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Governador 
Cid Ferreira Gomes 
Vice Governador 
Domingos Gomes de Aguiar Filho 
Secretária da Educação 
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho 
Secretário Adjunto 
Maurício Holanda Maia 
Secretário Executivo 
Antônio Idilvan de Lima Alencar 
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc 
Cristiane Carvalho Holanda 
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC 
Andréa Araújo Rocha
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Políticas Públicas de Saúde 
e Redes de Atenção à Saúde 
1 
e Nutrição 
DISCIPLINA 3 
MANUAL DO (A) PROFESSOR (A) 
JANEIRO 2012 
FORTALEZA - CEARÁ
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
2 
Governador 
Cid Ferreira Gomes 
Vice-governador 
Domingos Gomes de Aguiar Filho 
Secretária de Educação 
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho 
Secretário Adjunto 
Maurício Holanda Maia 
Secretário Executivo 
Antonio Idilvan de Lima Alencar 
Assessora Institucional do Gabinete 
Cristiane Holanda 
Coordenadora da Educação Profissional 
Andréa Araújo Rocha
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
3 
EQUIPE DE ELABORAÇÃO 
Anna Margarida Vicente Santiago 
Fabiane da Silva Severino Lima 
Luisilda Maria Dernier Pinto Martins 
ELABORAÇÃO 
Luisilda Maria Dernier Pinto Martins
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
4 
Sumário 
1. Apresentação ..................................................................................... 05 
2. Objetivos de Aprendizagem ............................................................. 06 
4. Conteúdo Programático ................................................................... 07 
3. Atividades sócio afetivas ................................................................... 08 
4. Atividades Cognitivas ......................................................................... 16 
5. Avaliação parcial da disciplina......................................................... 38 
6. Referências bibliográficas sugeridas para o(a) professor(a)......... 42 
7. Referências bibliográficas do Manual ............................................. 43
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
5 
Apresentação 
Este é um Manual Pedagógico que integra uma série e aborda temas 
específicos da formação do técnico de Nutrição e Dietética integrado ao Ensino Médio. 
Cada Manual corresponde a uma Disciplina, sendo este referente à disciplina 3 do 
modulo básico do curso – Políticas Públicas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde e 
Nutrição, com carga horária de 60 horas/aula. 
Este Manual contém os objetivos de aprendizagem referentes ao tema 
acompanhado do conteúdo no intuito de deixar claro à(o) professor(a) o que é esperado 
do aluno ao final da disciplina. Propõe atividades pedagógicas que focam o eixo 
cognitivo e sócio afetivo do processo de aprendizagem. Disponibilizamos uma 
bibliografia para o(a) professor(a), subsidiando-o(a) para aprofundar os debates em sala 
de aula, bem como, uma bibliografia de referência do Manual. 
Elaborado no intuito de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, este 
Manual é um instrumento pedagógico que se constitui como um mediador para facilitar 
o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula embasado em um método 
problematizador e dialógico que aborda os conteúdos de forma lúdica, participativa 
tornando o aluno protagonista do seu aprendizado facilitando a apropriação dos 
conceitos de forma crítica e responsável. 
É importante que o(a) professor(a) compreenda o propósito do método do 
curso, e assim, se aproprie do conteúdo e da metodologia proposta por meio das 
atividades pedagógicas, fazendo um estudo cuidadoso deste Manual e buscando 
aperfeiçoar sua didática para conduzir com sucesso as atividades propostas. 
Esperamos contribuir para a consolidação do compromisso e envolvimento de 
todos (professores e alunos) na formação desse profissional tão importante para o 
quadro da saúde do Ceará.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
6 
Objetivos de Aprendizagem 
Ao final da disciplina os alunos devem ser capazes de... 
1. Descrever a história das políticas de saúde no Brasil Colônia a Constituição 
1988; 
2. Entender o papel da sociedade para a construção do Sistema Único de Saúde; 
3. Reconhecer as ações relacionadas à Nutrição na estruturação das Políticas 
Públicas do país; 
4. Identificar a Rede de Atenção à Saúde no Brasil 
5. Descrever os serviços de atenção nutricional na rede de atenção à saúde e os 
fluxos organizacionais do cuidado nos diversos pontos de atenção; 
6. Entender a importância do trabalho em equipe para o desenvolvimento do 
sistema de redes de atenção
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
7 
Conteúdo Programático 
1. Políticas Públicas de Saúde no Brasil; 
2. Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde; 
3. Controle Social; 
4. Ações de Nutrição e sua contribuição para reestruturação das Políticas Públicas de 
Saúde; 
5. Rede de Atenção à Saúde no Brasil: atenção primária, secundária e terciária. 
6. Serviços de Nutrição que fazem parte da Rede de Atenção à Saúde no Brasil; 
7. Núcleo de Apoio à Saúde da Família: legislação e contribuição para a Atenção 
Primaria à Saúde. 
8. O Trabalho em equipe
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
8 
Atividades sócio afetivas 
1. CORDEL 
Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia. 
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 
1. Convidar a turma para ler o cordel: O dia em que o SUS visitou o Cidadão (o cordel 
também está disponível em forma de vídeo no Youtube1 e cartilha no site da 
internet2, podendo ser apresentado em vídeo). 
2. Ao final perguntar a turma: 
Que experiências vocês têm com os serviços de saúde do SUS que gostariam 
de compartilhar? 
Qual a principal mensagem trazida pelo autor do Cordel? 
O DIA QUE O SUS VISITOU O CIDADÃO (Lincoln Macário Maia) 
Esta é uma boa história 
Digna de um cordel 
Trata de quando o SUS 
E um usuário fiel 
Resolveram discutir: 
Cada um o seu papel 
João sempre reclamou 
Da fila e do atendimento 
Sempre que precisou 
Sentia um ressentimento 
De nunca ser recebido 
Conforme o merecimento 
Mas João nunca fez nada 
Só sabia reclamar 
Não sabia que ele mesmo 
Poderia ajudar 
Tinha vários elementos 
Pra situação mudar 
Um dia em profundo sono 
O SUS lhe apareceu 
Foi logo se apresentando 
E explicações lhe deu 
Que o SUS não é do governo 
Que o SUS também era seu 
E ainda disse ao dormente: 
Você vai me auxiliar 
A ficar mais atraente 
A mais pessoas curar 
1 Disponível em: <http://cap31.blogspot.com/2011/04/video-sobre-sus-contado-em-cordel.html>. 
Acesso em: 01 de dezembro de 2011. 
2 Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cordel2.pdf>. Acesso em: 01 de 
dezembro de 2011.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
9 
E nas decisões que tomo 
Você vai me ajudar 
Mas João lhe perguntou 
Por que justamente eu 
Não sou doutor nem político 
Dinheiro só sei do meu 
E missão igual a essa 
Nunca me apareceu 
Mas o SUS lhe disse logo: 
Melhor que você não há 
Você me conhece bem 
Quando precisa esta lá 
Consulta ou emergência 
Sabe onde o furo está 
Tem um jeito muito fácil 
De todo mundo ajudar 
Através da Ouvidoria 
Você vai me procurar 
E se ela não existe 
Vai pedir para criar 
Mas só isso não resolve 
Respondeu João na hora 
É preciso muito mais 
E essa solução demora 
É melhor procurar outro 
Vou ter que ficar de fora 
Não tenha medo João 
Foi o que disse o SUS 
Não queira fugir agora 
Da missão que lhe propus 
Se você não ajudar 
Solução não se produz 
É no grupo de trabalho 
Que você tem que entrar 
E a sua opinião 
Lá você vai mostrar 
E quando ver um problema 
A solução vai buscar 
E os problemas são muitos 
Emendou o SUS dizendo 
Mas sei que com sua ajuda 
Eles vão se resolvendo 
Por que não é só você 
Tem muita gente querendo 
Mas antes de me ajudar 
você precisa saber 
São vários os seus direitos 
Você deve apreender 
Se alguém não respeitar 
Você vai se defender 
Vou lhe mostrar um exemplo: 
Quando você se internar 
Tem direito de escolher 
Quem vai lhe acompanhar 
Se parente ou se amigo 
Ninguém pode reclamar 
E se estiver na fila 
Uma outra novidade 
No atendimento do SUS 
Vale a solidariedade 
E quem estiver mais doente 
Tem a prioridade 
João então respondeu 
Eu tô gostando de ver 
E o SUS lhe disse: tem mais 
Melhor ainda vai ser 
Se equipes e usuários 
Tentarem se conhecer 
Pra findar essa conversa 
Agora preste atenção 
Todas essas mudanças 
E as outras que virão 
Tem um nome bem bonito 
É a humanização. 
Então João acordou 
Meio sem acreditar 
Mas estava decidido 
Não custa nada tentar 
Se o SUS pediu ajuda 
Todo mundo tem que dar.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
10 
2. MUDANÇAS 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Solicitar aos alunos que peguem as suas “bagagens” (bolsas, pastas, cadernos, etc.). 
Orientar para que eles observem e gravem quem é a pessoa que está à sua direita e 
à esquerda; 
2. Informar que ao final de uma contagem regressiva (5, 4, 3, 2, 1) todos deverão 
trocar de lugar, de modo que ninguém fique ao lado de quem estava antes; 
3. Realizar o fechamento conduzindo um debate com as perguntas: 
O que sentimos com o exercício? 
Que sentimentos nos mobilizam para mudanças? 
3. Até Quando? 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Solicitar aos alunos que escutam e/ou assistam ao vídeo “Até Quando?”; 
2. Discutir a mensagem do vídeo a partir dos questionamentos abaixo: 
a) Qual a mensagem trazida pela música? 
b) Como podemos relacionar a letra da música ao papel da sociedade na construção do 
Sistema Único de Saúde? 
Até Quando?3 
Gabriel O Pensador 
3 http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=M15RA-O3K9s#!
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
11 
Não adianta olhar pro céu 
Com muita fé e pouca luta 
Levanta aí que você tem muito protesto 
pra fazer 
E muita greve, você pode, você deve, 
pode crer 
Não adianta olhar pro chão 
Virar a cara pra não ver 
Se liga aí que te botaram numa cruz e só 
porque Jesus 
Sofreu não quer dizer que você tenha 
que sofrer! 
Até quando você vai ficar usando 
rédea?! 
Rindo da própria tragédia 
Até quando você vai ficar usando 
rédea?! 
Pobre, rico ou classe média 
Até quando você vai levar cascudo 
mudo? 
Muda, muda essa postura 
Até quando você vai ficando mudo? 
muda que o medo é um modo de fazer 
censura 
Até quando você vai levando? (Porrada! 
Porrada!!) 
Até quando vai ficar sem fazer nada? 
Até quando você vai levando? (Porrada! 
Porrada!!) 
Até quando vai ser saco de pancada? 
Você tenta ser feliz, não vê que é 
deprimente 
O seu filho sem escola, seu velho tá sem 
dente 
Cê tenta ser contente e não vê que é 
revoltante 
Você tá sem emprego e a sua filha tá 
gestante 
Você se faz de surdo, não vê que é 
absurdo 
Você que é inocente foi preso em 
flagrante! 
É tudo flagrante! É tudo flagrante!! 
A polícia 
Matou o estudante 
Falou que era bandido 
Chamou de traficante! 
A justiça 
Prendeu o pé-rapado 
Soltou o deputado 
E absolveu os PMs de Vigário! 
A polícia só existe pra manter você na 
lei 
Lei do silêncio, lei do mais fraco 
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai 
pro saco 
A programação existe pra manter você 
na frente 
Na frente da TV, que é pra te entreter 
Que é pra você não ver que o 
programado é você! 
Acordo, não tenho trabalho, procuro 
trabalho, quero trabalhar 
O cara me pede o diploma, não tenho 
diploma, não pude estudar 
E querem que eu seja educado, que eu 
ande arrumado, que eu saiba falar 
Aquilo que o mundo me pede não é o 
que o mundo me dá 
Consigo um emprego, começa o 
emprego, me mato de tanto ralar 
Acordo bem cedo, não tenho sossego 
nem tempo pra raciocinar 
Não peço arrego, mas onde que eu 
chego se eu fico no mesmo lugar? 
Brinquedo que o filho me pede, não 
tenho dinheiro pra dar!
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
12 
Escola! Esmola! 
Favela, cadeia! 
Sem terra, enterra! 
Sem renda, se renda! Não! Não!! 
Muda que quando a gente muda o 
mundo muda com a gente 
A gente muda o mundo na mudança da 
mente 
E quando a mente muda a gente anda 
pra frente 
E quando a gente manda ninguém 
manda na gente! 
Na mudança de atitude não há mal que 
não se mude nem doença sem cura 
Na mudança de postura a gente fica 
mais seguro 
Na mudança do presente a gente molda 
o futuro! 
Até quando você vai ficar levando 
porrada, 
até quando vai ficar sem fazer nada 
4. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Entregar a cada aluno uma tarjeta previamente confeccionada contendo o nome de 
um dos equipamentos sociais abaixo: 
UNIDADE BÁSICA DE 
SAÚDE 
IGREJA SISTEMA DE VIGILÂNCIA 
ALIMENTAR E 
NUTRICIONAL 
CRECHE ESCOLAR ABRIGO DE IDOSOS UNIDADE DE 
PRONTOATENDIMENTO 
ESCOLA HOSPITAL TERCIÁRIO MATERNIDADE 
NUCLEO DE APOIO À 
SAÚDE DA FAMÍLIA 
POLICLÍNICA HOSPITAL SECUNDÁRIO 
LABORATÓRIOS DE 
CERTIFICAÇÃO DA 
QUALIDADE DE 
ALIMENTOS. 
CENTRO COMUNITÁRIO RESTAURANTE 
UNIVERSITÁRIO 
COPA HOSPITALAR ACADEMIAS ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS 
ONG 
UNIVERSIDADE VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA 
CENTROS DE APOIO 
PSICOLÓGICO E SOCIAL - 
CAPS 
SERVIÇO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA RESTAURANTES
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
13 
ATENDIMENTO MÓVEL DE 
URGÊNCIA 
POPULARES 
2. Solicitar que os alunos fiquem de pé e procurem se agrupar de mãos dadas com os 
colegas que possuam instituições contidas nas tarjetas que tenham relação entre si; 
3. Após formação dos grupos, questionar a turma com as seguintes indagações: 
a) Quantos grupos foram formados? 
b) Quais relações identificadas para a formação dos grupos? 
c) Que outras relações ainda podem ser percebidas? Os grupos formados possuem 
alguma relação entre si? 
OBSERVAÇÃO: A atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam a 
relação que existe entre todos esses equipamentos sociais e de saúde colocados nas 
tarjetas. Ao final da atividade, espera-se que todos formem um grande círculo de mãos 
dadas, mostrando que todas as instituições e serviços apresentam relação entre si, 
formando uma grande Rede de Atenção à Saúde do SUS. 
5. Assumindo Responsabilidades 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Orientar que os alunos assistam ao vídeo: Trabalho em Equipe4; 
2. Discutir o vídeo a partir dos questionamentos abaixo: 
a) Qual a mensagem trazida pelo vídeo? 
b) Qual a relação da mensagem do vídeo com a prática do trabalho em saúde? 
c) Qual a nossa responsabilidade como trabalhadores da saúde? 
6. A Ratoeira 
Coordenar a atividade a partir de uma das sugestões abaixo: 
4 http://www.youtube.com/watch?v=jgLsITgYnOU&feature=related
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Sugestão 1 – convidar um dos alunos para ler a mensagem abaixo e ao final convidar 
todos para refletir que lições podemos aprender a partir dela para o exercício do trabalho 
nos serviços de saúde. 
Sugestão 2 – Distribui uma cópia para cada aluno e solicitar que leiam a mensagem e 
escrevam no papel uma reflexão para o exercício de sua profissão. Depois perguntar 
quem gostaria de compartilhar sua reflexão com a turma. 
14 
A ratoeira5 
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa 
abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir 
que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos – 
Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha, então, disse: 
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para 
o senhor, mas não me incomoda. 
O rato foi até o porco e lhe disse: 
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira! 
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, 
a não ser rezar. Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces. 
O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse: 
- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! 
Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira 
do fazendeiro. 
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua 
vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia caído na ratoeira. No 
escuro, ela não viu que a ratoeira havia prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a 
cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com 
febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma 
canja de galinha. 
O fazendeiro pegou seu cutelo (pequeno facão) e foi providenciar o 
ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos 
vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. 
A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o 
funeral. 
O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. 
7. Dinâmica do Trabalho em Equipe 
5 Dinâmica adaptada do endereço eletrônico: <http://www.slideshare.net/weltonmatos/trabalho-em-equipe- 
1703196 >. Acessado em: 10/05/2012
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Observação: Para execução dessa atividade, o professor deverá preparar previamente 06 
envelopes, sendo que cada um deverá conter peças que possam formar um quadrado 
perfeito. As peças devem seguir o recorte das figuras abaixo: 
Os envelopes deverão seguir a seguinte orientação: 
• Envelope 1: três peças que unidas formam um quadrado perfeito; 
• Envelopes de 2 a 6: cada envelope com três peças aleatórias que não formam um 
quadrado perfeito. 
15 
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 
2. Dividir a turma em 6 grupos e entregar os envelopes aleatoriamente. 
3. Os grupos deverão estar dispostos em círculos e suficientemente afastados dos 
demais para que um grupo não possa observar a atividade do outro. 
4. Informar aos grupos que o desafio é formar um quadrado perfeito com as peças 
contidas no envelope. E que não podem utilizar a linguagem verbal para a comunicação. 
A turma que primeiro terminar deverá levantar a mão para informar aos demais. 
5. O professor, então, deverá aguardar até que sejam formados os 06 quadrados 
perfeitos; 
6. Ao final da dinâmica, discutir com a turma acerca das seguintes questões: 
a. Qual a importância da equipe para a realização de um bom trabalho? 
b. O que essa atividade pode revelar para a profissão do técnico em nutrição e 
dietética?
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
16 
Atividades Cognitivas 
1. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL 
Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia. 
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 
1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar que respondam às perguntas referente ao 
período indicado para seu grupo: 
Grupo 1 – período 1900 a 1930 
Grupo 2 – período 1930 a 1945 
Grupo 3 – período 1945 a 1964 
Grupo 4 – período 1964 a 1988 
Grupo 5 – período 1988 a 2006 
PERGUNTAS 
a) Como se caracteriza esse período histórico em termos da relação Estado 
Sociedade? 
b) O que chamou mais atenção sobre as políticas de saúde no Brasil durante esse 
período? 
c) Como se deu a atuação do governo neste período? 
d) Como se deu a atuação da sociedade civil neste período? 
e) Quais os principais desafios e conquistas que marcaram esse período em 
relação às políticas de saúde no Brasil? 
2. Convidar a turma para assistir ao filme: "Políticas de Saúde no Brasil: Um século 
de luta pelo direito à saúde6" para responder ás perguntas referentes ao seu grupo; 
Documentário: "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde" 
6 Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cSwIL_JW8X8>. Acesso em: 01 de 
dezembro de 2011.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Filme realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da 
Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal 
Fluminense/UFF. 
17 
Duração: 1 hora 
Sinopse 
O documentário conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se 
articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua 
implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS. Sua 
narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, um dever da 
população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado 
aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se 
inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um 
dever do Estado. Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores, 
com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo.Para tornar a narrativa mais leve e 
atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como 
o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, por fim, a internet. 
O documentário é composto por 5 capítulos, que podem ser assistidos em sequência, com 60 
minutos de duração, ou separadamente; cobrindo os seguintes períodos: 1900 a 1930; 1930 a 1945; 
1945 a 1964; 1964 a 1988; e 1988 a 2006 
3. Orientar aos grupos que sistematizem suas respostas por escrito para apresentação; 
4. Apresentação dos grupos por ordem cronológica; 
5. Conduzir um debate a partir da pergunta: 
 Quais as principais diferenças que percebemos no papel do governo e da 
sociedade em relação às políticas de saúde em cada um dos períodos 
históricos? 
6. Fazer uma exposição abordando os seguintes tópicos: 
 Uma síntese cronológica dos principais acontecimentos históricos 
relacionados às políticas de saúde no Brasil, relacionando com os debates em 
sala de aula.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Sugestão de referência bibliográfica: Livro7 Capítulo 1 – O Sistema Único de Saúde, itens 1.1 
a 1.3. 
18 
 Os aspectos básicos do SUS 
Sugestões de referências: 
Brasil. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z : garantindo saúde nos municípios / Ministério 
da Saúde, Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. – Brasília : 
Editora do Ministério da Saúde, 2009. 480 p. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) 
Lei 8.080/90 e a Lei 8.142/90 da Constituição Federal. Livro: Brasil. Conselho Nacional de 
Secretários de Saúde. Legislação Estruturante do SUS / Conselho Nacional de Secretários de 
Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 534 p. (Coleção Para entender a gestão do SUS 2011, 13). 
2. A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL 
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 
1. Dividir a turma em 5 grupos, orienta que escolham um coordenador e um relator 
que deverão assumir o seguinte papel: 
 Coordenador do momento: controla o tempo e não deixa o grupo fugir do 
assunto; 
 Relator: sistematiza as respostas do grupo registrando por escrito. 
2. Solicitar aos grupos que conversem e respondam as perguntas: 
a) Que contribuições a participação da sociedade pode trazer para construção de 
uma sociedade mais igualitária, democrática e justa? 
b) Quais as formas de participação que sua comunidade tem assumido no 
tocante as decisões referentes à saúde, ao ambiente, ao trabalho, à religião, à 
educação, à habitação e à cultura? 
c) O que vocês destacam como importante que abre espaço para participação 
dos cidadãos nas políticas de saúde no Brasil? 
7 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde / 
Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2011, 291p. (Coleção 
Para Entender a Gestão do SUS, 2011. v.1.)
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
3. Informar aos grupos que as apresentações serão no formato de “Mesa Redonda de 
Debate”. Serão convidados para Mesa os Coordenadores e Relatores dos grupos 
que assumirão a seguinte tarefa: 
 Coordenadores: apresentam como foi o trabalho do grupo em termos de 
debate, concentração dos participantes, dificuldades e facilidades em relação 
ao debate do tema, adequação do tempo, novos interesses surgidos sobre o 
tema; 
19 
 Relatores: fazer a leitura das respostas do grupo; 
 Professor(a): coordenação da Mesa (controle do tempo e da escuta atenciosa 
e respeitosa de todos) 
4. Desfazer a Mesa Redonda e perguntar a turma: 
 Como se sentiram em participar de um debate em forma de Mesa Redonda? 
5. Convidar para leitura do texto: Participando no SUS, de Lana Bleicher. Ao final 
perguntar: 
 O que acharam do Texto? 
 Que dúvidas ainda existem sobre o tema? 
PARTICIPANDO DO SUS8 
Ao longo de nossa vida participamos dos vários âmbitos que nos constroem 
enquanto seres humanos e cidadãos, na família, comunidade, escola, trabalho, espaços 
institucionalizados ou não. Participar segundo Bordenave9 (1994), é o caminho natural 
para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si 
mesmo, dominar a natureza e o mundo. Na efetivação dessa participação, favorecemos 
nossa condição de saúde ou doença e, consequentemente, de uma boa qualidade de vida. 
Ações de saúde não se realizam no vazio ou em objetos inanimados: ações de 
saúde sempre se realizam com e em seres humanos. Tradicionalmente, entendia-se que 
a ação de saúde seria realizada pelo profissional de saúde sobre um paciente – aliás, não 
8Texto adaptado do texto de: 
BLEICHER, Lana. Saúde para todos já! Fortaleza: Expressão gráfica, 2004. 110p. Disponível em: 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Participasus%20%20Politica%20Nacional%20de% 
20GP%20para%20o%20SUS.pdf>. Acesso em: 01 de novembro 2011. 
9 BORDENAVE, J. D. O que é participação. São Paulo: editora Brasiliense,1986.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
é a toa que ele é chamado paciente! Mas, por mais passiva que seja a situação do 
paciente, e por mais dono do poder que queira ser o profissional de saúde, nunca se 
pode retirar uma característica fundamental da ação de saúde: ela é uma relação 
humana, entre seres humanos. E, exatamente, por ser humano, o paciente nunca é 
inteiramente passivo: a ação de saúde também depende dele para acontecer. 
A produção de ações e serviços de saúde é imprescindível à interação entre 
prestadores e usuários de tais ações. Os serviços de saúde não podem ser produzidos na 
ausência do “consumidor” desses, ao contrário de mesas ou sapatos, que podem ser 
fabricados e estocados sem um consumidor, o qual, só passa a ser necessário ao se fazer 
a comercialização destas mercadorias. Os usuários, então, são mais que meros 
“consumidores” são também co-produtores destes serviços e ações. Disto resulta que a 
definição de necessidades e diretrizes no setor não pode ser monopólio dos 
“especialistas”, mas devem ser partilhadas com os co-produtores dos serviços: os 
usuários. 
Por melhor e mais competente que seja o médico, o tratamento não terá sucesso 
se o paciente não cooperar em seguir as prescrições recomendadas. Ou seja, até mesmo 
na situação individual é necessário existir um mínimo de “participação” por quem 
“recebe” a ação de saúde. 
Disso decorre que as primeiras vezes em que se começou a falar em participação 
nos serviços de saúde, o que se estava querendo dizer é que a população deveria aceitar 
mais docilmente as orientações que os profissionais de saúde faziam. Antônio Ivo de 
Carvalho (1995) nos conta que havia um entendimento de que as pessoas ficavam 
doentes por falta de informação de como tratar a água, de como escovar os dentes, de 
que alimentos consumir. 
Houve um tempo em que a participação assumiu um caráter bem mais 
politizado, principalmente, durante a ditadura. A participação popular tinha o objetivo 
de denunciar que a grave situação de saúde da população estava relacionada à forma 
injusta, exploradora e nada democrática de como se organizava a sociedade. Participar 
implicava em lutar por coisas bem mais amplas do que aquelas com as quais a 
participação comunitária se ocupava, como liberdade de expressão, autonomia, poder 
para os trabalhadores. A participação social geralmente se refere à institucionalização da 
participação. 
20 
E a participação pode ser Institucionalizada? Como isto acontece? 
É quando a participação passa a ser regulamentada pelas leis, pelas instituições, 
pelos regimentos, por normas explicitadas, próprias de uma sociedade democrática.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Enquanto na visão anterior a questão era atacar o sistema, nesta, o sistema passa a 
aceitar que ocorra participação dentro dele. 
Usa-se muito o termo controle social como sinônimo de participação, uma vez 
que esta consistiria no controle que a sociedade faz sobre o Estado e os serviços que ela 
presta. Nenhum problema quanto a isso, desde que se faça uma ressalva, essa expressão 
também é bastante usada querendo dizer exatamente o contrário: o controle exercido 
pelo Estado sobre a sociedade, através de diversos instrumentos. Feita esta advertência, 
podemos falar em controle social sem o risco de sermos mal compreendidos. Para 
facilitar, usaremos o termo participação social. 
Existem diversas formas da sociedade participar da gestão do SUS. Porém, por 
serem previstas em lei, as duas mais conhecidas são: as conferências de saúde e os 
conselhos de saúde. Inicialmente as disposições sobre os conselhos e conferências de 
saúde deveriam fazer parte da lei 8.080/90. Entretanto, os artigos que falavam tanto da 
participação social quanto do financiamento do sistema foram vetados pelo então 
presidente Fernando Collor. É por isso que estes dois assuntos se encontram na lei 
8.142/90, que afinal conseguiu ser aprovada alguns meses depois da lei 8.080/90. 
Já ouvi falar nos Conselhos de Saúde, mas ainda não compreendi o que de fato são. 
Os Conselhos de Saúde são formas de exercício da democracia participativa que 
objetivam garantir os direitos de cidadania e saúde. Não substituem, mas interagem com 
os poderes instituídos, ou seja, com o Executivo, Legislativo e Judiciário. 
É obrigatória a existência de conselhos de saúde em cada uma das três esferas de 
governo: municipal, estadual e federal. Mas nada impede que também se criem 
conselhos para um conjunto de municípios (microrregião), um distrito sanitário ou para 
uma unidade específica de saúde, o que seria um conselho local. 
Aliás, a organização de conselhos locais de saúde pode funcionar como um bom 
catalisador da participação social, porque é no debate do cotidiano de uma unidade de 
saúde que se aprende e se exercita a aventura de tentar práticas mais democráticas de 
organização dos serviços de saúde. 
Os conselhos de saúde são órgãos em que um conjunto de representantes toma 
parte na gestão do SUS. Portanto, o gestor em saúde (que é o secretário ou ministro da 
Saúde, dependendo da esfera de governo considerada) não é o único a decidir sobre o 
que será feito em questões de saúde. Esses representantes são de segmentos diferentes: 
do governo e dos prestadores de serviço, de profissionais de saúde e de usuários. O 
conselho deve ser permanente, ou seja, deve se reunir com regularidade. 
21
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
A lei também diz que os Conselhos de Saúde devem ser paritários. Isto 
significa que metade dos conselheiros deve ser de representantes dos usuários. Quanto 
às demais representações, a Lei 8.142 não esclarece seus percentuais, mas existe uma 
recomendação do Conselho Nacional de Saúde (resolução 33. de 23/12/92) onde 
possam ser compostos em 25% de prestadores de serviços, tanto públicos (governo) 
quanto privados. 
Nesta mesma resolução, faz-se a sugestão de que o número de conselheiros não 
seja inferior a 10 nem superior a 20 membros. Evidentemente isso se trata apenas de 
uma recomendação. O fundamental – e obrigatório – é manter a paridade. 
O documento ainda enumera algumas entidades, que podem ser consideradas no 
22 
momento de definir a composição do conselho, dentro do segmento de usuários: 
Representante(s) de movimentos comunitários organizados na área da saúde; 
Representante(s) de conselhos comunitários, associações de moradores ou 
entidades equivalentes; 
Representante(s) de associações de portadores de deficiência; 
Representante(s) de associações de portadores de patologias; 
Representante(s) de entidades de defesa do consumidor. 
Mas é bom lembrar que essas sugestões foram dadas pelos membros do 
Conselho Nacional de Saúde com base em uma certa experiência acumulada. Nada 
impede que, em um dado município, existam outras entidades bem mais representativas 
da sociedade ou que tenham um histórico no debate e enfrentamento das questões de 
saúde. 
Uma advertência feita no documento é a de que os representantes dos usuários 
sejam indicados pelas suas entidades. Isto é de vital importância para que o conselho 
seja representativo de verdade. Infelizmente algumas vezes isto não acontece. Há 
prefeitos que “elegem” quem deve ser o representante de cada entidade de usuários. Às 
vezes, os “representados” nem sabem quem é que os representa. Tudo isso compromete 
a participação social. 
Raquel Dodge (2003) classifica as funções do conselho de saúde em três 
naturezas: deliberativa, consultiva e fiscalizatória. 
O dicionário define deliberar como resolver depois de exame ou discussão, 
decidir. De fato, quando a Lei 8142/90 art.1º parágrafo 2º afirma que o conselho de 
saúde atua na formulação de estratégias da política de saúde, o que se está expondo é 
uma função deliberativa do conselho de saúde. 
Além disso, o Conselho de Saúde pode convocar uma conferência de saúde 
extraordinária.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
As funções consultivas de um Conselho de Saúde também são importantes, 
ainda que um Conselho não deva se contentar em desempenhar apenas este papel. 
Exemplos: 
Propor adoção de critérios que definam qualidade e melhor resolutividade; 
Propor medidas para o aperfeiçoamento da organização do funcionamento 
do Sistema Único de Saúde - SUS (Resolução 33 de 23/12/92). 
Quanto às funções fiscalizatórias, cabe ao conselho de saúde estar vigilante 
no que se refere a: 
o Recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei 
23 
8.080/90 art.33); 
o Desenvolvimento das ações e serviços de saúde (Resolução 33 de 
23/12/92). 
Agora está mais claro o que é e como funciona um Conselho de Saúde. Fale mais 
um pouco sobre outra instância de participação, as Conferências de Saúde! 
Enquanto os conselhos são órgãos permanentes, as conferências são eventos 
realizados a cada 4 anos ou, extraordinariamente, quando convocadas pelo poder 
executivo ou pelo conselho de saúde. Em função da periodicidade com que acontecem, 
sua finalidade é avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação 
da política de saúde (Lei 8.142/90 art.1º parágrafo 1º). 
As conferências, tal como os conselhos de saúde, devem ser paritárias. A 
representação nas conferências costuma ser ascendente: nas municipais são eleitos os 
representantes para as estaduais e nessas são tirados os delegados para a nacional. Um 
município muito grande pode ter, antes da conferência municipal, conferências distritais 
e locais. O fato é que as conferências permitem que um número de pessoas muito maior 
que o de conselheiros possa discutir e decidir sobre saúde. Apenas para ter uma idéia: da 
8ª Conferência Nacional de Saúde participaram mais de quatro mil pessoas, das quais 
mil eram delegados (ou seja, com direito a voto). 
Além dos dispositivos acima citados, para concretizarmos a participação na 
gestão pública, fazem-se necessários à adoção de outras práticas e mecanismos 
inovadores que podem ser agrupados de acordo com as instâncias, atores e segmentos 
sociais envolvidos: 
Mecanismos Instâncias 
Atores e segmentos 
sociais envolvidos 
Controle social Conselhos de Saúde e Governo e sociedade.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
24 
Conferências de Saúde. 
Escuta permanente das 
opiniões e demandas 
da população 
Atualmente identificados, 
principalmente, pelas ouvidorias 
do SUS. 
Opiniões de usuários e 
consultas públicas. 
Processos 
participativos de gestão 
Integrando a dinâmica de cada 
instituição e órgão do SUS, nas 
três esferas de governo. 
Conselhos gestores, 
mesas de negociação, 
direção colegiada, 
câmaras setoriais e 
comitês técnicos, entre 
outros. 
Intersetorialidade 
Relações entre diferentes setores 
de governo, nas quais fica 
caracterizado o compartilhamento 
de decisões entre diferentes 
instituições e setores que atuam 
na produção social da saúde. 
Diferentes setores de 
governo. 
Mobilização social 
Voltada à ampliação da 
consciência sanitária, do direito à 
saúde e à cidadania, com impacto 
sobre os poderes instituídos no 
Estado. 
Governo e sociedade. 
Quantos espaços de participação! Mas afinal de contas se é tão fácil participar do 
SUS porque escutamos tantas críticas sobre a efetivação do controle social? 
Vimos como devem ser os conselhos e conferências de saúde. Criar ou não um 
Conselho de Saúde não é uma opção do gestor: é uma obrigação. Recomenda-se que os 
conselhos sejam criados por uma Lei própria, discutida e aprovada pelo poder 
legislativo da respectiva esfera de governo. Também é desejável que o conselho se 
reúna com periodicidade, que conte com uma estrutura apropriada, tais como: sala de 
reunião e funcionários. Isso porque, além das reuniões gerais do conselho, existem 
também comissões internas que se propõem a estudar assuntos específicos, como 
orçamento e recursos humanos, por exemplo. 
Gostaríamos de advertir que nem sempre o cumprimento de todas as exigências 
legais garante uma participação social efetiva. Muitas vezes o conselho atende a todas 
as obrigações e recomendações, mas não toma para si, de fato, as funções deliberativas 
e fiscalizatórias. Não são raros os Conselhos de Saúde que se limitam a aprovar
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
passivamente todos os projetos que o gestor encaminha (e que só os submete à votação 
quando obrigado). É comum não só conselheiros desconhecerem seu papel, como 
também gestores dificultarem a ação do Conselho, não disponibilizando as informações 
necessárias; não efetivando os cronogramas que permitam tempo para análise e debate 
das propostas; não efetivando as deliberações tomadas pelo Conselho. Também é 
comum o uso dos Conselhos somente como forma de legitimar e dar uma aparência 
“democrática” à gestão. 
Inúmeros Conselhos de Saúde cumprem apenas a formalidade da aprovação 
automática de planos de saúde, relatórios de gestão e projetos que se destinem à 
captação de verbas federais. Não é rara a indicação de conselheiros, que deveriam 
representar usuários, ser feita por prefeitos. São abundantes os casos em que gestores e 
profissionais de saúde monopolizam o controle da pauta. Tudo isso porque a mera 
institucionalização de mecanismos de participação social – conselhos e conferências de 
saúde – não garantem por si só a existência de uma participação social efetiva. O 
desafio, portanto, é muito maior que o de cumprir ou o de fazer cumprir a lei: trata-se de 
tirá-la da frieza dos compêndios jurídicos e insuflá-la de vida, trazendo-a para o meio 
das pessoas. 
25 
Sinto-me desafiada! Como tornar isso realidade? 
Para tal não existe receita, mas alguns princípios podem ser levados em conta. 
Um deles poderia ser resumido da seguinte forma: se você quer que as pessoas 
participem, valorize o que elas têm a dizer. É muito comum os profissionais de saúde, 
do alto de seus conhecimentos técnico-científicos, desqualificarem as falas, as 
preocupações, as proposições dos usuários, perdendo assim a oportunidade de 
estabelecer um diálogo entre saberes que são diferentes, mas que se complementam. 
Também é extremamente fácil a acusação de que as pessoas são desinteressadas, 
que não participam das reuniões. Minha pouca experiência na área me leva a pensar que 
as pessoas que tendem a abandonar espaços de “participação” tão cedo percebem que 
suas decisões não são encaminhadas; que as informações necessárias à tomada de 
decisão não se encontram disponíveis; que a participação se restringe a dizer sim ou não 
a propostas que chegam prontas. Outro ponto a salientar, é a necessidade de que exista 
um efetivo vínculo entre o “representante” e os “representados”, e que as posições 
defendidas no conselho por aquele sejam discutidas com estes, a fim de que seja 
garantida a legitimidade da representação. 
Por outro lado, há experiências riquíssimas de participação social verdadeira e 
com resultados. Há também gestores comprometidos com a qualidade do serviço, aos 
quais interessa que a população seja co-autora do processo.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
E você? Conhece ou já ouviu falar do Conselho Municipal de Saúde de sua 
cidade? Pense nas unidades de saúde que você já conheceu e na que você trabalha: elas 
têm conselho local de saúde? Quem são os conselheiros? Que tal tentar conhecê-los? 
26 
3. PESQUISA EM CAMPO 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Dividir a turma e orientar uma atividade: 
Pesquisa em campo (em trios): 
a) Fazer um levantamento sobre os espaços de participação que existem em seu 
bairro/comunidade nos diversos setores: educação, saúde, esporte e lazer, 
geração de renda, meio ambiente, etc. 
b) Escolher um dos movimentos sociais e entrevistar algum membro que 
participa desse movimento social: 
- Qual a sua representação nesse movimento? 
- O que lhe motiva a participar? 
- Em sua opinião, quais as questões mais importantes que são debatidas nas 
reuniões? 
- Quem pode participar desse movimento? 
c) Fazer um Relatório da entrevista. 
4. MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE NO MUNDO 
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
1. Convidar a turma para assistir ao filme: "Sicko: SOS Saúde" de Michael Moore10. 
Orientar para que os alunos assistam ao filme anotando as principais características 
dos sistemas de saúde dos países apresentados no filme; 
Título original: Sicko 
Lançamento: 2007 (EUA) 
Direção: Michael Moore 
Duração: 113 min 
Documentário: Um painel do deficiente sistema de saúde americano. A partir do perfil de cidadãos 
comuns, somos levados a entender como milhões de vidas são destruídas por um sistema que, no fim 
das contas, só beneficia a poucos endinheirados. Ali vale a lógica de que, se você quer permanecer 
saudável nos Estados Unidos, é bom não ficar doente. E, depois de examinar como o país chegou a 
esse estado, o filme visita uma série de países com sistema de saúde público e eficiente, como Cuba e 
Canadá. 
27 
2. Conduzir um debate a partir das perguntas: 
Quais os sentimentos e impressões provocadas pelo filme? 
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde dos 
Estados Unidos? 
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde do 
Canadá? 
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da 
Inglaterra? 
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da 
França? 
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde de 
Cuba? 
Que semelhanças e diferenças existem entre os sistemas de saúde desses 
países e o Sistema Único de Saúde do Brasil? 
5. MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE NO BRASIL 
10 Disponível em: <http://filmescomlegenda.net/fcl/filmes/sicko-s-o-s-saude-sicko-2007- 
dvd-r-dvd-rip/>. Acesso em: 01 de novembro 2011.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
28 
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 
1. Fazer uma exposição do tema Modelo de Atenção à Saúde do Brasil, abordando os 
itens: 
O papel da Atenção Primária no SUS 
- Sugestão de referência – Livro: Atenção Primária e Promoção de Saúde11, Capítulo 
1, itens 1.1 a 1.3. 
A relação entre APS e a média e alta complexidade 
- Sugestão de referência: Livro: Assistência de Média e alta complexidade no SUS12. 
Capítulo 1, itens 1.1 a 1.2 e Capítulo 3, item 3.9.1 a 3.9.3. 
2. Pergunta a turma: 
Que dúvidas a exposição suscitou sobre o tema? 
6. HISTÓRIAS DA VIDA COTIDIANA 
Material necessário: barbantes e tarjetas. 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Dividir a turma em 5 grupos, e solicitar que cada grupo escolha uma cor; 
2. Distribuir os casos e orientar a seguinte tarefa: 
Ler o caso com atenção identificando os pontos de atenção a saúde que o 
protagonista da história percorreu devido o seu problema de saúde; 
Escrever em tarjetas todos os pontos de atenção à saúde; 
11 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde / 
Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 197 p. (Coleção Para 
Entender a Gestão do SUS 2011, 3). 
12 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade 
no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 223 p. (Coleção 
Para Entender a Gestão do SUS 2011, 4).
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Cada grupo deve construir um mapa vivo representativo dos pontos de 
atenção identificado na rede; 
29 
3. Solicitar aos grupos que apresentem seus mapas; 
4. Coordenar um debate com as seguintes perguntas: 
O que cada mapa trouxe de diferente em relação aos pontos de atenção? 
O que os mapas trazem em comum em relação aos pontos de atenção? 
5. Coordenar um trabalho coletivo desafiando a turma a retratar toda a rede de atenção 
à saúde por meio de um mapa vivo único que represente todos os pontos de atenção 
que todos os protagonistas das histórias percorreram; 
6. Após finalizar a construção do mapa vivo esclarecer para turma os principais 
aspectos da organização e funcionamento de todos pontos representados no mapa; 
7. Realizar uma exposição com o tema: “Redes de Atenção à Saúde”, abordando os 
seguintes tópicos: 
* Conceito e elementos constitutivos das Redes de Atenção à Saúde; 
* Modelo de Atenção à Saúde para condições agudas e crônicas; 
SUGESTÃO DE REFERÊNCIA: 
Livro: As Redes de Atenção à Saúde. Autor: Eugênio Vilaça Mendes. Disponível online no site 
da Organização Panamericana de Saúde (OPAS). 
Caso1 – Daniel e Tiago 
Daniel e Tiago foram convidados para passar um fim de semana em uma casa de 
praia dos pais de uma amiga. Então, resolveram pedir a moto do tio Valdir emprestada 
para viajar. O tio Valdir conversou com os pais dos garotos e resolveu emprestar porque 
considera seus sobrinhos rapazes responsáveis, sendo que Tiago o mais velho com 19 
anos já tem carteira e dirige moto a 2 anos. 
Tiago e Daniel curtiram o fim de semana e no retorno para casa, dirigindo na 
estrada, um carro fez uma ultrapassagem em local perigoso e colidiu com a moto que 
Tiago dirigia. Os dois garotos ficaram muito mal. Em seguida, pessoas próximas 
socorreram chamando o SAMU que chegou depois de algum tempo levando os rapazes 
para o hospital terciário mais próximo.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
30 
Caso 2 – Rui 
Rui tem 52 anos, casado pai de 5 filhos e trabalha como Vigia Noturno torcedor 
do time Palmeiras. Por conta do seu trabalho Rui foi se afastando dos amigos porque se 
sentia cansado e dormir durante o dia. Aos finais de semana sempre saía com os amigos 
para beber e falar de futebol. Com o passar dos anos, Rui foi apresentando problemas de 
saúde e não conseguia parar de beber. A ACS Joana marcou uma consulta na Unidade 
de Saúde da Família onde começou a ser acompanhado por conta do alcoolismo. Após, 
várias consultas sempre com a mesma queixa como falta de apetite, perda de peso, 
tremor, o médico resolveu encaminhá-lo para o CAPS, mas Rui não compareceu à 
consulta. 
Após um episódio que ficou muito violento em casa, bateu na sua esposa e 
quebrou muitos objetos, Rui recebeu a visita do psicólogo que atua no Núcleo de Apoio 
ao Saúde da família (NASF) para fazer uma visita e ajudar a convencer a família a 
continuar o tratamento no CAPS. 
Após alguns meses, novamente Rui começa a beber e continua a ser violento com 
a mulher que resolve ir embora com os filhos para casa da mãe. Rui passa muitos meses 
entregue a bebida até que precisa ser internado com urgência. Após receber alta do 
hospital, Rui vai para uma residência Terapêutica, pois não tinha para onde ir. 
Caso 3 – Mariana 
Na comunidade Barra Funda mora Mariana que tem 09 meses, seus pais e seus 
dois irmãos de 3 anos e outro de 10. Durante uma visita de um Agente Comunitário de 
Saúde, a mãe relatou que a filha há dias estava percebendo que a filha estava perdendo 
peso, bastante sonolenta. O ACS suspeitou que não somente Marianna, mas as demais 
crianças também estavam abaixo do peso e comunicou à enfermeira responsável pela 
área onde morava Mariana e sua família. 
O ACS orientou que a mãe marcasse uma consulta com a enfermeira para 
avaliação das crianças. Durante a consulta, a enfermeira confirmou o baixo peso das 
criança, a alimentação inadequada que estava interferindo no crescimento e 
desenvolvimento das crianças e, então, conversou com o médico e a nutricionista do 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para que pudessem planejar uma 
intervenção de apoio àquela família. 
Caso 4 - Sr Baltazar 
Sr Baltazar tem 54 anos, casado pai de 8 filhos, trabalha como agricultor na 
comunidade de Lagoa Funda. Durante uns festejos na comunidade, a equipe da Saúde 
da Família estava verificando a pressão dos moradores. Sr Baltazar resolveu verificar a 
sua pressão e descobriu que estava muito alta e foi orientado a procurar a unidade de 
saúde que iniciou um acompanhamento. 
O médico solicitou exames de sangue, urina e fezes e ainda encaminhou Sr 
Baltazar ao cardiologista. Na unidade, Sr Baltazar foi orientado para ir ao laboratório
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
público fazer seus exames. Para marcar a consulta com o especialista, foi enviado 
solicitação à Central de Marcação de Consulta. Sr Baltazar recebeu medicação para 
pressão alta na Unidade de saúde. Durante a consulta com o cardiologista na Policlínica, 
o médico passou remédios que não é disponibilizado na rede básica, solicitou mais 
exames, orientou-o que procurasse um serviço nutricional no NASF e recomendou 
repouso e afastamento do trabalho na roça. 
Sr Baltazar ficou muito triste, pois o trabalho na roça é tudo que sabe e gosta de 
fazer. Sr Baltazar já disse que queria morrer mesmo, pois não servia mais para nada e 
está muito triste em casa. A agente de saúde que acompanha o caso conversou com a 
enfermeira que resolveu entrar em contato com a equipe do Centro de Referência em 
Saúde do Trabalhador (CEREST) para colaborar com o caso do Sr Baltazar. 
31 
Caso 5 – Sra. Helena 
Dona Helena, que possui três filhos estudando na mesma escola, notou certo dia 
que eles se apresentaram com sintomas parecidos de febre, vômitos e dor de barriga. Os 
meninos começaram a sentir estes sintomas após chegar da escola. Ela imediatamente 
os levou ao posto de saúde do bairro e pôde constatar que vários colegas da escola 
estavam lá também com os mesmo sintomas, inclusive com casos graves que 
precisaram ser internados no hospital mais próximo. 
Ela não hesitou e ligou para a Vigilância sanitária para fazer uma denúncia de 
contaminação de alimentos, tendo em vista que não apenas seus filhos, mas várias 
crianças e professores sentiram sintomas parecidos após se alimentarem na escola. Os 
fiscais foram à escola e recolheram amostras da merenda escolar e entrevistaram alguns 
alunos que adoeceram. 
De acordo com o Lacen, os exames no alimento misturado, ou seja, na amostra da 
merenda escolar, apontaram a presença da bactéria estafilococos, o que confirmou a 
hipótese de que a contaminação do alimento ocorreu num intervalo entre o preparo e o 
momento em que foi servido. Ele ainda ressaltou que se o alimento tivesse sido 
contaminado após preparo e fosse armazenado em refrigeração e manuseado 
corretamente, a formação de toxina, resultante da alta reprodução bacteriana não teria 
ocorrido. A toxina produzida pelo estafilococos resultante de sua reprodução provoca 
vômitos e diarreia entre uma a seis horas. Quanto maior a sua concentração, menor o de 
período de incubação. 
Graças a denúncia da Sra. Helena a Vigilância sanitária conseguiu realizar todo o 
processo de estudo e determinação da contaminação alimentar, ou seja, vários casos de 
contaminações de alimentos podem não ser notificados, pois várias pessoas ainda não 
tem consciência da importância da higiene do alimento para a manutenção da saúde e 
prevenção de doenças de origem alimentar.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
32 
7. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Convidar os alunos para completar a seguinte frase com sua opinião escrevendo em 
seu caderno: 
Eu acho que a Unidade de Saúde serve para: ________________ 
Eu acho que na Unidade de Saúde cuida de: ________________ 
Eu acho que a Equipe de Saúde da Família da minha área serve 
para:________ 
2. Solicitar que os alunos leiam suas respostas para os colegas; 
3. Realizar uma exposição com o tema: “Atenção à Saúde e Atenção Primária no 
SUS” com base na Política de Atenção Básica; 
4. Perguntar a turma: 
Que perguntas podem ser feitas sobre o tema apresentado para esclarecer 
dúvidas? 
8. REDES DE ASSISTÊNCIA À ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO SUS 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Os alunos irão conhecer a Rede de Nutrição do SUS - REDENUTRI, site: 
http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-view_articles.php com os objetivos: 
Analisar seus subtópicos (apresentações, notícias, artigos) 
Assistir aos vídeos disponíveis no site 
Vídeo 1: Falando de direitos - Alimentação e Saúde no SUS 
O vídeo é resultado da parceria entre a Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos 
Humanos (ABRANDH) e a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição 
(CGAN/DAB/SAS/MS) com apoio da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e 
tem o objetivo de motivar a discussão sobre a agenda de nutrição no SUS; o papel das 
ações de nutrição na atenção básica, a importância de fortalecer esta agenda nas
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
discussões do controle social e gestores locais. Experiências concretas de atenção 
nutricional são apresentadas e comentadas com o olhar de especialistas, pesquisadores e 
conselheiros, no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da 
Segurança Alimentar e Nutricional. 
33 
Vídeo 2: O veneno está nas mesas 
Documentário do produzido pelo cineasta Sílvio Tendler, mostra como o país facilita o 
consumo dos agrotóxicos e como movimentos sociais e setores do próprio governo 
como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz 
(Fiocruz) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) têm tentado, de formas distintas, 
alertar sobre o problema. Com entrevistas de trabalhadores rurais, pesquisadores da área 
da saúde e diversos dados e informações inéditas, o documentário denuncia casos de 
contaminação pelo uso de agrotóxicos, inclusive com a morte de um trabalhador, e 
mostra como é possível estabelecer outro modelo de produção sem o uso de venenos, 
baseado na agroecologia. 
Vídeo 3: Peraí, é nosso direito! 
Vídeo produzido pela Ação Brasileira para a Nutrição e Direitos Humanos 
(ABRANDH), com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação - FAO, 
dirigido por Renato Barbieri e produzido pela Videografia. Trata da história de duas 
comunidades que se organizaram para lutar por seus direitos. Entre 2004 e 2006 a 
Abrandh, com o apoio da FA, desenvolveu dois projetos-piloto junto às comunidades de 
Sururu de Capote (Maceió-AL) e Vila Santo Afonso (Teresina-PI). O objetivo foi 
contribuir com o apoderamento das comunidades e apoiar ações para exigir e monitoras 
a realização de seus Direitos Humanos, em especial o Direito Humano à Alimentação 
Adequada – DHAA. 
9. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NA REDE DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO 
SUS 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Leitura do Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – 
SISVAN – na assistência à saúde 
2. Debate sobre o texto abordando os seguintes tópicos:
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Quais os marcos legais (arcabouços teóricos) da vigilância nutricional e 
alimentar? 
Quais portarias e decretos são referentes à Alimentação e Nutrição no país? 
Qual o objetivo dos protocolos do SISVAN? 
Quais as fases de vida que possuem protocolos? 
34 
10. NUCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Indagar aos alunos o que conhecem acerca do NASF e/ou se já foram assistidos por 
algum profissional da equipe; 
2. Discutir com base nas respostas dos alunos; 
3. Realizar uma explanação dialógica acerca do Núcleo de Apoio à Saúde da Família: 
missão, objetivos, aspectos normativos, como foi criado, princípios e diretrizes, 
processo de trabalho, contribuição para a Atenção Primária e atribuições; 
4. Dividir a turma em 05 grupos, ficando cada um responsável pela leitura de um tópico 
contido no capítulo Alimentação e Nutrição no NASF contido no documento “Diretrizes 
do NASF” do Ministério da Saúde: 
GRUPO 1: Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e Segurança alimentar 
e nutricional e direito humano à alimentação adequada; 
GRUPO 2: Perfil epidemiológico e nutricional da população brasileira; 
Grupo 3: Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde; 
Grupo 4: Indicadores Básicos da Nutrição. 
Grupo 5: Possibilidades de atuação do nutricionista da equipe do NASF 
4. Solicitar que cada equipe realize uma explanação sobre o seu tema para a turma e 
escreva duas perguntas sobre seu tema para que possa ser utilizado na atividade 
seguinte; 
5. Juntar todas as perguntas feitas pelas equipes e fazê-las para a turma, tendo o cuidado 
para que as respostas não sejam dadas pelos membros do grupo responsável por aquela 
temática;
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6. Realizar uma discussão final acerca do tema, respondendo aos questionamentos que 
forem surgindo ao longo da atividade. 
Para direcionamento da atividade, é recomendável que o professor faça a leitura do 
material abaixo: 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos de Atenção 
Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p. 
35 
11. O NASF NA MINHA COMUNIDADE 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Solicitar que os alunos se agrupem de acordo a Unidade de Saúde ou equipe de Saúde 
da Família responsável por sua área; 
2. Orientar que os grupos façam uma visita à unidade e realizem os questionamentos 
abaixo a algum profissional de saúde da unidade: 
a. Sua Unidade possui uma equipe do NASF? 
b. Se sim, quais profissionais compreendidos e quais atividades são desenvolvidas? 
3. Orientar que se a unidade de sua área não possuir uma equipe do NASF, realizar a 
atividade em uma outra unidade que possua; 
4. Organizar uma roda de discussão acerca das experiências observadas pelos grupos 
durante a visita à unidade e as atividades desenvolvidas pelo NASF na área, segundo 
informação recebida. 
12. O TRABALHO EM EQUIPE DE SAÚDE 
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 
1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar o estudo do texto: “O Trabalho em Equipe” 
e responder as seguintes perguntas: 
Que características diferenciam grupo de equipe? 
Que atitudes devem assumir os profissionais de saúde para funcionar em 
equipe?
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36 
Que elementos devem ser considerados para a organização de uma equipe 
de saúde? 
2. Coordenar uma Plenária de discussão do texto com base nas perguntas e esclarecer 
dúvidas sobre a leitura; 
3. Orientar aos grupos o seguinte trabalho em equipe a partir da seguinte orientação: 
Na comunidade de Barra Funda foi implantada uma unidade de saúde há um mês. A 
equipe tem uma médica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, 5 Agentes 
Comunitários de Saúde (ACS), uma nutricionista, um educador físico e uma assistente 
social do NASF, recepcionista e o vigia. A comunidade tem 1500 famílias, sendo que 
400 ainda não tem a visita do ACS em sua área. 
Durante esse primeiro mês a equipe funcionou somente atendendo a demanda e houve 
muita reclamação da demora no atendimento. A técnica de enfermagem não conseguiu 
aferir a pressão das pessoas porque estava o tempo inteiro na sala de vacina para atender 
a demanda. A médica afirmou que não iria ver a pressão dos pacientes, pois a demanda 
é grande e a recepcionista só sabe ver o peso. A enfermeira reclamou que ela atendeu 
todas as crianças menores de 5 anos, distribuiu a medicação e ainda fez os curativos e 
aerosol que seria função da técnica de enfermagem. A técnica de nutrição informou que 
os ACS estavam fazendo visitas e mandando todos para ser atendidos na unidade e que 
não poderia ajudar a nutricionista. 
Os profissionais do NASF realizavam atividades isoladas numa praça da comunidade, 
sem interligação com a unidade básica de saúde. O vigia e a recepcionista ficaram 
penalizados com a situação porque profissionais não tinham tempo para almoçar 
tentando dar conta de atender a demanda e ainda estavam sendo xingados pela 
população que estavam dizendo que iriam denunciar os profissionais. 
Além disso, a equipe ainda estava sendo chamada atenção por parte da secretaria porque 
não havia enviado as fichas e protocolos dos atendimentos. 
Após esse mês a equipe concluiu que precisava organizar o serviço e gostaria de iniciar 
implantando o Acolhimento. 
a) Com base nessa situação o grupo deve sistematizar uma lista de conselhos e dicas 
para a equipe de saúde da comunidade de Barra Funda considerando o trabalho em 
equipe, a necessidade de planejamento das ações contextualizadas a realidade da equipe 
e da comunidade, e a demanda da população. 
b) Elaborar Cartazes com seus Conselhos e dicas para Equipe de Saúde 
4. Plenária com apresentação dos grupos; 
5. Após as apresentações convidar os grupos para análise sobre a adequação dos 
conselhos com base nas seguintes perguntas:
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
37 
Que dificuldades precisam ser superadas pela equipe para seguir esse 
conselho? 
Que mudanças nos profissionais, no funcionamento da equipe e na 
comunidade precisa acontecer para haver sucesso no acolhimento? 
Dentre todos os conselhos das equipes existe algum que não seria 
aplicável a realidade vivenciada pela equipe de Barra Funda? 
O TRABALHO EM EQUIPE13 
Este texto tem como objetivo discutir o conceito de trabalho em equipe e 
apresentar alguns elementos fundamentais para a consolidação de uma equipe de 
trabalho. 
A concepção de equipe está vinculada à de processo de trabalho e sujeita-se às 
transformações pelas quais este vem passando ao longo do tempo. Neste sentido, sem 
querermos apontar todos os motivos que justificam a existência desta forma de exercer 
o trabalho, diríamos que a ideia de equipe advém: 
Da necessidade histórica do homem de somar esforços para alcançar 
objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados ou seriam de forma 
mais trabalhosa ou inadequada; 
Da imposição que o desenvolvimento e a complexidade do mundo 
moderno têm imposto ao processo de produção, gerando relações. 
O trabalho em equipe, portanto, pode ser entendido como uma estratégia, 
concebida pelo homem, para melhorar a afetividade do trabalho e elevar o grau de 
satisfação do trabalhador. 
Hoje, mais do que nunca, o trabalho em equipe tem sido incentivado em 
praticamente todas as áreas da atividade humana. Vários autores têm destacado 
vantagens do trabalho em equipe sobre o trabalho individual. Apesar deste 
reconhecimento, constatamos, na prática, muitas dificuldades em realizar o trabalho em 
equipe. Em parte, isto se deve às diferentes percepções do que seja uma equipe de 
trabalho. Vejamos algumas definições de equipe: 
a) "Conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho." 
13 BRASIL, OPAS. O trabalho em equipe. In: BRASIL. Organização do Cuidado a partir de 
Problemas: Uma Alternativa Metodológica para a Atuação da Equipe de Saúde da Família. 
Brasília, DF, p.45 – 49, 2000.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
De acordo com esse conceito, para ser uma equipe basta que as pessoas 
trabalhem numa mesma tarefa. Não importa, neste caso, o significado/objetivo que o 
trabalho tem para cada um, nem como as pessoas se relacionam neste trabalho. Na 
medida em que os componentes do grupo não compartilham dos mesmos objetivos, 
podendo até ter objetivos conflitantes, pode-se encontrar situações nas quais o 
"fracasso" de membro do grupo seja intencional - o "boicote". 
38 
b) "Conjunto ou grupo de pessoas que partilham de um mesmo objetivo." 
Nesse conceito, o fundamental é que as pessoas tenham o mesmo objetivo, não 
importando como cada um pretende alcançá-lo. É como uma equipe de futebol amador 
em que os jogadores têm o mesmo objetivo (ganhar o jogo), mas não têm um "esquema 
tático" para vencê-lo. 
c) "Conjunto ou grupo de pessoas que ao desenvolver uma tarefa ou trabalho, 
almejam um objetivo único, obtido pelo consenso/negociação." 
Esse conceito amplia o anterior na medida em que o objetivo do trabalho não é 
definido externamente ao grupo ou por parte dos seus componentes. O objetivo é 
resultante da discussão/negociação entre todos os membros da equipe. 
d) "Conjunto ou grupo de pessoas que tem objetivos comuns e está engajado em 
alcançá-los de forma compartilhada." 
Esse conceito avança um pouco mais, na medida em que as pessoas têm o mesmo 
objetivo e querem alcançá-lo de forma compartilhada. Provavelmente, neste caso, a 
equipe tem um plano para atingir o seu objetivo. 
e) "Conjunto ou grupo de pessoas com habilidades complementares, 
comprometidas umas com as outras pela missão e objetivos comuns (obtidos pela 
negociação entre os atores sociais envolvidos) e um plano de trabalho bem 
definido" 
Nesse conceito, reconhece-se a diversidade de' conhecimentos e habilidades entre 
os membros da equipe, que se complementam e enriquecem o trabalho como um todo, 
contribuindo desta maneira para que a equipe tenha mais chances de atingir seu 
objetivo. E mais, o grupo tem um projeto de como alcançá-lo. 
Atualmente, tem-se agregado, ainda, a ideia de que, no desenvolvimento do 
processo de trabalho e na busca de seus objetivos, os componentes da equipe deverão 
criar as condições necessárias ao crescimento individual e do grupo.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
39 
O funcionamento da equipe 
Quando nos referimos a um determinado tipo de trabalho como sendo de equipe, 
é necessário que tenhamos claro que não há como conceber equipe como algo que se 
passa à margem do processo de trabalho. 
O funcionamento das equipes pode apresentar diferenças significativas em função 
do tipo de trabalho que está sendo executado. Este, por sua vez, determina os 
conhecimentos e habilidades essenciais para o seu desenvolvimento, e a necessidade de 
uma coordenação e de um plano de trabalho ora mais, ora menos flexíveis. Tomemos, a 
título de exemplo, dois tipos de equipe: o time de futebol e uma orquestra sinfônica. 
O time de futebol: os componentes desta equipe têm objetivos comuns - marcar gols, 
vencer jogos e ganhar campeonatos - habilidades diferentes (o goleiro, o beque, o 
atacante), uma coordenação (o técnico) e um plano de trabalho (o esquema tático). 
Quando observamos atentamente o seu funcionamento, percebemos alguns detalhes que 
a fazem um tipo de equipe bastante singular, senão vejamos: 
Embora as habilidades e até as características físicas de um beque sejam 
diferentes, se comparadas às de um, atacante, nada impede que o beque marque 
gols, nem que o atacante ajude no trabalho de defesa, ou que ambos substituam 
o goleiro. Podemos dizer que existe certa inespecificidade no trabalho dos 
jogadores. 
A atuação do técnico (coordenação), no momento de uma partida, pode ser 
prescindido, sem que isto signifique necessariamente o fracasso da equipe. 
Temos vários exemplos nos quais o técnico não estava presente (tinha sido 
expulso) e o time ganhou a partida. Observamos ainda que, no decorrer de uma 
partida, alguns jogadores podem assumir a coordenação da equipe na execução 
de uma tarefa específica, por exemplo: organizar a defesa quando' o time está 
sendo atacado, comandar o ataque, preparar uma jogada etc. 
Plano de trabalho é bastante flexível e pode mudar de acordo com as 
circunstâncias, sem que isto implique na derrota da equipe. Aliás, é justamente 
esta flexibilidade que permite ao time adaptar-se a uma nova realidade, no 
transcorrer de uma partida, como por exemplo, quando da expulsão de um dos 
seus jogadores ou quando se faz necessário assegurar um resultado que seja 
considerado satisfatório. 
A orquestra sinfônica: os componentes desta equipe têm um objetivo comum - 
executar uma sinfonia -, conhecimentos e habilidades diferentes (o pianista, o
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
violinista, o clarinetista), uma coordenação (o maestro) e um plano de trabalho (as 
partituras). 
Diferentemente do time de futebol, na execução de uma sinfonia, o pianista 
jamais fará o trabalho do violinista ou vice-versa. Podemos dizer que existe uma alta 
especificidade no trabalho dos músicos, ou seja, o pianista sempre tocará piano e o 
violinista sempre tocará violino. 
O trabalho do maestro é fundamental. Por mais competentes que sejam os 
músicos, individualmente, sem a coordenação do maestro a equipe não conseguirá 
alcançar o objetivo de executar uma sinfonia. 
O plano de trabalho é rígido. Um músico jamais poderá substituir sua partitura 
40 
durante a execução de uma sinfonia. ' 
Estes quatro elementos - objetivos, conhecimentos e habilidades dos membros da 
equipe, coordenação do trabalho e plano de trabalho - sempre estarão presentes e 
determinarão o funcionamento de uma equipe. 
Como um grupo se torna uma equipe? 
Uma das mudanças mais significativas de nossa época é a passagem da ação 
individual para o trabalho em grupo. No mundo de hoje podemos identificar vários 
tipos de grupos trabalhando nas mais diferentes situações. Alguns conseguem 
tornarem-se equipes e outros permanecem apenas como grupos. Uma questão surge 
desta constatação: quais são os elementos fundamentais que marcam esta diferença e o 
que devemos considerar para construirmos uma equipe de trabalho? 
Podemos identificar alguns elementos para a transformação de um grupo de 
trabalhadores em equipe de trabalho: 
O Grupo consegue vislumbrar vantagens do trabalho em equipe 
complementaridade, interdependência e sinergismo das ações - em relação ao 
trabalho isolado, individual; 
A disposição de compartilhar objetivos, decisões, responsabilidades e também 
resultados; 
A necessidade de definir com clareza os objetivos e resultados - individuais e 
do grupo - a serem alcançados; 
A importância de construir, em conjunto, um plano de trabalho e definir a 
responsabilização de cada membro do grupo, para alcançar os objetivos; 
A necessidade da avaliação constante dos processos e dos resultados; 
A percepção de que o fracasso de um pode significar o fracasso de todos e que
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
41 
o sucesso de um é fundamental para o sucesso da equipe; 
A importância de se garantir a educação permanente de todos os membros da 
equipe; 
A necessidade de aprimorar as relações interpessoais e de valorizar a 
comunicação entre os membros da equipe; 
A disposição das pessoas em ouvir e considerar as experiências e saberes de 
cada membro do grupo. O trabalho em equipe não implica em eliminar as 
diferenças existentes entre seus membros (sociais, culturais, etc.) e sim trabalhar 
estas diferenças - os conflitos; e,' 
Finalmente, é fundamental que os objetivos e resultados definidos se 
constituam em desafios constantes para o grupo, algo que instigue cada 
integrante. 
Como pode ser percebido, fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe de 
trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que passa pelo aprendizado coletivo 
da necessidade de uma comunicação aberta, de uma prática democrática que permita o 
exercício pleno das capacidades individuais e uma atuação mais criativa e saudável de 
cada sujeito; evitando, assim, a cristalização de posições, a rotulação e a deterioração 
das relações interpessoais. Desta forma, o grupo poderá buscar seus objetivos, 
responsabilizando-se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
Referências bibliográficas sugeridas 
para o professor 
42 
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.080/ 19-09-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.142/ 28-12-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos 
de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – 
SISVAN na assistência à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à 
Saúde. Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 61 p. 
: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Manual operacional para profissionais de saúde e educação: promoção da 
alimentação saudável nas escolas / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à 
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 152 p. 
: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) 
FAUSTO, M.C.R.; MATTA, G. C. . Atenção Primária à Saúde: Histórico e 
perspectivas. In: Marcia Valeria G. C. Morosini; Anamaria D'Andrea Corbo. (Org.). 
Modelos de Atenção e a Saúde da Família. Rio de Janeiro: ESPJV/FIOCRUZ, 2007, 
v. 4, p. 43-67. 
FIGUEIREDO,N. M. A. Ensinado a Cuidar em Saúde Pública 1ª Ed. São Paulo: 
Yendis 2005. 
GARCIA, M. et al. Política e Gestão em Saúde 1ªed. Rio de Janeiro:Esc 2000.
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 
43 
Referências bibliográficas do 
manual 
MATTA, G. C. Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde In: Políticas de 
Saúde: Organização e operacionalização do Sistema Único de Saúde.1 ed.Rio de 
Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007, v.3, p. 61-80. 
MERHY, Emerson Elias. Um dos grandes desafios para os gestores do SUS: apostar 
em novos modos de fabricar os modelos de atenção. In: O trabalho em saúde: 
olhando e experienciando o SUS no cotidiano. Emerson Elias Merhy et al. São 
Paulo: Hucitec, 2003. 
MINAYO, M. C. S. et al. Tratado de Saúde Coletiva 2ª ed. São Paulo: Hucitec 
2009. 
PAIM, J. S. e ALMEIDA FILHO N. Novos Sujeitos, Novos Paradigmas. In: Paim, 
J.S. e Almeida Filho N. A crise da Saúde Pública e a utopia da Saúde Coletiva. 
Salvador: Casa da Qualidade, 2000. 
SILVA JÚNIOR, A G. Modelos tecnoassistenciais em saúde: o debate no campo 
da saúde coletiva. São Paulo: Hucitec, 1998, p.19-70.
Hino do Estado do Ceará 
Poesia de Thomaz Lopes 
Música de Alberto Nepomuceno 
Terra do sol, do amor, terra da luz! 
Soa o clarim que tua glória conta! 
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta 
Em clarão que seduz! 
Nome que brilha esplêndido luzeiro 
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! 
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! 
Chuvas de prata rolem das estrelas... 
E despertando, deslumbrada, ao vê-las 
Ressoa a voz dos ninhos... 
Há de florar nas rosas e nos cravos 
Rubros o sangue ardente dos escravos. 
Seja teu verbo a voz do coração, 
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! 
Ruja teu peito em luta contra a morte, 
Acordando a amplidão. 
Peito que deu alívio a quem sofria 
E foi o sol iluminando o dia! 
Tua jangada afoita enfune o pano! 
Vento feliz conduza a vela ousada! 
Que importa que no seu barco seja um nada 
Na vastidão do oceano, 
Se à proa vão heróis e marinheiros 
E vão no peito corações guerreiros? 
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! 
Porque esse chão que embebe a água dos rios 
Há de florar em meses, nos estios 
E bosques, pelas águas! 
Selvas e rios, serras e florestas 
Brotem no solo em rumorosas festas! 
Abra-se ao vento o teu pendão natal 
Sobre as revoltas águas dos teus mares! 
E desfraldado diga aos céus e aos mares 
A vitória imortal! 
Que foi de sangue, em guerras leais e francas, 
E foi na paz da cor das hóstias brancas! 
Hino Nacional 
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas 
De um povo heróico o brado retumbante, 
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, 
Brilhou no céu da pátria nesse instante. 
Se o penhor dessa igualdade 
Conseguimos conquistar com braço forte, 
Em teu seio, ó liberdade, 
Desafia o nosso peito a própria morte! 
Ó Pátria amada, 
Idolatrada, 
Salve! Salve! 
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido 
De amor e de esperança à terra desce, 
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, 
A imagem do Cruzeiro resplandece. 
Gigante pela própria natureza, 
És belo, és forte, impávido colosso, 
E o teu futuro espelha essa grandeza. 
Terra adorada, 
Entre outras mil, 
És tu, Brasil, 
Ó Pátria amada! 
Dos filhos deste solo és mãe gentil, 
Pátria amada,Brasil! 
Deitado eternamente em berço esplêndido, 
Ao som do mar e à luz do céu profundo, 
Fulguras, ó Brasil, florão da América, 
Iluminado ao sol do Novo Mundo! 
Do que a terra, mais garrida, 
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; 
"Nossos bosques têm mais vida", 
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." 
Ó Pátria amada, 
Idolatrada, 
Salve! Salve! 
Brasil, de amor eterno seja símbolo 
O lábaro que ostentas estrelado, 
E diga o verde-louro dessa flâmula 
- "Paz no futuro e glória no passado." 
Mas, se ergues da justiça a clava forte, 
Verás que um filho teu não foge à luta, 
Nem teme, quem te adora, a própria morte. 
Terra adorada, 
Entre outras mil, 
És tu, Brasil, 
Ó Pátria amada! 
Dos filhos deste solo és mãe gentil, 
Pátria amada, Brasil!
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  • 4.
  • 5. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Políticas Públicas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde 1 e Nutrição DISCIPLINA 3 MANUAL DO (A) PROFESSOR (A) JANEIRO 2012 FORTALEZA - CEARÁ
  • 6. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 2 Governador Cid Ferreira Gomes Vice-governador Domingos Gomes de Aguiar Filho Secretária de Educação Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretário Adjunto Maurício Holanda Maia Secretário Executivo Antonio Idilvan de Lima Alencar Assessora Institucional do Gabinete Cristiane Holanda Coordenadora da Educação Profissional Andréa Araújo Rocha
  • 7. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 3 EQUIPE DE ELABORAÇÃO Anna Margarida Vicente Santiago Fabiane da Silva Severino Lima Luisilda Maria Dernier Pinto Martins ELABORAÇÃO Luisilda Maria Dernier Pinto Martins
  • 8. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 4 Sumário 1. Apresentação ..................................................................................... 05 2. Objetivos de Aprendizagem ............................................................. 06 4. Conteúdo Programático ................................................................... 07 3. Atividades sócio afetivas ................................................................... 08 4. Atividades Cognitivas ......................................................................... 16 5. Avaliação parcial da disciplina......................................................... 38 6. Referências bibliográficas sugeridas para o(a) professor(a)......... 42 7. Referências bibliográficas do Manual ............................................. 43
  • 9. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 5 Apresentação Este é um Manual Pedagógico que integra uma série e aborda temas específicos da formação do técnico de Nutrição e Dietética integrado ao Ensino Médio. Cada Manual corresponde a uma Disciplina, sendo este referente à disciplina 3 do modulo básico do curso – Políticas Públicas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde e Nutrição, com carga horária de 60 horas/aula. Este Manual contém os objetivos de aprendizagem referentes ao tema acompanhado do conteúdo no intuito de deixar claro à(o) professor(a) o que é esperado do aluno ao final da disciplina. Propõe atividades pedagógicas que focam o eixo cognitivo e sócio afetivo do processo de aprendizagem. Disponibilizamos uma bibliografia para o(a) professor(a), subsidiando-o(a) para aprofundar os debates em sala de aula, bem como, uma bibliografia de referência do Manual. Elaborado no intuito de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, este Manual é um instrumento pedagógico que se constitui como um mediador para facilitar o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula embasado em um método problematizador e dialógico que aborda os conteúdos de forma lúdica, participativa tornando o aluno protagonista do seu aprendizado facilitando a apropriação dos conceitos de forma crítica e responsável. É importante que o(a) professor(a) compreenda o propósito do método do curso, e assim, se aproprie do conteúdo e da metodologia proposta por meio das atividades pedagógicas, fazendo um estudo cuidadoso deste Manual e buscando aperfeiçoar sua didática para conduzir com sucesso as atividades propostas. Esperamos contribuir para a consolidação do compromisso e envolvimento de todos (professores e alunos) na formação desse profissional tão importante para o quadro da saúde do Ceará.
  • 10. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 6 Objetivos de Aprendizagem Ao final da disciplina os alunos devem ser capazes de... 1. Descrever a história das políticas de saúde no Brasil Colônia a Constituição 1988; 2. Entender o papel da sociedade para a construção do Sistema Único de Saúde; 3. Reconhecer as ações relacionadas à Nutrição na estruturação das Políticas Públicas do país; 4. Identificar a Rede de Atenção à Saúde no Brasil 5. Descrever os serviços de atenção nutricional na rede de atenção à saúde e os fluxos organizacionais do cuidado nos diversos pontos de atenção; 6. Entender a importância do trabalho em equipe para o desenvolvimento do sistema de redes de atenção
  • 11. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 7 Conteúdo Programático 1. Políticas Públicas de Saúde no Brasil; 2. Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde; 3. Controle Social; 4. Ações de Nutrição e sua contribuição para reestruturação das Políticas Públicas de Saúde; 5. Rede de Atenção à Saúde no Brasil: atenção primária, secundária e terciária. 6. Serviços de Nutrição que fazem parte da Rede de Atenção à Saúde no Brasil; 7. Núcleo de Apoio à Saúde da Família: legislação e contribuição para a Atenção Primaria à Saúde. 8. O Trabalho em equipe
  • 12. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 8 Atividades sócio afetivas 1. CORDEL Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia. Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 1. Convidar a turma para ler o cordel: O dia em que o SUS visitou o Cidadão (o cordel também está disponível em forma de vídeo no Youtube1 e cartilha no site da internet2, podendo ser apresentado em vídeo). 2. Ao final perguntar a turma: Que experiências vocês têm com os serviços de saúde do SUS que gostariam de compartilhar? Qual a principal mensagem trazida pelo autor do Cordel? O DIA QUE O SUS VISITOU O CIDADÃO (Lincoln Macário Maia) Esta é uma boa história Digna de um cordel Trata de quando o SUS E um usuário fiel Resolveram discutir: Cada um o seu papel João sempre reclamou Da fila e do atendimento Sempre que precisou Sentia um ressentimento De nunca ser recebido Conforme o merecimento Mas João nunca fez nada Só sabia reclamar Não sabia que ele mesmo Poderia ajudar Tinha vários elementos Pra situação mudar Um dia em profundo sono O SUS lhe apareceu Foi logo se apresentando E explicações lhe deu Que o SUS não é do governo Que o SUS também era seu E ainda disse ao dormente: Você vai me auxiliar A ficar mais atraente A mais pessoas curar 1 Disponível em: <http://cap31.blogspot.com/2011/04/video-sobre-sus-contado-em-cordel.html>. Acesso em: 01 de dezembro de 2011. 2 Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cordel2.pdf>. Acesso em: 01 de dezembro de 2011.
  • 13. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 9 E nas decisões que tomo Você vai me ajudar Mas João lhe perguntou Por que justamente eu Não sou doutor nem político Dinheiro só sei do meu E missão igual a essa Nunca me apareceu Mas o SUS lhe disse logo: Melhor que você não há Você me conhece bem Quando precisa esta lá Consulta ou emergência Sabe onde o furo está Tem um jeito muito fácil De todo mundo ajudar Através da Ouvidoria Você vai me procurar E se ela não existe Vai pedir para criar Mas só isso não resolve Respondeu João na hora É preciso muito mais E essa solução demora É melhor procurar outro Vou ter que ficar de fora Não tenha medo João Foi o que disse o SUS Não queira fugir agora Da missão que lhe propus Se você não ajudar Solução não se produz É no grupo de trabalho Que você tem que entrar E a sua opinião Lá você vai mostrar E quando ver um problema A solução vai buscar E os problemas são muitos Emendou o SUS dizendo Mas sei que com sua ajuda Eles vão se resolvendo Por que não é só você Tem muita gente querendo Mas antes de me ajudar você precisa saber São vários os seus direitos Você deve apreender Se alguém não respeitar Você vai se defender Vou lhe mostrar um exemplo: Quando você se internar Tem direito de escolher Quem vai lhe acompanhar Se parente ou se amigo Ninguém pode reclamar E se estiver na fila Uma outra novidade No atendimento do SUS Vale a solidariedade E quem estiver mais doente Tem a prioridade João então respondeu Eu tô gostando de ver E o SUS lhe disse: tem mais Melhor ainda vai ser Se equipes e usuários Tentarem se conhecer Pra findar essa conversa Agora preste atenção Todas essas mudanças E as outras que virão Tem um nome bem bonito É a humanização. Então João acordou Meio sem acreditar Mas estava decidido Não custa nada tentar Se o SUS pediu ajuda Todo mundo tem que dar.
  • 14. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 10 2. MUDANÇAS Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Solicitar aos alunos que peguem as suas “bagagens” (bolsas, pastas, cadernos, etc.). Orientar para que eles observem e gravem quem é a pessoa que está à sua direita e à esquerda; 2. Informar que ao final de uma contagem regressiva (5, 4, 3, 2, 1) todos deverão trocar de lugar, de modo que ninguém fique ao lado de quem estava antes; 3. Realizar o fechamento conduzindo um debate com as perguntas: O que sentimos com o exercício? Que sentimentos nos mobilizam para mudanças? 3. Até Quando? Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Solicitar aos alunos que escutam e/ou assistam ao vídeo “Até Quando?”; 2. Discutir a mensagem do vídeo a partir dos questionamentos abaixo: a) Qual a mensagem trazida pela música? b) Como podemos relacionar a letra da música ao papel da sociedade na construção do Sistema Único de Saúde? Até Quando?3 Gabriel O Pensador 3 http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=M15RA-O3K9s#!
  • 15. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 11 Não adianta olhar pro céu Com muita fé e pouca luta Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer E muita greve, você pode, você deve, pode crer Não adianta olhar pro chão Virar a cara pra não ver Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer! Até quando você vai ficar usando rédea?! Rindo da própria tragédia Até quando você vai ficar usando rédea?! Pobre, rico ou classe média Até quando você vai levar cascudo mudo? Muda, muda essa postura Até quando você vai ficando mudo? muda que o medo é um modo de fazer censura Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!) Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando? (Porrada! Porrada!!) Até quando vai ser saco de pancada? Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente O seu filho sem escola, seu velho tá sem dente Cê tenta ser contente e não vê que é revoltante Você tá sem emprego e a sua filha tá gestante Você se faz de surdo, não vê que é absurdo Você que é inocente foi preso em flagrante! É tudo flagrante! É tudo flagrante!! A polícia Matou o estudante Falou que era bandido Chamou de traficante! A justiça Prendeu o pé-rapado Soltou o deputado E absolveu os PMs de Vigário! A polícia só existe pra manter você na lei Lei do silêncio, lei do mais fraco Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco A programação existe pra manter você na frente Na frente da TV, que é pra te entreter Que é pra você não ver que o programado é você! Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado, que eu saiba falar Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar Não peço arrego, mas onde que eu chego se eu fico no mesmo lugar? Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar!
  • 16. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 12 Escola! Esmola! Favela, cadeia! Sem terra, enterra! Sem renda, se renda! Não! Não!! Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente A gente muda o mundo na mudança da mente E quando a mente muda a gente anda pra frente E quando a gente manda ninguém manda na gente! Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura Na mudança de postura a gente fica mais seguro Na mudança do presente a gente molda o futuro! Até quando você vai ficar levando porrada, até quando vai ficar sem fazer nada 4. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Entregar a cada aluno uma tarjeta previamente confeccionada contendo o nome de um dos equipamentos sociais abaixo: UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE IGREJA SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL CRECHE ESCOLAR ABRIGO DE IDOSOS UNIDADE DE PRONTOATENDIMENTO ESCOLA HOSPITAL TERCIÁRIO MATERNIDADE NUCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA POLICLÍNICA HOSPITAL SECUNDÁRIO LABORATÓRIOS DE CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE DE ALIMENTOS. CENTRO COMUNITÁRIO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO COPA HOSPITALAR ACADEMIAS ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS ONG UNIVERSIDADE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA CENTROS DE APOIO PSICOLÓGICO E SOCIAL - CAPS SERVIÇO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA RESTAURANTES
  • 17. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 13 ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA POPULARES 2. Solicitar que os alunos fiquem de pé e procurem se agrupar de mãos dadas com os colegas que possuam instituições contidas nas tarjetas que tenham relação entre si; 3. Após formação dos grupos, questionar a turma com as seguintes indagações: a) Quantos grupos foram formados? b) Quais relações identificadas para a formação dos grupos? c) Que outras relações ainda podem ser percebidas? Os grupos formados possuem alguma relação entre si? OBSERVAÇÃO: A atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam a relação que existe entre todos esses equipamentos sociais e de saúde colocados nas tarjetas. Ao final da atividade, espera-se que todos formem um grande círculo de mãos dadas, mostrando que todas as instituições e serviços apresentam relação entre si, formando uma grande Rede de Atenção à Saúde do SUS. 5. Assumindo Responsabilidades Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Orientar que os alunos assistam ao vídeo: Trabalho em Equipe4; 2. Discutir o vídeo a partir dos questionamentos abaixo: a) Qual a mensagem trazida pelo vídeo? b) Qual a relação da mensagem do vídeo com a prática do trabalho em saúde? c) Qual a nossa responsabilidade como trabalhadores da saúde? 6. A Ratoeira Coordenar a atividade a partir de uma das sugestões abaixo: 4 http://www.youtube.com/watch?v=jgLsITgYnOU&feature=related
  • 18. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Sugestão 1 – convidar um dos alunos para ler a mensagem abaixo e ao final convidar todos para refletir que lições podemos aprender a partir dela para o exercício do trabalho nos serviços de saúde. Sugestão 2 – Distribui uma cópia para cada aluno e solicitar que leiam a mensagem e escrevam no papel uma reflexão para o exercício de sua profissão. Depois perguntar quem gostaria de compartilhar sua reflexão com a turma. 14 A ratoeira5 Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos – Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha, então, disse: - Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me incomoda. O rato foi até o porco e lhe disse: - Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira! - Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces. O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse: - O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não! Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia caído na ratoeira. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo (pequeno facão) e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo. 7. Dinâmica do Trabalho em Equipe 5 Dinâmica adaptada do endereço eletrônico: <http://www.slideshare.net/weltonmatos/trabalho-em-equipe- 1703196 >. Acessado em: 10/05/2012
  • 19. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Observação: Para execução dessa atividade, o professor deverá preparar previamente 06 envelopes, sendo que cada um deverá conter peças que possam formar um quadrado perfeito. As peças devem seguir o recorte das figuras abaixo: Os envelopes deverão seguir a seguinte orientação: • Envelope 1: três peças que unidas formam um quadrado perfeito; • Envelopes de 2 a 6: cada envelope com três peças aleatórias que não formam um quadrado perfeito. 15 Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 2. Dividir a turma em 6 grupos e entregar os envelopes aleatoriamente. 3. Os grupos deverão estar dispostos em círculos e suficientemente afastados dos demais para que um grupo não possa observar a atividade do outro. 4. Informar aos grupos que o desafio é formar um quadrado perfeito com as peças contidas no envelope. E que não podem utilizar a linguagem verbal para a comunicação. A turma que primeiro terminar deverá levantar a mão para informar aos demais. 5. O professor, então, deverá aguardar até que sejam formados os 06 quadrados perfeitos; 6. Ao final da dinâmica, discutir com a turma acerca das seguintes questões: a. Qual a importância da equipe para a realização de um bom trabalho? b. O que essa atividade pode revelar para a profissão do técnico em nutrição e dietética?
  • 20. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 16 Atividades Cognitivas 1. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia. Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar que respondam às perguntas referente ao período indicado para seu grupo: Grupo 1 – período 1900 a 1930 Grupo 2 – período 1930 a 1945 Grupo 3 – período 1945 a 1964 Grupo 4 – período 1964 a 1988 Grupo 5 – período 1988 a 2006 PERGUNTAS a) Como se caracteriza esse período histórico em termos da relação Estado Sociedade? b) O que chamou mais atenção sobre as políticas de saúde no Brasil durante esse período? c) Como se deu a atuação do governo neste período? d) Como se deu a atuação da sociedade civil neste período? e) Quais os principais desafios e conquistas que marcaram esse período em relação às políticas de saúde no Brasil? 2. Convidar a turma para assistir ao filme: "Políticas de Saúde no Brasil: Um século de luta pelo direito à saúde6" para responder ás perguntas referentes ao seu grupo; Documentário: "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde" 6 Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cSwIL_JW8X8>. Acesso em: 01 de dezembro de 2011.
  • 21. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Filme realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal Fluminense/UFF. 17 Duração: 1 hora Sinopse O documentário conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS. Sua narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, um dever da população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um dever do Estado. Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores, com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo.Para tornar a narrativa mais leve e atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, por fim, a internet. O documentário é composto por 5 capítulos, que podem ser assistidos em sequência, com 60 minutos de duração, ou separadamente; cobrindo os seguintes períodos: 1900 a 1930; 1930 a 1945; 1945 a 1964; 1964 a 1988; e 1988 a 2006 3. Orientar aos grupos que sistematizem suas respostas por escrito para apresentação; 4. Apresentação dos grupos por ordem cronológica; 5. Conduzir um debate a partir da pergunta:  Quais as principais diferenças que percebemos no papel do governo e da sociedade em relação às políticas de saúde em cada um dos períodos históricos? 6. Fazer uma exposição abordando os seguintes tópicos:  Uma síntese cronológica dos principais acontecimentos históricos relacionados às políticas de saúde no Brasil, relacionando com os debates em sala de aula.
  • 22. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Sugestão de referência bibliográfica: Livro7 Capítulo 1 – O Sistema Único de Saúde, itens 1.1 a 1.3. 18  Os aspectos básicos do SUS Sugestões de referências: Brasil. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z : garantindo saúde nos municípios / Ministério da Saúde, Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009. 480 p. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde) Lei 8.080/90 e a Lei 8.142/90 da Constituição Federal. Livro: Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação Estruturante do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 534 p. (Coleção Para entender a gestão do SUS 2011, 13). 2. A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 1. Dividir a turma em 5 grupos, orienta que escolham um coordenador e um relator que deverão assumir o seguinte papel:  Coordenador do momento: controla o tempo e não deixa o grupo fugir do assunto;  Relator: sistematiza as respostas do grupo registrando por escrito. 2. Solicitar aos grupos que conversem e respondam as perguntas: a) Que contribuições a participação da sociedade pode trazer para construção de uma sociedade mais igualitária, democrática e justa? b) Quais as formas de participação que sua comunidade tem assumido no tocante as decisões referentes à saúde, ao ambiente, ao trabalho, à religião, à educação, à habitação e à cultura? c) O que vocês destacam como importante que abre espaço para participação dos cidadãos nas políticas de saúde no Brasil? 7 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2011, 291p. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS, 2011. v.1.)
  • 23. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 3. Informar aos grupos que as apresentações serão no formato de “Mesa Redonda de Debate”. Serão convidados para Mesa os Coordenadores e Relatores dos grupos que assumirão a seguinte tarefa:  Coordenadores: apresentam como foi o trabalho do grupo em termos de debate, concentração dos participantes, dificuldades e facilidades em relação ao debate do tema, adequação do tempo, novos interesses surgidos sobre o tema; 19  Relatores: fazer a leitura das respostas do grupo;  Professor(a): coordenação da Mesa (controle do tempo e da escuta atenciosa e respeitosa de todos) 4. Desfazer a Mesa Redonda e perguntar a turma:  Como se sentiram em participar de um debate em forma de Mesa Redonda? 5. Convidar para leitura do texto: Participando no SUS, de Lana Bleicher. Ao final perguntar:  O que acharam do Texto?  Que dúvidas ainda existem sobre o tema? PARTICIPANDO DO SUS8 Ao longo de nossa vida participamos dos vários âmbitos que nos constroem enquanto seres humanos e cidadãos, na família, comunidade, escola, trabalho, espaços institucionalizados ou não. Participar segundo Bordenave9 (1994), é o caminho natural para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si mesmo, dominar a natureza e o mundo. Na efetivação dessa participação, favorecemos nossa condição de saúde ou doença e, consequentemente, de uma boa qualidade de vida. Ações de saúde não se realizam no vazio ou em objetos inanimados: ações de saúde sempre se realizam com e em seres humanos. Tradicionalmente, entendia-se que a ação de saúde seria realizada pelo profissional de saúde sobre um paciente – aliás, não 8Texto adaptado do texto de: BLEICHER, Lana. Saúde para todos já! Fortaleza: Expressão gráfica, 2004. 110p. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Participasus%20%20Politica%20Nacional%20de% 20GP%20para%20o%20SUS.pdf>. Acesso em: 01 de novembro 2011. 9 BORDENAVE, J. D. O que é participação. São Paulo: editora Brasiliense,1986.
  • 24. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 é a toa que ele é chamado paciente! Mas, por mais passiva que seja a situação do paciente, e por mais dono do poder que queira ser o profissional de saúde, nunca se pode retirar uma característica fundamental da ação de saúde: ela é uma relação humana, entre seres humanos. E, exatamente, por ser humano, o paciente nunca é inteiramente passivo: a ação de saúde também depende dele para acontecer. A produção de ações e serviços de saúde é imprescindível à interação entre prestadores e usuários de tais ações. Os serviços de saúde não podem ser produzidos na ausência do “consumidor” desses, ao contrário de mesas ou sapatos, que podem ser fabricados e estocados sem um consumidor, o qual, só passa a ser necessário ao se fazer a comercialização destas mercadorias. Os usuários, então, são mais que meros “consumidores” são também co-produtores destes serviços e ações. Disto resulta que a definição de necessidades e diretrizes no setor não pode ser monopólio dos “especialistas”, mas devem ser partilhadas com os co-produtores dos serviços: os usuários. Por melhor e mais competente que seja o médico, o tratamento não terá sucesso se o paciente não cooperar em seguir as prescrições recomendadas. Ou seja, até mesmo na situação individual é necessário existir um mínimo de “participação” por quem “recebe” a ação de saúde. Disso decorre que as primeiras vezes em que se começou a falar em participação nos serviços de saúde, o que se estava querendo dizer é que a população deveria aceitar mais docilmente as orientações que os profissionais de saúde faziam. Antônio Ivo de Carvalho (1995) nos conta que havia um entendimento de que as pessoas ficavam doentes por falta de informação de como tratar a água, de como escovar os dentes, de que alimentos consumir. Houve um tempo em que a participação assumiu um caráter bem mais politizado, principalmente, durante a ditadura. A participação popular tinha o objetivo de denunciar que a grave situação de saúde da população estava relacionada à forma injusta, exploradora e nada democrática de como se organizava a sociedade. Participar implicava em lutar por coisas bem mais amplas do que aquelas com as quais a participação comunitária se ocupava, como liberdade de expressão, autonomia, poder para os trabalhadores. A participação social geralmente se refere à institucionalização da participação. 20 E a participação pode ser Institucionalizada? Como isto acontece? É quando a participação passa a ser regulamentada pelas leis, pelas instituições, pelos regimentos, por normas explicitadas, próprias de uma sociedade democrática.
  • 25. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Enquanto na visão anterior a questão era atacar o sistema, nesta, o sistema passa a aceitar que ocorra participação dentro dele. Usa-se muito o termo controle social como sinônimo de participação, uma vez que esta consistiria no controle que a sociedade faz sobre o Estado e os serviços que ela presta. Nenhum problema quanto a isso, desde que se faça uma ressalva, essa expressão também é bastante usada querendo dizer exatamente o contrário: o controle exercido pelo Estado sobre a sociedade, através de diversos instrumentos. Feita esta advertência, podemos falar em controle social sem o risco de sermos mal compreendidos. Para facilitar, usaremos o termo participação social. Existem diversas formas da sociedade participar da gestão do SUS. Porém, por serem previstas em lei, as duas mais conhecidas são: as conferências de saúde e os conselhos de saúde. Inicialmente as disposições sobre os conselhos e conferências de saúde deveriam fazer parte da lei 8.080/90. Entretanto, os artigos que falavam tanto da participação social quanto do financiamento do sistema foram vetados pelo então presidente Fernando Collor. É por isso que estes dois assuntos se encontram na lei 8.142/90, que afinal conseguiu ser aprovada alguns meses depois da lei 8.080/90. Já ouvi falar nos Conselhos de Saúde, mas ainda não compreendi o que de fato são. Os Conselhos de Saúde são formas de exercício da democracia participativa que objetivam garantir os direitos de cidadania e saúde. Não substituem, mas interagem com os poderes instituídos, ou seja, com o Executivo, Legislativo e Judiciário. É obrigatória a existência de conselhos de saúde em cada uma das três esferas de governo: municipal, estadual e federal. Mas nada impede que também se criem conselhos para um conjunto de municípios (microrregião), um distrito sanitário ou para uma unidade específica de saúde, o que seria um conselho local. Aliás, a organização de conselhos locais de saúde pode funcionar como um bom catalisador da participação social, porque é no debate do cotidiano de uma unidade de saúde que se aprende e se exercita a aventura de tentar práticas mais democráticas de organização dos serviços de saúde. Os conselhos de saúde são órgãos em que um conjunto de representantes toma parte na gestão do SUS. Portanto, o gestor em saúde (que é o secretário ou ministro da Saúde, dependendo da esfera de governo considerada) não é o único a decidir sobre o que será feito em questões de saúde. Esses representantes são de segmentos diferentes: do governo e dos prestadores de serviço, de profissionais de saúde e de usuários. O conselho deve ser permanente, ou seja, deve se reunir com regularidade. 21
  • 26. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 A lei também diz que os Conselhos de Saúde devem ser paritários. Isto significa que metade dos conselheiros deve ser de representantes dos usuários. Quanto às demais representações, a Lei 8.142 não esclarece seus percentuais, mas existe uma recomendação do Conselho Nacional de Saúde (resolução 33. de 23/12/92) onde possam ser compostos em 25% de prestadores de serviços, tanto públicos (governo) quanto privados. Nesta mesma resolução, faz-se a sugestão de que o número de conselheiros não seja inferior a 10 nem superior a 20 membros. Evidentemente isso se trata apenas de uma recomendação. O fundamental – e obrigatório – é manter a paridade. O documento ainda enumera algumas entidades, que podem ser consideradas no 22 momento de definir a composição do conselho, dentro do segmento de usuários: Representante(s) de movimentos comunitários organizados na área da saúde; Representante(s) de conselhos comunitários, associações de moradores ou entidades equivalentes; Representante(s) de associações de portadores de deficiência; Representante(s) de associações de portadores de patologias; Representante(s) de entidades de defesa do consumidor. Mas é bom lembrar que essas sugestões foram dadas pelos membros do Conselho Nacional de Saúde com base em uma certa experiência acumulada. Nada impede que, em um dado município, existam outras entidades bem mais representativas da sociedade ou que tenham um histórico no debate e enfrentamento das questões de saúde. Uma advertência feita no documento é a de que os representantes dos usuários sejam indicados pelas suas entidades. Isto é de vital importância para que o conselho seja representativo de verdade. Infelizmente algumas vezes isto não acontece. Há prefeitos que “elegem” quem deve ser o representante de cada entidade de usuários. Às vezes, os “representados” nem sabem quem é que os representa. Tudo isso compromete a participação social. Raquel Dodge (2003) classifica as funções do conselho de saúde em três naturezas: deliberativa, consultiva e fiscalizatória. O dicionário define deliberar como resolver depois de exame ou discussão, decidir. De fato, quando a Lei 8142/90 art.1º parágrafo 2º afirma que o conselho de saúde atua na formulação de estratégias da política de saúde, o que se está expondo é uma função deliberativa do conselho de saúde. Além disso, o Conselho de Saúde pode convocar uma conferência de saúde extraordinária.
  • 27. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 As funções consultivas de um Conselho de Saúde também são importantes, ainda que um Conselho não deva se contentar em desempenhar apenas este papel. Exemplos: Propor adoção de critérios que definam qualidade e melhor resolutividade; Propor medidas para o aperfeiçoamento da organização do funcionamento do Sistema Único de Saúde - SUS (Resolução 33 de 23/12/92). Quanto às funções fiscalizatórias, cabe ao conselho de saúde estar vigilante no que se refere a: o Recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei 23 8.080/90 art.33); o Desenvolvimento das ações e serviços de saúde (Resolução 33 de 23/12/92). Agora está mais claro o que é e como funciona um Conselho de Saúde. Fale mais um pouco sobre outra instância de participação, as Conferências de Saúde! Enquanto os conselhos são órgãos permanentes, as conferências são eventos realizados a cada 4 anos ou, extraordinariamente, quando convocadas pelo poder executivo ou pelo conselho de saúde. Em função da periodicidade com que acontecem, sua finalidade é avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde (Lei 8.142/90 art.1º parágrafo 1º). As conferências, tal como os conselhos de saúde, devem ser paritárias. A representação nas conferências costuma ser ascendente: nas municipais são eleitos os representantes para as estaduais e nessas são tirados os delegados para a nacional. Um município muito grande pode ter, antes da conferência municipal, conferências distritais e locais. O fato é que as conferências permitem que um número de pessoas muito maior que o de conselheiros possa discutir e decidir sobre saúde. Apenas para ter uma idéia: da 8ª Conferência Nacional de Saúde participaram mais de quatro mil pessoas, das quais mil eram delegados (ou seja, com direito a voto). Além dos dispositivos acima citados, para concretizarmos a participação na gestão pública, fazem-se necessários à adoção de outras práticas e mecanismos inovadores que podem ser agrupados de acordo com as instâncias, atores e segmentos sociais envolvidos: Mecanismos Instâncias Atores e segmentos sociais envolvidos Controle social Conselhos de Saúde e Governo e sociedade.
  • 28. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 24 Conferências de Saúde. Escuta permanente das opiniões e demandas da população Atualmente identificados, principalmente, pelas ouvidorias do SUS. Opiniões de usuários e consultas públicas. Processos participativos de gestão Integrando a dinâmica de cada instituição e órgão do SUS, nas três esferas de governo. Conselhos gestores, mesas de negociação, direção colegiada, câmaras setoriais e comitês técnicos, entre outros. Intersetorialidade Relações entre diferentes setores de governo, nas quais fica caracterizado o compartilhamento de decisões entre diferentes instituições e setores que atuam na produção social da saúde. Diferentes setores de governo. Mobilização social Voltada à ampliação da consciência sanitária, do direito à saúde e à cidadania, com impacto sobre os poderes instituídos no Estado. Governo e sociedade. Quantos espaços de participação! Mas afinal de contas se é tão fácil participar do SUS porque escutamos tantas críticas sobre a efetivação do controle social? Vimos como devem ser os conselhos e conferências de saúde. Criar ou não um Conselho de Saúde não é uma opção do gestor: é uma obrigação. Recomenda-se que os conselhos sejam criados por uma Lei própria, discutida e aprovada pelo poder legislativo da respectiva esfera de governo. Também é desejável que o conselho se reúna com periodicidade, que conte com uma estrutura apropriada, tais como: sala de reunião e funcionários. Isso porque, além das reuniões gerais do conselho, existem também comissões internas que se propõem a estudar assuntos específicos, como orçamento e recursos humanos, por exemplo. Gostaríamos de advertir que nem sempre o cumprimento de todas as exigências legais garante uma participação social efetiva. Muitas vezes o conselho atende a todas as obrigações e recomendações, mas não toma para si, de fato, as funções deliberativas e fiscalizatórias. Não são raros os Conselhos de Saúde que se limitam a aprovar
  • 29. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 passivamente todos os projetos que o gestor encaminha (e que só os submete à votação quando obrigado). É comum não só conselheiros desconhecerem seu papel, como também gestores dificultarem a ação do Conselho, não disponibilizando as informações necessárias; não efetivando os cronogramas que permitam tempo para análise e debate das propostas; não efetivando as deliberações tomadas pelo Conselho. Também é comum o uso dos Conselhos somente como forma de legitimar e dar uma aparência “democrática” à gestão. Inúmeros Conselhos de Saúde cumprem apenas a formalidade da aprovação automática de planos de saúde, relatórios de gestão e projetos que se destinem à captação de verbas federais. Não é rara a indicação de conselheiros, que deveriam representar usuários, ser feita por prefeitos. São abundantes os casos em que gestores e profissionais de saúde monopolizam o controle da pauta. Tudo isso porque a mera institucionalização de mecanismos de participação social – conselhos e conferências de saúde – não garantem por si só a existência de uma participação social efetiva. O desafio, portanto, é muito maior que o de cumprir ou o de fazer cumprir a lei: trata-se de tirá-la da frieza dos compêndios jurídicos e insuflá-la de vida, trazendo-a para o meio das pessoas. 25 Sinto-me desafiada! Como tornar isso realidade? Para tal não existe receita, mas alguns princípios podem ser levados em conta. Um deles poderia ser resumido da seguinte forma: se você quer que as pessoas participem, valorize o que elas têm a dizer. É muito comum os profissionais de saúde, do alto de seus conhecimentos técnico-científicos, desqualificarem as falas, as preocupações, as proposições dos usuários, perdendo assim a oportunidade de estabelecer um diálogo entre saberes que são diferentes, mas que se complementam. Também é extremamente fácil a acusação de que as pessoas são desinteressadas, que não participam das reuniões. Minha pouca experiência na área me leva a pensar que as pessoas que tendem a abandonar espaços de “participação” tão cedo percebem que suas decisões não são encaminhadas; que as informações necessárias à tomada de decisão não se encontram disponíveis; que a participação se restringe a dizer sim ou não a propostas que chegam prontas. Outro ponto a salientar, é a necessidade de que exista um efetivo vínculo entre o “representante” e os “representados”, e que as posições defendidas no conselho por aquele sejam discutidas com estes, a fim de que seja garantida a legitimidade da representação. Por outro lado, há experiências riquíssimas de participação social verdadeira e com resultados. Há também gestores comprometidos com a qualidade do serviço, aos quais interessa que a população seja co-autora do processo.
  • 30. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 E você? Conhece ou já ouviu falar do Conselho Municipal de Saúde de sua cidade? Pense nas unidades de saúde que você já conheceu e na que você trabalha: elas têm conselho local de saúde? Quem são os conselheiros? Que tal tentar conhecê-los? 26 3. PESQUISA EM CAMPO Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Dividir a turma e orientar uma atividade: Pesquisa em campo (em trios): a) Fazer um levantamento sobre os espaços de participação que existem em seu bairro/comunidade nos diversos setores: educação, saúde, esporte e lazer, geração de renda, meio ambiente, etc. b) Escolher um dos movimentos sociais e entrevistar algum membro que participa desse movimento social: - Qual a sua representação nesse movimento? - O que lhe motiva a participar? - Em sua opinião, quais as questões mais importantes que são debatidas nas reuniões? - Quem pode participar desse movimento? c) Fazer um Relatório da entrevista. 4. MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE NO MUNDO Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
  • 31. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 1. Convidar a turma para assistir ao filme: "Sicko: SOS Saúde" de Michael Moore10. Orientar para que os alunos assistam ao filme anotando as principais características dos sistemas de saúde dos países apresentados no filme; Título original: Sicko Lançamento: 2007 (EUA) Direção: Michael Moore Duração: 113 min Documentário: Um painel do deficiente sistema de saúde americano. A partir do perfil de cidadãos comuns, somos levados a entender como milhões de vidas são destruídas por um sistema que, no fim das contas, só beneficia a poucos endinheirados. Ali vale a lógica de que, se você quer permanecer saudável nos Estados Unidos, é bom não ficar doente. E, depois de examinar como o país chegou a esse estado, o filme visita uma série de países com sistema de saúde público e eficiente, como Cuba e Canadá. 27 2. Conduzir um debate a partir das perguntas: Quais os sentimentos e impressões provocadas pelo filme? A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde dos Estados Unidos? A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde do Canadá? A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da Inglaterra? A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da França? A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde de Cuba? Que semelhanças e diferenças existem entre os sistemas de saúde desses países e o Sistema Único de Saúde do Brasil? 5. MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE NO BRASIL 10 Disponível em: <http://filmescomlegenda.net/fcl/filmes/sicko-s-o-s-saude-sicko-2007- dvd-r-dvd-rip/>. Acesso em: 01 de novembro 2011.
  • 32. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 28 Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação: 1. Fazer uma exposição do tema Modelo de Atenção à Saúde do Brasil, abordando os itens: O papel da Atenção Primária no SUS - Sugestão de referência – Livro: Atenção Primária e Promoção de Saúde11, Capítulo 1, itens 1.1 a 1.3. A relação entre APS e a média e alta complexidade - Sugestão de referência: Livro: Assistência de Média e alta complexidade no SUS12. Capítulo 1, itens 1.1 a 1.2 e Capítulo 3, item 3.9.1 a 3.9.3. 2. Pergunta a turma: Que dúvidas a exposição suscitou sobre o tema? 6. HISTÓRIAS DA VIDA COTIDIANA Material necessário: barbantes e tarjetas. Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Dividir a turma em 5 grupos, e solicitar que cada grupo escolha uma cor; 2. Distribuir os casos e orientar a seguinte tarefa: Ler o caso com atenção identificando os pontos de atenção a saúde que o protagonista da história percorreu devido o seu problema de saúde; Escrever em tarjetas todos os pontos de atenção à saúde; 11 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 197 p. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, 3). 12 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 223 p. (Coleção Para Entender a Gestão do SUS 2011, 4).
  • 33. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Cada grupo deve construir um mapa vivo representativo dos pontos de atenção identificado na rede; 29 3. Solicitar aos grupos que apresentem seus mapas; 4. Coordenar um debate com as seguintes perguntas: O que cada mapa trouxe de diferente em relação aos pontos de atenção? O que os mapas trazem em comum em relação aos pontos de atenção? 5. Coordenar um trabalho coletivo desafiando a turma a retratar toda a rede de atenção à saúde por meio de um mapa vivo único que represente todos os pontos de atenção que todos os protagonistas das histórias percorreram; 6. Após finalizar a construção do mapa vivo esclarecer para turma os principais aspectos da organização e funcionamento de todos pontos representados no mapa; 7. Realizar uma exposição com o tema: “Redes de Atenção à Saúde”, abordando os seguintes tópicos: * Conceito e elementos constitutivos das Redes de Atenção à Saúde; * Modelo de Atenção à Saúde para condições agudas e crônicas; SUGESTÃO DE REFERÊNCIA: Livro: As Redes de Atenção à Saúde. Autor: Eugênio Vilaça Mendes. Disponível online no site da Organização Panamericana de Saúde (OPAS). Caso1 – Daniel e Tiago Daniel e Tiago foram convidados para passar um fim de semana em uma casa de praia dos pais de uma amiga. Então, resolveram pedir a moto do tio Valdir emprestada para viajar. O tio Valdir conversou com os pais dos garotos e resolveu emprestar porque considera seus sobrinhos rapazes responsáveis, sendo que Tiago o mais velho com 19 anos já tem carteira e dirige moto a 2 anos. Tiago e Daniel curtiram o fim de semana e no retorno para casa, dirigindo na estrada, um carro fez uma ultrapassagem em local perigoso e colidiu com a moto que Tiago dirigia. Os dois garotos ficaram muito mal. Em seguida, pessoas próximas socorreram chamando o SAMU que chegou depois de algum tempo levando os rapazes para o hospital terciário mais próximo.
  • 34. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 30 Caso 2 – Rui Rui tem 52 anos, casado pai de 5 filhos e trabalha como Vigia Noturno torcedor do time Palmeiras. Por conta do seu trabalho Rui foi se afastando dos amigos porque se sentia cansado e dormir durante o dia. Aos finais de semana sempre saía com os amigos para beber e falar de futebol. Com o passar dos anos, Rui foi apresentando problemas de saúde e não conseguia parar de beber. A ACS Joana marcou uma consulta na Unidade de Saúde da Família onde começou a ser acompanhado por conta do alcoolismo. Após, várias consultas sempre com a mesma queixa como falta de apetite, perda de peso, tremor, o médico resolveu encaminhá-lo para o CAPS, mas Rui não compareceu à consulta. Após um episódio que ficou muito violento em casa, bateu na sua esposa e quebrou muitos objetos, Rui recebeu a visita do psicólogo que atua no Núcleo de Apoio ao Saúde da família (NASF) para fazer uma visita e ajudar a convencer a família a continuar o tratamento no CAPS. Após alguns meses, novamente Rui começa a beber e continua a ser violento com a mulher que resolve ir embora com os filhos para casa da mãe. Rui passa muitos meses entregue a bebida até que precisa ser internado com urgência. Após receber alta do hospital, Rui vai para uma residência Terapêutica, pois não tinha para onde ir. Caso 3 – Mariana Na comunidade Barra Funda mora Mariana que tem 09 meses, seus pais e seus dois irmãos de 3 anos e outro de 10. Durante uma visita de um Agente Comunitário de Saúde, a mãe relatou que a filha há dias estava percebendo que a filha estava perdendo peso, bastante sonolenta. O ACS suspeitou que não somente Marianna, mas as demais crianças também estavam abaixo do peso e comunicou à enfermeira responsável pela área onde morava Mariana e sua família. O ACS orientou que a mãe marcasse uma consulta com a enfermeira para avaliação das crianças. Durante a consulta, a enfermeira confirmou o baixo peso das criança, a alimentação inadequada que estava interferindo no crescimento e desenvolvimento das crianças e, então, conversou com o médico e a nutricionista do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para que pudessem planejar uma intervenção de apoio àquela família. Caso 4 - Sr Baltazar Sr Baltazar tem 54 anos, casado pai de 8 filhos, trabalha como agricultor na comunidade de Lagoa Funda. Durante uns festejos na comunidade, a equipe da Saúde da Família estava verificando a pressão dos moradores. Sr Baltazar resolveu verificar a sua pressão e descobriu que estava muito alta e foi orientado a procurar a unidade de saúde que iniciou um acompanhamento. O médico solicitou exames de sangue, urina e fezes e ainda encaminhou Sr Baltazar ao cardiologista. Na unidade, Sr Baltazar foi orientado para ir ao laboratório
  • 35. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 público fazer seus exames. Para marcar a consulta com o especialista, foi enviado solicitação à Central de Marcação de Consulta. Sr Baltazar recebeu medicação para pressão alta na Unidade de saúde. Durante a consulta com o cardiologista na Policlínica, o médico passou remédios que não é disponibilizado na rede básica, solicitou mais exames, orientou-o que procurasse um serviço nutricional no NASF e recomendou repouso e afastamento do trabalho na roça. Sr Baltazar ficou muito triste, pois o trabalho na roça é tudo que sabe e gosta de fazer. Sr Baltazar já disse que queria morrer mesmo, pois não servia mais para nada e está muito triste em casa. A agente de saúde que acompanha o caso conversou com a enfermeira que resolveu entrar em contato com a equipe do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) para colaborar com o caso do Sr Baltazar. 31 Caso 5 – Sra. Helena Dona Helena, que possui três filhos estudando na mesma escola, notou certo dia que eles se apresentaram com sintomas parecidos de febre, vômitos e dor de barriga. Os meninos começaram a sentir estes sintomas após chegar da escola. Ela imediatamente os levou ao posto de saúde do bairro e pôde constatar que vários colegas da escola estavam lá também com os mesmo sintomas, inclusive com casos graves que precisaram ser internados no hospital mais próximo. Ela não hesitou e ligou para a Vigilância sanitária para fazer uma denúncia de contaminação de alimentos, tendo em vista que não apenas seus filhos, mas várias crianças e professores sentiram sintomas parecidos após se alimentarem na escola. Os fiscais foram à escola e recolheram amostras da merenda escolar e entrevistaram alguns alunos que adoeceram. De acordo com o Lacen, os exames no alimento misturado, ou seja, na amostra da merenda escolar, apontaram a presença da bactéria estafilococos, o que confirmou a hipótese de que a contaminação do alimento ocorreu num intervalo entre o preparo e o momento em que foi servido. Ele ainda ressaltou que se o alimento tivesse sido contaminado após preparo e fosse armazenado em refrigeração e manuseado corretamente, a formação de toxina, resultante da alta reprodução bacteriana não teria ocorrido. A toxina produzida pelo estafilococos resultante de sua reprodução provoca vômitos e diarreia entre uma a seis horas. Quanto maior a sua concentração, menor o de período de incubação. Graças a denúncia da Sra. Helena a Vigilância sanitária conseguiu realizar todo o processo de estudo e determinação da contaminação alimentar, ou seja, vários casos de contaminações de alimentos podem não ser notificados, pois várias pessoas ainda não tem consciência da importância da higiene do alimento para a manutenção da saúde e prevenção de doenças de origem alimentar.
  • 36. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 32 7. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Convidar os alunos para completar a seguinte frase com sua opinião escrevendo em seu caderno: Eu acho que a Unidade de Saúde serve para: ________________ Eu acho que na Unidade de Saúde cuida de: ________________ Eu acho que a Equipe de Saúde da Família da minha área serve para:________ 2. Solicitar que os alunos leiam suas respostas para os colegas; 3. Realizar uma exposição com o tema: “Atenção à Saúde e Atenção Primária no SUS” com base na Política de Atenção Básica; 4. Perguntar a turma: Que perguntas podem ser feitas sobre o tema apresentado para esclarecer dúvidas? 8. REDES DE ASSISTÊNCIA À ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO SUS Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Os alunos irão conhecer a Rede de Nutrição do SUS - REDENUTRI, site: http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-view_articles.php com os objetivos: Analisar seus subtópicos (apresentações, notícias, artigos) Assistir aos vídeos disponíveis no site Vídeo 1: Falando de direitos - Alimentação e Saúde no SUS O vídeo é resultado da parceria entre a Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH) e a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/DAB/SAS/MS) com apoio da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e tem o objetivo de motivar a discussão sobre a agenda de nutrição no SUS; o papel das ações de nutrição na atenção básica, a importância de fortalecer esta agenda nas
  • 37. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 discussões do controle social e gestores locais. Experiências concretas de atenção nutricional são apresentadas e comentadas com o olhar de especialistas, pesquisadores e conselheiros, no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da Segurança Alimentar e Nutricional. 33 Vídeo 2: O veneno está nas mesas Documentário do produzido pelo cineasta Sílvio Tendler, mostra como o país facilita o consumo dos agrotóxicos e como movimentos sociais e setores do próprio governo como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) têm tentado, de formas distintas, alertar sobre o problema. Com entrevistas de trabalhadores rurais, pesquisadores da área da saúde e diversos dados e informações inéditas, o documentário denuncia casos de contaminação pelo uso de agrotóxicos, inclusive com a morte de um trabalhador, e mostra como é possível estabelecer outro modelo de produção sem o uso de venenos, baseado na agroecologia. Vídeo 3: Peraí, é nosso direito! Vídeo produzido pela Ação Brasileira para a Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH), com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação - FAO, dirigido por Renato Barbieri e produzido pela Videografia. Trata da história de duas comunidades que se organizaram para lutar por seus direitos. Entre 2004 e 2006 a Abrandh, com o apoio da FA, desenvolveu dois projetos-piloto junto às comunidades de Sururu de Capote (Maceió-AL) e Vila Santo Afonso (Teresina-PI). O objetivo foi contribuir com o apoderamento das comunidades e apoiar ações para exigir e monitoras a realização de seus Direitos Humanos, em especial o Direito Humano à Alimentação Adequada – DHAA. 9. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NA REDE DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO SUS Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Leitura do Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN – na assistência à saúde 2. Debate sobre o texto abordando os seguintes tópicos:
  • 38. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Quais os marcos legais (arcabouços teóricos) da vigilância nutricional e alimentar? Quais portarias e decretos são referentes à Alimentação e Nutrição no país? Qual o objetivo dos protocolos do SISVAN? Quais as fases de vida que possuem protocolos? 34 10. NUCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Indagar aos alunos o que conhecem acerca do NASF e/ou se já foram assistidos por algum profissional da equipe; 2. Discutir com base nas respostas dos alunos; 3. Realizar uma explanação dialógica acerca do Núcleo de Apoio à Saúde da Família: missão, objetivos, aspectos normativos, como foi criado, princípios e diretrizes, processo de trabalho, contribuição para a Atenção Primária e atribuições; 4. Dividir a turma em 05 grupos, ficando cada um responsável pela leitura de um tópico contido no capítulo Alimentação e Nutrição no NASF contido no documento “Diretrizes do NASF” do Ministério da Saúde: GRUPO 1: Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e Segurança alimentar e nutricional e direito humano à alimentação adequada; GRUPO 2: Perfil epidemiológico e nutricional da população brasileira; Grupo 3: Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde; Grupo 4: Indicadores Básicos da Nutrição. Grupo 5: Possibilidades de atuação do nutricionista da equipe do NASF 4. Solicitar que cada equipe realize uma explanação sobre o seu tema para a turma e escreva duas perguntas sobre seu tema para que possa ser utilizado na atividade seguinte; 5. Juntar todas as perguntas feitas pelas equipes e fazê-las para a turma, tendo o cuidado para que as respostas não sejam dadas pelos membros do grupo responsável por aquela temática;
  • 39. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 6. Realizar uma discussão final acerca do tema, respondendo aos questionamentos que forem surgindo ao longo da atividade. Para direcionamento da atividade, é recomendável que o professor faça a leitura do material abaixo: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p. 35 11. O NASF NA MINHA COMUNIDADE Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Solicitar que os alunos se agrupem de acordo a Unidade de Saúde ou equipe de Saúde da Família responsável por sua área; 2. Orientar que os grupos façam uma visita à unidade e realizem os questionamentos abaixo a algum profissional de saúde da unidade: a. Sua Unidade possui uma equipe do NASF? b. Se sim, quais profissionais compreendidos e quais atividades são desenvolvidas? 3. Orientar que se a unidade de sua área não possuir uma equipe do NASF, realizar a atividade em uma outra unidade que possua; 4. Organizar uma roda de discussão acerca das experiências observadas pelos grupos durante a visita à unidade e as atividades desenvolvidas pelo NASF na área, segundo informação recebida. 12. O TRABALHO EM EQUIPE DE SAÚDE Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações: 1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar o estudo do texto: “O Trabalho em Equipe” e responder as seguintes perguntas: Que características diferenciam grupo de equipe? Que atitudes devem assumir os profissionais de saúde para funcionar em equipe?
  • 40. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 36 Que elementos devem ser considerados para a organização de uma equipe de saúde? 2. Coordenar uma Plenária de discussão do texto com base nas perguntas e esclarecer dúvidas sobre a leitura; 3. Orientar aos grupos o seguinte trabalho em equipe a partir da seguinte orientação: Na comunidade de Barra Funda foi implantada uma unidade de saúde há um mês. A equipe tem uma médica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, 5 Agentes Comunitários de Saúde (ACS), uma nutricionista, um educador físico e uma assistente social do NASF, recepcionista e o vigia. A comunidade tem 1500 famílias, sendo que 400 ainda não tem a visita do ACS em sua área. Durante esse primeiro mês a equipe funcionou somente atendendo a demanda e houve muita reclamação da demora no atendimento. A técnica de enfermagem não conseguiu aferir a pressão das pessoas porque estava o tempo inteiro na sala de vacina para atender a demanda. A médica afirmou que não iria ver a pressão dos pacientes, pois a demanda é grande e a recepcionista só sabe ver o peso. A enfermeira reclamou que ela atendeu todas as crianças menores de 5 anos, distribuiu a medicação e ainda fez os curativos e aerosol que seria função da técnica de enfermagem. A técnica de nutrição informou que os ACS estavam fazendo visitas e mandando todos para ser atendidos na unidade e que não poderia ajudar a nutricionista. Os profissionais do NASF realizavam atividades isoladas numa praça da comunidade, sem interligação com a unidade básica de saúde. O vigia e a recepcionista ficaram penalizados com a situação porque profissionais não tinham tempo para almoçar tentando dar conta de atender a demanda e ainda estavam sendo xingados pela população que estavam dizendo que iriam denunciar os profissionais. Além disso, a equipe ainda estava sendo chamada atenção por parte da secretaria porque não havia enviado as fichas e protocolos dos atendimentos. Após esse mês a equipe concluiu que precisava organizar o serviço e gostaria de iniciar implantando o Acolhimento. a) Com base nessa situação o grupo deve sistematizar uma lista de conselhos e dicas para a equipe de saúde da comunidade de Barra Funda considerando o trabalho em equipe, a necessidade de planejamento das ações contextualizadas a realidade da equipe e da comunidade, e a demanda da população. b) Elaborar Cartazes com seus Conselhos e dicas para Equipe de Saúde 4. Plenária com apresentação dos grupos; 5. Após as apresentações convidar os grupos para análise sobre a adequação dos conselhos com base nas seguintes perguntas:
  • 41. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 37 Que dificuldades precisam ser superadas pela equipe para seguir esse conselho? Que mudanças nos profissionais, no funcionamento da equipe e na comunidade precisa acontecer para haver sucesso no acolhimento? Dentre todos os conselhos das equipes existe algum que não seria aplicável a realidade vivenciada pela equipe de Barra Funda? O TRABALHO EM EQUIPE13 Este texto tem como objetivo discutir o conceito de trabalho em equipe e apresentar alguns elementos fundamentais para a consolidação de uma equipe de trabalho. A concepção de equipe está vinculada à de processo de trabalho e sujeita-se às transformações pelas quais este vem passando ao longo do tempo. Neste sentido, sem querermos apontar todos os motivos que justificam a existência desta forma de exercer o trabalho, diríamos que a ideia de equipe advém: Da necessidade histórica do homem de somar esforços para alcançar objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados ou seriam de forma mais trabalhosa ou inadequada; Da imposição que o desenvolvimento e a complexidade do mundo moderno têm imposto ao processo de produção, gerando relações. O trabalho em equipe, portanto, pode ser entendido como uma estratégia, concebida pelo homem, para melhorar a afetividade do trabalho e elevar o grau de satisfação do trabalhador. Hoje, mais do que nunca, o trabalho em equipe tem sido incentivado em praticamente todas as áreas da atividade humana. Vários autores têm destacado vantagens do trabalho em equipe sobre o trabalho individual. Apesar deste reconhecimento, constatamos, na prática, muitas dificuldades em realizar o trabalho em equipe. Em parte, isto se deve às diferentes percepções do que seja uma equipe de trabalho. Vejamos algumas definições de equipe: a) "Conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho." 13 BRASIL, OPAS. O trabalho em equipe. In: BRASIL. Organização do Cuidado a partir de Problemas: Uma Alternativa Metodológica para a Atuação da Equipe de Saúde da Família. Brasília, DF, p.45 – 49, 2000.
  • 42. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 De acordo com esse conceito, para ser uma equipe basta que as pessoas trabalhem numa mesma tarefa. Não importa, neste caso, o significado/objetivo que o trabalho tem para cada um, nem como as pessoas se relacionam neste trabalho. Na medida em que os componentes do grupo não compartilham dos mesmos objetivos, podendo até ter objetivos conflitantes, pode-se encontrar situações nas quais o "fracasso" de membro do grupo seja intencional - o "boicote". 38 b) "Conjunto ou grupo de pessoas que partilham de um mesmo objetivo." Nesse conceito, o fundamental é que as pessoas tenham o mesmo objetivo, não importando como cada um pretende alcançá-lo. É como uma equipe de futebol amador em que os jogadores têm o mesmo objetivo (ganhar o jogo), mas não têm um "esquema tático" para vencê-lo. c) "Conjunto ou grupo de pessoas que ao desenvolver uma tarefa ou trabalho, almejam um objetivo único, obtido pelo consenso/negociação." Esse conceito amplia o anterior na medida em que o objetivo do trabalho não é definido externamente ao grupo ou por parte dos seus componentes. O objetivo é resultante da discussão/negociação entre todos os membros da equipe. d) "Conjunto ou grupo de pessoas que tem objetivos comuns e está engajado em alcançá-los de forma compartilhada." Esse conceito avança um pouco mais, na medida em que as pessoas têm o mesmo objetivo e querem alcançá-lo de forma compartilhada. Provavelmente, neste caso, a equipe tem um plano para atingir o seu objetivo. e) "Conjunto ou grupo de pessoas com habilidades complementares, comprometidas umas com as outras pela missão e objetivos comuns (obtidos pela negociação entre os atores sociais envolvidos) e um plano de trabalho bem definido" Nesse conceito, reconhece-se a diversidade de' conhecimentos e habilidades entre os membros da equipe, que se complementam e enriquecem o trabalho como um todo, contribuindo desta maneira para que a equipe tenha mais chances de atingir seu objetivo. E mais, o grupo tem um projeto de como alcançá-lo. Atualmente, tem-se agregado, ainda, a ideia de que, no desenvolvimento do processo de trabalho e na busca de seus objetivos, os componentes da equipe deverão criar as condições necessárias ao crescimento individual e do grupo.
  • 43. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 39 O funcionamento da equipe Quando nos referimos a um determinado tipo de trabalho como sendo de equipe, é necessário que tenhamos claro que não há como conceber equipe como algo que se passa à margem do processo de trabalho. O funcionamento das equipes pode apresentar diferenças significativas em função do tipo de trabalho que está sendo executado. Este, por sua vez, determina os conhecimentos e habilidades essenciais para o seu desenvolvimento, e a necessidade de uma coordenação e de um plano de trabalho ora mais, ora menos flexíveis. Tomemos, a título de exemplo, dois tipos de equipe: o time de futebol e uma orquestra sinfônica. O time de futebol: os componentes desta equipe têm objetivos comuns - marcar gols, vencer jogos e ganhar campeonatos - habilidades diferentes (o goleiro, o beque, o atacante), uma coordenação (o técnico) e um plano de trabalho (o esquema tático). Quando observamos atentamente o seu funcionamento, percebemos alguns detalhes que a fazem um tipo de equipe bastante singular, senão vejamos: Embora as habilidades e até as características físicas de um beque sejam diferentes, se comparadas às de um, atacante, nada impede que o beque marque gols, nem que o atacante ajude no trabalho de defesa, ou que ambos substituam o goleiro. Podemos dizer que existe certa inespecificidade no trabalho dos jogadores. A atuação do técnico (coordenação), no momento de uma partida, pode ser prescindido, sem que isto signifique necessariamente o fracasso da equipe. Temos vários exemplos nos quais o técnico não estava presente (tinha sido expulso) e o time ganhou a partida. Observamos ainda que, no decorrer de uma partida, alguns jogadores podem assumir a coordenação da equipe na execução de uma tarefa específica, por exemplo: organizar a defesa quando' o time está sendo atacado, comandar o ataque, preparar uma jogada etc. Plano de trabalho é bastante flexível e pode mudar de acordo com as circunstâncias, sem que isto implique na derrota da equipe. Aliás, é justamente esta flexibilidade que permite ao time adaptar-se a uma nova realidade, no transcorrer de uma partida, como por exemplo, quando da expulsão de um dos seus jogadores ou quando se faz necessário assegurar um resultado que seja considerado satisfatório. A orquestra sinfônica: os componentes desta equipe têm um objetivo comum - executar uma sinfonia -, conhecimentos e habilidades diferentes (o pianista, o
  • 44. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 violinista, o clarinetista), uma coordenação (o maestro) e um plano de trabalho (as partituras). Diferentemente do time de futebol, na execução de uma sinfonia, o pianista jamais fará o trabalho do violinista ou vice-versa. Podemos dizer que existe uma alta especificidade no trabalho dos músicos, ou seja, o pianista sempre tocará piano e o violinista sempre tocará violino. O trabalho do maestro é fundamental. Por mais competentes que sejam os músicos, individualmente, sem a coordenação do maestro a equipe não conseguirá alcançar o objetivo de executar uma sinfonia. O plano de trabalho é rígido. Um músico jamais poderá substituir sua partitura 40 durante a execução de uma sinfonia. ' Estes quatro elementos - objetivos, conhecimentos e habilidades dos membros da equipe, coordenação do trabalho e plano de trabalho - sempre estarão presentes e determinarão o funcionamento de uma equipe. Como um grupo se torna uma equipe? Uma das mudanças mais significativas de nossa época é a passagem da ação individual para o trabalho em grupo. No mundo de hoje podemos identificar vários tipos de grupos trabalhando nas mais diferentes situações. Alguns conseguem tornarem-se equipes e outros permanecem apenas como grupos. Uma questão surge desta constatação: quais são os elementos fundamentais que marcam esta diferença e o que devemos considerar para construirmos uma equipe de trabalho? Podemos identificar alguns elementos para a transformação de um grupo de trabalhadores em equipe de trabalho: O Grupo consegue vislumbrar vantagens do trabalho em equipe complementaridade, interdependência e sinergismo das ações - em relação ao trabalho isolado, individual; A disposição de compartilhar objetivos, decisões, responsabilidades e também resultados; A necessidade de definir com clareza os objetivos e resultados - individuais e do grupo - a serem alcançados; A importância de construir, em conjunto, um plano de trabalho e definir a responsabilização de cada membro do grupo, para alcançar os objetivos; A necessidade da avaliação constante dos processos e dos resultados; A percepção de que o fracasso de um pode significar o fracasso de todos e que
  • 45. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 41 o sucesso de um é fundamental para o sucesso da equipe; A importância de se garantir a educação permanente de todos os membros da equipe; A necessidade de aprimorar as relações interpessoais e de valorizar a comunicação entre os membros da equipe; A disposição das pessoas em ouvir e considerar as experiências e saberes de cada membro do grupo. O trabalho em equipe não implica em eliminar as diferenças existentes entre seus membros (sociais, culturais, etc.) e sim trabalhar estas diferenças - os conflitos; e,' Finalmente, é fundamental que os objetivos e resultados definidos se constituam em desafios constantes para o grupo, algo que instigue cada integrante. Como pode ser percebido, fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe de trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que passa pelo aprendizado coletivo da necessidade de uma comunicação aberta, de uma prática democrática que permita o exercício pleno das capacidades individuais e uma atuação mais criativa e saudável de cada sujeito; evitando, assim, a cristalização de posições, a rotulação e a deterioração das relações interpessoais. Desta forma, o grupo poderá buscar seus objetivos, responsabilizando-se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos.
  • 46. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 Referências bibliográficas sugeridas para o professor 42 BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.080/ 19-09-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.142/ 28-12-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 61 p. : il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual operacional para profissionais de saúde e educação: promoção da alimentação saudável nas escolas / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 152 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) FAUSTO, M.C.R.; MATTA, G. C. . Atenção Primária à Saúde: Histórico e perspectivas. In: Marcia Valeria G. C. Morosini; Anamaria D'Andrea Corbo. (Org.). Modelos de Atenção e a Saúde da Família. Rio de Janeiro: ESPJV/FIOCRUZ, 2007, v. 4, p. 43-67. FIGUEIREDO,N. M. A. Ensinado a Cuidar em Saúde Pública 1ª Ed. São Paulo: Yendis 2005. GARCIA, M. et al. Política e Gestão em Saúde 1ªed. Rio de Janeiro:Esc 2000.
  • 47. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3 43 Referências bibliográficas do manual MATTA, G. C. Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde In: Políticas de Saúde: Organização e operacionalização do Sistema Único de Saúde.1 ed.Rio de Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007, v.3, p. 61-80. MERHY, Emerson Elias. Um dos grandes desafios para os gestores do SUS: apostar em novos modos de fabricar os modelos de atenção. In: O trabalho em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. Emerson Elias Merhy et al. São Paulo: Hucitec, 2003. MINAYO, M. C. S. et al. Tratado de Saúde Coletiva 2ª ed. São Paulo: Hucitec 2009. PAIM, J. S. e ALMEIDA FILHO N. Novos Sujeitos, Novos Paradigmas. In: Paim, J.S. e Almeida Filho N. A crise da Saúde Pública e a utopia da Saúde Coletiva. Salvador: Casa da Qualidade, 2000. SILVA JÚNIOR, A G. Modelos tecnoassistenciais em saúde: o debate no campo da saúde coletiva. São Paulo: Hucitec, 1998, p.19-70.
  • 48.
  • 49. Hino do Estado do Ceará Poesia de Thomaz Lopes Música de Alberto Nepomuceno Terra do sol, do amor, terra da luz! Soa o clarim que tua glória conta! Terra, o teu nome a fama aos céus remonta Em clarão que seduz! Nome que brilha esplêndido luzeiro Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro! Mudem-se em flor as pedras dos caminhos! Chuvas de prata rolem das estrelas... E despertando, deslumbrada, ao vê-las Ressoa a voz dos ninhos... Há de florar nas rosas e nos cravos Rubros o sangue ardente dos escravos. Seja teu verbo a voz do coração, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte! Ruja teu peito em luta contra a morte, Acordando a amplidão. Peito que deu alívio a quem sofria E foi o sol iluminando o dia! Tua jangada afoita enfune o pano! Vento feliz conduza a vela ousada! Que importa que no seu barco seja um nada Na vastidão do oceano, Se à proa vão heróis e marinheiros E vão no peito corações guerreiros? Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas! Porque esse chão que embebe a água dos rios Há de florar em meses, nos estios E bosques, pelas águas! Selvas e rios, serras e florestas Brotem no solo em rumorosas festas! Abra-se ao vento o teu pendão natal Sobre as revoltas águas dos teus mares! E desfraldado diga aos céus e aos mares A vitória imortal! Que foi de sangue, em guerras leais e francas, E foi na paz da cor das hóstias brancas! Hino Nacional Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante. Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada,Brasil! Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores." Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - "Paz no futuro e glória no passado." Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!