismo adequado para diversos para diversos tipos de transação, quando a
estabilidade do suprimento e dos preços é necessária ou a qualidade dos insumos é
fundamental e de difícil observação , logo existem outros mecanismos de comercialização
substituem ou complementam o mercado spot.
Ao contrario do mercado spot, que as transações se consumam em um instante de tempo,
Azevedo (2007) mostra que o Mercado a Termo se resume em contratos em que as partes
acordam que alguns elementos da transação podem ocorrer no futuro. Comprador e o
vendedor podem detalhar um contrato especificando a mercadoria, a data de entrega, o local,
meio de transporte, meio de pagamento e qualquer outro elemento que ambas as partes
desejem incorporar ao contrato. O Mercado a Termo apresenta grande flexibilidade, podendo
acomodar o interesse das partes
No mercado Futuro, Azevedo (2007) evidencia que as transações são feitas de maneira
padronizada e através de métodos mais simples, não permitindo a inclusão de idiossincrasias,
mesmo que comprador e vendedor assim desejem. Os contratos de futuros especificam apenas
o período para entrega, o lugar e o objeto transacionado, no entanto estes três elementos são
especificados de modo limitado. Muitas vezes o mercado futuro é apenas a redução do risco
característico das transações do mercado spot. O Mercado de futuros permite essa redução de
risco em operações de mercado spot através do mecanismo hedging- trata-se de uma
estratégia de redução de risco, que consiste na realização da operação que exatamente
neutraliza a especulação implícita a um negócio qualquer
Assim, na integração vertical, segundo Silva (1999) a empresa, ao possuir o domínio sobre
todas as etapas produtivas, desfruta de uma maior garantia quanto ao atendimento dos
requisitos estipulados de regularidade e de qualidade do suprimento. No entanto, embora ter o
6
controle sobre todas as operações possa parecer sempre vantajoso, a integração vertical nem
sempre se caracteriza pela melhor opção, ao retirar muitas vezes a empresa de seu foco de
negócio. Como uma solução alternativa, tem-se a utilização dos contratos de longo prazo.
De forma geral, Silva (1999) afirma que os contratos de longo prazo oferecem garantias de
que o fornecimento das mercadorias se dará dentro dos padrões estipulados motivando o
comportamento desejado das partes envolvidas, por meio da elaboração de contratos formais
ou informais, simples ou complexos, onde se estabelecem ações cooperativas entre
fornecedores, distribuidores e até mesmo entre institutos de pesquisa público e/ou privados.
4.3 LOGÍSTICA
Segundo Morabito e Iannoni (2007), o fluxo físico e de informação da matéria prima à
distribuição do produto final da empresa para o consumidor final é responsabilidade da
logística, dessa forma a logística viabiliza planejar para colocar os bem ou serviços nos locais,
tempo e condições corretas de acordo com as necessidades e vontades do cliente. As
operações e planejamentos logísticos devem ser feitos de forma a buscar os menores custos
envolvidos no processo ou transporte ou distribuição desses produtos. De acordo com
Bowersox & Closs (2001), antes da década de 50 não havia registros de uma definição formal
de logística e cada função logística era tratada de forma independente.
Ballou (2004) apresenta ainda um estudo de gestão integrada das áreas tradicionais finanças,
marketing e produção como um campo relativamente novo de estudos, sendo assim, define
como novidade a inter relação das atividades contrariando o conceito que a logística apenas
agrega valor a produtos e serviços.
5. CADEIA DA CARNE BOVINA
Segundo Castro, Lima e Castro (2002, p.2), “o conceito de cadeia produtiva foi desenvolvido
como instrumento de visão sistêmica”. Por isso, a partir da cadeia produtiva é possível a
compreensão integral e sistêmica da estrutura de produção com todos os diversos agentes
econômicos da cadeia que estão interconectados por fluxos de matérias, de capital e de
informações, o que resulta no suprimento do consumidor final com os produtos deste sistema
(SANTOS 2005; CASTRO, LIMA E CRISTO, 2002).
A princípio, o termo cadeia produtiva foi desenvolvido com o foco na produção agropecuária
e florestal, porém têm-se verificado que o mesmo tem extrapolado para outras áreas
produtivas além da agricultura (CASTRO, LIMA E CRISTO, 2002).
A cadeia produtiva da carne é caracterizada pela criação de animais a pasto, ou pelo sistema
intensivo ou semi-intensivo (confinamento), no qual, o gado é alimentado por grãos, sendo
proibido o uso de proteína de origem animal (exceto produtos lácteos).
Segundo Euclides Filho e Cezar (2000), a cadeia produtiva de carne bovina é constituída de
vários atores, agrupados segundo a atividade: produção, distribuição e comercialização de
insumos; indústrias frigoríficas, indústrias de carne processada e cozinhas Industriais; setores
de armazenagem e comercialização; segmento de transporte de animais e de carne/carcaça;
7
consumidor final e há uma tendência mais recente de entrada de novos atores na área de
marketing.
Ainda de acordo com tais autores, a cadeia produtiva brasileira é muito desorganizada e muito
mal coordenada necessitando de um planejamento com diretrizes bem traçadas. Souza (1999)
afirma que nesta cadeia há um mix de produtos com características distintas, como produtos
cárneos, couro, sangue, ossos, miúdos, mocotó e outros, com origem no abate de novilhos ou
bois terminados e utilizando diferentes sistemas de industrialização. A Imagem 2 procura
representar esse conjunto, bem como os principais elos que compõem a cadeia de carne
bovina.
Imagem 2 – Cadeia Produtiva de Carne Brasileira.
Fonte: CNA (2000)
Buainain e Batalha (2007) dividem esta cadeia em cinco subsistemas: de apoio, de produção
da matéria-prima, de industrialização, de comercialização e de consumo. O subsistema de
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apoio é constituído pelos fornecedores dos produtores agropecuários, ou seja, as indústrias de
defensivos, alimentação animal e genética animal.
O segundo subsistema, denominado de produção da matéria-prima, é a produção animal em
si, este é constituído por empresas rurais responsáveis pela criação e engordar os bois para
posteriormente fornecer as indústrias. O terceiro subsistema, de industrialização, é
responsável pela transformação principal da cadeia, onde os animais são abatidos em
frigoríficos e assim resultando em partes não comestíveis (couro, sangue, etc.) e partes de
carne para dirigir aos próximos elos da cadeia onde haverá agregação de valor ou a inserção
da carne em outros produtos.
O próximo subsistema é o de comercialização, os agentes que atuam neste elo da cadeia
comercializam o produto final. Encontram-se nesta parte da cadeia os entrepostos
revendedores como empresas de alimentação, restaurantes, hotéis, hospitais, escolas.
Encontram-se também neste elo da cadeia os atacadistas e os varejistas, os primeiros realizam
a estocagem e a entrega do produto, enquanto os outros fazem a venda direta ao consumidor
final como supermercados e açougues. Por fim, o subsistema de consumo onde os
consumidores adquirem o produto e preparam de acordo com o seu desejo de consumir o
produto, segundo Buainain e Batalha (2007, p. 20) estes “[...] determinam as características
desejadas no produto, influenciando os sistemas de produção de todos os agentes da cadeia
produtiva”.
6. ANÁLISE DA CADEIA DA CARNE BOVINA
6.1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
Um fator que se apresenta com potencial crítico, está relacionado à questão da distribuição.
Os canais de distribuição dos produtos agroindustriais estão em intenso processo de
concentração. No entanto a participação de um dos canais de vem alcançando grande parte
dos mesmos. Segundo Siffert Filho e Faveret Filho (1998), nos Estados Unidos e em alguns
países da Europa é notório o domínio dos supermercados na distribuição agroindustrial,
chegando a alcançar mais de 80 % deste nicho, onde há forte tendência de aumento da escala.
Reportando à carne bovina, a distribuição no mercado interno, de acordo com Pitelli (2000,
apud COSTA, 2007)se dá através de quatro canais, a saber:
a) Hiper/Supermercados: De acordo com a CNA (2000, apud COSTA, 2007), este canal
se destaca em meio aos outros como sendo o mais organizado sob análise do conceito
de auto-serviço, pois os mesmos dispõem de certos arranjos onde são expostos os
produtos. No Brasil a rede supermercadista é composta tanto por estabelecimentos
nacionais e internacionais de grande porte, no entanto, para atender a todo a população
brasileira, tem-se a necessidade na existência de redes menores, que operam por
setores ou por regiões e também há as lojas de conveniências. São poucos os
supermercados que não comercializam a carne, visto que é tida como um produto que
desperta a atenção nos consumidores, por conseqüência também, o produto já tem seu
local definido nestes estabelecimentos de distribuição, de localiza no final dos
supermercados, e por fazer parte da dieta básica dos brasileiros. Sendo que a sua
9
disposição é uma questão de marketing do ponto de vista que o cliente ao se dirigir a
seção de carnes ele percorre outros setores onde estão dispostas outras mercadorias.
b) Boutique de Carnes: De acordo com estudo CNA (2000, apud COSTA, 2007), este
segmento de venda de carnes é especializado em cortes especiais. Tendo em seus
arranjos físicos freezer e balcões frigoríficos que facilitam a comercialização não
somente de carnes. Oferecem aos seus clientes o serviço de auto-atendimento, além de
colocar seus produtos em embalagens especiais, cuja finalidade é de prolongar a
durabilidade dos mesmos. Em tais boutiques, encontram-se marcas diversas, a
disposição do seu publico alvo, além de comercializar as próprias marcas, podendo
encontrar produtos de fabricação nacional como internacional. Outro fator ressaltado é
que as boutiques de carnes, como focalizam uma segmentação de mercado voltado
para classes mais altas economicamente falando, devido serem na maioria das vezes
instaladas em Shopping Center e grandes centros urbanos, optando por fornecedores
que dispõem de marcas já consolidadas no mercado e que possam lhes fornecer
produtos em cortes especiais.
c) Açougues: Estes canais de distribuição, ainda segundo os estudos da CNA (2000, apud
COSTA, 2007), se caracterizam como pontos de vendas independentes, são
conhecidos como o varejo tradicional, caracterizado como um comércio onde existe
uma pessoa (açougueiro), que cuida do atendimento ao cliente, cortando, embalando e
às vezes orienta o cliente na hora da compra. De acordo com a CNA, pode-se
encontrar nesses pontos de vendas outros produtos complementares ligados à carne:
como Sal, carvão etc. Os locais onde adquirem a carne para a comercialização quando
se tratando de açougue independente, geralmente adquirem junto a distribuidores.
d) Feiras Livres: São conhecidas popularmente como “bancas de carnes”, onde o
comerciante instala sua banca e começa a vender seu produto (carne). São
predominantes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, nesse canal de distribuição,
difere dos demais, pois não existe uma preocupação com o modo como a carne será
exposta e vendida ao cliente, deixando a desejar com a higiene do ambiente e não
dispondo também do resfriamento da carne. No que diz respeito à aquisição da carne
para comercialização é procedente de abatedouros clandestinos, desprovidos de
qualquer fiscalização.
No segmento de distribuição, o que se observa hoje no Brasil, é um completo descaso em
relação ao consumidor. Os açougues, completamente desvinculados das empresas frigoríficas
e da produção rural, não contribuem para detectar as mudanças no padrão de consumo e
necessidades do consumidor.
Autores como Siffert Filho & Faveret Filho (1998) afirmam que uma mudança significativa
no segmento de distribuição pode ser percebida pela crescente participação dos
supermercados como canal de venda. Observam que o setor se moderniza rapidamente,
formando novos hábitos de consumo, e sua atuação vem exigindo novas formas de
apresentação, qualificação e garantia da carne ofertada, promovendo a eliminação da
tradicional relação açougue/consumidor.
Contudo Filho e Paula, (1997) evidenciam que a Aliança Mercadológica da Carne tem por
objetivo estabelecer canais estáveis de distribuição de carne de boa qualidade. Para tanto, sob
10
o patrocínio do Fundepec, foi realizado um acordo entre pecuaristas, frigoríficos,
transportadores e supermercados, visando às relações estáveis entre os diversos elos da
cadeia, o que irá configurar a base para assegurar a qualidade dos produtos aos consumidores
finais. Os animais comercializados pelos supermercados credenciados serão fornecidos por
um grupo de pecuaristas pré-identificados e abatidos por frigoríficos de primeira linha. Com
isso, o consumidor deverá encontrar um produto de boa qualidade – carne de novilho precoce
– com regularidade.
A Imagem 3 descreve como acontece com o fluxo de materiais fazem parte do processo de
produção da carne bovina, mostrando a influência dos canais de distribuição no processo de
comercialização do produto em questão.
Imagem 3 : Cadeia agroindustrial da carne bovina no Brasil
Fonte: Adaptado de Lazzarini et alii, 1995 , apud SOUZA 1999.
Baseado nos canais já descritos, os canais de distribuições existentes na cadeia de carne
bovina não há presença de canais diretos, em todos os níveis observados há presença de
intermediários sendo varejistas, atacadistas e distribuidores como supermercados, açougues,
feiras livres, onde cada um deles será responsável pela execução de uma função no processo
de distribuição. Logo a cadeia analisada se caracteriza como sendo um canal longo até atingir
o consumidor final. Em uma conseguinte análise de canais longos, ao passar pelos diversos
elos da cadeia, vão sendo agregados valores ao produto, aonde os intermediários vão
adquirindo suas parcelas de lucro no processo de distribuição.
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O canal de distribuição da carne bovina descreve como o produto em questão corre ao longo
de sua cadeia, e os integrantes que compõem este panorama são as fazendas, atuando como
unidades armazenadoras, o frigorífico, os agentes intermediários, mercado externo,
distribuidores (supermercados, boutique de carnes, açougues, feiras livres) chegando assim ao
consumidor final. Neste processo os agentes primários são os varejistas, atacadistas, agentes e
corretores, os frigoríficos, pois estes se comunicam retamente com o canal. Contudo ao se
tratar dos agentes secundários, as empresas facilitadoras, exercem atividades em função da
boa qualidade do funcionamento do canal, tais empresas são as que compõem os canais de
distribuição citados anteriormente.
6.2 COMERCIALIZAÇÃO
As características que um produto possui como variação de preço, incerteza, frequência,
dentre outras, definem as funções principais a que um mecanismo de comercialização deve
atender. A partir dessas funções que será identificado o melhor modelo de comercialização
para um produtor ou empresa agrícola.
Para atender o mercado interno, a venda de carne bovina esta relacionada a características
como preço e quantidade, onde são vendidas em redes de supermercados e açougues. Para
este segmento são encaminhados cortes de carne da marca própria padrão e para esse tipo de
mercado, características como idade, peso ou sexo dos animais não são exigidos e os atributos
valorizados são do tipo procura.
Os pecuaristas geralmente não possuem vínculos relacionais com o frigorífico e eles adotam o
sistema de produção de engorda a pasto. A especificidade em relação à carne é menor,
diminuindo a necessidade de coordenação de ações na cadeia produtiva. Caso o preço do
animal esteja baixo, o produtor pode esperar mais um tempo, para quando o preço voltar a
subir, ele possa vender seu rebanho, diminuindo as perdas do produtor e do nível de incerteza.
Dessa forma, o melhor modelo de comercialização a ser adotado pelo produtor é o mercado
spot, onde não há compromisso de uma relação continuada.
Está surgindo uma demanda com maior exigência por alimentos mais seguros, então é
necessário a implantação de programas que garantam a qualidade do produto e que incluam
ferramentas capazes de rastrear informações sobre o alimento e seu processo de produção ao
longo da cadeia de suprimentos. Esta situação requer maior interação e novos desafios de
gerenciamento da cadeia e novas formas de coordenação vertical.
Atributos organolépticos como maciez e sabor são algumas exigências dos consumidores. E
este mercado é constituído principalmente por churrascarias, lojas de redes de supermercados
e casas de carnes localizados em regiões de classe econômica média alta. Essas exigências
pedem uma alta especificidade de onde a carne é obtida, de modo que seja assegurada a sua
qualidade.
Segundo Azevedo (2007) “[...] a escolha do mecanismo de comercialização deve contemplar
a função de coordenar as ações ao longo da cadeia produtiva”. Para garantir a especificidade
do produto então, é necessária a coordenação da cadeia, já que há uma dependência entre as
partes, para saber a origem e a forma de criação do gado.
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Para que requisitos como sabor e maciez da carne sejam garantidos na compra dos animais, é
necessário o monitoramento e controle dos processos industriais, principalmente no processo
de resfriamento da carne. E os produtores que atendam estas características possuem, em
geral, um perfil diferenciado dos demais. Desta forma, há uma dependência mútua que exige
uma elevada coordenação entre o produtor e o cliente.
Este tipo de produtor possui um sistema de produção de engorda em confinamento, o manejo
e controle do rebanho possuem maior nível tecnológico e o tempo de abate é respeitado.
Assim, a especificidade temporal do sistema de produção e da idade do animal é elevada
quando comparada com outros sistemas. O custo unitário neste método de criação é maior,
então é preciso uma estrutura de coordenação mais estreita como a integração vertical.
A carne para o atendimento a este mercado é originada, principalmente, de fazendas próprias
e de produtores que possuem uma relação de mais longo prazo com o frigorífico. Pois assim,
o frigorífico conhece o histórico do produtor e a transação é mais recorrente com este
fornecedor. Dessa forma, considerando ser um produtor de carne bovina que atenda a esse
mercado, o melhor mecanismo de coordenação é a integração vertical e contratos de longo
prazo.
Segundo Vinholis, Souza e Souza Filho (2010) o mercado externo se divide em três grandes
segmentos: os países membros da União Europeia e os países que exigem a rastreabilidade
equivalente ao sistema europeu, países que não exigem a rastreabilidade equivalente ao
sistema europeu e os demais países.
Os animais destinados ao abate para produção de carnes na União Europeia e demais países
com os mesmos preceitos que ela, precisa seguir diversas normas de fiscalização para
assegurar a qualidade da carne de acordo com as especificações estipuladas por esses países.
Para os pecuaristas conseguirem exportar a carne do animal, eles devem possuir o
Estabelecimento Rural Aprovado pelo SISBOV (Sistema Brasileiro de Identificação e
Certificação de Origem Bovina e Bubalina). E para isso, eles devem fazer um investimento
alto e específico. As exigências são: termo de adesão ao SISBOV, cadastro de produtor,
cadastro da propriedade, protocolo básico de produção, registro dos insumos utilizados na
propriedade, todos os bovinos da propriedade identificados individualmente, controle de
movimentação dos animais, acompanhamento por uma única certificadora e vistorias
periódicas pela certificadora.
Devido aos investimentos necessários para a habilitação da fazenda, a propriedade tende a ter
escala de produção e perfil tecnológicos superiores e o frigorífico conhece o histórico do
produtor. Devido à grande especificidade, necessidade de coordenação na cadeia e incerteza
alta, o principal modelo de comercialização do produtor é a integração vertical e contratos de
longo prazo.
Os países que não possuem a mesma rastreabilidade que a União Europeia possui, tem a
garantia oferecida pelos Serviços Veterinários Oficiais. E para a que a carne possa ser
exportada para esses países precisam ter o Certificado Sanitário de Exportação (idade inferior
a 30 meses), preço e quantidade ideais.
Apesar da exigência da idade, a especificidade com relação à carne é menor em relação ao
europeu e a incerteza depende das exigências dos países, mas é menor que o da União
Europeia. Com uma necessidade de coordenação de ações na cadeia produtiva menor e uma
13
incerteza mais baixa, o modelo de comercialização para o produtor nesse caso, é o mercado
spot.
6.3 LOGÍSTICA
Os processos de produção do setor que antes convergiam principalmente para atender
requisitos da sociedade utilizando basicamente tecnologia e qualidade, em um cenário que a
logística representava baixa relevância avançam para um novo modelo de gestão onde a
tecnologia proporciona novas funcionalidades nos produtos e processos. Com esse novo
modelo que agrega valor e qualidade, além de garantir a busca por vantagens competitivas, as
organizações elaboram estratégias de logística visando redução de custos, confiabilidade,
rapidez e segurança para seus consumidores além de estratégias de marketing como o modelo
sugerido por Porter (1986), baseado em liderança de custos, diferenciação ou foco de mercado
e competitividade entre as organizações.
Dessa forma a função logística dentro de uma organização negocia valores e disponibiliza da
melhor forma recurso de mobilidade plenamente integrado aos objetivos estratégicos das
organizações. Temos a logística interna que definimos como aquela responsável pelo fluxo da
produção com papel fundamental no cumprimento de prazos e redução de custos da produção
e a logística externa relacionada com o transporte e distribuição do produto final propriamente
dito.
Segundo Ballou (2001), logística empresarial tem seu conceito constituído no planejamento,
implementação e controle do fluxo de matéria prima de forma eficiente e economicamente
eficaz, estoques em processo e produtos acabados com intenção de atender as necessidades
dos clientes.
O sistema de produção de bovinos de corte pode ser representado em três etapas: Cria, Recria
e Engorda, onde no período denominado Cria compreende o tempo entre a fêmea pronta para
reprodução até a desmama do bezerro, já a Recria é determinada pela desmama do bezerro até
a classificação como gado magro ou bezerro desenvolvido e por fim a Engorda, período que o
gado magro vindo da etapa anterior recebe uma dieta alimentar de engorda propriamente dita
até atingir peso para abate. A logística de produção representada pelo período que compreende
as três classificações descritas anteriormente (Cria, Recria e Engorda), compreende
basicamente a movimentação dos animais, de acordo com necessidade de pasto,
complementação alimentar, que pode ser feita em ambientes confinados ou no próprio pasto,
movimentações para vacinação dos animais, castração, controles bio-sanitários, marcação dos
animais e etc. Nessa etapa ou fase, o usual é a movimentação basicamente através de
caminhões, a pé ou ainda, em ocasiões mais raras, por ferrovias.
Normalmente os abatedouros ou frigoríficos negociam com os produtores e quando os
animais atingem o peso de abate são transportados aos locais de abate principalmente através
da malha rodoviária em caminhões.
Já na fase da indústria frigorífica analisando o planejamento e controle de estoque na
produção pode-se observar a busca por sistemas de produção capazes de produzir rapidamente
com qualidade e baixo custo e ainda que possam rapidamente ser modificados para atender
diferentes demandas e oportunidades de mercado. Para que tal planejamento e controle sejam
possíveis evidencia-se a necessidade de uma cadeia de suprimentos que garanta a organização
matéria prima de forma continua com qualidade e preços competitivos. No caso da matéria
prima em questão, o gado bovino existe especificidades principalmente relacionadas com o
14
tempo do enxerto ao abate dos animais. Dessa forma, adquirir animais mesmo com preços
convenientes que não sejam abatidos no período planejado pode resultar em significativos
custos de estoques para o frigorífico.
A etapa seguinte compreende a produção no frigorífico onde propriamente os animais são
abatidos e desmontados em cortes intermediários e por fim desossados dando origem a cortes
principais como maminha, picanha, alcatra, origem a subprodutos como coração, rins, etc. e
alguns produtos derivados como couros, ossos e sebo.
A carne por ser um produto alimentício altamente perecível e de fácil contaminação requer
muitos cuidados em toda sua trajetória até o consumidor final. Os próprios frigoríficos se
encarregam de abastecer os mercados externo e interno, onde parte da produção é absorvida
pelo mercado interno dividido em indústrias de transformação e o restante principalmente
para supermercados e açougues. Os intermediários se tornam então responsáveis pela
distribuição aos estabelecimentos de menor porte e ao consumidor final. Como dito
anteriormente o produto em questão tem alto grau de perecividade e para tal classificação a
logística de distribuição tem condições especiais que devem levar em consideração os
seguintes aspectos: condições e restrições para conservação; embalagem e unitização;
armazenagem e transbordos e por fim o transporte.
Os cuidados para preservação devem respeitar condições para impedir deterioração do
produto, padrões de temperatura, umidade e ventilação e principalmente o tempo. Alterações
na qualidade do produto relativa a problemas em um desses aspectos são acumulativas e não
recuperáveis.
Com relação à embalagem e unitização desses produtos devem respeitar padrões desde a fase
de produção até o transporte e distribuição do produto. Na fase do transporte considerada uma
das mais críticas vários fatores estão relacionados. O embarque e desembarque que pode
apresentar problemas relativos à exposição de fatores externos de contaminação criando
necessidade de instalações adequadas de recebimento e expedição, problemas de longas
distancias principalmente na exportação onde são transportados em containers especiais
refrigerados.
Para tal controle a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) definiu a NBR 14701
que está relacionada ao Transporte de produtos alimentícios refrigerados – Procedimentos e
critérios de temperatura, onde estão apresentadas definições relativas a todo o processo desde
a definição de câmara frigorífica, produtos congelado, refrigerado ou resfriado até o
embarcador/expedidor, são apresentados também todos os requisitos relativos à estocagem,
deslocamento, carga, descarga e transporte, responsabilidades, informações de embalagem e
rotulagem, equipamentos e instrumentos de medição e controle, até questões de amostragem
do produto.
Diante de um mercado competitivo como é atualmente em praticamente todos os setores da
economia, fortalecer vantagens competitivas se torna indispensável. Para a etapa seguinte a
produção nos frigoríficos, e após sua distribuição para redes de supermercados e açougues se
faz necessária a preocupação com gerenciamento e planejamento de estoques. Com a enorme
modernização onde a tecnologia da informação se torna uma grande ferramenta de apoio para
a logística as organizações utilizam dessa tecnologia para rapidez nas tomadas de decisão e
melhor controle gerencial.
Para comercialização de produtos congelados e resfriados pode-se destacar o modelo de
gestão de estoque PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) onde Kamagian (2004) apresenta
15
um estudo de caso de redes de supermercados que mostra o modelo citado anteriormente
como procedimento mais eficiente. Para tal controle as redes utilizam ainda o sistema Kanban
para reposição de estoques que viabilizam utilizar lotes econômicos respeitando os
tratamentos especiais de manuseio e estoque onde o ponto principal é manter o alto giro dos
produtos devido aos curtos prazos de validade.
6.4 COMPORTAMENTO HISTÓRICO DE PREÇO DA CARNE BOVINA
A pecuária de corte no Brasil apresenta uma série econômica que dura de três a cinco anos.
Tal série, que está na baseada no ciclo do boi, tem início com a alta produção de bezerros, o
que eleva a produção de carne. Com essa alta produção, o preço dos bezerros diminui sendo
mais viável economicamente abater as matrizes do que produzir um número maior dos
mesmos, o que caracteriza a segunda fase do ciclo. Aumentando o abate de vacas, a oferta de
bezerros cai, aumentando seu valor de mercado, fato que torna novamente viável a
reestruturação do rebanho, configurando assim a terceira fase da série.
As fases desse ciclo podem ser facilmente observadas pelo comportamento do preço da arroba
e da oferta do boi gordo ao mercado. Com base nessas informações, para Matos (2010) um
novo ciclo econômico teve início em 2010, com o aumento do boi gordo no mercado, e deve
ser encerrado por volta de 2014.
Na Imagem 4 pode ser observada a variação no preço da arroba do boi para ao produtor de
2006 a 2009.
Imagem 4: Variação no preço da arroba dos bovinos. Fonte: Minerva Alimentos, 2009.
O preço de venda da arroba do boi está diretamente relacionado com o custo de produção do
mesmo. Para Coelho (2008) o custo de produção é a soma dos valores de todos os insumos e
serviços utilizados no processo produtivo de uma atividade agrícola.
Os principais elementos que representam os custos da produção estão relacionados com a
alimentação (41%), a mão-de-obra (22%) e os medicamentos (19%). Tendo isso, para
16
aumentar a margem de lucro na pecuária deve-se aumentar a produtividade ou então reduzir
os custos das atividades. Esse custo pode ser melhor visualizado na Imagem 5.
Imagem 5 - Custo de produção do boi gordo. Fonte: CEPEA, 2010.
Pesquisas realizadas indicam que as margens de lucro para os produtores de bovinos
diminuíram consideravelmente nos últimos anos, principalmente devido ao aumento no preço
dos insumos. Alguns fertilizantes utilizados tiveram acréscimos de até 40% entre 2003 e
2004, que não foi totalmente repassado aos consumidores de gado vivo.
Essa queda na margem de lucro dos produtores está relacionada diretamente com a maior
oferta de animais prontos para o abate e a concentração dos frigoríficos. De acordo com
Buanain e Batalha (2007, p.66), “[...] os cinco maiores grupos frigoríficos respondem por
80% do mercado de carne bovina destinada à exportação. Essas empresas têm aumentado seu
poder de barganha na negociação de preços com os pecuaristas”.
Além dos frigoríficos, aumentou também o poder de negociação das grandes redes de varejo,
que para aumentar seus ganhos, forçam a diminuição das margens, tanto de pecuaristas quanto
de frigoríficos.
Essa redução do lucro dos produtores pode ser observada na Imagem 6.
17
Imagem 6: Preço médio de venda da carne bovina (animal desmontado com 16,5 arrobas) dos frigoríficos em
São Paulo. Fonte: Adaptado de Ermita (2006).
O preço ao produtor pode ser diretamente relacionado com o sistema de produção empregado
na propriedade. Um exemplo disso são as menores cotações em meses como abril, setembro e
outubro. De acordo com Viana e Silveira (2005), “[...] enquanto que no mês de abril o
aumento da oferta ocorre pela necessidade de ajuste de carga nos campos nativos, devido à
redução do crescimento e baixa oferta de pasto, nos meses de setembro/outubro é necessário à
retirada dos animais para a implementação de lavouras, no caso dos sistemas de produção
integrados lavoura-pecuária”.
Os pontos importantes que devem ser observados pelos produtores no momento da
negociação dos preços na venda da carne bovina são os valores pagos em períodos anteriores.
Autores como Lobo e Neto (2011) abordam em seus trabalhos formas de calcular e analisar a
tendência dos preços a fim de evitar perdas aos produtores. Para tanto, se utilizam de métodos
como os testes de raiz unitária de Dickey Fuller Aumentado, critérios de informação de
Schwartz e análise de regressão.
Com base no trabalho desses autores podemos observar na Imagem 7 a variação do preço ao
produtor no Estado de Goiás, um dos maiores produtores nacionais de carne bovina.
18
Imagem 7 – Evolução dos preços ao produtor e ao varejo da carne em Goiânia de janeiro de 1995 a dezembro de
2010. Fonte: Onésio A. Lobo e Waldemiro A. da S. Neto (2011).
O gráfico mostra que tanto o preço ao produtor quanto o preço ao varejo apresentam uma
queda entre 2000 e 2006, seguidos de uma ligeira subida até o ano de 2010. Durante o ano de
2007 houve um início de recuperação desses preços, porém, não seguiu adiante devido à crise
internacional que ocorreu em meados de 2008.
No final de 2010, o preço da arroba do boi alcançou patamar inesperado, o que animou os
produtores bovinos e deu novo fôlego à atividade.
Com isso podemos concluir que a formação de preços da bovinocultura é influenciada por
diversos fatores que não dependem apenas dos produtores. A maior parte desses fatores, aliás,
está ligada à economia local, mas principalmente a global, já que o Brasil é o maior
exportador mundial desse produto.
Outra forma de se influenciar a formação de preços dos produtos agroindustriais, entre eles a
carne bovina, é através de contratos em mercados futuros. Essa, no entanto, é uma forma de
“proteger” o preço da mercadoria de possíveis contratempos.
Para Rudge (2003), o mercado futuro representa um “[...] seguimento de mercado que
compreende as operações de compra e venda realizadas em pregão, de contratos autorizados
pela bolsa de futuros, para liquidação em data futura prefixada. Nele são realizadas operações
envolvendo lotes padronizados de commodities ou ativos financeiros”.
De acordo com o estudo realizado por Neto e Figueiredo (2008) no Estado de Goiás, é
possível analisar as operações de hedge levantando-se a série temporal de preços da arroba do
boi gordo juntamente a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás e a série
temporal de preços da arroba do boi gordo no mercado futuro da Bolsa de Mercadorias &
Futuro (BM&F), junto ao Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, além de
apresentar e analisar o comportamento da base e do risco de base.
Para Neto e Figueiredo (2008), as séries temporais se mostraram estacionárias na primeira
diferença, pela aplicação do Teste Aumentado de Dickey Fuller. Na sequência, com a
19
realização dos cálculos da razão de hedge ótima e efetividade de hedge, concluiu-se uma
diminuição de 90% do risco referente às oscilações de preços no mercado físico.
É extremamente necessário ao produtor que suas atividades sejam executadas com certa
segurança de retorno, a qual é possibilitada pela participação na BM&F, com a realização de
contratos futuros. Além da própria segurança, o produtor garante ao comprador o atendimento
do pedido com custo compatível à margem de lucro do mesmo.
A segurança desse mercado deve-se principalmente ao fato de o recebimento do produto
negociado ser garantido pela instituição que o realizou, diferentemente de outros tipos de
negociação.
As vantagens para o produtor são inúmeras nesse caso. Neto e Figuereido (2008) destacam as
seguintes: garantia de preços futuros, melhor comercialização de produtos, atração de capitais
de risco, disseminação do preço de commodities, redução do preço de bens negociados,
redução de custos de financiamento, além da disseminação das informações.
O comprador também é beneficiado nesse caso com a redução do risco da variação do preço
da arroba do boi gordo, o melhor planejamento das operações e a possibilidade de estabelecer
melhores relacionamentos com pecuaristas de ponta (aqueles que possuem gado com padrão
tipo exportação).
Por tudo isso, conclui-se que o mercado futuro oferece uma boa proteção contra a variação de
preço da arroba do boi gordo, o que contribui para uma maior segurança para os produtores.
7. PANORAMA NACIONAL DA CARNE BOVINA
A bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no cenário mundial.
O clima tropical e a extensão territorial do Brasil contribuem para esse resultado, uma vez que
permitem a criação da maioria do gado em pastagens.
Buainain e Batalha (2007) destacam o Brasil, Austrália, Argentina, Estados Unidos e Canadá
os principais produtores de carne bovina no mundo. O Brasil é o quinto maior país do mundo
em território onde cerca de 20% da sua área é ocupado por pastagens, e com isso, o Brasil é o
segundo maior produtor e o maior exportador de carne bovina no mundo (ABIEC, 2012).
Espera-se que este ano o Brasil volte a ser o maior produtor do mundo (BEEF POINT, 2012).
Segundo dados do IBGE (2010), o rebanho bovino brasileiro é formado por 209,5 milhões de
cabeças e é na região centro-oeste onde se encontra a maior parte dos produtores de gado,
destacando-se também a região norte. A Tabela 1 mostra o efetivo de bovinos (cabeças) do
Brasil.
Região/UF Número de Bovinos
(cabeças)
Porcentagem Relativa
Brasil 209 541 109 100%
Norte 42 100 695 20,1%
Rondônia 11 842 073 5,7 %
Acre 2 578 460 1,2%
20
Amazonas 1 360 800 0,6%
Roraima 577 050 0,3%
Amapá 114 773 0,1%
Pará 17 633 339 8,4%
Tocantins 7 994 200 3,8%
Nordeste 28 765 119 13,6%
Maranhão 6 979 844 3,3%
Piauí 1 679 957 0,8%
Ceará 2 546 134 1,2%
Rio Grande do Norte 1 064 575 0,5%
Paraíba 1 245 579 0,6%
Pernambuco 2 383 268 1,1%
Alagoas 1 219 578 0,6%
Sergipe 1 117 765 0,5%
Bahia 10 528 419 5,0%
Sudeste 38 251 950 18,1%
Minas Gerais 22 698 120 10,8%
Espírito Santo 2 195 406 1,0%
Rio de Janeiro 2 160 727 1,0%
São Paulo 11 197 697 5,3%
Sul 27 866 349 13,3%
Paraná 9 411 380 4,5%
Santa Catarina 3 985 662 1,9%
Rio Grande do Sul 14 469 307 6,9%
Centro – Oeste 72 559 996 34,6%
Mato Grosso do Sul 22 354 077 10,7%
Mato Grosso 28 757 438 13,7%
Goiás 21 347 881 10,2%
Distrito Federal 100 600 0,0%
Tabela 1 - Brasil: rebanho bovino, por região e unidade da federação.
Fonte: IBGE (2010).
Apesar da maior cidade produtora de gado ser do norte, as outras noves maiores cidades
produtoras de bovinos se encontram na região centro oeste, confirmando assim os dados da
Tabela 1 que afirma a região centro-oeste sendo a maior produtora de bovinos. A tabela 2
mostra os dez maiores municípios produtores do rebanho bovino no país.
Município Número de Bovinos
(cabeças)
Porcentagem Relativa ao
Total do País (%)
São Félix do Xingu – PA 2 022 366 1,0%
Corumbá – MS 1 930 475 0,9%
Ribas do Rio Pardo – MS 1 192 681 0,6%
Juara – MT 945 249 0,5%
Cáceres – MT 883 259 0,4%
Vila Bela da Santíssima
Trindade – MT
844 755 0,4%
Alta Floresta – MT 838 711 0,4%
21
Aquidauana – MS 829 560 0,4%
Três Lagoas – MS 753 337 0,4%
Nova Crixás – GO 744 960 0,4%
Tabela 2 – As 10 maiores cidades do país produtoras de rebanho bovino.
Fonte: IBGE (2010).
A renda familiar é um fator que limita o consumo de carne bovina, assim, o mercado interno
de carne bovina no Brasil é divido em dois grupos: pessoas com baixa renda e as com o poder
aquisitivo melhor. Pessoas de baixa renda, que não tem preocupação com o fator qualidade e
sim com o preço do produto, pode-se afirmar que nesse segmento de consumidores são
voltados para a quantidade deixando de lado o mais importante à qualidade do alimento. O
outro grupo é constituído por pessoas com um poder aquisitivo melhor com condições de
exigir um produto de qualidade.
A EMBRAPA (2004) afirma que no Brasil pessoas com melhores condições econômicas
consomem carne bovina em taxas de consumo semelhantes as dos maiores consumidores
mundiais (mais de 50 kg/hab./ano), enquanto pessoas de baixa renda possuem taxas de
consumo de terceiro mundo (menos de 10 kg/hab./ano). Uma vez que a disponibilidade
interna do país está em torno de 34 kg/hab./ ano.
Segundo a ABIEC (2011) as exportações de carne bovina no Brasil cresceram 23% em janeiro
de 2012, para 86,1 mil toneladas, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A receita
com as vendas somou US$ 400,88 milhões, alta de 27%, ancorada no volume maior
embarcado no período e no aumento do preço médio da carne.
O Brasil consegue atender qualquer mercado no mundo, ”[...] sejam nichos específicos, com
carnes mais nobres até cortes de menor valor, sejam mais magras ou com maior teor de
gordura, sob qualquer demanda de volume” (ABIEC, 2012).
Buainain e Batalha (2007) afirmam que as unidades brasileiras de processamento autorizadas
e capacitadas para exportar possuem tecnologia avançada que faz com que o país consiga
atender às exigências do mercado internacional em termos de flexibilidade de cortes,
produtividade e até mesmo em capacidade de atender pedidos volumosos.
De acordo com os dados da ABIEC (2011), em 2011 a produção de carne bovina no Brasil foi
de 9,1 milhões de toneladas, os quais foram destinados 1,5 milhões de toneladas a exportação
e 7,6 milhões toneladas ao cosumo consumo interno. Segundo Buainain e Batalha (2007,
p.14) “as principais importações são oriundas do Paraguai, Argentina e Uruguai, mas o
volume total importado é inexpressivo em relação às exportações brasileiras”, assim o
Brasil pouco importa carne bovina, pois os produtos brasileiros superam os internacionais
quando o assunto é custo, benefício e qualidade. A Imagem 8 detalha a pecuária brasileira.
22
Imagem 8: Pecuária Brasileira 2011.
Fonte: ABIEC (2011).
8. CONCLUSÃO
A bovinocultura, direcionada ao corte, é considerada de extrema importância para a economia
nacional, principalmente devido ao elevado número de exportações, à geração de empregos e
ao crescente consumo interno. Hoje o Brasil é considerado um grande produtor e exportador
de carne bovina do mundo, o que reflete de maneira positiva na sua balança comercial.
Como a cadeia produtiva é grande e complexa, tanto na fazenda quanto na indústria, é
necessário que haja uma grande eficiência, a fim de minimizar perdas no processo. Também é
de fundamental importância que se tenha um canal de distribuição bem planejado, uma
comercialização eficiente e um sistema de logística adequado ao produto. O manuseio da
carne tanto no transporte quanto na estocagem deve seguir à risca as normas e regulamentos
existentes.
É necessário que haja um grande investimento do governo principalmente no setor de
transporte, com a melhoria das vias rodoviárias, além da criação de alternativas para o
transporte interno, que atualmente é muito deficiente.
Constatou-se também que o mercado futuro pode ser uma boa estratégia de proteção de
preços contra as constantes oscilações do mercado, visando uma maior segurança para o
produtor.
23
É evidente que se trata de uma atividade que envolve grandes desafios, principalmente no que
diz respeito à gestão dos negócios. No entanto, a elaboração de um programa com
estabelecimento de estratégias de curto, médio e longo prazo, aliada a uma pesquisa de
prospecção com os componentes da cadeia pode trazer resultados muito satisfatórios para o
setor.
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Agronoegocio

  • 1. CARACTERIZAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE CARNE BOVINA NO BRASIL Aline Herzog Simões (UFES) Elizangela de Abreu Basílio (UFES) Keuwy Sousa Rocha (UFES) Marcus Vinicius Oliveira Camara (UFES) Thayse Ferrari (UFES) Wlisses Bonelá Fontoura (UFES) RESUMO No Brasil, o agronegócio tem avançado significativamente e ganhado grande importância na economia nacional, representando uma parcela considerável do PIB brasileiro. A pecuária de corte destaca-se nesse setor, com cerca de um terço do valor total da produção, principalmente no que se refere ao mercado externo. Além disso, a carne bovina, que é um dos principais componentes da dieta alimentar da população brasileira, representa um dos mais importantes mercados do setor no país. Diante desse cenário otimista, o objetivo deste trabalho é identificar as principais características da cadeia de produção da carne bovina, os canais de distribuição utilizados, o melhor modelo de comercialização, questões logísticas (de interface com o marketing) e o comportamento do preço do produto no mercado. Para isso foi realizada uma revisão bibliográfica e uma consulta a estudos de casos, que permitiram uma visão mais abrangente da cadeia produtiva como um todo. Além disso, esses estudos possibilitaram uma melhor compreensão da complexa estrutura que envolve relações econômicas e produtos perecíveis. Palavras Chave: Carne Bovina, Cadeia de Produção, Logística 1. INTRODUÇÃO O agronegócio é visto como a cadeia produtiva que envolve desde a fabricação de insumos, passando pela produção nos estabelecimentos agropecuários e pela sua transformação, até o seu consumo (GASQUES et al, 2004). A pecuária, juntamente com seus setores a montante e a jusante, representam cerca de 30% do valor da produção do agronegócio brasileiro, mostrando-se fundamental para a pretensão de crescimento da economia. Isso se deve ao fato da carne bovina ter posição privilegiada entre os agropecuários exportados pelo Brasil. Para Miranda (2001) ela é um produto muito importante quando se busca a geração de superávits na balança comercial. Os maiores criadores bovinos nacionais estão localizados no eixo Centro-Sul, principalmente nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Esses Estados juntos representam cerca de 45% da produção nacional de bovinos. Além da grande importância econômica, essa atividade apresenta grande relevância social para o país. No que tange ao ponto de vista social, ela é uma importante geradora de
  • 2. 2 empregos, diretos e indiretos, devido a sua complexa cadeia produtiva, representando uma fonte de renda para milhares de famílias brasileiras. Apesar de toda a relevância dessa atividade, Montoya e Parré (2000) dizem que o produtor se mantém entre os setores de mercado altamente especializados e não possui capacidade de formular os preços finais do seu produto. Sendo assim, para Arbage (2000), o pecuarista é um tomador de preços, altamente dependente do poder aquisitivo do mercado consumidor para o qual sua produção se destina. Com base nas informações apresentadas, este trabalho tem por finalidade realizar um diagnóstico da cadeia produtiva de carne bovina, os canais de distribuição utilizados nessa cadeia, o modelo de comercialização, as questões logísticas (integrando transporte, armazenagem e marketing) e o comportamento do preço do produto ao longo do tempo e em função do mercado. Além disso, serão abordadas as limitações e barreiras observadas no setor, bem como a legislação vigente que controla tal atividade. 2. OBJETIVOS O presente estudo realizou uma busca na literatura sobre o tema a cadeia produtiva da carne bovina, com o objetivo de apresentar as principais características da mesma. Especificamente, pretende-se apresentar a cadeia da carne bovina com as suas principais características tais como: agentes envolvidos, logística, comercialização, mercado nacional e as alterações no preço deste produto nos últimos anos. 3. METODOLOGIA Pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema e o objetivo básico das pesquisas descritivas é descrever as características de populações e de fenômenos (LACERDA et al., 2007; GIL, 2002). Este artigo é o resultado de um estudo exploratório e descritivo com uma abordagem quantitativa, pois através de uma revisão bibliográfica se obteve uma maior familiaridade sobre o tema, e com isso, foi possível expor as características da cadeia produtiva da carne bovina no Brasil. 4. REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 CANAL DE DISTRIBUIÇÃO O Canal de distribuição de acordo com Stern et al (1996, apud LOURENZANI e SILVA, 2004) é definido como um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilizar um produto ou serviço , para uso ou consumo. Por esta definição se trata de um conjunto de instituições tem em comum o meio pelo qual seu produto será disponibilizado ao seu cliente final. Sendo assim os canais são as últimas milhas que o produto percorre antes de chegar às mãos do consumidor, servindo para possibilitar uma melhor capilaridade dos produtos no mercado. Segundo Rebouças (2008), alguns objetivos podem ser citados ao se reconhecer um canal de distribuição, como: focar na rapidez da disponibilidade dos produtos, atender prontamente o mercado consumidor; analisar as vendas reforçando o potencial das mesmas; fortalecer a cooperação entre os componentes da Cadeia de Suprimentos, Facilitar o fluxo de informação
  • 3. 3 e material, reduzir os custos de forma integrada. De maneira conseguinte as suas funções se baseiam em : Induzir e satisfazer a demanda; trabalhar com os serviços que estão interligados com o pós compra; e permitir a troca de informações durante todo o canal Umas das principais decisões na montagem de um canal giram em torno das definições dos membros que o compõem e de suas subdivisões, para assim definirem as formas, as amplitudes e as quantidades de canais a serem utilizados. Essa rede ou sistema organizado de instituições que executam todas as funções necessárias a fim de realizar a tarefa de marketing de ligar os produtos aos usuários finais é composto por membros. Tais integrantes podem ser conhecidos como agentes primários ou facilitadores. De acordo com Neves (1999, apud LUIZ LOURENZANI, W.; SMITH LOURENZANI, A. E. B.; BATALHA, M. O, 2010). Os primários abrangem as organizações que são proprietárias e gerenciam os estoques de produtos, além de assumirem parte do risco associado ao processo de venda – atacadistas e varejistas. No entanto os membros secundários, as empresas facilitadoras, exercem atividades em função da boa qualidade do funcionamento do canal de distribuição, porém não assumem a propriedade de estoques, nem riscos a eles associados. Em uma conseguinte análise, tem-se a descrever das divisões dos próprios canais, que resultam em canais diretos e canais indiretos , canais longos e curtos. Os Canais diretos são representados pelas regiões onde não existem intermediários, ou seja, o produto transita diretamente do produtor até o consumidor final, neste tipo distribuição direta, caracterizado por se um canal curto envolve o contato direto entre produtor e usuário. Os Canais Indiretos, de acordo com Berman (1996, apud CONSOLI, 2005), com exceção dos canais de nível zero (aqueles que não utilizam nenhum intermediário), todos os demais são canais indiretos. Em um canal longo – ou distribuição indireta – membros independentes de canal (produtores, atacadistas, varejistas, agentes, brokers, distribuidores) compartilham atividades específicas no desempenho dos fluxos de marketing. É importante notar que, embora canais longos reduzam as necessidades financeiras para cada membro de canal, requer grandes esforços de coordenação das atividades e funções 4.1.1 A Estrutura de um Canal de Distribuição De acordo com Rosebloom, (2002, apud DIÓGENES PINHEIRO, H.; CARVALHO PINHEIRO, D. R., 2008) A variável distribuição do composto mercadológico é formada pela estratégia de canal e da gestão logística. A estratégia de canal configura e opera a organização contatual responsável pelo alcance das metas de distribuição da empresa. A gestão logística disponibiliza o produto no canal de marketing, na hora e lugar adequados.. As inteirações de um canal podem ser compreendidas em vários níveis, podendo ser observado na Imagem 1, os quais se tornam necessários em algumas empresas, pois nem todas conseguem dar seguimento às suas atividades além da atuação principal da cadeia.
  • 4. 4 Imagem 1: Intermediários que atuamno Canal de distribuição Fonte: Adaptado Rosenbloom(1999, apud LOURENZANI, A. E. B. S.; SILVA, A. L.,2004). A existência das diversas formas de canal é evidenciada por serem fortemente influenciadas pela extensão do canal (número de níveis que o compõe), pelo número e pelo tipo de intermediários presentes em cada um desses níveis, ou seja, por suas funções e padrões de ação. Como visto na Imagem 1, os intermediários que atuam no canal de distribuição devem ser claramente definidos e identificados, segundo Diógenes Pinheiro e Carvalho Pinheiro (2008) pois cada um deles será responsável pela execução de uma função no processo de distribuição. São classificados como: a) Atacadistas ou distribuidores que compram os bens para revendê-los a outros intermediários (geralmente varejistas) b) Varejistas que negociam diretamente com o consumidor final. São abastecidos principalmente por atacadistas. c) Agentes e corretores negociam em nome de um fabricante ou cliente -sem adquirir a propriedade da mercadoria, facilitando o processo de troca entre vendedores e compradores, em troca de comissões. Nas negociações entre produtor e consumidor, a existência da utilização de intermediários na estrutura do canal de distribuição, é justificada quando ocorre redução de custo e/ou melhoria no desempenho do serviço. O intermediário tem a necessidade de produzir utilidade de tempo, lugar e posse para os compradores, de uma forma muito mais eficaz do que a empresa geraria se cuidasse diretamente dessas atividades Dentre as contribuições que o sistema de distribuição dá para a satisfação do consumidor, citadas por Rosembloom (1999, apud LOURENZANI, A. E. B. S.; SILVA, A. L.,2004) as quais influenciam na existência de intermediários entre a produção e o consumidor final , relacionam as seguintes: Crescimento positivo na eficiência do processo, já que há cada vez maior o mix de produtos disponíveis para o consumo e seria ineficiente que uma empresa tentasse atender os consumidores de forma individual; Especialização e divisão do trabalho; Aumentar a eficiência contratual visando diminuição dos custos de transação, gerando
  • 5. 5 economia para compradores e vendedores; prestar serviços no ato da venda e no após a venda; e movimentar os produtos e localizá-los fisicamente para conveniência dos clientes 4.2 MECANISMOS DE COMERCIALIZAÇÃO Segundo Azevedo (2007), a comercialização é a parte essencial da produção agropecuária. É nela que os esforços de aumento de produtividade e redução de custos, obtidos na produção, podem ser ou não realizados as perdas decorrentes de uma comercialização deficiente podem ser grandes o suficiente para inviabilizar uma atividade produtiva, o que as decisões de comercialização entre as principais atividades gerenciais. A escolha do mecanismo de comercialização não é aleatória. Sua escolha responde a um critério de eficiência econômica de extrema relevância para a própria sobrevivência da cadeia agroindustrial e inclusive dos atores que a compõem. De acordo com Azevedo (2007) os principais mecanismos de comercialização empregados nas cadeias agroindustriais, seja para distribuição de produtos agropecuários, são: Mercado Spot; Mercado a termo, Mercado de Futuros; Contratos de Longo Prazo; e Integração Vertical. Azevedo (2007) afirma que a palavra spot é empregada em economia para qualificar um tipo de mercado cujas transações se resolvem em um único instante do tempo. O mercado Spot é tipicamente esporádico. Mesmo que a compra se repita, não há obrigatoriedade de compra futura. O mercado spot de produtos agroindustriais também apresenta alta dose de incerteza no que se refere ao comportamento dos preços. O mercado Spot isoladamente não se mostra um mecanismo adequado para diversos para diversos tipos de transação, quando a estabilidade do suprimento e dos preços é necessária ou a qualidade dos insumos é fundamental e de difícil observação , logo existem outros mecanismos de comercialização substituem ou complementam o mercado spot. Ao contrario do mercado spot, que as transações se consumam em um instante de tempo, Azevedo (2007) mostra que o Mercado a Termo se resume em contratos em que as partes acordam que alguns elementos da transação podem ocorrer no futuro. Comprador e o vendedor podem detalhar um contrato especificando a mercadoria, a data de entrega, o local, meio de transporte, meio de pagamento e qualquer outro elemento que ambas as partes desejem incorporar ao contrato. O Mercado a Termo apresenta grande flexibilidade, podendo acomodar o interesse das partes No mercado Futuro, Azevedo (2007) evidencia que as transações são feitas de maneira padronizada e através de métodos mais simples, não permitindo a inclusão de idiossincrasias, mesmo que comprador e vendedor assim desejem. Os contratos de futuros especificam apenas o período para entrega, o lugar e o objeto transacionado, no entanto estes três elementos são especificados de modo limitado. Muitas vezes o mercado futuro é apenas a redução do risco característico das transações do mercado spot. O Mercado de futuros permite essa redução de risco em operações de mercado spot através do mecanismo hedging- trata-se de uma estratégia de redução de risco, que consiste na realização da operação que exatamente neutraliza a especulação implícita a um negócio qualquer Assim, na integração vertical, segundo Silva (1999) a empresa, ao possuir o domínio sobre todas as etapas produtivas, desfruta de uma maior garantia quanto ao atendimento dos requisitos estipulados de regularidade e de qualidade do suprimento. No entanto, embora ter o
  • 6. 6 controle sobre todas as operações possa parecer sempre vantajoso, a integração vertical nem sempre se caracteriza pela melhor opção, ao retirar muitas vezes a empresa de seu foco de negócio. Como uma solução alternativa, tem-se a utilização dos contratos de longo prazo. De forma geral, Silva (1999) afirma que os contratos de longo prazo oferecem garantias de que o fornecimento das mercadorias se dará dentro dos padrões estipulados motivando o comportamento desejado das partes envolvidas, por meio da elaboração de contratos formais ou informais, simples ou complexos, onde se estabelecem ações cooperativas entre fornecedores, distribuidores e até mesmo entre institutos de pesquisa público e/ou privados. 4.3 LOGÍSTICA Segundo Morabito e Iannoni (2007), o fluxo físico e de informação da matéria prima à distribuição do produto final da empresa para o consumidor final é responsabilidade da logística, dessa forma a logística viabiliza planejar para colocar os bem ou serviços nos locais, tempo e condições corretas de acordo com as necessidades e vontades do cliente. As operações e planejamentos logísticos devem ser feitos de forma a buscar os menores custos envolvidos no processo ou transporte ou distribuição desses produtos. De acordo com Bowersox & Closs (2001), antes da década de 50 não havia registros de uma definição formal de logística e cada função logística era tratada de forma independente. Ballou (2004) apresenta ainda um estudo de gestão integrada das áreas tradicionais finanças, marketing e produção como um campo relativamente novo de estudos, sendo assim, define como novidade a inter relação das atividades contrariando o conceito que a logística apenas agrega valor a produtos e serviços. 5. CADEIA DA CARNE BOVINA Segundo Castro, Lima e Castro (2002, p.2), “o conceito de cadeia produtiva foi desenvolvido como instrumento de visão sistêmica”. Por isso, a partir da cadeia produtiva é possível a compreensão integral e sistêmica da estrutura de produção com todos os diversos agentes econômicos da cadeia que estão interconectados por fluxos de matérias, de capital e de informações, o que resulta no suprimento do consumidor final com os produtos deste sistema (SANTOS 2005; CASTRO, LIMA E CRISTO, 2002). A princípio, o termo cadeia produtiva foi desenvolvido com o foco na produção agropecuária e florestal, porém têm-se verificado que o mesmo tem extrapolado para outras áreas produtivas além da agricultura (CASTRO, LIMA E CRISTO, 2002). A cadeia produtiva da carne é caracterizada pela criação de animais a pasto, ou pelo sistema intensivo ou semi-intensivo (confinamento), no qual, o gado é alimentado por grãos, sendo proibido o uso de proteína de origem animal (exceto produtos lácteos). Segundo Euclides Filho e Cezar (2000), a cadeia produtiva de carne bovina é constituída de vários atores, agrupados segundo a atividade: produção, distribuição e comercialização de insumos; indústrias frigoríficas, indústrias de carne processada e cozinhas Industriais; setores de armazenagem e comercialização; segmento de transporte de animais e de carne/carcaça;
  • 7. 7 consumidor final e há uma tendência mais recente de entrada de novos atores na área de marketing. Ainda de acordo com tais autores, a cadeia produtiva brasileira é muito desorganizada e muito mal coordenada necessitando de um planejamento com diretrizes bem traçadas. Souza (1999) afirma que nesta cadeia há um mix de produtos com características distintas, como produtos cárneos, couro, sangue, ossos, miúdos, mocotó e outros, com origem no abate de novilhos ou bois terminados e utilizando diferentes sistemas de industrialização. A Imagem 2 procura representar esse conjunto, bem como os principais elos que compõem a cadeia de carne bovina. Imagem 2 – Cadeia Produtiva de Carne Brasileira. Fonte: CNA (2000) Buainain e Batalha (2007) dividem esta cadeia em cinco subsistemas: de apoio, de produção da matéria-prima, de industrialização, de comercialização e de consumo. O subsistema de
  • 8. 8 apoio é constituído pelos fornecedores dos produtores agropecuários, ou seja, as indústrias de defensivos, alimentação animal e genética animal. O segundo subsistema, denominado de produção da matéria-prima, é a produção animal em si, este é constituído por empresas rurais responsáveis pela criação e engordar os bois para posteriormente fornecer as indústrias. O terceiro subsistema, de industrialização, é responsável pela transformação principal da cadeia, onde os animais são abatidos em frigoríficos e assim resultando em partes não comestíveis (couro, sangue, etc.) e partes de carne para dirigir aos próximos elos da cadeia onde haverá agregação de valor ou a inserção da carne em outros produtos. O próximo subsistema é o de comercialização, os agentes que atuam neste elo da cadeia comercializam o produto final. Encontram-se nesta parte da cadeia os entrepostos revendedores como empresas de alimentação, restaurantes, hotéis, hospitais, escolas. Encontram-se também neste elo da cadeia os atacadistas e os varejistas, os primeiros realizam a estocagem e a entrega do produto, enquanto os outros fazem a venda direta ao consumidor final como supermercados e açougues. Por fim, o subsistema de consumo onde os consumidores adquirem o produto e preparam de acordo com o seu desejo de consumir o produto, segundo Buainain e Batalha (2007, p. 20) estes “[...] determinam as características desejadas no produto, influenciando os sistemas de produção de todos os agentes da cadeia produtiva”. 6. ANÁLISE DA CADEIA DA CARNE BOVINA 6.1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Um fator que se apresenta com potencial crítico, está relacionado à questão da distribuição. Os canais de distribuição dos produtos agroindustriais estão em intenso processo de concentração. No entanto a participação de um dos canais de vem alcançando grande parte dos mesmos. Segundo Siffert Filho e Faveret Filho (1998), nos Estados Unidos e em alguns países da Europa é notório o domínio dos supermercados na distribuição agroindustrial, chegando a alcançar mais de 80 % deste nicho, onde há forte tendência de aumento da escala. Reportando à carne bovina, a distribuição no mercado interno, de acordo com Pitelli (2000, apud COSTA, 2007)se dá através de quatro canais, a saber: a) Hiper/Supermercados: De acordo com a CNA (2000, apud COSTA, 2007), este canal se destaca em meio aos outros como sendo o mais organizado sob análise do conceito de auto-serviço, pois os mesmos dispõem de certos arranjos onde são expostos os produtos. No Brasil a rede supermercadista é composta tanto por estabelecimentos nacionais e internacionais de grande porte, no entanto, para atender a todo a população brasileira, tem-se a necessidade na existência de redes menores, que operam por setores ou por regiões e também há as lojas de conveniências. São poucos os supermercados que não comercializam a carne, visto que é tida como um produto que desperta a atenção nos consumidores, por conseqüência também, o produto já tem seu local definido nestes estabelecimentos de distribuição, de localiza no final dos supermercados, e por fazer parte da dieta básica dos brasileiros. Sendo que a sua
  • 9. 9 disposição é uma questão de marketing do ponto de vista que o cliente ao se dirigir a seção de carnes ele percorre outros setores onde estão dispostas outras mercadorias. b) Boutique de Carnes: De acordo com estudo CNA (2000, apud COSTA, 2007), este segmento de venda de carnes é especializado em cortes especiais. Tendo em seus arranjos físicos freezer e balcões frigoríficos que facilitam a comercialização não somente de carnes. Oferecem aos seus clientes o serviço de auto-atendimento, além de colocar seus produtos em embalagens especiais, cuja finalidade é de prolongar a durabilidade dos mesmos. Em tais boutiques, encontram-se marcas diversas, a disposição do seu publico alvo, além de comercializar as próprias marcas, podendo encontrar produtos de fabricação nacional como internacional. Outro fator ressaltado é que as boutiques de carnes, como focalizam uma segmentação de mercado voltado para classes mais altas economicamente falando, devido serem na maioria das vezes instaladas em Shopping Center e grandes centros urbanos, optando por fornecedores que dispõem de marcas já consolidadas no mercado e que possam lhes fornecer produtos em cortes especiais. c) Açougues: Estes canais de distribuição, ainda segundo os estudos da CNA (2000, apud COSTA, 2007), se caracterizam como pontos de vendas independentes, são conhecidos como o varejo tradicional, caracterizado como um comércio onde existe uma pessoa (açougueiro), que cuida do atendimento ao cliente, cortando, embalando e às vezes orienta o cliente na hora da compra. De acordo com a CNA, pode-se encontrar nesses pontos de vendas outros produtos complementares ligados à carne: como Sal, carvão etc. Os locais onde adquirem a carne para a comercialização quando se tratando de açougue independente, geralmente adquirem junto a distribuidores. d) Feiras Livres: São conhecidas popularmente como “bancas de carnes”, onde o comerciante instala sua banca e começa a vender seu produto (carne). São predominantes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, nesse canal de distribuição, difere dos demais, pois não existe uma preocupação com o modo como a carne será exposta e vendida ao cliente, deixando a desejar com a higiene do ambiente e não dispondo também do resfriamento da carne. No que diz respeito à aquisição da carne para comercialização é procedente de abatedouros clandestinos, desprovidos de qualquer fiscalização. No segmento de distribuição, o que se observa hoje no Brasil, é um completo descaso em relação ao consumidor. Os açougues, completamente desvinculados das empresas frigoríficas e da produção rural, não contribuem para detectar as mudanças no padrão de consumo e necessidades do consumidor. Autores como Siffert Filho & Faveret Filho (1998) afirmam que uma mudança significativa no segmento de distribuição pode ser percebida pela crescente participação dos supermercados como canal de venda. Observam que o setor se moderniza rapidamente, formando novos hábitos de consumo, e sua atuação vem exigindo novas formas de apresentação, qualificação e garantia da carne ofertada, promovendo a eliminação da tradicional relação açougue/consumidor. Contudo Filho e Paula, (1997) evidenciam que a Aliança Mercadológica da Carne tem por objetivo estabelecer canais estáveis de distribuição de carne de boa qualidade. Para tanto, sob
  • 10. 10 o patrocínio do Fundepec, foi realizado um acordo entre pecuaristas, frigoríficos, transportadores e supermercados, visando às relações estáveis entre os diversos elos da cadeia, o que irá configurar a base para assegurar a qualidade dos produtos aos consumidores finais. Os animais comercializados pelos supermercados credenciados serão fornecidos por um grupo de pecuaristas pré-identificados e abatidos por frigoríficos de primeira linha. Com isso, o consumidor deverá encontrar um produto de boa qualidade – carne de novilho precoce – com regularidade. A Imagem 3 descreve como acontece com o fluxo de materiais fazem parte do processo de produção da carne bovina, mostrando a influência dos canais de distribuição no processo de comercialização do produto em questão. Imagem 3 : Cadeia agroindustrial da carne bovina no Brasil Fonte: Adaptado de Lazzarini et alii, 1995 , apud SOUZA 1999. Baseado nos canais já descritos, os canais de distribuições existentes na cadeia de carne bovina não há presença de canais diretos, em todos os níveis observados há presença de intermediários sendo varejistas, atacadistas e distribuidores como supermercados, açougues, feiras livres, onde cada um deles será responsável pela execução de uma função no processo de distribuição. Logo a cadeia analisada se caracteriza como sendo um canal longo até atingir o consumidor final. Em uma conseguinte análise de canais longos, ao passar pelos diversos elos da cadeia, vão sendo agregados valores ao produto, aonde os intermediários vão adquirindo suas parcelas de lucro no processo de distribuição.
  • 11. 11 O canal de distribuição da carne bovina descreve como o produto em questão corre ao longo de sua cadeia, e os integrantes que compõem este panorama são as fazendas, atuando como unidades armazenadoras, o frigorífico, os agentes intermediários, mercado externo, distribuidores (supermercados, boutique de carnes, açougues, feiras livres) chegando assim ao consumidor final. Neste processo os agentes primários são os varejistas, atacadistas, agentes e corretores, os frigoríficos, pois estes se comunicam retamente com o canal. Contudo ao se tratar dos agentes secundários, as empresas facilitadoras, exercem atividades em função da boa qualidade do funcionamento do canal, tais empresas são as que compõem os canais de distribuição citados anteriormente. 6.2 COMERCIALIZAÇÃO As características que um produto possui como variação de preço, incerteza, frequência, dentre outras, definem as funções principais a que um mecanismo de comercialização deve atender. A partir dessas funções que será identificado o melhor modelo de comercialização para um produtor ou empresa agrícola. Para atender o mercado interno, a venda de carne bovina esta relacionada a características como preço e quantidade, onde são vendidas em redes de supermercados e açougues. Para este segmento são encaminhados cortes de carne da marca própria padrão e para esse tipo de mercado, características como idade, peso ou sexo dos animais não são exigidos e os atributos valorizados são do tipo procura. Os pecuaristas geralmente não possuem vínculos relacionais com o frigorífico e eles adotam o sistema de produção de engorda a pasto. A especificidade em relação à carne é menor, diminuindo a necessidade de coordenação de ações na cadeia produtiva. Caso o preço do animal esteja baixo, o produtor pode esperar mais um tempo, para quando o preço voltar a subir, ele possa vender seu rebanho, diminuindo as perdas do produtor e do nível de incerteza. Dessa forma, o melhor modelo de comercialização a ser adotado pelo produtor é o mercado spot, onde não há compromisso de uma relação continuada. Está surgindo uma demanda com maior exigência por alimentos mais seguros, então é necessário a implantação de programas que garantam a qualidade do produto e que incluam ferramentas capazes de rastrear informações sobre o alimento e seu processo de produção ao longo da cadeia de suprimentos. Esta situação requer maior interação e novos desafios de gerenciamento da cadeia e novas formas de coordenação vertical. Atributos organolépticos como maciez e sabor são algumas exigências dos consumidores. E este mercado é constituído principalmente por churrascarias, lojas de redes de supermercados e casas de carnes localizados em regiões de classe econômica média alta. Essas exigências pedem uma alta especificidade de onde a carne é obtida, de modo que seja assegurada a sua qualidade. Segundo Azevedo (2007) “[...] a escolha do mecanismo de comercialização deve contemplar a função de coordenar as ações ao longo da cadeia produtiva”. Para garantir a especificidade do produto então, é necessária a coordenação da cadeia, já que há uma dependência entre as partes, para saber a origem e a forma de criação do gado.
  • 12. 12 Para que requisitos como sabor e maciez da carne sejam garantidos na compra dos animais, é necessário o monitoramento e controle dos processos industriais, principalmente no processo de resfriamento da carne. E os produtores que atendam estas características possuem, em geral, um perfil diferenciado dos demais. Desta forma, há uma dependência mútua que exige uma elevada coordenação entre o produtor e o cliente. Este tipo de produtor possui um sistema de produção de engorda em confinamento, o manejo e controle do rebanho possuem maior nível tecnológico e o tempo de abate é respeitado. Assim, a especificidade temporal do sistema de produção e da idade do animal é elevada quando comparada com outros sistemas. O custo unitário neste método de criação é maior, então é preciso uma estrutura de coordenação mais estreita como a integração vertical. A carne para o atendimento a este mercado é originada, principalmente, de fazendas próprias e de produtores que possuem uma relação de mais longo prazo com o frigorífico. Pois assim, o frigorífico conhece o histórico do produtor e a transação é mais recorrente com este fornecedor. Dessa forma, considerando ser um produtor de carne bovina que atenda a esse mercado, o melhor mecanismo de coordenação é a integração vertical e contratos de longo prazo. Segundo Vinholis, Souza e Souza Filho (2010) o mercado externo se divide em três grandes segmentos: os países membros da União Europeia e os países que exigem a rastreabilidade equivalente ao sistema europeu, países que não exigem a rastreabilidade equivalente ao sistema europeu e os demais países. Os animais destinados ao abate para produção de carnes na União Europeia e demais países com os mesmos preceitos que ela, precisa seguir diversas normas de fiscalização para assegurar a qualidade da carne de acordo com as especificações estipuladas por esses países. Para os pecuaristas conseguirem exportar a carne do animal, eles devem possuir o Estabelecimento Rural Aprovado pelo SISBOV (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina). E para isso, eles devem fazer um investimento alto e específico. As exigências são: termo de adesão ao SISBOV, cadastro de produtor, cadastro da propriedade, protocolo básico de produção, registro dos insumos utilizados na propriedade, todos os bovinos da propriedade identificados individualmente, controle de movimentação dos animais, acompanhamento por uma única certificadora e vistorias periódicas pela certificadora. Devido aos investimentos necessários para a habilitação da fazenda, a propriedade tende a ter escala de produção e perfil tecnológicos superiores e o frigorífico conhece o histórico do produtor. Devido à grande especificidade, necessidade de coordenação na cadeia e incerteza alta, o principal modelo de comercialização do produtor é a integração vertical e contratos de longo prazo. Os países que não possuem a mesma rastreabilidade que a União Europeia possui, tem a garantia oferecida pelos Serviços Veterinários Oficiais. E para a que a carne possa ser exportada para esses países precisam ter o Certificado Sanitário de Exportação (idade inferior a 30 meses), preço e quantidade ideais. Apesar da exigência da idade, a especificidade com relação à carne é menor em relação ao europeu e a incerteza depende das exigências dos países, mas é menor que o da União Europeia. Com uma necessidade de coordenação de ações na cadeia produtiva menor e uma
  • 13. 13 incerteza mais baixa, o modelo de comercialização para o produtor nesse caso, é o mercado spot. 6.3 LOGÍSTICA Os processos de produção do setor que antes convergiam principalmente para atender requisitos da sociedade utilizando basicamente tecnologia e qualidade, em um cenário que a logística representava baixa relevância avançam para um novo modelo de gestão onde a tecnologia proporciona novas funcionalidades nos produtos e processos. Com esse novo modelo que agrega valor e qualidade, além de garantir a busca por vantagens competitivas, as organizações elaboram estratégias de logística visando redução de custos, confiabilidade, rapidez e segurança para seus consumidores além de estratégias de marketing como o modelo sugerido por Porter (1986), baseado em liderança de custos, diferenciação ou foco de mercado e competitividade entre as organizações. Dessa forma a função logística dentro de uma organização negocia valores e disponibiliza da melhor forma recurso de mobilidade plenamente integrado aos objetivos estratégicos das organizações. Temos a logística interna que definimos como aquela responsável pelo fluxo da produção com papel fundamental no cumprimento de prazos e redução de custos da produção e a logística externa relacionada com o transporte e distribuição do produto final propriamente dito. Segundo Ballou (2001), logística empresarial tem seu conceito constituído no planejamento, implementação e controle do fluxo de matéria prima de forma eficiente e economicamente eficaz, estoques em processo e produtos acabados com intenção de atender as necessidades dos clientes. O sistema de produção de bovinos de corte pode ser representado em três etapas: Cria, Recria e Engorda, onde no período denominado Cria compreende o tempo entre a fêmea pronta para reprodução até a desmama do bezerro, já a Recria é determinada pela desmama do bezerro até a classificação como gado magro ou bezerro desenvolvido e por fim a Engorda, período que o gado magro vindo da etapa anterior recebe uma dieta alimentar de engorda propriamente dita até atingir peso para abate. A logística de produção representada pelo período que compreende as três classificações descritas anteriormente (Cria, Recria e Engorda), compreende basicamente a movimentação dos animais, de acordo com necessidade de pasto, complementação alimentar, que pode ser feita em ambientes confinados ou no próprio pasto, movimentações para vacinação dos animais, castração, controles bio-sanitários, marcação dos animais e etc. Nessa etapa ou fase, o usual é a movimentação basicamente através de caminhões, a pé ou ainda, em ocasiões mais raras, por ferrovias. Normalmente os abatedouros ou frigoríficos negociam com os produtores e quando os animais atingem o peso de abate são transportados aos locais de abate principalmente através da malha rodoviária em caminhões. Já na fase da indústria frigorífica analisando o planejamento e controle de estoque na produção pode-se observar a busca por sistemas de produção capazes de produzir rapidamente com qualidade e baixo custo e ainda que possam rapidamente ser modificados para atender diferentes demandas e oportunidades de mercado. Para que tal planejamento e controle sejam possíveis evidencia-se a necessidade de uma cadeia de suprimentos que garanta a organização matéria prima de forma continua com qualidade e preços competitivos. No caso da matéria prima em questão, o gado bovino existe especificidades principalmente relacionadas com o
  • 14. 14 tempo do enxerto ao abate dos animais. Dessa forma, adquirir animais mesmo com preços convenientes que não sejam abatidos no período planejado pode resultar em significativos custos de estoques para o frigorífico. A etapa seguinte compreende a produção no frigorífico onde propriamente os animais são abatidos e desmontados em cortes intermediários e por fim desossados dando origem a cortes principais como maminha, picanha, alcatra, origem a subprodutos como coração, rins, etc. e alguns produtos derivados como couros, ossos e sebo. A carne por ser um produto alimentício altamente perecível e de fácil contaminação requer muitos cuidados em toda sua trajetória até o consumidor final. Os próprios frigoríficos se encarregam de abastecer os mercados externo e interno, onde parte da produção é absorvida pelo mercado interno dividido em indústrias de transformação e o restante principalmente para supermercados e açougues. Os intermediários se tornam então responsáveis pela distribuição aos estabelecimentos de menor porte e ao consumidor final. Como dito anteriormente o produto em questão tem alto grau de perecividade e para tal classificação a logística de distribuição tem condições especiais que devem levar em consideração os seguintes aspectos: condições e restrições para conservação; embalagem e unitização; armazenagem e transbordos e por fim o transporte. Os cuidados para preservação devem respeitar condições para impedir deterioração do produto, padrões de temperatura, umidade e ventilação e principalmente o tempo. Alterações na qualidade do produto relativa a problemas em um desses aspectos são acumulativas e não recuperáveis. Com relação à embalagem e unitização desses produtos devem respeitar padrões desde a fase de produção até o transporte e distribuição do produto. Na fase do transporte considerada uma das mais críticas vários fatores estão relacionados. O embarque e desembarque que pode apresentar problemas relativos à exposição de fatores externos de contaminação criando necessidade de instalações adequadas de recebimento e expedição, problemas de longas distancias principalmente na exportação onde são transportados em containers especiais refrigerados. Para tal controle a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) definiu a NBR 14701 que está relacionada ao Transporte de produtos alimentícios refrigerados – Procedimentos e critérios de temperatura, onde estão apresentadas definições relativas a todo o processo desde a definição de câmara frigorífica, produtos congelado, refrigerado ou resfriado até o embarcador/expedidor, são apresentados também todos os requisitos relativos à estocagem, deslocamento, carga, descarga e transporte, responsabilidades, informações de embalagem e rotulagem, equipamentos e instrumentos de medição e controle, até questões de amostragem do produto. Diante de um mercado competitivo como é atualmente em praticamente todos os setores da economia, fortalecer vantagens competitivas se torna indispensável. Para a etapa seguinte a produção nos frigoríficos, e após sua distribuição para redes de supermercados e açougues se faz necessária a preocupação com gerenciamento e planejamento de estoques. Com a enorme modernização onde a tecnologia da informação se torna uma grande ferramenta de apoio para a logística as organizações utilizam dessa tecnologia para rapidez nas tomadas de decisão e melhor controle gerencial. Para comercialização de produtos congelados e resfriados pode-se destacar o modelo de gestão de estoque PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) onde Kamagian (2004) apresenta
  • 15. 15 um estudo de caso de redes de supermercados que mostra o modelo citado anteriormente como procedimento mais eficiente. Para tal controle as redes utilizam ainda o sistema Kanban para reposição de estoques que viabilizam utilizar lotes econômicos respeitando os tratamentos especiais de manuseio e estoque onde o ponto principal é manter o alto giro dos produtos devido aos curtos prazos de validade. 6.4 COMPORTAMENTO HISTÓRICO DE PREÇO DA CARNE BOVINA A pecuária de corte no Brasil apresenta uma série econômica que dura de três a cinco anos. Tal série, que está na baseada no ciclo do boi, tem início com a alta produção de bezerros, o que eleva a produção de carne. Com essa alta produção, o preço dos bezerros diminui sendo mais viável economicamente abater as matrizes do que produzir um número maior dos mesmos, o que caracteriza a segunda fase do ciclo. Aumentando o abate de vacas, a oferta de bezerros cai, aumentando seu valor de mercado, fato que torna novamente viável a reestruturação do rebanho, configurando assim a terceira fase da série. As fases desse ciclo podem ser facilmente observadas pelo comportamento do preço da arroba e da oferta do boi gordo ao mercado. Com base nessas informações, para Matos (2010) um novo ciclo econômico teve início em 2010, com o aumento do boi gordo no mercado, e deve ser encerrado por volta de 2014. Na Imagem 4 pode ser observada a variação no preço da arroba do boi para ao produtor de 2006 a 2009. Imagem 4: Variação no preço da arroba dos bovinos. Fonte: Minerva Alimentos, 2009. O preço de venda da arroba do boi está diretamente relacionado com o custo de produção do mesmo. Para Coelho (2008) o custo de produção é a soma dos valores de todos os insumos e serviços utilizados no processo produtivo de uma atividade agrícola. Os principais elementos que representam os custos da produção estão relacionados com a alimentação (41%), a mão-de-obra (22%) e os medicamentos (19%). Tendo isso, para
  • 16. 16 aumentar a margem de lucro na pecuária deve-se aumentar a produtividade ou então reduzir os custos das atividades. Esse custo pode ser melhor visualizado na Imagem 5. Imagem 5 - Custo de produção do boi gordo. Fonte: CEPEA, 2010. Pesquisas realizadas indicam que as margens de lucro para os produtores de bovinos diminuíram consideravelmente nos últimos anos, principalmente devido ao aumento no preço dos insumos. Alguns fertilizantes utilizados tiveram acréscimos de até 40% entre 2003 e 2004, que não foi totalmente repassado aos consumidores de gado vivo. Essa queda na margem de lucro dos produtores está relacionada diretamente com a maior oferta de animais prontos para o abate e a concentração dos frigoríficos. De acordo com Buanain e Batalha (2007, p.66), “[...] os cinco maiores grupos frigoríficos respondem por 80% do mercado de carne bovina destinada à exportação. Essas empresas têm aumentado seu poder de barganha na negociação de preços com os pecuaristas”. Além dos frigoríficos, aumentou também o poder de negociação das grandes redes de varejo, que para aumentar seus ganhos, forçam a diminuição das margens, tanto de pecuaristas quanto de frigoríficos. Essa redução do lucro dos produtores pode ser observada na Imagem 6.
  • 17. 17 Imagem 6: Preço médio de venda da carne bovina (animal desmontado com 16,5 arrobas) dos frigoríficos em São Paulo. Fonte: Adaptado de Ermita (2006). O preço ao produtor pode ser diretamente relacionado com o sistema de produção empregado na propriedade. Um exemplo disso são as menores cotações em meses como abril, setembro e outubro. De acordo com Viana e Silveira (2005), “[...] enquanto que no mês de abril o aumento da oferta ocorre pela necessidade de ajuste de carga nos campos nativos, devido à redução do crescimento e baixa oferta de pasto, nos meses de setembro/outubro é necessário à retirada dos animais para a implementação de lavouras, no caso dos sistemas de produção integrados lavoura-pecuária”. Os pontos importantes que devem ser observados pelos produtores no momento da negociação dos preços na venda da carne bovina são os valores pagos em períodos anteriores. Autores como Lobo e Neto (2011) abordam em seus trabalhos formas de calcular e analisar a tendência dos preços a fim de evitar perdas aos produtores. Para tanto, se utilizam de métodos como os testes de raiz unitária de Dickey Fuller Aumentado, critérios de informação de Schwartz e análise de regressão. Com base no trabalho desses autores podemos observar na Imagem 7 a variação do preço ao produtor no Estado de Goiás, um dos maiores produtores nacionais de carne bovina.
  • 18. 18 Imagem 7 – Evolução dos preços ao produtor e ao varejo da carne em Goiânia de janeiro de 1995 a dezembro de 2010. Fonte: Onésio A. Lobo e Waldemiro A. da S. Neto (2011). O gráfico mostra que tanto o preço ao produtor quanto o preço ao varejo apresentam uma queda entre 2000 e 2006, seguidos de uma ligeira subida até o ano de 2010. Durante o ano de 2007 houve um início de recuperação desses preços, porém, não seguiu adiante devido à crise internacional que ocorreu em meados de 2008. No final de 2010, o preço da arroba do boi alcançou patamar inesperado, o que animou os produtores bovinos e deu novo fôlego à atividade. Com isso podemos concluir que a formação de preços da bovinocultura é influenciada por diversos fatores que não dependem apenas dos produtores. A maior parte desses fatores, aliás, está ligada à economia local, mas principalmente a global, já que o Brasil é o maior exportador mundial desse produto. Outra forma de se influenciar a formação de preços dos produtos agroindustriais, entre eles a carne bovina, é através de contratos em mercados futuros. Essa, no entanto, é uma forma de “proteger” o preço da mercadoria de possíveis contratempos. Para Rudge (2003), o mercado futuro representa um “[...] seguimento de mercado que compreende as operações de compra e venda realizadas em pregão, de contratos autorizados pela bolsa de futuros, para liquidação em data futura prefixada. Nele são realizadas operações envolvendo lotes padronizados de commodities ou ativos financeiros”. De acordo com o estudo realizado por Neto e Figueiredo (2008) no Estado de Goiás, é possível analisar as operações de hedge levantando-se a série temporal de preços da arroba do boi gordo juntamente a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás e a série temporal de preços da arroba do boi gordo no mercado futuro da Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F), junto ao Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, além de apresentar e analisar o comportamento da base e do risco de base. Para Neto e Figueiredo (2008), as séries temporais se mostraram estacionárias na primeira diferença, pela aplicação do Teste Aumentado de Dickey Fuller. Na sequência, com a
  • 19. 19 realização dos cálculos da razão de hedge ótima e efetividade de hedge, concluiu-se uma diminuição de 90% do risco referente às oscilações de preços no mercado físico. É extremamente necessário ao produtor que suas atividades sejam executadas com certa segurança de retorno, a qual é possibilitada pela participação na BM&F, com a realização de contratos futuros. Além da própria segurança, o produtor garante ao comprador o atendimento do pedido com custo compatível à margem de lucro do mesmo. A segurança desse mercado deve-se principalmente ao fato de o recebimento do produto negociado ser garantido pela instituição que o realizou, diferentemente de outros tipos de negociação. As vantagens para o produtor são inúmeras nesse caso. Neto e Figuereido (2008) destacam as seguintes: garantia de preços futuros, melhor comercialização de produtos, atração de capitais de risco, disseminação do preço de commodities, redução do preço de bens negociados, redução de custos de financiamento, além da disseminação das informações. O comprador também é beneficiado nesse caso com a redução do risco da variação do preço da arroba do boi gordo, o melhor planejamento das operações e a possibilidade de estabelecer melhores relacionamentos com pecuaristas de ponta (aqueles que possuem gado com padrão tipo exportação). Por tudo isso, conclui-se que o mercado futuro oferece uma boa proteção contra a variação de preço da arroba do boi gordo, o que contribui para uma maior segurança para os produtores. 7. PANORAMA NACIONAL DA CARNE BOVINA A bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no cenário mundial. O clima tropical e a extensão territorial do Brasil contribuem para esse resultado, uma vez que permitem a criação da maioria do gado em pastagens. Buainain e Batalha (2007) destacam o Brasil, Austrália, Argentina, Estados Unidos e Canadá os principais produtores de carne bovina no mundo. O Brasil é o quinto maior país do mundo em território onde cerca de 20% da sua área é ocupado por pastagens, e com isso, o Brasil é o segundo maior produtor e o maior exportador de carne bovina no mundo (ABIEC, 2012). Espera-se que este ano o Brasil volte a ser o maior produtor do mundo (BEEF POINT, 2012). Segundo dados do IBGE (2010), o rebanho bovino brasileiro é formado por 209,5 milhões de cabeças e é na região centro-oeste onde se encontra a maior parte dos produtores de gado, destacando-se também a região norte. A Tabela 1 mostra o efetivo de bovinos (cabeças) do Brasil. Região/UF Número de Bovinos (cabeças) Porcentagem Relativa Brasil 209 541 109 100% Norte 42 100 695 20,1% Rondônia 11 842 073 5,7 % Acre 2 578 460 1,2%
  • 20. 20 Amazonas 1 360 800 0,6% Roraima 577 050 0,3% Amapá 114 773 0,1% Pará 17 633 339 8,4% Tocantins 7 994 200 3,8% Nordeste 28 765 119 13,6% Maranhão 6 979 844 3,3% Piauí 1 679 957 0,8% Ceará 2 546 134 1,2% Rio Grande do Norte 1 064 575 0,5% Paraíba 1 245 579 0,6% Pernambuco 2 383 268 1,1% Alagoas 1 219 578 0,6% Sergipe 1 117 765 0,5% Bahia 10 528 419 5,0% Sudeste 38 251 950 18,1% Minas Gerais 22 698 120 10,8% Espírito Santo 2 195 406 1,0% Rio de Janeiro 2 160 727 1,0% São Paulo 11 197 697 5,3% Sul 27 866 349 13,3% Paraná 9 411 380 4,5% Santa Catarina 3 985 662 1,9% Rio Grande do Sul 14 469 307 6,9% Centro – Oeste 72 559 996 34,6% Mato Grosso do Sul 22 354 077 10,7% Mato Grosso 28 757 438 13,7% Goiás 21 347 881 10,2% Distrito Federal 100 600 0,0% Tabela 1 - Brasil: rebanho bovino, por região e unidade da federação. Fonte: IBGE (2010). Apesar da maior cidade produtora de gado ser do norte, as outras noves maiores cidades produtoras de bovinos se encontram na região centro oeste, confirmando assim os dados da Tabela 1 que afirma a região centro-oeste sendo a maior produtora de bovinos. A tabela 2 mostra os dez maiores municípios produtores do rebanho bovino no país. Município Número de Bovinos (cabeças) Porcentagem Relativa ao Total do País (%) São Félix do Xingu – PA 2 022 366 1,0% Corumbá – MS 1 930 475 0,9% Ribas do Rio Pardo – MS 1 192 681 0,6% Juara – MT 945 249 0,5% Cáceres – MT 883 259 0,4% Vila Bela da Santíssima Trindade – MT 844 755 0,4% Alta Floresta – MT 838 711 0,4%
  • 21. 21 Aquidauana – MS 829 560 0,4% Três Lagoas – MS 753 337 0,4% Nova Crixás – GO 744 960 0,4% Tabela 2 – As 10 maiores cidades do país produtoras de rebanho bovino. Fonte: IBGE (2010). A renda familiar é um fator que limita o consumo de carne bovina, assim, o mercado interno de carne bovina no Brasil é divido em dois grupos: pessoas com baixa renda e as com o poder aquisitivo melhor. Pessoas de baixa renda, que não tem preocupação com o fator qualidade e sim com o preço do produto, pode-se afirmar que nesse segmento de consumidores são voltados para a quantidade deixando de lado o mais importante à qualidade do alimento. O outro grupo é constituído por pessoas com um poder aquisitivo melhor com condições de exigir um produto de qualidade. A EMBRAPA (2004) afirma que no Brasil pessoas com melhores condições econômicas consomem carne bovina em taxas de consumo semelhantes as dos maiores consumidores mundiais (mais de 50 kg/hab./ano), enquanto pessoas de baixa renda possuem taxas de consumo de terceiro mundo (menos de 10 kg/hab./ano). Uma vez que a disponibilidade interna do país está em torno de 34 kg/hab./ ano. Segundo a ABIEC (2011) as exportações de carne bovina no Brasil cresceram 23% em janeiro de 2012, para 86,1 mil toneladas, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A receita com as vendas somou US$ 400,88 milhões, alta de 27%, ancorada no volume maior embarcado no período e no aumento do preço médio da carne. O Brasil consegue atender qualquer mercado no mundo, ”[...] sejam nichos específicos, com carnes mais nobres até cortes de menor valor, sejam mais magras ou com maior teor de gordura, sob qualquer demanda de volume” (ABIEC, 2012). Buainain e Batalha (2007) afirmam que as unidades brasileiras de processamento autorizadas e capacitadas para exportar possuem tecnologia avançada que faz com que o país consiga atender às exigências do mercado internacional em termos de flexibilidade de cortes, produtividade e até mesmo em capacidade de atender pedidos volumosos. De acordo com os dados da ABIEC (2011), em 2011 a produção de carne bovina no Brasil foi de 9,1 milhões de toneladas, os quais foram destinados 1,5 milhões de toneladas a exportação e 7,6 milhões toneladas ao cosumo consumo interno. Segundo Buainain e Batalha (2007, p.14) “as principais importações são oriundas do Paraguai, Argentina e Uruguai, mas o volume total importado é inexpressivo em relação às exportações brasileiras”, assim o Brasil pouco importa carne bovina, pois os produtos brasileiros superam os internacionais quando o assunto é custo, benefício e qualidade. A Imagem 8 detalha a pecuária brasileira.
  • 22. 22 Imagem 8: Pecuária Brasileira 2011. Fonte: ABIEC (2011). 8. CONCLUSÃO A bovinocultura, direcionada ao corte, é considerada de extrema importância para a economia nacional, principalmente devido ao elevado número de exportações, à geração de empregos e ao crescente consumo interno. Hoje o Brasil é considerado um grande produtor e exportador de carne bovina do mundo, o que reflete de maneira positiva na sua balança comercial. Como a cadeia produtiva é grande e complexa, tanto na fazenda quanto na indústria, é necessário que haja uma grande eficiência, a fim de minimizar perdas no processo. Também é de fundamental importância que se tenha um canal de distribuição bem planejado, uma comercialização eficiente e um sistema de logística adequado ao produto. O manuseio da carne tanto no transporte quanto na estocagem deve seguir à risca as normas e regulamentos existentes. É necessário que haja um grande investimento do governo principalmente no setor de transporte, com a melhoria das vias rodoviárias, além da criação de alternativas para o transporte interno, que atualmente é muito deficiente. Constatou-se também que o mercado futuro pode ser uma boa estratégia de proteção de preços contra as constantes oscilações do mercado, visando uma maior segurança para o produtor.
  • 23. 23 É evidente que se trata de uma atividade que envolve grandes desafios, principalmente no que diz respeito à gestão dos negócios. No entanto, a elaboração de um programa com estabelecimento de estratégias de curto, médio e longo prazo, aliada a uma pesquisa de prospecção com os componentes da cadeia pode trazer resultados muito satisfatórios para o setor. 9. REFERÊNCIAS ARBAGE, A.P. Economia rural: conceitos básicos e aplicações. Chapecó: Universitária Grifos, 2000. 305p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES, ABIEC. 2011. Disponível em: <http://www.abiec.com.br>. Acesso em: 07 jun. 2012. AZEVEDO, P. F. Comercialização de Produtos Agroindustriais In: BATALHA, M. O. (Coord). Gestão Agroindustrial. 3. ed.São Paulo: Atlas, 2007. BALLOU, R. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. BALLOU, R. B. Business logistics/supply chain management. New Jersey: Prentice-Hall, 2004. BOWERSOX, D. J; CLOSS, D.J. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas, 2001. BUAINAIN, Márcio; BATALHA, Mário Otávio. Série Agronegócios: Cadeia Produtiva da Cadeia Bovina. Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, IICA; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA; Secretaria de Política Agrícola, SPA. Brasil. Janeiro 2007. Disponível em: <http://www.iica.org.br/Docs/CadeiasProdutivas/Cadeia%20Produtiva%20da%20Carne%20B ovina%20c%20capa.pdf>. Acesso em: 05 de Jun. 2012. CASTRO, A. M. G.; LIMA, S. M. V.; CRISTO, C. M. P. N. Cadeia Produtiva: Marco conceitual para apoiar a prospecção tecnológica. In: SIMPÓSIO DE GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA 22., 2002, Salvador. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.pee.mdic.gov.br/portalmdic/arquivos/dwnl_1197031881.pdf >. Acesso em: 22 ago. 2012. CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL, CNA. Estudo Sobre a Eficiência Econômica e Competitividade da Cadeia Agroindustrial da Pecuária de Corte no Brasil. Brasília, 2000. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/ED1868E46FC6979B832573320044536 A/$File/NT00035F36.pdf>. Acessado em: 05 de jun. 2012. CONSOLI, M. A. Proposta de um Sistema de Análise da Captura de Valor nos Canais de Distribuição com Base nos Fluxos de Marketing. Dissertação (Mestrado). São Paulo, USP, 2005. Disponível em: <http://pensa.org.br/wp- content/uploads/2011/10/Proposta_de_um_sistema_de_analise_da_captura_de_valor_nos_can ais_de_distribuicao_com_base_nos_fluxos_de_marketing_20051.pdf> Acesso em: 04 de set. 2012.
  • 24. 24 EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, EMBRAPA. A Cadeia de Carne Bovina no Brasil. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www.embrapa.br/imprensa/artigos/2000/artigo.2004-12-07.2530561427>. Acesso em: 05 jun. 2012. EUCLIDES FILHO, K.; CEZAR, I. M. Sistema de Produção de Novilho Precoce Relações com a Cadeia Produtiva da Carne Bovina. Campo Grande - MS, 2000. Disponível em: <http://www.cnpgc.embrapa.br/eventos/2000/novilhoprecoce/palestra.html>. Acesso em: 06 jun. 2012. DIÓGENES PINHEIRO, H.; CARVALHO PINHEIRO, D. R. Canais de distribuição em pequenas empresas de base tecnológica. In: SEMEAD 7., 2004, Cidade Universitária- SP. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/marketing/MKT1 5_-Canais_de_distribui%E7%E3o_em_pequenas_empr.PDF > Acesso em: 10 set. 2012. FILHO P. F., PAULA, S. R. L., Cadeia Da Carne Bovina: O Novo Ambiente Competitivo. Agosto de 1997. Disponível em < http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhec imento/bnset/carne.pdf> Acesso em: 10 set. 2012. GASQUES, J.G. et al. Desempenho e Crescimento do Agronegócio no Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Brasília, 2004. Texto para Discussão, 1009. 43p. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 06 jun. 2012. KAMAGIAN, E. et al. A gestão logística de produtos congelados e resfriados e seu impacto nos resultados operacionais dos supermercados. Jovens Pesquisadores, CIDADE, v. 1, n.1, p. 22-31, 2004. Disponível em: <http://www.mackenzie.br/dhtm/seer/index.php/jovenspesquisadores/article/view/782/317>. Acesso em 10 ago. 2012. LACERDA, D. P. et al. Algumas caracterizações dos métodos científicos em engenharia de produção: uma análise de periódicos nacionais e internacionais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRRODUÇÃO 27., 2007, Foz do Iguaçu. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2007_TR660483_0125.pdf >. Acesso em 16 ago. 2012. LOBO, O. A.; NETO, W. A. S. Transmissão de preços entre o produtor e varejo: evidências empíricas para o setor de carne bovina em Goiás. Conjuntura Econômica Goiana. Goiânia: 2011. LOURENZANI, A. E. B. S.; SILVA, A. L..; Um Estudo da competitividade dos diferentes canais de Distribuição de hortaliças. Revista Gestão & Produção , São Carlos, v 11, n. 3, Dezembro de 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 530X2004000300011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 03 set. 2012.
  • 25. 25 LUIZ LOURENZANI, W.; SMITH LOURENZANI, A. E. B.; BATALHA, M. O. Barreiras e Oportunidades na Comercialização de Plantas Medicinais Provenientes da Agricultura Familiar. São Carlos, 2010. Disponível em: <http://www.fitoscience.com.br/administracao/upload/20100823_101648.pdf > Acesso em 04 set. 2012 MATOS, Nelson Jorge Moraes. Diagnóstico da cadeia produtiva da pecuária de corte do Estado do Rio de Janeiro: relatório de pesquisa. FAERJ: SEBRAE-RJ, Rio de Janeiro, 2010. MEDEIROS, A. L.; MONTEVECHI, J. A. B. Modelagem da equação de previsão do preço da arroba de boi gordo através da regressão linear múltipla. In: SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 12., 2005, Bauru. Anais eletrônicos... Disponível em: <>. Acesso em: 25 ago 2012. MIRANDA, S. H. G. Quantificação dos efeitos das barreiras não tarifárias sobre as exportações brasileiras de carne bovina. 2001. p. 233. Tese (Doutorado em Economia Aplicada)–Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2001 MORABITO, R.; IANNONI, A. P. Logística Agroindustrial. In: BATALHA, M. O. (Coord). Gestão Agroindustrial. 3. ed.São Paulo: Atlas, 2007. MONTOYA, M.A.; PARRÉ, J.L. O agronegócio brasileiro no final do século XX: Estrutura produtiva, arquitetura organizacional e tendências. 2v. Passo Fundo: UPF, 2000. 337p. PORTER, M. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e concorrência. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1986. PIMENTA, M. L.; BOAS, L. H. B. V. Características de canais de distribuição de hortaliças: análise de algumas opções de distribuição sob o foco do produtor. IN: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL. 45., 2007, Londrina. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://agronegocio.weebly.com/uploads/6/3/7/1/6371083/trabalho_de_extenso.pdf> Acesso em: 10 set. 2012. REBOUÇAS, Fernando. Canal de Distribuição. Revista InfoEscola, out. 2008. Disponível em: <http://www.infoescola.com/empresas/canal-de-distribuicao/>. Acesso em 03 de julho de 2012. RUDGE, L. F. Dicionário de termos financeiros. 1.ed. São Paulo:USP, 2003. SERVIÇO DE INFORMAÇÃO DA CARNE, SIC. Breve histórico da pecuária de corte no Brasil. Disponível em: <http://www.sic.org.br/producao.php>. Acesso em: 06 jun. 2012. SILVA, V. L. S. As estratégias competitivas e comercialização nas redes de cafeterias nacionais. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 19., 2009, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0311.PDF> Acesso em: 04 de set. 2012.
  • 26. 26 SIFFERT FILHO, N. FAVERET FILHO, P. O Sistema Agroindustrial de Carnes: Competitividade e Estruturas de Governança. Dezembro de 1998 Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhe cimento/revista/rev1012.pdf> Acesso em: 10 set. 2012. SOUZA, J. P. As Estratégias Competitivas da Indústria Brasileira de Carnes: A Ótica do Distribuidor. Florianópolis, 1999. 127 p. Dissertação de Mestrado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta99/souza/>. Acessado em 05 de Jun. 2012. VIANA, J. G. A.; SILVEIRA, V. C. P. A relação entre o preço pago pelo consumidor de carne bovina em Santa Maria e o recebido pelo produtor de gado de corte no Rio Grande do Sul. Revista Ciência Rural. Santa Maria, v.37, n.4, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782007000400033&script=sci_arttext>. Acesso em 25 ago. 2012 VINHOLIS, M. M. B.; SOUZA, J. D. F.; SOUZA FILHO, H. M. Estruturas de governança na cadeia de suprimentos da carne bovina: Um Caso Brasileiro. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 30., 2010, São Carlos. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STO_119_779_16511.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2012.